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Apojadura

Técnica correta e esvaziamento correto

1º ponto: barriga com barriga da mãe

Como preparar formula

Capacidade gástrica

Composição de formula infantil

Quanto mais proteína, maior o risco de obesidade

Relação caseína x proteína do soro, porem a proteína continua sendo a de leite integral

Formula a base de soja necessita de acréscimo de METIONINA – aminoacido faltante

TCM (triglicerídeos de cadeia média) é necessária principalmente na formula de crianças com


má absorção

Fórmula AR não deve ser usada na regurgitação fisiológica

Alimentação infantil
Importância dos primeiros mil dias

Período que se inicia após a concepção e vai até o final do segundo ano de vida. Tal conceito
surgiu a partir de uma publicação feita pela famosa revista Lancet, em 2008, que nos
mostrou que os primeiros mil dias representam uma janela de oportunidade para melhoria
da saúde do indivíduo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça esta ideia e considera os dois primeiros anos
uma "janela crítica" para a promoção do crescimento, da saúde e do desenvolvimento
comportamental.

Aleitamento materno
Tipos de aleitamento
Os problemas nutricionais
- Aleitamento materno exclusivo (pode dar medicações) de maior incidência na
- Aleitamento misto (LM + outro leite) pediatria são anemia
- Aleitamento predominante (LM + outros líquidos) ferropriva e obesidade
- Aleitamento complementado (LM + comida)

Recomendações atuais
- LM exclusivo até os 6 meses de idade. Não é necessário água
- Aleitamento complementado a partir dos 6 meses de idade corrigida. Papa de fruta e papa
salgada, com alimentos amassados e separados. A alimentação deve se tornar progressivamente
mais espessa até atingir a mesma alimentação da família, respeitando as boas práticas
alimentares.
- Manter o aleitamento até, no mínimo, os 2 anos de idade ou até quando mãe e criança
quiserem. Leite de vaca e derivados devem ser estimulados no 2º ano de vida
Lactogênese
I. Durante a gestação: Predomínio de progesterona (crescimento dos alvéolos mamários) e
estrogênio (proliferação de ductos lactíferos), além da prolactina que está inibida. Outros
hormônios também estão envolvidos na aceleração do crescimento mamário, como Lactogênio
placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica. O estrogênio estimula os lactotrófos da
adenoipófise a se hipertrofiarem e produzirem a prolactina, um hormônio peptídico de
fundamental importância na lactogênese. O pico máximo de prolactina é encontrado no terceiro
trimestre de gestação. Apesar dos altos níveis de prolactina na gestação, não ocorre produção
láctea exuberante, pois sua ação está inibida pela progesterona e pelo lactogênio placentário.
II. Ao nascimento, há queda da progesterona e estrogênio e aumento da prolactina, fazendo
liberação do leite
III. Manutenção da produção e ejeção através da alça sucção + prolactina + ocitocina

Com o nascimento da criança e a expulsão da placenta, há uma queda drástica nos níveis
sanguíneos maternos de progesterona, com a consequente liberação de prolactina pela pituitária
anterior, que estimula a lactogênese fase II e inicia a secreção do leite. Há também a liberação
de ocitocina pela pituitária posterior, a qual age na contração das células mioepiteliais que
envolvem os alvéolos, provocando a saída do leite. Inicialmente, a síntese do leite é controlada
basicamente pela ação hormonal, e a "descida do leite" ou apojadura, que costuma ocorrer até o
terceiro ou quarto dia pós-parto, ocorre mesmo que a criança não esteja sugando (média de
100ml/dia).
A partir da fase III da lactogênese (ou lactopoiese), a qualidade e a quantidade de sucção da
criança que passam a governar a síntese do leite materno. Com a sucção e a transferência do
leite para a criança, o hipotálamo inibe a liberação de dopamina, que é um fator inibidor da
prolactina; essa queda nos níveis de dopamina estimula a liberação de prolactina, que
promoverá a secreção láctea. A integridade do eixo hipotálamo-hipófise, regulando os níveis de
prolactina e ocitocina, é essencial tanto para o início como para a manutenção da síntese láctea.
A liberação da ocitocina pode ocorrer também em resposta a estímulos condicionados, tais
como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem emocional. Se a mama não for
esvaziada apropriadamente, a produção de leite irá diminuir como passar do tempo pela
produção do fator inibidor da lactação, proteína mamária que se acumula na mama quando esta
não é esvaziada.

Prolactina = produção Ocitocina = ejeção

Fases de produção do leite


Colostro: primeiros 3 a 5 dias pós=parto. É um transudato plasmático. Rico em proteínas e
eletrólitos (sódio, cloro e magnésio), assim como vitamina A. O colostro, secretado nos
primeiros dias de vida do RN, possui mais proteínas (especialmente imunoglobulinas), maior
teor de sódio, cloro, magnésio e vitamina A. Tem discreto efeito laxativo, facilitando a
eliminação do mecônio;
Leite de transição: Dura até duas semanas
Leite maduro: Após 2 semanas. Rico em lactose e gorduras, com maior densidade calórica.
Possui mais vitaminas hidrossolúveis

Fisiologia do aleitamento
Apojadura: descida do leite inicial, sem sucção. É promovido pela queda do estrogênio e
progesterona, assim como aumento da prolactina
Sucção – estímulo age na hipófise anterior e estimula a produção de prolactina (atua nos
alvéolos mamários, possui pico para produção de leite 3h após estimulo e está inibida na
gestação pelos atos níveis de estrogênio); e na hipófise posterior estimulando a produção de
ocitocina (age nas células mioepiteliais, para ejeção do leite e possui pico no momento da
mamada). Adrenalina é antagonista da ocitocina.

Vantagens do aleitamento
a) Para a nutriz: Perda ponderal, prevenção de ca de mama (é questionada prevenção do
câncer de útero e endométrio), involução uterina (reflexo de Ferguson)

Prevenção da hemorragia pós-parto: o aleitamento imediatamente após o nascimento


favorece a dequitação placentária, promove a involução uterina, a perda de peso e diminui a
hemorragia pós-parto.
Método contraceptivo: a amenorreia lactacional prolongada pelo aleitamento materno
exclusivo ou predominante evita a anemia e o aparecimento precoce da ovulação, o que
condiciona o maior espaçamento gestacional, proporcionando melhores condições de saúde para
mãe e filho. A eficácia anticoncepcional somente é alcançada para mães até seis meses após o
parto, que estejam em aleitamento materno exclusivo ou predominante, e que estejam em
amenorreia.
Remineralização óssea: promove melhora da remineralização óssea pós-parto, com redução de
fraturas do colo de fêmur no período pós-menopausa.
Redução do risco de câncer: diminui risco de câncer de mama e ovário.
Proteção contra o diabetes tipo 2: um trabalho norte-americano mostrou que mulheres que
amamentam têm 15% menos incidência de desenvolver diabetes tipo 2 para cada ano de
lactação, independentemente de outros fatores de risco para a doença.
Economia e eficácia

b) Para o lactente: Prevenção de infecções e alergias (IgA), doenças neuropsiquiátricas,


bom crescimento e desenvolvimento, prevenção de doenças metabólicas

Composição nutricional ideal: o leite materno é um alimento completo e atende às


necessidades nutricionais, metabólicas e calóricas do lactente nos primeiros seis meses de vida,
e é ideal para o sistema gastrointestinal e renal em amadurecimento.
Prevenção de doenças: redução da mortalidade infantil. Estima-se que a amamentação reduza
em média 13% das mortes em crianças abaixo de cinco anos.
Diminuição da incidência e gravidade das doenças respiratórias e diarreicas. A proteção a
esta classe de doenças infecciosas é maior quando o aleitamento materno é exclusivo!
Diminuição das alergias: sibilância recorrente, asma, dermatite atópica.
Diminuição das doenças crônicas e outras, tais como: neoplasias (leucemias, linfomas e
doença de Hodgkin); gastrointestinais (doença celíaca, doença de Crohn, retocolite ulcerativa);
metabólicas (diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2; sobrepeso/obesidade; hipercolesterolemia); e
cardiovasculares (redução da pressão arterial sistêmica).
Melhor desenvolvimento cognitivo: os mecanismos ainda não foram totalmente esclarecidos;
alguns estudiosos acreditam que o leite materno contenha substâncias que melhorem o
crescimento/desenvolvimento cerebral, e outros apostam nos aspectos comportamental e
emocional positivos do ato de amamentar.
Desenvolvimento da cavidade oral: Estimular o correto desenvolvimento das funções orais,
com o adequado crescimento do sistema estomatognático. O uso de chupetas e mamadeiras
eleva o palato e, com isso, a cavidade nasal fica menor. As consequências são alterações na
respiração nasal, no processo de mastigação/deglutição e prejuízo da fala.
Fortalecimento do vínculo afetivo mãe-bebê, reduzindo a incidência de maus-tratos
Componentes do leite materno
Imunológicos: IgA (imunoglobulina de mucosa e principal imunoglobulina do leite), lisozimas
LM possui, ainda,
(bactericida, age na cápsula), lactoferrina (quela o ferro e aumenta sua absorção, protegendo de fibras solúveis
bactérias como a E.coli e agindo como bacteriostático), fator bífido (bacteriostático, alimenta (modulam
flora saprófita), lactoperoxidase (bactericida para estrepto), células imunes colesterol).
Insolúveis são as
dos vegetais, que
Os oligossacarídeos do leite humano (em ingles “human milk oligosaccharides” e abreviados auxiliam na
como HMO) promovem a função imunológica saudável via modulação da microbiota. Tratam-
se de carboidratos de cadeias curtas não digeríveis, contendo 3 a 22 unidades de sacarídeos.
Esses carboidratos não são absorvidos, mas servem como combustível prebiótico para
Bifidobacterias e Bacteroides, espécies bacterianas altamente benéficas no microbioma infantil.
Esses organismos contribuem para a função imune por vários mecanismos, inclusive
competindo com patógenos por locais de ligação com o epitélio e produzindo subprodutos
metabólicos que aprimoram a expressão das “tight junctions” e fortalecem a função da barreira
intestinal. A principal fonte de hidrato de carbono do leite materno é a lactose.

Quem age em conjunto com o fator bífido e promove o crescimento dos Lactobacillus bifidus é
a lactose presente no leite materno e não os oligossacarídeos. Este último, presente em pequenas
quantidades no leite materno, também contribui para as defesas do organismo, mas impedindo a
adesão de alguns agentes ao epitélio intestinal.

Leite de vaca (3x mais ptn e sódio, gerando Leite materno


sobrecarga renal)
Menos lactose Mais lactose (fezes mais ácidas e amolecidas,
facilitando defecação e aumentando a
absorção de cálcio)
Mais proteína, porém 80% caseína (difícil Menos proteínas. 30% caseína e predomínio
digestão) e betalactoglobulina (alergênica) de alfalactoalbumina
Deficiente em ácidos graxos essenciais e não Possui lipase e é rico em ácidos graxos de
possui lipase cadeia longa (essenciais para SNC, bainha de
mielina e retina)
Mais ferro, menos absorção Menos ferro, ótima absorção (biodisponível)

A relação Ca/P do leite humano é MAIS adequada que a relação do leite de vaca. Ter mais
colesterol circulante precocemente proporciona o desenvolvimento de mecanismos que
favorecem a metabolização do mesmo ao longo da vida.

As proteínas do leite se dividem em caseína e proteínas do soro. A maior fração proteica do


leite humano está na forma de proteínas do soro (no leite de vaca ocorre o inverso; a caseína
responde pela maior parte do conteúdo proteico). Isso é vantajoso, pois as proteínas do soro são
mais facilmente digeríveis e associadas com um esvaziamento gástrico mais rápido.

A principal no leite humano é a alfalactoalbumina (no leite de vaca é a betalactoglobulina, que


pode contribuir para os quadros de alergia à proteína do leite de vaca). Outras proteínas do soro
incluem a lactoferrina, a lisozima e a IgA secretória.
Enquanto o LM apresenta quantidades suficientes de vitaminas, o LV apresenta deficiência
principalmente das vitaminas D, E e C. No entanto, não existe recomendação formal de
reposição de nenhuma destas vitaminas para crianças que recebem leite de vaca integral.

LC-PUFA: o leite humano possui uma quantidade suficiente de ácidos graxos essenciais e de
Ácidos Graxos Poli-Insaturados de Cadeia Longa (LC-PUFA), como o Ácido Docosaexaenoico
(DHA) e o Ácido Araquidônico (ARA). Os LC-PUFA têm impacto no desenvolvimento
cerebral, visual e para a melhora da resposta inflamatória. O leite de vaca, por sua vez, possui
baixos teores de ácidos graxos essenciais, como o ácido linoleico.
Colesterol: o leite humano possui quantidade suficiente de colesterol. Há indícios de que a
maior concentração de colesterol nessa fase da vida seja benéfica para a formação do cérebro e
para a manutenção de níveis mais baixos de colesterol na vida adulta.
Lipase: o leite humano possui lipase que é ativada ao entrar em contato com os sais biliares no
intestino do lactente e, deste modo, a gordura do leite humano tem sua digestão facilitada.
Obs. Em mães veganas e crianças alimentadas com leite de soja, é indicado suplementar
metionina, um aminoácido essencial. Suplementar B12 para nutriz vegetariana
Atenção ás crianças vegetarianas! Essa dieta pode contribuir para menor ingestão de ferro,
vitamina B12, cálcio e zinco, por isso o paciente deve ser monitorado e suplementado (quando
necessário)
LM de mães com desnutrição grave apresentam menos lipídios e menos vitaminas lipossolúveis.
Mães de pré termo produzem leite com maior concentração de proteínas, cálcio, IgA, gordura,
vitaminas e MENOS lactose.

O leite materno possui baixo teor de vitamina K, sendo compensado pela produção desta
vitamina pela flora intestinal.

A falta de líquido no corpo pode ocasionar a baixa produção do leite materno e,


consequentemente, o leite pode não ser suficiente para nutrir a criança.

Agentes imunológicos
É importante frisar que alguns desses fatores de proteção podem ser totalmente ou parcialmente
inativados pelo calor. É por este motivo que costumamos dizer que o leite pasteurizado não tem
o mesmo valor biológico que o leite cru.
IgA secretória Protege o tubo digestivo contra diversos agentes infecciosos. Outras
imunoglobulinas também estão presentes no leite humano, como IgG e
IgM, mas a IgA secretória é a principal.
Fator Bífido É uma glicoproteína que acidifica as fezes e dificulta a reprodução de
entero-patógenos como a Shigella, Salmonella e Escherichia coli
Lactoferrina Proteína bacteriostática. Inibe a adesão da E.coli às células e
indisponibiliza o ferro necessário para a sobrevida de vários patógenos
intestinais, especialmente E. coli e Candida albicans.
Lisozima Ação bactericida e anti-inflamatória; tem maior atividade a partir dos
seis meses. Destrói a E. coli e algumas cepas de Salmonella.
Lactoperoxidase Efetiva contra Streptococcus
Oligossacarídeos Bloqueiam a adesão de alguns agentes ao epitélio intestinal.

Curiosidade
Os RN's a termo amamentados ao seio materno possuem menores concentrações de glicose
plasmática mas no entanto exibem altas concentrações de corpos cetônicos em relação aos
amamentados com fórmula. Esses dados indicam que bebês amamentados ao seio
exclusivamente toleram concentrações mais baixas de glicose no plasma sem apresentam
nenhuma manifestação clínica ou sequela neurológica

Diferença entre os leites: Gordura se acumula especialmente na mamada posterior (garantindo


saciedade e ganho de peso), enquanto que, na mamada anterior, há predomínio de proteínas e
lactose. O melhor indicativo de
Além disso, o leite produzido á noite tem maior concentração de gordura. um aleitamento efetivo é
um bebê hidratado em
com adequado ganho de
O leite para o recém-nascido Pré-termo peso

O melhor alimento para o recém-nascido pré-termo é o leite humano, de preferência da própria


mãe. Quando comparado com o leite produzido por mães de recém-nascidos a termo, o leite
produzido pelas mães dos nascidos pré-termo apresenta um maior teor de proteínas, gorduras
e maior densidade energética, e um menor teor de lactose
Além disso, o leite das mães de prematuros tem maiores teores de sódio, cloro, cálcio e fósforo;
também há maiores teores de vitamina A e E. Os teores de potássio são menores. Em relação
aos fatores de proteção, nos primeiros dias de vida nota-se no leite dessas mulheres maiores
concentrações de IgA e de lactoferrina.
Dificuldades relacionadas à amamentação
Pega: boca aberta, areola mais visivel acima da boca, lábio inferior evertido, queixo toca a
mama
Posição: barriga com barriga (corpo proximo ao da mãe), bebe bem apoiado, alinhado (cabeça
centralizada com o tronco), rosto do bebe de frente para a mama
Bochecha encovada, ruidos da lingua e dor durante a sucção podem ser sinais de alarme quanto
a técnica incorreta de amamentação

TRAUMAS MAMILARES
Prevenção: técnica adequada, manter os mamilos secos, evitar produtos que retirem a proteção
natural dos mamilos, manter a livre demanda, evitar o ingurgitamento, ordenhar antes da
mamada em caso de ingurgitamento (favorecendo uma pega adequada), introduzir o dedo na
boca do bebê caso seja necessário interromper uma mamada, evitar o uso de protetores
intermediários de mamilo.

Tratamento:
Manter o aleitamento; Iniciar a mamada na mama menos afetada, o que desencadeia o reflexo
de ejeção na mama contralateral;
Ordenhar a mama antes da mamada (para desencadear o reflexo de ejeção);
Usar diferentes posições para amamentar, com o objetivo de reduzir a pressão sobre os pontos
dolorosos;
Analgesia sistêmica;
Deve-se evitar o contato dos mamilos com as roupas. Isso pode ser feito com o uso de conchas
protetoras de mamilo com perfuração para ventilação. O tratamento a "seco" outrora
recomendado, como o uso de banhos de luz, banhos de sol, secador de cabelo, não tem sido
mais
recomendado, pois desidrata as camadas da epiderme.

MASTITE
A bactéria mais comumente implicada é o Staphylococcus aureus.
O quadro é mais comum entre a 2ª e a 3ª semana após o parto, mas pode ocorrer em qualquer
fase da lactação. A distinção entre o quadro infeccioso e o quadro não infeccioso pode não ser
fácil. A mama costuma estar dolorosa, vermelha, edemaciada e quente; a presença de mal-estar
importante, febre alta (acima de 38ºC) e calafrios apontam para uma infecção associada.
Tratamento: Se não for possível a remoção do leite pela mamada, deve-se proceder à ordenha;
A antibioticoterapia está indicada quando há sintomas graves desde o início do quadro, fissura
mamilar e ausência de melhora dos sintomas após 12-24 horas da remoção efetiva do leite
acumulado. As opções incluem cefalexina, amoxicilina, amoxicilina + ácido clavulânico ou
eritromicina, para as alérgicas.
A antibioticoterapia deve ter duração mínima de dez dias;

ABSCESSO
Costuma ser consequência de uma mastite não tratada ou com tratamento ineficaz. Consiste em
uma
coleção de pus dentro da mama e o diagnóstico é sugerido pela presença de área de flutuação à
palpação do local, além de dor, febre, mal-estar e calafrios. A ultrassonografia pode confirmar o
diagnóstico.
Tratamento: drenagem cirúrgica e antibioticoterapia, como na mastite. Mesmo na presença do
abscesso, a amamentação poderá ser mantida. Se for necessário interromper a lactação na mama
afetada, essa deve ser esvaziada regularmente, e a amamentação mantida na mama sadia.
CANDIDIASE MAMILAR
Provocada pelos fungos do gênero Candida sp., que infectam a pele da aréola e mamilo ou até
os ductos lactíferos.
Causam sintomas como prurido, queimação ou dor "em agulhadas" dentro das mamas. A pele
aparece vermelha, brilhante ou com fina descamação. As típicas placas esbranquiçadas não são
observadas.
Tratamento: deverá ser feito na mãe e no bebê, mesmo que este não apresente sinais clínicos de
candidíase, e inclui:
Uso tópico nas mamas de pomadas de clotrimazol ou miconazol. A nistatina vem sendo
desaconselhada por muitos pelo risco de resistência. A violeta de genciana pode ser usada nos
mamilos e boca dos bebês (sempre devem ser tratados, mesmo sem sinais evidentes de
candidíase);
Se o tratamento tópico não for eficaz, pode-se recomendar o tratamento sistêmico da nutriz com
fluconazol, por via oral, por 14 dias. O Ministério da saúde orienta o uso de cetoconazol 200
mg/dia, por 10 a 20 dias;
Enxaguar os mamilos e secá-los ao ar após as mamadas; expor os mamilos à luz por pelo menos
alguns minutos por dia; eliminar uso de chupetas e bicos de mamadeira ou fervê-los por 20
minutos, pelo menos uma vez ao dia, quando não for possível a sua retirada.

Quanto o bebe deve mamar?


O bebê deve mamar sob livre demanda, ou seja, todas as vezes que quiser, sem horários fixos
oudeterminados. O esvaziamento gástrico do recém-nascido varia de 1-4 horas ao longo do dia.
Portanto, as necessidades de mamadas variam também na mesma proporção, obedecendo a
estetempo de esvaziamento gástrico. É comum que as crianças em aleitamento materno
exclusivoqueiram mamar de 8 a 12 vezes por dia, o que não deve ser interpretado como falta de
saciedade ouinsufi ciência láctea.
Nos primeiros dias de vida, o colostro pode não saciar o recém-nascido da mesma forma que
oleite maduro fará, logo, mamadas frequentes e de curta duração são ideais, o que evita a sucção
ineficaz. No primeiro dia de vida, a produção pode variar de 2 a 20 ml por mamada (lembre-se
que a capacidade gástrica neste momento é algo em torno de 20 ml). A ingestão média de
colostropor mamada para o RN termo, sadio de 2 a 10 ml (até 24 horas); 5 a 15 ml (24 a 48
horas); 30 a 60ml (48 a 72 horas). Com o crescimento da criança, o intervalo das mamadas
aumenta. Ao final daprimeira semana, recém-nascidos saudáveis estarão tomando um volume
de leite de 60-90ml/mamada e terão uma frequência média de 8-12 mamadas/dia.
O recém-nascido deve sugar a mama até esvaziá-la, pois, como já vimos, o leite posterior é mais
rico em lipídios que o leite anterior. Algumas crianças farão isso em poucos minutos,outras
necessitarão de meia hora
As duas mamas são oferecidas em todas as mamadas. Como a criança suga mais vigorosamente
aprimeira mama, acaba por não esvaziar completamente a segunda. Desta forma, na próxima
mamada, a mama que não foi completamente esvaziada deve ser oferecida em primeiro lugar.
É fundamental nos lembrarmos que é esperada uma perda ponderal de até 10% naprimeiras
semanas de vida de um recém-nascido a termo. O peso de nascimento costuma serrecuperado ao
longo da segunda semana de vida.

LAID-BACK BREASTFEEDING
Vem sendo valorizado como uma forma mais "natural" de amamentar: a mãe assume
posiçãosemideitada, relaxada, com ombros, cabeça e pescoço bem apoiados; o bebê fica em
cima da mãe,em posição longitudinal ou oblíqua, e se mantém fixado à mãe pela própria
gravidade. Deste modo, a criança usaria mais seus reflexos primitivos, como rastejar, acomodar-
se, preensãopalmar e plantar. Alguns autores defendem que amamentar utilizando a posição
laid-back dariamais autonomia ao bebê.
O manejo sempre é correção da técnica. Não deve suspender
 Hipogalactia
amamentação.
 Fissuras Fissuras: mudança de posição – cavaleiro, deitada. Ordenhar antes da
 Ingurgitamento mamada
 Mastite Ingurgitamento: Ordenhar, aplicar compressas frias
Mastite pode estar infectada com S. aureus – amoxicilina ou
Não expor a mama com fissura ao sol! Hoje sabe-se que atrasa a cicatrização
Candidíase mamilar,
infecção causada por Candida albicans, geralmente transmitida pela criança, que estará
assintomática na maior parte dos casos. O quadroclínico é caracterizado por dor no mamilo,
prurido, sensação de queimadura (ardência) e ''fisgadas'' que irradiam para o interior da mama.
A pele local apresenta aparência avermelhada, brilhante ou apenas irritada, podendo estar
presente uma fina descamação. O uso de mamadeiras e chupetas, fissura de mamilos e consumo
de antibióticos pela mãe ou criança são fatores de risco para candidíase mamilar. O diagnóstico
é clínico, não havendo necessidade de exames adicionais. O tratamento deve ser prescrito para a
mãe e a criança, realizado com antifúngico tópico (nistatina, miconazol, cetoconazol) por um
período de aproximadamente 14 dias. Não há indicação de suspender a amamentação, podendo
ser realizada durante todo período de tratamento.

Armazenamento do leite humano


Leite cru em temperatura ambiente: 1 hora
Geladeira: 12 horas
Freezer: 15 dias
Leite que vai ser doado para banco de leite: até 10 dias no freezer (não é 15 dias pois o leite
ainda será processado)
Desgelo e uso: 12horas
Leite pasteurizado: 6 meses em freezer
Degelo e uso: 24horas
Aquecimento: banho-maria. Embalagem: vidro/tampa plástica

Contraindicações a amamentação:
Relacionadas à mãe: Contraindicações absolutas são mães infectadas pelo hiv; mães infectadas
pelo HTLV 1 e 2 (maior risco)
Outros: CMV se bebê <32 semanas, herpes simplex na mama, Chagas em fase aguda, varicela
neonatal (risco de contrair pelo contato pela pele. Indicado retirar o leite e oferecer em copinho),
uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação - Amiodarona – contraindicação
absoluta; Linezolida e ganciclovir – controvérsia
Como regra geral, a infecção pela hepatite C não contraindica a amamentação, já que o vírus
não é transmitido pelo leite. Porém, como é transmitido pelo sangue, se a mãe apresentar lesões
na mama, a amamentação deverá ser temporariamente suspensa

1 taça de vinho – 2 horas sem amamentar. Ou seja, é possível usar álcool durante aleitamento
A nicotina não é considerada contraindicação para a amamentação, apesar das recomendações
de interrupção do fumo na gravidez e amamentação. Existem poucas evidências de que o fumo
provoca efeitos adversos na criança, possivelmente devido ao pequeno número de estudos nesta
área. Portanto, a recomendação é amamentar sem restrições
Não há contraindicação à amamentação quando a mãe estiver infectada pelo SARS-CoV-2 - não
há comprovação de que o vírus seja transmitido pelo leite materno

ATENÇÃO: TB e hepatites virais são contraindicações FALSAS


Relacionadas ao bebê: Única contraindicação absoluta é galactosemia.
Outras: doença da urina do xarope de bordo e fenilcetonúria (amamentação conforme dosagem
de fenilalanina, intercalar com fórmulas especiais).
Medicamentos: Lítio, amiodarona, quimioterápicos, ergotamina, componentes radioativos e
imunológicos

Galactosemia: a principal contraindicação ao aleitamento por doença no lactente é o quadro de


galactosemia. A criança possui um erro inato no metabolismo da galactose e não pode receber o
leite humano e nenhum outro leite que contenha lactose (a lactose é um dissacarídeo formado
por glicose e galactose).

Fenilcetonúria: é um erro inato do metabolismo caracterizado pela deficiência na conversão de


fenilalanina em tirosina. O acúmulo de fenilalanina no cérebro e líquidos corporais pode levar a
um quadro de deficiência intelectual grave. Embora o leite humano possua uma pequena
quantidade de fenilalanina e tirosina, a criança portadora dessa condição pode receber certa
quantidade de leite materno (uma pequena quantidade de fenilalanina é necessária, pois não há
síntese endógena desse aminoácido). A dieta deve ser complementada com fórmula isenta em
fenilalanina. De acordo com os níveis séricos de fenilalanina que a criança apresenta, uma
maior ou menor quantidade de leite materno vai sendo oferecida.

Doença da urina de xarope de bordo (leucinose): é um erro inato do metabolismo que cursa com
elevação dos níveis dos aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, valina e isoleucina) nos
fluidos
fisiológicos, afetando o sistema nervoso central. Dessa forma, e de modo semelhante ao que é
feito na fenilcetonúria, a criança somente pode ingerir leite materno caso os níveis de leucina,
valina e isoleucina sejam monitorados; caso isso não ocorra, é necessária uma fórmula especial
livre desses aminoácidos.

USO DE SUBSTÂNCIAS
O Ministério da Saúde classifica as drogas usadas durante a amamentação em três categorias,
como mostrado na Tabela 6. A SBP indica quatro categorias:
compatíveis, provavelmente compatíveis, possivelmente perigosos e perigosos. Citamos alguns
exemplos que aparecem com mais frequência nos concursos. Uma importante base de consulta
para os pediatras, em língua inglesa, é acessada pelo site https://toxnet.nlm.nih.gov/newtox‐
net/lactmed.htm.
As mães usuárias regulares de drogas ilícitas não devem amamentar. As usuárias ocasionais
podem amamentar e suspender a amamentação por um período de tempo após o uso da
substância, respeitando os seguintes intervalos:
Anfetamina, ecstasy: 24-36 horas;
Barbitúricos: 48 horas;
Cocaína, crack: 24 horas;
Etanol: uma hora por dose ou até estar sóbria;
Heroína, morfina: 24 horas;
LSD: 48 horas;
Maconha: 24 horas;
Fenciclidina: 1-2 semanas.

Uso Compatível Com a Amamentação


Fármacos cujo uso é potencialmente seguro durante a lactação, não associados a efeitos
farmacológicos significativos para o lactente. Exemplos:

Analgésicos e anti-inflamatórios: acetaminofeno, dipirona*, diclofenaco e ibuprofeno;
Analgésicos opioides: meperidina* (compatível para uso de curta duração; uso criterioso no
período pós-parto imediato. Observar sucção débil e sedação no lactente);
Antibióticos: amoxicilina, cefalexina, ceftriaxona, azitromicina, ácido clavulânico;
Levotiroxina;
Anticonvulsivantes: ácido valpróico*, carbamazepina, fenitoína, gabapentina.
*A SBP indica que estes medicamentos são possivelmente perigosos.
Uso Criterioso Durante a Amamentação
Medicamentos cujo uso no período da lactação depende da avaliação do risco/benefício.
Quando
utilizados, exigem monitorização clínica e/ou laboratorial do lactente, devendo ser utilizados
durante o menor tempo e na menor dose possível. Novos medicamentos cuja segurança durante
a amamentação ainda não foi devidamente documentada encontram-se nesta categoria.
Exemplos:

Analgésicos opioides: codeína, morfina (na dependência materna, suspender a amamentação),
oxicodona;

Alguns imunossupressores e antineoplásicos: ciclosporina, azatioprina, bleomicina (recomenda-
se a suspensão da amamentação por 24 horas após a sua administração);

Antibióticos: meropenem, sulfadiazina, sulfametoxazol + trimetoprima (compatível com a
amamentação em crianças nascidas a termo e maiores de um mês de vida; evitar em neonatos
com
hiperbilirubinemia, crianças menores de um mês de vida, prematuras ou deficientes em G 6PD;
observar hemólise e icterícia no lactente), ciprofloxacina, norfloxacina;

Ergotamina: uso criterioso durante a amamentação para uso por curtos períodos. Contraindicado
para uso crônico. Evitar, se possível.
Uso Contraindicado Durante a Amamentação
Drogas que exigem a interrupção da amamentação, pelas evidências ou risco significativo de
efeitos colaterais importantes no lactente. Exemplos:
Amiodarona: risco de hipotireoidismo na criança;
Antineoplásicos e imunossupressores: asparaginase, busulfan, ciclofosfamida, citarabina,
clorambucil, doxorrubicina, tamoxifeno;
Sais de ouro: risco de rash e reações de idiossincrasia;
Antimicrobianos: linezolida*, ganciclovir*;
Fenindiona.
*A SBP indica que estes medicamentos são possivelmente compatíveis.

Suplementações
A carência de micronutrientes é fator de risco para adoecimento, e consequentemente, para
mortalidade.
Vitamina A: Indica-se suplementação entre 6 e 72 meses. A suplementação de vitamina A está
recomendada para crianças que residem em áreas com alta prevalência de deficiência desta
vitamina (o estado do Pará é uma dessas regiões). A dose é de 100000 UI a cada 4 a 6 meses
para crianças com idade entre 6 e 12 meses e 200000 UI para crianças entre 12 e 72 meses.

Vitamina D: a suplementação com vitamina D está recomendada a partir de 7 dias de vida, para
todas as crianças, independente do tipo de dieta que a criança recebe. Até os 12 meses, a dose
recomendada é de 400 UI/dia e entre 12 e 24 meses, 600 UI/dia. Para RNs prematuros, a
suplementação está recomendada quando o peso estiver > 1500 g e houver tolerância à nutrição
enteral. Atualmente, a SBP não leva mais em conta o tempo de exposição solar, já que a
exposição solar direta da pele não é recomendada. Não é necessário suplementar vitamina D se
a criança toma >1L de fórmula por dia.
No recém-nascido pré termo, a suplementação deve ser iniciada quando este atingir o peso
>1500g
A deficiência de vitamina D está ligada ao risco de desenvolvimento de doenças respiratórias de
forma geral, não só infecções, bem como de doenças atópicas. No entanto, não é indicado
tratamento de infecção respiratória com vitamina D, nem mesmo profilaxia com hiperdoses para
prevenção dessas doenças.
É fato que os obesos têm maior risco de hipovitaminose D do que os eutróficos. Uma hipótese
para tal fato seria de que a vitamina D é lipossolúvel, então, ela estaria mais "diluída" no
organismo de pessoas obesas.

Ferro: Para RN a termo e peso adequado, é indicado 1mg/kg/dia a partir do 6º mês (conforme
MS) e 3º mês conforme recomendação mais atual da SBP, até os 2 anos de vida.
RN pré termo baixo peso (2500g até 1500g), é indicado 2mg/kg/dia no primeiro ano de vida
(iniciando a partir de 1 mês de vida) seguido de 1mg/kg/dia no 2º ano de vida
RN pré termo com peso entre 1000-1500 é indicado 3mg/kg/dia no primeiro ano de vida
seguido de 1mg/kg/dia no 2º ano de vida
RN pré termo com peso abaixo de 1000 é indicado 4mg/kg/dia no primeiro ano de vida seguido
de 1mg/kg/dia no 2º ano de vida
Calculo com base no ferro elementar – ferro polimaltose parece ser melhor em relação a efeitos
colaterais e absorção

Sobre suplementação de ferro


Quando a criança é nascida pré-termo, ainda que com peso superior a 2.500 g, costuma ser
recomendado o mesmo que é feito
para as crianças nascidas entre 1.500 e 2.500 g, ou seja, 2 mg/kg/dia já a partir do primeiro mês.

A suplementação de vitamina D deve ser


realizada na dose de 400 UI/dia para menores de um ano, seja recém-nascidos a termos ou
prematuros. No prematuro deve ser iniciada quando o peso for superior a 1500 g e houver
tolerância plena à nutrição enteral.

3 fatores necessários para iniciar alimentação complementar:


Maturidade renal, desenvolvimento neurológico (perda do reflexo de protrusão da língua, tronco
firme), enzima digestiva em quantidade adequada
Atenção: Leite materno, no 2º ano de vida, apenas em 2 mamadas, já consegue suprir 95% da
vitamina C necessária

Aleitamento materno
Licença maternidade: 120 dias pela constituição. Lei prorroga para 180 dias com incentivo
fiscal para empresas que aderirem. Servidoras federais também contam com 180 dias
Licença paternidade: 5 dias

Eritroblastopenia transitória da infância: anemia grave e transitória com queda de reticulócitos


em crianças hígidas entre 6m e 3 anos. 50% associada a infecção viral, possui evolução benigna.
Anemia fisiológica do lactente: Hb até 9 em criança a termo e até 7 em pré termo. Declínio
ocorre na primeira semana de vida e tende a normalizar por volta da 8ª a 12ª semana.

Triagem de anemia ferropriva no lactente


Medidas de avaliação de hemograma associado ao PCR (para descartar infecção e inflamação) e
da ferritina, são propostos como exames iniciais em todas as crianças aos 12 meses de idade.
Outras estratégias que são recomendadas para a prevenção e triagem da anemia ferropriva na
infância, são: alimentação adequada, aleitamento materno exclusivo e prolongado, aumentar o
consumo de alimentos fontes de ferro, bem como de alimentos que aumentam a
biodisponibilidade e a absorção do ferro na introdução de alimentos complementares. A
contraindicação de uso de leite de vaca in natura, não processado, em pó ou fluido antes dos 12
meses (limitação de consumo de 500ml/dia após os 12 meses) também é uma estratégia
reconhecidamente protetora contra a deficiência de ferro. Além disso, não podemos esquecer da
estratégia mais famosa, a suplementação de ferro, que já está sendo implementada desde 2005.

Refluxo fisiológico
O refluxo fisiológico é um distúrbio funcional gastrintestinal transitório e dependente da
imaturidade funcional do aparelho digestivo no primeiro ano de vida. Está incluído entre os
distúrbios gastrintestinais funcionais e são recomendados critérios diagnósticos clínicos
específicos nos critérios de Roma (Roma IV). Afeta até 60% de todos os lactentes e inicia-se
antes de oito semanas de vida. A frequência de regurgitações é variável (5% dos lactentes têm
seis ou mais episódios de regurgitação por dia). Estas regurgitações aumentam em número e
volume entre dois e quatro meses e, posteriormente, diminuem progressivamente com o
aumento de idade, sendo que 90% a 95% dos casos resolvem até o primeiro ano de vida.

Colostroterapia
Tem objetivo de evitar a enterocolite necrosante em bebês prematuros. É a administração do
colostro da mãe do RN diretamente na mucosa oral deste, independentemente da administração
de dieta via sonda gástrica. Administrar 0,1ml (02 gotas) de leite na face interna de cada
bochecha do RN.

“Doze passos para uma alimentação saudável”


- 1º Passo: amamentar até dois anos ou mais, oferecendo
somente o leite materno até seis meses.
- 2º Passo: oferecer alimentos in natura ou minimamente
processados, além do leite materno, a partir dos seis meses.
- 3º Passo: oferecer água própria para o consumo à criança ao invés de sucos, refrigerantes e
outras bebidas açucaradas
- 4º Passo: oferecer a comida amassada quando a criança começar a receber outros alimentos
além do leite materno.
- 5º Passo: não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança
até dois anos de idade
- 6º Passo: não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança
- 7º Passo: cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
- 8º Passo: zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências
positivas, aprendizado e afeto.
- 9ºPasso: prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante
a refeição.
- 10º Passo: cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família. - 11º
Passo: oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.
- 12º Passo: proteger a criança da publicidade de alimentos. Contudo, é interessante notar que a
Sociedade Brasileira de Pediatria tem documento em que orienta que o sal não seja acrescentado
no preparo dos alimentos de crianças menores de 12 meses. No manual do MS contudo, é citado
que o acréscimo deva ser o mínimo.

Alimentação complementar
Iniciada a partir de 6 meses, respeitando um adequado desenvolvimento neuro motor. A refeição
do lactente deve ser composta por um alimento de cada um dos grupos: cereais ou tubérculos,
leguminosas, proteína animal e hortaliças. Dos 3 primeiros grupos, devemos selecionar 1 de
cada, enquanto as hortaliças podem (e devem) ser oferecidas à vontade.
O café deve ser evitado na alimentação de crianças com menos de 2 anos.
A oferta de sucos, mesmo que naturais, deve ser desestimulada, já que a quantidade de calorias
é alta e o teor de fibras é baixo. Devemos preferir a oferta das frutas in natura
No caso de alimentação seletiva, estimular os pais a substituir alimentos com mesma função
nutricional pode ser uma alternativa. Em alguns casos, poderá ser necessário fazer
suplementação de nutrientes específicos

GRAU DE PROCESSAMENTO DOS ALIMENTOS


In Natura ou Minimamente Processados
Ingredientes Culinários Processados
Alimentos Processados
Alimentos Ultraprocessados

Papa de misturas: Esta refeição deve ser composta por um alimento de cada um dos quatro
grupos:
Cereais ou tubérculos: arroz; milho; macarrão, batatas, mandioca, inhame, cará, farinha de
trigo, aveia. Lembre-se, ao orientar os responsáveis, de explicar que os tubérculos são
caules curtos e grossos, ricos em carboidratos;
Leguminosas: feijões, soja, ervilha, lentilhas, grão-de-bico;
Proteína animal: carne bovina, vísceras, carne de frango, carne suína, carne de peixe, ovos;
Hortaliças: legumes (vegetais cujas partes comestíveis não são as folhas), como cenoura,
beterraba, abóbora, chuchu, berinjela, tomate; verduras (vegetais cujas partes comestíveis
são as folhas), como agrião, couve, taioba, espinafre, acelga.

As carnes não devem ser retiradas após o cozimento; devem ser picadas, amassadas ou
desfiadas.
As vísceras devem ser cozidas demoradamente;
Os ovos (clara e gema) podem ser introduzidos a partir dos seis meses, cozidos (para se
evitar contaminação bacteriana);
Óleos vegetais (preferencialmente soja ou canola) devem ser usados no preparo das
refeições (3-3, 5ml para cada 100 g de preparo);
As papas não podem ser liquidificadas ou peneiradas. Devem ser apenas amassadas. A
consistência dos alimentos é progressivamente aumentada. As crianças que não recebem
alimentos
em pedaços até os dez meses possuem mais dificuldades em fazê-lo depois.

Não há restrições para a introdução de alimentos diferentes concomitantemente. Talvez


você tenha aprendido, nos ambulatórios de puericultura, a oferecer um novo alimento a cada
dia, mas esta recomendação não é algo formal na literatura. O cuidado existe em algumas
situações: a SBP recomenda que os alimentos considerados alergênicos sejam introduzidos
um a um, a cada 3-5 dias (ovo, soja, trigo, peixes e frutos do mar); A partir da introdução da
alimentação complementar, é importante oferecer água potável para a criança;
Os alimentos pré-prontos industrializados devem ser desaconselhados. O mel não deve ser
oferecido nos primeiros dois anos de vida e, especialmente, no primeiro ano (os esporos do
Clostridium botulinum são capazes de produzir toxinas na luz intestinal e levar ao
botulismo);
Deve-se respeitar os sinais de saciedade da criança;
As crianças podem recusar novos alimentos, que devem ser ofertados várias vezes após a
recusa inicial (até 8-15 vezes para boa aceitação).

BLW e BLISS
Diversas abordagens relacionadas com a introdução da alimentação complementar são
amplamente difundidas pela internet, e é possível que você já tenha sido solicitado a opinar
sobre as mesmas.
O Baby-Led Weaning (BLW – desmame guiado pelo bebê) defende a ideia da oferta de
alimentos complementares em pedaços, tiras ou bastões. A prática é questionada em relação
aos riscos de engasgos, baixa oferta calórica e de ferro.
Uma adaptação seria o Baby-Led Introduction to Solids (BLISS – introdução aos sólidos
guiada pelo bebê). Não há trabalhos que mostrem que estas formas sejam mais adequadas
para a introdução da alimentação complementar.
A SBP recomenda que o lactente receba os alimentos amassados oferecidos com colher e
que também experimente os alimentos com as mãos.
TABELA 8: ESQUEMA PARA INTRODUÇÃO DOS ALIMENTOS
COMPLEMENTARES.
Faixa Etária Tipo de Alimento
Até 6º mês. Leite materno exclusivo.
6º ao 24º mês. Leite materno complementado.
6º mês. Frutas (amassadas ou raspadas).
Primeira papa principal de misturas múltiplas.
7º a 8º mês. Segunda papa principal de misturas múltiplas.
9º a 11º mês. Gradativamente passar para a refeição da
família com ajuste de consistência.
12º mês. Comida da família, observando a adequação
dos alimentos.

ALIMENTAÇÃO RESPONSIVA
Existe um crescente conhecimento de que as práticas consideradas ótimas em relação à
alimentação
complementar dependem não apenas do alimento que é oferecido à criança, mas também de
como, quando, onde e por quem a criança é alimentada.
Os pilares das recomendações para a prática da alimentação responsiva são:
1) Alimentar a criança pequena diretamente e assistir às crianças mais velhas, quando estas
já comem sozinhas; alimentar a criança lenta e pacientemente, encorajando-a a comer, mas
sem forçar
2) Quando a criança recusar muitos alimentos, experimentar diferentes combinações
alimentares, gostos, texturas e métodos de encorajamento;
3) Minimizar distrações durante as refeições, quando a criança perde interesse facilmente; e
4) Lembrar que a hora da alimentação deve ser um período de aprendizado e amor. Deve-se
falar com a criança durante a alimentação, mantendo o contato olho a olho.

É interessante notar que a Sociedade Brasileira de Pediatria tem documento em que orienta que o sal não seja
acrescentado no preparo dos alimentos de crianças menores de 12 meses. No manual do MS contudo, é citado
que o acréscimo deva ser o mínimo. 

ALIMENTAÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR
O período pré-escolar, que costuma ser caracterizado como o período que vai dos dois aos
seis anos, possui algumas particularidades que terão impacto nas orientações alimentares.
Algumas observações são importantes sobre esta fase.

Ritmo de crescimento constante e inferior ao do lactente → decréscimo das necessidades


nutricionais e do apetite.

Comportamento alimentar variável e imprevisível → grande oscilação na quantidade de


alimentos ingeridos; variação na aceitação de alguns alimentos. A condição física e psíquica
da criança, bem como a ingestão na refeição anterior, pode impactar na aceitação alimentar.

Neofobia → é uma característica comum nesta faixa etária e se caracteriza pela dificuldade
em aceitar alimentos novos ou desconhecidos. É fundamental que as crianças provem
alimentos novos,
mesmo que em pequenas quantidades. A oferta repetida do mesmo alimento, em diferentes
apresentações, contribui para a redução da neofobia.
A criança possui mecanismos internos de controle de saciedade e isso deve ser respeitado.
A criança
deve ser estimulada a se servir à mesa e alimentar-se sozinha, quando capaz para tal.

Os comportamentos de subornos, ameaças ou gratificações relacionados com a alimentação


devem
ser desencorajados. A alimentação deve ser lúdica e isso tem impacto na formação de bons
hábitos alimentares.
Seletividade alimentar (picky/fussy eating) → crianças que rejeitam uma grande variedade
de alimentos; podem ingerir baixas quantidades de alguns nutrientes.

O pré-escolar deve receber cinco ou seis refeições: café da manhã; lanche matinal/colação;
almoço; lanche vespertino; jantar; e lanche ou ceia antes de dormir, eventualmente.
As refeições devem ser feitas com a criança junto aos outros membros da família: a família
é o modelo para o desenvolvimento de preferências e hábitos alimentares.
É importante haver um tempo para cada refeição. Se a criança não aceitar o alimento, a
refeição é encerrada até o momento da próxima.
O tamanho das porções deve estar de acordo com o grau de aceitação da criança, não
devendo a criança ser obrigada a comer tudo o que está no prato.
As sobremesas não devem ser recompensas.
A oferta de líquidos durante as refeições deve ser controlada. Deve ser oferecido
preferencialmente água após as refeições.
O consumo diário de sucos deve ser de 120 ml/dia entre um e três anos e 175 ml/dia entre
quatro e seis anos.

Ingestão diária recomendada de cálcio:


Crianças de um a três anos: 500 a 700 mg/dia;
Crianças de quatro a oito anos: 800 a 1.000 mg/dia.

ALIMENTAÇÃO DO ESCOLAR
O período escolar, que costuma ser caracterizado como aquele que vai dos sete aos dez
anos, também possui as suas particularidades.
A atividade física é intensa, o ritmo de crescimento é constante e há acentuação do ganho de
pesopróximo ao estirão puberal. Nesta fase, o ganho de peso é maior que o ganho estatural.

Por volta dos seis anos, começa a ocorrer a troca da dentição decídua pela permanente e é
fundamental reforçar a importância de uma alimentação adequada e higiene bucal.

A criança começa a assumir maior independência e este torna-se um período de
vulnerabilidade, pois podem ocorrer mudanças nos hábitos alimentares em função da
influência do meio e da maior
autonomia adquirida pela criança.

As desordens de balanço energético são comuns nesta fase, com consumo excessivo de
alimentos calóricos e pouco nutritivos, aliados à realização insuficiente de atividades
físicas.

Cálcio: o consumo de refrigerantes fosfatados pode aumentar a excreção urinária de cálcio.
Além da ingestão deficitária, costuma haver risco de deficiência de vitamina D, pela falta de
exposição solar e erros alimentares. Estes fatores associam-se com alteração no
crescimento, doenças autoimunes e
desenvolvimento de osteoporose na vida futura.
Priorizar o consumo de carboidratos complexos* (carboidrato simples < 25% do valor
energético total; total de carboidrato ingerido deve ser de 50 a 55% do valor energético
total).

Consumir, diariamente, mais do que cinco porções de frutas, verduras e legumes. Limitar
consumo de sucos (250 ml ao dia, dos sete aos 18 anos).

ALIMENTAÇÃO DO ADOLESCENTE
O período da adolescência, como indicado pela OMS, vai dos 10 aos 20 anos. É uma fase
em que ocorrem diversas modificações físicas, o que tem impacto direto nas necessidades
nutricionais.
Há diversos fatores que determinam o padrão alimentar do adolescente, incluindo fatores
individuais e ambientais, como a influência de amigos, as crenças, a propaganda e as mídias
digitais.
Durante a puberdade, o indivíduo vivencia um elevado ritmo de crescimento e ocorrem
vários fenômenos maturativos, que modificam o tamanho e a composição do organismo.
Os adolescentes pertencem a uma faixa de risco bastante vulnerável para o alto consumo de
energia e gordura.
As principais necessidades nutricionais são as seguintes:

Energia: há aumento da necessidade energética pela velocidade de crescimento e atividade
física;

Proteínas: a oferta proteica também deve ser elevada;

Vitaminas: a deficiência de vitamina C pode se estabelecer nos adolescentes, em especial
nos tabagistas e nas que usam contraceptivos orais. A deficiência de vitamina B12 pode se
estabelecer principalmente nos casos de dietas radicais ou de vegetarianos exclusivos. O
ácido fólico é importante durante os períodos de grande replicação celular e de crescimento.
Também há aumento nas necessidades de vitamina A e vitamina D (ingestão deve ser de
600 UI/dia);

O aumento nas necessidades de cálcio acompanha o aumento da massa óssea no período.
Um problema enfrentado é o fato de os adolescente consumirem pouco cálcio. Recomenda-
se que 60%
das necessidades de cálcio sejam consumidos na forma de produtos lácteos. Cabe lembrar
que há
fatores que diminuem a absorção de cálcio, enquanto outros aumentam. A necessidade
diária de cálcio é de 1.300 mg;

Há aumento na necessidade de ferro e a deficiência é comum. O zinco é necessário para
regeneração
óssea, muscular e para o desenvolvimento estatural e puberal.

FORMULAS INFANTIS
As crianças que utilizam fórmulas infantis devem iniciar a introdução de alimentos não
lácteos da mesma forma que o preconizado para aquelas em aleitamento materno exclusivo
(a partir dos seis meses).
Leite de vaca integral: leite que não sofre modificações na sua composição, com todos os
nutrientes intactos. Leite em pó, leite fresco tipo A e B, leite UHT e longa vida.
Fórmulas infantis: compostos nos quais se utilizam as proteínas do leite de vaca e/ou soja
intactas ou hidrolisadas e os demais nutrientes são acrescidos separadamente. Fórmulas de
partida são adaptadas para lactentes de até seis meses. Fórmulas de seguimento são usadas a
partir desta idade.
Fórmulas infantis completas: são consideradas completas as fórmulas que contêm
proporções adequadas de proteínas, gorduras, carboidratos, eletrólitos, vitaminas e
oligoelementos, essenciais
para o crescimento e desenvolvimento, como regulamentado pelo Codex.

Fórmulas infantis incompletas: fornecem nutrientes individuais ou combinados, sem


respeitar as proporções e quantidades determinadas pelo Codex Alimentarius e não podem
ser usadas como fonte nutricional única. São usadas para enriquecer alimentos.
Compostos lácteos: são alimentos que podem ser usados para maiores de um ano e resultam
da mistura de leite com outras substâncias, sendo que a quantidade de produtos lácteos no
alimento não pode ser inferior a 51% do total.

Nas crianças saudáveis, a recomendação é de que sejam usadas as fórmulas poliméricas.


Nos menores de seis meses, são usadas as fórmulas de partida, a partir desta idade, as
fórmulas de seguimento. As fórmulas oligoméricas são indicadas em crianças com
condições especiais, como quadros de alergia à proteína do leite de vaca. O leite de vaca e
os compostos lácteos não devem ser usados em menores de um ano. 

A reconstituição das fórmulas em pó de modo apropriado é de suma importância. Quando


feita de
forma apropriada, a solução tem osmolaridade entre 200 e 350 mOsm/L* . Outros
componentes só devem ser acrescidos à fórmula em situações excepcionais e sob
prescrição.
A água utilizada na diluição do pó deve ter temperatura superior a 70oC e o produto diluído
não pode
ficar exposto à temperatura ambiente por mais de duas horas. A temperatura da água
relaciona-se com o risco de infecção pelo Cronobacter spp. (Enterobacter sakazakii), que se
mantém de forma esporulada no pó das fórmulas. O organismo pode ser ativado quando
diluído em temperaturas mais
baixas.

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