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Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso

PJe - Processo Judicial Eletrônico

25/09/2022

Número: 1036616-79.2022.8.11.0041
Classe: AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Órgão julgador: 7ª VARA CÍVEL DE CUIABÁ
Última distribuição : 25/09/2022
Valor da causa: R$ 1.212,00
Assuntos: Responsabilidade dos sócios e administradores
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA (AUTOR(A)) ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA (ADVOGADO(A))
RODRIGO TERRA CYRINEU (REU)
CYRINEU E SILVA ADVOCACIA S/S (REU)
Documentos e Movimentos
Id. Data da Movimento Documento
Assinatura
96010323 25/09/2022 17:19 -- Petição Inicial
96010324 25/09/2022 17:19 -- TABELA I
96010325 25/09/2022 17:19 -- TABELA II
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUÍZ(A) DE
DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ/MT,

“Consoante o artigo 1.020 do Código Civil, os


administradores são obrigados a prestar aos sócios
contas justificadas de sua administração, e apresentar-
lhes o inventário anualmente, bem como o balanço
patrimonial e o de resultado econômico”1.

ADEMAR JOSÉ PAULA DA SILVA, brasileiro, advogado devidamente


inscrito nos quadros da OAB-MT sob o n. 16.068/O, inscrito no CPF sob o nº
012.322.831-00, endereço eletrônico ademar.jp.silva@hotmail.com, com domicílio
declarado na Rua Alfenas, n. 400, Jardim Mariana, Cuiabá-MT, CEP n. 78040-600,
vem, mui respeitosamente perante Vossa Excelência, advogando em causa própria,
fulcrado no art. 1.020 do CC/02 e no art. 550 e seguintes do NCPC, propor a presente

A ÇÃO DE E XIGIR C ONTAS

em desfavor de

RODRIGO TERRA CYRINEU, BRASILEIRO, CASADO, ADVOGADO INSCRITO NA

OAB/MT SOB O Nº. 16.169, PORTADOR DA CÉDULA DE IDENTIDADE RG Nº 1667424-3, SSP/MT,


E CPF Nº 028.701.131-37, COM ENDEREÇO PROFISSIONAL NA AVENIDA HISTORIADOR RUBENS DE

MENDONÇA, N° 1894, SALA 1507, CUIABÁ-MT, CEP 78050-000, TELEFONE (65) 99665-3233,
E-MAILS DE CONTATO RODRIGOCYRINEU.ADV@GMAIL.COM E RODRIGO@ CYRINEUESILVA.ADV.BR ;e

CYRINEU E SILVA ADVOCACIA S/S2, sociedade de advocacia


inscrita no CNPJ sob o n. 17.946.698/0001-35, sediada na Av. Historiador Rubens de

1
TJ-MT. N.U 0000693-19.2016.8.11.0041, CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO,
SEBASTIAO BARBOSA FARIAS, Vice-Presidência, Julgado em 25/05/2021, Publicado no DJE 06/07/2021.
2
"AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. SÓCIO. PESSOA JURÍDICA. LEGITIMIDADE PASSIVA.

_______________________________________________________________________________

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Mendonça, n. 1894, Ed. Maruanã, sala 1507, Cuiabá-MT, CEP n. 78050-000, e-mails
de contato advocacia@cyrineuesilva.adv.br e
RODRIGO@CYRINEUESILVA.ADV.BR,representada pelo primeiro Demandado nestes autos,
cuja qualificação completa encontra-se ali expendida;

ante os argumentos fáticos e jurídicos doravante expendidos:

1) – SUMA DOS FATOS:

Nos idos do ano de 2012 o ora Autor e o primeiro Demandado nestes autos
constituíram sociedade advocatícia denominada Cyrineu&Silva Advocacia S/S
[docs. 02, 03 e 03.1], a segunda Demandada na ocasião, tendo tal parceria perdurado

até o início do ano de 2021.

Conforme se verifica da inclusa documentação extraída do site da Receita


Federal do Brasil (RFB) [docs. 03 e 03.1], bem ainda da Primeira Alteração do Contrato
Social da referida sociedade ocorrida em 10/12/2015 [doc. 02], cada um dos então
dois e únicos sócios possuía parcela idêntica no negócio, qual seja, 50% das cotas
sociais, bem ainda dos direitos e obrigações do negócio.

Isso significa que metade dos frutos, assim como dos riscos do negócio,
competia a cada um dos dois sócios.

Quando da primeira alteração no contrato social, em 10/12/2015 [doc. 02], o


então sócio proprietário Rodrigo Terra Cyrineu (primeiro Demandado) ficou como único
responsável pela gerência e administração dos negócios sociais, vide Cláusula Sexta,
Capítulo VI, de tal documento.

Isso significa, dentre outras coisas, que a conta bancária do escritório perante
o Banco do Brasil e o respectivo cartão de débito, assim como as finanças do negócio,
era(m) administrada(s) unicamente pelo primeiro Demandado nestes autos.

ADMINISTRADOR DA EMPRESA. ART. 1.020 DO CC. DEVER DE ESCLARECIMENTO. 1) A pessoa


jurídica é legitimada passiva para a ação de prestação de contas, porquanto eventual crédito a ser reconhecido
em favor do autor recairá sobre seu ativo, não sobre o patrimônio do sócio-administrador". (TJ-MG - AC:
10702020107273001 Uberlândia, Relator: Marcos Lincoln, Data de Julgamento: 24/11/2010, Câmaras Cíveis
Isoladas / 11ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 10/12/2010)”.

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Por anos e anos a referida sociedade caminhou bem, tendo alcançado notável
prestígio no meio jurídico mato-grossense, em especial na seara eleitoral. Ocorre que
por volta do mês de novembro de 2020 o relacionamento entre os (então) sócios
começou a estremecer, o que culminou com a saída (de fato) do Autor do muito
próspero negócio, isto no dia 15/01/2021, tendo o ajuste de saída sido firmado
apenas no dia 01/02/2021 [doc. 04].

Diz-se saída de fato, posto que – ao menos era essa a intenção inicial – a sociedade
permaneceria para fins de direito, tendo em vista sobretudo a existência de alguns
contratos (com clientes) vigentes no período e créditos pendentes de adimplemento,
conforme se denota do teor do incluso documento nominado “Acordo de Dissolução
(de fato) de sociedade” [doc. 04].

Acontece que por inúmeros percalços de relacionamento, uma esperada


transição tranquila entre a dissolução de fato para, empós, uma dissolução de direto
da referida sociedade não fora possível, conforme previamente planejado, tendo o
primeiro Demandado exigido a dissolução de direito da sociedade poucos meses
depois da assinatura do incluso “Acordo de Dissolução (de fato) de sociedade” [doc.
04], bem ainda – meses depois – ter imposto o rompimento do contrato que o escritório

mantinha com o Município de Campo Verde-MT que era tocado exclusivamente3 pelo
ora Autor.

Hoje em dia, após o primeiro Demandado ter bloqueado o Autor no aplicativo


WhatsApp, os ex-sócios não se falam mais de forma direta, apenas através de
preposto da segunda Requerida nestes autos e, até pouco tempo atrás, por e-mails,
isto apenas quando necessário o contato para a solução de alguma pendência
referente a processos/contratos referentes à época em que o Autor detinha metade
das quotas sociais da segunda Requerida.

Ocorre que passada a turbulenta fase da saída de fato e de direito do Autor da


referida sociedade, tendo em vista o descumprimento de acordos/compromissos
escritos [doc. 04] e orais por parte do segundo Demandado, especialmente após a
análise de alguns parcos documentos contábeis que aquele possuía em seu e-mail (já
que, repisa-se, não era ele o administrador financeiro do negócio), notadamente a relação de

notas fiscais emitidas no ano fiscal de 2020 [doc. 05 e 05.1] e os extratos bancários do

3
Curiosamente, tal contrato fora revigorado meses após a saída de direito do Autor do multicitado escritório de
advocacia, fato este que será melhor analisado em autos próprios sobre o crivo indenizatório.

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período [docs. 06 à 06.11], o ora Demandante constatou uma diferença razoável na
divisão dos lucros (transferências bancárias para as contas físicas dos então sócios) da
sociedade no curso de 20204.

Mesmo sendo de ciência do Autor que o primeiro Requerido, ao menos no ano


de 2020, tinha o hábito de repassar valores a mais para a sua conta bancária privada
para fins de pagamento de aluguel (R$ 5.000,00) e determinadas contas do escritório
(como o pagamento de dois funcionários, contas de luz e internet), a divisão dos lucros no

período (exercício fiscal de 2020), à luz da documentação que o Autor possui no


momento, aparenta não ter sido equânime.

Isso, repisa-se, com base na parca documentação contábil que o Autor dispõe
até agora, citando como exemplo de dúvidas na ocasião transferências bancárias
[docs. 06 à 06.11] de mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais) em benefício exclusivo a

conta do primeiro Demandado sem a corresponde transferência do mesmo montante


a conta do Autor (o que até então era praxe), as quais seguem descritas, a título
meramente exemplificativo5, na TABELA I inclusa nesta exordial.

Reforça-se, uma vez mais, que as hipóteses acima6 não necessariamente


tratam de erronia na divisão equânime7 de honorários/lucros que deveria existir entre
os então sócios, mas levantam dúvidas consideráveis no Autor sobre a retidão de tais
atos que precisa ser esclarecida, como também os muitos gastos alheios a atividade
fim da sociedade realizados em postos de combustível8, padaria, açougue, mercado e
outros estabelecimentos congêneres, tudo isto pago com o cartão da conta bancária
do escritório que era de posse e utilizado exclusivamente pelo primeiro Demandado
nestes autos, como, e.g., se denota de algumas destas despesas tocante aos meses
de novembro e dezembro9 [docs. 06.10 e 06.11] de 2020 detalhadas na inclusa

TABELA II.

De efeito, sem qualquer sorte de juízo de valor na ocasião, a presente


demanda visa precipuamente espancar dúvidas atinentes ao acerto/erronia sobre

4
Ressalta-se que o Autor não possui documentação relativa a contabilidade dos anos anteriores.
5
Diz-se exemplificativo posto que delimitadas transferências destacadas são referentes apenas aos três últimos
meses de 2020.
6
Vide “TABELA I”.
7
A qual era esperada.
8
O Autor, mesmo tendo viajado muito a trabalho em 2020, notadamente para Campo Verde-MT, nunca fora
restituído pelos gastos com combustíveis que realizou.
9
O Autor não tem cópia dos extratos bancários da conta do escritório (Agência 4042-8, Conta 162000-2, Banco do
Brasil) relativos a períodos outros que não os meses de janeiro a dezembro de 2020.

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gastos, bem ainda sobre a divisão de lucros/honorários do escritório entre o Autor e o
primeiro Demandado no curso da referida sociedade, em especial no ano de 2020,
incluindo ainda esclarecimentos sobre os créditos10 que a sociedade possuía quando
da saída do Demandante, cuja responsabilidade pelo recebimento/cobrança é do
primeiro Demandado, tendo em vista o disposto no inciso IV da Cláusula Segunda
incluso do “Acordo de Dissolução (de fato) de sociedade” [doc. 04] que dispôs ser de
responsabilidade exclusiva do sócio Rodrigo Cyrineu a “cobrança do passivo
(honorários) de direito da sociedade, bem ainda a informação ao sócio retirante do
recebimento de débitos para fim de meação”.

Ademais disso, também figura como escopo desta lide saber a relação de todos
os contratos que a referida sociedade possuía quando da saída do Autor, a possível
renovação/novação destes, bem ainda os possíveis frutos dali oriundos, cuja meação,
por expressa disposição do “Acordo de Dissolução (de fato) de sociedade” [doc. 04] e
da forma como constante do contrato social [doc. 02], pertence ao Autor.

Ao arremate, não custa rememorar que a administração bancária/financeira da


então sociedade era realizada exclusivamente pelo primeiro Requerido, tendo este
ficado com o espaço físico do escritório, inclusive com todos os arquivos/contratos que
a sociedade possuía quando da sua dissolução de fato, sendo que ele prefere não
mais se comunicar profissionalmente com o ora Autor de ordem a esclarecer todos os
pontos controversos e duvidosos sobre a contabilidade da então sociedade.

2) – Do que se sabe sobre o passivo consolidado da


sociedade até a saída do Autor:

A referida cláusula/obrigação [doc. 04] citada no final do capítulo antecedente


fora pensada e acordada tendo em vista os créditos que a então sociedade possuía na
praça, notadamente créditos relativos a serviços advocatícios prestados as campanhas
eleitorais “Mauro Mendes Governador 2018” e “Roberto França Prefeito 2020”.

A respeito do débito da campanha eleitoral “Mauro Mendes Governador 2018”


para com a então sociedade, os próprios autos – de acesso público – da respectiva

10
Especialmente os créditos relativos os serviços advocatícios prestados as campanhas “Mauro Mendes
Governador 2018” e “Roberto França Prefeito 2020”.

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prestação de contas [doc. 07]11 informam ser ele a quantia de R$ 120.00,00 (cento e
vinte mil reais), senão veja:

Ocorre que mesmo havendo rumores de que o Governador do Estado e/ou o


seu partido12 havia(m) honrado tal débito, o primeiro Demandado sempre negou tal
adimplemento, conforme se constata da inclusa conversa travada entre ambos no
WhatsApp [doc. 08] onde este afirmou em 04/02/2022: “Eu não vou judicializar contra
o Governador”.

A argumentação de que tal débito de 2018 ainda não fora pago, ao que tudo
indica, é frágil, vez que os ora Demandados estão comandando o jurídico de mais
uma campanha do Exmo. Governador Mauro Mendes (“Mauro Mendes Governador 2022”),
que saiu a reeleição, o que é fato público e notório13, conforme se vislumbra também
dos recentes processos em trâmite perante o TRE-MT onde aqueles defendem este,
senão veja-se (PJe):

11
Processo n. 0601087-97.2018.6.11.0000 – PJe – TRE-MT.
12
Antigo DEM, o qual se fundiu com o PSL, o que resultou no atual partido UNIÃO BRASIL.
13
https://www.olharjuridico.com.br/noticias/exibir.asp?id=49663&edt=13&noticia=coligacao-de-mauro-aciona-
emanuel-por-suposto-uso-da-maquina-para-beneficiar-candidatura-de-marcia
https://www.vgnoticias.com.br/juridico/pratica-velha-advogado-diz-que-deputado-espalha-fake-news/92231
https://www.pnbonline.com.br/politica/advogado-de-mauro-mendes-diz-que-neri-pode-disputar-eleia-a-o/86429

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Corroborando tudo isso estão as despesas da campanha 2022 do Exmo.
Governador lançadas no sistema DivulgaCand14 que informam, dentre outras coisas,
que aquele recentemente contratou serviços jurídicos dos aqui Demandados pelo
valor de R$ 450.000,00 (quatrocentos e cinquenta mil reais), senão veja-se:

Tal circunstância, inclusive, é confirmada pelo incluso Demonstrativo de


Despesas com Advogados encontradiço nos autos (TRE-MT) da PC n. 0601406-
26.2022.6.11.0000 (PJe)15 que informa que os ora Demandados receberam até o
momento a quantia de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) da referida
campanha [doc. 16], ou seja, valor este superior ao apontado débito remanescente da
campanha anterior (2018), senão veja-se:

14
https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2022/2040602022/MT/110001643543/integra/despesas
15
Processo público.

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Como se vê, parece pouco crível que os ora Demandados não tenham recebido
tal débito referente a campanha 2018, considerando o fato deles estarem
patrocinando a campanha de reeleição do atual Governador do Estado, bem ainda a
campanha de 2022 do Presidente do União Brasil16 em Mato Grosso, o Sr. Fábio
Paulino Garcia, senão veja-se:

16
Partido sucessor do DEM, devedor originário da dívida da campanha “Mauro Mendes Governador 2018” com o
segundo requerido nestes autos, bem ainda a sigla detentora da maior parcela dos fundos eleitorais, senão veja-se:
https://veja.abril.com.br/politica/tse-divulga-valores-do-fundo-eleitoral-uniao-brasil-e-pt-lideram/.

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Não aparenta, repita-se, crível, que alguém que não recebeu a integralidade de
um serviço, nos termos do que faz crer o primeiro Demandado ao Autor [doc. 08],
possa ofertá-lo novamente, nos mesmos moldes, ao(s) mesmo(s) devedor(es)17.

Ainda na seara eleitoral, em conformidade com os prints de conversas travadas


entre o Autor e o primeiro Demandado ora jungidos e também os autos da Prestação
de Contas n. 0600589-59.2020.6.11.0055 (campanha “Roberto França Auad Prefeito Cuiabá
2020”) que tramitou perante a 55ª Zona Eleitoral de Cuiabá-MT, vê-se também que o

segundo Demandado é credor da quantia de R$ 90.000,00, tendo em vista que tal


campanha só adimpliu o montante de R$ 60.000,00 para com a segunda Requerida,
conforme se verifica abaixo do apontamento de auditoria [doc. 09] e do espelho de
despesas de campanha extraído do sistema DivulgaCand18 da Justiça Eleitoral:

17
Se é que estes ainda estão em débito com a segunda Requerida, o que é questionável ante as evidências
demonstradas acima.
18
https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2020/2030402020/90670/110001200218

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O então inadimplemento parcial de tal contrato referente as eleições municipais
de 2020 encontra-se explicitado em peticionamento do segundo Demandado nos
referidos autos de contabilidade de campanha, cujo acesso é público, especificamente
na seguinte parte [doc. 09.1]:

Ainda sobre tal manifestação defensiva protocolada nos autos n. 0600589-


59.2020.6.11.0055 (PJe TRE-MT 1º Grau), sendo estes de livre consulta pública, consta
também ali colacionado o seguinte documento [doc. 09.1]:

Tal informação é relevante de se destacar na ocasião, tendo em vista que o Sr.


Otaviano Olavo Pivetta, atualmente Vice-Governador do Estado, candidato a reeleição
no pleito de 2022 sob o patrocínio dos Réus, foi um apoiador relevante da campanha
“Roberto França Auad Prefeito Cuiabá 2020”, bem ainda a pessoa responsável –
segundo19 o Primeiro Requerido – por saldar futuramente, via doação de pessoa física ao

Diretório Nacional do DEM20 (atual União Brasil), os débitos de tal campanha, em

19
Vide inclusos prints de conversas no WhatsApp.
20
Através de doação partidária, a exemplo da transcrita acima, a qual depois seria repassada para fins de saldar os
débitos da campanha “Roberto França Auad Prefeito Cuiabá 2020”.

10

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especial os faltantes R$ 90.000,00 de direito da segunda Demandada e, por
consequência, do Autor.

Veja que a doação acima exposta, no montante de R$ 60.000,00, foi


exatamente a quantia até então efetivamente recebida pela segunda Demandada de
tal campanha, a se presumir que o restante também seria adimplido pelo Exmo. Vice-
Governador21, o que é corroborado pelas inclusas conversas de WhatsApp, bem ainda
por uma vindoura colheita do depoimento pessoal do referido doador que, inclusive, é
amigo do primeiro Requerido, sendo este advogado pessoal daquele, o que também é
fato público22 e notório23.

A presunção lançada no parágrafo antecedente é reforçada pelo fato do partido


DEM, atual União Brasil, presidido na época dos fatos e atualmente pelo Sr. Fábio
Garcia, ter sido o maior doador da campanha “Roberto França Auad Prefeito Cuiabá
2020”24, conforme demonstra o sistema DivulgaCand25, senão veja-se:

21
O qual também era cliente do escritório, conforme se infere da inclusa “Relação das notas fiscais emitidas de
01.01.2020 a 31.01.2021” [doc. 5.1.], onde se constata documentos fiscais emitidos em favor do atual Vice-
Governador.
22
https://oglobo.globo.com/politica/vice-governador-de-mt-indiciado-por-agredir-mulher-25138407
23
https://www.issoenoticia.com.br/noticia/49258/esposa-diz-que-advogado-cyrineu-tambem-quis-comprar-o-seu-
silencio-a-mando-de-otaviano
24
Campanha lançada pelo partido Patriota.
25
https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2020/2030402020/90670/110001200218/integra/receitas

11

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Tem-se, assim, que são esses os créditos mais evidentes da sociedade, os
quais o Autor tem conhecimento até o momento, cuja certeza do adimplemento “paira
no ar”, sendo esta uma das razões para a propositura destes autos.

3) – Do regramento atinente aos contratos da


sociedade quando da dissolução desta – dois contratos
exclusivos do Autor – demais contratos sujeitos a
meação dos frutos:

O multicitado “Acordo de Dissolução (de fato) de sociedade” [doc. 04] fora


explicito ao afirmar em sua derradeira cláusula que: “Os sócios, dentro do possível,
comprometem-se a realizar a divisão de clientes do escritório”.

Em passagem anterior, figura como responsabilidade do primeiro Réu “a


comunicação ao sócio retirante de possível prorrogação de contrato/trabalho vigente à
época da dissolução para que este opte, ou não, por trabalhar no novel caso”.

Mais acima constou também que “os contratos e trabalhos anteriores a data
referenciadas no caput, bem como as suas prorrogações, obedecem a regra geral
anterior a dissolução da sociedade”, qual seja, a de meação equalitária dos frutos da
sociedade, conforme estipulado no contrato social [doc. 02].

A exceção a tal regra seriam os dois contratos nominados no inciso II da


Cláusula Segunda do referido documento [doc. 04], cuja responsabilidade e frutos
seriam apenas do Autor, tendo em vista que o primeiro Demandado ficou com o
espaço físico (fundo de comércio) e com o pessoal da então sociedade.

Todo esse regramento foi pensado conjuntamente pelo Autor e o primeiro


Demandado, a princípio, de ordem a se dividir a clientela do escritório, bem ainda os
frutos dali oriundos, permitindo assim que os então sócios pudessem seguir suas
vidas com o mínimo de estabilidade financeira possível.

Ocorre que isso não ocorreu, sendo que desde a saída do Autor da referida
sociedade os Réus jamais comunicaram o Autor sobre a existência de (possíveis) frutos
dos contratos então vigentes, bem ainda sobre possíveis prorrogação/novação destes,
a exceção: i) da transferência de valores relativos ao contrato do escritório com a

12

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Prefeitura de Campo Verde tocado exclusivamente26 pelo Autor, a qual cessou no
terceiro trimestre de 2021, e da meação do contrato com o Consórcio Integração,
tendo esta cessado no final do ano passado; e ii) da divisão dos honorários
estipulados nos autos da ação n. 1016514-12.2017.8.11.0041 (PJe) que tramitou
perante a 4ª Vara Cível desta Comarca, cuja meação fora transferida na conta do
Autor em dezembro de 2021.

4) – Do vínculo contratual com a Prefeitura de Campo


Verde-MT:

Com o estremecimento do relacionamento entre os ex-sócios no curso de 2021,


o primeiro Demandado, primeiramente, rescindiu27 o contrato tocado singularmente
pelo Autor com a Prefeitura de Campo Verde-MT, isto meses após a dissolução de
direito da sociedade, contrato este que, entre renovações sucessivas, vinha sendo
tocado há anos pelo escritório, conforme demonstram os seguintes extratos de
contratos publicados no Diário Oficial do Estado (IOMAT)28:

26
Vide inciso II da Cláusula Segunda do doc. 04.
27
Considerando aqui competia ao Sr. Rodrigo a administração da sociedade, antes e após a saída do Autor.
28
https://www.iomat.mt.gov.br/

13

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https://pje.tjmt.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22092517182664200000093057004
Para surpresa do Autor, sem que a este fosse comunicado, tal vínculo
contratual fora reestabelecido meses depois da saída de direito daquele dos quadros
sociais do escritório, conforme se verifica da seguinte publicação encontradiça no
Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do dia 25/02/2022, edição n. 28.19429:

O vínculo do Autor com tal contrato/cliente é tão evidente que quando do seu
refazimento em 2022, ou seja, meses após a saída de direito daquele da sociedade, a
cópia do instrumento para assinatura fora encaminhado no e-mail [doc. 10] particular
do Autor, senão vejamos:

29
https://www.iomat.mt.gov.br/portal/visualizacoes/pdf/16710#/p:206/e:16710?find=cyrineu

14

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https://pje.tjmt.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22092517182664200000093057004
Em suma, o seguimento/renovação de tal vínculo contratual com a Prefeitura
de Campo Verde-MT (o qual remonta há anos30, ou seja, desde quando o Autor era proprietário
da metade do escritório) não fora comunicado formalmente ao Autor, sendo que este

tampouco recebeu a meação dos possíveis frutos dali oriundos que, s.m.j., lhe é de
direito, conforme especificado no capítulo antecedente.

5) – Do vínculo contratual com a Prefeitura de Nova


Ubiratã-MT:

Assim como ocorrido com a Prefeitura de Campo Verde-MT, o referenciado


escritório mantinha vínculo negocial com a Prefeitura de Nova Ubiratã-MT na época
em que o Autor figurava como sócio meeiro de tal sociedade, a exemplo do seguinte
extrato de contrato encontradiço no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do dia
17/06/2020, edição n. 27.773:

30
Desde 2014, precisamente.

15

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Após o escritório ter êxito (perante o Tribunal Superior Eleitoral) na demanda
referenciada acima, a qual impediu a(o) emancipação/desmembramento do distrito de
Boa Esperança do Norte em 2020, o que evitou, dentre outras coisas, que o Município
de Nova Ubiratã-MT perdesse território e, consequentemente, milhões de reais em
arrecadação, havia tratativas, inclusive com o novo Prefeito eleito31 (em novembro de
2020), do escritório seguir cuidando juridicamente da questão, a qual não estava

completamente resolvida, tendo em vista a miríade de ações e recursos que tentavam


emancipar referida localidade.

Nesse sentido está o incluso e-mail [doc. 11] encaminhado pelo primeiro
Demandado no dia 11/12/2020 a Procuradoria Jurídica de Nova Ubiratã onde
aquele, dentre outras coisas, afirma – verbis:

“Analisando detidamente o contrato (...).


Em assim sendo, considero necessário um aditivo contratual”.
(Destaquei)

Como se vê, pouco mais de um mês antes da saída de fato do Autor do


escritório já havia expectativa de renovação do vínculo negocial da sociedade com a
referida municipalidade, o que acabou se concretizando no mês de abril de 2021,
quando o Autor ainda sócio de direito da sociedade, conforme se denota da seguinte

31
“NENINHO DA NEVADA”, cujo nome é EDEGAR JOSE BERNARDI.

16

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https://pje.tjmt.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22092517182664200000093057004
publicação contida no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do dia 20/04/2021,
edição n. 27.98232:

Meses depois fora celebrado mais um contrato do escritório com o referido Ente
público, senão vejamos do Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do dia
02/08/2028, edição n. 28.05433:

Ambos os ajustes foram renovados, de acordo com o inferido do Diário Oficial


do Estado de Mato Grosso do dia 07/01/2022, edição n. 28.15934:

Em suma, o seguimento/renovação de tal vínculo contratual com a Prefeitura


de Nova Ubiratã não fora comunicado ao Autor, sendo que este tampouco fora

32
https://www.iomat.mt.gov.br/portal/visualizacoes/pdf/16295#/p:100/e:16295?find=cyrineu
33
https://www.iomat.mt.gov.br/portal/visualizacoes/pdf/16429#/p:131/e:16429?find=cyrineu
34
https://www.iomat.mt.gov.br/portal/visualizacoes/pdf/16646#/p:91/e:16646?find=cyrineu

17

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 17
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cientificado do prolongamento de tal vínculo, conforme era esperado, muito menos
recebeu a meação que, s.m.j., lhe é de direito, conforme explicitado alhures.

6) – Do vínculo contratual com o Consórcio


Integração:

Em relação ao contrato com o Consórcio Integração (CNPJ n. 34.176.630/0001-33),


empresa responsável por prestar consultoria a uma comissão parlamentar de
inquérito (CPI), que era tocado de forma conjunta pelos ex-sócios, o primeiro
Demandado, ao que tudo indica, achou por bem parar de repassar a meação a que o
Autor fazia jus mensalmente, mesmo este tendo laborado em tal contrato até meados
deste ano.

A última transferência da meação do Autor referente a tal contrato ocorreu no


dia 24/02/2022, às 09h20min, no valor de R$ 3.400,00, cuja transferência [doc. 12]
por parte do primeiro Demandado fora nominada “Referência Dezembro/2021”.

Com efeito, sobre tal contrato, uma possível mora para com o Autor refere-se
aos meses do primeiro semestre deste ano, período em que aquele trabalhou
normalmente no contrato, mas nada recebeu, a exceção da parcela da meação acima
discriminada que se refere ao pagamento pelos trabalhos feitos em dezembro de
2021.

A possível mora remanesceu mesmo diante de muitas cobranças, conforme se


observa das inclusas conversas de WhatsApp travadas com o advogado/assistente do
primeiro Demandado, o Sr. Devanir [doc. 17], e da seguinte troca de e-mails [doc. 19]
com o Sr. Rodrigo Cyrineu:

18

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Como se vê, mesmo diante de contínua recalcitrância na informação sobre o
adimplemento do referido consórcio, o Autor seguiu laborando em tal contrato, sendo
que em mais de uma ocasião o primeiro Demandado cobrou trabalho/participação do
Autor na execução do contrato em voga.

Em suma, referente ao contrato de que trata o presente capítulo, certo é que o


Autor não recebeu nada pelo trabalho desenvolvido nos meses do primeiro semestre
deste ano, a revelar a necessidade de esclarecimento se o escritório recebeu do
aludido consórcio no período, até porque, conforme citado, o serviço do Autor fora
prestado.

19

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 19
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De mais a mais, serve a oportunidade para esclarecer se tal contrato fora
prorrogado.

7) – Do vínculo contratual com o Diretório Estadual


do Partido Democrático Trabalhista (PDT/MT):

Em relação ao contrato de que trata esse capítulo, o Autor, embora não tenha
cópia de tal instrumento35, sabe que o vínculo do PDT-MT com o escritório era de
tempos, anos antes da saída daquele da referida sociedade.

Tal fato é corroborado pela inclusa “Relação das notas fiscais emitidas de
01.01.2020 a 31.01.2021” [doc. 05.1], onde se vislumbra pagamentos mensais do
partido ao escritório, inclusive no último mês (dezembro/2020) em que o Autor possui
documentação comprobatória das finanças do escritório.

Ademais disso, ao consultar o processo de prestação anual de contas de tal


partido a Justiça Eleitoral (TRE-MT) relativo ao exercício de 2021, Processo n. 0600413-
80.2022.6.11.0000 (PJe)36, constata-se que tal agremiação partidária continuou com o
contrato que mantinha há tempos com o escritório Demandado, senão veja-se dos
seguintes comprovantes de pagamento dali extraídos:

Ocorre que o Autor, desde a sua saída de fato, nunca fora cientificado da
existência/prorrogação de tal contrato, tampouco recebeu a meação dos possíveis
frutos dali advindos.

35
A bem da verdade, o Autor não tem cópia de nenhum dos contratos vigentes ao tempo de sua saída da
sociedade.
36
Processo público.

20

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8) – Do vínculo contratual com a Águas Cuiabá S/A
(concessionária de água e esgoto da Capital) –
empresa pertencente ao grupo Iguá Saneamento:

Tocante ao vínculo negocial de que trata esse capítulo, o Autor, embora não
tenha cópia dos contratos, sabe que a concessionária Águas mantinha vários
contratos simultâneos, com finalidades distintas, com o então escritório.

Isso pode ser constatado da inclusa “Relação das notas fiscais emitidas de
01.01.2020 a 31.01.2021” [doc. 05.1], onde se vislumbra que apenas no mês de
dezembro de 2020 houve quatro pagamentos distintos da concessionária ao
escritório, os quais ultrapassaram quatro dígitos em um único mês, ou seja, trataram
de pagamentos significativos.

Ao que tudo indica, ao menos parte de tais contratos foram


mantidos/renovados, tendo em vista que o primeiro Demandado figura/figurou como
advogado da Águas, a exemplo da recente matéria publicada no site G137 [doc. 13]
onde aquele aparece em uma foto, atuando como advogado, ao lado do Diretor-geral
da concessionária, o Sr. Willian Figueiredo, em depoimento a CPI da Câmara Municipal
de Cuiabá em audiência realizada no dia 18/04/2022.

Esse cenário é corroborado pelo incluso e-mail [doc. 14] encaminhado para o
Autor, o primeiro Demandado e outros no dia 07/08/2022 pelo Sr. Marcos Vinicius
Lopes Florentino, do grupo Iguá (controlador da concessionária Águas), onde é cobrado do
escritório a elaboração de sumários executivos de processos por ele tocados.

O e-mail do dia 28/07/2022 [doc. 15] reforça a tese de mantença de


contrato(s) do escritório com a referida concessionária, onde se é cobrada a
atualização de dados para que o escritório pudesse manter acesso ao sistema de
processos do grupo Iguá, qual seja, o Espaider.

Aqui, a exemplo dos contratos citados em capítulos pretéritos, o Autor, desde a


sua saída de fato, nunca fora cientificado da existência/prorrogação de tal(is)
possível(is) contrato(s), tampouco recebeu a meação dos possíveis frutos dali
advindos.

37
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2022/04/19/diretor-da-aguas-cuiaba-depoe-em-cpi-nesta-terca-
feira-para-esclarecer-problemas-em-obras-de-saneamento-e-na-qualidade-da-agua.ghtml

21

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 21
https://pje.tjmt.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22092517182664200000093057004
9) – Possível existência de outro(s) contrato(s):

A multicitada “Relação das notas fiscais emitidas de 01.01.2020 a 31.01.2021”


[docs. 05 e 05.1] denuncia, em especial tocante a descrição do mês de dezembro de

2020, a existência de outro(s) mais contrato(s) de caráter contínuo que o escritório


mantinha um pouco antes da saída de fato do Autor, notadamente com a empresa
Renca Agência de Comunicação LTDA-MT e o Sr. Roberto Angelo de Farias.

Tais contratos podem ter rendido frutos após a saída de fato do Autor do
escritório, se prorrogados/continuados foram, cuja meação é de direito do Autor.

Ocorre que, a exemplo dos outros contratos acima especificados cuja


existência/continuidade se especula na oportunidade fundada nos elementos probandi
que instruem esta exordial, o Autor, desde a sua saída de fato do escritório, nunca
fora cientificado da existência/prorrogação do(s) vínculo(s) contratual(is) de que trata
este capítulo, tampouco recebeu a meação de possíveis frutos dali advindos.

10) – Dos valores efetivamente recebidos pelo Autor


após a sua saída de fato da então sociedade – Dúvidas
a serem esclarecidas:

Conforme já explicitado em outras linhas, e aqui pecando pela tautologia, fato


é que após o desfazimento da referida sociedade, o Autor somente fez jus aos
seguintes pagamentos (os quais não incluem possíveis frutos dos contratos – e prováveis
prorrogações – destacados nos capítulos antecedentes, cuja existência apenas se especula na
ocasião):

i) relativos ao contrato do escritório com a Prefeitura de Campo Verde


tocado exclusivamente38 pelo Autor na maior parte de 2021, os quais
cessaram no final do mesmo ano em razão da rescisão unilateral
requerida ao Ente pelo primeiro Demandado;

ii) meação do contrato firmado com o Consórcio Integração, tendo esta


cessado no começo deste ano, sendo que o último pagamento do tipo se
refere aos serviços prestados em dezembro de 2021 [doc. 12]; e

38
Vide inciso II da Cláusula Segunda do doc. 04.

22

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 22
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iii) divisão dos honorários estipulados nos autos da ação n. 1016514-
12.2017.8.11.0041 (PJe) que tramitou perante a 4ª Vara Cível desta
Comarca, cuja meação fora transferida na conta do Autor em dezembro
de 2021.

Para além disso, reforça-se na ocasião o fato de que os Demandados nunca


cientificaram o Autor do recebimento de possíveis frutos oriundos dos demais
contratos existentes quando de sua partida. De igual forma, os Réus jamais
informaram o Autor sobre possível(is) prorrogação(ões) de algum dele(s) (vínculo
contratual).

Em suma, a responsabilidade do primeiro Réu consistente na “comunicação ao


sócio retirante de possível prorrogação de contrato/trabalho vigente à época da
dissolução para que este opte, ou não, por trabalhar no novel caso” [doc. 04] não fora
exercida até o momento, o que, aliada as provas ora carreadas, lançam dúvidas sobre
a continuidade/renovação de contrato(s) vigente(s) quando da saída do Autor do
escritório e, na mesma medida, sobre a retidão da divisão equalitária dos bens/frutos
da então muito próspera sociedade.

11) – Do Direto:

Sem maiores delongas, a pretensão em palco encontra guarida no art.


550 e seguintes do NCPC, além de centrada em normas de direito subjetivo incidentes
na espécie, notadamente os artigos 1.020 e 1.021 do CC/02.

Não por outra razão que em hipóteses como a presente, a jurisprudência


pátria reconhece o dever o (ex)sócio administrador [in casu o primeiro Demandado] em
prestar contas ao(s) outro(s) sócio(s) [in casu o Autor] de sua administração, senão
veja-se:

“O sócio-administrador, responsável por administrar a sociedade


empresária, tem o dever de prestar contas aos demais sócios, pois é
ele quem detém todas as informações relativas às movimentações
financeiras realizadas em sua gestão.” (TJMG- APELAÇÃO CÍVEL N.
1.0701.13.004375-8/001- Relator Des. Octavio Augusto De Nigris
Boccalini – DJ 09.03.2015).

23

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 23
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APELAÇAO - PRESTAÇÃO DE CONTAS - EX SÓCIO - POSSIBILIDADE -
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - MINORAÇAO POSSIBILIDADE No caso
em exame, indene de dúvida o interesse de agir dos autores, pois,
consoante disposto nos artigos 914 e seguintes do CPC, a ação de
prestação de contas compete a quem tem direito de exigi-la e contra
quem tem a obrigação de prestá-la (no caso, o sócio-administrador) É
direito dos sócios fiscalizar a administração da sociedade e, por
conseguinte, e dever do sócio administrador de prestar contas
pormenorizadas de sua administração. Não há falar em desídias dos
apelados e, sim, em dever de prestar contas. Ainda, pontuo que não
restou configurado que houve obstrução da parte insurgente no que
condiz ao acesso aos documentos da sociedade. Os honorários
advocatícios devem ser fixados em consonância com o disposto no
artigo 20, § 4º do CPC. (TJ-MG - AC: 10024121008031001 Belo
Horizonte, Relator: Rogério Medeiros, Data de Julgamento:
11/12/2014, Câmaras Cíveis / 13ª CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 19/12/2014).

O ex-sócio tem o direito de exigir contas da sociedade; no caso dos


autos, do sócio que se obrigou a liquidar a empresa. 3.1. A falta de
previsão no acordo firmado pelas partes e homologado em juízo de
necessidade ou prazo para prestação de contas não retira o direito do
ex-sócio de exigi-las. 4. Honorários majorados. Art. 85 , § 11º do CPC
. 5. Recurso conhecido e não provido. Sentença mantida. (TJ-DF
07150332420178070001 DF 0715033-24.2017.8.07.0001, Relator:
ROMULO DE ARAUJO MENDES, Data de Julgamento: 22/08/2018, 1ª
Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 03/09/2018 .
Pág.: Sem Página Cadastrada).

Ex-sócios de sociedade empresária têm o direito e a ação de exigir a


prestação das contas ao sócio remanescente e à sociedade empresária
pelo período em que compunham a sociedade, aliada à suspeita de
locupletamento. O prazo para prestar as contas é de quinze dias,
conforme a nova regra processual. (TJ-RS - AC: 70072248032 RS,
Relator: Carlos Cini Marchionatti, Data de Julgamento: 31/01/2017,
Vigésima Câmara Cível, Data de Publicação: 17/02/2017)”.

24

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 24
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O último julgado supratranscrito, oriundo do C. TJ-RS, aliado a inclusa
documentação, sintetiza e demonstra o interesse e a legitimidade do Autor para a
propositura da presente ação.

Ocorre que aqui o dever de prestar de contas deve incluir sobretudo o


período posterior a saída de direito do Autor do escritório, até a atualidade, tendo em
vista os indícios (supra demonstrados) de continuidade/renovação de contratos
existentes quando do rompimento da sociedade e do provável recebimento de
crédito(s) cuja meação é de direito do Autor.

É que, conforme explicitado acima, a exceção do descrito no capítulo


décimo desta exordial, o Autor, desde a sua saída de fato, nunca fora cientificado da
existência/prorrogação do(s) vínculo(s) contratual(is) outros, tampouco fora
informado do recebimento de créditos da então sociedade, notadamente os oriundos
de dívidas de campanha.

Logo, é de direito do Autor que os ora Demandados prestem contas das


finanças/gestão da então sociedade, isto a partir do período em o primeiro
Demandado assumiu a gestão do escritório [doc. 02], e caso existente saldo/meação
de Direito daquele que o respectivo valor lhe seja pago, de forma atualizada.

12) – Do valor da causa – impossibilidade de


atribuição de possível proveito econômico imediato:

A ação de exigir/prestar contas é cabível, como bem se sabe, quando


existente uma relação jurídica entre as partes, in casu pretérita sociedade advocatícia,
onde o(s) então sócio(s) pode(m) solicitar do gestor as contas dos seus atos
relacionados as finanças do negócio.

Logo, até mesmo porque impossível na primeira fase do rito especial de


exigir contas se determinar se há ou não valor econômico remanescente de direito do
Autor, deve ser atribuído o valor de alçada à causa.

A desnecessidade em se atribuir a este tipo de lide valor da causa


equivalente a um possível – e incerto – proveito econômico é justificada pelo fato da
presente ação ser constituída de fases díspares, sendo que na primeira etapa não se

25

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 25
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visa ganho econômico nenhum, pois a decisão final referir-se-á à obrigatoriedade do
Réu de prestar ou não as contas perquiridas.

De rigor, somente após essa decisão prosseguir-se-á à segunda fase,


onde o provimento judicial deverá apreciar o mérito das contas devidas,
estabelecendo-se, ou não, a obrigação de pagar determinada quantia e, em caso
positivo, iniciar-se-á a fase de execução.

Sobre o tema em comento, dispõe a jurisprudência pátria que:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS.


AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. VALOR DA CAUSA. ALÇADA.
POSSIBILIDADE. Em se tratando de ação de prestação de contas, onde
não se pode determinar de imediato o valor econômico buscado pela
parte autora, mostra-se correto atribuir o valor de alçada à causa.
AGRAVO DE INSTRUMETNO PROVIDO, DE PLANO. (Agravo de
Instrumento nº 70058823840, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do Rio Grande do Sul, Relator: Antônio Maria Rodrigues de
Freitas Iserhard, Julgado em 10/03/2014. Data de publicação:
02/04/2014) (realces nossos)”.

PRESTAÇÃO DE CONTAS. PRIMEIRA FASE. VALOR DA CAUSA. Pretende


a autora a prestação de contas acerca de depósitos em conta
poupança aberta em meados de 1988, cujos saldos não foram
localizados pelo banco réu. Decerto que, em se cuidando de primeira
fase de ação de prestação de contas, não há necessidade de
correspondência do valor da causa com o benefício patrimonial
perseguido. (Agravo de Instrumento nº 20436686520158260000,
Décima Quarta Câmara de Direito Privado, Tribunal de Justiça de São
Paulo. Data de publicação: 17/04/2015) (realces nossos)”.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA.


PRESTAÇÃO DE CONTAS. VALOR INESTIMÁVEL. Na ação de prestação
de contas, inicialmente, se busca apenas compelir o requerido a
discriminar receitas e despesas, consistindo o provimento em uma
obrigação de fazer, desprovida de conteúdo econômico. Somente na
segunda fase, caso reconhecida a obrigação de prestar contas, revela-
se a possibilidade de constatação de saldo credor e/ou devedor. Na
ação de prestação, em regra, não existem parâmetros para fixar o

26

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:28 Num. 96010323 - Pág. 26
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proveito econômico a ser obtido na demanda, pois, não se sabe, a
prior, sequer se haverá saldo em qualquer sentido. Sendo de valor
inestimável, deve ser mantido o valor atribuído pelo autor à causa.
(Agravo de Instrumento nº 2.0000.00.486916-9/000(1), Tribunal de
Justiça de Minas Gerais, Relatora: Heloisa Combat, Julgado em
24/02/2005. Data de publicação: 11/03/2005)”.

Com efeito, por estarmos tratando de lide constituída de fases distintas,


onde primeiramente se busca a explicitação das receitas, despesas e a correção na
divisão dos frutos pelo gestor da então sociedade, sem necessariamente haver a
abertura de uma segunda fase, ou seja, sem saber se haverá estipulação de saldo e,
por consequência, a execução de quantia certa, a atribuição a causa do valor de
alçada é cabível e razoável.

13) – Dos pedidos:

Diante do exposto, requer-se:

I- A citação dos Requeridos, primeiramente de forma eletrônica, através dos


e-mails especificados nas qualificações supra, ex vi do caput do art. 246 do
CPC, ou pelo correio, e assim sucessivamente, caso aquela modalidade
citatória se mostre infrutífera, para, querendo, prestarem as contas39
vindicadas nestes autos;

II- Contestado ou não o pedido, requer-se o julgamento da procedência da


presente ação condenando os Requeridos a prestarem as contas na forma
adequada (CPC, art. 551), no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de
validade das contas a serem apresentadas pelo próprio Requerente (CPC,
art. 550, § 6º);

III- Não contestado o pedido, aplicando-se a revelia (CPC, art. 344), requer-se
então o julgamento antecipado nos termos dos arts. 355 e 550, § 4º do
CPC;

39
“As contas devem vir acompanhadas dos documentos comprobatórios. Se houver a indicação de gastos, é
indispensável que sejam comprovados com os recibos ou notas fiscais correspondentes. Se aquele que prestar
contas não apresenta dessa maneira, o juiz considerará não prestadas.” (in GONÇALVES, Marcus Vinicius
Rios. Direito Processual Civil Esquematizado. 5ª ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2015, p. 857).

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IV- Prestadas (ou não) as contas, requer desde já o Autor o prazo de 15
(quinze) dias para, se for o caso, impugná-las, com o prosseguimento do
processo nos termos do § 2º do art. 550 do CPC;

V- Em suma, na primeira fase, requer-se a procedência do feito mediante o


reconhecimento da existência de relação jurídica existente entre as partes
litigantes e, de efeito, a prestação/análise das contas mediante a
observação das seguintes especificidades:

a) que as contas prestadas abarquem prioritariamente, de forma


mensal, os cinco anos anteriores a saída de direito do Autor da
então sociedade, incluindo aqui os extratos bancários do período,
livro caixa, relação de notas fiscais emitidas, bem ainda toda a
documentação contábil do escritório, etc.;

b) ante os vários indícios de continuidade/novação de contratos então


vigentes quando da saída do Autor da sobredita sociedade [vide
capítulos 4 à 9 desta exordial], não olvidado ainda da possibilidade de

recebimento de créditos de campanhas passadas, requer a extensão


da vindicada prestação de contas para abranger os meses seguintes
a saída do Autor, isto até os dias atuais, e/ou (ao menos) através da
juntada dos extratos bancários [da conta do escritório40] do período
atual e também da relação de notas fiscais emitidas para fins de
verificação de possível meação dos frutos dali oriundos; e

c) Ainda na fase primeva, a condenação no ônus sucumbencial,


notadamente no pagamento de honorários41 advocatícios.

VI - A depender da apresentação, ou não, das contas ora requeridas, bem


ainda pairando questionamento sobre a lisura das contas, pugna-se
posteriormente pela apuração de possível saldo [atualizado] de direito do Autor,
se houver, caso este não tenha sido alcançado/definido na etapa anterior,
constituindo em qualquer das hipóteses título executivo judicial de tal

40
O Autor sabe, até o momento, da existência da seguinte conta bancária: Agência 4042-8, Conta 162000-2, Banco do
Brasil.
41
“Entende a doutrina que a condenação em verbas de sucumbência nessa segunda fase depende da conduta das
partes, considerando-se que se não existir resistência do réu em apresentar as contas e tampouco divergência
quanto ao seu conteúdo, não devem ser fixados novos honorários advocatícios, independentemente de quem for
apontado como credor.” (in NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8ª ed.,
São Paulo, Editora JUSPODVM, 2016, p. 1556).

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montante em favor do Autor, aplicando para tanto o rito especificado no art.
550 e s/s do NCPC;

VII - Para fins do disposto nesta exordial, requer-se a produção de todos os


meios de prova em Direito admitidas, especialmente se remanescerem dúvidas
sobre a higidez das contas (prestadas ou não), através, por exemplo:

a) da quebra dos sigilos fiscais e bancários dos Demandados, se


necessário for;

b) da colheita dos depoimentos dos Senhores Roberto França Auad,


Fabio Paulino Garcia (Presidente do partido União Brasil, antigo DEM),
Otaviano Olavo Pivetta, Edegar José Bernardi (Prefeito de Nova
Ubiratã-MT), Osvaldo Pereira Braga (Procurador da Prefeitura de Nova
Ubiratã-MT), Andre Luiz Guimaraes Araujo (advogado da
Concessionária Águas de Cuiabá), Willian Figueiredo (Diretor da
Águas de Cuiabá), Jardel Ricardo Lima (responsável pelo Consórcio
Integração), etc; e

c) da certificação da hipótese dos Demandados terem


renunciado/perdoado os créditos referentes as campanhas “Mauro
Mendes Governador 2018” e “Roberto França Auad Prefeito Cuiabá
2020”.

VIII - A condenação dos Demandados ao pagamento de possível saldo de


direito do Autor, se existir, e, sobre estes, honorários42 advocatícios;

IX – Havendo tal crédito, o exercício de todas as medidas executivas


necessárias à recomposição de um possível prejuízo do Autor.

Requer-se provar o alegado por todos os meios de prova em Direito


admitidos, incluindo, e.g., pericial, testemunhal, documental, etc.

Por ora, atribui-se a presente causa o valor de alçada, qual seja, R$


1.212 (um mil duzentos e doze reais).

42
“Entende a doutrina que a condenação em verbas de sucumbência nessa segunda fase depende da conduta das
partes, considerando-se que se não existir resistência do réu em apresentar as contas e tampouco divergência
quanto ao seu conteúdo, não devem ser fixados novos honorários advocatícios, independentemente de quem for
apontado como credor.” (in NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8ª ed.,
São Paulo, Editora JUSPODVM, 2016, p. 1556).

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Na procedência do feito, confia-se!

Cuiabá-MT, 25 de setembro de 2022.

Adem ar José P aula da Silva


OAB/MT 16.068

30

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TABELA I – Transferências em benefício exclusivo a conta do
primeiro Demandado

- 19/10/2020: R$ 20.000,00

- 03/11/2020: R$ 6.000,00

- 16/11/2020: R$ 8.156,80

- 20/11/2020: R$ 50.000,00

- 21/11/2020: R$ 7.870,00

- 01/12/2020: R$ 16.000,00

- 08/12/2020: R$ 7.500,00

Assinado eletronicamente por: ADEMAR JOSE PAULA DA SILVA - 25/09/2022 17:18:29 Num. 96010324 - Pág. 1
https://pje.tjmt.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22092517182883400000093057005
TABELA II – Gatos alheios a atividade fim da sociedade realizados
com o cartão de débito do escritório

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