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UNIVERSI TERRARUM ORBIS ARCHITECTONIS AD GLORIAM INGENTIS
COMISSÃO DE GRAUS
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A CRUZ DUPLA NA HISTÓRIA
A CRUZ DE ANJOU
Em 1241, o bispo Thomas de Hierapetra, em Creta, doou uma relíquia da Verdadeira Cruz de
Cristo, que teria pertencido anteriormente a Gervais de Comène, patriarca de Constantinopla,
a Jean de Allaye, cavaleiro angevino que retornava ao seu país, de volta da Terra Santa. Jean
de Allaye doou-a, por sua vez, para a Abadia Bernardina de La Boissière, em anojou. Esta
relíquia, é feita de uma madeira dura, provavelmente cedro e composta de três ramos: um
vertical com 28 cm, e dois atravessados, um com 8 cm e o outro com 11 cm. Em 1357 foi
colocada sob a proteção dos Jacobinos de Angers e durante a Guerra dos Cem Anos, em 1379,
guardada em segurança no Castelo de Angers por Luiz I de Anjou que criou, nesta ocasião, a
ordem de cavalaria, “Ordem da Cruz de Danjou”. Ao fim da Guerra dos Cem Anos, em 1456, a
relíquia retornou para a Abadia de La Boissière. Em 1790, foi transferida para o Hospício dos
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Incuráveis, de Baugé e escapou miraculosamente às destruições revolucionárias. Em Heráldica,
a Cruz de Anjou é negra e a Cruz de Hungria é branca.
A Cruz de Lorena, simbolizava que os Duques de Lorena eram duplamente cristãos: por serem
príncipes de um Estado cristão e como os conquistadores de Jerusalém.
• É uma representação cristã de uma cruz comum de suplício com a tabuleta de inscrição,
escolhida como símbolo da Paixão de Cristo.
• É uma afirmação do poder dos Patriarcas do Oriente nos tempos de perseguições e da
resistência da Fé contra todos os ataques.
• É um símbolo das Cruzadas e da Cavalaria e, portanto, sempre da resistência e da honra da
Fé.
• É um símbolo dos direitos dos duques de Lorena sobre seus diversos estados e de suas
pretensões sobre os reinados de Jerusalém e da Hungria.
• É um símbolo da resistência da Lorena e do direito de permanência dos seus habitantes em
sua terra, contra todos os seus inimigos.
O símbolo da cruz, uma trave vertical com uma transversal, representa a Paixão de Cristo e o
instrumento de tortura sobre o qual Jesus foi crucificado. Então por que se juntou a esta uma
transversal menor? Era costume dos romanos escrever em uma prancheta (chamada titulus ou
superscriptio) e colocá-la sobre a cabeça do crucificado com o seu nome e o motivo de sua
condenação. Assim foi colocada sobre a cabeça de Jesus a prancheta com a inscrição “I.N.R.I”:
Iesus Nazarenus, Rex Iudaecorum (Jesus de Nazareth Rei dos Judeus)! Pilatos usou este
costume, para humilhar e ridicularizar um pouco mais o povo colocando em subentendido à
expressão "rei dos judeus", ou "aquele que se pretendia..." Nessa ocasião, em resposta aos
protestos do povo, depois do “eu lavo as minhas mãos”, ele pronunciou a famosa frase:" o que
está escrito está escrito!"
Esta prancheta nominativa teria se desenvolvido, na segunda travessa horizontal da cruz
dupla, pois, os romanos costumavam repetir a inscrição em latim, grego e hebraico nos títulos,
o que torna o texto, longo o suficiente para justificar a utilização de um pedaço de madeira
com um bom tamanho.
Os historiadores se esforçam para comprovar como verdadeira a relíquia de Santa Helena
mantida na Basílica Santa Cruz, em Roma. Encontrada por acaso em 01 de Fevereiro de 1492,
dentro de uma caixa de chumbo escondida em um nicho da igreja, a relíquia seria um grande
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pedaço da tabuleta da "Verdadeira Cruz" descoberta por Santa Helena no Calvário em 326.
Desde essa época, a cruz dupla aparece nas armas das cidades que pretendem demonstrar o
seu apoio à Lorena. Ela também servirá como símbolos dos restabelecimentos católicos
durante as guerras religiosas.
CROIX DE LORRAINE
Apesar de estar normalmente relacionada aos valores e símbolos cristãos, há diversos
símbolos em forma de cruz vinculados a graus diversos de vários ritos maçônicos.
No Rito Escocês Antigo e Aceito, a Croix de Lorraine é usada junto ao ne varietur dos
Inspetores Gerais da Ordem. Esta cruz de duas traves horizontais difere um pouco da original,
pois em figuras do século XII ela é representada tendo as duas traves do mesmo tamanho.
Os estudos de heráldica nos fazem chegar a Jean II, Senhor Feudal de Anjou (extensão de terra
no centro da França, no vale do Rio Loire) que participou das Cruzadas em 1239.
No caminho para Jerusalém, Anjou passou pela ilha de Creta, onde recebeu das mãos do Bispo
de Hiérapetra, uma cruz de duas traves feita a partir de um pedaço da “Santa Cruz” (a cruz na
qual Jesus foi crucificado).
A relíquia ficou, durante séculos, sob a proteção, ora da Igreja, ora da Dinastia Anjou. Já, no
século XIV, havia a adoração da “Cruz Dupla de Anjou” e foi fundada a Confraria da “Ordem da
Cruz” para louvá-la e defendê-la.
A mudança do nome de Cruz Dupla de Anjou para Cruz de Lorena aconteceu pelo casamento
de René I (Duque de Anjou) com a Princesa Isabelle (herdeira do Ducado de Lorena). Desta
forma, o culto à Cruz Dupla se difundiu notadamente em Nancy, região de Lorena e foi
incorporado aos Escudos e Brasões da Nobreza, que também era usado pelos súditos como
forma de adoração e proteção.
Há uma correlação direta com a hierarquia da Igreja (Cruz Patriarcal), com os Templários (Cruz
Primitiva Templária) e com profundos estudos esotéricos. Desenhe a Cruz de Lorena e marque
um ponto em cada uma das seis extremidades. Procure unir os pontos à procura de uma figura
geométrica.
Quanto a cruz como figura emblemática, esqueça quaisquer outras vinculações fora do plano
simbólico. Concentre-se, apenas, na figura formada pelo encontro de uma linha vertical com
uma linha horizontal.
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A verticalidade nos remete à ligação matéria/espírito e ao movimento de ascensão ou
decadência. A horizontalidade nos indica a dualidade dos caminhos opostos, que estando no
mesmo plano, nos permite escolher a direção a ser tomada.
Na intercessão das duas linhas encontramos um ponto que faz circular toda esta energia. A
Força vinda da Terra gera a sustentação telúrica. A Sabedoria vindo do etéreo ilumina. A
Beleza da alquimia no correto uso dos opostos, fogo a água agindo como elementos que tudo
transformam.
AO JUNTAR OS PÉS E ABRIR OS BRAÇOS, FORMAMOS ESTA CRUZ.
PORTANTO, O MAÇOM DEVE MANTER-SE
FIRME EM SUA BASE E COM A MENTE ABERTA.
COMO UMA BALANÇA. PESE BEM O QUE LHE CHEGA ÀS MÃOS.
ESCUTE SEU CORAÇÃO, ELE É O SEU PONTO DE INTERCESSÃO.
Lorraine, muito legou ao mundo, com vários de seus filhos ilustres, Joana D’Arc, Bruno
D’Eguisheim-Dagsbourg - o Papa Leão IX, e mais recente o sociólogo Émile Durkheim e Michel
Platini. Não longe dali, nasceu também Jacques DeMolay, ainda que naquela época - 1244 -
Vitrey pertencesse à Borgonha.
Todos sabemos, que a II Grande Guerra, teve na disputada região da Alsácia Lorena (Alsace-
Lorraine, em Frances ou Elsass-Lothringen, em Alemão), uma boa desculpa para seu ‘estopim’,
uma vez que, os alemães com a desculpa das minas de ferro e carvão da região, tentaram
ocupar a estratégica região, que faz hoje fronteira com Bélgica, Luxemburgo e a Alemanha.
Voltando ao passado, Lorraine foi palco do armístico de Westfália (Alsácia) e uma das últimas
cidades, do Sacro Império Romano-Germânico. Aqui já poderíamos quase que findar nossas
buscas, uma vez que teríamos respondido o motivo pelo qual a direção dos supremos
conselhos do mundo, se denominam Sacro Império, e sendo assim, a associação legítima da
Cruz de Lorena. Entretanto, “pesquisa mingau”, aquela que só ‘come’ pelas bordas não tem
graça...
Bibliografia: