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Rafa Rafael Baute

ALBERTO CHISSANO, 1934 - 1994

BIO

Alberto Chissano. S/título, 1991. Madeira, 267 x 89 x 85cm. Col. UEM

Tendo alcançado reconhecimento internacional, o esculptor Alberto Chissano só


começa a esculpir com 29 anos.

Antes fora o percurso normal para a grande parte dos moçambicanos, filhos de
camponeses. Pastor enquanto criança, uma escolaridade quase inexistente e a ida, ainda
criança, para a cidade. Na cidade, criado ou cozinheiro. Depois o tentar a aventura nas
minas da África do Sul.

Onde a história de Alberto Chissano se começa a individualizar é no regresso da África


do Sul. Após a incorporação nas forças armadas portuguesas, acaba por se empregar
como servente numa associação artística, o "Núcleo de Arte". Aí entusiasma-se com o
que vê e, apoiado por alguns dos artistas mais experientes, começa a esculpir. A
primeira exposição individual surge em 1964. A partir daí, a carreira de Chissano não
irá parar mais.

Esculpindo normalmente a madeira, embora ocasionalmente também a pedra e o ferro,


Chissano tem uma obra que, no entender de Alessandro Zuccari, "não é fruto de uma
mentalidade empírica e artesanal, mas de uma capacidade criativa plenamente
consciente da técnica. Zuccari considera Chissano "um eloquente exemplo da dialética
entre as culturas africana e europeia".

É esta força, esta capacidade de 'dar vida' a troncos inertes, que está na base do
reconhecimento e dos inúmeros prémios que Chissano recebeu ao longo da sua vida.
Destacam-se o 1º Prémio de Escultura da Câmara Municipal de Lorenço Marques
(Maputo) em 1966 e os 1º e 2º Prémios de Escultura na antiga Jugoslávia, em 1981.

Chissano morre em 1994 em Moçambique.

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