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ESCOLA DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS

E AUXILIARES EM ENFERMAGEM

DISCIPLINA: Organização do Processo de Trabalho em Enfermagem

Prof.ª Enf.ª Bárbara Lima


HISTÓRIA E EVOLUÇÃO
DA ENFERMAGEM
Origem da Profissão
Desde antes de Cristo que a profissão de enfermeiro já era conhecida. Eram aqueles
homens e mulheres que cuidavam dos doentes, idosos e deficientes, garantindo a sua
sobrevivência.

Com o tempo, estes cuidados de saúde evoluíram e, entre os séculos V e VIII, a


Enfermagem surgiu entre os religiosos.

No século XVI, a Enfermagem já começa a ser vista como uma atividade profissional
institucionalizada e, no século XIX, como Enfermagem moderna na Inglaterra.
Enfermagem Moderna

Nascida em 12 de maio de 1820 Florença,


Itália

Inteligência incomum, determinação e


perseverança

Desejo de realizar-se como enfermeira

Florence Nightingale
Enfermagem Moderna
Trajetória - Florence Nightingale

1844 – Roma, estudar as atividades


das Irmandades Católicas

1849 – Viaja ao Egito, e decide-se a


servir a Deus

Visita o Hospital de Dublin dirigido


pela Irmãs de Misericórdia

Conhece as Irmãs de Caridade de


São Vicente de Paulo, em Paris
Enfermagem Moderna
Trajetória - Florence Nightingale
Guerra da Criméia
1854 – A Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia
1820 - 1910

Florence + 38 voluntários (religiosos e leigas vindas


de diferentes hospitais) -> Hospital em Scutari
Mortalidade -> 40% para 2%
Dama da Lâmpada

1859 – Escola de Enfermagem no


Prémio do Governo Inglês
Hospital Saint Thomas, Londres
Enfermagem Moderna
Primeiras Escolas de Enfermagem no Mundo
ENFERMAGEM SURGE:
Não mais como uma atividade empírica, desvinculada do saber especializado,
Mas como uma ocupação assalariada
Atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais
Constituindo-se como uma prática social institucionalizada e específica

Inglaterra 1873 – ESTADOS UNIDOS


Enfermagem Moderna
Primeiras Escolas de Enfermagem no Mundo
Disciplina rigorosa, do tipo
As escolas deveriam funcionar de
militar, bem como a exigência
acordo com a filosofia da Escola
de qualidades morais das
Florence Nightingale.
candidatas.
4 ideias principais:
1. O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante quanto qualquer outra forma
de ensino;

2. As escolas devem ter uma associação com os hospitais;

3. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino;

4. As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter residência a disposição.


História da Enfermagem no Brasil

A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no período colonial e


vai até o final do século XIX.

Ana Justina Ferreira Nery - Nasceu em 13 de dezembro


de 1814 - Cachoeira, na Província da Bahia

Se casou aos 23 anos e ficou viúva aos 30 anos de


Isidoro Antônio Nery

Teve 3 filhos (médico militar; 2 oficiais do exército)


História da Enfermagem no Brasil
Trajetória – Anna Nery
Guerra do Paraguai (1864 – 1870)
Seus filhos
-> Servir a Pátria
Não resiste à separação da família
-> coloca-se à disposição da Pátria
Em 15 de agosto
• Recebe uma coroa de louros; -> campos de batalha
• Sua imagem é pintada por
Victor Meireles e é colocada no
edifício do Paço Municipal;
• Recebe uma pensão do • Improvisa hospitais;
5 anos depois
• Não mede esforços no
governo imperial; -> Volta ao Brasil
atendimento aos feridos
• Medalhas humanitárias.
História da Enfermagem no Brasil
Trajetória – Anna Nery
História da Enfermagem no Brasil
Trajetória – Anna Nery

§ Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880.

§ A primeira Escola de Enfermagem fundada no


Brasil recebeu o seu nome: Anna Nery

Assim como Florence Nightingale, rompeu com os


preconceitos da época que faziam da mulher prisioneira do lar.
História da Enfermagem no Brasil
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil

1890 – Escola de Enfermagem “Alfredo pinto”

• O curso tinha três anos de duração e era dirigida por


enfermeiras diplomadas. 1942
História da Enfermagem no Brasil
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil

1916 – Escola da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro

• Iniciou com um curso de socorrista, para atender às


necessidades prementes da 1ª Guerra Mundial.
História da Enfermagem no Brasil
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil

1923 – Escola Anna Nery

• Iniciou com 14 alunas;


• Instalou-se pequeno internato próximo ao Hospital São
Francisco de Assis, onde seriam feitos os primeiros estágios.
História da Enfermagem no Brasil
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil

1933 – Escola de Enfermagem Carlos Chagas

• A primeira a funcionar fora da Capital da República e a


diplomar religiosas no Brasil
História da Enfermagem no Brasil
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil

1939 – Escola de Enfermagem "Luiza de Marillac"

• Representou um avanço na Enfermagem Nacional;


• Abriu largamente suas portas, não só às jovens estudantes
seculares, como também às religiosas de todas as
Congregações
História da Enfermagem no Brasil
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil

1939 – Escola Paulista de Enfermagem

• Pioneira da renovação da enfermagem na Capital paulista;


• Acolheu também religiosas de outras Congregações;
• Uma das importantes contribuições dessa escola foi início dos
Cursos de Pós-Graduação em Enfermagem Obstétrica.
História da Enfermagem no Brasil
Primeiras Escolas de Enfermagem no Brasil

1944 – Escola de Enfermagem da USP

• Fundada com a colaboração da Fundação de Serviços de


Saúde Pública (FSESP);
• Faz parte da Universidade de São Paulo
História da Enfermagem no Brasil
Símbolos da Enfermagem
O símbolo que representa o curso de enfermagem possui origens em uma
personalidade importante da área e se tornou popular entre enfermeiras e
enfermeiros.

Em uma resolução do COFEN de 1999, ficou definido que o símbolo da enfermagem


seria composto de uma lâmpada a óleo, uma cruz vermelha e uma serpente.
História da Enfermagem no Brasil
Símbolos da Enfermagem
Também foi definido que o símbolo que representa o Técnico e Auxiliar de
Enfermagem seria composto da lâmpada a óleo e uma seringa.
História da Enfermagem no Brasil
Símbolos da Enfermagem

A seringa
Representa a
representa
ciência e os
a técnica,
primeiros
A lâmpada indica e habilidade e
socorros.
ilumina o caminho. precisão.
Sua simbologia é
ligada a Florence. A serpente representa
a magia, a alquimia, o
renascimento, a cura
e a cicatrização.
História da Enfermagem no Brasil
Símbolos da Enfermagem

Cor verde: paz,


tranquilidade, Pedra Símbolo:
cura, saúde. esmeralda

Cor que representa a


Enfermagem: Verde
Esmeralda
Memorial Sobre História da Enfermagem Brasileira
A casa onde viveu Anna Nery passará a abrigar um memorial sobre a história da
profissão no país.

A decisão foi anunciada dia 28/7


pela prefeita do município,
Eliana Gonzaga, ao Conselho
Federal de Enfermagem.

A residência, localizada na cidade de Cachoeira, no recôncavo baiano, também será


responsável por preservar os restos mortais da enfermeira, que serão recebidos por
meio de doação.
Juramento
ENTIDADES DE CLASSE EM
ENFERMAGEM
O que são Entidades de Classe?
São as diferentes organizações que representam as diversas modalidades profissionais
ligadas à área de enfermagem. Há várias entidades que representam os profissionais
de enfermagem na busca por excelência.

Missão:

Integrar a categoria e alcançar


objetivos importantes
O que são Entidades de Classe?
Sindicatos, Sociedades e os Conselhos atuam cada um em uma área específica e é
importante saber qual entidade procurar de acordo com a sua necessidade.
Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN

Primeira entidade de enfermagem, fundada em 1926 sob o nome de Associação


Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, a ABEn estimulou a criação dos
conselhos regionais e dos sindicatos da categoria no país.

Entidade de caráter científico e assistencial, foi renomeada em 1964, como a


Associação Brasileira de Enfermagem. Atualmente a ABEn Nacional, com sede em
Brasília, funciona através de seções regionais formadas nos estados e no Distrito
Federal.
Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN
Objetivos:
ØRepresentar a enfermagem, nacional e internacionalmente, no trabalho,
especificamente no que se refere à enfermagem;

ØReconhecer a qualidade de especialista aos profissionais de enfermagem, expedindo


o respectivo título de acordo com regulamentação específica;

ØDivulgar trabalhos e estudos de interesse da enfermagem, mantendo órgão de


publicação periódica, a Revista Brasileira de Enfermagem, criada em 1932;

ØPromover, estimular e divulgar pesquisas da área de enfermagem;


Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN
Atualmente congrega estudantes dos cursos de graduação e de educação profissional
de nível técnico que a ela se associam, individual e livremente - facultativa.

Estrutura
A ABEn é constituída pelos seguintes órgãos, com jurisdição nacional:

Assembleia de
Diretoria Central
delegados

Conselho Nacional da
Conselho Fiscal
ABEn (CONABEn)
Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN
Realizações da ABEn
Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN
Realizações da ABEn

O início desta semana deu-se em 12 de maio, para celebrar o nascimento de Florence


Nightingale em 1830, e o seu término em 20 de maio, para rememorar o falecimento
de Anna Nery em 1880, o que permanece até os dias atuais.
Associação Brasileira de Enfermagem - ABEN
Sindicatos
Os sindicatos são órgãos responsáveis pela defesa dos direitos do trabalhador. No
Brasil, surgiram com a industrialização, e receberam tratamento especial da
Constituição de 1988, que lhes concede autonomia e lhes atribui o direito de
recolhimento anual de contribuição sindical, destinado a manter o sindicato em
atividade.
Sindicatos
Um dos serviços mais úteis do sindicato é a orientação jurídica ao profissional.
Quando ele se sente coagido, alvo de assédio ou tem dúvidas quanto a seus direitos
trabalhistas, é ao Sindicato que ele deve procurar
Sindicatos

Caso o profissional deseje, ele pode se associar ao sindicato e desfrutar de benefícios


adicionais:
Convênios
Serviços de lazer
médicos

Descontos em
lojas associadas

Para tanto, deve-se pagar uma mensalidade de associação, paga pelo profissional
diretamente ou com desconto em folha.
Sindicatos
Os sindicatos contam com o apoio das demais entidades na luta por melhores
condições de trabalho. Atualmente, o piso salarial e a limitação de jornada de
trabalho semanal para 30 horas são as lutas principais.
Conselhos de Enfermagem

Conselhos de Criados Lei


Enfermagem em 1973 5905/73

São órgãos de direito público e sua missão é regular o exercício profissional, através
das diversas atividades que exerce.

Além da legislação específica da área de enfermagem, os Conselhos obedecem à


legislação da área da saúde e correlatas.
Conselhos de Enfermagem
Os conselheiros são responsáveis pela:

Organização Coordenação

Julgamento dos
Serviços de
processos de
atendimento e
infração ao
fiscalização
código de ética
Conselhos de Enfermagem
O sistema de disciplina e fiscalização do exercício profissional da Enfermagem,
instituído por lei, desenvolve suas atividades segundo as normas baixadas por
resoluções do COFEN.
Sistema é constituído dos seguintes objetivos:

Área disciplinar Área disciplinar


Área fiscalizatória
normativa corretiva
LEI Nº 5905 DE 12 DE JULHO DE 1973:
Art. 1º
São criados o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e os Conselhos Regionais de
Enfermagem (COREN).
Art. 2º
Conselho Federal e Conselhos Regionais são:

Órgãos disciplinadores

do exercício da profissão de enfermeiro e das demais profissões compreendidas nos


serviços de enfermagem.
Art. 3º
O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais, terá
jurisdição em todo o território nacional e sede na Capital da República.
Art. 4º

Haverá um COREN em cada estado, com sede na referida capital.


Art. 5º/Art. 9º/Art. 11º/Art. 14º

digno de respeito
Art. 6º
Os membros do COFEN e respectivos suplentes

serão eleitos maioria dos em


por votos escrutínio
secreto

na Assembleia dos Delegados Regionais


Art. 8º
Competências do COFEN

• aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais;


• instalar os Conselhos Regionais;
• elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-lo, quando necessário,
ouvidos os Conselhos Regionais;
• instituir o modelo das carteiras profissionais de identidade e as insígnias da
profissão;
• promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional;
Art. 12°
Os membros dos Conselhos Regionais e respectivos suplentes

São eleitos secreto obrigatório


por voto
pessoal

Em época determinada pelo COFEN em Assembleia Geral especialmente convocada


para esse fim.
Art. 13º

Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente, Secretário e Tesoureiro, admitida a


criação de cargos de Vice-Presidente, Segundo Secretário e Segundo Tesoureiro para
os Conselhos com mais de doze membros.
Art. 15º
Competências do COREN

• deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento;


• disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as diretrizes gerais do
Conselho Federal;
• manter o registro dos profissionais com exercício na respectiva jurisdição;
• conhecer e decidir os assuntos relacionados à ética profissional impondo as
penalidades cabíveis;
• expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da profissão, a qual terá fé
pública em todo o território nacional e servira de documento de identidade;
• fixar o valor da anuidade;
Art. 17º

O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão reunir-se, pelo menos, uma vez
mensalmente.
• Parágrafo único:

O Conselheiro que faltar, durante o ano, sem licença prévia do


respectivo Conselho, a cinco reuniões perderá o mandato.
Art. 18º
Aos infratores do Código de Deontologia de Enfermagem poderão ser aplicadas as
seguintes penas:
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS
DE ENFERMAGEM
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) é um documento que
reúne os princípios fundamentais para a conduta profissional de:

Enfermeiros,

Técnicos de Enfermagem,

Auxiliares de Enfermagem,

Obstetrizes e

Parteiras.
Aprovada através da Resolução Cofen nº 564/2017, e editada pelo Conselho Federal
de Enfermagem (COFEN), a resolução com a versão mais recente do CEPE foi
publicada no Diário Oficial da União no dia 6 de novembro de 2017, entrando em vigor
120 dias após sua publicação.
A proposta de reformulação foi coordenada por Grupo de Trabalho estabelecido pelo
COFEN, que recebeu propostas de alterações encaminhadas pelos diversos regionais,
após a realização de encontros e conferências junto aos profissionais de Enfermagem.

Os profissionais também foram ouvidos em consulta pública realizada no Portal


COFEN.
CEPE

Assunto

Infrações e Aplicação das


Direitos Deveres Proibições
penalidades penalidades
CAPÍTULO I - DIREITOS:

Exercer a Enfermagem com:

liberdade autonomia,

e ser tratado sem discriminação de qualquer natureza,


CAPÍTULO I - DIREITOS:

Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos e danos e violências física e


psicológica à saúde do trabalhador,
CAPÍTULO I - DIREITOS:

Requerer ao COREN de forma fundamentada,

medidas cabíveis

em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional ou que atinja a profissão.


CAPÍTULO I - DIREITOS:

Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão


de seu exercício profissional.
CAPÍTULO I - DIREITOS:

Anunciar a prestação de serviços para os quais detenha habilidades e competências


técnico-científicas e legais.
CAPÍTULO I - DIREITOS:

Negar-se a
• ser filmado,
• fotografado e
• exposto em mídias sociais
• durante o desempenho de suas atividades profissionais.
CAPÍTULO I - DIREITOS:

Recusar-se a executar atividades

que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal

ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade


CAPÍTULO I - DIREITOS:

Requerer junto ao gestor a quebra de vínculo da relação profissional/usuários

quando houver risco à sua integridade física e moral,

comunicando ao Coren e assegurando a continuidade da assistência de Enfermagem


CAPÍTULO II - DEVERES:

Manter inscrição no Conselho Regional de Enfermagem, com jurisdição na área onde


ocorrer o exercício profissional.
CAPÍTULO II - DEVERES:

Manter os dados cadastrais atualizados junto ao Conselho Regional de Enfermagem


de sua jurisdição.
CAPÍTULO II - DEVERES:

Apor nome completo e/ou nome social, ambos legíveis, número e categoria de
inscrição no Conselho Regional de Enfermagem, assinatura ou rubrica nos
documentos, quando no exercício profissional.

• É facultado o uso do carimbo, com nome completo, número e categoria de inscrição


no Coren, devendo constar a assinatura ou rubrica do profissional.
• Quando se tratar de prontuário eletrônico, a assinatura deverá ser certificada,
conforme legislação vigente.
CAPÍTULO II - DEVERES:

Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer natureza.


CAPÍTULO II - DEVERES:

Prestar assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de

imperícia,

negligência ou

imprudência.
CAPÍTULO II - DEVERES:

Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e Médica na qual não constem


assinatura e número de registro do profissional prescritor, exceto em situação de
urgência e emergência.
CAPÍTULO II - DEVERES:

Respeitar o direito do exercício da autonomia da pessoa ou de seu representante legal


na tomada de decisão, livre e esclarecida, sobre sua saúde, segurança, tratamento,
conforto, bem-estar, realizando ações necessárias, de acordo com os princípios éticos
e legais.
CAPÍTULO II - DEVERES:

Prestar assistência de Enfermagem promovendo a qualidade de vida à pessoa e


família no processo do nascer, viver, morrer e luto.

Parágrafo único. Nos casos de doenças graves incuráveis e terminais com risco
iminente de morte, em consonância com a equipe multiprofissional, oferecer todos os
cuidados paliativos disponíveis para assegurar o conforto físico, psíquico, social e
espiritual, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.
Penalidades

Advertência
Multa Censura
verbal

Suspenção Cassação
Penalidades
Advertência verbal

Art. 62 Executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica,
ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à
coletividade.

Art. 67 Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade,


além do que lhe é devido, como forma de garantir assistência de Enfermagem
diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem.
Penalidades
Multa

Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade,


além do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência de Enfermagem
diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem

Art. 77 - Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas ou


jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem.
Penalidades
Censura

Art. 84 Anunciar formação profissional, qualificação e título que não possa comprovar.

Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de qualquer natureza que


comprometam a segurança da pessoa.
Penalidades
Suspenção

Art. 78 Administrar medicamentos sem conhecer indicação, ação da droga, via de


administração e potenciais riscos, respeitados os graus de formação do profissional.

Art. 77 Executar procedimentos ou participar da assistência à saúde sem o


consentimento formal da pessoa ou de seu representante ou responsável legal, exceto
em iminente risco de morte.
Penalidades
Cassação

Art. 74 Promover ou participar de prática destinada a antecipar a morte da pessoa.

Art. 73 Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação,


exceto nos casos permitidos pela legislação vigente.
BIOÉTICA EM ENFERMAGEM
Bioética
É a ética da vida, é a ciência que tem como objetivo: indicar os limites da intervenção
do homem sobre a vida, identificar os valores de referencia racionalmente aceitos e
denunciar os riscos das possíveis aplicações.

Um dos objetivos principais é garantir que o trabalho da equipe de enfermagem seja


prestado da forma mais humanizada possível.
Princípios da Bioética
Estes princípios devem nortear as discussões, decisões, procedimentos e ações na
esfera dos cuidados da saúde.

São eles:

não-
beneficência autonomia justiça
maleficência
Princípios da Bioética
Princípio da Beneficência
Neste princípio, o profissional se compromete em avaliar os riscos e os benefícios
potenciais (individuais e coletivos) e a buscar o máximo de benefícios, reduzindo ao
mínimo os danos e riscos.

Isto significa que como profissionais da saúde precisamos fazer o que é benéfico do
ponto de vista da saúde e o que é benéfico para os seres humanos em geral.
Princípios da Bioética
Princípio da Beneficência
Para utilizarmos este princípio é necessário o desenvolvimento de competências
profissionais, pois só assim, poderemos decidir quais são os riscos e benefícios aos
quais estaremos expondo nossos clientes, quando decidirmos por determinadas
atitudes, práticas e procedimentos.

É comum que os profissionais da saúde tenham uma atitude paternalista para com os
clientes.
Princípios da Bioética
Princípio de Não-maleficência
Implica no dever de se abster de fazer qualquer mal para os clientes, de não causar
danos ou colocá-los em risco. O profissional se compromete a avaliar e evitar os danos
previsíveis.
É preciso evitar qualquer situação que signifique
riscos para o mesmo e verificar se o modo de agir
não está prejudicando o cliente individual ou
coletivamente, se determinada técnica não
oferece riscos e ainda, se existe outro modo de
executar com menos riscos.

Para atender a este princípio, não basta apenas, que o profissional de saúde tenha
boas intenções de não prejudicar o cliente.
Princípios da Bioética
Autonomia
Diz respeito à autodeterminação ou autogoverno, ao poder de decidir sobre si mesmo.
Preconiza que a liberdade de cada ser humano deve ser resguardada. Esta
autodeterminação é limitada em situações em que “pensar diferente” ou “agir
diferente”, não resulte em danos para outras pessoas.

A violação da autonomia só é eticamente aceitável, quando o bem público se


sobrepõe ao bem individual.
Princípios da Bioética
Autonomia
Respeitar a autonomia é reconhecer que ao indivíduo cabe possuir certos pontos de
vista e que é ele que deve deliberar e tomar decisões seguindo seu próprio plano de
vida e ação embasado em crenças, aspirações e valores próprios.

Cabe aos profissionais da saúde oferecer as informações técnicas necessárias para


orientar as decisões do cliente, sem utilização de formas de influência ou
manipulação, para que possa participar das decisões sobre o cuidado/assistência à
sua saúde.
Princípios da Bioética
Justiça
No Brasil, a Constituição de 1988 refere que a saúde é direito de todos. Dessa forma,
todo cidadão tem direito à assistência de saúde, sempre que precisar, independente
de possuir ou não um plano de saúde.
Princípios da Bioética
Justiça
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como princípios doutrinários:

Entretanto, mesmo com criação de normas regulamentadoras, o SUS ainda não está
consolidado e o não atendimento de seus princípios doutrinários impõe as
profissionais de saúde a convivência cotidiana com dilemas éticos, quando não
oferece serviços de saúde de qualidade.
Princípios da Bioética
LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA
ENFERMAGEM - Nº 7.498, DE 25 DE
JUNHO DE 1986
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem
É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as
disposições desta lei.

A Enfermagem e suas atividades auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas
legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com
jurisdição na área onde ocorre o exercício.
Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem
A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de
Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos
graus de habilitação.
São Enfermeiros:

I - O titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;

II - O titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferido nos


termos da lei;

III - O titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de


Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira
segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado
no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;

IV - Aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro
conforme o disposto na alínea do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
São Técnicos de Enfermagem:

I - O titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com


a legislação e registrado pelo órgão competente;

II - O titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso


estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
como diploma de Técnico de Enfermagem.
São Auxiliares de Enfermagem:

I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos


termos da lei e registrado no órgão competente;

II - o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, Lei nº 2.604, Lei nº 4.024 e Lei nº 299.

III - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964

IV - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as


leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil
como certificado de Auxiliar de Enfermagem.
O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe:
I - Privativamente:

• direção do órgão de Enfermagem e chefia de serviço e de unidade de Enfermagem;

• organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e


auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;

• planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de


assistência de Enfermagem;

• consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem;


O Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe:
I - Privativamente:

• consulta de Enfermagem;

• prescrição da assistência de Enfermagem;

• cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

• cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam


conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;
O Técnico de Enfermagem exerce:
Atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de
Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de
Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:

• participar da programação da assistência de Enfermagem;

• executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro;

• participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar;

• participar da equipe de saúde.


O Auxiliar de Enfermagem exerce:
Atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de
enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples,
em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:

• observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;

• executar ações de tratamento simples;

• prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;

• participar da equipe de saúde.


As atividades realizadas por técnicos e auxiliares de enfermagem, quando exercidas
em instituições de saúde, pública e privadas, e em programas de saúde, somente
podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.

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