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Cristiane Adad

@prof.crisadad

Cristiane Adad

cristianeadad@hotmail.com
OAB 2021.2

OAB TEMAS MAIS COBRADOS QUANTAS VEZES


1ª Remuneração e Salário 39 x

2ª Contrato de Trabalho 17x

3ª Direito Coletivo do Trabalho 12x

4ª Extinção do Contrato de Trabalho 10x

5ª Responsabilidade por Verbas 7x


Trabalhistas
PRINCÍPIOS TRABALHISTAS
1.1 PROTEÇÃO:
• Princípio in dubio pro operário: o intérprete, ao analisar uma disposição jurídica que disponha sobre regra
trabalhista, deve optar, dentre duas ou mais interpretações possíveis, pela mais favorável ao empregado.
• Princípio da norma mais favorável: Assim, em havendo diversas normas válidas incidentes sobre a relação de
emprego, o operador jurídico deve buscar aquela mais favorável ao trabalhador, ainda que esta norma esteja
em posição hierárquica inferior no sistema jurídico
• Princípio da condição mais benéfica: garante ao empregado, ao longo do contrato, a manutenção das
vantagens conquistadas, que se revestem do caráter de direito adquirido, incorporando ao patrimônio do
trabalhador
1.2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS:
Em regra, os direitos trabalhistas são irrenunciáveis, não podendo o empregado despojar-se, por sua simples
manifestação de vontade, das vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem jurídica e o contrato
1.3. PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL:
Ficam vedados descontos nos salários, salvo nos casos previstos em lei ou em norma coletiva. Isso se explica pelo
caráter alimentar do salário, o qual deve ter assegurado o seu valor, montante e disponibilidade em benefício do
empregado
1.4. PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE SALARIAL:
Veda-se a redução (diminuição) dos salários dos trabalhadores, exceto convenção ou
acordo coletivo (artigo 7º, inciso VI, da Constituição Federal). Portanto, para que essa redução
salarial seja válida, há necessidade da participação do sindicato dos trabalhadores.
Art. 7º da CRFB - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...) VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;

1.5. PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA AO EMPREGADO:


No Direito do Trabalho é vedada qualquer alteração contratual que seja lesiva ao
empregado, mesmo se houver consentimento deste.
Art. 468 da CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente desta garantia.

1.6. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA (PRINCÍPIO DO CONTRATO


REALIDADE):
A realidade dos fatos se sobrepõe às disposições contratuais escritas. Nem sempre a
roupagem atribuída à contratação corresponde à realidade. A prática habitual altera o contrato
pactuado, gerando direitos e obrigações novos às partes contratantes.
1.7. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO:
Presume-se que o contrato de trabalho foi firmado por prazo indeterminado, ante a necessidade do
trabalho para a subsistência do obreiro.
Sempre que o contrato tiver sido pactuado por prazo determinado, esta circunstância deve ser provada,
a fim de afastar a presunção de indeterminação de prazo decorrente do princípio da continuidade.
Em regra, os contratos de trabalho são de longa duração, firmados por tempo indeterminado,
presumindo-se que o empregado não deu término ao pacto laboral, conforme dispõe a súmula 212 do TST: O
ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é
do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao
empregado

1.8 Princípio da imperatividade das normas trabalhistas


No Direito do Trabalho prevalecem as regras cogentes, obrigatórias. Diante desse princípio, há restrição da
autonomia das partes em modificar as cláusulas contratuais previstas no contrato de trabalho. Exemplo: as
partes não poderão alterar a natureza do pagamento das horas extras, ou seja, essa parcela tem natureza
salarial (reflete nas demais parcelas), não podendo ser paga a título indenizatório (sem que haja o reflexo)
Referido princípio foi flexibilizado pela Reforma Trabalhista. Com ela, as convenções e acordos coletivos passam
a prevalecer sobre a lei, podendo as partes dispor acerca das matérias elencadas no art. 611-A da CLT
QUESTÕES
1. Em uma ação trabalhista, o reclamante afirma que diariamente prestava duas
horas de jornada extraordinária sem, entretanto, receber os valores destas e os
respectivos reflexos. Em sede contestatória, a empresa negou tal fato e
apresentou cartões de ponto que demonstravam horários de entrada e saída
uniformes (ponto britânico); por sua vez, o reclamante fez provas testemunhais
que comprovavam o alegado na peça exordial. Ao analisar a lide, o juiz
condenou a empresa ao pagamento das horas extras e dos respectivos
reflexos.

Tendo por base o caso hipotético apresentado, assinale a alternativa que


corresponde ao princípio do direito do trabalho aplicado em sentença.

a) Indisponibilidade de direitos
b) Continuidade da relação de emprego
c) Primazia da realidade
d) Imperatividade das normas trabalhistas
e) Intangibilidade salarial
2 Ano: 2020 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI -
Primeira Fase
Renato é um empregado doméstico que atua como caseiro no sítio de lazer do seu empregador. Contudo, a
CTPS de Renato foi assinada como sendo operador de máquinas da empresa de titularidade do seu
empregador. Renato tem receio de que, no futuro, não possa comprovar experiência na função de
empregado doméstico e, por isso, intenciona ajuizar reclamação trabalhista para regularizar a situação.

Considerando a situação narrada e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.

A) Caso comprove que, de fato, é doméstico, Renato conseguirá a retificação na CTPS, pois as anotações
nela lançadas têm presunção relativa.
B) Somente o salário poderia ser objeto de demanda judicial para se comprovar que o empregado recebia
valor superior ao anotado, sendo que a alteração na função não é prevista, e a demanda não terá
sucesso.
C) Caso Renato comprove que é doméstico, o pedido será julgado procedente, mas a alteração será feita
com modulação de efeitos, com retificação da data da sentença em diante.

D) Renato não terá sucesso na sua reclamação trabalhista, porque a anotação feita na carteira profissional
tem presunção absoluta.
2. EFEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO
2.1 EFEITOS PRÓPRIOS

EMPREGADO  A disponibilidade
EMPREGADOR  remuneração da disponibilidade
 São efeitos próprios do contrato de trabalho a disponibilidade, o pagamento de salários e
demais parcelas asseguradas em lei, o poder empregatício e os deveres de lealdade e
boa-fé.

2.2 EFEITOS CONEXOS


 São efeitos conexos ao contrato de trabalho aqueles eventos que não têm natureza
trabalhista, mas que se vinculam indiretamente ao contrato de trabalho, como os direitos
de propriedade intelectual.
EFEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO
2.2 EFEITOS CONEXOS
 Na chamada invenção de serviço o trabalho intelectual constitui o próprio objeto do
contrato de trabalho, razão pela qual o direito intelectual pertence exclusivamente ao
empregador, que deve ao empregado apenas o salário.
 Se o trabalho intelectual não guarda qualquer relação com o contrato de trabalho,
decorrendo do esforço independente do empregado, a invenção é livre, pelo que
pertencem exclusivamente ao empregado os direitos intelectuais.
 Na invenção de empresa (ou casual ou mista), o trabalho intelectual não constitui o
objeto do contrato de trabalho, mas é favorecido pelos instrumentos colocados à
disposição pelo empregador. Neste caso, os direitos pertencem ao empregado e ao
empregador, em partes iguais.
EFEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO

3. Paulo Sampaio foi chamado para uma entrevista de emprego em uma empresa de tecnologia. Sabendo
que, se contratado, desenvolverá projetos de aplicativos para smartphones, dentre outras invenções, resolveu
consultar você, como advogado ;a), para saber sobre a propriedade intelectual sobre tais invenções, sendo
certo que não foi tratada nenhuma condição contratual até agora. Diante disso, de acordo com a redação da
CLT em vigor, assinale a afirmativa correta.
A) Na qualidade de empregado, toda a propriedade sobre as invenções será do empregador.
B) No curso do contrato de trabalho, as invenções realizadas pessoalmente pelo empregado, mas com
utilização de equipamentos fornecidos pelo empregador, serão de propriedade comum, em partes iguais, salvo
se o contrato de trabalho tiver por objeto pesquisa científica.
C) O empregador poderá explorar a invenção a qualquer tempo sem limitação de prazo após a concessão da
patente, uma vez que se trata de contrato de trabalho.
D) A propriedade do invento deverá ser dividida proporcionalmente após a apuração da contribuição do
empregado e o investimento em equipamentos feito pelo empregador.
3. SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO - EMPREGADOR

CONCEITO (Art. 2º, CLT)


Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige
a prestação pessoal de serviços

EMPREGADOR POR EQUIPARAÇÃO (§1º do art. 2º da CLT)


§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da
relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de
beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem
fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
Grupo de Empresas – Grupo Econômico
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo
econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da
relação de emprego.
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias,
para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
CONFIGURAÇÃO
1) Subordinação/vertical - quando as empresas envolvidas estão sob a
direção, controle ou administração de outra
2) Coordenação/horizontal- quando, mesmo guardando cada uma das
empresas a sua autonomia, integrem grupo econômico.
SUCESSÃO TRABALHISTA
SUCESSÃO DE EMPRESAS: ART. 10, 448 E 448-A DA CLT

Mudança na estrutura jurídica ou na propriedade da empresa (sem solução de continuidade);

Continuidade do ramo do negócio (substituição na exploração do mesmo serviço);

Continuidade dos contratos de trabalho com a unidade econômica de produção (requisito facultativo).

Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus
empregados.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho
dos respectivos empregados.
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448 desta
Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam
para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar comprovada
fraude na transferência
EMPREGADOR
SÓCIO RETIRANTE
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da
sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas
até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem
de preferência:

I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.

Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar
comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.”
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADOR

4. Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII -
Primeira Fase

Um grupo econômico é formado pelas sociedades empresárias X, Y e Z. Com a crise econômica que assolou
o país, todas as empresas do grupo procuraram formas de reduzir o custo de mão de obra. Para evitar
dispensas, a sociedade empresária X acertou a redução de 10% dos salários dos seus empregados por
convenção coletiva; Y acertou a mesma redução em acordo coletivo; e Z fez a mesma redução, por acordo
individual escrito com os empregados.

Diante da situação retratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta.

A) As empresas estão erradas, porque o salário é irredutível, conforme previsto na Constituição da República.
B) Não se pode acertar redução de salário por acordo coletivo nem por acordo individual, razão pela qual as
empresas Y e Z estão erradas.
C) A empresa Z não acertou a redução salarial na forma da lei, tornando-a inválida.
D) As reduções salariais em todas as empresas do grupo foram negociadas e, em razão disso, são válidas.
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADOR

5. Gustavo era proprietário de um posto de gasolina, tendo vendido o empreendimento para Paulo
e Rafael, com a devida averbação da modificação do contrato nos órgãos competentes. Não se
confirmou nenhuma fraude na alteração societária. Tendo em vista a responsabilidade de Gustavo
por eventuais obrigações trabalhistas dos empregados do posto de gasolina, nos termos da
legislação vigente, é correto afirmar que a responsabilidade do sócio retirante é

a) subsidiária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até
dois anos depois de averbada a modificação do contrato, desde que observada a ordem de
preferência de cobrança, primeiramente, da empresa devedora, depois dos sócios atuais e por
último dos sócios retirantes.
b) subsidiária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até
cinco anos depois de averbada a modificação do contrato, desde que observada a ordem de
preferência de cobrança, primeiramente, da empresa devedora, depois dos sócios atuais e por
último dos sócios retirantes.
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADOR

c) solidária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações


ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, desde
que observada a ordem de preferência de cobrança, primeiramente, da
empresa devedora, depois dos sócios atuais e por último dos sócios retirantes

d) solidária, relativa ao período em que figurou como sócio, somente em ações


ajuizadas até cinco anos depois de averbada a modificação do contrato, desde
que observada a ordem de preferência de cobrança, primeiramente, da
empresa devedora, depois dos sócios atuais e por último dos sócios retirantes
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADOR

6. A empresa de confecção “Malha Boa" estava passando por dificuldades financeiras. Por esta
razão demitiu 8 (oito) de seus 20 (vinte) funcionários, sem arcar com os direitos trabalhistas
rescisórios dos mesmos. Três (03) dias após estas demissões, a empresa foi vendida a um grande
grupo industrial do ramo de tecidos. No ato da compra, o novo empregador demitiu mais 2 (dois)
funcionários do quadro antigo, manteve 10 (dez) e contratou outros 15 (quinze) novos funcionários.
O novo empregador, manteve ainda, o maquinário antigo, comprou novas máquinas e mudou a
razão social da empresa.
Diante desta sucessão empresarial, marque a assertiva CORRETA.

a) Os créditos trabalhistas devidos aos 02 (dois) funcionários demitidos no ato da compra da


empresa, são de responsabilidade do antigo empregador, pois aquele que comprou a empresa
não tem obrigação de manter os empregados antigos.
b) Os créditos trabalhistas devidos aos primeiros 08 (oito) funcionários demitidos são de
responsabilidade do antigo empregador, enquanto cabe à empresa sucessora somente os
créditos trabalhistas dos outros 02 (dois) funcionários que ela própria demitiu.
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO – EMPREGADOR

c) Os créditos trabalhistas devidos aos 08 (oito) funcionários demitidos antes da


sucessão, bem como os devidos aos 02 (dois) funcionários demitidos no ato da
compra da empresa serão de responsabilidade exclusiva do antigo
empregador.

d) Os créditos trabalhistas devidos aos 08 (oito) funcionários demitidos antes da


sucessão, bem como os devidos aos 02 (dois) funcionários demitidos no ato da
compra da empresa serão de responsabilidade da empresa sucessora.
EMPREGADO HIPERSUFICIENTE

EMPREGADO HIPERSUFICIENTE
 Os hipersuficiente são aqueles que não dependem mais de sindicato para a negociação de suas condições
de trabalho. Com a reforma trabalhista, esta figura ganha mais autonomia, pois o que for decidido entre
este empregado e seu empregador passa a equivaler a um acordo coletivo ou a convenção da sua
categoria. Antes dessas mudanças, esse tipo de negociação só teria validade com a participação do
sindicato.
Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes
interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos
contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses
previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os
instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que
perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social..
EMPREGADO

EMPREGADO HIPERSUFICIENTE
7. Determinado empregado, admitido, em dezembro de 2020, para o exercício da função de
engenheiro químico, com o salário de R$ 18.000,00 mensais, pactuou com seu empregador o
banco de horas anual, a redução do intervalo para 30 minutos e o enquadramento do grau de
insalubridade. Considerando a situação proposta e a legislação trabalhista atual, é possível afirmar
que a pactuação é
a) nula apenas em relação ao banco de horas anual, que depende de negociação coletiva.
b) nula em relação ao banco de horas anual e o enquadramento do grau de insalubridade, que
dependem de negociação coletiva.
c) nula apenas em relação ao enquadramento do grau de insalubridade, pois se trata de questão
afeta a normas de ordem pública.
d) válida, pois a situação relatada não depende de negociação coletiva.
5. EMPREGADO:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
CARACTERÍSTICAS:
a) Pessoa Física
b) Pessoalidade
c) Subordinação
d) Não-eventualidade
e) Onerosidade
f) Alteridade
OBS: CUIDADO COM A DOMÉSTICA
MAIS DE DUAS VEZES POR SEMANA
PESSOA FÍSICA OU FAMÍLIA
SEM FINALIDADE LUCRATIVA
AUTÔNOMO

Art. 442-B. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem
exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3o desta
Consolidação.

VOLUNTÁRIO
Conceito (Art. 1º, Lei 9.608/98)
Atividade não remunerada;
Não gera vínculo de emprego, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou
afim;
Prestada por pessoa física;
Prestação de serviços à entidade pública de qualquer natureza, ou à instituição privada de
fins não lucrativos;
Objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social.
Formalidades (Art. 2º)
Termo de adesão (entidade x prestador do serviço voluntário)
ESTAGIÁRIO
Conceito
Ato educativo escolar supervisionado (Art. 1º);
Desenvolvido no ambiente de trabalho;
Visando à preparação para o trabalho produtivo de educandos;
Faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando (§ 1º , art.
1º);
Não poderá exceder 2 anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência (art. 11);
Os estagiários devem ser alunos que frequentam o ensino regular.
Trabalhador Eventual:
Características
Admitido em caráter provisório, por breve tempo e por circunstâncias excepcionais ou transitórias da
empresa;
Prestado ocasionalmente, e não atribui ao executor à condição jurídica de empregado;
Descontínuo;
Executado em benefício de uma pluralidade de empregadores;
Curta duração do trabalho;
Evento certo, determinado e episódico quanto à dinâmica do empreendimento;
Trabalho não correspondente aos fins normais do empreendimento.
TRABALHADOR AVULSO:
CF/88, art. 7º XXXIV, Lei 12.023/2009
Igualdade de direitos com os empregados;
As atividades de movimentação de mercadorias desenvolvidas em áreas urbanas ou rurais sem
vínculo empregatício;
Intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão-de-obra (OGMO)
por meio de ACT/CCT para execução das atividades.
Presta serviços a diversas empresas;
Sem fixação de fonte tomadora;
Pequena duração da prestação dos serviços.
Pode ser portuário (Lei 8.630/93) ou não portuário
COOPERATIVAS DE TRABALHO:
Art. 1.094 do Código Civil
Reunião de pessoas com a finalidade de melhorar as condições de vida;
Presunção relativa de ausência de vínculo empregatício entre a cooperativa e seus associados e
entre estes e os tomadores de serviços daquela;
Artigo 442 da CLT: “Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo
empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela”.
.
6. CONTRATO DE TRABALHO - MODALIDADES DE CONTRATO
TELETRABALHO ART. 75-A

APÓS AS MP`S 1108 E 1109

Art. 75-B. Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de serviços fora das dependências do
empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de tecnologias de informação e de
comunicação, que, por sua natureza, não se configure como trabalho externo.
§ 1º O comparecimento, ainda que de modo habitual, às dependências do empregador para a realização de
atividades específicas, que exijam a presença do empregado no estabelecimento, não descaracteriza o regime
de teletrabalho ou trabalho remoto.

§ 2º O empregado submetido ao regime de teletrabalho ou trabalho remoto poderá prestar serviços por
jornada ou por produção ou tarefa.

§ 3º Na hipótese da prestação de serviços em regime de teletrabalho ou trabalho remoto por produção ou


tarefa, não se aplicará o disposto no Capítulo II do Título II desta Consolidação
§ .4º O regime de teletrabalho ou trabalho remoto não se confunde e nem se equipara à ocupação de operador
de telemarketing ou de teleatendimento.

§ 5º O tempo de uso de equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessária, e de softwares, de


ferramentas digitais ou de aplicações de internet utilizados para o teletrabalho, fora da jornada de trabalho normal
do empregado não constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se houver previsão
em acordo individual ou em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

§ 6º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho ou trabalho remoto para estagiários e aprendizes.

§ 7º Aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se as disposições previstas na legislação local e nas
convenções e acordos coletivos de trabalho relativas à base territorial do estabelecimento de lotação do
empregado.

§ 8º Ao contrato de trabalho do empregado admitido no Brasil que optar pela realização de teletrabalho fora do
território nacional, aplica-se a legislação brasileira, excetuadas as disposições constantes na Lei nº 7.064, de 6 de
dezembro 1982, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

§ 9º Acordo individual poderá dispor sobre os horários e os meios de comunicação entre empregado e
empregador, desde que assegurados os repousos legais
.
APÓS AS MP`S 1108 E 1109

Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho ou trabalho remoto deverá constar
expressamente do contrato individual de trabalho.

§ 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo
entre as partes, registrado em aditivo contratual. - CONTINUOU IGUAL

§ 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do
empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo
contratual. CONTINUOU IGUAL

§ 3º O empregador não será responsável pelas despesas resultantes do retorno ao trabalho presencial, na
hipótese do empregado optar pela realização do teletrabalho ou trabalho remoto fora da localidade
prevista no contrato, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes. FOI ACRESCIDO
.
CONTRATO DE TRABALHO
MODALIDADES DE CONTRATO
TELETRABALHO ART. 75-A

Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou


fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à
prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão
previstas em contrato escrito.
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do
empregado.
Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto
às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de trabalho.
Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a seguir
as instruções fornecidas pelo empregador.
Art. 75-F. Os empregadores deverão conferir prioridade aos empregados com deficiência e aos
empregados e empregadas com filhos ou criança sob guarda judicial até quatro anos de idade
na alocação em vagas para atividades que possam ser efetuadas por meio do teletrabalho ou trabalho
remoto. - NOVO
.
MODALIDADES DE CONTRATO
TELETRABALHO ART. 75-A

8. OAB/2021
Luiz e Selma são casados e trabalham para o mesmo empregador. Ambos são teletrabalhadores, tendo o
empregador montado um home office no apartamento do casal, de onde eles trabalham na recepção e no
tratamento de dados informatizados. Para a impressão dos dados que serão objeto de análise, o casal
necessitará de algumas resmas de papel, assim como de toner para a impressora que utilizarão. Assinale a opção
que indica quem deverá arcar com esses gastos, de acordo com a CLT.
A) Cada parte deverá arcar com 50% desse gasto.
B) A empresa deverá arcar com o gasto porque é seu o risco do negócio.
C) A responsabilidade por esse gasto deverá ser prevista em contrato escrito.
D) O casal deverá arcar com o gasto, pois não há como o empregador fiscalizar se o material será utilizado
apenas no trabalho.
.
CONTRATO DE TRABALHO
MODALIDADES DE CONTRATO
TELETRABALHO ART. 75-A

9. Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira
Fase
Júlia é analista de sistemas de uma empresa de tecnologia e solicitou ao empregador trabalhar remotamente.

Sobre a pretensão de Júlia, observados os termos da CLT, assinale a afirmativa correta.

A) O teletrabalho só pode ser assim considerado se a prestação de serviços for totalmente fora das
dependências da empresa.
B) O ajuste entre Júlia e seu empregador poderá ser tácito, assim como ocorre com o próprio contrato de
trabalho.
C) O computador e demais utilidades que se fizerem necessárias para o trabalho remoto de Júlia não integrarão
sua remuneração.
O ajuste entre as partes para o trabalho remoto deverá ser por mútuo consentimento, assim como o retorno ao
trabalho presencial
7. MODALIDADES DE CONTRATO
TRABALHO INTERMITENTE ART. 452-A
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter
especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou
àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato
intermitente ou não.
§ 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços,
informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.
§ 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado,
presumindo-se, no silêncio, a recusa.
§ 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente
§ 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à
outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria devida,
permitida a compensação em igual prazo
§ 5o O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o
trabalhador prestar serviços a outros contratantes.
MODALIDADES DE CONTRATO
TRABALHO INTERMITENTE ART. 452-A
§ 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das
seguintes parcelas:
I - remuneração;
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III - décimo terceiro salário proporcional;
IV - repouso semanal remunerado; e
V - adicionais legais
§ 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das
parcelas referidas no § 6o deste artigo
§ 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao
empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações.
§ 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de
férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador.
.
INTERMITENTE
10. A churrascaria Boi Gordo tem movimento variado ao longo dos diversos meses do ano. A
variação também ocorre em algumas semanas, razão pela qual decidiu contratar alguns
empregados por meio do chamado contrato intermitente. Diante disso, esses pretensos
empregados ficaram com dúvidas e consultaram você, como advogado(a), para esclarecer
algumas questões. Assinale a opção que indica, corretamente, o esclarecimento prestado.
A) O tempo de resposta do empregado em relação à convocação para algum trabalho é de um
dia útil para responder ao chamado, e o silêncio gera presunção de recusa.
B) O empregador poderá convocar o empregado de um dia para o outro, sendo a
antecedência de um dia útil, portanto.
C) Para o empregado existe um limite de recusas por mês. Extrapolado o número de três
recusas no mês, considerar-se-á rompido o contrato.
D) O contrato intermitente pode ser tácito ou expresso, verbal ou escrito.
8. TERCEIRIZAÇÃO
TERCEIRIZAÇÃO
 É a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à
pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua
execução.
 É a relação triangular formada entre trabalhador, empresa prestadora de serviços e tomador dos serviços. O empregado se
vincula (estabelece relação de emprego) à empresa prestadora de serviços que, por sua vez, fornece (através de um
contrato civil) a atividade a um tomador de serviços.
TRABALHO TEMPORÁRIO
 é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal
permanente ou a demanda complementar de serviços.
 Quanto à forma, o trabalho temporário exige contrato escrito tanto entre a empresa tomadora e a empresa de trabalho
temporário, quanto entre o trabalhador e a empresa de trabalho temporário.
 No trabalho temporário o empregado fica diretamente subordinado ao tomador dos serviços, pelo que o poder diretivo é
compartilhado.
 O prazo máximo do contrato de trabalho temporário é de 180 dias, consecutivos ou não. Este prazo pode ainda ser
prorrogado por até 90 dias, consecutivos ou não, desde que comprovada a manutenção das condições que ensejaram a
contratação temporária.
TERCEIRIZAÇÃO
TRABALHO TEMPORÁRIO
 tomadora de serviços em novo contrato temporário após 90 dias, contados do término do contrato anterior.
 A inobservância deste prazo (90 dias entre dois contratos temporários do mesmo trabalhador com a mesma
tomadora) caracteriza vínculo empregatício com a tomadora.
 Em caso de efetivação do trabalhador temporário pela tomadora, é vedada a pactuação de contrato de
experiência.
 É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos
trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela designado.
TERCEIRIZAÇÃO TRADICIONAL
 Terceirização da atividade -Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica
de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua
execução.
 Quarteirização ou terceirização em cadeia: • Expressamente permitida pela Lei.
.
TERCEIRIZAÇÃO

TERCEIRIZAÇÃO TRADICIONAL
 . Cláusula de barreira: • O empregado que for demitido não poderá prestar serviços para esta
mesma empresa na qualidade de empregado de empresa prestadora de serviços antes do
decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir da demissão do empregado
 Responsabilidade pelas condições de SST: - É responsabilidade da contratante garantir as
condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado
em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato. Responsabilidade do
tomador pelos créditos trabalhistas:
 A contratante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas e previdenciárias
referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços.
 Terceirização na Administração Pública: • Em princípio, continua sendo permitida apenas a
terceirização de atividade-meio no âmbito da Administração
CONTRATO DE TRABALHO
MODALIDADES DE CONTRATO
TERCEIRIZAÇÃO
11 OAB/2021
Uma indústria de chocolates constatou que precisava de mais trabalhadores para produzir ovos de Páscoa e,
em razão disso, contratou vários trabalhadores temporários, pelo prazo de 30 dias, por meio de uma empresa
de trabalho temporário. Maria era uma dessas trabalhadoras temporárias. Ocorre que a empresa contratada (a
empresa de trabalho temporário) teve a falência decretada pela Justiça e não pagou nada a esses trabalhadores
temporários. Maria procura você, como advogado(a), para saber se a indústria de chocolates, tomadora do
serviço, teria alguma responsabilidade. Sobre a hipótese, de acordo com a norma de regência, assinale a
afirmativa correta.
A) A indústria de chocolates contratante terá responsabilidade solidária.
B) Não haverá qualquer tipo de responsabilidade da contratante, porque a terceirização foi lícita.
C) A então contratante se tornará empregadora dos trabalhadores temporários em razão da falência da empresa
contratada.
D) A indústria de chocolates contratante terá responsabilidade subsidiária se isso estiver previsto no contrato
que entabulou com a empresa prestadora dos serviços.
.
9. MOTORISTA PROFISSIONAL

 Considera-se motorista profissional aquele cuja profissão, remunerada, é conduzir veículo automotor, seja como
autônomo, seja mediante vínculo empregatício.

 Veículo automotor é todo veículo a motor ou propulsão que circula por seus próprios meios, em via terrestre,
e que é utilizado para transporte de coisas ou pessoas ou ainda para a tração de unidades de disposição de carga
ou de acomodação de passageiros.

SÃO ASSEGURADOS OS SEGUINTES DIREITOS AOS MOTORISTAS EMPREGADOS:


 Não responder perante o empregador por prejuízo patrimonial decorrente da ação de terceiro, ressalvado o dolo
ou a desídia do motorista, nesses casos mediante comprovação, no cumprimento de suas funções;
 Ter jornada de trabalho controlada e registrada de maneira fidedigna mediante anotação em diário de bordo,
papeleta ou ficha de trabalho externo, ou sistema e meios eletrônicos instalados nos veículos, a critério do
empregador; e
 Ter benefício de seguro de contratação obrigatória assegurado e custeado pelo empregador, destinado à
cobertura de morte natural, morte por acidente, invalidez total ou parcial decorrente de acidente, traslado e
auxílio para funeral referentes às suas atividades, no valor mínimo correspondente a 10 (dez) vezes o piso salarial
de sua categoria ou valor superior fixado em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
MOTORISTA PROFISSIONAL

 Considera-se motorista profissional aquele cuja profissão, remunerada, é conduzir veículo automotor, seja como
autônomo, seja mediante vínculo empregatício.

 Veículo automotor é todo veículo a motor ou propulsão que circula por seus próprios meios, em via terrestre,
e que é utilizado para transporte de coisas ou pessoas ou ainda para a tração de unidades de disposição de carga
ou de acomodação de passageiros.

SÃO ASSEGURADOS OS SEGUINTES DIREITOS AOS MOTORISTAS EMPREGADOS:


 Não responder perante o empregador por prejuízo patrimonial decorrente da ação de terceiro, ressalvado o dolo
ou a desídia do motorista, nesses casos mediante comprovação, no cumprimento de suas funções;
 Ter jornada de trabalho controlada e registrada de maneira fidedigna mediante anotação em diário de bordo,
papeleta ou ficha de trabalho externo, ou sistema e meios eletrônicos instalados nos veículos, a critério do
empregador; e
 Ter benefício de seguro de contratação obrigatória assegurado e custeado pelo empregador, destinado à
cobertura de morte natural, morte por acidente, invalidez total ou parcial decorrente de acidente, traslado e
auxílio para funeral referentes às suas atividades, no valor mínimo correspondente a 10 (dez) vezes o piso salarial
de sua categoria ou valor superior fixado em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
MOTORISTA PROFISSIONAL
JORNADA
A jornada de trabalho do motorista (ou de seu ajudante) é de 8 horas diárias e 44 horas semanais (art. 7º inciso
XIII da CF), salvo disposição mais favorável em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Salvo previsão contratual, a jornada de trabalho do motorista empregado não tem horário fixo de início, de final
ou de intervalos.

De acordo com o art. 67-C do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é vedado ao motorista profissional dirigir
por mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de
transporte rodoviário de cargas.

Poderá ser prorrogada a jornada de trabalho por até 2 horas extraordinárias, sendo considerado como
trabalho efetivo o tempo que o motorista estiver à disposição do empregador, excluídos os intervalos para
refeição, repouso, descanso e tempo de espera.

Nota: Não será considerado como jornada de trabalho nem ensejará o pagamento de qualquer remuneração, o
período em que o motorista ou o ajudante ficarem espontaneamente no veículo usufruindo do intervalo de
repouso diário ou durante o gozo de seus intervalos intrajornadas.
MOTORISTA PROFISSIONAL
EXAME TOXICOLÓGICO NA CLT
É importante frisar que a Lei 14.071/20 trouxe alterações no exame toxicológico apenas para as
regras de trânsito permanecendo inalteradas as regras previstas na CLT.

Como já asseverado o exame toxicológico passou a ser exigido com a vigência da Lei 13.103/15,
que inseriu os artigos 148-A no CTB e 235-B, inciso VII, da CLT.

Na CLT o exame toxicológico passou a ser obrigatório quando da admissão do motorista e


quando da sua demissão e no CTB passou a ser exigido quando da renovação da CNH e
habilitação das categorias C, D e E, e, periodicamente, para os fins previstos nos par.2º e 3º, do
artigo 148-A da CTB.

O artigo 235-B da CLT, que trata dos deveres do motorista profissional empregado, com a
redação original que lhe foi dada pela Lei 12.619/12, previa no inciso VII, a obrigação do mesmo
se submeter a teste e a programa de controle de uso de droga e de bebida alcoólica, instituído
pelo empregador, com ampla ciência do empregado.
.
MOTORISTA PROFISSIONAL
OAB XXXV – 2022
12. A sociedade empresária Transportes Canela Ltda., que realiza transporte rodoviário de
passageiros, abriu processo seletivo para a contratação de motoristas profissionais e
despachantes. Interessados nos cargos ofertados, Sérgio se apresentou como candidato ao
cargo de motorista e Bárbara, ao cargo de despachante. A sociedade exigiu de ambos a
realização de exame toxicológico para detecção de drogas ilícitas como condição para a
admissão. Considerando a situação de fato e a previsão legal, assinale a afirmativa correta.
A) Em hipótese alguma, o exame poderia ser feito, uma vez que viola a intimidade dos
trabalhadores.
B) O exame pode ser feito em ambos os empregados, desde que haja prévia autorização
judicial.
C) O exame seria válido para Sérgio por expressa previsão legal, mas seria ilegal para Bárbara.
D) É possível o exame em Bárbara se houver fundada desconfiança da empresa, mas, para
Sérgio, não pode ser realizado
.
10. EMPREGADO DOMÉSTICO
Requisitos para caracterização:
 Pessoalidade;
 Continuidade (em vez de não eventualidade) mais de dois dias por semana;
 Onerosidade;
 Subordinação;
 Atividade sem finalidade lucrativa (os serviços prestados devem ter valor limitado ao uso/
consumo do tomador);
 Tomador de serviços deve ser pessoa física ou família (ou, no máximo, grupo de pessoas físicas,
como república estudantil);
 Não importa a natureza dos serviços prestados (pode ser cozinheiro, jardineiro, motorista, caseiro
etc.);
 Não importa o local da prestação dos serviços (mesmo na área rural será doméstico; por exemplo,
o caseiro de sítio de lazer).
..
13.Pedro é segurança particular de um importante empresário baiano, eleito e
recentemente empossado como vereador, e com ele trabalha há 2 anos e 5
meses.
Pedro acompanha o empregador até os seus negócios em Salvador e retorna com
ele à sua residência, no mesmo município. Eventualmente Pedro conduz seu patrão
para a fazenda de lazer que o empregador possui no interior do estado. Pedro
trabalha 4 dias na semanas, com horário fixo de 8 horas diárias.
Diante da situação apresentada e de acordo com os preceitos legais de regência,
assinale a opção que define a condição jurídico-trabalhista de Pedro.
A) Trabalhador temporario
B) Empregado doméstico
C)Trabalhador autónomo
D)Empregado rural
14. Matias é motorista da família Silva prestando seus serviços três dias da
semana, no qual leva e busca as crianças na escola. Felícia é jardineira
exercendo suas atividades para a família Silva quatro vezes por semana.
Gilberto faz faxina na residência da família Silva uma vez por semana. E, por
fim, Deise é acompanhante da matriarca da família Silva duas vezes por
semana. Nestes casos, observando-se o requisito temporal e considerando que
os demais requisitos legais estão presentes, tratam-se de empregados
domésticos
a) Matias e Felícia, apenas.
b) Matias, Felícia e Deise, apenas.
c) Matias, e Deise, apenas.
d) Matias, Felícia, Gilberto, apenas.
11. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO:

FORMAS DE FIXAÇÃO DO PRAZO:

– Termo certo;

– Termo incerto, pela execução de serviços especificados;

– Termo incerto, pela realização de determinado acontecimento suscetível de previsão aproximada.

HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO POR PRAZO DETERMINADO:

– Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;

– Atividades empresariais de caráter transitório;

– Contrato de experiência;

– Contratos cuja determinação de prazo é imperativa, conforme legislação não consolidada. EX: ATLETA
FORMA:

pode ser verbal, embora seja muito difícil a prova. Não pode ser firmado tacitamente. •

LIMITE DE PRAZO:

– Dois anos para os contratos por prazo determinado (celetistas);

– 90 dias para o contrato de experiência;

– O limite fixado nas leis não consolidadas.

PRORROGAÇÃO:

admitida uma única vez, desde que não extrapole o prazo máximo admitido para o contrato.

SUCESSÃO DE CONTRATOS:

se ocorrer dentro de seis meses, o contrato será considerado por prazo indeterminado, salvo em caso de
serviços especificados ou em face de certos acontecimentos.
RESCISÃO ANTECIPADA:

• Sujeita a parte que tomou a iniciativa a indenizar a outra, nos seguintes termos:

– Iniciativa do empregador → indenização equivalente à metade dos salários devidos até o final do contrato;

– Iniciativa do empregado → indenização pelos prejuízos causados, até o limite da metade dos salários devidos
até o final do contrato;

– As indenizações são compatíveis com o regime do FGTS.

CLÁUSULA ASSECURATÓRIA DO DIREITO RECÍPROCO DE RESCISÃO ANTECIPADA:

 se existente, a ruptura antecipada é regulada pelos princípios aplicáveis à extinção antecipada dos contratos
por prazo indeterminado.

ESTABILIDADES (GARANTIAS DE EMPREGO):

• em regra, são incompatíveis com os contratos por prazo determinado. Admite-se, contudo, atualmente de forma
consolidada na jurisprudência do TST, a estabilidade do empregado acidentado (acidente de trabalho) no curso
do contrato a termo, bem como da empregada que engravida (gestante) no curso do contrato por prazo
determinado.
12. OUTROS CONTRATOS A TERMO

CONTRATO DE SAFRA:
O contrato de safra é aquele que tem a sua duração dependente das variações estacionais de atividade
agrária.
Como se pode perceber, é utilizado nos casos de empregador rural, que deseje contratar trabalhadores
para a realização de atividades relacionadas à agricultura, e poderá durar desde o momento do preparo do
solo até o momento da realização da colheita – devendo, é claro, estar limitado a 2 anos.
CONTRATO DE OBRA CERTA:
É o contrato utilizado no ramo da construção civil, nos casos em que o empregador precisa de
trabalhador(es) especificamente para a execução de obra ou serviço certo.
Quanto a esse tipo de contrato, é importante perceber a especificidade de que, caso ele dure mais de um
ano, o empregado terá direito a uma indenização por tempo de trabalho, correspondente a 70% da
remuneração de um mês.
A vantagem de optar por esse tipo de pactuação é a mesma dos demais contratos a termo, uma vez que
permite à construtora a manutenção de vínculo empregatício somente quando está efetivamente
precisando daquela mão de obra, extinguindo-se o contrato após o decurso do termo.
12. OUTROS CONTRATOS A TERMO

CONTRATO DO ATLETA PROFISSIONAL


O contrato de trabalho do jogador de futebol deve ser celebrado sempre por escrito e terá prazo de três
meses a cinco anos, conforme preveem os arts. 28 e 30 da Lei 9.615/1998.
“Art. 28. A atividade do atleta profissional é caracterizada por remuneração pactuada em contrato especial
de trabalho desportivo, firmado com entidade de prática desportiva, no qual deverá constar,
obrigatoriamente:
(...)
“Art. 30. O contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência nunca inferior
a três meses nem superior a cinco anos.”
O contrato por escrito e o prazo determinado são exigências da FIFA, órgão que administra o futebol no
planeta, e da qual o Brasil é filiado por meio da CBF-Confederação Brasileira de Futebol.
Todos os contratos de trabalho são registrados na CBF, de modo que a FIFA tem conhecimento destes, bem
como de todos os contratos de trabalho das federações nacionais que integram seu quadro de membros.
QUESTÃO SOBRE ATLETA PROFISSIONAL

16. Pedro Paulo joga futebol em um clube de sua cidade, que é classificado como formador, e possui com
o referido clube um contrato de formação. Recentemente, recebeu uma proposta para assinar seu primeiro
contrato profissional. Sabedor de que não há nenhum outro clube interessado em assinar um primeiro
contrato especial de trabalho desportivo como profissional, Pedro Paulo consultou você, como
advogado(a), para saber acerca da duração do referido contrato. Diante disso, observada a Lei Geral do
Desporto, assinale a afirmativa correta.

A) O contrato poderá ter prazo indeterminado.

B) O contrato poderá ter duração máxima de cinco anos.

C) O contrato poderá ter duração máxima de três anos.

D) Não há prazo máximo estipulado, desde que seja por prazo determinado
13. APRENDIZ
 A Medida Provisória (MP) 1.116/2022, editada no dia 4 de maio, alterou diversas regras relacionadas à
contratação de jovens e adolescentes por meio do programa Jovem Aprendiz (também chamado de
Aprendiz Legal).
 Dentre as principais mudanças, o texto, acompanhado do Decreto 11.061/2022, publicado na mesma data,
aumenta a idade-limite do aprendiz, ESTENDE O PERÍODO DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM E
DEFINE NOVOS PARÂMETROS PARA CUMPRIMENTO DAS COTAS.
 Além disso, a MP INSTITUI O PROJETO NACIONAL DE INCENTIVO À CONTRATAÇÃO DE
APRENDIZES, por meio do qual as empresas participantes podem se regularizar em caso de
descumprimento da reserva de vagas destinada a aprendizes.
IDADE DE APRENDIZAGEM
 A legislação prevê que jovens de 14 a 24 anos podem ser contratados como aprendizes.
 A MP, em geral, não altera a faixa etária, mas estipula que a idade máxima não se aplique a pessoas com
deficiência.
 Além disso, aprendizes que exerçam atividades proibidas a menores de 21 anos podem permanecer nesta
modalidade de contratação até os 29 anos.
 Inclusive, para os dois casos excepcionais citados acima, fica autorizada a contratação como aprendiz
mesmo após os 24 anos.
13. APRENDIZ
PRAZO DO CONTRATO
 O prazo máximo do contrato de aprendizagem PASSA DE DOIS PARA TRÊS ANOS.
Para pessoas com deficiência, não há período limite.
 Além disso, o contrato pode ser firmado por QUATRO ANOS nas seguintes situações:
• aprendiz que, na contratação, tiver entre 14 e 15 anos incompletos;
• jovem egresso do sistema socioeducativo ou que esteja em cumprimento de medidas
socioeducativas;
• jovem que esteve em cumprimento de pena no sistema prisional
• jovem que integre famílias beneficiárias do programa Auxílio Brasil;
• jovem que esteja em regime de acolhimento institucional;
• jovem protegido pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de
Morte.
13. APRENDIZ
EFETIVAÇÃO DE APRENDIZ
 Outra novidade é que, em determinados casos, o jovem contratado como aprendiz será contado em
dobro para efeito do cumprimento da cota.
Enquadram-se nesta situação os seguintes perfis:
• jovem egresso do sistema socioeducativo ou que esteja em cumprimento de medidas socioeducativas;
• jovem que esteve em cumprimento de pena no sistema prisional;
• jovem que integre famílias beneficiárias do programa Auxílio Brasil;
• jovem que esteja em regime de acolhimento institucional;
• jovem protegido pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte;
• jovem egresso do trabalho infantil;
• jovem com deficiência.
 Vale destacar que a contagem em dobro se aplica aos contratos de aprendizagem celebrados a partir
de 5 de maio de 2022. Além disso, a contagem será invalidada caso a empresa substitua os atuais
aprendizes como forma de facilitar o cumprimento da meta.
13. APRENDIZ
JORNADA DO APRENDIZ
 A jornada de trabalho do aprendiz é de no máximo 6 (seis) horas diárias (art. 432 da CLT), ficando
vedada a prorrogação e a compensação de jornada, podendo chegar ao limite de 8 (oito) horas
diárias, desde que o aprendiz tenha completado o ensino fundamental e se nelas forem computadas
as horas destinadas à aprendizagem teórica.
 A jornada do aprendiz compreende as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, simultâneas
ou não, cabendo à entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica fixá-las no plano
do curso.
SALÁRIO
Ao aprendiz é garantido, preservada a condição mais benéfica:
 salário mínimo hora, considerado para tal fim o valor do salário mínimo nacional.
FGTS
 Os depósitos do FGTS nos contratos de aprendizagem tiveram a alíquota reduzida de 8% para 2%,
conforme § 7º do art. 15 da Lei 8.036/90 - (Incluído pela Lei nº 10.097/2000).
QUESTÃO DE APRENDIZ
17.Determinado empregado aprendiz, com jornada das 6h00 às 12h00, celebrou acordo
de prorrogação de horas com seu empregador, obrigando-se a trabalhar mais duas
horas diárias por duas vezes na semana. Diante dessa situação, é correto afirmar que
A) o acordo de prorrogação é legal, pois a jornada total corresponde ao máximo de 8
(oito) horas.
B) o acordo de prorrogação é ilegal, mas serão devidas as horas extras laboradas além
da sexta diária.
C) as horas extras só poderão integrar o banco de horas, por se tratar de contrato de
aprendizagem.
D) a validade do acordo de prorrogação dependerá da concordância do representante
legal, se o aprendiz for adolescente
14. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONTRATO DE TRABALHO

Elementos essenciais (Art. 104 do Cód. Civil)


a) Capacidade das partes (Capacidade do empregado e capacidade do empregador)
a.1) Empregador (pessoa física ou jurídica)
a.2) Empregado (Capacidade plena: 16 aos 18 anos, e a partir dos 14 como aprendiz)

b) Licitude do Objeto - Art. 166, II do CC


É nulo o negócio jurídico quando: for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto
DIFERENÇA ENTRE ATIVIDADE ILÍCITA E ATIVIDADE IRREGULAR OU PROIBIDA

C) Forma Regular ou Não proibida – Art. 107, CC e 443,CLT


Regra: Não exige forma específica
Exceção: contratos solenes (ex.: Intermitente, terceirizados)
CONTRATO DE TRABALHO – ELEMENTOS DO CONTRATO
18. Em agosto de 2012, um Município contratou diretamente uma pessoa física para atendimento ao público no
balcão de uma de suas repartições, sem concurso público e sem que ela ocupasse cargo de confiança ou
houvesse qualquer urgência. Um ano após, realizou a dispensa dessa pessoa, sem nada lhe pagar, o que
motivou o ajuizamento de reclamação trabalhista pela pessoa contratada.

Sobre essa situação, de acordo com o entendimento do TST e STF, assinale a afirmativa correta.

A) O caso envolve trabalho ilícito e, assim, nenhum direito poderá ser reconhecido, sob pena de burla à
Constituição Federal.
B) O contrato em tela é proibido, mas como o trabalho beneficiou o Município e a sociedade em geral, são
devidos todos os direitos normalmente (aviso prévio, 13º salário, férias e FGTS).
C) O contrato é válido porque se trata de um ato administrativo. Todos os direitos serão respeitados (aviso
prévio, 13º salário, férias e FGTS) e a dispensa deve ser motivada, sob pena de reintegração, conforme
decidiu o STF.
D) Trata-se de contrato nulo, ensejando o pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de
horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do
FGTS.
CONTRATO DE TRABALHO – ELEMENTOS DO CONTRATO
19. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI - Primeira Fase
Paulo é policial militar da ativa da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Como policial militar, trabalha em regime de escala
24h x 72h.Nos dias em que não tem plantão no quartel, atua como segurança em uma joalheria de um shopping center, onde
tem que trabalhar três dias por semana, não pode se fazer substituir por ninguém, recebe remuneração fixa mensal e tem que
cumprir uma rotina de 8 horas a cada dia laborado. Os comandos do trabalho lhe são repassados pelo gerente-geral da loja,
sendo que ainda ajuda nas arrumações de estoque, na conferência de mercadorias e em algumas outras funções internas.
Paulo não teve a CTPS anotada pela joalheria.
Diante dessa situação, à luz das normas da CLT e da jurisprudência consolidada do TST, assinale a afirmativa correta.
A) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, razão pela qual Paulo tem vínculo empregatício com a joalheria,
independentemente do fato de ser policial militar da ativa, e de sofrer eventual punição disciplinar administrativa prevista
no estatuto do Policial Militar.
B) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, mas Paulo não poderá ter vínculo empregatício com a joalheria,
em razão da punição disciplinar administrativa prevista no estatuto do Policial Militar.
C) Não estão presentes os requisitos da relação de emprego, uma vez que Paulo poderá ser requisitado pela Brigada Militar
e não poderá trabalhar nesse dia para a joalheria.
D) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, sendo indiferente à relação de emprego uma eventual punição
disciplinar administrativa prevista no estatuto do Policial Militar, mas Paulo não pode ter vínculo empregatício com a
joalheria tendo em vista que a função pública exige dedicação exclusiva.
CONTRATO DE TRABALHO – ELEMENTOS DO CONTRATO
20. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX -
Primeira Fase
Vera Lúcia tem 17 anos e foi contratada como atendente em uma loja de conveniência, trabalhando em escala
de 12x36 horas, no horário de 19 às 7h, com pausa alimentar de 1 hora. Essa escala é prevista no acordo
coletivo assinado pela loja com o sindicato de classe, em vigor.

A empregada teve a CTPS assinada e tem, como atribuições, auxiliar os clientes, receber o pagamento das
compras e dar o troco quando necessário.

Diante do quadro apresentado e das normas legais, assinale a afirmativa correta.

A) A hipótese trata de trabalho proibido.


B) O contrato é plenamente válido.
C) A situação retrata caso de atividade com objeto ilícito.
D) Por ter 17 anos, Vera Lúcia fica impedida de trabalhar em escala 12x36 horas, devendo ser alterada a
jornada.
15. JORNADA DE TRABALHO
15.1 TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR (GERAL)

Art. 4º. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do
empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
§ 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período
extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no §
1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em
caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer
nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras:

I. Práticas religiosas;
II. Descanso; VI. Atividades de relacionamento social;
III. Lazer; VII. Higiene pessoal;
IV. Estudo; VIII. Troca de roupa ou uniforme, quando não
V. Alimentação; houver obrigatoriedade de realizar a troca na
empresa.
DURAÇÃO DO TRABALHO
HORAS IN ITINERE
 Não mais existe - Dispunha o art. 58, § 2º, da CLT que “o tempo despendido pelo empregado
até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será
computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não
servido por transporte público, o empregador fornecer a condução”.
SOBREAVISO
 Art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobreaviso e de
prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados
que faltem à escala organizada. (...)
 O sobreaviso é, nos termos legais, o tempo efetivo em que o ferroviário permanece em casa
aguardando ser chamado para o serviço. A duração máxima do tempo de sobreaviso é de 24
horas e deve ser remunerado à razão de 1/ 3 (um terço) da hora normal de trabalho (art.
244, § 2º, da CLT).
DURAÇÃO DO TRABALHO
Súm. 428. sobreaviso.
Aplicação analógica do art. 244, § 2º, da CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
14.09.2012)
I – O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só,
não caracteriza o regime de sobreaviso.
II – Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por
instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
PRONTIDÃO
 A prontidão, por sua vez, foi definida como o tempo gasto pelo ferroviário “que ficar nas dependências
da estrada, aguardando ordens”.
 Nesta hipótese, a escala de prontidão será de, no máximo, doze horas, e a hora de prontidão será
remunerada à razão de 2/ 3 do valor da hora normal de trabalho (art. 244, § 3º, da CLT).
DURAÇÃO DO TRABALHO
TEMPO RESIDUAL À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR
Dispõe o art. 58, § 1º, da CLT: Art. 58. (...) § 1º Não serão descontadas nem computadas
como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de
cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. (...)
REGRA:
 não são computadas na jornada de trabalho diferenças de até cinco minutos (para mais ou
para menos) na entrada e na saída dos empregados.
ESPÉCIES DE JORNADA (QUANTO AO CONTROLE)
Controladas
• Estabelecimento com + de 20 empregados deve manter controle de ponto.
• Se o empregador não apresenta os controles, inverte-se o ônus da prova.
• Cartões de ponto com marcações uniformes não têm validade.
DURAÇÃO DO TRABALHO
Controladas – cont.
• Empregados que laboram fora do estabelecimento também devem utilizar o registro que esteja
em seu poder, salvo se a atividade for absolutamente incompatível com o controle de horário.
• É permitido o controle de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, desde que autorizado
mediante acordo individual escrito, CCT ou ACT.
Não controladas
• Atividades externas incompatíveis com o controle de horário;
• Cargos de gerência (gestão), diretores e chefes de depto. ou filial, desde que recebam salário no
mín. 40% superior ao cargo efetivo.
• Empregados em regime de teletrabalho por tarefa ou produção.
DURAÇÃO DO TRABALHO
Observação:
• Se na prática há controle, não se aplica o disposto no art. 62, II, da CLT. Efeitos jurídicos:
• Os trabalhadores cuja jornada não é controlada não fazem jus às normas de proteção à duração
do trabalho (horas extras, adicional noturno, hora reduzida noturna e descansos, salvo o RSR).
ORGANIZAÇÃO DO HORÁRIO DE TRABALHO (Art. 74, §§ 1ºe 3º, CLT)

Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.


§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da
hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas
pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-
assinalação do período de repouso.
3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do
registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste
artigo.
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO
JORNADA NORMAL DE TRABALHO

CONCEITO
8H POR DIA / 44H POR SEMANA/ 220H POR MÊS
LEGISLAÇÃO APLICADA: CF, CLT e Leis especiais

CF, Art. 7º, XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;

CLT, Art. 58. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade
privada, não excederá de oito horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro
limite.

CUIDADO: Súm. 431. Salário-hora. Empregado sujeito ao regime geral de trabalho (art. 58,
caput, da CLT). 40 horas semanais. Cálculo. Aplicação do divisor 200
CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTOS

 Dispõe o art. 7º, XIV, da CRFB/ 88, que é direito do trabalhador a “jornada de seis
horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva”.
 FUNCIONA – 24 H POR DIA (ININTERRUPTO)
 ORGANIZA EM TURNOS
6----12-----18-----24----6
A B C D
 REVEZA OS TRABALHADORES NOS TURNOS
EXEMPLO:
1ª MÊS TURNO B
2º MÊS TURNO D
3ª MÊS TURNO C
CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTOS

•Jornada de 6h, salvo o disposto em instrumento coletivo de trabalho, que pode aumentar a
jornada para até 8h.

CARACTERIZAÇÃO – REQUISITO:
• Trabalho em turnos alternados, pelo menos dois, ainda que parte de dia e parte à noite.

OBSERVAÇÕES:
Súm. 360. Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal (mantida).
Res. 121/ 2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A interrupção do trabalho destinada a repouso e
alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o
turno de revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/ 1988.
JORNADA 12 X 36 ART. 59-A

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às


partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por
trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os
intervalos para repouso e alimentação.
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto
no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal
remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os
feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o
art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.
TEMPO PARCIAL ART. 58-A
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja
duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas
suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e
seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas
suplementares semanais.
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial
será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem,
nas mesmas funções, tempo integral.
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será
feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em
instrumento decorrente de negociação coletiva.
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão
pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora
normal.
15.3 TEMPO PARCIAL ART. 58-A

§ 4º Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser


estabelecido em número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares
a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins
do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a seis horas
suplementares semanais.
§ 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser
compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua
execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente,
caso não sejam compensadas.
§ 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um
terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.
§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta
Consolidação.
CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

JORNADAS ESPECIAIS

1) BANCÁRIOS
• Jornada de 6h diárias e 30h semanais apenas para os caixas. Divisor = 180.

• Jornada de 8h para os bancários que não exerçam função de confiança e não sejam caixas.

• A jornada especial de 6h não se aplica aos que exercem funções de direção, gerência,
fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem funções de confiança, desde que o valor
da gratificação seja pelo menos 1/ 3 do salário do cargo efetivo. Neste caso, vale a jornada
genérica (8h).

• O gerente geral de agência não tem a jornada controlada (presunção relativa), razão pela qual se
enquadra no disposto no art. 62, II, da CLT.
CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

JORNADAS ESPECIAIS

2) ADVOGADO
• 4h, 20h semanais, salvo ACT, CCT ou dedicação exclusiva.

3) ENGENHEIROS
• 8h – DECISÃO DO SUPREMO SOBRE REMUNERAÇÃO

4) MÉDICOS
• 8h. – DECISÃO DO SUPREMO SOBRE REMUNERAÇÃO

5) JORNALISTA
• 5h, podendo ser prorrogada até 7h mediante acordo escrito.

6) OPERADOR CINEMATOGRÁFICO
• 6h, sendo 5h p/ trabalho na cabina e 1h para manutenção.
CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

JORNADAS ESPECIAIS

7) TELEFONISTAS

• 6h, 36h semanais.

• Não se aplica aos operadores de telex e nem a teletrabalhador

• Aplica-se extensivamente aos operadores de telemarketing (tendência atual da


jurisprudência)

8) MINAS DE SUBSOLO

• 6h, 36h semanais


COMPENSAÇÃO DE HORAS
UTILIZAÇÃO: compensação Semanal ou Mensal
DISPOSITIVOS LEGAIS: Art. 7, XIII, CF e Sum. 85 TST
EFEITOS DA RESCISÃO ANTES DA COMPENSAÇÃO
REQUISITOS:
Ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva;
Não seja ultrapassado o limite máximo de duas horas extras diárias;
Respeito ao módulo semanal de 44horas (sum. 85, IV, TST);
Deve haver compensação na semanal ou no máximo mensal.
CLT, Art. 59.
A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de
duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
CLT, Art. 59, § 6º
É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito,
para a compensação no mesmo mês
BANCO DE HORAS (forma específica de compensação)
DISPOSITIVO LEGAL: Art. 59, §§ 2º e 5º da CLT
§ 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à
soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo
de dez horas diárias.
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo
individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
REQUISITOS:
Não seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias;
Respeito ao módulo semanal de 44horas (Sum. 85, IV, TST);
Deve haver compensação dentro de um ano(coletivo) e seis meses (individual).
DURAÇÃO DO TRABALHO
21. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira
Fase
Fábio trabalha em uma mineradora como auxiliar administrativo. A sociedade empresária, espontaneamente,
sem qualquer previsão em norma coletiva, fornece ônibus para o deslocamento dos funcionários para o
trabalho, já que ela se situa em local cujo transporte público modal passa apenas em alguns horários, de forma
regular, porém insuficiente para a demanda. O fornecimento do transporte pela empresa é gratuito, e Fábio
despende cerca de uma hora para ir e uma hora para voltar do trabalho no referido transporte. Além do tempo
de deslocamento, Fábio trabalha em uma jornada de 8 horas, com uma hora de pausa para repouso e
alimentação. Insatisfeito, ele procura você, como advogado(a), a fim de saber se possui algum direito a reclamar
perante a Justiça do Trabalho. Considerando que Fábio foi contratado em dezembro de 2017, bem como a
legislação em vigor, assinale a afirmativa correta.
A) Fábio faz jus a duas horas extras diárias, em razão do tempo despendido no transporte.
B) Fábio não faz jus às horas extras, pois o transporte fornecido era gratuito.
C) Fábio faz jus às horas extras, porque o transporte público era insuficiente, sujeitando o trabalhador aos
horários estipulados pelo empregador.
D) Fábio não faz jus a horas extras, porque o tempo de transporte não é considerado tempo à disposição do
empregador
22. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase
Você, como advogado(a), foi procurado por Pedro para ajuizar ação trabalhista em face da ex-
empregadora deste. Pedro lhe disse que após encerrar o expediente e registrar o efetivo
horário de saída do trabalho, ficava na empresa em razão de eventuais tiroteios que ocorriam
na região. Nos meses de verão, ocasionalmente, permanecia na empresa para esperar o
escoamento da água decorrente das fortes chuvas. Diariamente, após o expediente, havia
culto ecumênico de participação voluntária e, dada sua atividade em setor de contaminação
radioativa, era obrigado a trocar de uniforme na empresa, o que levava cerca de 20 minutos.
Considerando o labor de Pedro, de 10/12/2017 a 20/09/2018, e a atual legislação em vigor,
assinale a afirmativa correta.
A) Apenas o período de troca de uniforme deve ser requerido como horário extraordinário.
B) Todo o tempo que Pedro ficava na empresa gera hora extraordinária, devendo ser
pleiteado como tal em sede de ação trabalhista.
C) Nenhuma das hipóteses gera labor extraordinário.
D) Como apenas a questão religiosa era voluntária, somente essa não gera horário
extraordinário.
23. Rogéria trabalha como eletricista na companhia de energia elétrica da sua cidade, cumprindo jornada
diária de 6 horas, de 2ª a 6ª feira, com intervalo de 1 hora para refeição. Em um sábado por mês, Rogéria
precisa permanecer na sede da companhia por 12 horas para atender imediatamente a eventuais
emergências (queda de energia, estouro de transformador ou outras urgências). Para isso, a empresa
mantém um local reservado com cama, armário e espaço de lazer, até porque não se sabe se haverá, de
fato, algum chamado. De acordo com a CLT, assinale a opção que indica a denominação desse período no
qual Rogéria permanecerá na empresa aguardando eventual convocação para o trabalho e como esse
tempo será remunerado.
A) Sobreaviso; será pago na razão de 1/3 do salário normal.
B) Prontidão; será pago na razão de 2/3 do salário-hora normal.
C) Hora extra; será pago com adicional de 50%.
D) Etapa; será pago com adicional de 100%.
JORNADA 12 X 36 ART. 59-A
24. Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII - Primeira Fase
Rita de Cássia é enfermeira em um hospital desde 10/01/2018, no qual trabalha em
regime de escala de 12x36 horas, no horário das 7.00 às 19.00 horas. Tal escala encontra-
se prevista na convenção coletiva da categoria da empregada. Alguns plantões cumpridos
por Rita de Cássia coincidiram com domingos e outros, com feriados. Em razão disso, a
empregada solicitou ao seu gestor que as horas cumpridas nesses plantões fossem pagas
em dobro.
Sobre a pretensão da empregada, diante do que preconiza a CLT, assinale a afirmativa
correta.
A) Ela fará jus ao pagamento com adicional de 100% apenas nos feriados.
B) Ela não terá direito ao pagamento em dobro nem nos domingos nem nos feriados.
C) Ela terá direito ao pagamento em dobro da escala que coincidir com o domingo.
D) Ela receberá em dobro as horas trabalhadas nos domingos e feriados.
CONTROLE DE PONTO – ART. 74
25. Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV -
Primeira Fase
Milton possui uma fábrica de massas que conta com 23 (vinte e três) empregados. Em fevereiro de 2021,
Milton conversou individualmente com cada empregado e propôs, para trazer maior agilidade, que dali em
diante cada qual passasse a marcar ponto por exceção, ou seja, só marcaria a eventual hora extra realizada.
Assim, caso a jornada fosse cumprida dentro das 8 (oito) horas diárias, não haveria necessidade de
marcação. Diante da concordância, foi feito um termo individual para cada empregado, que foi assinado.

Sobre a hipótese apresentada, de acordo com o disposto na CLT, assinale a afirmativa correta.

A) O acordo é inválido, porque somente poderia ser feito por norma coletiva, e não individual.
B) O acerto é válido, porque o registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho pode ser feito por
meio de acordo individual.
C) A alteração, para ter validade, depende da homologação do Poder Judiciário, por meio de uma
homologação de acordo extrajudicial.
D) Para o acerto da marcação por exceção, é obrigatória a criação de uma comisssão de empregados, que irá
negociar com o empregador, e, em contrapartida, a empresa deve conceder alguma vantagem.
TEMPO PARCIAL ART. 58-A

26. Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2022 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIV -
Primeira Fase
Determinada sociedade empresária propôs, em 2022, a um grupo de candidatos a emprego, um contrato de
trabalho no qual a duração máxima seria de 30 (trinta) horas semanais, sem a possibilidade de horas extras.
Como alternativa, propôs um contrato com duração de 26 (vinte e seis) horas semanais, com a possiblidade de,
no máximo, 6 (seis) horas extras semanais.

Um dos candidatos consultou você, na qualidade de advogado(a), sobre os contratos de trabalho oferecidos.
Assinale a opção que apresenta, corretamente, sua resposta.

A) Os dois casos apresentam contratos de trabalho em regime de tempo parcial.


B) No primeiro caso, trata-se de contrato de trabalho em regime de tempo parcial; no segundo, trata-se de
contrato de trabalho comum, dada a impossibilidade de horas extras nessa modalidade contratual.
C) Os dois casos não são contratos em regime de tempo parcial, já que o primeiro excede o tempo total de
horas semanais e, o segundo, contém horas extras, o que não é cabível.
D) Não se trata de contrato por tempo parcial, pois, na hipótese, admite-se tempo inferior ao limite máximo,
quando na modalidade de regime por tempo parcial os contratos só poderão ter 30 (trinta) ou 26 (vinte e
seis) horas.
HORA EXTRAORDINÁRIA – ART. 59

27. A empresa Serviços Totais Ltda. quer firmar acordo individual com os
empregados para instituir Banco de Horas para compensação das horas
extraordinárias. Para que esse acordo tenha validade, é preciso que seja pactuado
A) por escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de 30 dias.
B) por escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de um ano.
C) por escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis
meses.
D) verbalmente ou por escrito, desde que a compensação ocorra no período
máximo de seis meses.
E) verbalmente ou por escrito, desde que a compensação ocorra no período
máximo de um ano.
5º TEMA : DURAÇÃO DO TRABALHO
COMPENSAÇÃO/BANCO DE HORAS

28. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI -
Primeira Fase
Felisberto foi contratado como técnico pela sociedade empresária Montagens Rápidas Ltda., em janeiro de 2018,
recebendo salário correspondente ao mínimo legal. Ele não está muito satisfeito, mas espera, no futuro, galgar
degraus dentro da empresa. O empregado em questão trabalha na seguinte jornada: de segunda a sexta-feira,
das 10h às 19h48min com intervalo de uma hora para refeição, tendo assinado acordo particular por ocasião da
admissão para não trabalhar aos sábados e trabalhar mais 48 minutos de segunda a sexta-feira.
Com base na situação retratada e na Lei, considerando que a norma coletiva da categoria de Felisberto é silente
a respeito, assinale a afirmativa correta.
A) Há direito ao pagamento de horas extras, porque a compensação de horas teria de ser feita por acordo coletivo
ou convenção coletiva, não se admitindo acordo particular para tal fim.
B) Não existe direito ao pagamento de sobrejornada, porque as partes podem estipular qualquer quantidade de
jornada, independentemente de limites.
C) A Lei é omissa a respeito da forma pela qual a compensação de horas deva ser realizada, razão pela qual
caberá ao juiz, valendo-se de bom senso e razoabilidade, julgar por equidade.
D) A situação não gera direito a horas extras, porque é possível estipular compensação semanal de horas,
inclusive por acordo particular, como foi o caso.
DESCANSOS TRABALHISTAS

1. NATUREZA JURÍDICA DAS NORMAS INSTITUIDORAS:


• Normas de saúde pública → normas cogentes, imperativas (cuidado com a previsão do parágrafo
único do art. 611-B da CLT)
2. DESCANSOS TRABALHISTAS (ESPÉCIES):
• Intervalos
• Dias de repouso (RSR e feriados)
• Férias
3. INTERVALOS:
• Intrajornada (descanso ou alimentação)
• Interjornadas
• Não previstos em lei constituem tempo à disposição do empregador
DESCANSOS TRABALHISTAS

4. INTERVALO INTRAJORNADA:
4.1 REGRA GERAL:
 1 a 2 horas (para jornada superior a 6h);
 15min (para jornada superior a 4h, e de até 6h)
 Até 4 horas (sem intervalo)
OBSERVAÇÕES :
• Em regra não é computado na jornada de trabalho
• O intervalo de 1 a 2 horas pode ser ampliado mediante acordo escrito (vale mero acordo
individual) e somente pode ser reduzido mediante autorização do Ministério da Economia
• Ultrapassada habitualmente a jornada normal de trabalho, é devido o intervalo intrajornada
referente à jornadaefetivamente praticada pelo empregado
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
• Em caso de não concessão ou concessão parcial do intervalo, o tempo suprimido deve ser
indenizado, com acréscimo de 50%, sem prejuízo da sanção administrativa
• O intervalo poderá ser reduzido mediante negociação coletiva, respeitado o limite mínimo de
30min para jornadas superiores a 6h
De acordo com a CLT:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não
poderá exceder de 2 (duas) horas
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um
intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
4.2 TRABALHADOR RURAL (ART.5º, LEI 5.889/73)
Acima de seis horas ininterruptas será obrigatório um intervalo p/ repouso e
alimentação de acordo com os usos e costumes da região

4.3 DESCANSOS NÃO PREVISTOS EM LEI:


De acordo com a súmula 118 do TST:
Súmula 118 do TST – JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada
de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa,
remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
4.4 REDUÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA
Quanto à possibilidade de redução do intervalo intrajornada, é admitida
apenas em duas situações:
a) art. 71, § 3º, CLT: Autorização administrativa
O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por
ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de
Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende
integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os
respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas
suplementares.
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
4.4 REDUÇÃO DO INTERVALO INTRAJORNADA
b) Art. 611-A, III, da CLT: Norma coletiva
É expressamente permitida em lei a redução do intervalo intrajornada mediante
negociação coletiva, desde que observado o limite mínimo de trinta minutos para
jornadas superiores a seis horas

Obs: Doméstico - a Lei Complementar nº 150/ 2015 permitiu a redução do intervalo do


intervalo do doméstico para apenas 30 minutos mediante acordo escrito entre
empregador e empregado para os empregados que não residem na casa do empregador
(art. 13, caput).
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
4.5 AMPLIAÇÃO
Acordo individual escrito
4.6 DESRESPEITO AO INTERVALO INTRAJORNADA
A não concessão de qualquer dos intervalos devidos dá origem a duas
consequências legais:
• configuração de infração administrativa, punível com autuação pela
fiscalização do trabalho e posterior imposição de multa administrativa, conforme art. 75
da CLT;
• indenização do período suprimido, com acréscimo de 50% sobre a
remuneração da hora normal de trabalho.
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
4.6 DESRESPEITO AO INTERVALO INTRAJORNADA – CONT.
Neste sentido, o art. 71, § 4º, da CLT, com redação dada pela Lei nº 13.467/ 2017:
§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo,
para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta
por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
4.7 INTERVALO INTRAJORNADA ESPECIAL:
a) Art. 72 CLT: Serviços permanentes como datilografia, cálculo, digitação e escrituração
a cada 90 minutos de trabalho consecutivo, um repouso de 10 minutos, não deduzidos
da jornada.
• Digitador Sum. 346 TST

b) Art. 298 CLT: Trabalho realizado em minas de subsolo a cada 3 horas de trabalho
consecutivo, 15 minutos de intervalo para repouso, computados na jornada efetiva
trabalhada.
DESCANSOS TRABALHISTAS
INTERVALO INTRAJORNADA:
4.7 INTERVALO INTRAJORNADA ESPECIAL:
c) Art. 253 CLT: Interior das câmaras frigoríficas depois de 1 hora e 40 minutos (100
minutos) de trabalho contínuo, um período de 20 minutos de repouso.

d) Art. 396, CLT. Mulher em fase de amamentação: Até que este complete 6 (seis) meses
de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a dois descansos especiais,
de meia hora cada um. Serão deduzidos da jornada.
DESCANSOS TRABALHISTAS
5. INTERVALO INTERJORNADAS:
5.1 REGRA GERAL:
 11 horas consecutivas entre duas jornadas de trabalho
 Não é computado na jornada de trabalho
 O intervalo é devido inclusive quando da concessão do descanso semanal, sendo que este não compensa
aquele
 O tempo suprimido do intervalo deve ser indenizado, com acréscimo de 50%, sem prejuízo da sanção
5.2 CONCEITO
 Intervalos interjornadas são lapsos de tempo em que o empregado deve descansar entre duas jornadas
de trabalho consecutivas. O objetivo do intervalo interjornadas, além de garantir a higidez física e mental
do empregado através da reposição de suas energias, é também garantir ao trabalhador um mínimo de
convívio familiar e social fora do tempo em que se dedica ao trabalho.
Art. 66 da CLT - entre 2 jornadas de trabalho, deverá haver um intervalo mínimo de 11 horas
consecutivas.
DESCANSOS TRABALHISTAS
5. INTERVALO INTERJORNADAS:
5.3 DESRESPEITO AO INTERVALO INTERJORNADA:
 As horas que forem subtraídas do intervalo interjornadas devem ser indenizadas, com
acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
5.4 DSR E INTERVALO INTERJORNADA:
 Descanso de 35 horas consecutivas
5.5 HORAS EXTRAS E INTERVALO INTERJORNADA:
 Contagem somente após o término das horas extras.
5.6 DSR E INTERVALO INTERJORNADA:
 Descanso de 35 horas consecutivas
5.7 HORAS EXTRAS E INTERVALO INTERJORNADA:
 Contagem somente após o término das horas extras.
DESCANSOS TRABALHISTAS
6. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
 O direito ao Descanso Semanal Remunerado - DSR ou Repouso Semanal Remunerado - RSR foi instituído
pela Lei 605/49, regulamentado pelo Decreto 10.854/2021, que revogou o Decreto 27.048 de 12 de
Agosto de 1.949.
 O DSR é um direito garantido pela referida lei e pela Constituição Federal em seu art. 7º, inciso XV, ao
empregado que não faltar durante a semana sem motivo justificado, ou seja, que tenha cumprido
integralmente o seu horário de trabalho na semana.
PODEMOS DIZER QUE O DSR POSSUI DOIS REFLEXOS DIFERENTES:
•Reflexo do repouso pela semana trabalhada: neste, o empregado tem direito ao descanso de um dia na
semana (preferencialmente no domingo), por ter cumprido a carga horária semanal sem faltas injustificadas;
•Reflexo na remuneração sobre os adicionais recebidos: neste, o empregado tem direito ao acréscimo da
remuneração sobre os adicionais recebidos durante o mês.
6. 1 REFLEXO DO DSR NA SEMANA
 De acordo com o art. 152 do Decreto 10.854/2021,
“todo empregado tem direito a um descanso semanal remunerado de 24 horas consecutivas,
preferencialmente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e
religiosos, de acordo com a tradição local.”
 O DSR é garantido a todo trabalhador urbano, rural ou doméstico, sendo, para este último, através
do art. 16 da LC 150/2015.
 Será também obrigatório o repouso remunerado nos dias de feriados locais, até o máximo de quatro,
desde que declarados como tais por lei municipal.
6.2 NECESSIDADE DE TRABALHO NOS DOMINGOS
 Para uma grande maioria de trabalhadores, a jornada normalmente é realizada de segunda a sábado ou
segunda a sexta (compensando o sábado), com a folga (DSR) sempre no domingo. Entretanto, há
inúmeras situações que, em razão do interesse público ou das condições peculiares às atividades da
empresa ou ao local onde estas atuem (exigências técnicas), tornem indispensável a continuidade do
trabalho, em todos ou alguns de seus serviços, conforme dispõe o art. 154 do Decreto 10.854/2021.
6. 1 REFLEXO DO DSR NA SEMANA
 Nas serviços que, por exigências técnicas (conforme relatado no parágrafo anterior), a
atividade da empresa precisa ser realizada de domingo a domingo, com exceção quanto aos
elencos teatrais e congêneres, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente
organizada, que constará de quadro sujeito à fiscalização, nos termos do parágrafo único
do art. 67 da CLT e do § 2º do art. 154 do Decreto 10.854/2021.
 Nos serviços em que for permitido o trabalho nos dias de repouso, a remuneração dos
empregados que trabalharem nesses dias será paga em dobro, exceto se a empresa
determinar outro dia de folga.
 Portanto, nos serviços em que for permitido o trabalho aos domingos (em caráter
permanente), desde que previamente autorizados por lei e/ou pelo Ministério do Trabalho e
Previdência, aos trabalhadores é assegurado pelo menos um dia de repouso semanal
remunerado durante a semana, descanso este que deve coincidir com um domingo a cada
período, dependendo da atividade, consoante o que dispõe o art. 386 da CLT.
6.2 TRABALHO NOS DIAS DE REPOUSO SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA - EXCEÇÃO
De acordo com o art. 155 e 156 do Decreto 10.854/2021, será admitido,
excepcionalmente, o trabalho em dia de repouso quando:
 ocorrer motivo de força maior; ou
 para atender à realização ou à conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução
possa acarretar prejuízo manifesto, a empresa obtiver autorização prévia da
autoridade competente em matéria de trabalho, com discriminação do período
autorizado, o qual, de cada vez, não excederá a 60 dias.

NOTA: Nos dias de repouso em que for permitido o trabalho, é vedada às empresas a
execução de serviços que não se enquadrem nos motivos determinantes da permissão.
6.3 REGRA GERAL DOS TRABALHOS AOS DOMINGOS
A Lei 11.603/2007 dispõe que:
I. Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a
legislação municipal, nos termos do inciso I do caput do art. 30 da Constituição Federal;
II. É permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em
convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal, nos termos do inciso I do caput do
art. 30 da Constituição Federal;
III. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos 1 (uma) vez no período máximo de 3
(três) semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a
serem estipuladas em negociação coletiva.
 Independentemente em qual regra o empregado esteja inserido, é importante observar que a
concessão da folga (independentemente do dia) não deve ultrapassar 7 dias consecutivos de
trabalho, sob pena de pagamento em dobro, conforme prevê a Orientação Jurisprudencial (OJ) 410
do TST.
6.4 PERDA DO DSR - CONDIÇÕES
 De acordo com o art. 158 do Decreto 10.854/2021, o trabalhador que, sem motivo
justificado ou em razão de punição disciplinar, não tiver trabalhado durante toda a
semana e cumprido integralmente o seu horário de trabalho, perderá a remuneração
do dia de repouso.
 Considera-se semana, para fins de pagamento do DSR, o período de segunda-feira a
domingo que antecede o dia determinado como repouso semanal remunerado. A
remuneração do repouso semanal e a do feriado civil ou religioso, que recaírem no
mesmo dia, não serão acumuladas.
 Portanto, se um empregado (independentemente da forma de trabalho) não cumpre
sua jornada normal durante a semana por motivo injustificado (faltas não
justificadas), independentemente se foi por uma hora, 4 horas, o dia todo ou mais de
um dia, perderá o direito à remuneração do DSR.
6.5 DESCANSO SEMANAL REMUNERADO E FERIADOS:
• É o período de 24h consecutivas de descanso remunerado concedido ao empregado a
cada semana de trabalho
• Deve ser concedido preferencialmente aos domingos. Pode ser concedido em outro dia
se a atividade explorada pelo empregador tem autorização legal para funcionar aos
domingos
• A remuneração do descanso depende da frequência e pontualidade do empregado na
semana a que se refere. Mesmo que perca a remuneração, subsiste o direito à folga
• O salário do mensalista já remunera o descanso semanal
• As horas extras habitualmente prestadas devem integrar o cálculo do DSR
• O sábado do bancário é considerado dia útil não trabalhado, e não um segundo
descanso semanal, salvo previsão mais benéfica em contrato, regulamento ou norma
coletiva
6.5 DESCANSO SEMANAL REMUNERADO E FERIADOS:
• Não concedido o descanso semanal, admite-se a concessão de folga compensatória em
outro dia da semana. Não concedida também a folga, é devido o pagamento em dobro,
além daquele devido em razão dos serviços prestados no dia que seria destinado ao
repouso
• Aplicam-se aos feriados, em geral, as mesmas regras aplicáveis ao DSR
• Norma coletiva pode estabelecer, com prevalência sobre a lei, a troca do dia de
feriado.
DESCANSO INTRAJORNADA ART. 71

29. Eunice trabalha em uma indústria alimentícia que fabrica doces e chocolates. Nos
meses de janeiro e fevereiro, em razão da produção de chocolates para a Páscoa, trabalhou
de 2a a 6a feira, das 9h às 18h, gozando diariamente de 15 minutos para repouso e
alimentação. Nesse contexto, Eunice faz jus a
A) uma hora integral, acrescida de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho,
tendo tal pagamento natureza salarial.
B) uma hora integral, acrescida de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho,
tendo tal pagamento natureza indenizatória
C) 45 minutos, acrescidos de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho,
tendo tal pagamento natureza indenizatória.
D) 45 minutos, acrescidos de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho,
tendo tal pagamento natureza salarial.
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO
30. Não faz jus ao pagamento do Repouso Semanal Remunerado, o
trabalhador que
A)trabalhe apenas cinco dias na semana, isto é, de segunda a sexta-feira
B) exerça atividade doméstica.
C) não ultrapasse o limite da jornada ordinária, durante todos os dias da
semana.
D)falte injustificadamente ao serviço.
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO

31. Dentre as opções listadas a seguir, assinale aquela que indica o


empregado que já tem os dias de repouso remunerados em seu
salário, sem que haja o acréscimo da remuneração do seu repouso
semanal.
A)Germano, que é empregado horista.
B)Gabriela, que é empregada diarista.
C)Robson, que é empregado mensalista.
D)Diego, que é empregado comissionista puro.

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