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Questão 1

Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações,


o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz
de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a
todos os outros textos significativos para cada um,
reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor
pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a
essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma
outra não prevista.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993.

Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos,


valendo-se da metalinguagem.

Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto

a) ressaltar a importância da intertextualidade.

b) propor leituras diferentes das previsíveis.

c) apresentar o ponto de vista da autora.

d) discorrer sobre o ato de leitura.

e) focar a participação do leitor.

Questão 2.

Macunaíma

(Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória.

Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se
acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos,
furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era
solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera.  Nenhum
conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão
pançudos. Quem podia saber do Herói?

Mário de Andrade.

Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que


a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no
primeiro quanto no segundo texto.

b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo,


predomina a linguagem formal.

c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de


origem indígena.

d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de


organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações reais.

e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no


segundo texto, está ausente no primeiro.

Questão 3. É água que não acaba mais

Dados preliminares divulgados por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA)


apontaram o Aquífero Alter do Chão como o maior depósito de água potável do planeta.
Com volume estimado em 86 000 quilômetros cúbicos de água doce, a reserva
subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá. “Essa
quantidade de água seria suficiente para abastecer a população mundial durante 500
anos”, diz Milton Matta, geólogo da UFPA. Em termos comparativos, Alter do Chão tem
quase o dobro do volume de água do Aquífero Guarani (com 45 000 quilômetros cúbicos).
Até então, Guarani era a maior reserva subterrânea do mundo, distribuída por Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai.

Época, no 623, 26 abr. 2010.

Essa notícia, publicada em uma revista de grande circulação, apresenta resultados de uma
pesquisa científica realizada por uma universidade brasileira. Nessa situação específica de
comunicação, a função referencial da linguagem predomina, porque o autor do texto prioriza

a) as suas opiniões, baseadas em fatos.

b) os aspectos objetivos e precisos.

c) os elementos de persuasão do leitor.

d) os elementos estéticos na construção do texto.

e) os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa.

Questão 4. Jogar limpo


Argumentar não é ganhar uma discussão a qualquer preço. Convencer alguém de algo é,
antes de tudo, uma alternativa à prática de ganhar uma questão no grito ou na violência
física – ou não física. Não física, dois-pontos. Um político que mente descaradamente pode
cativar eleitores. Uma publicidade que joga baixo pode constranger multidões a consumir
um produto danoso ao ambiente. Há manipulações psicológicas não só na religião. E é
comum pessoas agirem emocionalmente, porque vítimas de ardilosa – e cangoteira –
sedução. Embora a eficácia a todo preço não seja argumentar, tampouco se trata de admitir
só verdades científicas – formar opinião apenas depois de ver a demonstração e as
evidências, como a ciência faz. Argumentar é matéria da vida cotidiana, uma forma de
retórica, mas é um raciocínio que tenta convencer sem se tornar mero cálculo manipulativo,
e pode ser rigoroso sem ser científico.

Língua Portuguesa, São Paulo, ano 5,

n. 66, abr. 2011 (adaptado).

No fragmento, opta-se por uma construção linguística bastante diferente em relação aos
padrões normalmente empregados na escrita. Trata-se da frase “Não física, dois-pontos” .
Nesse contexto, a escolha por se representar por extenso o sinal de pontuação que deveria
ser utilizado

a) enfatiza a metáfora de que o autor se vale para desenvolver seu ponto de


vista sobre a arte de argumentar.

b) diz respeito a um recurso de metalinguagem evidenciando as relações e


as estruturas presentes no enunciado.

c) é um recurso estilístico que promove satisfatoriamente a sequenciação de


ideias, introduzindo apostos exemplificativos.

d) ilustra a flexibilidade na estruturação do gênero textual, a qual se


concretiza no emprego da linguagem conotativa.

e) prejudica a sequência do texto, provocando estranheza no leitor ao não


desenvolver explicitamente o raciocínio a partir de argumentos.

Questão 5.

Não tem tradução

[…]

Lá no morro, se eu fizer uma falseta

A Risoleta desiste logo do francês e do inglês

A gíria que o nosso morro criou

Bem cedo a cidade aceitou e usou


[...]

Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição

Não entende que o samba não tem tradução no idioma

[francês

Tudo aquilo que o malandro pronuncia

Com voz macia é brasileiro, já passou de português

Amor lá no morro é amor pra chuchu

As rimas do samba não são I love you

E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny

Só pode ser conversa de telefone

ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas.

Revista Língua Portuguesa. Ano 4, no 54.

São Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento).

As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem uma
aguçada preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças político?culturais no
Brasil, no início dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba Não tem
tradução, por meio do recurso da metalinguagem, o poeta propõe

a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente


com vocábulos estrangeiros.

b) respeitar e preservar o português padrão como forma de fortalecimento do


idioma do Brasil.

c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma


legítima de identidade nacional.

d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e


quente ritmo da música popular brasileira.

e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores


étnicos de sociedades mais desenvolvidas.

Questão 6.
A tira faz uso do texto verbal e não verbal para narrar uma situação cotidiana, típica dos
tempos de redes sociais. A maneira pela qual o autor intensifica o fato de que todos no
escritório, inclusive o chefe, estão viciados na rede social se dá pelo(a)
a. fusão de texto verbal e não verbal por meio do ícone da rede social.
b. inserção do texto verbal e não verbal no quadro da tirinha de humor.
c. conhecimento prévio do leitor sobre o funcionamento das redes sociais.
d. interação entre chefe e funcionário no ambiente profissional do trabalho.
e. separação nítida entre texto verbal e não verbal utilizada na tirinha.

Questão 7. . As figuras de linguagem, para além dos conceitos gramaticais, são elementos
estilísticos pois:
a) Auxiliam apenas na beleza do texto, pois apresentam plurissignificação, mas só servem
ao serem percebidas pelos falantes.
b) São elementos que auxiliam na singularidade da língua, logo precisam ser observados
tanto enquanto estrutura como em organização gramatical.
c) São elementos que auxiliam na plurissignificação da língua, que apresenta não somente
um novo significado, mas são operações enunciativas para intensificar o sentido de
algum elemento do discurso.
d) São códigos linguísticos que expressam literariedade da língua.
e) São elementos que não auxiliam na plurissignificação da língua, mas são operações
enunciativas para intensificar o sentido de algum elemento do discurso.
Questão 8.

A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se


divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta,
um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam
o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e
migrações.

DUARTE, M. O guia dos curiosos.

São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Predomina no texto a função da linguagem

a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.


b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.

c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.

d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.

e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

Questão 9. Leia o poema abaixo.


Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.

b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.

c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.

d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.

e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Questão 10. Analise as frases a seguir:


I. A Amazônia é o pulmão do mundo.
II. O marido relata ter bebido apenas dois copos de leite.
III. O suspeito resolveu quebrar o silêncio.
IV. A mulher alega que tem cinco bocas para alimentar.
As frases se estruturam sobre as figuras de linguagem:
a) Metáfora e comparação.
b) Metonímia e antítese.
c) Metáfora e antítese.
d) Metonímia e comparação.
e) Metáfora e metonímia.

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