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I Congresso Internacional

VII Workshop
Design & Materiais 2016

DESIGN DE MODA,
MATERIAIS E PROCESSOS:
SUSTENTABILIDADE, NOVAS
TECNOLOGIAS E POSSIBILIDADES

São Paulo, 2016


Ms. Cláudia Regina Martins - cacau
Docente nos cursos de:
Design de Moda e Negócios da Moda UAM
INTRODUÇÃO

Abordagem Metodológica
• Revisão bibliográfica
• Estudo de caso de mercado
• Pesquisa acadêmica
Estrutura
1. INTRODUÇÃO
1.1 Design de Moda e Materiais: Transdisciplinaridade
1.2 Tecnologia Produtiva, Funcionalidade e Emoção

2. EMERGÊNCIA DA SUSTENTABILIDADE:
PROJETO DO PROCESSO
2.1.1 Material Natural, Artificial e Sintético: considerações técnicas,
estéticas e ética
2.1.2 Processos e Manufaturas tradicionais: novas abordagens
2.1.3 Novas Tecnologias
e Materiais Ecológicos
3. BIOMIMÉTICA E DESIGN DE MODA: POSSIBILIDADES
4. CONCLUSÃO
Transdisciplinaridade no design de moda como fator
fundamental na escolha e desenvolvimento dos materiais e
tecnologias diversos em contato e integração com outras áreas.

Investiga-se que materiais e tecnologias que agenciam


significação linguística, simbólica, sensibilidade estética e
qualidades ergonômicas nos artefatos e objetos existentes.

Aponta-se que produto com bom design pode despertar o


desejo de maior tempo de uso, corroborando assim com as
premissas da Sustentabilidade.

Design: Ashby e Johnson (2011), Cardoso (2012), Moraes (2010)


e Norman (2004)
Design de moda: Conti (2008), Sanches (2008), Sorger e Udade
(2009), Fletcher (2011), Jones (2011), Berlim (2012), Salcedo
(2014) e Udale (2015)
A condição da Sustentabilidade no projeto do design,
do processo e escolha de materiais contextualiza novas
abordagens éticas e estéticas aliada a tecnologias
tradicionais revisitadas além de possibilidades em
projetos experimentais.
Sustentabilidade e design de produto: Manzini e Vezzoli
(2008), Vezzoli (2008)
Sustentabilidade e design de moda: Sorger e Udade
(2009), Fletcher (2011), Jones (2011), Berlim (2012),
Salcedo (2014) e Udale (2015)
Possibilidades metodológicas, escolhas de
materiais e tecnologias visando sustentabilidade
integrado design de moda com áreas como
Engenharia, Química e Biomimética: Udale
(2015), Fletcher (2011), Haisser e Rogrigues
(2013), Detânico (2010), Lacerda (2012),
Oberherr (2012), Benyus (1997) e o estudo de
caso do projeto Natureza Amplificada da marca
NIKE
A moda é um sistema que cria a necessidade
de mudanças constantes, consumo contínuo e
acúmulo, cada vez maior, de roupas a serem
descartadas. Uma indústria da moda mais
sustentável deve identificar formas de produzir
roupas que promovam maior compromisso
entre o consumidor e a peça, de tal maneira
que a vida da peça seja maior, ameaçando,
assim sua obsolescência programada.
(SALCEDO, 2014)
Além de decisivos para a sustentabilidade
materiais são cruciais para a moda: tornam real
sua produção simbólica e nos fornecem o meio
físico com o qual se pode construir identidade e
agir como seres sociais e indivíduos. [...] O
material usado na confecção do vestuário esta
associado a todo tipo de impacto. [...] Todos os
materiais afetam de alguma forma os
sistemas ecológicos e sociais. (FLETCHER, 2011)

Roupas atualmente são produzidas quase que


totalmente de forma industrial – são produtos
materiais de primeira necessidade. Moda é uma
necessidade não material de afeto, de
compreensão, de aceitação e pertencimento, de
criação, de liberdade, de identidade e prazer
(FLETCHER, 2011).
A escolha dos materiais, processos e formas dos artefatos
produzidos definem decisivamente a aparência e funcionalidade
do produto. A pergunta é: como se opera esse processo de
transpor qualidades perceptíveis visualmente para juízos
conceituais de valor? De que modo as formas expressão
significados?
As formas dos artefatos não possuem um significado fixo, pois são
expressivas de um processo de significação contido na própria
experiência do uso, portanto na função. Então mesmo estando
previamente estabelecidos aspectos de forma e função, quem
define a condição de uso e atribui o valor ao produto é o próprio
usuário/consumidor. Nestas circunstâncias forma e função estão
interligadas de maneira inseparável e dependente de um
articulador final.
(Cardoso, 2012)
Figura1: Camiseta uniforme do time de futebol do flamengo
Fonte: http://www.adidas.com.br/flamengo

– roupa e moda são


entidades diferentes, mas
ambas contribuem para o
bem-estar humano
abrangendo tanto
aspectos funcionais
quanto emocionais.
(FLETCHER , 2011)
Figura 2: Peças de Yohji Yamamoto em parceria com a marca Adidas
Fonte: http://www.y-3.com/us/#/video/ss16/
[...] o processo de significação dos artefatos é definido
em quatro fatores:
1. “materialidade”, ou seja, a construção,
estrutura, forma, configuração do objeto condicionado
por processos e técnicas de fabricação que definem
esta forma física. 2. “ambiente” ou entorno,
inserção social, contexto de uso. 3. “usuários”,
requisitos culturais, ergonômicos, ideais ou intenções
de uso pré-estabelecidas pelo usuário. 4. “tempo”,
o impacto da sua passagem sobre o objeto em questão,
no tempo de uso e sobrevivência após o descarte
considerando-se assim tanto questões socioculturais e
impactos ambientais.
(CARDOSO, 2012)
“função primária”, motivo
de existência do produto,
como á “funções
secundárias” relativas ao
produto e sua relação com
o usuário/consumidor
(MORAES, 2010).

Figura 3: Óculos de sol com tratamento no material de revestimento


externo para obter o efeito de tecido aveludado.
Fonte: http://www.italiaindependent.com
EMERGÊNCIA DA SUSTENTABILIDADE:
PROJETO DO PROCESSO

Figura 5: Ativistas do grupo Peta (Pessoas pelo


Tratamento Ético dos Animais) em manifestação
onde está sendo realizado o Fashion Week
Austrália, em Sydney. O grupo protesta contra o
uso de pele, couro e outros materiais criados a
partir de animais usados pela indústria da moda.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/

Figura 7: Totens cilíndricos com materiais diversos em decomposição,


submersos em água. Projeto Água Viva, Sesc Interlagos SP.
Fonte: Acervo da autora e http://www.sescsp.org.br/
Material Natural, Artificial e Sintético: considerações técnicas,
estéticas e ética

Figura 4: Floco/fruto de algodão transgênico colorido e amostra de tecido com material


composto a partir de %70 algodão reciclado e 30% pet reciclado.
Fonte: Acervo da autora e www.ecosimple.com.br/

Figura 6: Fibras da lã, do algodão, do TENCEL e Propriedades do Tencel.


Fonte: http://www.lenzing-fibers.com
Processos e Manufaturas tradicionais: novas abordagens

Figura 8: Fibras de algodão com processo de tingimento


artesanal natural e peça em fibra natural em linho e algodão
sem tingimento Flávia Aranha.
Fonte: Acervo da autora e www.flaviaaranha.com/

Figura 9: Peças confeccionadas em crochê Pierre Balmain (2016) e Tricô Johan Ku (2011).
Fonte: https://www.balmain.com/ e http://www.johanku.com/
Processos e Manufaturas tradicionais: novas abordagens

Figura 10: Jaqueta e modelagem zero waste Timo Rissanen


Fonte: http://zerofabricwastefashion.blogspot.com
Novas Tecnologias e
Materiais Ecológicos

Figura 11: Estampa digital nas peças das coleções de McQueen e detalhe desenvolvimento da modelagem.
Fonte: Acervo da autora.
Novas Tecnologias e
Materiais Ecológicos

Figura 13: Peças de vestuário confeccionadas


com fibras de leite e jatos de Spray.
Fonte: http://www.de.qmilk.eu/ e
http://www.fabricanltd.com/
Figura 12: Linha Baby Protect da Gbaby,
processo de beneficiamento em tecido exclusivo
que contém microcápsulas de repelente natural
(Citronela), sem perder a maciez e o conforto.
Fonte: http://www.gbaby.com.br/
Novas Tecnologias e Materiais Ecológicos

Figura 14: Jaquetas de biocultura feita a partir de celulose


Fonte: Haisser e Rodrigues, 2013.

Figura 15: Seda feita da teia da aranha natural e Bicho da seda transgênico .
Fonte: Haisser e Rogrigues, 2013.
BIOMIMÉTICA E DESIGN DE
MODA: POSSIBILIDADES

Queremos fazer mais do


que simplesmente copiar
ângulos e estruturas dos
modelos da natureza ou
produzir materiais á
imagem deles – [...] o que
realmente queremos fazer
é imitar seu processo de
elaboração de materiais,
ou seja, a forma pela qual
os organismos conseguem
desenvolver-se (BENYUS,
1997).
O propósito não é impor um padrão
criado por nós e perturbar os padrões
naturais, mas sim estar sempre ciente
de que o engenho humano é
subordinado á sabedoria da natureza
(BERRY, apud FLETCHER, 2011).
[...] Precisamos buscar nossos padrões
na natureza. Devemos respeitar, com a
Estamos no limiar de uma
humildade do sábio, os limites da
revolução no âmbito dos
natureza e o mistério que jaz além deles,
materiais, cujo paralelo só
admitindo que exista algo na ordem das
encontramos na Idade do Ferro e
coisas que, evidentemente transcende
na Revolução Industrial. Estamos
toda a nossa competência. (VÁCLAV
avançando para uma nova era na
HAVEL, presidente da república Checa,
produção de matérias-primas
apud BENYUS, 1997).
secundárias. No próximo século,
acho que a biomimética
transformará significativamente a
forma pela qual vivemos (MEHMET
SARIKAYA, apud BENNYUS, 1997).
Obrigada!
Cláudia Regina Martins- cacau
cacau_regina@hotmail.com

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