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Engenharia Electrónica
Júri
Presidente: Prof. João José Lopes da Costa Freire
Setembro de 2009
Dissertação de mestrado sob orientação de
i
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos
Uma tese de mestrado, embora realizada por uma pessoa singular, depende fundamentalmente do apoio
que o seu autor tem à sua disposição, seja este apoio técnico ou apoio psicológico. Por isso, é meu dever
agradecer, em primeiro lugar, ao Professor Carlos Alberto Ferreira Fernandes e ao Professor José Augusto
Nunes Vicente Passos Morgado, pois foi com eles que iniciei as minhas actividades de investigação no âmbito
dos lasers de semicondutor. Com os seus apoios senti-me extremamente motivado para trabalhar nesta área
e fui capaz de alcançar um resultado que, de outro modo, não teria sido possível.
Com as discussões que tive com o Professor Carlos Alberto Ferreira Fernandes, foi-me possível ter um
entendimento profundo da física de semicondutores e quais as teorias por detrás da modelação de lasers de
retroacção distribuída.
Por outro lado, as sessões de discussão que tive com o Professor José Augusto Nunes Vicente Passos
Morgado incutiram-me um grande sentido prático, de saber como devo proceder para rapidamente produzir
os resultados necessários.
Cumpre-me fazer uma especial referência ao Instituto de Telecomunicações por todo o suporte às ac-
Gostaria ainda de agradecer à Academia da Força Aérea pelo facto de ter sido possível utilizar o labo-
Para finalizar, fica a consideração que tenho pela minha família, que é um elemento bastante encorajador
iii
RESUMO
Resumo
O objectivo deste trabalho é o estudo de lasers de semicondutor com retroacção distribuída (DFB), no
contexto da sua utilização como fonte emissora de luz em sistemas de comunicação óptica (OCS) de elevado
débito binário, especialmente importante em situações que utilizem modulação directa (DM) do emissor.
Há duas fases envolvidas neste trabalho. A primeira consiste na compreensão e modelação dos disposi-
tivos em análise, utilizando a teoria das ondas acopladas e o método de matriz de transferência (TMM). A
segunda consiste na optimização de novas estruturas DFB de modo a alcançar desempenhos muito superiores
Os resultados obtidos são sistematicamente validados por comparação com resultados reportados na
Conseguem-se estruturas DFB capazes de manter valores de relação de supressão de modos laterais tão
elevados quanto 50 dB, mantendo uma estabilidade elevada relativamente ao comprimento de onda emitido,
v
SUMMARY
Summary
The aim of this work is the study of semiconductor lasers with distributed feedback (DFB), namely their
usage as the light source in high bit rate optical communication systems (OCS). This is specially important
There are two stages involved in this work. The first one is the study and modelling of the desired
devices, through the coupled waves theory and the transfer matrix method (TMM). The second one is the
optimization of new DFB structures, in order to achieve a performance far superior to the ones already
The obtained results are systematically validated by comparing with results taken from literature and,
In the end, DFB structures are achieved, which are capable of maintaining side mode suppression ratio
values as high as 50 dB, with very stable emitted wavelength, as well as good efficiency in the electro-optical
conversion.
vii
Conteúdo
Agradecimentos iii
Resumo v
Summary vii
Conteúdo ix
1. Introdução 1
1.1. As Comunicações Ópticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2. O LED e o LASER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3. Laser DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4. Materiais a Utilizar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.5. Queima Espacial de Buracos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.6. Indicadores de Desempenho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2. Estado da Arte 5
2.1. O laser DFB Convencional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2. Laser PAR-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3. Laser MPS-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4. Laser DCC-DFB e Laser MPS-DCC-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5. Laser CPM-DFB e Laser CPM-DCC-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.6. Laser GLTG-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.7. Laser CG-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.8. Estrutura Transversal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
ix
CONTEÚDO
3. Teoria das Ondas Acopladas Aplicada a Lasers a Semicondutor com Realimentação Dis-
tribuída 11
3.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2. Teoria das ondas acopladas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.3. Soluções para o sistema de equações das ondas acopladas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
x
CONTEÚDO
8. Resultados Experimentais 57
9. Conclusões 59
9.1. Sumário e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
9.2. Trabalho futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Bibliografia 61
xi
LISTA DE SÍMBOLOS
Lista de Símbolos
Λ Período da corrugação
Ω Resíduo de fase
k Constante de propagação
f Frequência
λ Comprimento de onda
N Densidade de portadores
Continua na página seguinte
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS
n Índice de refracção
S Densidade de fotões
g Ganho do material
A0 Ganho diferencial
A1 Curvatura do ganho
vg Velocidade de grupo
xiv
GLOSSÁRIO DE SIGLAS E ACRÓNIMOS
Amplified Spontaneous
ASE Emissão espontânea amplificada 2
Emission
xv
GLOSSÁRIO DE SIGLAS E ACRÓNIMOS
xvi
Lista de Tabelas
xvii
Lista de Figuras
5.1. Variações nas soluções da estrutura com a variação da fase na faceta direita. . . . . . . . . . . . . . 32
5.2. Influência das mudanças de fase no desempenho das estruturas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.3. Influência do perfil DCC no desempenho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5.4. Distribuição do campo eléctrico para algumas estruturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.5. Influência do perfil CPM nos 4 modos principais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.6. Distribuição do campo eléctrico para algumas estruturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.7. Esquema simplificado da estrutura 1PS-DCC-DFB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.8. Resultados no limiar para a estrutura 1PS-DCC-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.9. Esquema simplificado da estrutura 3PS-DFB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.10. Resultados no limiar para a estrutura 3PS-DFB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
xix
LISTA DE FIGURAS
xx
Capítulo 1
Introdução
A crescente procura por comunicações de banda larga tem sido responsável pelo rápido desenvolvimento
dos sistemas de comunicação óptica (OCS), que se apresentam como a rede de nova geração. Nesta rede,
o meio de transmissão é a fibra óptica, que consiste num filamento de vidro ou de material polimérico,
com uma excelente capacidade para transmissão de ondas electromagnéticas. Um dos objectivos principais
na comunicação óptica é a rapidez na transmissão de dados, que está limitada pela dispersão do sinal. A
dispersão intermodal foi solucionada com a transição de fibras multimodais para fibras monomodais. A
dispersão cromática, associada à correlação entre o comprimento de onda e o índice de refracção da fibra
e à largura espectral da fonte óptica, foi minimizada através da utilização de fibras com um dado perfil
de refracção ou de fibras com dispersão deslocada, para além da utilização de fontes ópticas de elevada
coerência.
2
Atenuação − dB/km
0.5
0.25
0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8
Comprimento de onda − µm
Figura 1.1 – Atenuação na fibra óptica baseada em silício, em função do comprimento de onda (de acordo
com [1, pág. 3]).
Verifica-se experimentalmente que a fibra óptica tem uma atenuação variável com o comprimento de
onda usado, sendo que a menor atenuação acontece no comprimento de onda de 1.55 µm (Fig. 1.1). Embora
este seja o comprimento de onda com menor atenuação, o comprimento de onda com menor dispersão
acontece na vizinhança de 1.3 µm.
1
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
No contexto das comunicações ópticas existem dois tipos de modulação da onda electromagnética emi-
tida. O primeiro, mais fácil de implementar, consiste em emitir constantemente uma determinada intensidade
luminosa e usar um dispositivo óptico regulável para controlar a intensidade transmitida - modulação ex-
terna (EM). A segunda hipótese - modulação directa (DM) - baseia-se no princípio de que o laser traduz
directamente as variações de corrente eléctrica em variações na intensidade luminosa emitida, assegurando
que o espectro é sempre coerente, com uma baixa largura de linha centrada na mesma frequência.
3 a 6 nm
50 a 100 nm 300 a 600 GHz <0.01 nm
5 a 10 THz <100 MHz
O próximo passo na evolução da fonte luminosa foi o uso de díodos de amplificação de luz por emissão
estimulada de radiação (LASER) que, ao invés de basearem o seu funcionamento em emissão espontânea,
usam sobretudo a emissão estimulada. Na emissão estimulada, os fotões já existentes definem qual será
a frequência dos novos fotões emitidos, tornando a fonte luminosa coerente. Entre os vários lasers de
semicondutor usados actualmente, um dos primeiros a ser utilizado foi o laser Fabry-Perot (FP). Um laser
FP representa um grande avanço relativamente a um LED mas ainda apresenta limitações, nomeadamente
pelo facto de permitir a coexistência de vários modos ressonantes na cavidade do laser, resultando um
espectro multimodal. Conforme demonstrado em [1, pág. 42], um laser FP constitui uma cavidade ressoante
para todas as frequências fm que respeitem:
m·c
fm = (1.1)
2 · ng · Lcav
2
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
c
∆f = (1.2)
2 · ng · Lcav
cujo valor é suficientemente reduzido, conduzindo a que mais do que um modo esteja inserido dentro da
curva de ganho do material do laser, o que pode provocar a oscilação de vários modos distintos.
(a) (b)
Figura 1.3 – Esquema simplificado das cavidades de lasers (a) Fabry-Perot. (b) DFB sem facetas reflectoras.
Com esta tecnologia, após uma boa optimização da estrutura em questão, consegue-se um espectro
bastante puro, no sentido em que é praticamente monocromático (Fig. 1.2(c)), com uma baixa largura de
linha e com uma boa relação de supressão dos modos secundários, designado na literatura anglo-saxónica
por Side Mode Supression Ratio (SMSR).
Há, no entanto, várias questões a considerar na construção de um laser DFB (Fig. 1.3(b)). A primeira
fase consiste em assegurar o seu bom funcionamento em regime próximo da corrente de limiar, em que se
pretende que o modo principal se destaque dos restantes e que a distribuição do campo eléctrico no interior
da cavidade seja tão uniforme quanto possível. Só assim se garante que, na segunda fase (acima da corrente
de limiar), sejam minimizados os problemas de correntes do fenómeno conhecido como queima espacial dos
buracos (SHB), abordado na sub-secção 1.5.
3
Capítulo 1 - INTRODUÇÃO
Contacto p
Buffer p-InP
Substrato n-InP
Contacto n
• A correcta adaptação do material InGaAsP ao material InP, de modo a estabelecer uma boa interface,
para não afectar o comportamento electro-óptico do conjunto;
• O comprimento de onda que se pretende emitir, directamente dependente da altura da banda proibida
do material da zona activa.
Em particular, para um laser DFB, uma estrutura típica está representada na Fig. 1.4.
• Selectividade (S) - Diferença entre o ganho necessário para a oscilação do modo principal e o ganho
necessário para a oscilação do modo secundário predominante. Estes ganhos encontram-se normalizados
pelo comprimento da cavidade;
• SMSR - Diferença, medida em dB, entre a potência de emissão no comprimento de onda do modo
principal e a potência máxima de emissão no comprimento de onda do modos secundário predominante.
———————Fim de capítulo———————
4
Capítulo 2
Estado da Arte
Λ
r1 = 0
r2 = 0
K
z
Lcav
0 1
Figura 2.1 – Esquema simplificado da estrutura DFB convencional.
(a) (b)
O laser DFB convencional tem a desvantagem de permitir a ressonância de dois modos simétricos,
conforme ilustrado na Fig. 2.2(a), que é uma representação do espectro emitido. A curva de ganho da
estrutura laser irá permitir a oscilação simultânea de dois modos. A situação ideal é aquela em que existe
um único modo principal com dessintonia nula, conforme ilustrado na Fig. 2.2(b). De modo a resolver este
problema do modo duplo, é necessário usar um tipo de estrutura que, de algum modo, insira uma mudança
5
Capítulo 2 - ESTADO DA ARTE
de fase. Isto pode ser solucionado de diferentes maneiras, nomeadamente aquelas que correspondem às
apresentadas nas secções 2.2, 2.3, 2.5 e 2.7.
w1 w2
z
Lcav
0 1
Figura 2.3 – Esquema simplificado da estrutura PAR-DFB.
Exemplos da implementação desta técnica encontram-se explicitados nas Refs. [1, pág. 89] e [3].
Λ
r2 = 0
r1 = 0
z
Lcav
0 θP 1
Figura 2.4 – Esquema simplificado da estrutura DFB com uma mudança de fase.
Entre as várias combinações possíveis, a mais popular é a Quarterly Wavelength Shift (QWS), que
consiste na introdução de uma mudança de fase de 90◦ . O espectro obtido é, neste caso, sempre simétrico e
com um modo com dessintonia nula. Variações acentuadas na selectividade podem ser obtidas por variação da
posição do PS. Será máxima quando esta se encontrar exactamente a meio da cavidade (estrutura simétrica).
No entanto, verifica-se uma diminuição da selectividade com a assimetria, perdendo-se mesmo a possibilidade
de propagação em modo único se a descontinuidade se aproximar demasiado das facetas, tornando-se o
espectro degenerado. O QWS-DFB é proposto em [1, pág. 95] como uma estrutura que apresenta um bom
6
Capítulo 2 - ESTADO DA ARTE
valor de selectividade mas um mau valor de flatness, resultando então que tem um bom SMSR na situação
de limiar mas degradando-se rapidamente devido ao elevado efeito SHB.
Outra estrutura também proposta em [1, pág. 96] é o 3PS-DFB, que se apresenta como uma tentativa
de repartir mais a mudança de fase, para tornar o campo eléctrico mais uniforme, relativamente ao QWS-
DFB. O SMSR não é tão alto no limiar mas tem maior estabilidade, pois não há tanta queima espacial dos
buracos. Uma alternativa a este laser 3PS-DFB é a estrutura assimétrica proposta em [4], que apresenta
uma selectividade superior e um flatness inferior à estrutura 3PS-DFB simétrica de [1, pág. 96].
Quando uma corrugação tem um coeficiente de acoplamento com amplitude variável (Fig. 2.5) designa-se
por estrutura Distributed Coupling Coefficient (DCC).
Λ Kc
r1 = 0
r2 = 0
Ks Ks
z
Lcav
0 K P1 K P2 1
Figura 2.5 – Esquema simplificado de uma estrutura DCC-DFB.
n
X Li
K av = Ki · , (2.1)
i=1
L
7
Capítulo 2 - ESTADO DA ARTE
Ao introduzir variações no período da corrugação (Fig. 2.6) surgem as estruturas designadas por Cor-
rugation Pitch Modulated (CPM).
Λs Λc Λs
r2 = 0
r1 = 0
z
Lcav
0 ΛP 1 ΛP 2 1
A existência de uma subsecção com um período diferente funciona, em certa medida, como um PS
distribuído. Ou seja, é possível simultaneamente manter uma boa selectividade e não introduzir uma des-
continuidade acentuada na distribuição do campo eléctrico. Em [7] são propostas duas estruturas, uma
CPM-DFB e uma CPM-DCC-DFB. A segunda apresenta um desempenho bastante superior. Em [8] e [9]
são apresentados análises detalhadas relativamente à possibilidade de optimizar outras estruturas CPM.
Ao invés de utilizar variações discretas de K, também se pode propor variações contínuas, de acordo com
um determinado perfil. A Fig. 2.7 representa um exemplo de perfil de variação do coeficiente de acoplamento
na corrugação. A estrutura é designada por Gaussian-Like Tapered Grating (GLTG), explorada em [10].
Λ
r2 = 0
r1 = 0
z
Lcav
0 1
Do mesmo modo que um GLTG-DFB varia continuamente K de acordo com um perfil, existem estru-
turas designadas por Chirped Grating (CG)-DFB que variam Λ de acordo com um perfil. Esta técnica é
estudada em [11]. A Fig. 2.8 representa um esquema de perfil desta variação.
8
Capítulo 2 - ESTADO DA ARTE
r1 = 0
r2 = 0
K
z
Lcav
0 1
Figura 2.8 – Esquema simplificado de uma estrutura CG-DFB.
• Numa única direcção, tornando o sistema 2D. São designados por lasers de poços quânticos - quantum
well (QW). Correspondem a zonas activas de dimensões inferiores a 100 Å. Nas estruturas de múltiplos
poços quânticos (MQW), as suas propriedades dependem, por exemplo, do número de poços quânticos,
da distância entre eles e da dimensão dos poços;
• Em duas direcções, tornando o sistema 1D. São designados por lasers de fios quânticos (quantum dash);
• Em três direcções, tornando o sistema 0D. São designados por lasers de pontos quânticos (quantum
dot ).
9
Capítulo 2 - ESTADO DA ARTE
———————Fim de capítulo———————
10
Capítulo 3
3.1 Introdução
Para que numa determinada estrutura ocorra o fenómeno laser torna-se necessária a ocorrência de três
condições simultâneas: a existência duma fonte bombeadora capaz de fornecer a energia necessária para pro-
mover a condição de inversão de população (esta condição é caracterizada pelo facto da densidade da popula-
ção nos estados excitados ser superior à dos estados não-excitados [12, págs. 182–183]), uma região activa que
forneça o ganho óptico necessário para cobrir as perdas, e finalmente um mecanismo de realimentação óptica
de modo a ser possível ocorrer o fenómeno de emissão estimulada
[13, págs. 495–503], [12, págs. 159–164].
No caso particular de um laser a semicondutor convencional, a fonte bombeadora é a corrente eléctrica
que injecta portadores numa região activa constituída por uma hetero-estrutura confinada numa cavidade de
Fabry-Perot (FP). Esta cavidade está limitada longitudinalmente por duas faces que apresentam um certo
valor de reflectividade [13, págs. 619 – 638]. A hetero-estrutura p-n, também vulgarmente designada por
hetero-junção p-n, consiste numa junção p-n em que os lados p e n são feitos de materiais semicondutores
diferentes. O objectivo da sua utilização consiste em garantir, através da redução dos comprimentos de
difusão dos portadores relativamente às homo-junções p-n (junção p-n em que os lados p e n da junção
são feitos do mesmo material semicondutor), uma redução substancial do valor da corrente que é necessário
injectar no laser de forma a ter-se a condição de inversão de população. Este valor de corrente é designado
por corrente de limiar [13, págs. 617–619], [12, págs. 181–189]. A corrente de limiar é uma das principais
figuras de mérito da tecnologia de lasers a semicondutor. De facto, uma corrente de limiar reduzida significa
uma reduzida potência de perdas através da dissipação de calor, tornando possível a operação de lasers de
semicondutor sem controlo de temperatura, a temperaturas relativamente perto das condições da tempera-
tura ambiente [13, págs. 617–619], [14, págs. 79–131]. Conforme referido no capítulo anterior, a corrente
de limiar depende fortemente do tipo de estrutura transversal e longitudinal do laser.
A cavidade FP oferece, como será visto, condições para a propagação de um número infinito de modos
ópticos longitudinais, caracterizados por frequências discretas separadas de um certo valor [14, págs. 28–
11
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
31], [15, págs. 30–33]. Em virtude do facto das faces reflectoras da cavidade FP terem o mesmo valor de
reflectividade para todos os modos ópticos longitudinais, resulta que o espectro do ganho óptico é o único
mecanismo capaz de providenciar, na estrutura assim constituída, alguma discriminação entre todos os
modos ópticos longitudinais. No entanto, dado que a largura espectral do ganho óptico é, usualmente, muito
superior ao espaçamento entre os modos ópticos longitudinais da cavidade FP, o laser assim constituído
emite vários modos, sendo a potência associada a cada um deles determinada pelo ganho da cavidade à
frequência correspondente ao modo em causa [15, págs. 33–34]. Este laser é designado vulgarmente por laser
multimodo. Ao modo, relativamente ao qual está associada a maior potência, designa-se por modo principal .
Os restantes designam-se por modos secundários. A grandeza que dá a medida da pureza espectral de um
laser é a razão de supressão dos modos laterais (SMSR). Neste tipo de lasers a potência associada aos modos
secundários aumenta significativamente quando o laser é modulado directamente, limitando severamente a
máxima distância de transmissão aquando da sua utilização em sistemas de transmissão com dispersão de
velocidade de grupo.
Idealmente o espectro emitido por um laser deveria ser o mais estreito possível, o que em termos práticos
significaria que apenas um único modo longitudinal teria condições para oscilar, conduzindo assim a valores
ideais de SMSR ≈ ∞. Para aumentar a pureza espectral dos lasers construídos com base em cavidades FP,
várias técnicas e estruturas têm sido desenvolvidas, nomeadamente, lasers com cavidades externas, lasers
com cavidades acopladas, introdução na cavidade do laser de mecanismos de realimentação distribuída e
lasers de cavidade vertical [14, págs. 281–292], [15, pág. 245]. Este capítulo debruça-se, apenas, sobre o
estudo de alguns aspectos teóricos básicos, relacionados com a introdução de mecanismos de realimentação
distribuída em cavidades FP.
Com a introdução na cavidade do laser de mecanismos de realimentação distribuída, foram desenvolvidos
dois tipos de lasers: lasers DFB e lasers com reflector de Bragg distribuído (DBR). Nestes lasers faz-se variar
periodicamente a espessura da cavidade óptica do laser, através da impressão de uma rugosidade ao longo de
parte de secções desta, produzindo-se assim uma variação periódica, ou do índice de refracção, ou do ganho
por unidade de comprimento da cavidade, ou de ambos, cujo efeito resulta num efeito de realimentação
distribuída. Esta estrutura periódica, vulgarmente designada por guia de ondas periódico de Bragg, actua
como um filtro óptico passa-banda, originando que só as componentes na frequência, situadas na vizinhança
de uma frequência característica desta estrutura periódica, designada por frequência de Bragg, possam ser
coerentemente reforçadas durante o processo oscilatório que se desenvolve no interior da cavidade FP. As
frequências relativamente afastadas da frequência de Bragg são eliminadas como resultado da ocorrência de
interferência destrutiva [1, pág. 32]. Assume-se daqui para a frente, que o guia de ondas periódico de Bragg
tem um período espacial constante, Λ.
Quando o guia de ondas periódico de Bragg é impresso fora da região activa da cavidade do laser, isto
é, na zona onde já não existe injecção de portadores (zona passiva), o laser é designado por laser DBR.
Quando, por outro lado, é impresso ao longo de toda a região activa da cavidade do laser, este é designado
por laser DFB [14, págs. 285–288],[15, págs. 319–321], [12, págs. 196–197]. Estes dois tipos de lasers têm
características estáticas e dinâmicas semelhantes, sendo as suas estruturas monolíticas, o que conduz a
uma excelente robustez mecânica. No entanto, dado que nos lasers DBR as regiões da cavidade óptica do
12
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
laser responsáveis pelo ganho e selectividade na frequência são distintas, torna-se possível controlar o seu
processo de fabricação de forma independente, sendo possível assim optimizar as características do laser,
nomeadamente em termos de selectividade na frequência, conduzindo a excelentes características espectrais,
um pouco superiores às dos lasers DFB [14, pág. 287]. Por outro lado, ao exigir-se nos lasers DBR um
acoplamento quase perfeito entre os guias de ondas formados pela região activa e a rugosidade impressa
na região passiva, torna o seu processo de fabrico mais caro e complexo relativamente ao dos lasers DFB,
fazendo com que estes últimos sejam os mais utilizados, hoje em dia, em termos comerciais [14, pág. 287], [16,
pág. 25]. Este facto faz com que este capítulo se debruce mais especificamente sobre os laser DFB, sendo
no entanto toda a análise apresentada, directamente aplicável a lasers DBR. Valores de SMSR da ordem de
30 a 35 dB têm sido reportados em regime estacionário, para estes tipos de lasers, mantendo-se o seu valor
elevado, mesmo quando o laser é modulado directamente [15, págs. 351–354].
d2 E(z) 2
+ k (z) · E(z) = 0 , (3.1)
d z2
vulgarmente designada por equação escalar das ondas, em que E(z) é a amplitude complexa do campo
eléctrico, e k(z) é a constante de propagação complexa da onda associada a E(z) (em termos físicos k(z)
relaciona-se com as variações de fase e de ganho de amplitude da onda associada a E(z), por unidade de
comprimento percorrida por esta no interior da cavidade do laser). k(z) é dado por
em que β(z) é a constante de propagação de fase de E(z) (em termos físicos β(z) representa a variação de fase
de E(z) por unidade de comprimento percorrida por este na cavidade), e g u (z) o ganho de amplitude de E(z)
por unidade de comprimento percorrida por este na cavidade. A possibilidade da existência de um guia de
ondas periódico de Bragg na cavidade do laser, faz com que, tanto o índice de refracção, e consequentemente
β(z), como g u (z) possam ser dependentes de z e, de acordo com (3.2), também k(z).
Ao admitir-se a existência, ao longo da cavidade do laser, do guia de ondas periódico de Bragg, a
constante de propagação de fase β(z) é dada por
△ 2π · f
β(z) = (3.3)
cΛ (z)
em que f é a frequência e cΛ (z) é a velocidade de propagação de E(z) no guia de ondas periódico de Bragg.
Atendendo a que
1
cΛ (z) = p , (3.4)
µ(z) · ε(z)
13
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
2π · f p
β(z) = = 2π · f · µ(z) · ε(z) , (3.5)
1
p
µ(z) · ε(z)
em que µ(z) e ε(z) são, respectivamente, a permeabilidade magnética e a constante de permitividade do meio
onde se propaga E(z), e que se assumem, à partida, variáveis com z devido à existência do guia de ondas
periódico de Bragg. No entanto, devido ao facto de ser possível considerar, relativamente ao material de
semicondutor que constitui a cavidade do laser, a seguinte aproximação
µ(z) ≈ µ0 , (3.6)
em que µ0 é a permeabilidade magnética do vazio, resulta, substituindo (3.6) em (3.5), e depois de algum
desenvolvimento p
p µ0 · ε(z)
β(z) ≈ 2π · f · µ0 · ε0 · √ ≈ k0 · n(z) , (3.7)
µ0 · ε0
em que k0 definido como
△ p
k0 = 2π · f · µ0 · ε0 , (3.8)
representa a constante de propagação de fase de E(z) (em termos físicos k0 representa a variação de fase do
E(z) por unidade de comprimento percorrida por este em espaço livre), quando este se propaga em espaço
livre, e n(z) dado por s
p
µ0 · ε(z) ε(z)
n(z) ≈ √ = , (3.9)
µ0 · ε0 ε0
em que n0 e g u0 são os valores médios de n(z) e g u (z), respectivamente, ∆ n e ∆ g u são as amplitudes dos
termos de modulação de n(z) e g u (z), respectivamente, ΩΛ é a fase das variações periódicas de n(z) para
z = 0 µm, e θΛ é a diferença relativa de fases entre as perturbações de n(z) e g u (z). Daqui em diante, g u0
passará a ser designado por α.
14
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
A existência do guia de ondas periódico de Bragg com período espacial Λ impõe, à partida, limitações
nos valores que β(z) pode assumir. Para entender, em termos físicos, as restrições daí decorrentes, considere-
se a evolução de E(z) na estrutura longitudinal de período Λ, representada na figura 3.1, onde se representa
apenas um período do guia de ondas periódico de Bragg, assumindo nesta estrutura g u (z) = 1 m−1 .
E(z) E(z)
y
..
.
ΦΛ D ΦΛ
Λ
ΦΛ ΦΛ
ΦΛ ΦΛ
A C z
B
..
.
Figura 3.1 – Propagação de E(z) num guia de ondas periódico e Bragg com período espacial Λ, assumindo-se
confinamento lateral e transversal de E(z), e g u (z) = 1 m−1 .
De forma intuitiva é possível antever que por cada intervalo periódico de comprimento Λ, E(z) “sente” a
mesma variação do índice de refracção. Consequentemente, a onda que se propaga ao longo do guia de ondas
periódico de Bragg, gerará uma onda reflectida com a mesma direcção relativamente ao eixo longitudinal da
cavidade, por cada vez que incidir na superfície de separação de dois períodos consecutivos deste guia. Se o
guia de ondas periódico de Bragg for constituído por NΛ períodos gerar-se-ão, assim, NΛ ondas reflectidas.
Consequentemente, para que E(z) tenha condições para oscilar, todas as NΛ ondas reflectidas terão que
interferir construtivamente entre elas, isto é, a diferença de fase entre duas ondas reflectidas nas superficies
de separação de dois períodos consecutivos do guia de ondas periódico de Bragg terá que ser um múltiplo de
2π. De acordo com a figura 3.1, ter-se-á assim que ter
h i
β(z) · AB + BC = β(z) · 2Λ · sin (ΦΛ ) = 2mπ : m = 1; 2; 3 ... . (3.11)
Assumindo ΦΛ = π/2 e, como se referiu anteriormente, que o guia de ondas é um guia de primeira ordem,
resulta na expressão (3.11), m = 1. Resulta, assim, β(z) = π/Λ, conclui-se que, nas condições anteriores,
a constante de propagação de E(z) não depende de z, mas tão só e apenas do período espacial Λ do guia
de ondas periódico de Bragg. Nestas condições passa a designar-se a constante de propagação de E(z) por
constante de propagação de Bragg, tendo-se
△ π
βΛ = . (3.12)
Λ
15
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
variação de fase desse campo por unidade de comprimento propagado, é possível escrever
2π
λEstrut = . (3.13)
βΛ
λEstrut = 2 Λ . (3.14)
λΛ = 2 Λ n0 . (3.18)
em que KR←S e KS←R são os designados factores de acoplamento associados ao guia de ondas periódico de
Bragg, sendo definidos como
△ π ·∆n ∆ gu
(3.21)
KR←S = + · · exp − · θΛ
λ0 2
△ π ·∆n ∆ gu
(3.22)
KS←R = + · · exp · θΛ ,
λ0 2
em que
△ 2π
λ0 = . (3.23)
k0
16
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
Adiante será dado um significado físico a estas grandezas. É comum escrever os factores de acoplamento na
forma
(3.24)
KR←S = KR + · KI · exp − · θΛ ; KS←R = KR + · KI · exp · θΛ
em que
△ π·∆n △ ∆ gu
KR = ; KI = . (3.25)
λ0 2
Da expressão (3.25) concluí-se que KR inclui todas as contribuições das perturbações do índice de
refracção da cavidade do laser para os factores de acoplamento. Por outro lado KI inclui todas as con-
tribuições das perturbações do ganho por unidade de comprimento da cavidade do laser para os factores de
acoplamento.
[ exp( · x)+exp(− · x)]
Substituindo a expressão (3.20) na expressão (3.1), tendo-se em conta a relação cos(x) = 2 ,
resulta a seguinte equação
(
d2 E(z)
+ β 2 (z) + · 2 · β(z) · α+
dz
) (3.26)
h i h i
+ 2 β(z) · KR←S · exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ + KS←R · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ · E(z) = 0 .
A resolução da equação (3.26) conduz assim a uma solução E(z) onde, para além de se fazerem sentir
os efeitos do confinamento lateral e transversal de E(z) na cavidade do laser, se fazem sentir, também, os
efeitos da presença nesta, do guia de ondas periódico de Bragg impresso ao longo do seu comprimento.
Supondo a cavidade do laser sem a presença do guia de ondas periódico de Bragg, então KR←S =
KS←R = 0 m−1 , e a equação (3.26) reduz-se a (note-se que, de acordo com (3.25), se tem neste caso ∆ n = 0
e ∆ g u = 0 m−1 e, consequentemente, de acordo com (3.21) e (3.22), KR←S = KS←R = 0 m−1 )
d2 E(z) h 2 i
+ β + · 2 · β · α · E(z) = 0 , (3.27)
d z2
d2 E(z) 2
2
+ β + · α · E(z) = 0 , (3.29)
dz
Sendo a equação (3.29) uma equação diferencial linear de coeficientes constante, admite uma solução do
tipo [17, págs. 216-222]
(3.30)
E(z) = A(z) · exp − · β · z + B(z) · exp · β · z ,
em que A(z) e B(z) são constantes complexas arbitrárias, a determinar através das condições fronteira
impostas nas extremidades da cavidade.
Do exposto anteriormente é possível tecer os seguinte argumentos. Quando se considera a presença do
guia de ondas periódico de Bragg na cavidade do laser, a solução E(z) deve ser, por um lado, formalmente
17
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
idêntica à expressão (3.30) com β substituído por β(z) e, por outro, β(z) deve situar-se na vizinhança de
βΛ , isto é,
(3.31)
β(z) − βΛ ≪ βΛ ,
pois como se viu anteriormente, só nestas condições E(z) tem condições para se propagar no guia de ondas
periódico de Bragg.
Define-se o factor de dessintonia de Bragg como
△
δ = β(z) − βΛ . (3.32)
Tendo em atenção as expressões (3.31) e (3.32) resulta, facilmente, ser possível escrever a expressão (3.30)
como
E(z) = A(z) · exp − · δ · z · exp − · βΛ · z +
(3.33)
+ B(z) · exp · δ · z · exp · βΛ · z .
△ △
(3.34)
R(z) = A(z) · exp − · δ · z ; S(z) = B(z) · exp · δ · z ,
(3.35)
E(z) = R(z) · exp − · βΛ · z + S(z) · exp · βΛ · z .
A expressão (3.35) mostra que uma solução geral da equação (3.26) é constituída pela soma de duas
componentes. A componente em R(z) representa uma onda que se propaga no sentido crescente do eixo dos
z. Por seu lado, a componente em S(z) representa uma onda que se propaga no sentido decrescente do eixo
dos z.
Substituindo a expressão (3.35) na equação (3.26), mostra-se no Apêndice B (pág. 67) que
d R(z)
(3.36a)
− + α − · δ · R(z) = · KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ
dz
d S(z)
(3.36b)
+ α − · δ · S(z) = · KS←R · R(z) · exp · ΩΛ .
dz
18
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
De facto, as equações 3.36 mostram que, num laser com realimentação distribuída, existe um acopla-
mento (entende-se por acoplamento entre campos eléctricos, as transferências de energia que se dão entre
campos eléctricos) contínuo, ao longo da cavidade, entre o campo eléctrico que se propaga no sentido cres-
cente do eixo dos z, R(z) , e o campo eléctrico que se propaga no sentido decrescente do eixo dos z, S(z) .
A equação (3.36a) mostra, assim, que KR←S mede o acoplamento que S(z) induz em R(z), e daí designar-se
por Forward Coupling Coefficient. Por seu lado a equação (3.36b) mostra que KS←R mede o acoplamento
que R(z) induz em S(z), e daí designar-se por Backward Coupling Coefficient.
e de (3.10) e (3.12),
(3.38a)
n(z) ≈ n0 + ∆ n · cos ΨΛ (z)
(3.38b)
g u (z) ≈ α + ∆ g u · cos ΨΛ (z) ,
em que
△
ΨΛ (z) = 2 βΛ · z + ΩΛ (3.39)
De acordo com (3.35), a solução do sistema de equações (3.36) poderá ser escrita na forma
(3.41)
R(z) = R1 · exp γ · z + R2 · exp − γ · z
(3.42)
S(z) = S 1 · exp γ · z + S 2 · exp − γ · z ,
h i
E(z) = R1 · exp γ · z + R2 · exp − γ · z · exp − · βΛ · z +
(3.43)
h i
+ S 1 · exp γ · z + S 2 · exp − γ · z · exp · βΛ · z ,
19
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
r̂2
r̂1
z − z1
Lcav
0 1
Figura 3.2 – Esquema simplificado da estrutura DFB com reflectividades nas extremidades.
Por outro lado, assuma-se também que a cavidade tem comprimento L. As condições fronteira nas
facetas do laser exigem que se verifiquem as duas seguintes condições
(3.45a)
R(z1 ) · exp − · βΛ · z1 = r̂1 · S(z1 ) · exp · βΛ · z1
(3.45b)
S(z2 ) · exp · βΛ · z2 = r̂2 · R(z2 ) · exp − · βΛ · z2 .
A equação da dispersão (3.44) e as condições fronteira (3.45), impõem que se verifique a seguinte equação
em que
△ 2 2
· sinh2 γ · Lcav + 1 − r̂1 · r̂2 (3.47)
= r̂1 − r̂2
△ 2
− 4 r̂1 · r̂2 · cosh2 γ · Lcav (3.48)
D = 1 + r̂1 · r̂2
h i
(3.49)
r̂1 = r1 · exp · 2 βΛ · z1 + ΩΛ = r1 · exp ΨΛ1
h i
(3.50)
r̂2 = r2 · exp − · 2 βΛ · z2 + ΩΛ = r2 · exp ΨΛ2 ,
em que ΨΛ1 representa a fase da corrugação do guia de ondas periódico de Bragg para z = z1 , e ΨΛ2
representa o valor simétrico da fase da corrugação do guia de ondas periódico de Bragg para z = z2 .
20
Capítulo 3 - TEORIA DAS ONDAS ACOPLADAS APLICADA A LASERS A SEMICONDUTOR COM REALIMENTAÇÃO
DISTRIBUÍDA
A equação (3.46) governa a característica de limiar do laser DFB. Esta característica é determinada
pelos seguintes factores: o factor de acoplamento K que, de acordo com (3.38) depende das características
da corrugação, do comprimento da cavidade do laser Lcav , e dos factores de reflectividade complexos r̂1 e
r̂2 , das facetas. Resolvida a equação (3.46) em ordem a γ, torna-se possível determinar δ e α relativamente
aos modos que podem oscilar na cavidade.
Na maior parte das vezes com interesse prático, equação (3.46) só pode ser resolvida através da utilização
de métodos numéricos. Para isso a equação (3.46), pode ser escrita na forma
2 2
· sinh2 γ · Lcav · 1 − r̂12 · 1 − r̂22 +
γ · Lcav · D + K · Lcav
(3.51)
· 2 K · Lcav · r̂12 + r̂22 · 1 − r̂12 · r̂22 · γ · Lcav · sinh γ · Lcav · cosh γ · Lcav = 0
.
Encontra-se descrito no Apêndice C (pág. 71) um método possível de resolução para este tipo de
equações, o método de Newton.
———————Fim de capítulo———————
21
Capítulo 4
4.1 Introdução
Conforme exemplificado no capítulo anterior surge a necessidade de obter um modelo flexível capaz de
traduzir diversas modificações na estrutura de um laser e avaliar o seu funcionamento. Neste capítulo é
introduzido o método da matriz de transferência (TMM), que se baseia em dividir a cavidade de um laser
nas suas diversas secções, definidas pelos seus parâmetros estruturais.
O ponto de partida para obter a formulação matricial que descreve a cavidade de um laser de semicon-
dutor consiste em determinar a matriz T (zm+1 /zm ) que descreve uma secção uniforme (ver Fig. 4.1).
E R (zm ) E R (zm+1 )
Λm
E S (zm ) E S (zm+1 )
Ωm
Km
z
zm zm+1
Figura 4.1 – Esquema simplificado para uma secção uniforme de uma estrutura laser DFB unidimensional,
situada entre z = zm e z = zm+1 .
Na Fig. 4.1, Λm é o período da corrugação nesta secção, K m é o coeficiente de acoplamento nesta secção
e Ωm é o resíduo de fase à esquerda da secção, definida por:
m−1
X
π
Ω m = Ω1 + 2 · · Lk ; 2≤m≤M . (4.1)
Λk
k=1
23
Capítulo 4 - MÉTODO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA EM REGIME DE LIMIAR
R(z) = R1m · exp (γ m · z) + R2m · exp (−γ m · z)
. (4.3)
S(z) = S 1 · exp (γ · z) + S 2 · exp (−γ · z)
m m m m
· Km
ρm = . (4.5)
α − · δm + γ m
Supondo que os limites desta corrugação se situam entre as posições zm e zm+1 , resulta de (4.6) que:
(4.7c)
R(zm+1 ) = R1m+1 · exp γ m+1 · zm+1 + ρm+1 · S 2m+1 · exp (− · Ωm+1 ) · exp −γ m+1 · zm+1
(4.7d)
S(zm+1 ) = ρm+1 · R1m+1 · exp ( · Ωm+1 ) · exp γ m+1 · zm+1 + S 2m+1 · exp −γ m+1 · zm+1
24
Capítulo 4 - MÉTODO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA EM REGIME DE LIMIAR
Faz então sentido associar as ondas eléctricas à entrada e à saída da corrugação, através da relação
matricial
E R (zm+1 ) E R (zm ) t t12 E R (zm )
= T (zm+1 /zm ) · = 11 · , (4.13)
E S (zm+1 ) E S (zm ) t21 t22 E S (zm )
25
Capítulo 4 - MÉTODO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA EM REGIME DE LIMIAR
− +
E R (zm ) E R (zm )
− +
E S (zm ) E S (zm )
z
zm
Figura 4.2 – Esquema simplificado para uma mudança de fase θ situada em z = zm na corrugação de uma
estrutura DFB.
ϕ1 corresponde ao comprimento extra para o lado da faceta esquerda que excede o comprimento de uma
corrugação com um número inteiro de períodos. ϕ2 tem o significado idêntico para o lado da faceta direita.
Obviamente com uma corrugação com um comprimento que é exactamente um número inteiro de períodos,
ϕ1 = ϕ2 = 0.
E R 0+
E R 0−
r1
E S 0+
E S 0−
Figura 4.3 – Esquema das ondas de campo eléctrico adjacentes à faceta esquerda.
Consideremos então a influência das facetas quando a fase ainda é nula. Para a faceta da esquerda em
26
Capítulo 4 - MÉTODO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA EM REGIME DE LIMIAR
z = 0:
E R 0+ = E R 0− · t1 + r1 · E S 0+ (4.18a)
E S 0− = E S 0+ · t1 − r1 · E R 0− (4.18b)
1 r1
E S 0+ = · E S 0− + · E R 0− (4.19)
t1 t1
r2
r1
0+ = E R 0− · t1 + 1 + · E S 0− (4.20)
ER
t1 t1
Assumindo que t21 + r12 = 1, e passando (4.19) e (4.20) à forma matricial, obtém-se:
E R (0+ ) 1 1 r1 E R (0− )
= · · (4.21)
+
E S (0 ) t 1 r1 1 −
E S (0 )
Conclui-se então que a matriz associada à faceta esquerda com coeficiente de reflexão r1 (ignorando a
fase) é a matriz:
h i 1 1 r1
M r1 = · (4.22)
t1 r1 1
Resta construir a matriz que traduz a fase associada à reflectividade da faceta esquerda. Conforme visto
no sub-capítulo 4.3, a matriz de uma mudança de fase θ é dada por
h i exp ( · θ) 0
Mθ = . (4.24)
0 exp (− · θ)
Considerando a faceta reflectora como uma sucessão de uma reflectividade com argumento zero e de uma
mudança de fase, pode definir-se uma matriz que relaciona o campo antes e depois da faceta reflectora,
utilizando (4.22) e (4.24):
E R (0+ ) 1 exp ( · θ) r1 · exp ( · θ) E R (0− )
= · · . (4.25)
+
E S (0 ) t1 r1 · exp (− · θ) exp (− · θ) E S (0− )
Mas, na condição de ressonância, as ondas que viajam para o interior da cavidade são nulas
27
Capítulo 4 - MÉTODO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA EM REGIME DE LIMIAR
(E R (0− ) = E S (L+
cav ) = 0), o que implica:
1
E R 0+ = · r1 · exp ( · θ) · E S 0− (4.26a)
t1
1
E S 0+ = · exp (− · θ) (4.26b)
t1
Tendo em conta a definição da reflectividade r̂1 dada por (4.17a), percebe-se que a fase ϕ1 associada a uma
faceta reflectora está relacionada com uma mudança de fase θ através de 2 · θ = ϕ1 .Logo, a matriz associada
à fase ϕ1 é dada por:
exp · ϕ21
h i 0
M ϕ1 = (4.28)
0 exp − · ϕ21
De modo semelhante, pode ser demonstrado que as matrizes de transferência associadas à faceta direita são:
h i 1 1 −r2
M r2 = · (4.29a)
t2 −r2 1
exp · ϕ22
h i 0
M ϕ2 = (4.29b)
0 exp − · ϕ22
onde
1
Y
TTotal = T(zm+1 /zm ) . (4.31)
m=M
A formulação de matrizes de transferência para estruturas DFB modificadas é directa, desde que essas
modificações possam ser traduzidas no formalismo matricial.
A condição de oscilação corresponde à anulação das ondas incidentes e é determinada pela seguinte
imposição
tTotal
22 (α, δ) = 0 , (4.32)
onde tTotal
22 é o quarto elemento da matriz TTotal , dada por (4.31). As soluções são o ganho do modo, α, e
a sua dessintonia, δ, e estão relacionadas com os modos que são permitidos propagar dentro da cavidade.
Para o modo principal, estes valores são, respectivamente, o ganho de limiar, αth , e a dessintonia de limiar,
28
Capítulo 4 - MÉTODO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA EM REGIME DE LIMIAR
δth . Para uma corrugação com uma difracção de Bragg de primeira ordem, o ganho e a dessintonia do modo
podem ser expressos, respectivamente, por [1, pág. 151]
Γ g(z) − αloss
α(z) = (4.33)
2
e
2π 2 π ng π
δ(z) = n(z) − · (λ − λΛ ) − , (4.34)
λ λ λΛ Λ(z)
onde Γ é o factor de confinamento óptico, αloss são as perdas totais, n é o índice de refracção, λΛ é o
comprimento de onda de Bragg, λ é o comprimento de onda do laser, ng é o índice efectivo de grupo e g é
o ganho do material, dado por [1, pág. 151]
2
g(z) = A0 · (N (z) − N0 ) − A1 · λ − λ0 − A2 N (z) − N0 . (4.35)
∂n
n(z) = n0 + Γ N (z) , (4.36)
∂N
onde n0 é o índice efectivo quando a injecção de portadores é nula e ∂n/∂N é o índice diferencial. A
concentração de fotões (S) e N estão relacionados através da equação de taxa para regime estático [1,
pág. 152]
I vg g(z) S(z)
= A N (z) + B N 2 (z) + C N 3 (z) + , (4.37)
q Vact 1 + ε S(z)
onde I é a corrente injectada, q é o módulo da carga do electrão, Vact é o volume da região activa, A é a taxa
de emissão espontânea, B é o coeficiente de emissão espontânea radiativa, C é o coeficiente de recombinação
de Auger, ε é um coeficiente não-linear para contabilizar efeitos de saturação e vg = c/ng é a velocidade de
grupo, com c sendo a velocidade da luz no vazio.
Numa cavidade de um laser DFB puramente acoplada através do índice de refracção, que é o caso nas
estruturas estudadas neste trabalho, a interacção mútua entre as ondas acopladas E R (z) e E S (z) pode ser
desprezado na variação do quociente da potência total [1, pág. 59], [18]. Como tal, a densidade local de
fotões dentro da cavidade pode ser expressa como [1, pág. 152]
2 ε0 n(z) ng λ 2 h 2 2 i
S(z) ≈ · c0 E R (z) + E S (z) , (4.38)
hc
foi imposta. A equação (4.39) e as condições fronteira impostas na faceta esquerda permitem o cálculo das
duas ondas, E R (z) e E S (z), em z = 0. O uso do TMM permite o cálculo do perfil do campo eléctrico
29
Capítulo 4 - MÉTODO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA EM REGIME DE LIMIAR
longitudinal. A potência de saída na faceta direita pode ser determinada como [1, pág. 152]
dw hc
P = · vg · · S(Lcav ) , (4.40)
Γ λ
———————Fim de capítulo———————
30
Capítulo 5
• Validar o modelo matemático implementado, comparando os resultados obtidos neste estudo com
resultados disponíveis na literatura;
• Confirmar algumas ideias abordadas no estado da arte (Cap. 2), como por exemplo quais as estruturas
que apresentam uma boa margem de ganho ou uma distribuição uniforme do campo eléctrico;
• Tentar conjecturar relações de causa-efeito entre as alterações estruturais de uma cavidade de um laser
com o seu desempenho.
Este último objectivo será um bom ponto de partida para a optimização de novas estruturas. Depois
desta validação por simulação, resta apenas efectuar algumas validações experimentais para atribuir ainda
mais confiança ao modelo.
Nesta sub-secção são apresentados alguns resultados minuciosos para validar o modelo. Os resultados
mais gerais e importantes, ou seja, valores de S e F para as estruturas propostas por H. Ghafouri-Shiraz,
estão incluídos na Tabela. 5.1 da sub-secção 5.3.
Os resultados apresentados na Fig. 3.4 da Ref. [1, pág. 88] encontram-se reproduzidos na Fig. 5.1,
não apresentando qualquer divergência. Correspondem a uma estrutura DFB convencional com facetas
reflectoras, com r1 = 0.0343, r2 = 0.535, ϕ1 = π rad e ϕ2 variável. Estes resultados asseguram a validade do
modelo implementado, no âmbito do efeito que as variações nas facetas reflectoras provocam no desempenho
da estrutura laser.
31
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
3.0
× = −π/2 rad rs × K · Lcav = 1.0
rs
+ +
2.5
= 0 rad rs × + rs ×rs ×
rs
rs
+
rs
+ = π/2 rad + rs
×
rs
×
+ + K · Lcav = 0.5
rs
rs
rs = π rad rs
×
rs
rs
2.0 + + rs
× K · Lcav = 2.0
α · Lcav
+ +
× + rs × + rs ×
rs
×
rs
rs
rs
× + rs × rs + rs × rs
+ rs K · Lcav = 3.0
rs
rs
rs
1.5 + rs × ×
rs
× +
rs
rs
+ rs
rs
rs
+ ×
rs
+ rs
rs
+ rs × +
rs
rs + K · Lcav = 4.0
rs
× + rs +
rs
rs
+ rs × + × +
rs
rs
+ rs
rs
× ×
+ rs rs×× ×
rs
rs
rs
rs
+ rs +
rs
rs
rs
+ rs × +
rs
rs
rs
+
rs
× ×
rs
1.0 + rs × × rs rs
rs
rs
+ × + × +
rs
rs
rs
rs
+
rs
+rs rs
× rs
× ×
rs
×rs
rs
rs
+rs
rs
0.5 + × rs
rs
+rs ×rs × +
rs
× ×
rs
0.0
-15 -10 -5 0 5 10 15
δ · Lcav
Figura 5.1 – Variações nas soluções da estrutura com a variação da fase na faceta direita.
Os valores das fases associadas às facetas reflectoras são responsáveis por translações dos modos os-
cilantes da estrutura laser, podendo influenciar o seu desempenho a um nível bastante importante.
Os resultados apresentados na Fig. 5.3 e na Fig. 5.4 da Ref. [1, págs. 126, 127] encontram-se reproduzidos
na Fig. 5.2(a) e Fig. 5.2(b), respectivamente. Estes resultados demonstram o tipo de modificações no
desempenho que uma estrutura 3PS-DFB pode sofrer conforme as alterações às suas fases e respectivas
posições.
4 3.0
K Lcav = 1.0
+ = π/2 rad
cb = 2 π/5 rad 2.5 K Lcav = 1.5
3 bc
+ bc = 3 π/5 rad bc + K Lcav = 2.0
rs
rs
rs
+ + K Lcav = 2.5
rs
bc 2.0
rs
αth · Lcav
α · Lcav
2 bc
1.5
rs
+ bc bc +
bc + 1.0
rs
rs
+ +
rs
1 bc
rs
0.5
0 0.0
-15 -10 -5 0 5 10 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ · Lcav Posição θP
(a) (b)
O efeito de uma mudança de fase assemelha-se, em certa medida, ao efeito da fase residual numa
faceta reflectora, provocando translações dos modos oscilantes na cavidade de uma estrutura DFB. Um
fase adequada torna o espectro monomodal e obtém-se uma boa selectividade, enquanto que uma fase não
adequada pode degenerar o espectro.
Neste caso, quanto maior for o coeficiente de acoplamento médio, menor será o ganho de limiar. Em
32
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
Os resultados apresentados na Fig. 5.17 da Ref. [1, pág. 137] encontram-se reproduzidos na Fig. 5.3(a),
não apresentando qualquer divergência. Os resultados apresentados na Fig. 5.18 da Ref. [1, pág. 138]
encontram-se reproduzidos na Fig. 5.3(b), não apresentando qualquer divergência. Estes resultados asse-
guram a validade do modelo implementado, no âmbito da variação dos coeficientes de acoplamento, bem
como as suas posições delimitadoras.
0.09 0.9
1.5
S
F
0.06 0.6
1.0
0.03 0.3
0.5
Coeficiente de acoplamento K1 CP
(a) (b)
As ideias a retirar da Fig. 5.3(a) são que existe um aumento da selectividade (comportamento desejado)
e do ganho de limiar (comportamento indesejado) com a diminuição do coeficiente de acoplamento.
As ideias a retirar da Fig. 5.3(b) não são tão simples de formular, por isso cada estrutura deverá ter
uma dependência característica entre o seu desempenho e a posição onde o coeficiente de acoplamento varia.
Os resultados apresentados na Ref. [1, págs. 132, 146] encontram-se reproduzidos na Fig. 5.4, não
apresentando qualquer divergência. Estes resultados asseguram a validade do modelo implementado, no
âmbito do cálculo das distribuições do campo eléctrico no interior da cavidade.
As estruturas com três mudanças de fase são aquelas que obtêm uma distribuição mais uniforme do
campo eléctrico.
Nesta sub-secção são apresentados mais alguns resultados para efeitos de validação do modelo. Os
resultados mais gerais e importantes, ou seja, valores de S e F para as estruturas propostas por T. Fessant,
33
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
3.0
3PS-DCC-DFB
1.0
0.5
0.0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
z/Lcav
Figura 5.4 – Distribuição do campo eléctrico no interior das cavidades das estruturas referenciadas.
Os resultados apresentados na Fig. 2 e na Fig. 3 da Ref. [7] encontram-se reproduzidos na Fig. 5.5(a) e
Fig. 5.5(b), respectivamente. Estes resultados ilustram a evolução dos diferentes modos possíveis na estrutura
DFB, conforme se varia o perfil CPM da estrutura em análise, através da variação relativa no período central
da corrugação.
Em termos de dessintonia, há uma tendência generalizada para um deslocamento para valores mais
baixos com o aumento da variação relativa do período da corrugação. Existe um certo paralelismo entre o
efeito de uma mudança de fase localizada e uma mudança de fase distribuída através da inclusão de um perfil
CPM - quando devidamente colocadas, permitem tornar um espectro multimodal num espectro monomodal.
Em termos de ganho, não há uma regra assim tão simples, observando-se uma subida para alguns
modos e uma descida para outros modos. Como resultado, a selectividade é máxima aproximadamente em
∆Λ = 0.7 × 10−3 . Esta ordem de grandeza é usada como ponto de partida na optimização de estruturas
CPM ao longo da dissertação.
Os resultados apresentados nas Fig. 10 da Ref. [7] encontram-se reproduzidos na Fig. 5.6, não apre-
sentando qualquer divergência. A estrutura CPM-DCC-DFB é aquela que apresenta uma distribuição de
campo eléctrico mais uniforme, ao contrário da estrutura QWS-DFB que apresenta a menor uniformidade.
Embora a substituição de uma mudança de fase localizada por uma mudança de fase distribuída já
seja vantajosa, o melhor resultado é aquele que combina uma mudança de fase distribuída com um perfil de
coeficiente de acoplamento variável. Estes resultados reforçam o interesse de combinar um perfil CPM com
um perfil DCC, de modo a obter os melhores resultados possíveis.
34
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
6 3.5
Mo d
o +2
Modo −2
3.0
2
Mo d
o +1 Modo −1
2.5
δS Lcav
α Lcav
-2
Mo d 2.0 Modo +2
o −1
-6
Mo d 1.5
o −2 Modo +1
-10 1.0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
×103 ×103
∆Λ ∆Λ
(a) (b)
Figura 5.5 – Influência da variação relativa de período, para os 4 modos principais, de (a) dessintonia (b)
ganho.
5 QWS-DFB
CPM-DFB
4 CPM-DCC-DFB
3
E
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
z/Lcav
Figura 5.6 – Distribuição do campo eléctrico no interior das cavidades das estruturas referenciadas.
5.1.3 Conjecturas
Estes resultados estão em conformidade com as afirmações feitas no levantamento do estado da arte
(Cap. 2). A introdução de uma mudança de fase, seja localizada ou distribuída, é essencial para obter alguma
margem de ganho entre o modo principal e o modo secundário. Quando esta mudança é localizada, porém,
obtém-se uma distribuição do campo eléctrico pouco uniforme. Este problema pode ser corrigido através
do uso de várias mudanças de fase localizadas (piora a selectividade) ou de uma única mudança de fase
distribuída (melhora a selectividade, embora à custa de um processo de fabrico mais complexo).
Nesta secção são propostas diferentes abordagens para obter estruturas com valores óptimos de S e F,
primeiro impondo as restrições estruturais e depois alterando os valores de determinadas variáveis de decisão,
de forma a alcançar os melhores resultados possíveis.
35
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
5.2.1 1PS-DCC-DFB
A estrutura designada por 1PS-DCC-DFB (ver Fig. 5.7) consiste numa corrugação com coeficiente de
z
acoplamento variável, com valores K s e K c , cujos posições delimitadoras são definidas por Lcav = KP1 e
z z
Lcav = KP2 . Tem um único período Λ e uma mudança de fase com valor θ localizada em Lcav = θP = 0.5.
Λ Λ Λ Λ
r2 = 0
r1 = 0
Ks Kc Kc Ks
z
Lcav
0 K P1 θP = 0.5 K P2 1
Figura 5.7 – Esquema simplificado da estrutura 1PS-DCC-DFB.
No final da optimização, os seguintes valores finais são definidos: K av Lcav = 1.7, KP1 = 0.24,
KP2 = 0.797, K ratio = 7 e θ = 129◦ . Esta solução corresponde a uma estrutura 1PS-DCC-DFB descrita por
(ver Fig. 5.7): KP1 = 0.24, KP2 = 0.797, K s · Lcav = 0.39, K c · Lcav = 2.74 e θ = 129◦ .
Esta estrutura encontra-se estudada em Refs. [5] e [19].
6 3.0
5
+ + 2.5
4 + + 2.0
+ + + +
α · Lcav
3 1.5
E
2 1.0
1
+ 0.5
0 0.0
-15 -10 -5 0 5 10 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ · Lcav z/Lcav
(a) (b)
De acordo com os resultados da Fig. 5.8(a), esta estrutura, no limiar, tem S = 1.85 e αth · Lcav = 1.50.
Por outro lado, é possível deduzir a partir da Fig. 5.8(b) que esta estrutura, no limiar, tem F = 0.019.
5.2.2 3PS-DFB
A estrutura designada por 3PS-DFB (ver Fig. 5.9) consiste numa corrugação com coeficiente de acopla-
mento constante e tem um único período Λ. Existem três mudanças de fase com valores θ1 , θ2 e θ3 localizadas
em θP1 , θP2 = 0.5 e θP3 respectivamente.
36
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
θ1 θ2 θ3
Λ
r1 = 0
r2 = 0
z
L
0 θP 1 θP2 = 0.5 θP 3 1
Figura 5.9 – Esquema simplificado da estrutura 3PS-DFB.
No final da optimização, os seguintes valores finais são definidos: K av Lcav = 1.7, θ2 = 60◦ , θP1 = 0.127,
θ1 = 110.7◦, θP3 = 0.64 e θ3 = 100◦ .
6 3.0
5 2.5
4 2.0
α · Lcav
3 1.5
E
+ +
2
+ ++ ++ + 1.0
1 + 0.5
0 0.0
-15 -10 -5 0 5 10 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ · Lcav z/Lcav
(a) (b)
De acordo com os resultados da Fig. 5.10(a), esta estrutura tem, no limiar, S = 0.77 e αth · Lcav = 1.19.
Por outro lado, é possível deduzir a partir da Fig. 5.10(b) que esta estrutura, no limiar, tem F = 0.008.
Esta estrutura encontra-se estudada em Ref. [20] e Ref. [21].
A estrutura designada por CPM-2DCC-DFB assimétrica (ver Fig. 5.11) consiste numa corrugação com
coeficiente de acoplamento variável, com valores K s e K c , cujos posições delimitadoras são definidas por
z z
Lcav = KP1 e Lcav = KP2 . Tem dois períodos Λs e Λc , cujas posições delimitadores são definidas por
z
Lcav = ΛP1 e z
Lcav = ΛP2 .
No final da optimização, os seguintes valores finais são definidos: K ratio = 8.5, K av Lcav = 1.7, KP1 =
0.2190, KP2 = 0.8235, ∆Λ = 9.5625 × 10−4 , ΛP1 = 0.4225 e ΛP2 = 0.6075. Esta solução corresponde a uma
estrutura CPM-2DCC-DFB descrita por (ver Fig. 5.11): Λs = 227.039 nm, Λc = 227.256 nm, K s Lcav = 0.307
e K c Lcav = 2.611.
De acordo com os resultados da Fig. 5.12(a), esta estrutura, no limiar, tem S = 2.18 e αth · Lcav = 1.42.
37
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
Λs Λs Λc Λs Λs
r2 = 0
r1 = 0
Ks Kc Kc Kc Ks
z
Lcav
0 K P1 ΛP 1 ΛP 2 K P2 1
5
+ 2.5
+ +
4
+ + + 2.0
+
α · Lcav
3 1.5
E
2 1.0
1
+ 0.5
0 0.0
-15 -10 -5 0 5 10 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ · Lcav z/Lcav
(a) (b)
Por outro lado, é possível deduzir a partir da Fig. 5.12(b) que esta estrutura, no limiar, tem F = 0.017.
Esta estrutura encontra-se estudada em Ref. [22] e Ref. [23].
Numa tentativa de melhorar ainda mais a selectividade, considere-se a hipótese de alisar a distribuição
do coeficiente de acoplamento na cavidade de uma estrutura. Surge agora uma estrutura com 3 coeficientes
de acoplamento, em vez de apenas 2. A estrutura designada por CPM-3DCC-DFB simétrica (ver Fig. 5.13)
consiste numa corrugação com coeficiente de acoplamento variável, com valores K s , K sc e K c , cujos posições
z z z z
delimitadoras são definidas por Lcav = KP1a , Lcav = KP1b , Lcav = KP2a e Lcav = KP2b . Tem dois períodos
z z
Λs e Λc , cujas posições delimitadores são definidas por Lcav = ΛP1 e Lcav = ΛP2 . A condição de simetria
impõe que KP1a = 1 − KP2a , KP1b = 1 − KP2b e ΛP1 = 1 − ΛP2 .
No final da optimização, os seguintes valores finais são obtidos: K ratio = 10.0, K av Lcav = 1.7, KP1a =
0.1578, KP1b = 0.2362, ΛP1 = 0.4014 e ∆Λ = 9.8571 × 10−4 .
De acordo com os resultados da Fig. 5.14(a), esta estrutura, no limiar, tem S = 2.54 e αth · Lcav = 1.48.
Por outro lado, é possível deduzir a partir da Fig. 5.14(b) que esta estrutura, no limiar, tem F = 0.019.
Esta estrutura encontra-se estudada em Refs. [24] e [25]. Do mesmo modo que é possível usar este perfil
sofisticado DCC numa estrutura CPM, é também possível usá-lo numa estrutura com uma mudança de fase
localizada, tal como é feito em Ref. [26].
38
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
Λs Λs Λc Λs Λs
r1 = 0
r2 = 0
Ks K sc Kc Kc Kc K sc Ks
z
Lcav
0 KP1a KP1b ΛP 1 ΛP 2 KP2b KP2a 1
6 3.0
+
5 2.5
4 + + + + + + 2.0
α · Lcav
3 1.5
E
2 1.0
1
+ 0.5
0 0.0
-15 -10 -5 0 5 10 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ · Lcav z/Lcav
(a) (b)
5.2.5 HR-AR-DCC-DFB
A estrutura designada por HR-AR-DCC-DFB (ver Fig. 5.15) consiste numa corrugação com coeficiente
de acoplamento variável, com valores K s e K c , cujos posições delimitadoras são definidas por z
Lcav = KP1
z
e Lcav = KP2 . Assume-se também que KP1 = 1 − KP2 . Tem um único período Λ. Esta estrutura pretende
atingir uma boa eficiência de potência, tendo uma faceta reflectora (HR) com fase ϕ1 e uma faceta não
reflectora (AR).
Λ
r1 = 1
r2 = 0
Ks Kc Ks
z
Lcav
0 K P1 K P2 1
Figura 5.15 – Esquema simplificado da estrutura HR-AR-DCC-DFB.
No final da optimização, os seguintes valores finais são obtidos: KP1 = 0.28, K ratio = 10.0, K av Lcav =
0.645 e ϕ1 = π/2.
39
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
6 3.0
5 2.5
4 2.0
α · Lcav
3 1.5
E
2 + + 1.0
+ + + +
1 0.5
0
+
0.0
-15 -10 -5 0 5 10 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ · Lcav z/Lcav
(a) (b)
De acordo com os resultados da Fig. 5.16(a), esta estrutura, no limiar, tem S = 1.16 e αth · Lcav = 0.59.
Por outro lado, é possível deduzir a partir da Fig. 5.16(b) que esta estrutura, no limiar, tem F = 0.014.
Estes resultados são bastante dependentes da fase ϕ1 associada à faceta da esquerda cuja reflectividade
é não-nula. De acordo com o referido na secção 4.4, sabe-se que não é possível impor a fase desejada e, por
isso, é necessário estudar as variações do desempenho com a variação desta fase,que pode ser qualquer valor
no domínio [0, 2π]. A Fig. 5.17 demonstra que, em 50 % dos casos, se garante um bom desempenho nesta
estrutura.
1.2 0.01400
1.0 0.01316
S
0.8 0.01233
0.6 0.01150
0 π/4 π/2 3 π/4 π
ϕ1 – rad
40
Capítulo 5 - RESULTADOS DO TMM EM REGIME DE LIMIAR
Tabela 5.1 – S, F, αth · Lcav , e δth · Lcav para diversas estruturas laser.
A estrutura que apresenta uma maior selectividade no limiar é a CPM-3DCC-DFB, o que é um indicador
de que esta estrutura terá um bom SMSR no limiar. Pelo facto de ter uma boa uniformidade do campo
eléctrico, tudo indica que terá também uma boa estabilidade do SMSR no regime acima do limiar.
A estrutura HR-AR-DCC-DFB não é a melhor em termos de S e F, apesar de apresentar valores que
superam o critério de estabilidade de SLM. No entanto, uma análise acima do limiar realizada no capítulo 7
demonstra que esta estrutura está associada a uma boa eficiência na curva da potência emitida vs corrente
de polarização.
———————Fim de capítulo———————
41
Capítulo 6
6.1 Introdução
No regime acima do limiar, S(z) é suficientemente grande para induzir não-uniformidades acentuadas
em N (z) e n(z). Embora o efeito SHB possa ser minimizado por um desenho adequado da estrutura DFB,
a interdependência entre S(z), N (z) e n(z) induz não-uniformidades longitudinais importantes na cavidade,
o que força a divisão de cada secção em várias sub-secções, de modo a assegurar a correcta modelação das
características acima do limiar. De acordo com Ref. [1, pág. 153], para uma cavidade com Lcav = 500 µm,
um total de M = 5000 sub-secções são necessárias.
Neste trabalho, o procedimento numérico para os cálculos acima do limiar aproxima-se bastante do
método desenvolvido em Refs. [1, pág. 149], [7]. No entanto, de modo a assegurar uma convergência rápida,
uma estratégia mais adequada que as restantes apresentadas na literatura é agora proposta, encontrando-se
detalhadamente explicada a seguir.
Para cada corrente de polarização I, os cálculos acima do limiar relacionados com o modo laser são os
seguintes:
i) i)
(i) Grelhas (G × G) sucessivas são criadas no plano (c0 , λ). A grelha (i) é centrada em c0c , λc e
i) i) i) i)
é delimitada pela região definida pelos limites c0min , c0max , λmin e λmax . Repare-se que, de acordo
1)
com (4.39), c0c é numericamente igual a
p
h c (I − Ith ) / (2 q Vact vg g th ε0 nth ng λth ).
Para a grelha inicial (i = 1)
λ1)
c = λth (6.1)
s
h c (I − Ith )
1)
2 q Vact vg g th ε0 nth ng λth
c0c = q (6.2)
E R (0)2 + E S (0)2
1) 1) 1) 1) 1) 1)
c0min = c0c − ∆c0 ; c0max = c0c + ∆c0 (6.3)
43
Capítulo 6 - TMM ACIMA DO LIMIAR
1)
λmin = λ1)
c − ∆λ
1)
; λ1) 1)
max = λc + ∆λ
1)
, (6.4)
1) △ 1) △
onde ∆c0 = c0c /10 e ∆λ1) = 0.1 nm parecem adequados para a maioria das estruturas DFB, quando
1)
G ≈ 10. Contudo, um reajustamento de ∆c0 e ∆λ1) pode ocasionalmente ser necessário de modo a
prevenir uma eventual convergência para um mínimo local. Isto é um aspecto crucial da análise proposta,
pois uma escolha inadequada poderia impedir a convergência numérica;
i) i)
(ii) Para cada um dos G2 pares da i-ésima grelha c0k , λl com k ; l = 1 . . . G, as equações (4.35) – (4.38)
são resolvidas de modo auto consistente, com o objectivo de determinar o ganho do material, a densidade
de portadores, a densidade de fotões e o índice de refracção para cada uma das j secções, respectivamente,
g j , Nj , Sj e nj , com 1 ≤ j ≤ M ;
(iii) As equações (4.33) e (4.34) são resolvidas de modo a determinar o ganho e a dessintonia do modo laser
para a j-ésima sub-secção, respectivamente, αj and δj . A matriz de transferência da j-ésima sub-secção,
T (zj+1 /zj ), é então calculada;
(iv) Usando o TMM, as duas ondas à saída da j-ésima sub-secção, E Rj e E Sj , são obtidas. Para a
M -ésima sub-secção, a discrepância encontrada entre esses valores e as condições fronteira à direita do
i) i) i)
laser é representado por εkl . Este valor é calculado e armazenado para cada par c0k , λl da i-ésima
i)
grelha. O erro associado com a i-ésima grelha é dado por εi) = min εkl ;
i+1) i) i+1) i)
(v) Sempre que εi) = εi−1) , o par central continua o mesmo c0c = c0c , λc = λc , mas novos limites
são requeridos para a grelha seguinte. As discretizações c0 e λ devem ser reduzidas, por exemplo para:
i+1) i) i)
∆c0 = ∆c0 /10 e ∆λi+1) = ∆λi) /10. Sempre que εi) < εi−1) , o par associado a min εkl é escolhido
i+1) i+1)
como o próximo par central c0c , λc , enquanto as discretizações de c0 e λ continuam as mesmas.
1) 1)
Para i = 1, εi−1) é tomado como o erro associado ao par central c0c , λc .
i+1) i+1)
Para cada um dos G2 pares c0k , λl , os passos (i-v) são repetidos até que εi+1) ≤ εmin , onde εmin
é um valor de erro pré-estabelecido (menos que 10−14 , conforme indicado em Ref. [1, pág. 156]).
Como o ganho αj e a dessintonia δj são dependentes de z, as características do laser para cada corrente
de polarização são associadas com o seu valor médio ao longo da cavidade, dados por
M M
1 X 1 X
αav (I) = αj (I) ; δav (I)= δj (I) . (6.5)
M j=1 M j=1
É importante reparar que a análise sequencial (i)-(v) assume a propagação de um modo único. Esta
aproximação é uma boa regra, uma vez que a análise em questão se destina a estruturas DFB que deverão
assegurar um bom SLM. De outro modo, outras estratégias deveriam ser adoptadas.
Ao estudar a influência de I nas características laser, uma redução considerável no tempo de computação
1)
pode ser atingida se, para cada corrente subsequente, em vez de usar (6.1), λc for tomado como a solução
encontrada para a corrente prévia.
44
Capítulo 6 - TMM ACIMA DO LIMIAR
Os perfis de S(z), N (z) e n(z) são estabelecidos para cada I pelos modos laser obtidos na secção 6.1.1.
No limiar, estas distribuições são praticamente uniformes ao longo da cavidade, assumindo os valores 0, Nth
e nth , respectivamente. O ganho αside e a dessintonia δside associados com o modo secundário, no limiar, são
estabelecidos. Na aproximação que considera um modo único, o uso de (4.34) leva a:
2 π λΛ (nth + ng )
λR (δside ) = , (6.6)
π λΛ
δside λΛ + 2 π ng +
Λav
onde Λav é o período médio da corrugação, dado por
M
P
Lm · Λm
m=1
Λav = . (6.7)
Lcav
Esta afirmação implica que λR (δside ) seria o comprimento de onda no limiar se δside correspondesse ao modo
laser. Por outro lado, contabilizando o ganho do modo secundário, eq. (4.33) impõe que
onde g side é obtido de (4.35), assumindo N (z) = Nth e λ = λ1 (αside ). Este seria o comprimento de onda na
aproximação de modo único se αside correspondesse ao ganho de limiar. Será designado por comprimento de
onda efectivo do modo secundário. Analogamente, para o modo laser, é obtido
onde g th = A0 Nth − N0 . De seguida, das equações (6.8) e (6.9), pode ser demonstrado que
onde s
2 αside − αth
λI (αside ) = . (6.11)
A1 Γ
Uma grelha (G × G) é criada no plano (λI , λR ) num modo semelhante aquele que foi feito para o
1) 1) 1) 1)
plano (c0 , λ), na sub-secção 6.1.1. A grelha inicial é centrada em λIc , λRc , onde λIc e λRc são dados,
1) 1) 1) 1)
respectivamente, por (6.11) e (6.6). Os limites da grelha inicial são definidos por λIc ± ∆λI e λRc ± ∆λR .
1) 1)
G = 10, ∆λI ≈ 0.01 nm e ∆λR ≈ 0.1 nm são razoáveis para a maioria das estruturas DFB mas, como
anteriormente, um reajuste pode ocasionalmente ser necessário para evitar a convergência para outros modos.
1) 1)
Usualmente ∆λI é uma ordem de grandeza mais baixo que ∆λR porque a diferença entre os ganhos associado
aos diferentes modos é aproximadamente uma ordem de grandeza mais baixa que a diferença entre as suas
dessintonias. Sucessivas grelhas (G × G) são definidas no plano do comprimento de onda, centrando a i-ésima
i) i) i) i) i) i)
grelha em λIc , λRc e definindo os limites dados por λIc ± ∆λI e λRc ± ∆λR .
i) i)
Então, para cada par (k, l) da i-ésima grelha, i.e. λIk , λRl , o ganho e a dessintonia para cada uma
das j (j = 1, . . . , M ) sub-secções da cavidade são obtidos para uma corrente I através de, respectivamente,
2 A Γ
i) i) 1
αside (I) = αj (I) + λIk , (6.12)
klj 2
45
Capítulo 6 - TMM ACIMA DO LIMIAR
i) 2π 2 π ng
i)
π
δside (I) = i)
nj (I) − i)
· λR − λΛ − . (6.13)
klj
λRl λRl λΛ
l
Λ j
Nas eqs. (6.12) e (6.13), αj (I) e nj (I) são, respectivamente, o ganho do modo laser e o índice de refracção
associados com a j-ésima sub-secção para uma corrente de polarização I, calculados na sub-secção 6.1.1.
Além disso, Λj é o período da corrugação da j-ésima sub-secção.
De modo semelhante à sub-secção 6.1.1, os passos (iii)–(v) são sequencialmente seguidos. A análise do
modo secundário é mais rápida que a análise do modo laser pois o passo (ii) descrito na sub-secção 6.1.1 não
é necessário.
Para este processo, todos os parâmetros fixos do laser estão resumidos na Tabela 6.1. Estes são geral-
mente aceites como valores fidedignos para o modelo [1].
Parâmetros do material
Parâmetros estruturais
———————Fim de capítulo———————
46
Capítulo 7
Os resultados apresentados na Fig. 6.12 e Fig. 6.13 da Ref. [1, págs. 164, 165] encontram-se reproduzidos
nas Fig. 7.1(a) e Fig. 7.1(b), respectivamente.
3.5 6
I = 1.5 Ith I = 1.5 Ith
5
3.2 I = 2.0 Ith I = 2.0 Ith
– m−3
– m−3
3
N ×10−24
S ×10−21
2.6
2
2.3
1
2.0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
z/Lcav z/Lcav
(a) (b)
Figura 7.1 – Distribuições de (a) portadores e (b) fotões para a estrutura QWS-DCC.
Este conjunto de resultados ilustra a interação entre portadores e fotões ao longo da cavidade da estru-
tura laser QWS-DCC-DFB, não havendo divergências entre os resultados apresentados. Verifica-se a relação
47
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
3.404 2.5
2.0
Campo normalizado E
I = 2.0 Ith I = 2.0 Ith
3.402
I = 3.0 Ith I = 3.0 Ith
I = 4.0 Ith 1.5 I = 4.0 Ith
3.400
n
1.0
3.398
0.5
3.396 0.0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
z/Lcav z/Lcav
(a) (b)
Figura 7.2 – Distribuições (a) do índice de refracção e (b) do campo eléctrico normalizado para a estrutura
QWS-DCC.
Este conjunto de resultados ilustra as alterações que o índice de refracção provoca na distribuição do
campo eléctrico da estrutura laser QWS-DCC-DFB, não havendo divergências entre os resultados apresen-
tados. Onde o campo eléctrico tem mais intensidade, maior é o índice de refracção.
Os resultados apresentados na Fig. 7.2 da Ref. [1, pág. 175] encontram-se reproduzidos na Fig. 7.3(a),
sendo que o ponto indica a situação de limiar. De igual modo, os resultados apresentados na Fig. 7.13 da
Ref. [1, pág. 183] encontram-se reproduzidos na Fig. 7.3(b).
3.0 80
70 2 Ith
2.5
5 Ith
60
(10 log) − a.u.
40
Modo laser
1.0
30
b
0.5
20
0 10
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 1545 1545.5 1546 1546.5 1547 1547.5 1548
δ · Lcav λ − nm
(a) (b)
48
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
Este conjunto de resultados ilustra o comportamento do laser QWS acima do limiar, não havendo
divergências.
Os resultados apresentados na Fig. 7.12 da Ref. [1, pág. 181] encontram-se reproduzidos na Fig. 7.4.
Este conjunto de resultados ilustra a evolução do comprimento de onda de diversos lasers DFB, não havendo
divergências. Nota-se uma tendência de deslocação para a esquerda no espectro de qualquer laser analisado,
aproximando o comprimento de onda de emissão da cor azul, ainda que esta deslocação seja muito reduzida.
1547.2
ut
QWS-DFB
1547.0 bc
3PS-DFB
ut
ut rs
ut QWS-DCC-DFB
ut
λ − nm
ut ut
bc
1546.8 bc
bc
bc bc bc
rs rs rs rs rs rs
1546.6
1546.4
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
I/Ith
Tudo indica que o modelo desenvolvido é totalmente compatível com o modelo utilizado por H. Ghafouri-
Shiraz na produção dos seus resultados apresentados em Ref. [1].
Os resultados apresentados na Fig. 16 e na Fig. 13 da Ref. [7] encontram-se reproduzidos na Fig. 7.5(a)
e Fig. 7.5(b), respectivamente.
3.5 6
I = 1.5 Ith I = 1.5 Ith
5
3.2 I = 2.0 Ith I = 2.0 Ith
– m−3
– m−3
3
N ×10−24
S ×10−21
2.6
2
2.3
1
2.0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
z/Lcav z/Lcav
(a) (b)
Figura 7.5 – Distribuições de (a) portadores e (b) fotões para a estrutura CPM-DCC-DFB.
49
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
Estes resultados ilustram a interacção entre os fotões e os portadores presentes na cavidade da estrutura,
salientando que um aumento de S provoca uma diminuição de N , e vice-versa, tal como na subsecção 7.1.1.
Os resultados apresentados na Fig. 19 da Ref. [7] encontram-se reproduzidos na Fig. 7.6. A forma do
espectro não apresenta divergências mas há uma grande diferença no eixo do comprimento de onda. Tudo
indica que seja uma gralha da Ref. [7], pois esses valores apresentados são bastante invulgares.
80
70 1.5 Ith
5 Ith
60
(10 log) − a.u.
50
40
30
20
10
1545 1545.5 1546 1546.5 1547 1547.5 1548
λ − nm
Mais uma vez, é possível observar a tendência generalizada do espectro de um laser para se deslocar
para a esquerda com o aumento da corrente, aproximando-se do comprimento de onda azul.
A Fig. 7.7 representa as evoluções de SMSR (I/Ith ) e P (I) para as diversas estruturas conhecidas.
48 rs 18 qp
rs rsbc
rs
rs rs rs
ut
QWS-DFB +ut
43 15 bc
QWS-DCC-DFB
bc
+
bc
+ 3PS-DFB qp
SMSR − dB
bc
12 ut
P − mW
qp
38 bc
qpbc qpbc qpbc
3PS-DCC-DFB rs
ut qp qp
rs
qp
9 CPM-DCC-DFB +bc
33 qp
ut
+ ut
6 rs
28 + ut +bc
+ +ut + 3 rs
qp ut
+ +
ut bc
ut
ut
23 0 +rsqpbcut +
ut bc rs qp
(a) (b)
A estrutura CPM-DCC-DFB da Ref. [7] apresenta uma clara vantagem em SMSR em relação às diversas
estruturas da Ref. [1]. A estrutura mais vulgar, QWS-DFB, é aquela que mais rapidamente deteriora o seu
50
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
SMSR com o aumento da corrente, sendo por isso a menos aconselhável a usar como emissor de luz num OCS.
Nota-se ainda que a inclusão de um perfil DCC tem tendência a melhorar o desempenho das estruturas DFB,
verificando-se uma melhoria do QWS-DFB para o QWS-DCC-DFB assim como uma melhoria do 3PS-DFB
para o 3PS-DCC-DFB.
As suas curvas de potência estática são todas semelhantes, não existindo uma estrutura que se destaque
por ter um excelente desempenho nesta categoria.
7.2.1 1PS-DCC-DFB
Esta estrutura, embora apresente bons resultados em regime de limiar (ver Tabela 5.1 (pág. 41)), sofre
de alguns problemas acima do limiar, conforme ilustrado na Fig. 7.8(a). Há fortes não linearidades na relação
entre o funcionamento do laser e a evolução da corrente. Por esse motivo, adaptou-se esta estrutura de modo
a tornar simétrico o seu perfil do coeficiente de acoplamento. Depois desta adaptação, a distribuição de
fotões com a corrente passou a ser aquela que se encontra ilustrada na Fig. 7.8(b).
6 6
I = 1.5 Ith I = 1.5 Ith
5 5
I = 3.2259− Ith I = 3 Ith
– m−3
– m−3
3 3
S ×10−21
S ×10−21
2 2
1 1
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
z/Lcav z/Lcav
(a) (b)
Figura 7.8 – Distribuições de S (z) para (a) Estrutura optimizada assimétrica e (b) Estrutura optimizada
simétrica.
Este fenómeno de não-linearidade ainda não tinha sido observado nos casos anteriores pois os autores
H. Ghafouri-Shiraz e T. Fessant trabalham sempre com estruturas cujo perfil do coeficiente de acoplamento
é simétrico. No entanto, uma análise da literatura mais extensa permite confirmar que estruturas DCC
assimétricas com um grande quociente entre os diversos coeficientes de acoplamento apresenta normalmente
51
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
uma pequena descontinuidade na curva da potência emitida, em função da corrente de polarização [28,
pág. 164].
O espectro da estrutura (versão simétrica) encontra-se representado na Fig. 7.9. Esta figura demonstra
que esta estrutura laser ainda tem um desempenho adequado acima do limiar, mesmo tendo em conta que
a estrutura assimétrica era o melhor caso no limiar.
80
70 1.5 Ith
5 Ith
60
(10 log) − a.u.
50
40
30
20
10
1545 1545.5 1546 1546.5 1547 1547.5 1548
λ − nm
7.2.2 3PS-DFB
A Fig. 7.10(a) representa a distribuições de S (z) e N (z) para I = 4 · Ith , onde se exemplifica a existência
do fenómeno SHB nesta estrutura.
O espectro desta estrutura laser encontra-se representado na Fig. 7.10(b). Embora esta estrutura tam-
bém seja assimétrica, não é assimétrica no perfil do coeficiente de acoplamento, por isso não apresenta
descontinuidades no seu funcionamento com o aumento da corrente de polarização.
4.0 3.0 80
70 1.5 Ith
3.5 2.8 5 Ith
N ×10−24
– m−3
60
(10 log) − a.u.
3.0 2.6 50
S ×10−21
2.5 2.4 40
– m−3
30
2.0 2.2
20
1.5 2.0 10
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1545.5 1546 1546.5 1547 1547.5 1548
z/Lcav λ − nm
(a) (b)
Figura 7.10 – (a) S (z) e N (z) e (b) espectro para a estrutura 3PS-DFB assimétrica.
Este é um espectro muito estável, tendo uma diferença desprezável entre o espectro observado para a
52
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
corrente I = 1.5 Ith e o espectro observado para a corrente I = 5 Ith . Para esta gama de correntes, verifica-se
também um bom SMSR.
Esta estrutura, tal como a estrutura 1PS-DCC-DFB assimétrico, tem a peculiaridade de possuir um
perfil de coeficiente de acoplamento assimétrico, sendo portanto esperados alguns problemas de linearidade
do seu funcionamento com a corrente de polarização. A Fig. 7.11(a) representa a evolução do perfil da
distribuição dos fotões no interior da cavidade com o aumento da corrente. Verifica-se uma descontinuidade
bem visível para a corrente I = 2.68 Ith .
Verifica-se também uma grande instabilidade no espectro emitido por este laser, conforme se pode
observar na Fig. 7.11(b). Apesar de ser instável, não deixa de possuir um bom valor de SMSR ao longo da
gama de correntes analisada na figura. No entanto, a variação do comprimento de onda é prejudicial por si
só, provocando diferentes velocidades de propagação da luz conforme a corrente de polarização.
6 80
I = 1.5 Ith 1.5 Ith
5 70
I = 2.68− Ith 5 Ith
– m−3
I = 2.68+ Ith 60
(10 log) − a.u.
4
I = 4 Ith
50
3
S ×10−21
40
2
30
1 20
0 10
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1545 1545.5 1546 1546.5 1547 1547.5 1548
λ − nm
z/Lcav
(a) (b)
Figura 7.11 – (a) S (z) e (b) espectro para a estrutura CPM-2DCC-DFB assimétrica.
Tal como foi feito na estrutura 1PS-DCC-DFB assimétrica, seria possível tornar esta estrutura simétrica
para contornar os problemas da não linearidade.
A Fig. 7.12(a) representa a distribuições de S (z) e N (z) para I = 4 · Ith , exemplificando o fenómeno SHB
nesta estrutura. É uma distribuição simétrica, com uma relação inversa entre a concentração de portadores
e a concentração de fotões, como seria de esperar.
A Fig. 7.12(b) representa o espectro desta estrutura, para duas correntes. Verifica-se ser um espectro
bastante estável, com um SMSR bastante elevado.
7.2.5 HR-AR-DCC-DFB
53
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
4.0 3.0 80
70 1.5 Ith
3.5 2.8 5 Ith
N ×10−24
– m−3
60
2.5 2.4 40
– m−3
30
2.0 2.2
20
1.5 2.0 10
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1545.5 1545 1546.5 1546 1547.5 1547
z/Lcav λ − nm
(a) (b)
Figura 7.12 – (a) S (z) e N (z) e (b) espectro para a estrutura CPM-3DCC-DFB simétrica.
70
1.5 Ith
(10 log) − a.u.
60
5 Ith
50
40
30
20
10
1546 1546.5 1547 1547.5 1548
λ − nm
Figura 7.13 – Espectro de emissão espontânea para o laser HR-AR-DCC-DFB, para duas correntes, para ϕ1 = π/2.
Embora o SMSR desta estrutura não seja tão elevado como o verificado noutras outras, é importante
referir que um dos principais objectivos no fabrico desta estrutura seria a elevada eficiência de conversão
entre a corrente de polarização e a potência emitida, grandeza analisada na subsecção 7.2.6 e comparada
com a eficiência de conversão das outras estruturas.
Ainda assim, é possível dizer que o espectro desta estrutura tem um elevado valor de SMSR, assim como
um estável comprimento de onda de emissão.
A Fig. 7.14(a) representa a evolução de S (I/Ith )para as diversas estruturas optimizadas. Neste con-
texto, a estrutura CPM-3DCC-DFB simétrica apresenta o melhor desempenho, chegando a verificar-se uma
ligeira subida do valor de S com o valor da corrente. Contudo, todas as estruturas cumprem o requisito
S ≥ 0.5, aconselhado para um bom funcionamento em modo único.
A Fig. 7.14(b) representa a evolução de F (I/Ith ) para as diversas estruturas optimizadas. Destaca-se
uma perturbação de F nos dois casos em que o perfil do coeficiente de acoplamento é assimétrico. Com
excepção destas perturbações, todos os valores de F se encontram dentro do valor requerido F ≤ 0.05.
54
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
3.0 0.10 rs
ut ut ut
ut rs 1PS-DCC
ut ut
2.5 bc 3PS
0.08 qp
qp qp CPM-2DCC
qp
2.0 qp
qp ut CPM-3DCC
rs
rs
qp
0.06 + HRAR-DCC rs
qp qp qp
qp rs
1.5 rs
S
F
rs rs rs
rs rs
rs
+ rs 0.04 qp
1.0 qp
bc +bc +bc rs rs
ut ut ut
+bc +bc +bc 0.02 utrs
utqp utqp qp
0.5 qp
+bc +bc +bc +bc +bc +bc
0 0
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
I/Ith I/Ith
(a) (b)
Figura 7.14 – Resultados acima do limiar para as estruturas optimizadas: (a) S (I/Ith ) e (b) F (I/Ith ). A
legenda de (b) também se aplica a (a).
A Fig. 7.15(a) representa a evolução de SMSR (I/Ith ) para as diversas estruturas optimizadas. As
estruturas com um perfil do coeficiente de acoplamento assimétrico têm descontinuidades acentuadas nesta
característica, nomeadamente a estrutura 1PS-DCC-DFB. Em termos gerais, a estrutura com um melhor
desempenho de SMSR é a CPM-3DCC-DFB.
A Fig. 7.15(b) representa a evolução de P (I) para as diversas estruturas optimizadas. A estrutura com
melhor eficiência de conversão é a HR-AR-DCC-DFB, como seria expectável pelo facto de ter uma faceta
inteiramente reflectora.
52 30
rs rs rs 1PS-DCC
50 ut rs
25 bc 3PS
+
ut
rsqp ut qp qp CPM-2DCC
qp utqp
rs ut
48 ut
SMSR − dB
qp qp qp 20 ut CPM-3DCC rs
qp
P − mW
qp
+ HRAR-DCC + ut
bc
rs rs
46 15
+bc bc bc +
qp
ut
bc qp
bc bc bc
44 + 10 qp
rs
+ +rs
42
+ + + bc qp
ut
5 rs
+ bc qp ut rs
rs
bc qp ut rs
40 0 +rsqpbcut +
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 0 20 40 60 80 100
I/Ith I − mA
(a) (b)
Figura 7.15 – Resultados acima do limiar para as estruturas optimizadas: (a) SMSR (I/Ith ) e (b) P (I). A
legenda de (b) também se aplica a (a).
De acordo com o requisito primordial a exigir destacam-se essencialmente, após toda esta análise, duas
estruturas. Se o requisito mais importante for a manutenção de um elevado valor de SMSR, aconselha-se
a estrutura CPM-3DCC-DFB. Por outro lado, se o requisito mais importante for uma elevada eficiência de
conversão da corrente de polarização em potência óptica, aconselha-se a estrutura HR-AR-DCC-DFB.
55
Capítulo 7 - RESULTADOS DO TMM ACIMA DO LIMIAR
———————Fim de capítulo———————
56
Capítulo 8
Resultados Experimentais
• Registar o espectro emitido por aquele laser DFB, para diferentes correntes de polarização e avaliar a
evolução de SMSR em função da corrente de polarização.
Devido a dificuldades técnicas temporárias no equipamento laboratorial, apenas o primeiro objectivo foi
possível de executar, não existindo qualquer tipo de observação do espectro emitido.
A Fig. 8.1 esquematiza a montagem realizada, de forma a avaliar a característica P (I).
Conversor Medidor
Controlador DFB Óptico-Eléctrico de Potência
O controlador permite definir qual a corrente de polarização do laser DFB em uso, para além da
temperatura de funcionamento imposta ao laser DFB. Depois de seleccionar estas duas variáveis, o laser
DFB emite um feixe óptico no comprimento de onda de 1.55 µm através de fibra óptica até ao conversor
óptico-eléctrico, que por sua vez envia um sinal eléctrico com potência proporcional ao sinal óptico, até
ao medidor de potência. Esta montagem permite avaliar a potência emitida pelo laser, correspondente a
diferentes correntes de polarização e a diferentes temperaturas de funcionamento.
Os dispositivos utilizados foram os seguintes:
A Fig. 8.2 representa os resultados obtidos para a característica P (I) do laser, utilizando a montagem
da Fig. 8.1.
57
Capítulo 8 - RESULTADOS EXPERIMENTAIS
6
T = 25 ◦ C
5
bc
T = 35 ◦ C bc
bc
T = 45 ◦ C
4
bc
bc
bc
P − mW
bc
bc
bc
3 bc
bc
bc
bc bc
bc
2 bc
bc
bc
bc
bc
bc
1
bc
bc
bc
bc
bc
bc
bc
0
bc
bc
bc
bc bc
bc
0 10 20 30 40 50 60
I − mA
Figura 8.2 – Característica P (I) para diversas temperaturas, medida experimentalmente.
A Fig. 8.3(a) apresenta os valores para o declive da característica P (I), com a evolução da temperatura.
Estes valores correspondem à eficiência de conversão electro-óptica do laser DFB. A Fig. 8.3(b) apresenta os
valores para a corrente de limiar extrapolados dos dados experimentais, com a evolução da temperatura.
115 19
ut 18 ut
110
Eficiência − mW/A
17
Ith − A
105
16
ut
ut
100 15
14
95 ut ut
13
90 12
20 25 30 35 40 45 50 20 25 30 35 40 45 50
T − ◦C T − ◦C
(a) (b)
Figura 8.3 – Dados retirados da característica P (I): (a) Eficiência de conversão electro-óptica. (b) Corrente
de limiar.
É possível observar uma diminuição da eficiência de conversão electro-óptica, assim como um aumento
da corrente de limiar, com o aumento da temperatura.
———————Fim de capítulo———————
58
Capítulo 9
Conclusões
• Dotar o simulador desenvolvido com capacidade para modelação do comportamento dinâmico de lasers
DFB, permitindo obter a sua resposta a uma sequência de bits, de modo a ser possível avaliar o impacto
do SHB no desempenho de OCS;
• O simulador desenvolvido apenas permitiu modelar lasers DFB maciços. Importaria dotá-lo com
capacidade para modelar lasers com poços quânticos, linhas quânticas ou pontos quânticos;
• Finalmente, seria interessante tentar ainda aplicar o conhecimento adquirido na modelação de outro
tipo de lasers, nomeadamente os lasers de cavidade vertical (VCSEL).
59
Capítulo 9 - CONCLUSÕES
• Para validação experimental dos simuladores desenvolvidos, quer no regime estacionário ou no regime
dinâmico;
• Para extracção de determinados parâmetros que são utilizados como entradas dos modelos teóricos
desenvolvidos e das suas dependências com, por exemplo, a temperatura, os materiais utilizados e a
estrutura.
———————Fim de capítulo———————
60
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia
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[13] B. Saleh e M. Teich, Fundamentals of Photonics, J. Goodman, Ed. Nova Iorque, EUA: John Wiley, 1991.
[14] D. Sands, Diode Lasers, R. Brown e E. Pike, Eds. Bristol, Reino-Unido: Institute of Physics Publishing, 2005.
[15] G. Agrawal e N. Dutta, Semiconductor Lasers. Nova Iorque, EUA: Van Nostrand Reinhold, 1993.
[16] G. Morthier e P. Vankwikelberge, Handbook of Distributed Feedback Laser Diodes. Norwood, EUA: Artech House, 1997.
[17] K. Tang, Mathematical Methods for Engineers and Scientists 2. Vector Analysis, Ordinary Differential Equations and
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[18] E. Kapon, A. Hardy, e A. Katzir, “The effect of complex coupling coefficient on distributed feedback lasers,” IEEE J.
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[19] J. Morgado, C. F. Fernandes, e J. Boavida, “Analysis of a suitable DFB laser structure with inhomogeneous coupling coef-
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[25] J. Boavida, J. Morgado, e C. F. Fernandes, “Optimisation of a corrugation-pitch-modulated DFB laser structure with
inhomogeneous coupling coefficient for stable single longitudinal mode operation,” The European Phys. J. - Appl. Phys.,
submetido para publicação.
[26] J. Boavida, C. F. Fernandes, e J. Morgado, “Improvements on phase-shifted distributed-coupling-coefficient distributed
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Electromagnetics Research Symposium a ser realizada em Xi’an, China.
[27] J. Boavida, J. Morgado, e C. F. Fernandes, “Easily feasible high-yield DFB laser with high power efficiency and tight
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a ser realizada em Antalya-Belek, Turquia.
[28] M. Fukuda, Optical Semiconducor Devices, 1st ed., K. Chang, Ed. Nova York, EUA: John Wiley, 1998.
61
Apêndice A
resulta
2 2
k (z) = β(z) + · g u (z) = β 2 (z) + · 2 g u (z) · β(z) + g 2u (z) . (A.2)
Admitindo na expressão (A.2), a primeira aproximação de (3.19) (pág. 16), que a seguir se repete
resulta facilmente
2
k (z) ≈ β 2 (z) + · 2 g u (z) · β(z) . (A.4)
2
k (z) ≈ k02 · n2 (z) + · 2 k0 · g u (z) · n(z) . (A.5)
Finalmente, substituindo na expressão (A.5) as expressões (3.10) (pág. 14), e tendo em conta a definição (3.12)
(pág. 15), resulta
2
h i2
k (z) ≈ k02 · n0 + ∆ n · cos 2 βΛ · z + ΩΛ +
h i h i (A.6)
+ · 2 k0 · g u0 + ∆ g u · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ · n0 + ∆ n · cos 2 π · βΛ · z + ΩΛ .
63
Apêndice A – Expressão aproximada para a constante de propagação complexa k(z), na presença de um guia de ondas de
Bragg de primeira ordem
facilmente
2
k (z) ≈ k02 · n20 + 2 n0 · k02 · ∆ n · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + · 2 k0 · g u0 · n0 +
+ · 2 k0 · g u0 · ∆ n · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + · 2 k0 · n0 · ∆ g u · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ =
(A.7)
2
= k0 · n0 + · 2 k0 · n0 · g u0 + 2 k0 k0 · n0 + · g u0 · ∆ n · cos 2 βΛ · z + ΩΛ +
+ · 2 k0 · n0 · ∆ g u · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ .
n0 ≈ n(z) . (A.8)
Atendendo à expressão (A.8) e tendo em conta a expressão (3.7) (pág. 14), que a seguir se repete
resulta facilmente
2
k (z) ≈ β 2 (z) + · 2 β(z) · g u0 + 2 k0 β(z) + · g u0 · ∆ n · cos 2 βΛ · z + ΩΛ +
(A.11)
+ · 2 β(z) · ∆ g u · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ .
2
k (z) ≈ β 2 (z) + · 2 β(z) · g u0 + Σ2−k(z) . (A.12)
em que
△
Σ2−k(z) = 2 k0 · β(z) · ∆ n · cos 2 βΛ · z + ΩΛ +
(A.13)
+ · 2 β(z) · ∆ g u · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ .
h i
(A.14)
Σ2−k(z) = 2 β(z) k0 · ∆ n · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + · ∆ g u · cos 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ .
64
Apêndice A – Expressão aproximada para a constante de propagação complexa k(z), na presença de um guia de ondas de
Bragg de primeira ordem
Σ2−k(z) = 2 β(z) ·
(
2π 1 h i
· ∆ n · · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ + exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ +
λ0 2
)
1 h i
+ · ∆ g u · · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ + exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ + θΛ =
2
(A.16)
= 2 β(z) ·
(
π·∆n ∆ gu
· + · · exp · θΛ · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ +
λ0 2
)
π·∆n ∆ gu h i
+ + · · exp − · θΛ · exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ .
λ0 2
△ π·∆n ∆ gu
(A.17)
KR←S = + · · exp − · θΛ
λ0 2
△ π·∆n ∆ gu
(A.18)
KS←R = + · · exp · θΛ ,
λ0 2
Σ2−k(z) = 2 β(z) ·
h i
(A.19)
· KS←R · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ + KR←S · exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ .
65
Apêndice B
(B.1)
E(z) = R(z) · exp − · βΛ · z + S(z) · exp · βΛ · z ,
resulta facilmente
!
d2 E(z) d2 R(z) d R(z) 2
= − 2 βΛ · − βΛ · R(z) · exp − · βΛ · z +
d z2 d z2 dz
! (B.2)
2
d S(z) d S(z)
− βΛ2 · S(z)
+ + 2 βΛ · · exp · βΛ · z .
d z2 dz
(
d2 E(z)
+ β 2 (z) + · 2 · β(z) · g u0 +
dz
) (B.3)
h i h i
+ 2 β(z) · KR←S · exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ + KS←R · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ · E(z) = 0 .
resulta
d2 E(z)
+ Σ4−E(z) = 0 , (B.4)
dz
em que
(
△
Σ4−E(z) = β 2 (z) + · 2 · β(z) · g u0 +
) (B.5)
h i h i
+ 2 β(z) · KR←S · exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ + KS←R · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ · E(z) .
67
Apêndice B – Determinação das equações acopladas do laser
(
△
Σ4−E(z) = β 2 (z) + · 2 · β(z) · g u0 +
)
(B.6)
h i h i
+ 2 β(z) · KR←S · exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ + KS←R · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ ·
h i
· R(z) · exp − · βΛ · z + S(z) · exp · βΛ · z .
△
h i h i
Σ4−E(z) = β 2 (z) + · 2 · β(z) · g u0 · R(z) · exp − · βΛ · z + S(z) · exp · βΛ · z +
h
i h i
+ 2 β(z) · KR←S · exp − · 2 βΛ · z + ΩΛ + KS←R · exp · 2 βΛ · z + ΩΛ ·
h i
· R(z) · exp − · βΛ · z + S(z) · exp · βΛ · z =
h i
= β 2 (z) · R(z) + · 2 β(z) · g u0 · R(z) · exp − · βΛ · z +
(B.7)
h i
+ β 2 (z) · S(z) + · 2 β(z) · g u0 · S(z) · exp · βΛ · z +
h
+ 2 · β(z) · KR←S · R(z) · exp − · ΩΛ · exp − · 3 βΛ · z +
+ KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ · exp − · βΛ · z +
+ KS←R · R(z) · exp · ΩΛ · exp · βΛ · z +
i
+ KS←R · S(z) · exp · ΩΛ · exp · 3 βΛ · z .
h i
Σ4−E(z) = β 2 (z) · R(z) + · 2 β(z) · g u0 · R(z) + 2 β(z) · KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ · exp − · βΛ · z +
h i
+ β 2 (z) · S(z) + · 2 β(z) · g u0 · S(z) + 2 β(z) · KS←R · R(z) · exp · ΩΛ · exp · βΛ · z +
+ 2 β(z) · KR←S · R(z) · exp − · ΩΛ · exp − · 3 βΛ · z +
+ 2 β(z) · KS←R · S(z) · exp · ΩΛ · exp · 3 βΛ · z . (B.8)
68
Apêndice B – Determinação das equações acopladas do laser
β 2 (z) · R(z) + · 2 β(z) · g u0 · R(z)+ 2 β(z) · KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ +
d2 R(z)
d R(z) 2
+ 2
− 2 β Λ · − β Λ · R(z) · exp − · βΛ · z +
dz dz
+ β 2 (z) · S(z) + · 2 β(z) · g u0 · S(z)+ 2 β(z) · KS←R · R(z) · exp · ΩΛ +
(B.9)
2
d S(z) d S(z) 2
+ + 2 βΛ · − βΛ · S(z) · exp · βΛ · z +
d z2 dz
+ 2 β(z) · KR←S · R(z) · exp − · ΩΛ · exp − · 3 βΛ · z +
+ 2 β(z) · KS←R · S(z) · exp · ΩΛ · exp · 3 βΛ · z = 0 .
Assumindo que R(z) e S(z) são termos de variação lenta no espaço, resulta
2 2
d R(z)
≪ d R(z) ≪ R(z)
d S(z)
≪ d S(z) ≪ S(z) (B.10)
d z2 dz ;
d z2 dz .
Com base na aproximação (B.10) resulta ser possível desprezar os termos d2 R(z)/d z 2 e d2 S(z)/d z 2 ,
na expressão (B.9). Por outro lado
Tendo em conta estas aproximações na expressão (B.9) resulta, depois de algum desenvolvimento al-
gébrico
(
d R(z) h 2 i
− 2 βΛ · + β (z) − βΛ2 · R(z) + · 2 β(z) · g u0 · R(z)+
dz
)
+2 β(z) · KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ · exp − · βΛ · z +
( (B.11)
d S(z) h 2 i
2 βΛ · + β (z) − βΛ2 · S(z) + · 2 β(z) · g u0 · S(z)+
dz
)
+2 β(z) · KS←R · S(z) · exp · ΩΛ · exp · βΛ · z = 0 .
Dividindo ambos os termos da equação (B.11) por · 2 βΛ resulta, depois de algum desenvolvimento
algébrico
(
d R(z) β 2 (z) − βΛ2
− − · · R(z) + g u0 · R(z)−
dz 2 βΛ
)
− · KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ · exp − · βΛ · z +
( (B.12)
d S(z) β 2 (z) − βΛ2
− · · S(z) + g u0 · S(z)−
dz 2 βΛ
)
− · KS←R · S(z) · exp · ΩΛ · exp · βΛ · z = 0 .
69
Apêndice B – Determinação das equações acopladas do laser
(B.14)
β(z) − βΛ ≪ βΛ ,
resulta que
β(z) ≈ βΛ . (B.15)
β 2 (z) − βΛ2
≈δ . (B.17)
2 βΛ
Substituindo a expressão (B.17) na expressão (B.12) resulta, depois de algum desenvolvimento algébrico
( )
d R(z)
− + g u0 − · δ · R(z) − · KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ · exp − · βΛ · z +
dz
( )
d S(z) (B.18)
+ g u0 − · δ · S(z) − · KS←R · R(z) · exp · ΩΛ · exp · βΛ · z =
dz
=0 .
Uma vez que a igualdade (B.18) deve ser válida para qualquer valor da variável z, ter-se-á que verificar
d R(z)
(B.19a)
− + g u0 − · δ · R(z) = · KR←S · S(z) · exp − · ΩΛ
dz
d S(z)
(B.19b)
+ g u0 − · δ · S(z) = · KS←R · R(z) · exp · ΩΛ .
dz
70
Apêndice C
em que W (z) é uma função complexa arbitrária da variável complexa z. Assume-se que W (z) é uma função
analítica, isto é, é possível calcular d W (z)/d z na vizinhança de z.
Generaliza-se, neste apêndice, o método de Newton-Raphson usualmente utilizado para resolver equações
não-lineares de variável real, com vista à sua utilização na resolução numérica da equação (C.1).
Partindo da equação (C.1), é sempre possível escrevê-la na forma
em que U (z) e V (z) são funções reais que designam, respectivamente, a parte real e a parte imaginária de
W (z).
Tendo em atenção que é possível escrever z na forma
z = x + ·y , (C.3)
em que x e y designam, respectivamente, a parte real e a parte imaginária de z, resulta que a resolução da
equação (C.1), se resume na resolução do sistema de equações dado por
U (x, y) = 0 (C.4a)
V (x, y) = 0 . (C.4b)
Desenvolvendo as funções U (x, y) e V (x, y) em série de Taylor, em torno de uma aproximação inicial
(x0 , y0 ) para as raízes de (C.4), resulta
∂ U (x, y) ∂ U (x, y)
U (x1 , y1 ) = U (x0 , y0 ) + · (x1 − x0 ) + · (y1 − y0 ) (C.5a)
∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0
71
Apêndice C – Método de Newton-Raphson para a determinação numérica de zeros de funções complexas
∂ V (x, y) ∂ V (x, y)
V (x1 , y1 ) = V (x0 , y0 ) + · (x1 − x0 ) + · (y1 − y0 ) , (C.5b)
∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0
em que x1 e y1 são valores em torno de, respectivamente, x0 e y0 , assumindo-se que
Substituindo (C.6) no sistema (C.5), resulta o seguinte sistema de equações, nas incógnitas x1 e y1
∂ U (x, y) ∂ U (x, y)
· x1 + · y1 =
∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0
" #
∂ U (x, y) ∂ U (x, y)
= −U (x0 , y0 ) + · x0 + · y0 (C.7a)
∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0
∂ V (x, y) ∂ V (x, y)
· x1 + · y1 =
∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0
" #
∂ V (x, y) ∂ V (x, y)
= −V (x0 , y0 ) + · x0 + · y0 . (C.7b)
∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0
Resolvendo o sistema (C.7), em ordem a x1 e y1 resulta facilmente
∂ U (x, y) ∂ V (x, y)
V (x0 , y0 ) · − U (x0 , y0 ) ·
∂ x x0 ,y0 ∂ x x0 ,y0
x1 = x0 + (C.8)
∆Newt
∂ V (x, y) ∂ U (x, y)
U (x0 , y0 ) · − V (x0 , y0 ) ·
∂ x x0 ,y0 ∂ x x0 ,y0
y1 = y0 + , (C.9)
∆Newt
em que
∂ U (x, y) ∂ V (x, y) ∂ V (x, y) ∂ U (x, y)
∆Newt = · − · . (C.10)
∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0 ∂ x x0 ,y0 ∂ y x0 ,y0
Para aplicação do método de Taylor, e de acordo com (C.7) e (C.10), põe-se assim o problema de
como calcular U (x, y), V (x, y), ∂ U (x, y)/∂ x, ∂ U (x, y)/∂ y, ∂ V (x, y)/∂ x e ∂ U (x, y)/∂ y, a partir de W (z)
e d W (z)/d z.
Tendo em conta (C.2), resulta de forma imediata
h i h i
U (x, y) = ℜ W (z) ; V (x, y) = ℑ W (z) . (C.11)
72
Apêndice C – Método de Newton-Raphson para a determinação numérica de zeros de funções complexas
d W (z) d W (z)
∂ V (x, y) ∂ U (x, y)
=ℜ ; = −ℑ . (C.16)
∂y dz ∂y dz
h i h i
U (x, y) = ℜ W (z) ; V (x, y) = ℑ W (z) (C.17)
d W (z) d W (z)
∂ U (x, y) ∂ V (x, y)
=ℜ ; =ℑ (C.18)
∂x dz ∂x dz
d W (z) d W (z)
∂ V (x, y) ∂ U (x, y)
=ℜ ; = −ℑ . (C.19)
∂y dz ∂y dz
É de notar que, de acordo com as expressões (C.18) e (C.19), resultam as seguintes igualdades
conhecidas por equações de Cauchy-Riemann, e que resultam do facto de se ter assumido que a função W (z)
é analítica. Por outro lado, poderia mostrar-se que se as equações anteriores se verificarem, então resulta
daí que a função W (z) terá que ser analítica.
73