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Associação de Futebol de Aveiro

CURSO DE TREINADORES DE II NÍVEL - UEFA B


Vítor Urbano
A análise de um jogo de futebol feita por observação directa
ou indirecta mais do que a disponibilidade total para este
tipo de trabalho será possivelmente o estabelecimento de
um protocolo que introduza elementos facilitadores para
uma melhor observação e anotação de todos os elementos
a serem analisados.
Para alguns treinadores o melhor treinador é o próprio jogo
de futebol pois ele pode ensinar tudo. Os pontos fracos, os
fortes, os erros mais comuns tudo é observável desde que
para isso detalhadamente se analise com grande rigor. A
observação e análise fazem-se constantemente no
desenvolvimento das tarefas do treinador, ora na
observação das equipas contrárias como também da sua
própria equipa.
A evolução de uma época desportiva e do processo de
treino obriga sistematicamente o treinador a fazer papel de
observador pelo que esta tarefa pode ser determinante no
seu sucesso ou insucesso, dependendo da qualidade dessa
recolha de informações um bom diagnóstico.
Qualquer estratégia parte de uma análise mas a qualidade
desta condicionará o sucesso da outra, pelo que a
observação deverá ser metódica para ser exacta,
circunstanciada e demorada, podendo incluir mais do que
um observador ou analista.
Quando se parte para uma observação concreta coloca-se
uma primeira pergunta:
Qual é o objectivo da análise?
Pode servir para orientação do processo de treino, para
aferir o nível do próprio processo de treino ou delinear a
estratégia para um determinado jogo. Por exemplo numa
observação a um jogo de jovens o mais determinante será
com certeza a capacidade e nível técnico exibido em
confronto com outras valências, que são fundamentais do
alto rendimento.
O confronto entre particular e geral tem de se tomar em
conta, ou seja o contexto, para que a avaliação seja o mais
rigorosa possível; esta já é uma dificuldade pois uma boa
observação terá necessariamente de responder a perguntas
específicas e objectivas o que obriga o isolamento do
contexto.
1 Qual das equipas está a ter o controlo de jogo?
O controlo de jogo tem de ser avaliado em duas vertentes: A
vantagem territorial e o tempo de posse de bola.
2 A causa do controlo de jogo?
As causas principais poderão estar centradas numa ou noutra
ou mesmo nas duas equipas. Os factores para essa
avaliação podem ser provenientes do tipo e forma da
marcação, a capacidade física, a estrutura média dos
jogadores e o seu nível técnico, da frequência dos ataques
e da forma destes. O ritmo imposto pelas equipas bem
como o grau de esforço dispendido para a manutenção do
mesmo devem ser referenciados.
3 Os princípios e os fundamentos de jogo colectivo estão a
ser respeitados?
O respeito em todas as fases do jogo pelos princípios da
defesa e do ataque devem ser equacionados.
Particularmente se a defesa se mantém compacta e em
concentração, se utiliza sistematicamente a cobertura e
equilíbrio defensivo, bem como reage à mudança de posse
de bola na transição ataque-defesa. No ataque a amplitude
e profundidade são factores observáveis, bem como as
mudanças de orientação de jogo e níveis de mobilidade
apresentado pelos jogadores.
4 Qual o padrão estratégico das equipas?
Neste parâmetro de avaliação a par do sistema de jogo, os
métodos de jogo tanto na defesa como no ataque são
fundamentais, como também os processos desenvolvidos
nas fases de transição defesa-ataque e ataque-defesa.
5 Quais as principais áreas de penetração e formas de
ataque?
Referenciar as zonas do campo onde a frequência de ataques
são mais predominantes nomeadamente no terço de campo
ofensivo e se existem formas ou acções técnico-tácticas
dominantes.
6 Análise aos jogadores mais influentes
Concluída a análise mais colectiva das equipas para
completar a observação é necessário ter atenção especial
para os orientadores de jogo e em que zona do campo
desenvolvem as suas acções e se existem receptores ou
distribuidores privilegiados fundamentalmente na transição
defesa-ataque.
7 Situações atípicas
A anotação de todas as situações atípicas são importantes
nomeadamente cantos, livres ou lançamentos de linha
lateral no terço ofensivo e grandes penalidades.
Estrutura da equipa
Modelo de Jogo
Sistema Táctico
Dispositivo geométrico dos jogadores no espaço de Jogo
Relações existentes entre os jogadores

Método de jogo defensivo


Tipo de marcações
Coberturas defensivas
Equilíbrios defensivos
Estruturas parciais e global da equipa em função do lado da bola
Nos livres, a colocação e número de jogadores
Métodos de jogo ofensivo
Organização do processo ofensivo
Coberturas ofensivas
Movimentações parciais e global após a recuperação de bola
Movimentações nos corredores/sectores
Processos de jogo nas estruturas parciais (cobertura/mobilidade)
Movimentação dos avançados
Organizador ( es ) de jogo
Quem e como executam os pontapés de saída
Quem e como executam os pontapés de baliza
Cruzamentos (com ou sem pressão) movimentações dos jogadores
(1º poste/2º poste/entrada na área)
Principais rematadores
Cantos quem executa, a colocação dos colegas e suas movimentações
Livres directos e indirectos, quem executa, como se colocam e as
respectivas movimentações
Combinações nos corredores (defesas laterais e/ou médios ala)
Análise da equipa em termos técnico/tácticos, físicos,
psicológicos e volitivos em função das tendências de
jogo

Análise individual
Defensivamente
Ofensivamente
Fisicamente
Psicologicamente
Guarda-redes (nos postes, nas saídas e tecnicamente)
Caracterização das condições de apoio ao jogo
Condições climatéricas
Temperatura
Estado do relvado
Tipo de bola utilizada
Distancia do público ao terreno de jogo
Tipo de pressão exercida na equipa de arbitragem
Tipo de pressão exercida nos jogadores
Tipo de massa associativa
Condições de instalações
Qualidade de segurança
Análise do meio envolvente
Importância do jogo

Clima de jogo esperado

Análise da situação feita pelos Media

Impacto criado por ambas as equipas


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