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Episódio piloto
É um dia ensolarado e Timbó acorda escutando rádio numa caixa de som que foi enterrada próximo
de sua toca. A caixa de som fazia parte de um conjunto de autofalantes que eram espalhados pela
Comunica, mas que foram desinstalados. Por falta de atenção, nem os fios foram cortados e agora
serve ao entretenimento e informação de Timbó.
Enquanto toma seu café da manhã, um mistura da ração deixada para os gatos do campus com resto
de comida para humanos, escutando e “conversando” com o locutor da FM Universitária:
- Bom dia, ouvintes da FM Universitária! Eu sou Reginaldo Lamartine e estarei com você até o
meio-dia. - Diz o locutor da rádio.
- Nada melhor que começar o dia escutando Chorinhos e Canções! - continua o apresentador.
Começa a tocar o chorinho e Timbó dança enquanto varre sua toca com um espanador. Timbú
conhece a música e percebe que tem um instrumento a mais na música, que ele não tinha notado.
- Que instrumento é esse? É uma flauta? Uma ocarina? - diz ao parar de dançar e por a pata direita
junto à orelha para ouvir melhor. Até que ele percebe que o som não vem da caixa, mas de fora da
toca. Sai e vê Alberta, uma timbú tocando num cachimbo com furinhos, como uma flauta mesmo.
- Não. Uó maior mesmo. Mas deixa pra lá. Qual o seu nome?
- Timbó. E o seu?
- Alberta. Bom saber que tem outro timbú que aprecia música.
- Eu gosto de rádio.
- Deu pra perceber pela sua voz. Parece que engoliu um rádio.
- Esta é minha voz natural. Acho que é um dom! Quem sabe um dia eu terei meu próprio programa
no rádio!
- Quem sabe, né? Mas me diz uma coisa: você tem um rádio mesmo?
- É uma caixa de som desse prédio do lado. Achei enterrada, mas ainda está com os fios. Deve vir
direto de onde fazem os programas.
- Ah! Então só dá pra ouvir a FM Universitária? Que sorte a sua!
- Concordo! Sou mesmo privilegiado por isso e pela minha voz. Já falei que acredito que minha voz
é um dom?