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Quinta a três tempos: o ritmo

das estações – Outono/Inverno

Protocolo experimental

1.º Ciclo do Ensino Básico

Estudo do Meio

Botânica | Fisiologia vegetal | Estações do ano | Solo | pH

A cerejeira é uma árvore de folha caduca da espécie Prunus avium que tem preferência por climas temperados.
Esta atividade – dividida em três “momentos” distintos: Outono/Inverno, Primavera e Verão – acompanha o ciclo
biológico da cerejeira e as suas principais alterações nas diferentes estações do ano. Neste primeiro “momento”
Outono/Inverno – altura do ano em que as cerejeiras precisam de alguns dos cuidados, tais como a poda e a
enxertia – este protocolo experimental explora as características do solo e a fisiologia vegetal desta planta.

Este recurso educativo foi desenvolvido no âmbito do projeto “Quinta experimental de ciência: cooperação e
inovação na produção agrícola local” – financiado pelo Programa PROMOVE | Regiões fronteiriças - Concurso
2019 – como documento de apoio às atividades dinamizadas na Quinta Ciência Viva das Cerejas e das Ideias -
Fundão.

 Aipo
 Folhas de cerejeira (ou de outra árvore de fruto)
 Vários tipos de raízes
 3 amostras de solo
 Álcool etílico
 Corante alimentar
 Bicarbonato de sódio
 Vinagre
 Água destilada
Materiais
 Papel de filtro para café
 2 colheres de sopa
 Faca
 Tesoura
 5 copos
 Lupa de mão
 Lupa de mão
 Almofariz

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ENQUADRAMENTO TEÓRICO

O solo é geralmente definido como a camada superior da crosta terrestre, formada por partículas minerais, matéria
orgânica, água, ar e organismos vivos. Sendo o principal componente do ecossistema terrestre, é no solo que as
plantas encontram suporte, água e nutrientes para o seu crescimento. No entanto, cada planta tem o seu solo ideal!
As plantas são constituídas por diferentes partes – raiz, caule, folha, flor, fruto e semente – e todas estas estruturas
suprimem as suas necessidades… através do solo.

QUESTIONAR

 Qual é o pH do solo: ácido, básico ou neutro?


 Que tipo de raiz têm as cerejeiras?
 Por onde circula a água dentro das plantas?
 Porque apresentam as folhas cores diferentes ao longo do ano?

EXPLORAR

Solo
1. Colocar a mesma quantidade de solo em 3 copos (A, B e C);
2. Adicionar água e mexer até obter uma espécie de lama;
3. No copo A, colocar 3 colheres de sopa de vinagre e misturar;
4. No copo B, colocar 3 colheres de sopa de bicarbonato de sódio e misturar;
5. Não adicionar nada ao copo C (controlo);
6. Aguardar aproximadamente uma hora e observar as alterações;
7. Anotar os resultados na tabela.

Vestígios de seres vivos Há efervescência?


Vegetais Animais Nada Vinagre Bicarbonato de sódio

Raiz
1. Observar cada uma das raízes e comparar com as figuras abaixo;
2. Classificar cada uma das raízes.

2
Raiz fasciculada Raiz aprumada Raiz tuberosa

Tem uma raiz principal Raiz espessa e alargada que


Não é possível distinguir a raiz
distinta das raízes desenvolve rebentos e raízes
principal das outras raízes.
secundárias. nas extremidades.

Caule
1. Colocar, de véspera, o aipo com uma das extremidades mergulhadas numa mistura de água com corante
alimentar;
2. Observar a base do talo de aipo e as respetivas folhas;
3. Cortar, transversalmente, um pedaço do talo de aipo e observa com a lupa de mão;
4. Desenhar o padrão observado, identificando o que representam os “pontos mais escuros”.

Folhas
1. Cortar as folhas de cerejeira para dentro do almofariz;
2. Adicionar um pouco de álcool e esmagar a mistura;
3. Adicionar mais álcool e continuar a esmagar até obter uma pasta de folhas;
4. Verter cuidadosamente o líquido para um copo;
5. Cortar uma tira de papel de filtro e colocá-la dentro do copo, de modo a que uma das extremidades fique
em contacto com o líquido;
6. Aguardar alguns minutos;
7. Desenhar o resultado e registar o número de cores observadas.

EXPLICAR

Solo
Existem solos mais ácidos e solos mais básicos, dependendo da sua composição (rochas), região onde está localizado,
decomposição de matéria orgânica e vegetação nativa. É importante saber se o solo é ácido ou básico antes de iniciar
a plantação de uma cerejeira. Só assim saber se é necessário adicionar algum composto para ajustar o pH ideal para
o fornecimento de nutrientes à planta, uma vez que o pH do solo influencia a solubilidade dos nutrientes. Por
exemplo, em solos muito ácidos, a solubilidade do cálcio, do magnésio e do fósforo é reduzida.
No caso de regiões com solos com presença de granito, este costuma ser ácido e regista-se efervescência quando
misturado com bicarbonato de sódio. Nesse tipo de solos, costuma ser necessário adicionar um pouco de calcário
(base) para aumentar o pH do solo, de modo a torná-lo mais adequado para a absorção dos nutrientes necessários
para as cerejeiras.

Raiz
A raiz é um órgão da planta que tem como principais funções a fixação ao solo e a absorção de água e nutrientes
presentes neste. Existem 3 tipos diferentes de raízes:

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• Raiz aprumada – apresenta uma raiz principal, com comprimento maior do que o das restantes, e ramificações ou
raízes secundárias. A raiz principal tem como função a fixação ao solo enquanto que as raízes secundárias têm a
função de absorver água e nutrientes.
• Raiz fasciculada – formada por um sistema de raízes fibrosas, caracterizado por uma massa de raízes
aproximadamente de igual diâmetro. Torna-se impossível distinguir a raiz principal das raízes secundárias.
• Raiz tuberosa – apresenta uma forma alargada e espessa com função de armazenar fibras e reservas nutricionais.

Caule
O caule, na maioria dos casos, cresce acima da terra. Nele encontram-se inseridas as folhas e as flores e este tem
como principais funções o suporte da planta e o transporte da água e nutrientes às suas partes superiores. Mas, como
é feito esse transporte? A água e os nutrientes são transportados pelos vasos condutores. A água com sais minerais
dissolvidos (seiva bruta) é transportada desde a raiz até às folhas pelo xilema. A solução de substâncias orgânicas
(seiva elaborada) é transportada desde as folhas até aos outros órgãos através do floema.

Folhas
Com o tempo, vão se formando algumas bandas coloridas no papel de filtro. Isto sucede porque ocorreu a separação
dos diferentes pigmentos vegetais presentes na solução de clorofila bruta (clorofila, carotenos e xantofilas). Esta
técnica designa-se por cromatografia em papel.
Os pigmentos dissolvem-se no álcool etílico e este ascende no papel de filtro, transportando-os. Os mais pesados são
os primeiros a depositarem-se e os mais leves deslocam-se até à extremidade oposta do papel.
O pigmento verde é a clorofila, as antocianinas são os pigmentos vermelhos e os carotenoides incluem os pigmentos
amarelos, laranja e vermelho alaranjado. A cor dos carotenoides é muitas vezes mascarada pela clorofila, mas no
Outono, bastam uns dias de frio, para que a clorofila se comece a degradar e o laranja e vermelho dos carotenoides
passem a dominar.

tipologia nível de ensino áreas disciplinares áreas temáticas duração

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