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EDUCAÇÃO

NUTRICIONAL

Fernanda Rockett
Fundamentos da educação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Listar os conceitos gerais da educação e conhecer a evolução do


conceito de ensino.
„„ Reconhecer o processo de construção do conhecimento.
„„ Demonstrar a importância da motivação nos processos de
aprendizagem.

Introdução
O momento atual da sociedade é de transformações nos diferentes
campos, levando a população a questionamentos e inquietações. Neste
sentido, a alimentação também passa por mudanças, e suscita dúvidas
nos mais diferentes públicos. Esse é um momento de grande interesse
por esta ciência, e para confirmarmos isto basta percebermos que jor-
nais, revistas, programas de televisão e sites da internet abrem grandes
espaços para esta temática. As práticas de Educação Alimentar e Nutri-
cional precisam estar em sintonia com a realidade do sujeito e da sua
comunidade. Para tanto, um dos pilares para a compreensão do conceito
de EAN é o conhecimento de princípios e conceitos gerais da Educação.
Este conhecimento, alinhado aos conhecimentos teóricos da nutrição,
formará a base para o profissional planejar e executar as ações de EAN.
14 Educação nutricional

Conceitos gerais da educação


A educação é um campo de conhecimento que abrange saberes de inúmeras
áreas. No sentido mais amplo da sua concepção, a educação representa tudo
que pode ser feito para desenvolver o ser humano e, no sentido mais estrito
do conceito, representa a instrução e o desenvolvimento de competências e
habilidades. Seja qual for o sentido da sua aplicação, é sempre verdadeiro
afirmar que o processo educacional tem um significado fundamental para
o desenvolvimento do ser humano, tanto no passado como no mundo atual.
A educação no Brasil é um direito constitucional. Conforme a Lei nº 9.394
de 20 de dezembro de 1996, a qual estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, “a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil
e nas manifestações culturais”. Conforme seus princípios e fins, “a educação,
dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho”.
A finalidade histórica da educação é tornar o ser humano “desejável”
para determinada sociedade. Isso quer dizer que a educação busca promover
mudanças nos indivíduos para o desenvolvimento do sujeito e da sociedade
como um todo. Então, podemos concluir que se a educação está intimamente
ligada à concepção da sociedade, cada época e suas particularidades levarão
a diferentes tendências pedagógicas.
Na educação brasileira é possível identificar diferentes concepções, as
quais estavam em sintonia com os ideais de formação do indivíduo para a
sociedade de cada época. Destaca-se que em qualquer que seja o momento
analisado o ponto-chave comum é a formação do ser humano, de acordo com
a concepção de vida e com a estrutura da sociedade.
As concepções atuais de educação preocupam-se com o desenvolvimento
dos sujeitos como um todo e reafirmam o papel de cada um nas transformações
da sociedade e na formação da cidadania. Mas, o que é a sociedade então?
Sinteticamente, a sociedade constitui-se no locus da vida, das tramas sociais,
dos encontros e desencontros nas suas mais diferentes dimensões.
A educação é um fenômeno observado em qualquer sociedade e, também,
em seus grupos e comunidades. Nesse processo, o ensinar e aprender se entre-
laçam buscando a perpetuação, a transformação e a evolução da sociedade. A
educação ocorre em diferentes espaços de convívio social enquanto processo
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de sociabilização, que tem o objetivo de adequar o indivíduo à sociedade ou


ao grupo a que pertence.
A prática educativa formal é aquela que ocorre nos espaços escolarizados,
da educação infantil à pós-graduação, sendo esta de forma intencional e com
objetivos determinados. No entanto, sabemos que a educação não ocorre
somente nesses espaços, basta olharmos para a nossa vida e refletirmos sobre
o nosso papel na sociedade.

Para saber mais sobre a educação formal e informal, leia o artigo: BIESDORF, R. K. O
papel da educação formal e informal: educação na escola e na sociedade. Recuperado
de: <https://www.revistas.ufg.br/rir/article/view/20432/11920>.

A educação é exercida para além do ambiente escolar, adentrando outros


espaços e perspectivas. Essa forma de educação compreende a educação não
formal ou informal e é entendida como todo processo de ensino e aprendizado
ocorrido a partir de uma intencionalidade educativa, no entanto, sem a obtenção
de graus ou títulos. Essa forma de educar está presente nos processos cotidia-
nos sociais, seja com a família, no trabalho, nos círculos sociais ou afetivos.

As palavras “educação” e “ensino”, embora muitas vezes sejam aplicadas como sinô-
nimos, não o são. A principal diferença entre os dois termos é que o ensino assume
um significado de transferência/repasse de conhecimentos, enquanto a educação
abrange um conjunto de hábitos e valores.

Portanto, quando estamos falando de educação, estamos falando em trans-


formação. A educação sempre pressupõe a ideia da transformação positiva
naquele que é educado, logo, não podemos dizer que educamos o sujeito para
torná-lo alguém pior. Podemos concluir que existe ensinar sem educar, mas
é impossível educar sem ensinar.
Se consultarmos o dicionário, encontraremos a definição de que “ensino
é a transferência de conhecimentos, de informação”. O conceito de ensino
na sua origem estava relacionado à ação de ensinar, doutrinar, instruir– com
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regras. Para tanto, seria necessária a interação de três elementos: o professor, o


aluno e o objeto do conhecimento. Essa visão tradicional colocava o professor
no papel da fonte do conhecimento e o aluno como uma mera esponja, que
somente recebia os ensinamentos.
Porém, as correntes atuais tratam de forma diferente essa relação, colocando
o professor no papel de intermediador do conhecimento, e reconhecem a partici-
pação do aluno de forma ativa na busca do saber. Indo mais além, chegaremos à
definição de “ensino-aprendizagem”. O educador, pedagogo e filósofo brasileiro
Paulo Freire foi um dos pensadores mais importantes na história da pedagogia
mundial e, nas palavras dele, definiu que “não existe ensino sem aprendizagem”.
Não só para Paulo Freire, mas também para outros educadores contem-
porâneos educar é um processo dialógico com um intercâmbio constante.
Na relação de ensino e aprendizagem, o educador e o educando trocam de
papéis a todo o momento, ou seja, o educando aprende ao passo que ensina
seu educador; e o educador ensina e aprende com o educando.

Para entendermos melhor a diferença entre os conceitos de educação e ensino, vamos


pensar em um exemplo prático. Por exemplo, podemos afirmar que uma pessoa
analfabeta pode ser muito bem educada. No meio de pessoas com pouca instrução, há
pessoas muito bem educadas, assim como, entre pessoas com alto nível de instrução,
há pessoas mal educadas.

É preciso que tenhamos cuidado no uso desses conceitos, porque, embora pare-
çam sinônimos e estejam relacionados, possuem significados distintos. Agora que
já conhecemos os conceitos básicos relacionados à educação, vamos centrar nossas
reflexões nas mudanças do século XXI e, por conseguinte, na educação atual.

A educação no mundo contemporâneo


As mudanças no mundo contemporâneo são marcadas por novos níveis de
complexidade e contradição. Vivemos em um mundo marcado pelo tumulto e
pela violência, ao mesmo tempo em que observamos o progresso econômico
e científico da sociedade, porém, sem deixar de lado as desigualdades.
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A educação atual precisa preparar os sujeitos e as comunidades para as


tensões oriundas de tais mudanças, tornando-os capazes de se adaptar e
responder a elas. Diante dos desafios colocados no mundo atual e no futuro, a
educação é um verdadeiro trunfo, indispensável para a progressão da sociedade
na consolidação da paz, da liberdade e da justiça social.
Um documento muito importante e norteador dessa temática intitula-se
“Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional sobre Educação para o Século XXI”. A Comissão que elaborou
o relatório propôs uma nova concepção sobre a educação, a qual “devia fazer
com que todos pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial
criativo – revelar o tesouro escondido em cada um de nós”.
Para atingir o objetivo de “revelar o tesouro escondido em cada um de
nós”, a educação precisa ser repensada à luz das mudanças do mundo e das
tensões a serem superadas. As tensões colocadas no âmago da problemática
do século XXI encaixam-se também perfeitamente nas discussões da educa-
ção alimentar e nutricional (EAN) e, portanto, serão descritas no Quadro 1,
apresentado a seguir.

Quadro 1. As tensões colocadas no âmago da problemática do século XXI.

Tensão Descrição

Tensão entre o Tornar-se, aos poucos, cidadão do mundo sem


global e o local perder suas raízes pela participação ativa na vida
do seu país e das comunidades de base.
Tensão entre A globalização da cultura realiza-se de forma progressiva,
o universal e mas ainda parcialmente. De fato, ela é incontornável com
o singular suas promessas e com seus riscos: um dos mais graves é,
exatamente, o esquecimento do caráter único de cada
pessoa, de sua vocação para decidir seu destino e realizar
todas as suas potencialidades, conservando a riqueza
de suas tradições e de sua própria cultura que, se não
forem tomadas as devidas providências, corre o risco de
desaparecer sob a influência das mudanças em curso.
Tensão entre Adaptar-se sem se negar a si mesmo, construir sua
tradição e autonomia em dialética com a liberdade e a evolução
modernidade do outro, além de manter sob controle o progresso
científico. Com esse espírito é que se deve enfrentar o
desafio instigante das novas tecnologias da informação.

(Continua)
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(Continuação)

Quadro 1. As tensões colocadas no âmago da problemática do século XXI.

Tensão Descrição

A tensão entre Tensão permanente, mas alimentada hoje pela supremacia


o longo prazo e do efêmero e do instantâneo, em um contexto em que
o curto prazo o excesso de informações e de emoções passageiras
leva a uma constante concentração nos problemas
imediatos. As diferentes propostas procuram respostas
e soluções rápidas quando, afinal, um grande número
de problemas exige uma estratégia respaldada na
paciência, no consenso e na negociação em relação às
reformas a empreender; esse é o caso a que se referem,
precisamente, as políticas na área da educação.
A tensão entre Questão clássica formulada, desde o início do século XX,
a indispensável tanto às políticas econômicas e sociais quanto às políticas
competição e educacionais. Questão resolvida, em alguns casos, mas
o respeito pela nunca de forma duradoura. Atualmente a Comissão tem a
igualdade de ousadia de afirmar que o imperativo da competição leva
oportunidades um grande número de responsáveis a esquecer a missão
que consiste em fornecer a cada ser humano os meios
para realizar todas as suas potencialidades. Diante de tal
constatação e no que diz respeito ao domínio abrangido
por esse relatório, fomos levados a retomar e a atualizar o
conceito de educação ao longo da vida, de maneira a conciliar
a competição incentivadora com a cooperação fortificante
e com a solidariedade que promove a união entre todos.
A tensão entre A Comissão não resistiu à tentação de acrescentar
o extraordinário novas disciplinas, tais como o autoconhecimento e
desenvolvimento a busca dos meios adequados para garantir a saúde
dos física e psicológica ou, ainda, a aprendizagem de
conhecimentos matérias que levem a conhecer melhor e preservar o
e as capacidades meio ambiente. E, no entanto, os currículos escolares
de assimilação estão cada vez mais sobrecarregados; nesse caso, será
do homem necessário fazer escolhas, com a condição de preservar
os elementos essenciais de uma educação básica
que ensine a viver melhor pelo conhecimento, pela
experiência e pela construção de uma cultura pessoal.
A tensão entre O ser humano – muitas vezes, de forma insensível ou sem
o espiritual e a capacidade de exprimir tal estado anímico – tem sede
o material de ideais ou valores aos quais, para evitar ferir alguém,
atribuímos o qualificativo de morais. Compete à educação
a nobre tarefa de suscitar em todos, segundo as tradições e
as convicções de cada um, no pleno respeito do pluralismo,
essa elevação do pensamento e do espírito até o universal
e, inclusive, uma espécie de superação de si mesmo. O que
está em jogo – e a Comissão tem plena consciência das
palavras utilizadas – é a sobrevivência da humanidade.
Fonte: Adaptado de DELORS, Jacques (org.). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a Unesco
da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Disponível em: < http://unesdoc.unesco.
org/images/0010/001095/109590por.pdf>.
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Façamos uma breve reflexão acerca das tensões elencadas acima e sua
relação com a EAN. Os exemplos a seguir apresentam um paralelo entre
esses conceitos.

A alimentação abrange aspectos não somente biológicos e fisiológicos, mas também


sociais, afetivos e culturais. Portanto, ao mesmo tempo em que é necessário reconhecer
a reponsabilidade global que temos sobre a alimentação e os aspectos abrangidos
por ela (p. ex., a sustentabilidade), não podemos perder as raízes locais dos nossos
hábitos e culturas alimentares.
Da mesma forma, esse conflito fica evidente na relação entre a globalização e o
singular. A alimentação atual trouxe muitas inovações, principalmente relacionadas
ao processo de industrialização. No entanto, esse tipo de alimento não pode substituir
a riqueza dos alimentos nativos e tradicionais de cada comunidade.

Outro ponto de suma importância do relatório da UNESCO sobre a educação


no século XXI é a definição dos quatro pilares que norteiam a educação ao
longo da vida:

1. Aprender a conhecer - adquirir os instrumentos da compreensão e


aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas
pela educação ao longo da vida.
2. Aprender a fazer - agir sobre o meio, a fim de adquirir não só uma
qualificação profissional, mas, de uma maneira mais abrangente, a
competência que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situações
e a trabalhar em equipe.
3. Aprender a conviver - participar e cooperar com os outros, desenvol-
vendo a percepção e a compreensão das interdependências.
4. Aprender a ser - a educação deve levar em consideração todas as po-
tencialidades de cada indivíduo, para desenvolver, o melhor possível, a
personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada
vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal.

O conceito de educação ao longo da vida é a chave do século XXI, pois


nele repousa a extinção da tradicional separação entre educação formal inicial
e educação permanente. Entende-se que um conceito converge em direção
ao outro, sendo muitas vezes definidos pela noção da “sociedade educativa”,
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na qual tudo pode apresentar ao indivíduo oportunidades de aprendizagem e


desenvolvimento de talentos. Em resumo, “a educação ao longo da vida deve
tirar proveito de todas as oportunidades oferecidas pela sociedade”.

A educação deve aproveitar as múltiplas possibilidades, para que dessa forma a apren-
dizagem do indivíduo ocorra mediante descobertas de si e para com o outro. Esse
processo inicia-se na família, perpassa a vivência escolar, a comunidade e os diversos
espaços educativos.

Por fim, cabe destacar que a educação ao longo da vida, na premissa dos
quatro pilares que a compõem, consiste de um processo dialético, que parte
do conhecimento de si, e atinge a relação com o próximo a partir de uma
construção social interativa. Nesse sentido, o desenvolvimento ocorre em
todos os lugares e momentos, de maneira multifuncional, complementar e
multifacetada.

Teoria de ensino-aprendizagem e a construção


do conhecimento
Conforme discutido anteriormente, não há ensino sem aprendizagem e vice-
-versa, conforme definiu o pedagogo e filósofo Paulo Freire. O processo ensino-
-aprendizagem é um conceito utilizado para definir um complexo sistema de
interações comportamentais entre educadores e educandos buscando esse
processo.
Não há apenas um modelo, mas sim vários que buscam explicar o processo
de aprendizagem pelos indivíduos. Algumas das teorias de aprendizagem de
maior destaque na educação contemporânea são as propostas por Skinner,
Piaget e Vygotsky.
A proposta de Skinner, também chamada de behaviorismo, aposta na mo-
delagem dos indivíduos, a partir do condicionamento de seus comportamentos.
Segundo Skinner, todo comportamento é determinado pelo ambiente, mesmo
que a relação com esse ambiente não seja passiva, e sim interativa. Cabe a ele
o conceito de “condicionamento operante”.
Fundamentos da educação 21

A epistemologia genética é a teoria do biólogo, psicólogo e epistemólogo


suíço Jean Piaget. Piaget acompanhou crianças desde o nascimento até a
adolescência, postulando com base nessa experiência que o conhecimento
não é totalmente inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo,
nem provém totalmente do meio que o cerca, como postula o empirismo.
Para esse pensador, o conhecimento é construído por meio da interação do
sujeito com o meio, sendo a aquisição do conhecimento dependente tanto
do desenvolvimento cognitivo quanto da relação dele, sujeito, com o objeto.
Também é desse autor a definição de estágios do desenvolvimento humano os
quais ocorreriam sequencialmente do nascimento até por volta dos 16 anos. É
importante lembrar que, para Piaget, o educando tem um papel ativo em seu
aprendizado, ele faz parte e constrói o seu conhecimento.
Piaget e Vygotsky possuem alguns pensamentos convergentes. O pensador
Vygotsky e seus colaboradores acreditavam que a estrutura dos estágios
descrita por Piaget estava correta, porém diferiam na concepção de sua dinâ-
mica evolutiva. Enquanto para Piaget a estruturação do organismo precede
o desenvolvimento, para Vygotsky é o próprio processo de aprendizagem
que gera e promove o desenvolvimento das estruturas mentais. Outro ponto
importante do pensamento de Vygotsky diz respeito à relação dialética entre
o sujeito e a sociedade. Para ele, “o homem modifica o ambiente e o ambiente
modifica o homem”.
Na lógica da aprendizagem por construção do conhecimento, o educador
á um mediador do processo, e do aluno exige-se iniciativa. O aspecto-chave é
centrar no aluno durante o processo de ensino-aprendizagem, criando condições
para o envolvimento pessoal que se torna necessário. Deve-se principalmente
ao modelo piagetiano o reconhecimento do educando como construtor do seu
conhecimento e sujeito responsável pelas suas aprendizagens.
O papel do professor nos diferentes contextos educacionais é o de tentar
perceber como o educando constrói o seu conhecimento de forma a auxiliá-lo
nessa jornada, acompanhando e modelando as suas aprendizagens. Muitos
fatores influenciam nessa relação, e a motivação é um dos elementos de
destaque nessa relação!
22 Educação nutricional

Para saber mais sobre as principais teorias de aprendizagem, leia o artigo:


VASCONCELOS, C.; PRAIA, J. F.; ALMEIDA, L. S. Teorias de aprendizagem e o en-
sino/aprendizagem das ciências: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572003000100002&lng=en&nrm=iso>.

Reconhecendo a importância da motivação na


aprendizagem
A palavra “motivação” vem do latim movere, mover. No campo da psicologia,
diz respeito à condição do organismo que influencia a direção (orientação para
um objetivo) do comportamento. Também pode ser entendida como o impulso
interno que leva o sujeito à ação.
O questionamento central da psicologia da motivação é “por que o indivíduo
se comporta da maneira como ele o faz?”. Buscamos entender a motivação para
compreender por que os indivíduos em determinadas situações específicas
escolhem, iniciam e mantêm determinadas ações.
Nesse sentido, a aprendizagem depende da motivação, sendo essa um
fator-chave a ser equacionado no contexto da educação. Em outras palavras,
a motivação é o que leva o sujeito a agir, a iniciar uma ação e seguir na dire-
ção de seus objetivos. Portanto, ela pode ser entendida como o processo que
mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre
o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação.
Uma das grandes virtudes da motivação é melhorar a atenção e a concen-
tração. Nessa perspectiva, pode-se dizer que a motivação é a força que move
o sujeito a realizar atividades. Ao sentir-se motivado, o indivíduo tem vontade
de fazer alguma coisa e se torna capaz de manter o esforço necessário durante
o tempo requerido para atingir o objetivo proposto.
Fundamentos da educação 23

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF,


1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.
htm>. Acesso em: 06 dez. 2016.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília, DF, 1996. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 06 dez. 2016.
DELORS, J. (Org.). Educação um tesouro a descobrir: relatório para a Unesco da Comis-
são Internacional sobre Educação para o Século XXI. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
REPENSAR a educação: rumo a um bem comum mundial?. Brasília, DF: UNESCO
Brasil, 2016.

Leituras recomendadas
BIESDORF, R. K. O papel da educação formal e informal: educação na escola e na
sociedade. Revista Eletrônica do Curso de Pedagogia do Campus Jataí, Jataí, GO, v.1,
n.10, 2011. Recuperado de: <https://www.revistas.ufg.br/rir/article/view/20432/11920>.
Acesso em: 20 Jan. 2017.
BRICS: Building Education for the Future: priorities for National Development and
International Cooperation. Paris: UNESCO, 2014.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 2002.
KUBO, O. M.; BOTOMÉ, S. P. Ensino-aprendizagem: uma interação entre dois processos
comportamentais. Interação em Psicologia, Curitiba, v.5, 2001. Disponível em: <http://
revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/3321>. Acesso em: 06 dez. 2016.
VASCONCELOS, C.; PRAIA, J. F.; ALMEIDA, L. S. Teorias de aprendizagem e o ensino/
aprendizagem das ciências: da instrução à aprendizagem. Psicologia Escolar e Edu-
cacional (Impr.), Campinas, v. 7, n. 1, p. 11-19, jun. 2003. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572003000100002&lng=en&n
rm=iso>. Acesso em: 06 dez. 2016.
VIANNA, C. E. S. Evolução histórica do conceito de educação e os objetivos constitu-
cionais da educação brasileira. Janus, Lorena, SP, ano 3, n. 4, 2º sem. 2006.

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