Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

CAROLINE IANK

GABRIEL WORMSBECHER

LUCAS GUIMARÂES

TALITA BIANCA WIERTEL

RELATÓRIO 1

TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO NATURAL E FORÇADA

PONTA GROSSA

2019
SUMÁRIO

1. RESUMO………………..……………………………………………………………......1
2. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
3. OBJETIVOS............................................................................................................ 3
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 3
3.1. Convecção Natural ........................................................................................... 3
3.2. Convecção Forçada .......................................................................................... 5
5. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 8
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 9
1. RESUMO
O presente trabalho consiste na descrição matemática de um
problema de transferência de calor, fazendo um comparativo entre
convecção forçada e convecção natural. Para o desenvolvimento do
trabalho e cálculo de coeficiênte de convecção médio h́ (W/m2.K), a
taxa de transferência de calor por convecção, por radiação, a taxa total
de transferência de calor e obter a eficiência de troca térmica para
comparar resultados da convecção natural e forçada utilizaram-se dados
coletados de forma experimental em laboratório.

2. INTRODUÇÃO

Transferência de calor é a energia térmica em trânsito devido a uma


diferença de temperaturas no espaço. A transferência de calor pode ocorrer
de três maneiras, elas são: condução, convecção e radiação. Quando existe
um gradiente de temperatura em um meio estacionário, que pode ser um
sólido ou um fluido, usamos o termo condução para nos referirmos à
transferência de calor que ocorrerá através desse meio. Se essa transferência
de calor ocorrer entre uma superfície e um fluido em movimento quando eles
estiverem a diferentes temperaturas chamamos de convecção. E radiação
térmica é a energia emitida, na forma de ondas eletromagnéticas, pela
matéria que se encontra a uma temperatura não-nula, ou seja, ocorre na
ausência de um meio interposto participante.

O modo de transferência de calor por convecção abrange dois


mecanismos: a transferência de energia pelo movimento global do fluido
(advecção) e a transferência de energia pelo movimento aleatório das
moléculas do fluido (condução ou difusão). Na convecção, uma consequência
da interação entre o fluido e a superfície é o desenvolvimento de uma região
no fluido, denominada camada limite hidrodinâmica ou de velocidade, através
da qual a sua velocidade varia entre zero, no contato com a superfície (y=0),
e um valor finito µ∞, associado ao escoamento do fluido. Além disso, se as
temperaturas da superfície e do fluido forem diferentes, existirá uma região no
fluido, chamada camada limite térmica, através da qual a temperatura variará

1
de Ts, em y=0, até T∞, associada à região de escoamento afastada da
superfície.

A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo


com a natureza do escoamento do fluido, dessa forma, pode ser classificada
entre convecção natural e forçada. Na convecção natural, o movimento do
fluido é devido às forças de empuxo no seu interior que são originadas a partir
de diferenças de densidades (massas específicas) causadas por variações de
temperatura no fluido. Enquanto que na convecção forçada o movimento é
imposto externamente, ou seja, o escoamento é causado por meios externos,
tais como um ventilador, uma bomba, ou ventos atmosféricos.

Entretanto também podem existir situações em que ocorre a combinação


de convecção natural e forçada, onde os efeitos dos dois tipos de convecção
são comparáveis e então não é apropriado desprezar um dos dois processos.
Podemos considerar que a convecção natural é desprezível quando
(GrL/ReL2) << 1 e que a convecção forçada é desprezível quando (Gr L/ReL2)
>> 1. Dessa forma, o regime de convecção natural e forçada combinadas (ou
convecção mista) ocorre geralmente quando (GrL/ReL2) ≈ 1.

O número de Grashof (GrL) é definido como o quadrado do número de


Reynolds e este número desempenha na convecção natural o mesmo papel
que o número de Reynolds desempenha na convecção forçada. Sendo assim,
o número de Grashof é uma medida da razão entre a força de empuxo e as
forças viscosas que atuam no fluido, enquanto que, Reynolds fornece uma
medida da razão entre as forças inerciais e as forças viscosas que atuam
sobre um elemento do fluido. O número de Grashof pode ser calculado da
seguinte maneira:

gβ (T s− T ∞ )L3
Gr L = 2
v

O efeito do empuxo na transferência de calor em um escoamento


forçado é fortemente influenciado pelo sentido da força de empuxo em
relação ao do escoamento. Este efeito pode ocorrer de três maneiras e
correspondem aos movimentos forçado e induzido pelo empuxo: na mesma

2
direção e mesmo sentido (escoamento paralelo), na mesma direção e
sentidos opostos (escoamento oposto) e em direções perpendiculares
(escoamento transversal). Movimentos ascendente e descendente sobre uma
placa vertical aquecida são exemplos de escoamentos paralelos e opostos,
respectivamente. E exemplos de escoamentos transversais incluem o
movimento horizontal sobre um cilindro aquecido, esfera ou placa horizontal.

3. OBJETIVOS

O objetivo desta aula prática foi calcular tanto para a convecção natural
quanto para a forçada: o coeficiente de convecção médio h́ (W/m2.K), a taxa
de transferência de calor por convecção, por radiação, a taxa total de
transferência de calor e obter a eficiência de troca térmica para comparar
resultados da convecção natural e forçada.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dados da placa utilizada:

Material: alumínio

Área: 0,1m x 0,1m = 0,01 m2

ɛ: 0,05 (emissividade de uma placa de alumínio polido)

4.1. Convecção Natural

Ao iniciar o experimento, ligando a caixa de controle e o computador


com o software TCLFC, manipulando o processo da convecção natural na
placa de alumínio em contato com o ar atmosférico, obteve-se os seguintes
dados experimentais:

AR-1 (%) = 65 (potência da resistência)

ST8 (°C) = 59,7 (Ts)

ST7 (°C) = 25,6 (T∞)

ST4 (°C) = 27,6 (Tviz)

3
SW1 (W) = 80,9 (calor cedido da resistência)

Para os cálculos, usamos a temperatura média do sistema (Tf), obtida


pela fórmula:

T s +T ∞
T f=
2

332,7 K +298,6 K
T f=
2

T f = 315,65 K

Usando esta temperatura em Kelvin (Tf =315,65K), obtemos a partir do


apêndice A do Incropera na Tabela A.4 – Propriedades Termofísicas de Gases
à Pressão Atmosférica para o ar:
2
−6 m
α= 24,8 ×10
s

W
k = 27,5× 10− 3
m .K
Pr ¿0,705

−6 m2
ʋ = 17,5 ×10 s

m
g= 9,8
s2
Com estes dados obtidos por interpolação, calcula-se o número de Rayleigh:
gβ (T s− T ∞ )L3
RaL =
ʋα
Onde:
1 1
β= =
T f 315,65
−3 −1
β= 3,17 ×10 K

−3 3
9,8 × 3,17 ×10 × (33 2 ,7− 298,6 )×0,1
RaL =
17,5 ×10− 6 ×24,8 × 10− 6
6
RaL = 2,35 ×10

4
9
Sendo que RaL ≤ 10 traduz um regime laminar em convecção natural,
pode-se utilizar a seguinte equação para calcular o número de Nusselt:
1
4
´ 0,68+ 0,670 × Ral
Nu= 4

[1+(0,492/ Pr) ]
9
9
16

0,670 × (2,35 ×10 ) 6 4


Ńu= 0,68+

[ ( )]
9 4
0,492 16 9
1+
0,705
´ 20,8
Nu=

Assim, obtém-se o coeficiente convectivo médio ( h́ ) da seguinte maneira:

´ h́× L
Nu=
k

h́ ×0,1
20 ,8= −3
27,5 ×10
W
h́= 5,72
m2 . K
Da Lei do Resfriamento de Newton obtemos a taxa de transferência de
calor por convecção natural:
q convecção = h́ . A s . (T s− T ∞ )

q convecção = 5,72× (0,12 )× (332,7− 298,6 )


q convecção = 1,95W
−8
Considerando σ = 5,67 .10 e ε = 0,05 , a taxa de transferência de calor
por radiação é:
q radiação= ε × A S ×σ × (T 4S− T 4viz )

q radiação = 0,05 × (0,1 )×5,67 × 10 × (332,7 − 300,6 )


2 −8 4 4

−1
q radiação = 0,12W = 1,2 ×10 W

A taxa de transferência total de calor é, portanto:


q total = q convecção +q radiação
q total = 1,95+0,12
q total = 2,07 W

E a eficiência de troca térmica pode ser calculada da seguinte maneira:

5
qtotal
ƞ=
SW 1
2,07
ƞ= × 100
80,9
ƞ = 2,55

4.2. Convecção Forçada

Reiniciando a aparelhagem de convecção do laboratório e introduzindo


agora uma convecção forçada no sistema, obtiveram-se os seguintes dados:
Potência do exaustor (%): 55
AR-1 (%): 65 (potência da resistência)
ST8 (°C): 72,5 (Ts)
ST7 (°C): 25,2 (T∞)

ST4 (°C): 26,4 (Tviz)

SW1 (W): 81,1 (calor cedido da resistência)


3
m
SC1 ( h ): 6,6 (vazão do ar do exaustor)

Calculando a temperatura média do sistema (Tf) para este caso:

T s +T ∞
T f=
2

345,5 K +298,2 K
T f=
2

T f = 321,9 K

Consultando a tabela A.4 do Incropera para esta temperatura obtemos os


seguintes valores:

W
k = 27,9× 10− 3
m .K
Pr ¿0,704

−6 m2
ʋ = 18,1× 10 s

Para obter o coeficiente convectivo desta situação, primeiramente


calcula-se o número de Reynolds:
6
v× L
• L=
ʋ

Onde:
Q 6,6 m m
v= = = 660 = 0,18
A 0,12 h s

Logo temos que:


v × L 0,18 ×0,1
• L= =
ʋ 18 ,1 ×10
−6

2
• L = 9,94 ×10

Sendo que para uma placa plana submetida a convecção forçada,


5
• L ≤5 × 10 significa um regime de camada limite laminar, então calcula-se o
número de Nusselt pela seguinte fórmula:
1
´ 0,664 × •
Nu= l
0,5
× Pr 3

0,704
¿
¿
´ 0,664 ×(9,94 × 102)0,5 × ¿
Nu=
´ 18, 6
Nu=

Encontrando o coeficiente convectivo médio ( h́ ):

´ h́× L
Nu=
k

h́ ×0,1
18,6= −3
27,9 ×10
W
h́= 5,2 2
m .K
A taxa de transferência de calor por convecção forçada é:
q convecção = h́ . A s . (T s− T ∞ )

q convecção = 5,2× (0,1 )× (345,5− 298,4 )


2

q convecção = 2,45W

E a taxa de transferência de calor por radiação pode ser calculada como:


q radiação= ε × A S ×σ × (T S− T viz )
4 4

q radiação = 0,05 × (0,1 )×5,67 ×10 × (345,5 − 299,4 )


2 −8 4 4

q radiação = 0,18 W = 1,8 ×10− 1 W

Então a taxa de transferência total de calor é:

7
q total = q convecção +q radiação
q total = 2,45+0,18
q total = 2,63 W

E a eficiência de troca térmica é expressa como:


qtotal
ƞ=
SW 1
2,63
ƞ= ×100= 3,24
81,1
ƞ = 3,24

5. CONCLUSÃO

Na transferência de calor por convecção forçada, que é quando há uma


fonte de energia externa, como por exemplo o ventilador que foi usado na
prática, o processo fica mais rápido. Embora a transferência de calor por

8
convecção natural seja eficaz a transferência por convecção forçada é mais
ainda e por isso é mais utilizada.

A transferência de calor por radiação deve ser considerada nos cálculos,


mas não é necessária para comparar a taxa de transferência de calor de
convecção forçada e natural, pois a radiação é a mesma existindo ou não
energia externa.

Analisando os resultados dos experimentos, percebe-se facilmente que


a taxa de transferência de calor por convecção forçada é maior do que a taxa
por convecção natural. A explicação para o fato é que, quando se aumenta a
turbulência da camada limite do fluido na superfície da placa, tem-se um
aumento no número de Reynolds. Esse aumento da turbulência é alcançado
pela movimentação produzida do ar atmosférico ao redor, neste caso usando
de um ventilador para isso. Com o ventilador, aumenta-se a velocidade do ar
escoando sobre a placa, com um Re maior e consequentemente um número
de Nusselt e coeficiente convectivo médio ( h́ ) maior.
Deste modo, sendo o h́ por convecção forçada o maior valor, a
transferência de calor é maior.
Entretanto, deve-se considerar um pequeno erro nos cálculos, pois a
convecção forçada foi realizada logo em seguida à convecção natural, ou
seja, a placa de alumínio pode não ter sido resfriada antes de reiniciar o
aquecimento. Além disso, aguardamos três minutos apenas na realização dos
experimentos para a obtenção dos valores, ou seja, não esperamos chegar
no regime permanente que seria o período de equilíbrio térmico, e por isso,
consideramos mais esse erro na análise dos resultados. Logo, a diferença
entre a taxa de transferência de calor por radiação nos dois experimentos se
deve a este fato, não possuindo nenhuma relação com a turbulência do ar,
apenas com as temperaturas da superfície e do fluido.

6. REFERÊNCIAS

Tabela de Emissividades. Disponível em:


<www.contemp.com.br/downloads/pdf/Tabela_de_Emissividades.pdf>. Acesso em:
23 de março de 2019.
9
INCROPERA, Frank; DEWITT, David. Fundamentos de Transferência de Calor e
Massa: 4ª edição. 1998.
Serpa, A; Resende, M; Solois, P; Magacho, P; Vieira, R. (2014). Determinação do
coeficiente de troca de calor por convecção. PUC, Rio de janeiro.

10

Você também pode gostar