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TRECHOS DE ENTRELAÇAMENTO E RAMOS DE
ENTRADA E SAÍDA - FUNDAMENTOS
Nos trechos de entrelaçamento de tráfego e nos ramos de entrada e saída das vias de múltiplas
faixas, o fluxo é contínuo, porém com perturbações que modificam as características do tráfego quando
comparadas com as vias normais. Daí a razão de serem estudados em separado.
Entrelaçamento é definido como o cruzamento de duas ou mais correntes de tráfego num mesmo
sentido ao longo de um trecho de via com comprimento significativo sem a ajuda de dispositivos de
controle, conforme mostrado na figura 4.1.
Os fluxos A-D e B-C são referidos como fluxos entrelaçantes. Os fluxos A-C e B-D são referidos
como fluxos não entrelaçantes.
No trecho de entrelaçamento ocorre uma certa turbulência no tráfego devido ao grande número de
manobras de mudança de faixas, fazendo com que o trecho apresente características operacionais distintas
dos trechos normais de vias.
No tipo B (figura 4.3), um dos movimentos de entrelaçamento pode ser realizado sem mudança de
faixa e o outro com pelo menos uma mudança de faixa.
No tipo C (figura 4.4), um dos movimentos de entrelaçamento pode ser realizado sem mudança de
faixa e o outro movimento necessita efetuar duas ou mais mudanças de faixa.
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Quanto maior o trecho de entrelaçamento, menor a turbulência no tráfego, pois os veículos têm
mais distância (tempo) para mudar de faixa. Assim, o comprimento do trecho de entrelaçamento é um
parâmentro de fundamental importância na definição das características do tráfego no trecho, sendo
mensurado conforme mostrado na figura 4.5.
Em geral, o comprimento do trecho de entrelaçamento varia entre 200 e 600 metros, dependendo
do volume das correntes entrelaçantes, do nível de serviço que se deseja na operação e da disponbilidade
de recursos para a construção.
Tabela 4.1 – Nível e volume de serviço nos trechos de entrelaçamento. Fonte: HCM-2000.
Um ramo é definido como um trecho relativamente curto de via com uma faixa de tráfego (duas
quando o fluxo no ramo é maior 1500 veíc/h) que liga duas outras vias. Nas vias de múltiplas faixas, é
comum o emprego de ramos de entrada (acesso) e saída para facilitar essas manobras, que podem ser
realizadas com velocidades altas de modo a perturbar o mínimo possível o fluxo de veículos na via
principal. A figura 4.6 mostra a configuração usual dos ramos de entrada e saída de uma via de múltiplas
faixas.
Figura 4.6 – Representação esquemática dos ramos de entrada e saída. Fonte: HCM-2000.
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Na figura 4.7 são mostrados os comprimentos das faixas de aceleração e desaceleração, para que
os veículos cheguem ou saiam da via principal com velocidade alta, de modo a perturbar o mínimo
possível o tráfego na mesma.
A avaliação da qualidade da operação nos ramos de entrada e saída é feita através de modelos
relativamente complexos, como o apresentado pelo HCM – 2000.
A tabela 4.2 fornece os valores do volume de serviço e, portanto, o nível de serviço em função do
fluxo, para ramos de entrada e de saída, num caso típico. Utilizar os valores desse caso particular em
outras situações constituem aproximações grosseiras. Inclusive, nesse caso particular, é admitido um fluxo
intenso na via principal (situação crítica); quando o fluxo na via principal é menor, as condições de
operação nos ramos de entrada ou saída são melhores.
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Tabela 4.2 - Nível e volume de serviço nos ramos de entrada e saída. Fonte: HCM-2000.
4.8. EXERCÍCIOS
2. Num ramo de acesso de uma via de 2 faixas por sentido, foram observados os seguintes fluxos nas
horas de pico: manhã = 1.500 veíc/h, tarde = 1.200 veíc/h, demais períodos = 7.00 veíc/h. Pede-se
estimar o nível de serviço nas horas de pico nesses diversos períodos e a capacidade do trecho.