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com base em normas de outros países ou até mesmo sem se basearem em norma
alguma. Talvez seja porque a maior parte dos projetistas não saiba da existência
das normas nacionais sobre a disciplina.
A norma brasileira ABNT NBR 14565 tem como escopo especificar “um sistema de
cabeamento estruturado para uso nas dependências de um único edifício ou um
conjunto de edifícios comerciais em um campus, bem como para a infraestrutura
de cabeamento estruturado de data centers. Ela cobre os cabeamentos metálico e
ótico.”
Ela foi originalmente publicada no ano 2000, sendo revisada em 2007 e em 2012,
recebendo uma emenda em 2013. Portanto, as versões anteriores a 2013 estão
canceladas.
Grande parte da norma NBR 14565 se baseia nas normas internacionais ISO/IEC
11801 e ISO/IEC 24764. A primeira trata de cabeamento estruturado para edifícios
comerciais e a segunda, sobre cabeamento estruturado para data centers.
Cabeamento estruturado para edifícios comerciais
Elementos funcionais
Para edifícios comerciais, a ABNT NBR 14565 define diversos elementos
funcionais para o cabeamento, que são:
Distribuidor de campus (CD);
Backbone de campus;
Distribuidor de edifício (BD);
Backbone de edifício;
Distribuidor de piso (FD);
Cabeamento horizontal;
Ponto de consolidação (CP);
Cabo do ponto de consolidação (cabo do CP);
Tomada de telecomunicações multiusuário (MUTO);
Tomada de telecomunicações (TO).
Os cabos horizontais são compostos por cabos de par trançado de quatro pares ou
por cabos óticos com duas ou mais fibras. Cada cabo horizontal pode atender a
somente uma tomada de telecomunicações. Usualmente possuem a classificação
CM (cabo metálico geral) ou COG (cabo ótico geral). Cabos metálicos tipo CMX
devem ser evitados em edifícios comerciais, pois não podem ficar expostos por
mais de três metros, devendo ser instalados em tubulação metálica, o que
geralmente não é o caso nesses tipos de ambiente.
Espaços
A norma especifica ainda as classes A e B, mas elas não são apropriadas para
redes de dados.
Após a instalação, o cabeamento horizontal deve ser testado para garantir que o
desempenho original permaneça dentro das especificações. Para tanto, são
definidos dois tipos de enlaces a serem testados em campo:
Canal
Enlace permanente
A ABNT NBR 14565 define o canal como sendo “o caminho de transmissão entre o
equipamento ativo de rede e o equipamento terminal. Um canal típico consiste em
um subsistema horizontal com uma área de trabalho e os cordões dos
equipamentos”. O canal compreende até 100 metros de cabo e de duas a quatro
conexões reconhecidas, sendo FD e TO as duas conexões obrigatórias.
Já o “enlace permanente consiste na tomada de telecomunicações, no cabo
horizontal, em um ponto de consolidação opcional e na terminação do cabo
horizontal no distribuidor de piso. O enlace permanente inclui as conexões nas
extremidades do cabo instalado”. Os patch cords não fazem parte do enlace
permanente. Seu limite de comprimento é de 90 metros, incluído entre duas e três
conexões: FD, TO e o opcional CP.
Desempenho dos cabos de fibra ótica
A fibra OM1 possui núcleo de 62,5 µm, enquanto as demais, 50 µm. Todas
possuem casca de 125 µm.
Após instalado, o cabeamento ótico deve ter sua atenuação testada e comparada
com os valores requeridos pelas aplicações a serem utilizadas.
Configurações
O cabeamento horizontal usualmente apresenta quatro possíveis configurações,
dependendo do custo versus benefício em cada aplicação:
Figura 3 – Modelos de cabeamento horizontal. Fonte: ABNT NBR 14565.
Para data centers, a norma ABNT NBR 14565 define diversos elementos
funcionais para o cabeamento, que são:
Interface de rede externa (ENI);
Cabo de acesso à rede;
Distribuidor principal (MD);
Cabeamento de backbone;
Distribuidor de zona (ZD);
Cabeamento horizontal;
Ponto de distribuição local (LDP);
Cabo do ponto de distribuição local (cabo do LDP);
Tomada de equipamento (EO).
A conexão direta entre ZDs e entre ENIs é permitida como rota backup ou
redundante.
Subsistemas de cabeamento
Considerações extras:
Para a utilização de velocidades de 40 Gb/s e maiores em Ethernet,
é necessária a utilização de cabos óticos terminados em conectores
do tipo MPO.
Está sob desenvolvimento a norma internacional para cabos de par
trançado que garantirá a aplicação Ethernet a 40 Gb/s em links
metálicos de até 30 metros com duas conexões, objetivando links
intra-fileira.
Redundância
Por ser um ambiente crítico, que deve manter seus serviços funcionando
ininterruptamente, deve-se considerar a redundância dos sistemas de cabeamento
do data center. A norma ABNT NBR 14565 exemplifica uma topologia redundante
que pode ser aplicada em projetos de data centers de alta disponibilidade:
Figura 7 – Exemplo de topologia redundante para data centers. Fonte: ABNT
NBR 14565.
Espaços
A norma não define os nomes dos espaços relacionados aos locais de distribuição
de cabeamento de um data center. Podemos tomar emprestado, então, para a
finalidade deste artigo, a nomenclatura utilizada na norma norte-americana
ANSI/TIA-942:
MDA – área de distribuição principal
HDA – área de distribuição horizontal
ZDA – área de distribuição de zona
EDA – área de distribuição de equipamento
Esses locais são usualmente compostos por racks (ou caixas de piso, no caso do
ZDA) e têm a finalidade de abrigar os distribuidores que já discutimos:
MDA: abriga o MD
HDA: abriga o ZD
ZDA: abriga o LDP
EDA: abriga a EO
A revisão atual da norma TIA-942 incluiu mais um nível hierárquico por meio do
IDA (área de distribuição intermediária). O IDA dividiria o backbone em duas
partes, sendo aplicável em data centers de grande tamanho. Mas não há
equivalente a ele na norma nacional ainda.
Melhores práticas
A ABNT NBR 14565 possui ainda um anexo informativo, o Anexo F – Melhores
práticas para projeto e instalação de infraestrutura para data centers, que
estabelece “um conjunto de melhores práticas e recomendações mínimas para
projetos e instalações de infraestrutura de data centers, como especificações
gerais a respeito da sua localização, estrutura civil, instalações elétricas, piso
elevado, infraestrutura, condicionamento de ar, automação, equipamentos,
acessórios e outros componentes”.
São 14 páginas de informações muito úteis para quem vai participar do projeto ou
da instalação de um data center, envolvendo diversas disciplinas relacionadas.
Referências
ABNT NBR 14565:2013 Cabeamento estruturado para edifícios
comerciais e data centers;
ABNT NBR 14703:2012 Cabos de telemática de 100 Ω para redes
internas estruturadas — Especificação;
ABNT NBR 14705:2010 Cabos internos para telecomunicações –
Classificação quanto ao comportamento frente à chama;
ABNT NBR 16264:2014 Cabeamento estruturado residencial;
ANSI/TIA-568-C.0 Generic telecommunications cabling for customer
premises;
ANSI/TIA-568-C.1 Commercial building telecommunications cabling
standard;
ANSI/TIA-568-C.2 Balanced twisted-pair telecommunications cabling
and components standards;
ANSI/TIA-568-C.3 Optical fiber cabling components standard;
ANSI/TIA-568-C.4 Broadband coaxial cabling and components
standard;
ANSI/TIA-569-C Telecommunications pathways and spaces;
ANSI/TIA-942-A Telecommunications infrastructure standard for data
centers;
ISO/IEC 11801 Information technology – Generic cabling for
customer premises;
ISO/IEC 24764 Information technology – Generic cabling systems for
data centres.