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Este Trabalho Técnico foi preparado para apresentação na 7a Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, realizada no período de 09 a 12 de
Setembro de 2003, em Florianópolis - SC. Este Trabalho Técnico foi selecionado para apresentação pela Comissão Técnica do Evento, seguindo as
informações contidas na sinopse submetida pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho Técnico, como apresentado, não foi revisado pelo IBP. Os
organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material, conforme apresentado, não necessariamente reflete as opiniões do
Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Sócios e Representantes. É de conhecimento e aprovação do(s) autor(es) que este Trabalho Técnico seja
publicado nos Anais da 7ª Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos.
Abstract
The activity inspection in the oil refinery is based in equipments reliability. This information allows
the determination of the risk of failure, which is calculated based in likelihood of failure and
consequence of failure. Because damage is time dependent, future inspections can be planned based
on the amount of damage expected at a later date. The paper shows a non destructive testing IRIS
(Internal Rotational Inspection System) application on acid gas and water/steam exchangers and its
advantages and limitations. The objective is calculate the inspection effectiveness to the IRIS for
this application using API 581 Risk Based Inspection and promote views of planning inspection to
minimize the global risk to these equipments on the industrial unit.
Resumo
Nos últimos anos a atividade de inspeção tem buscado gerir a confiabilidade dos equipamentos não
somente no aspecto do conhecimento da vida remanescente mas de forma abrangente, considerando
os aspectos ambientais, de segurança e financeiro envolvidos. Esta visão tem gerado grande
demanda por padronizações na programação de inspeção, buscando principalmente otimizar o
tempo e serviços durante as intervenções em paradas de manutenção. O trabalho apresenta uma
aplicação direta do Ensaio IRIS (Internal Rotational Inspection System) para tubos de troca térmica
em condensadores de enxofre, cujo objetivo é, a partir dos resultados obtidos, conhecer a condição
atual do feixe tubular e planejar as atividades de inspeção e manutenção para a unidade de processo,
considerando as premissas do API 581- Risk Based Inspection - RBI. São apresentadas as vantagens
e limitações da técnica e os cenários de confiabilidade obtidos com seu emprego na avaliação de
integridade desta família de equipamentos.
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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3- CONDIÇÕES OPERACIONAIS:
A Unidade de Recuperação de Enxofre – URE – tem por objetivo extrair o Enxofre contido
na corrente de gás ácido produzida em outras unidades da refinaria, melhorando a qualidade desse
efluente gasoso aos mínimos teores de enxofre nos gases devolvidos ao ambiente. A unidade utiliza
o processo “Clauss” para redução do enxofre, produzindo enxofre escamado ou líquido. A URE é
composta por 42 equipamentos, excetuando-se o sistema geral de tubulação e válvulas de segurança.
O aspecto mais relevante da URE está em seu papel estratégico de unidade ambiental. A
unidade será responsável, nos próximos anos, por 33% do Balanço de Enxofre na refinaria, com um
total de 22100 toneladas/ano de enxofre produzido, em substituição à emissões atmosféricas. Neste
sentido, problemas que causem indisponibilidade da URE podem atingir valores médios de 80
toneladas/mês em emissões atmosféricas, sendo indiscutível a necessidade de aumentar a
confiabilidade em operação através de intervenções de manutenções estruturadas e priorização dos
planos de inspeção.
4. ENSAIO IRIS
4.1 PRINCÍPIOS
O ensaio IRIS - Internal Rotatory Inspection System, foi introduzido na PETROBRAS por
volta de 1992, para inspeção de tubos de trocadores de calor e de caldeiras[3]. É empregada a técnica
convencional de pulso-eco, por imersão, para medição de espessura, com utilização de recursos
eletrônicos para apresentação dos resultados das medições.
As medições, feitas durante a varredura circunferencial completa do tubo, são mostradas na
tela do computador ou osciloscópio, produzindo imagens retangulares ou circulares, em tempo real,
podendo-se obter também imagens no sistema C-scan.
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Fig. 2 - Três imagens da mesma corrosão externa do tubo: retangular, circular e C-Scan[4].
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As reflexões das paredes interna e externa do tubo seguem o mesmo caminho de retorno para
o transdutor. O intervalo de tempo entre o primeiro eco (a primeira reflexão da parede interna do
tubo) e o segundo eco (a primeira reflexão da parede externa do tubo) dá a medida da espessura da
parede do tubo. Como o espelho é rotativo, o feixe ultra-sônico incide sobre todo o perímetro do
tubo. Além do movimento de rotação, provocado pelo fluxo de água, o operador efetua movimento
de translação do transdutor ao longo do tubo inspecionado. Portanto, o feixe de ultra-som efetua um
movimento helicoidal, de modo a varrer toda a superfície interna e externa do tubo em todo o seu
comprimento. Os sinais refletidos são processados de forma a se obter uma imagem da parede do
tubo, evidenciando-se a espessura mínima e os defeitos encontrados interna ou externamente. A
rotação da turbina e a freqüência do pulso são ajustáveis de modo a permitir velocidades de
deslocamento da sonda da ordem de até 5 metros por minuto.
4.2 EQUIPAMENTOS
- Quando é necessário o registro dos resultados do ensaio para a comparação em futuras inspeções
- cálculo de taxa de perda de espessura dos tubos;
- Quando se deseja o resultado imediato da inspeção para a tomada de decisão;
- Quando se quer saber o tipo e a localização de um defeito;
- Quando se deseja inspecionar grandes lotes de tubos em curto espaço de tempo. O ensaio IRIS é
mais rápido e de menor custo do que a remoção de tubos para a inspeção direta;
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A limpeza interna do tubo é uma etapa importante para a obtenção de resultados confiáveis no
ensaio IRIS. A limpeza por hidrojato é a técnica mais usual e indicada para tal. Existem casos onde
a limpeza por hidrojato precisa ser complementada por processos de limpeza química.
O tipo de produto interno ao tubo e o seu material são fatores determinantes para a definição
do tipo de limpeza a ser empregado. Equipamentos que operam com produtos pesados ou água de
resfriamento são de limpeza mais difícil.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para realizar o trabalho, foram utilizadas as orientações do API 581, sendo possível avaliar o
risco em Nível quantitativo. foram avaliados 7 permutadores de calor, com a função de
condensadores de enxofre, tendo no lado dos casco como fluido água de caldeira e vapor e, no lado
dos tubos, gás ácido e enxofre líquido. A análise foi feita quanto ao tipo e toxidade do fluido
circulante, o estado físico do produto circulante, a pressão e temperatura de operação, a quantidade
disponível de produto em caso de vazamento, a capacidade de pronta manutenção da unidade. A
metodologia permite ainda avaliar os equipamentos quanto à susceptibilidade e, em caso positivo, ao
estágio de avanço da corrosão, considerando os mecanismos de corrosão alveolar interna e externa,
corrosão sob tensão, fluência, fadiga e danos por hidrogênio [6].
Na Tabela 1 são apresentados os dados técnicos dos permutadores onde foi aplicado o ensaio
IRIS.
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calor, que consiste em inspeção visual interna e retirada de tubos por amostragem para avaliação da
corrosão interna e externa. O “cenário 2” estabelece avaliação quantitativa para os mesmos
equipamentos considerando a aplicação do ensaio de IRIS, consideradas duas condições:
• Inspeção convencional realizada em agosto de 1998;
• Inspeção por IRIS em abril de 2002;
• Nenhuma inspeção programada em 6 anos de campanha até agosto de 2008;
5.1- CENÁRIO 1:
CONSEQÜÊNCIA DE FALHA
A B C D E
PROBABILIDADE
DE FALHA
5 1 1
4 2 2
2 1 3
1 2 4 1
3 4 4
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ponto de vista de inspeção e confiabilidade vale destacar que neste cenário 3 equipamentos
apresentaram o componente tubo com risco médio alto a alto, constituindo-se 43% deste
componente preocupante para a disponibilidade e segurança da unidade.
Na Tabela 2 são apresentados os risco obtidos no cenário 1, contemplando ainda a
progressão destes riscos em um plano de inspeção de 6 anos, nas condições sem inspeção e com
inspeção a cada 3 anos neste intervalo.
O API 581 permite estabelecer planos de inspeção avaliando sua efetividade para minimizar
o risco nos equipamentos. Para este cenário foi observado que mesmo diminuindo os intervalos de
inspeção o risco não foi satisfatoriamente minimizado a níveis baixos. Este dado foi obtido segundo
a efetividade de inspeção do banco de dados do “API USERS GROUP” para o API 581. Ficou
evidenciada a necessidade de aplicar inspeção mais efetivas que a convencional a fim de calcular
taxas de corrosão precisas e permitir a previsibilidade quanto às condições físicas destes
equipamentos.
5.2- CENÁRIO 2:
A B C D E
PROBABILIDADE
DE FALHA 8
5
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6. CONCLUSÕES
• O nível quantitativo de avaliação de Inspeção Baseada em Risco permite maior
aprofundamento na análise, detalhando os aspectos de mecanismo de corrosão e todos os
fatores que contribuem para o agravamento da conseqüência de falha dos equipamentos.
• A Inspeção Baseada em Risco mostrou que, seguindo a metodologia do API 581, é possível
estabelecer planos de inspeção efetivos a fim de orientar o nível de risco adequado para uma
campanha segura.
• Uma vez iniciada a avaliação é aconselhável manter uma constante atualização dos dados,
permitindo assim novas avaliações e dimensionamento dos riscos envolvidos na tomada de
decisões em campanha e até no dimensionamento do escopo das paradas de manutenção.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] BJORNOY, O. H., MARLEY, M. J., NILSEN e C. J., WILLIAMSON, R., “RBI Planning for
Pipelines, Principles and Benefits”, 20th International Conference on Offshore Mechanics and Arctic
Engineering, Brazil, 2001.
[2] BALFANZ, H. P. e RUMPF, J., “RAMS – An Integrated Risk-Based Decision Making Tool”,
Technischer Überwachungs-Verein Nord e.V., Germany.
[3] Norma PETROBRAS, N- 2690 - Ensaio Não-Destrutivo IRIS.
[4] Prospectos da empresa BBL- BUREAU BRASILEIRO S/C LTDA.
[5] Práticas Recomendadas em IRIS – Documento PETROBRAS através do Grupo Tecnológico de
Inspeção do ABASTECIMENTO.
[6] GENTIL, V., “Corrosão”, 3a edição, Rio de Janeiro, LTC, 1996, pág 150-170.
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