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Jurisprudência/STJ - Acórdãos

Processo
REsp 1328779 / RS
RECURSO ESPECIAL
2012/0120693-3

Relatora
Ministra ASSUSETE MAGALHÃES (1151)

Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA

Data do Julgamento
10/05/2022

Data da Publicação/Fonte
DJe 17/05/2022

Ementa
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. MULTA IMPOSTA A
EX-PREFEITO POR TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL. LEGITIMIDADE ATIVA DO
MUNICÍPIO PARA AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO DO TÍTULO EXTRAJUDICIAL.
JULGAMENTO, PELO STF, SOB O REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL. RE
1.003.433/RJ. TEMA 642. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. ART. 1.040, II, DO
CPC/2015. RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO, EM JUÍZO DE RETRATAÇÃO, QUANTO
AO TEMA OBJETO DA REPERCUSSÃO GERAL.
I. No acórdão objeto do Recurso Especial, o Tribunal de origem negou
provimento à Apelação, interposta pelo Estado do Rio Grande do Sul,
contra sentença que, reconhecendo sua ilegitimidade ativa, julgou
extinta, sem resolução do mérito, execução de título extrajudicial,
consubstanciado em decisão do Tribunal de Contas do Estado, que
impusera multa ao ora recorrido, então Prefeito do Município de
Lagoão/RS.
II. Em julgamento realizado em 16/10/2012, a Segunda Turma do STJ
conheceu do Recurso Especial e deu-lhe provimento, para reconhecer a
legitimidade ativa do Estado do Rio Grande do Sul e determinar o
retorno dos autos, para regular processamento da execução.
III. Posteriormente, em 15/09/2021, o Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do RE 1.003.433/RJ, sob o regime de repercussão geral,
fixou a seguinte tese: "O Município prejudicado é o legitimado para
a execução de crédito decorrente de multa aplicada por Tribunal de

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Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos
causados ao erário municipal" (Tema 642).
IV. Nesse contexto, retornaram os autos, por determinação da
Vice-Presidência do STJ, para fins do disposto no art. 1.040, II, do
CPC/2015.
V. Nos termos do que fora decidido pelo Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do Tema 642 da repercussão geral, o Recurso Especial deve
ser improvido, para que seja mantido o entendimento adotado pelo
Tribunal de origem, que julgara extinta a execução, sem resolução do
mérito, ao fundamento de que "a legitimidade ativa ad causam para
promover a execução das decisões do Tribunal de Contas que imputam
débito ou multa é da pessoa jurídica a cujos quadros pertence o
agente público cujas contas não foram aprovadas".
VI. Recurso Especial conhecido e improvido, em juízo de retratação,
nos termos do art. 1.040, II, do CPC/2015.

Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior
Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso,
em juízo de retratação, nos termos do voto da Sra.
Ministra-Relatora.
Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Herman Benjamin e Mauro Campbell
Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes.

Jurisprudência Citada
(MULTA APLICADA POR TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL A AGENTE PÚBLICO
MUNICIPAL - PARTE LEGITIMADA PARA A EXECUÇÃO DO CRÉDITO - MUNICÍPIO
PREJUDICADO)
STJ - AgInt no AREsp 926189-MG,
REsp 1415296-RJ,
AgInt no REsp 1618830-MG
STF - RE 1003433-RJ (REPERCUSSÃO GERAL - TEMA(s) 642)

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