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SUMÁRIO

Apresentação............................................................................................. 3
Inquérito Policial ........................................................................................ 4
Prisão em Flagrante.................................................................................... 41
Prisão Temporária ...................................................................................... 64
Prisão Preventiva........................................................................................ 71
Medidas Cautelares Diversas da Prisão.......................................................... 90
Fiança....................................................................................................... 98
APRESENTAÇÃO

Prezados alunos,
Eu sou o professor Carlos Alfama.

Atualmente, exerço o cargo de Delegado de Polícia no estado de São Paulo.


Também sou professor da Zero Um Concursos (curso on-line para concursos policiais).

Preparei para vocês esta apostila com questões comentadas de Direito


Processual Penal para ajudá-los no concurso da Polícia Civil do estado do Rio de
Janeiro (PCERJ).

Espero sinceramente que este material seja útil na sua preparação.

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para os concurseiros da área policial.

Grande abraço a todos.

Prof. Carlos Alfama (@profcarlosalfama)

Atualmente, o professor Carlos Alfama é


Delegado de Polícia na PCSP. Autor do livro
“Direito Processual Penal para Concursos”. Foi
aprovado em 1º lugar no último concurso para
Policial do Senado Federal (em 2012). Em 2019, foi
aprovado, dentro do número de vagas, em todas
as fases dos concursos para Delegado de Polícia
da PCSP e para Delegado de Polícia da PCGO. É
professor de Direito Penal e Direito Processual
Penal na Zero Um Concursos.
QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

INQUÉRITO POLICIAL

1. Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José

passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação

legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação

policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à

delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação

hipotética, julgue o item seguinte. O inquérito instaurado contra José é procedimento

de natureza administrativa, cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria

e da materialidade do delito.

2. O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado

pela autoridade policial, tem como destinatário imediato o Ministério Público, titular

único e exclusivo da ação penal.

3. Toda e qualquer infração penal é investigada através do inquérito policial.

4. No CPP, não há distinção entre prova e elemento informativo da investigação.

5. O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo,


entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada

exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação.

6. A recente jurisprudência do STJ, em homenagem ao princípio constitucional do

devido processo legal, firmou-se no sentido de que eventuais irregularidades

ocorridas na fase investigatória, mesmo diante da natureza inquisitiva do

inquérito policial, contaminam a ação penal dele oriunda.

7. O inquérito policial somente poderá ser avocado ou redistribuído, mediante

decisão fundamentada de superior hierárquico, por motivo de interesse público ou

por inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que

prejudique a eficácia da investigação.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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8. O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria

e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados

os direitos e as garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa

sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses

de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais

de que se acham investidos, em nosso País, os advogados, sem prejuízo da

possibilidade – sempre presente no Estado Democrático de Direito – do permanente

controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados, praticados pelos

membros daquela instituição.

9. O inquérito policial, na atual sistemática processual, é exclusivamente escrito,


nos termos dos artigos 9º e 405, § 1º, ambos do Código de Processo Penal.

10. Tanto o acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus

requerimentos ao delegado caracterizam a observância do direito ao contraditório

e à ampla defesa, obrigatórios na fase inquisitorial e durante a ação penal.

11. A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato
criminoso não ocorreu.

12. Uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não

poderá o defensor do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo

já documentado.

13. O inquérito policial é dispensável à propositura de ação penal, mas denúncia


desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria é denúncia sem justa

causa.

14. O desenvolvimento da investigação no IP deverá seguir, necessariamente,

todas as diligências previstas de forma taxativa no Código de Processo Penal, sob

pena de ofender o princípio do devido processo legal. Além disso, há uma sequência

preestabelecida de atos investigativos que devem ser realizados pela autoridade

policial.

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15. A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza de ordem, razão pela

qual não pode ser descumprida pela autoridade policial, ainda que, no entender

desta, seja descabida a investigação.

16. Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao

anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em

denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito.

17. Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser instaurado a

requerimento da vítima ou do MP.

18. O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de

requerimento da vítima denomina-se notitia criminis de cognição imediata.

19. Cabe ao promotor ou ao juiz, mediante requisição, determinar o indiciamento

de alguém pela autoridade policial.

20. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido

preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta

hipótese, a partir do dia em que o juízo houver expedido a ordem de prisão, ou no

prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

21. Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento

do inquérito policial, o juiz determinará a remessa de oficio ao tribunal de justiça

para que seja designado outro órgão de MP para oferecê-la.

22. O Tribunal está obrigado a acolher a manifestação de arquivamento de

investigação criminal formulada pelo Procurador-geral de Justiça, na hipótese de

competência originária.

23. Mesmo depois de ordenado pela autoridade judiciária, em caso de arquivamento

do inquérito por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá, se de

outras provas tiver notícia, proceder a novas pesquisas.

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24. Na visão do pretório excelso, a decisão que determina o arquivamento do

inquérito policial, a pedido do Ministério Público, quando o fato nele apurado for

considerado atípico, produz, mais que preclusão, coisa julgada material, impedindo

ulterior instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio, mesmo

com a existência de novas provas.

25. Há previsão de recurso de ofício em caso de arquivamento do inquérito policial

que verse sobre crime contra a economia popular ou contra a saúde pública

regrado pela Lei n. 1.521/51.

26. A jurisprudência dos tribunais superiores admite o arquivamento implícito,

quando o promotor de justiça deixa de denunciar réu indiciado em inquérito policial.

27. Segundo a doutrina, arquivamento indireto do inquérito policial é o fenômeno

de ordem processual que decorre de quando o titular da ação penal deixa de

incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa

manifestação desse procedimento, e o juiz recebe a denúncia sem remeter a questão

ao chefe institucional do Ministério Público.

28. Considere que a autoridade policial tenha instaurado inquérito para apurar a

prática de crime cuja punibilidade fora extinta pela decadência. Nessa situação,

ao tomar conhecimento da investigação, o acusado poderá se valer do habeas

corpus para impedir a continuação da investigação e obter o trancamento do

inquérito policial.

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GABARITO

1. C 15. C

2. E 16. C

3. E 17. E

4. E 18. E

5. C 19. E

6. E 20. E

7. C 21. E

8. C 22. C

9. E 23. C

10. E 24. C

11. E 25. C

12. E 26. E

13. C 27. E

14. E 28. C

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QUESTÕES COMENTADAS

1. Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José

passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com determinação

legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado em operação

policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido à

delegacia, onde foi instaurado inquérito policial. Tendo como referência essa situação

hipotética, julgue o item seguinte. O inquérito instaurado contra José é procedimento

de natureza administrativa, cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria

e da materialidade do delito.

Gabarito: certo.

O inquérito policial é um procedimento destinado a apurar a materialidade1 e a


autoria2 de uma infração penal por meio da realização de um conjunto de diligências

investigativas3, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.

1
Apurar a materialidade significa apurar se o fato investigado configura

crime e, caso configure, qual foi o crime praticado.

2
Apurar a autoria significa apurar quem praticou o crime e em quais

circunstâncias.

3
Diligências investigativas são as ações de investigação realizadas pela

autoridade policial para apuração da conduta investigada.

Exemplo: oitiva das testemunhas, perícias, etc.

Quanto à natureza do inquérito policial, é importante lembrar que se trata de

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO! Logo:

• não é processo. E não é processo porque não se estabelece; no inquérito

policial, a relação processual (partes e juiz imparcial). Além disso, no inquérito

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policial ainda não há o exercício da pretensão acusatória, em outras palavras,


ninguém é acusado da prática de delitos no curso do inquérito policial, tanto é
que o resultado das investigações não é a aplicação de uma sanção penal, mas
sim um relatório das ações de investigação realizadas.

• Não é judicial, pois não é conduzido por um juiz, mas por uma autoridade
policial.

2. O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado


pela autoridade policial, tem como destinatário imediato o Ministério Público, titular
único e exclusivo da ação penal.

Gabarito: errado.

Na sua prova, você não pode esquecer quem são os destinatários do inquérito policial.

• Destinatários imediatos: são os titulares da ação penal:

• o Ministério Público, titular exclusivo da ação penal pública (CF/88, art.


129, I); e

• o ofendido, titular da ação penal privada (CPP, art. 30).

• Destinatário mediato: o Poder Judiciário, que se utilizará dos elementos de


informação constantes do inquérito policial para auxiliar na formação de seu
convencimento sobre o mérito e para decidir sobre a decretação de medidas
cautelares.

3. Toda e qualquer infração penal é investigada através do inquérito policial.

Gabarito: errado.

As infrações de menor potencial ofensivo são investigadas por meio do termo


circunstanciado.

O termo circunstanciado, previsto na Lei nº 9.099/1995, é o método investigativo

destinado a apurar as infrações de menor potencial ofensivo (IMPO).

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RELEMBRANDO

Infrações de menor potencial ofensivo são:

• as contravenções penais; e

• os crimes cuja pena máxima não seja superior a 02 anos, cumulados ou não com

multa.

As infrações de menor potencial ofensivo são investigadas por meio do termo


circunstanciado, por ser um procedimento que garante maior celeridade
e simplicidade nas investigações. Em verdade, o termo circunstanciado é
extremamente simples, muito semelhante a um boletim de ocorrência, em que
se registram as informações sobre o delito prestadas pelos envolvidos (vítima,
testemunhas e investigado).

ATENÇÃO

O STJ entende que, nas infrações de menor potencial ofensivo, a autoridade policial
pode substituir o termo circunstanciado pelo inquérito policial quando a complexidade

ou as circunstâncias do caso assim recomendem (STJ, HC nº 26.988/SP).

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4. No CPP, não há distinção entre prova e elemento informativo da investigação.

Gabarito: errado.

No Direito Processual Penal, há uma distinção conceitual entre a terminologia

“prova” e a terminologia “elemento informativo”.

Essa diferença entre prova e elementos de informação é expressa no art. 155 do

Código de Processo Penal:

CPP, art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar
sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos
na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.

Da análise do dispositivo e da doutrina, podemos sintetizar a diferença existente no

seguinte quadro:

PROVAS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO

Em regra, são informações São informações sobre a


sobre a materialidade e a materialidade e a autoria
autoria produzidas na fase produzidas na fase de
judicial. investigação preliminar.

Assim, no inquérito policial, em regra, não há colheita de provas, mas sim de

elementos de informação.

Exceções são as provas cautelares, as provas não repetíveis e as provas antecipadas,

que são informações sobre o crime produzidas na fase investigatória, mas que

possuem natureza jurídica de “prova”.

As provas cautelares, as provas não repetíveis e as provas antecipadas serão estudadas

no material referente às PROVAS NO PROCESSSO PENAL. Nesse momento inicial,

apenas nos cabe entender as diferenças entre provas e elementos informativos.

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Em relação a essa distinção (entre provas e elementos informativos), outras diferenças

que podem ser apontadas são as seguintes:

PROVAS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO

Na produção das provas, é Não é assegurado o contraditório


assegurado o contraditório e a e ampla defesa na produção de
ampla defesa. elemento informativos.

A produção da prova se sujeita


ao princípio da identidade
Os elementos informativos não são
física do juiz (art. 399, §2º,
produzidos na presença do juiz,
CPP). As provas devem, via
mas sim na presença da autoridade
de regra, ser produzidas na
policial.
presença do juiz que vai proferir
a sentença.

Finalidades da produção dos


elementos informativos:
Finalidade da produção das
• auxiliar na formação da opinio
provas: formar a convicção do
delicti (opinião do MP acerca do
juiz da causa acerca do fato em
fato investigado);
julgamento.
• fundamentar a decretação de
medidas cautelares.

ATENÇÃO

Por ser um procedimento destinado a colher elementos informativos sobre o crime,

o inquérito policial é classificado como PROCEDIMENTO INFORMATIVO.

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5. O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo,

entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada
exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação.

Gabarito: certo.

Analisar qual é o valor probatório do inquérito policial é identificar a possibilidade de


o juiz fundamentar sua decisão com base nos elementos nele colhidos.

Nesse sentido, podemos dizer que o inquérito policial tem um VALOR PROBATÓRIO
RELATIVO.

Isso porque, isoladamente, os elementos informativos produzidos nos IP não


podem servir de fundamento para uma condenação. Ou seja, o juiz não pode
condenar alguém exclusivamente com base em elementos informativos.

Todavia, em conjunto com provas produzidas em contraditório judicial, os


elementos produzidos no IP podem, sim, influenciar na formação da convicção
do julgador (STF, HC 83.348).

CUIDADO!

Em relação à sentença absolutória (decisão judicial que absolve o réu), é certo que
o juiz pode concedê-la somente com base nos elementos do IP.

6. A recente jurisprudência do STJ, em homenagem ao princípio constitucional


do devido processo legal, firmou-se no sentido de que, em regra, eventuais
irregularidades ocorridas na fase investigatória, mesmo diante da natureza
inquisitiva do inquérito policial, contaminam a ação penal dele oriunda.

Gabarito: errado.

É recorrente em questões de concursos a questão sobre o efeito de eventuais

irregularidades ou vícios que porventura ocorram no transcorrer do inquérito policial.

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Em decorrência do caráter meramente informativo do inquérito policial, o


posicionamento pacificado dos tribunais superiores é no sentido de que, em regra, os
eventuais vícios ocorridos no inquérito policial não são hábeis a contaminar
a ação penal.

EXCEÇÕES! Haverá a extensão da nulidade à eventual ação


penal nos seguintes casos:

• se houver violações de garantias constitucionais e legais


expressas e o órgão ministerial, na formação da opinio
delicti, não consiguir afastar os elementos informativos
maculados para persecução penal em juízo. Exemplo:
situação em que todos os elementos informativos
do inquérito policial derivaram de uma interceptação
telefônica ilícita;

• se o advogado nomeado do investigado for impedido de


assisti-lo em seu interrogatório policial. Esse vício ensejará
nulidade absoluta do ato de interrogatório e dos atos dele
derivados, nos termos da Lei nº 13.245/2016.

7. O inquérito policial somente poderá ser avocado ou redistribuído, mediante


decisão fundamentada de superior hierárquico, por motivo de interesse público ou
por inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que
prejudique a eficácia da investigação.

Gabarito: certo.

LEI Nº 12.830/13. Art. 2º, §4º. O inquérito policial ou outro


procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado
ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses
de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da
corporação que prejudique a eficácia da investigação.

A avocação ou redistribuição de investigação criminal conduzida por delegado

de polícia por superior hierárquico somente pode ser feita mediante despacho

motivado em duas situações:

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• motivo de interesse público;

• inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da

corporação que prejudique a eficácia da investigação.

8. O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria

e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados

os direitos e as garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa

sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses

de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais

de que se acham investidos, em nosso País, os advogados, sem prejuízo da

possibilidade – sempre presente no Estado Democrático de Direito – do permanente

controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados, praticados pelos

membros daquela instituição.

Gabarito: certo.

No dia 14 de maio de 2015, o Plenário do STF, no julgamento do RE 593727 (recurso

esse que teve reconhecida a repercussão geral), confirmou seu entendimento de que
o Ministério Público tem atribuição para promover, por autoridade própria e por prazo

razoável, investigações de natureza penal.

REQUISITOS:

• Devem ser respeitados os direitos e garantias fundamentais dos investigados;

• A atuação do MP fica sob permanente controle jurisdicional;

• Devem ser respeitadas as hipóteses constitucionais de reserva de jurisdição;

• Devem ser respeitadas as prerrogativas garantidas aos advogados.

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• EXCEPCIONALIDADE! A investigação criminal não é atividade ordinária do

Ministério Público, somente podendo ser exercida em casos excepcionais, como

nos casos de procrastinação da investigação pelos órgãos policiais, crimes de

abuso de autoridade, crimes contra a Administração Pública e crimes praticados

por policiais.

Vale lembrar ainda a Súmula nº 234, STJ: “A participação de membro do MP na


fase investigatória não acarreta o seu impedimento ou suspeição para oferecimento
da denúncia”.

O principal fundamento da investigação pelo Ministério Público é a TEORIA DOS


PODERES IMPLÍCITOS.

Segundo essa teoria, a expressa outorga ao Ministério Público da competência para


promover a ação penal pública pressupõe que se reconheça, ainda que por implicitude,
a titularidade de meios destinados colheita de informações sobre a infração penal,
conferindo-se, com isso, efetividade aos fins constitucionalmente reconhecidos órgão.

ATENÇÃO

Apesar de o MP poder investigar crime, jamais pode presidir inquéritos policias.

A investigação pelo MP é feita por meio de procedimento próprio, qual seja o PIC –

Procedimento Investigatório Criminal.

9. O inquérito policial, na atual sistemática processual, é exclusivamente escrito,

nos termos dos artigos 9º e 405, § 1º, ambos do Código de Processo Penal.

Gabarito: errado.

De nada serviria um inquérito policial oral, visto que sua finalidade é subsidiar uma

ação penal.

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Nesse sentido, o art. 9º do CPP determina que

todas as peças do Inquérito policial serão, num só processado,


reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.

Do dispositivo se extrai a informação de que todas as diligências investigativas

devem ser registradas por escrito, para que seja possível levar as informações

apuradas aos responsáveis pela persecução penal.

Apesar do que determina o art. 9º do CPP, é possível a utilização de recursos

audiovisuais para a gravação de diligências investigativas realizadas no curso do

inquérito policial.

Aliás, não é somente possível, como é recomendável que a autoridade policial o faça

quando for possível, por força de determinação expressa do CPP:

Art. 405, §1º, CPP. Sempre que possível, o registro dos depoimentos
do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos
meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital
ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior
fidelidade das informações (alterado pela Lei nº 11.719/2008).

Apesar de o supracitado dispositivo legal estar previsto no Título do Código de Processo

Penal que trata dos processos judiciais em espécies, ele se aplica também à fase de

investigação preliminar, tanto é que utilizou os termos “investigado e indiciado”.

Assim, verifica-se que o inquérito policial não é um procedimento exclusivamente

escrito, pois é possível o registro de suas diligências também de outra forma além

da forma escrita.

10. Tanto o acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus

requerimentos ao delegado caracterizam a observância do direito ao contraditório

e à ampla defesa, obrigatórios na fase inquisitorial e durante a ação penal.

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Gabarito: errado.

Prevalece o entendimento de que não há necessidade de observância do contraditório


e da ampla defesa no inquérito policial.

Ademais, em razão da inquisitoriedade do IP, não é obrigatória a atuação de advogado


na defesa do investigado.

O único inquérito em que é assegurado o contraditório é o instaurado pela polícia


federal, a pedido do Ministro da Justiça, visando à expulsão de estrangeiro (Decreto
nº 86.715/1981).

ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE INQUISITIVA (LEI Nº 13.245/2016)

A Lei n º 13.245/216 alterou o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados


do Brasil (Lei nº 8.906/1994) e inclui nele vários direitos aos advogados na fase
inquisitiva:

• Direito de examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital (art. 7º,
XIV da Lei nº 8.906/1994).

• Direito de assistir a seus clientes durante investigação, sob pena de nulidade


absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de
todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados
(art. 7º, XXI da Lei nº 8.906/1994).

• Direito de apresentar razões e quesitos (art. 7º, XXI, ‘a’ da Lei nº 8.906/1994).

Apesar de haver doutrina entendendo que, com essa alteração, passou a ser
assegurado o contraditório e a ampla defesa no inquérito policial, não é essa a
posição que prevalece.

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O entendimento que deve ser levado para provas de concurso é no sentido de que

o inquérito policial continua sendo inquisitivo, ou seja, que continua não sendo

assegurado o contraditório e a ampla defesa no inquérito policial.

Não obstante, o fato de não ser assegurado o contraditório e a ampla defesa não afasta

o plexo de direitos a que faz jus o investigado e seu advogado na fase inquisitória

(direito ao silêncio, direito de acesso aos autos, etc).

Reforça esse entendimento o fato de que o advogado já tinha outros direitos

assegurados em sua atuação na fase inquisitiva, dentre eles:

• direito de ingressar livremente as salas e dependências de audiências, secretarias,

cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de

delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente

da presença de seus titulares;

• direito de permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados

no item anterior, independentemente de licença;

• direito de reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal

ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou


regimento;

11. A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato
criminoso não ocorreu.

Gabarito: errado.

A indisponibilidade do inquérito policial é figura repetida nas questões de concurso

público sobre o tema! Importantíssimo saber que o inquérito é um PROCEDIMENTO

INDISPONÍVEL!

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Isso significa que, não obstante a discricionariedade na realização de diligências,

depois de instaurado, a autoridade policial não pode mandar arquivar os

autos do Inquérito policial (art. 17 do CPP), nem mesmo requerer o arquivamento

ao juiz, já que o titular da ação penal é o Ministério Público.

A única conclusão possível do inquérito policial é o relatório previsto no art. 10, § 1°,

do CPP:

A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e


enviará autos ao juiz competente.

12. Uma das características do inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não

poderá o defensor do indiciado ter acesso aos autos, ainda que em relação àquilo

já documentado.

Gabarito: errado.

De fato, o inquérito policial é um procedimento sigiloso.

Isso porque o Código de Processo Penal dispõe:

Art. 20, CPP. A autoridade assegurará no Inquérito policial o sigilo


necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Esse dispositivo constitui uma limitação ao direito de obter informações de órgãos

públicos, assegurado no art. 5°, XXXIII, da CF/88, e tem como finalidade garantir a

eficácia do inquérito policial e garantir a intimidade do investigado.

Pode-se dizer ainda que o sigilo do inquérito policial consubstancia uma exceção à

regra que vige no Direito Processual Penal no que diz respeito à publicidade dos

atos processuais (CF/88, art. 5º, LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos

atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem).

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

Não obstante o sigilo do inquérito policial, é possível, em hipóteses excepcionais,

que seja dada publicidade a alguma diligência desse procedimento, desde que haja

interesse público e que a divulgação não resulte em prejuízo para as investigações.

Exemplo: divulgação de retrato falado para localização de


investigado.

No entanto, o sigilo do inquérito policial não se aplica a três pessoas:

• ao Ministério Público;

• ao Juiz da causa; e

• ao advogado do investigado (representando o interesse do próprio

investigado).

Em relação ao advogado do defensor, era tão comum que lhes fossem negados o

acesso aos autos do inquérito policial que o Supremo Tribunal Federal editou uma

Súmula Vinculante:

SÚMULA

Súmula Vinculante n° 14: É direito do defensor, no interesse do representado,

ter amplo acesso aos elementos de prova que, já documentados em procedimento

investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam

respeito ao exercício do direito de defesa.

A pergunta mais comum sobre o acesso do advogado é a seguinte:

CONSIDERANDO QUE O SIGILO NÃO PODE


SER OPOSTO AO DEFENSOR, COMO A AUTORIDADE POLICIAL
FARÁ PARA GARANTIR A EFICÁCIA DE DILIGÊNCIAS
QUE DEPENDEM DO SIGILO PARA SEU ÊXITO?

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

No caso de uma decretação judicial de interceptação das comunicações telefônicas,

por exemplo, o conhecimento pelo advogado dessa decisão certamente impediria

o sucesso das investigações, já que o investigado jamais revelaria em uma conversa

telefônica qualquer informação sobre o esquema criminoso em que está envolvido

sabendo que suas ligações estão sendo captadas.

Nesse sentido, pensando em munir a autoridade policial de meios legítimos para evitar

o conhecimento pelo indiciado e seu defensor de procedimentos ainda em trâmite,

percebam que a súmula apenas garantiu acesso do defensor às informações

já introduzidas nos autos do inquérito, não abrangendo, portanto, as diligências

investigativas ainda em curso (STF: HC 82.354).

No caso da interceptação telefônica, por exemplo, o advogado apenas tem acesso

a essa diligência após o fim do procedimento, com a juntada da transcrição das

conversas captadas na interceptação telefônica aos autos.

13. O inquérito policial é dispensável à propositura de ação penal, mas denúncia

desacompanhada de um mínimo de prova do fato e da autoria é denúncia sem justa

causa.

Gabarito: certo.

A dispensabilidade do inquérito policial é uma das questões mais cobradas em

concursos públicos sobre o tema. Por isso é importantíssimo saber:

CUIDADO!

O inquérito policial é um procedimento DISPENSÁVEL! Isso significa que o titular da


ação penal pode propô-la independentemente da instauração de inquérito
policial, desde que conte com elementos de informação suficientes para um
lastro probatório mínimo.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

• FUNDAMENTO LEGAL: Art. 39. § 5º  O órgão do Ministério Público dispensará

o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem

a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de

quinze dias.

A ação penal proposta sem um mínimo de elementos de informação que apontem

para a fidedignidade da acusação proposta em juízo constitui ação penal sem justa

causa.

14. O desenvolvimento da investigação no IP deverá seguir, necessariamente,


todas as diligências previstas de forma taxativa no Código de Processo Penal, sob
pena de ofender o princípio do devido processo legal. Além disso, há uma sequência
preestabelecida de atos investigativos que devem ser realizados pela autoridade
policial.

Gabarito: errado.

O inquérito policial é um procedimento administrativo pautado pela


DISCRICIONARIEDADE! Isso significa que, em regra, a autoridade policial pode
proceder às diligências investigativas que julgar convenientes no momento que
achar mais oportuno para a investigação da infração penal, obedecendo sempre os
requisitos legais de cada caso.

A autoridade policial pode, por exemplo, optar por fazer a reprodução simulada dos
fatos (reconstituição do crime) ou deixar de fazer, por considerar irrelevante para a
apuração da infração penal.

Em razão da discricionariedade do IP, o delegado não é obrigado a seguir uma


sequencia preestabelecida de atos no seu desenvolvimento. Assim, diferente
do que ocorre no procedimento judicial, o interrogatório do investigado não

necessariamente será a última diligência do procedimento.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

Ainda como decorrência da discricionariedade do inquérito policial, o CPP assim

dispõe:

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão


requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade.

Segundo o dispositivo, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado podem

requerer a realização de ações de investigação à autoridade que conduz o inquérito

policial, mas cabe a essa última avaliar se a diligência requerida pode ou não auxiliar

no esclarecimento do fato investigado.

Caso a autoridade policial entenda que se trata de diligência meramente protelatória,

poderá indeferir o requerimento.

15. A requisição do MP para instauração do IP tem a natureza de ordem, razão pela

qual não pode ser descumprida pela autoridade policial, ainda que, no entender

desta, seja descabida a investigação.

Gabarito: certo.

É função institucional do MP requisitar diligências investigativas (art. 129, VIII).

Assim, diante da requisição do órgão ministerial, a autoridade policial é obrigada

a realizar a diligência, salvo quando manifestamente ilegal.

ATENÇÃO

Não há hierarquia entre Delegado de Polícia e membro do MP. A obrigatoriedade

de atendimento à requisição se dá por força da previsão constitucional de que essa

atividade (requisitar diligências e a instauração do inquérito policial) é atribuição do

Ministério Público.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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16. Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao

anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em

denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito.

Gabarito: certo.

A questão que repetidamente cai em provas de concursos sobre esse tema é o

efeito da notícia anônima, também denominada de DELATIO CRIMINIS

INQUALIFICADA. O tema já foi pacificado na jurisprudência.

Diante da vedação ao anonimato na Constituição Federal e diante da impossibilidade

de responsabilização do falso delator na notícia anônima, entende-se que não é

possível a instauração do Inquérito policial com base, exclusivamente, em

uma delatio criminis inqualificada!

Todavia, isso não significa que a notícia anônima não seja admitida no ordenamento

jurídico brasileiro.

A notícia anônima é, sim, admitida em nosso ordenamento jurídico. Diante

de uma notícia anônima (delatio criminis inqualificada), a autoridade policial deve

verificar a procedência das informações por meio de diligências cabíveis, e, caso

seja constatada a veracidade da notícia, é perfeitamente possível a instauração do

inquérito policial!

EXCEÇÃO: será possível a instauração de inquérito policial


unicamente com base em notícia anônima quando ela
for recebida por meio de um documento apócrifo que
constituir o próprio corpo de delito (STF, Inq 1957/
PR).

Exemplo: declaração particular ideologicamente falsa sem


assinatura do declarante.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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17. Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser instaurado a

requerimento da vítima ou do MP.

Gabarito: errado.

Nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial não pode instaurar o inquérito

mediante requerimento do MP. Também não pode instaurá-lo de ofício ao tomar

conhecimento da prática de infração penal.

Isso porque, conforme preceitua o art. 5°, § 5o, do CPP, “nos crimes de ação privada,
a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento

de quem tenha qualidade para intentá-la”.

18. O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de

requerimento da vítima denomina-se notitia criminis de cognição imediata.

Gabarito: errado.

Notitia Criminis é a notícia do crime. Trata-se do conhecimento, espontâneo ou

provocado, pela autoridade, da prática de um delito.

As espécies de Notitia Criminis são as seguintes:

Notitia Criminis de cognição imediata (espontânea ou direta)

Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso por meio

de suas atividades rotineiras.

Notitia Criminis de cognição mediata (provocada ou indireta)

Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da prática da infração penal


por meio de um documento escrito.

Exemplo: requisição do MP.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Notitia Criminis de cognição coercitiva

Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da infração penal por meio
da apresentação de pessoa presa em flagrante.

RELEMBRANDO

IMPORTANTE REVISAR: conforme já estudamos, quando há uma delatio criminis


inqualificada, só se instaurará o inquérito se verificada, por meio de diligências
policiais preliminares, a veracidade das informações. Em razão disso, a delatio
criminis inqualificada é considerada pela maior parte da doutrina como
Notitia Criminis de Cognição Imediata!

19. Cabe ao promotor ou ao juiz, mediante requisição, determinar o indiciamento


de alguém pela autoridade policial.

Gabarito: errado.

Indiciamento é um ato privativo da autoridade policial que consiste em atribuir a


autoria da infração penal a determinada pessoa!

Sendo ato privativo do Delegado de Polícia, não é possível ao Ministério Público ou ao

juiz requisitarem o indiciamento à autoridade policial (Informativo nº 552, STJ).

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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OUTRAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA REVISÃO:


• ATO VINCULADO: prevalece o entendimento de que o indiciamento é ato
vinculado, ou seja, a autoridade policial, ao se convencer da autoria do crime
por determinada pessoa, deve indiciá-la.

• REQUISITOS DO INDICIAMENTO (Lei nº 12.830/213, art. 2º, § 6º):


• Deve ser um ato formal;
• Deve ser fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato;
• Deve indicar a materialidade, autoria e as circunstâncias da infração
penal.

• MOMENTO: o indiciamento pode ser feito durante toda a investigação (desde a


peça inaugural até o relatório final da autoridade policial).
Importante! O indiciamento formal após o recebimento da denúncia gera
constrangimento ilegal (STJ, 6ª Turma, HC 182.455 SP).

• ESPÉCIES: a doutrina classifica o indiciamento em duas espécies:


• indiciamento direto: ocorre quando o indiciamento é feito na presença do
investigado; é a regra.
• indiciamento indireto: ocorre quando o indiciamento não é feito na presença
do investigado. Pode ser feito quando o investigado não é encontrado ou quando

é intimado e não comparece.

20. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido


preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que o juízo houver expedido a ordem de prisão, ou no
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

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Gabarito: errado.

O Código de Processo Penal determina que o inquérito policial deve terminar no

prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver

preso preventivamente, contado o prazo, nessa hipótese, a partir do dia em

que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver

solto, mediante fiança ou sem ela.

O erro da questão está na parte que fala “contado o prazo, nesSa hipótese, a partir

do dia em que o juízo houver expedido a ordem de prisão”.

Na verdade, em caso de indiciado preso, o prazo é contado da data em que executar

a ordem de prisão.

É Importante observar, para revisão, que pode ser prorrogado o prazo do inquérito

policial no caso de investigado solto!

Sintetizando as informações mais importantes sobre o prazo do IP:

PRAZOS DO INQUÉRITO POLICIAL NO CPP

INDICIADO PRESO (PRISÃO


INDICIADO SOLTO
EMFLAGRANTE OU PREVENTIVA)

10 dias 30 dias

Contados da data em que se executar Contados da data do ato inaugural do


a ordem de prisão. inquérito policial.

Não há previsão legal para prorrogação


do inquérito policial. O I.P. pode ser prorrogado pelo
O mero descumprimento do prazo não prazo assinalado pelo juiz nos
enseja revogação da prisão, no entanto casos em que a complexidade
o excesso desarrazoado do prazo da investigação ou o número de
pode sim ensejar revogação da prisão investigados exigirem.
preventiva (STJ, 6ª T., HC 44.604/RN).

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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ATENÇÃO

Esses são os prazos gerais, que se aplicam caso não haja previsão diversa em lei

específica.

Além dos prazos previstos no CPP, há prazos diferenciados previstos em leis especiais,

situações em que deixa de valer o prazo geral previsto no CPP e passam a ser

aplicados os prazos especiais. A conclusão deriva do princípio da especialidade,

utilizado para resolver o conflito aparente de leis, segundo o qual a norma especial
afasta a aplicação da norma geral (lex especialis derrogat lex generalis).

Os prazos especiais do inquérito policial são os seguintes:

PRAZOS ESPECIAIS DO INQUÉRITO POLICIAL

INDICIADO PRESO INDICIADO SOLTO

30 dias (como a Lei nº


CRIMES FEDERAIS 15 dias prorrogáveis por
5.010/1996 não dispõe,
(Lei nº até mais 15 dias (art.
aplica-se o prazo do CPP,
5.010/1996) 66).
cabendo ampliação).

30 dias (duplicável, 90 dias (duplicável, ouvido o


Lei de Drogas
ouvido o MP). MP).

Código de Processo 40 dias, prorrogável por mais


Penal Militar 20 dias 20 pela autoridade militar
(art. 20) superior.

Crimes contra a
Economia Popular 10 dias, preso ou solto.
(Lei nº 1.521/51)

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21. Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento


do inquérito policial, o juiz determinará a remessa de oficio ao tribunal de justiça
para que seja designado outro órgão de MP para oferecê-la.

Gabarito: errado.

Conforme vimos, a autoridade policial não pode arquivar o inquérito policial, pois o
arquivamento do inquérito policial é uma decisão judicial, sempre a pedido
do titular da ação penal.

Não há dúvida de que, se o juiz concordar com o pedido de arquivamento, o inquérito


será arquivado.

Todavia, se o juiz não concordar com o pedido de arquivamento do inquérito policial,


feito pelo Ministério Público, deverá remetê-lo ao Procurador-Geral para que este:

• ofereça denúncia;

• designe outro órgão do MP para oferecer a denúncia;

• insista no arquivamento (só então o juiz estará vinculado a arquivar o I.P.).

Isso é exatamente o conteúdo do art. 28 do CPP, que consagra o princípio da


devolução. PRINCÍPIO DA DEVOLUÇÃO: a remessa da promoção de arquivamento
ao Procurador-Geral é denominada de “princípio da devolução”. Para simplificar o

entendimento do procedimento, segue o mapa mental:

PROCEDIMENTO DE ARQUIVMANETO DO IP (ART. 28, CPP)

Juiz concorda ARQUIVA!


MP pede
arquivamento
Juiz discorda

PGJ

Oferece Designa outro Insiste no


denúncia órgão do MP arquivamento

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Apesar de não haver previsão legal, a doutrina entende que o Procurador-Geral de


Justiça pode também requisitar diligências imprescindíveis.

22. O Tribunal está obrigado a acolher a manifestação de arquivamento de


investigação criminal formulada pelo Procurador-geral de Justiça, na hipótese de
competência originária.

Gabarito: certo.

O art. 28 do CPP (que determina que o juiz remeta o pedido de arquivamento do IP


ao PGJ quando discordar das razões invocadas) não se aplica em dois casos:

• no caso de requerimento de arquivamento do IP nas hipóteses de atribuição


originária do PGR ou do PGJ, é inviável a aplicação do procedimento do art.
28 do CPP. A decisão de arquivamento nessa hipótese pode ser administrativa,
pois, se remetida ao Poder Judiciário, este será obrigado a arquivar o inquérito
policial (STF, Inq. 2054).

• no caso de requerimento de arquivamento do IP nas hipóteses de atribuição


de membro do MPF que atua perante o STJ, não se aplica o art. 28 do
CPP, pois a jurisprudência do STJ é no sentido de que os membros do MPF
atuam por delegação do Procurador-Geral da República na instância especial
(Informativo nº 558, STJ).

23. Mesmo depois de ordenado pela autoridade judiciária, em caso de arquivamento


do inquérito por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá, se de
outras provas tiver notícia, proceder a novas pesquisas.

Gabarito: certo.

Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por


falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia (CPP, art. 18).

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24. Na visão do pretório excelso, a decisão que determina o arquivamento do

inquérito policial, a pedido do Ministério Público, quando o fato nele apurado for

considerado atípico, produz, mais que preclusão, coisa julgada material, impedindo

ulterior instauração de processo que tenha por objeto o mesmo episódio, mesmo

com a existência de novas provas.

Gabarito: certo.

Sobre a coisa julgada na decisão de arquivamento do inquérito policial, é importante


lembrar do seguinte:

Coisa julgada é a imutabilidade das decisões judiciais. Por questões de


segurança jurídica, uma vez que uma decisão judicial é proferida, após o
fim do prazo para recurso (se couber), essa decisão se torna imodificável.

O arquivamento do inquérito policial, que é uma decisão judicial, pode ter diversos
fundamentos; a depender desse fundamento, gerará coisa julgada formal e material
ou apenas coisa julgada formal.

• A COISA JULGADA FORMAL torna imutável a decisão somente no mesmo


processo em se insere, sendo possível que nova decisão sobre os mesmos fatos
se sobrevierem novos fatos. Trata-se de um fenômeno endoprocessual.

Quando a decisão de arquivamento do inquérito policial gerar apenas coisa julgada


formal, serão possíveis novas investigações, se surgirem notícias de novas provas.

• A COISA JULGADA MATERIAL é a imutabilidade da decisão dentro e fora do


processo em que se insere. Pressupõe a coisa julgada formal, ou seja, sempre
que a decisão gerar coisa julgada material, irá gerar também coisa julgada
formal.

Quando a decisão de arquivamento do inquérito policial gerar coisa julgada material,


isso significa que a autoridade não poderá sequer investigar mais o mesmo
fato delituoso, sob pena de ofensa ao princípio do ne bis in idem! Ocorre quando

houver decisão sobre o mérito da causa.

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FUNDAMENTO DO GERA COISA JULGADA


PREVISÃO LEGAL
ARQUIVAMENTO MATERIAL?

Depois de ordenado
o arquivamento
do inquérito pela
autoridade judiciária,
por falta de base
FALTA DE BASE PARA Não gera coisa julgada material,
para a denúncia, a
A DENÚNCIA mas apenas coisa julgada formal
autoridade policial
poderá proceder a
novas pesquisas, se
de outras provas tiver
notícia (CPP, art. 18).

AUSÊNCIA DE
CONDIÇÃO DA AÇÃO Não gera coisa julgada material,
Não há.
(arquivamento mas apenas coisa julgada formal.
provisório do IP)

GERA COISA JULGADA FORMAL E


MATERIAL!
MANIFESTA
ATIPICIDADE DA Obs.: gera coisa julgada material Não há.
CONDUTA ainda que tenha sido tomada por juiz
absolutamente incompetente (STJ, HC
173.397/RS e STF, HC 83.346/SP).

DIVERGÊNCIA NOS TRIBUNAIS


SUPERIORES
STJ: GERA COISA JULGADA
MANIFESTA FORMAL E MATERIAL (STJ, REsp
EXCLUDENTE DE 791.471/RJ)! Não há.
ILICITUDE STF: GERA APENAS COISA
JULGADA FORMAL (Informativo nº
538, Informativo nº 796, Pleno do STF
no HC 87.395/PR).

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MANIFESTA
EXCLUDENTE DE
GERA COISA JULGADA FORMAL E
CULPABILIDADE, Não há.
MATERIAL!
SALVO
INIMPUTABILIDADE

GERA COISA JULGADA FORMAL E


MANIFESTA MATERIAL!
EXCLUDENTE DE Exceção: se for fundamentada em Não há.
PUNIBILIDADE documento falso não gera coisa julgada
material (STF, HC 84.525).

25. Há previsão de recurso de ofício em caso de arquivamento do inquérito policial

que verse sobre crime contra a economia popular ou contra a saúde pública

regrado pela Lei n. 1.521/51.

Gabarito: certo.

A decisão de arquivamento, em regra, é irrecorrível!

Além disso, não é possível ação penal privada subsidiária da pública em face da
decisão de arquivamento, pois não há inércia do Ministério Público nessa situação.

Há, no entanto, EXCEÇÕES em que cabe recurso contra a decisão de

arquivamento do inquérito policial:

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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HIPÓTESE
RECURSO CABÍVEL PREVISÃO LEGAL
EXCEPCIONAL

Lei de Crimes Contra a


Recurso de ofício Lei nº 1.521/1951
Economia Popular
(art. 7º)

Contravenções penais
do Jogo do Bicho e de Recurso em Sentido
Lei nº 1.508/1951
corrida de cavalo fora Estrito.
do hipódromo.

Trata-se de erro de
procedimento para o
Arquivamento de ofício
Correição parcial. qual não há recurso
pelo juiz.
específico previsto em
lei.

Casos de atribuição
Recurso ao Colégio
originária do Lei nº 8.625/1993
de Procuradores de
Procurador-Geral de (art.12).
Justiça.
Justiça.

26. A jurisprudência dos tribunais superiores admite o arquivamento implícito,

quando o promotor de justiça deixa de denunciar réu indiciado em inquérito policial.

Gabarito: errado.

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O arquivamento implícito ocorre quando, havendo mais de um investigado ou mais

de um crime sendo apurado no inquérito policial, o Ministério Público deixa de incluir

um ou outro na denúncia bem como deixa de requerer o arquivamento em relação

a um ou a outro e o juiz recebe a denúncia sem se manifestar sobre a omissão do

parquet.

ESPÉCIES DE ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO:

• ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO OBJETIVO: ocorre quando, havendo mais de


um crime sendo apurado no inquérito policial, o Ministério Público deixa de
requerer o arquivamento em relação a um ou a outro e o juiz recebe a denúncia
sem se manifestar sobre a omissão do parquet.

• ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO SUBJETIVO: o arquivamento implícito ocorre


quando, havendo mais de um investigado sendo investigado no inquérito
policial, o Ministério Público deixa de incluir um ou outro na denúncia e o juiz
recebe a denúncia sem se manifestar sobre a omissão do parquet.

JURISPRUDÊNCIA

A doutrina e a jurisprudência são pacíficas em não admitir o arquivamento


implícito, pois todas as decisões do Ministério Público devem ser fundamentadas
(STF, RHC 95.141/RJ).

Para que o MP deixe de incluir algum crime apurado ou algum indiciado no IP, deve
requerer o arquivamento em relação ao crime ou indiciado não incluído na denúncia.

JURISPRUDÊNCIA PARA REVISAR


STJ, HC 21.074: É inadmissível o oferecimento de ação penal privada subsidiária
da pública no caso de arquivamento implícito. O juiz deve adotar o procedimento do
art. 28 do CPP.

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27. Segundo a doutrina, arquivamento indireto do inquérito policial é o fenômeno


de ordem processual que decorre de quando o titular da ação penal deixa de
incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa
manifestação desse procedimento, e o juiz recebe a denúncia sem remeter a questão
ao chefe institucional do Ministério Público.

Gabarito: errado.

O arquivamento indireto do inquérito ocorre quando o juiz não concorda com o pedido
de declinação de competência formulado pelo MP. Como o juiz não pode obrigar o MP
a oferecer a denúncia, deve adotar, por analogia, o procedimento do art. 28 do CPP
para solucionar a controvérsia.

O erro da questão é descrever o arquivamento implícito e dizer que se refere à


situação do arquivamento indireto.

28. Considere que a autoridade policial tenha instaurado inquérito para apurar a
prática de crime cuja punibilidade fora extinta pela decadência. Nessa situação,
ao tomar conhecimento da investigação, o acusado poderá se valer do habeas
corpus para impedir a continuação da investigação e obter o trancamento do
inquérito policial.

Gabarito: certo.

O trancamento também é denominado de encerramento anômalo do inquérito


policial.

O trancamento é medida a ser determinada pelo Poder Judiciário que acarreta a


paralisação imediata de uma investigação criminal em andamento.

Trata-se de uma medida de natureza excepcional, somente possível em hipóteses


excepcionais, como, por exemplo, as seguintes:

• manifesta atipicidade da conduta investigada;

• presença de causa extintiva da punibilidade;

• instauração de Inquérito Policial em crime de ação penal pública condicionada ou


de ação penal privada sem a representação ou requerimento, respectivamente.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

O instrumento jurídico utilizado para se obter o trancamento do inquérito policial é


o habeas corpus, salvo quando não houver risco à liberdade de locomoção (hipótese
em que o remédio cabível será o mandado de segurança).

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

PRISÃO EM FLAGRANTE

1. A prisão em flagrante, medida cautelar, realiza-se no momento em que está

ocorrendo ou termina de ocorrer o crime.

2. Com relação aos meios de prova e os procedimentos inerentes a sua colheita,

no âmbito da investigação criminal, julgue o próximo item. A entrada forçada em

determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que durante
a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, situação de flagrante-delito nas

modalidades próprio, impróprio ou ficto.

3. A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em

período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a

posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante-delito.

4. O fato de a autoridade policial encontrar provas que justifiquem o flagrante-

delito convalida a irregular entrada em residência sem autorização judicial e sem

permissão do morador.

5. O cidadão que presenciar pessoa cometendo uma infração penal tem a obrigação
de prendê-la em flagrante.

6. Admite-se a prisão em flagrante na modalidade de flagrante presumido de

alguém perseguido pela autoridade policial logo após o cometimento de um crime e

encontrado em situação que faça presumir ser ele o autor da infração.

7. Nas infrações permanentes, enquanto não cessar a permanência, entende-se o

agente em flagrante-delito.

8. É possível a prisão em flagrante nos crimes habituais.

9. Nos crimes formais, o flagrante deve considerar o momento da produção do

resultado naturalístico.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

10. Configura crime impossível o flagrante denominado esperado, que ocorre quando

a autoridade policial, detentora de informações sobre futura prática de determinado

crime, se estrutura para acompanhar a sua execução, efetuando a prisão no momento

da consumação do delito.

11. O flagrante diferido que permite à autoridade policial retardar a prisão em

flagrante com o objetivo de aguardar o momento mais favorável à obtenção de

provas da infração penal prescinde, em qualquer hipótese, de prévia autorização

judicial.

12. O indivíduo “A”, que coloca dolosamente sua carteira na mochila de “B”, para logo

em seguida acionar a polícia, sob a alegação de haver sido furtado por “B”; tendo os

policiais encontrado a carteira de “A” no interior da mochila de “B”, “B” é preso em

flagrante pela prática de crime. A hipótese ora narrada é, pela doutrina, denominada

flagrante urdido.

13. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga

ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,


justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,

civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual

a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado.

14. Quando o fato for praticado na presença do Juiz de Direito, ou contra este, no

exercício de suas funções, ele não poderá presidir o respectivo auto de prisão em
flagrante, sob pena de ver afetada sua imparcialidade.

15. Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo,

policiais rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se evadira

por rodovia federal em um veículo cuja placa e características foram informadas.

O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de bloqueio

montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na

rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada

no crime. Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. Durante o

procedimento de lavratura do auto de prisão em flagrante pela autoridade policial

competente, o policial rodoviário responsável pela prisão e condução do preso deverá

ser ouvido logo após a oitiva das testemunhas e o interrogatório do preso.

16. João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma

sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição

de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante-delito por policiais que

presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público

não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal. Considerando a
situação hipotética descrita, julgue o item a seguir. O prazo previsto para que a

autoridade policial comunique a prisão de João ao juiz competente é de cinco dias.

17. Valter, preso em flagrante por suposta prática de furto simples, não pagou a

fiança arbitrada pela autoridade policial, tendo permanecido preso até a audiência de

custódia, realizada na manhã do dia seguinte a sua prisão. A partir dessa situação

hipotética, julgue o seguinte item. Na audiência de custódia, ao entrevistar Valter,

o juiz deverá abster- se de formular perguntas com a finalidade de produzir provas

sobre os fatos objeto do auto da prisão em flagrante, mas deverá indagar acerca do

tratamento recebido nos locais por onde o autuado passou antes da apresentação à

audiência, questionando sobre a ocorrência de tortura e maus tratos.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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GABARITO

1. C

2. C

3. C

4. E

5. E

6. E

7. C

8. C

9. E

10. E

11. E

12. C

13. C

14. E

15. E

16. E

17. C

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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QUESTÕES COMENTADAS

1. A prisão em flagrante, medida cautelar, realiza-se no momento em que está


ocorrendo ou termina de ocorrer o crime.

Gabarito: Certo.

O termo “flagrante” tem origem etimológica no latim flagrare, que significa queimar.

Nesse sentido, o momento do flagrante é o momento da infração penal ou aquele


próximo ao cometimento da infração penal, ou seja, enquanto a conduta criminosa
do agente ainda “queima”.

Diante disso, a doutrina conceitua a prisão em flagrante como a detenção do agente


no momento de maior certeza da autoria do crime.

Quanto à natureza jurídica, prevalece que, de fato, trata-se de medida cautelar


(prisão cautelar).

Isso porque, na prisão em flagrante, estão presentes os pressupostos gerais das


medidas cautelares na prisão em flagrante: exige-se o “fumus comissi delicti”,
pois deve haver fundadas razões de situação flagrancial; e exige-se o “periculum
libertatis”, pois se a prisão não for efetuada há probabilidade de perda de informações
relevantes para a elucidação do fato.

Além disso, o próprio Código de Processo Penal define a prisão em flagrante como
prisão cautelar:

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante-delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de
sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do
processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a
que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de
liberdade.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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2. Com relação aos meios de prova e os procedimentos inerentes a sua colheita,


no âmbito da investigação criminal, julgue o próximo item. A entrada forçada em
determinado domicílio é lícita, mesmo sem mandado judicial e ainda que durante
a noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, situação de flagrante-delito nas
modalidades próprio, impróprio ou ficto.

Gabarito: Certo.

A Constituição Federal de 1988 prevê que em caso de flagrante-delito é possível


a violação do domicílio, não trazendo limitação de horário, nem a necessidade de
autorização judicial para a medida. Ademais, a Constituição Federal não limita a
possibilidade de violação de domicílio em caso de flagrante a uma situação flagrancial
específica, de forma que a entrada em domicílio é autorizada em qualquer hipótese
de flagrante-delito prevista no art. 302 do CPP (próprio, impróprio ou presumido).

3. A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em


período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a
posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante-delito.

Gabarito: Certo.

Como já vimos em questão anterior, a Constituição Federal de 1988 prevê que em


caso de flagrante-delito é possível a violação do domicílio, não trazendo limitação de
horário, nem a necessidade de autorização judicial para a medida. O Supremo Tribunal
Federal, ao analisar o dispositivo constitucional, assentou o seguinte entendimento:

Informativo nº 806 do STF: A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial


só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões,
devidamente justificadas “a posteriori”, que indiquem que dentro da casa ocorre
situação de flagrante-delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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É importante que o candidato perceba que, de acordo com o STF, há um requisito

para que o domicílio de alguém seja violado, sem ordem judicial, inclusive durante a

noite: devem estar presentes fundadas razões de situação flagrancial.

Isso significa que não se pode violar o domicílio de alguém com base em uma mera

suposição de que há flagrante-delito no local. A invasão do domicílio feita com base

em mera suposição gera nulidade da diligência e, consequentemente, a ilicitude da

apreensão das provas encontradas no local. Nesse mesmo sentido o STJ:

O ingresso regular de domicílio alheio depende, para sua validade e regularidade, da

existência de fundadas razões (justa causa) que sinalizem para a possibilidade de

mitigação do direito fundamental em questão. É dizer, somente quando o contexto

fático anterior à invasão permitir a conclusão acerca da ocorrência de crime no

interior da residência é que se mostra possível sacrificar o direito à inviolabilidade

do domicílio. A mera intuição acerca de eventual traficância praticada pelo

recorrido, embora pudesse autorizar abordagem policial, em via pública,

para averiguação, não configura, por si só, justa causa a autorizar o ingresso
em seu domicílio, sem o consentimento do morador – que deve ser mínima e

seguramente comprovado – e sem determinação judicial. (REsp 1.574.681/

RS).

Assim, em síntese, pode-se concluir que:

• Havendo fundadas razões de situação flagrancial é possível a violação de

domicílio, sem mandado judicial, inclusive durante a noite.

• Havendo mera intuição de situação flagrancial não é possível a violação de

domicílio.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Mas qual seria a diferença entre as duas expressões (fundadas razões e mera

intuição)?

Bem, entendemos como “fundadas razões” de situação flagrancial a situação em que

há algo concreto e documentável que demonstre a probabilidade da situação de

flagrante feito no momento da violação de domicílio. Esquematizando:

FUNDADAS RAZÕES DE SITUAÇÃO MERA INTUIÇÃO DE SITUAÇÃO


FLAGRANCIAL FLAGRANCIAL

Situação em que há nada


Situação em que há algo concreto,
documentável que demonstre a
objetivo e documentável a posteriori
probabilidade de situação de flagrante
que demonstra a probabilidade de
na residência. Há apenas a suposição
situação de flagrante na residência.
de que há flagrante ali.

Autoriza a violação de domicílio, sem


ordem judicial, inclusive durante a Não autoriza a violação de domicílio.
noite.

Por fim, vale ressaltar que não responde por abuso de autoridade o agente policial

que, diante de fundadas razões de situação flagrancial, viole o domicílio de alguém

sem ordem judicial e se depare com uma diligência frustrada (por não encontrar

o flagrante que imaginou que existia). Nesse caso, terá agido em consonância com

a orientação do STF, não tendo, portanto, abusado de seu poder.

4. O fato de a autoridade policial encontrar provas que justifiquem o flagrante-delito

convalida a irregular entrada em residência sem autorização judicial e sem permissão

do morador.

Gabarito: Errado.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Se a entrada em domicílio foi irregular (por ter se dado sem a existência de fundadas

razões de situação flagrancial), as provas encontradas não convalidam a ilicitude,

de forma que devem ser consideradas provas ilícitas por derivação e, portanto,
desentranhadas do processo.

5. O cidadão que presenciar pessoa cometendo uma infração penal tem a obrigação

de prendê-la em flagrante.

Gabarito: Errado

O cidadão que presenciar pessoa em situação de flagrante PODE (não “deve”) prendê-

lo em flagrante.

Neste ponto, importante revisar a distinção entre flagrante facultativo e flagrante

obrigatório (ou coercitivo).

A diferença é encontrada no art. 301 do CPP:

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e


seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em
flagrante-delito.

O flagrante facultativo é a possibilidade que a lei conferiu a qualquer pessoa do

povo (inclusive a vítima do crime) de prender aquele que estiver em situação de

flagrante-delito. O cidadão comum que prende um agente em flagrante-delito age

em exercício regular de direito.

Já o flagrante obrigatório (coercitivo) é a obrigação imposta pela lei aos agentes

policiais de prender aquele que estiver em situação de flagrante-delito. O agente

policial que prende alguém em flagrante-delito age em estrito cumprimento do dever

legal.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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6. Admite-se a prisão em flagrante na modalidade de flagrante presumido de


alguém perseguido pela autoridade policial logo após o cometimento de um crime e
encontrado em situação que faça presumir ser ele o autor da infração.

Gabarito: Errado.

A questão apresenta a situação do flagrante impróprio (ou quase flagrante).

Importante relembrar as situações flagranciais:

Art. 302. Considera-se em flagrante-delito quem:


I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da
infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

O Código de Processo Penal descreveu as situações consideradas como flagrante-


delito no art. 302, e a doutrina, com base nesse dispositivo, divide o flagrante em
algumas espécies:

• Flagrante Próprio (Perfeito, Real ou Verdadeiro)

Há flagrante próprio quando o agente é preso no momento do crime, em uma das


situações previstas no art. 302, I e II, do CPP:

I – está cometendo a infração penal;


II – acaba de cometê-la;

Na primeira hipótese (art. 302, I) a infração penal está na fase executória e ainda

não se consumou. Deve ter ocorrido ao menos um ato executório.

Não é possível a prisão em flagrante enquanto apenas há a prática de atos

preparatórios, salvo quando o ato preparatório for definido como crime autônomo ou

em caso de atos preparatórios para o terrorismo (Lei nº 13.260/16).

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Na segunda hipótese (art. 302, II), recém ocorreu a consumação do delito.

Ambas são hipóteses de flagrante próprio, também denominado de perfeito, real ou

verdadeiro.

• Flagrante Impróprio (Imperfeito, Irreal ou quase flagrante)

O flagrante impróprio é aquele previsto no art. 302, III, do CPP.

III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou


por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da
infração;

Para configurá-lo são necessários dois requisitos:

• REQUISITO DE ATIVIDADE: Perseguição¹ ao agente.

¹ Em relação ao que se entende por perseguição¹, o próprio CPP (art. 290, § 1°)
ensina que esta se dá quando o executor:

a) tendo avistado o procurado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o

tenha perdido de vista;

b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o procurado tenha passado,

há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for ao seu

encalço.

Importante! É comum ouvirmos que o prazo para prisão em flagrante é de 24

horas, o que não tem nenhum fundamento jurídico. Não há um prazo definido em que

perdura a situação de flagrância! Enquanto a perseguição não for interrompida

perdura o estado de flagrância.

O QUE ACONTECE SE O AGENTE QUE ESTÁ SENDO PERSEGUIDO


PASSA PARA O TERRITÓRIO DE OUTRA CIRCUNSCRIÇÃO?

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município

ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar,

apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o

caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.

• REQUISITO TEMPORAL: A perseguição deve se iniciar logo após o

delito²;

² Já em relação ao que se entende por logo após, prevalece que é o lapso temporal
necessário no caso concreto entre o acionamento da polícia, seu comparecimento ao

local e a colheita de elementos necessários para o início da perseguição.

Ex.: A vítima de furto de objetos de sua residência aciona a polícia. Cerca

de 30 minutos depois do acionamento a polícia comparece ao local e encontra uma

carteira com um documento de identificação dentro, presumindo diante disso que

a pessoa do documento é o autor do delito. Diante disso sai em busca do indivíduo

identificado, encontrando-o 36 horas depois com os objetos materiais do crime.

Nessa situação haverá prisão em flagrante impróprio.

• REQUISITO CIRCUNSTANCIAL: Situação que faça presumir a autoria.

• Flagrante Presumido (ficto ou assimilado)

Há flagrante presumido na situação prevista no art. 302, IV, do CPP:

IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos


ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Na hipótese do flagrante presumido, não há perseguição.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Aqui o agente é encontrado logo depois do delito portando instrumentos, armas,

objetos ou papéis que demonstrem, por presunção, ser ele o autor da infração penal.

Não há um prazo definido para o período que o termo “logo depois” compreende, mas

há entendimento doutrinário que é um período mais extenso do que o entendimento

que se dá ao “logo após” presente na descrição legal da hipótese de flagrante

impróprio. Não obstante, entendemos que são expressões sinônimas.

FLAGRANTE IMPRÓPRIO FLAGRANTE PRESUMIDO

O agente é perseguido. O agente é encontrado.

A perseguição se inicia “logo após”. O agente é encontrado “logo depois”.

Há uma situação que faça presumir Instrumentos, armas, objetos ou


a autoria. papéis fazem presumir a autoria.

7. Nas infrações permanentes, enquanto não cessar a permanência, entende-se o

agente em flagrante-delito.

Gabarito: certo.

Crimes permanentes são aqueles em que a consumação se prolonga no tempo e

sobre o qual o agente continua detendo o poder de fazer cessar a execução. É o caso

do sequestro, por exemplo. Nesses crimes, enquanto não cessar a permanência,

perdura o estado de flagrância.

É o conteúdo do art. 303, do CPP:

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em


flagrante-delito enquanto não cessar a permanência.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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8. É possível a prisão em flagrante nos crimes habituais.

Gabarito: certo.

Os crimes habituais são aqueles que, para se caracterizarem, dependem da prática

reiterada de determinada conduta. Sem a reiteração, o fato é atípico. Exemplo de

crime habitual é o “exercício ilegal de medicina” do art. 282 do Código Penal (uma

única prescrição de medicamento não configura o delito).

É possível a prisão em flagrante nos crimes habituais; no entanto, para que seja

realizada, deve haver comprovação, no ato da prisão, da reiteração da prática

da conduta.

9. Nos crimes formais, o flagrante deve considerar o momento da produção do

resultado naturalístico.

Gabarito: errado.

Crimes formais são aqueles em que há previsão de resultado naturalístico, o qual é

dispensável para sua consumação. É perfeitamente possível a prisão em flagrante,

que deve se dar no momento da consumação do delito (momento da conduta)

e não por ocasião do exaurimento (momento do resultado naturalístico).

Exemplo: crime de concussão (funcionário público que exige


vantagem indevida): a prisão pode ser realizada no momento da
exigência da vantagem, mas não no momento do recebimento da
vantagem.

10. Configura crime impossível o flagrante denominado esperado, que ocorre quando

a autoridade policial, detentora de informações sobre futura prática de determinado

crime, se estrutura para acompanhar a sua execução, efetuando a prisão no momento

da consumação do delito.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Gabarito: errado.

No flagrante esperado, a autoridade policial não induz a prática do delito, mas

permanece em vigilância para efetuar a prisão em flagrante caso o crime

que espera aconteça.

A questão está errada, porque é perfeitamente lícita a prisão em flagrante

nesse caso!

EXEMPLO

Um policial, diante de várias notícias de furtos em veículos de um determinado

estacionamento, permanece em vigilância no local. De repente, percebe a prática do

delito noticiado em um automóvel, determinando, de pronto, a prisão em flagrante

do agente. A prisão em flagrante, nesse caso, é perfeitamente lícita, por se tratar de

um flagrante esperado e não induzido (provocado) pela autoridade policial.

É importante não confundir a situação do flagrante esperado (prisão legal) com a

situação do flagrante provocado (prisão ilegal).

O flagrante preparado ou provocado, nos delitos putativos por obra do agente

provocador (ou delito de ensaio, ou delito de experiência), trata-se de uma espécie

de crime impossível.

Os delitos putativos por obra do agente provocador são aqueles em que o executor

da prisão induz a prática do delito por meio de um elemento provocador, mas

adota precauções suficientes para que o delito não venha a se consumar.

ATENÇÃO

É ilícita a prisão efetuada em razão do cometimento de crime no qual a autoridade,

por meio de um elemento provocador, dá ensejo à prática criminosa de terceiros que,

ausente tal circunstância, não cometeriam o delito.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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SÚMULA

Súmula nº 145, STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia

torna impossível a sua consumação.

EXEMPLO

Após prender um traficante, a policia apreende uma lista de contato de usuários de

drogas, clientes habituais do traficante preso. De posse dessa lista de contatos, a

autoridade policial passa a efetuar ligações aos usuários combinando um local para a

venda da droga. Os usuários então comparecem ao local combinado e, ao efetuar o

pagamento e receber a droga, são presos por agentes policiais a paisana pela prática

do delito do art. 28 da Lei de Drogas.

11. O flagrante diferido que permite à autoridade policial retardar a prisão em

flagrante com o objetivo de aguardar o momento mais favorável à obtenção de

provas da infração penal prescinde, em qualquer hipótese, de prévia autorização

judicial.

Gabarito: errado.

Flagrante diferido é a situação que ocorre na chamada ação controlada. Consiste no

retardamento da prisão em flagrante do agente para gerar oportunidade de ampliar

a colheita de provas.

O flagrante prorrogado não consiste em exceção à obrigatoriedade do flagrante,

mas sim exceção à obrigatoriedade da imediata prisão em flagrante pela

autoridade policial, pois, nos casos em que a lei autoriza a prorrogação, pode-se

efetuar a prisão em momento posterior.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Só é possível diante de expressa previsão legal. São hipóteses legais de ação


controlada:

• Lei de Drogas (art. 53, II);

• Lei de Lavagem de Capitais (Art. 4º-B);

• Nova Lei das Organizações Criminosas (Lei nº 12.850/2013, art. 8º).

ATENÇÃO

A nova Lei de Organizações Criminosas é a única hipótese em que a ação controlada


dispensa prévia autorização judicial! Basta prévia comunicação ao juiz!

12. O indivíduo “A”, que coloca dolosamente sua carteira na mochila de “B”, para logo
em seguida acionar a polícia, sob a alegação de haver sido furtado por “B”; tendo os
policiais encontrado a carteira de “A” no interior da mochila de “B”, “B” é preso em
flagrante pela prática de crime. A hipótese ora narrada é, pela doutrina, denominada
flagrante urdido.

Gabarito: certo.

Há o flagrante forjado (urdido ou maquinado) quando alguém cria a prova de um


crime inexistente com a finalidade de justificar uma prisão em flagrante.

Exemplo: policiais que plantam uma arma de fogo dentro de um


carro para efetuar prisão em flagrante do condutor do veículo.
Trata-se, obviamente, de uma prisão ilegal!

13. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga


ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual

a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Gabarito: certo.

O uso de algemas na prisão em flagrante é medida de natureza excepcional

regulamentada pela Súmula Vinculante nº 11:

SÚMULA

Súmula Vinculante n° 11: “Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência


e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena
de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil
do Estado”.

Vale ressaltar que a Súmula Vinculante nº 11 somente regulamenta o uso de algemas


no momento da prisão e no momento da prática de atos processuais. O âmbito de
aplicação da Súmula Vinculante nº 11 não abrange o uso de algemas em momentos

diversos (atos administrativos da autoridade policial, por exemplo). Nesse sentido:

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

INFORMATIVO

Informativo nº 827, STF: A apresentação do custodiado algemado à imprensa

pelas autoridades policiais não afronta o Enunciado 11 da Súmula Vinculante.

No caso em julgamento, o uso de algemas foi feito um dia após a prisão, quando o

reclamante já se encontrava na delegacia de polícia, tão somente no momento da

exibição dos presos à imprensa. Assim, eventual responsabilização do Estado ou dos

agentes envolvidos, decorrente dos fatos noticiados na inicial, teve de ser buscada

na via apropriada.

Ainda em relação ao uso de algemas, o CPP assim dispõe:

CPP, art. 292, parágrafo único. É vedado o uso de algemas em


mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios
para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como
em mulheres durante o período de puerpério imediato (Alteração da
Lei nº 13.434/17).

14. Quando o fato for praticado na presença do Juiz de Direito, ou contra este, no
exercício de suas funções, ele não poderá presidir o respectivo auto de prisão em

flagrante, sob pena de ver afetada sua imparcialidade.

Gabarito: errado.

Se o crime tiver sido praticado na presença do juiz ou contra ele no exercício de suas

funções, é possível que se lavre o Auto de Prisão em Flagrante (art. 307cdo CPP).

15. Em decorrência de um homicídio doloso praticado com o uso de arma de fogo,

policiais rodoviários federais foram comunicados de que o autor do delito se evadira

por rodovia federal em um veículo cuja placa e características foram informadas.


O veículo foi abordado por policiais rodoviários federais em um ponto de bloqueio

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

montado cerca de 200 km do local do delito e que os policiais acreditavam estar na

rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi apreendida

arma de fogo que estava em sua posse e que, supostamente, tinha sido utilizada

no crime. Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item. Durante o

procedimento de lavratura do auto de prisão em flagrante pela autoridade policial

competente, o policial rodoviário responsável pela prisão e condução do preso deverá

ser ouvido logo após a oitiva das testemunhas e o interrogatório do preso.

Gabarito: errado.

No procedimento de lavratura do APF, o condutor é o primeiro a ser ouvido.

Nesse ponto, importante relembrar o procedimento completo de lavratura do APF.

Para a lavratura do APF, a autoridade policial deve seguir o seguinte procedimento:

• Primeira parte (art. 304, primeira parte, CPP):

• OUVIR O CONDUTOR e colher, desde logo, sua assinatura, entregando a este

cópia do termo e recibo de entrega do preso.

• Segunda parte (art. 304, segunda parte, CPP):

• OUVIR AS TESTEMUNHAS que o acompanharem, colhendo, após cada oitiva

suas respectivas assinaturas;

• Entende-se que, se houverem, devem ser ouvidas ao menos 2 testemunhas,

incluindo-se na contagem o condutor, se tiver presenciado a prática do

delito.

• A falta de testemunhas presenciais da prática do ato, entretanto, não

impedirá a lavratura do APF, mas, nesse caso, com o condutor, deverão

assinar pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação

do preso à autoridade (testemunhas fedatárias), conforme dispõe o art.

304, §2°, do CPP.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

• Proceder ao INTERROGATÓRIO DO ACUSADO sobre a imputação que lhe é feita,

colhendo, após a oitiva, sua assinatura.

• O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer

calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado (art.

5°, LXIII, CF/88).

A presença de advogado não é obrigatória para a lavratura do APF, mas é direito do

acusado caso assim o deseje.

• LAVRAR O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE (APF).

Depois da oitiva do condutor, das testemunhas e do interrogatório do acusado, a

autoridade policial deve, finalmente, lavrar o Auto de prisão em Flagrante, que deve

ser assinado pelo preso.

Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de

prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua

leitura na presença deste (art. 304, §3°, CPP).

Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade

lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal (art. 305 do CPP).

ATENÇÃO

Da lavratura do auto de prisão em flagrante, deverá constar a informação sobre a

existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome

e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa

presa (art. 304, §4º, do CPP).

16. João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma

sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante-delito por policiais que

presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público

não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal. Considerando a

situação hipotética descrita, julgue o item a seguir. O prazo previsto para que a

autoridade policial comunique a prisão de João ao juiz competente é de cinco dias.

Gabarito: errado.

Após a lavratura do APF, a autoridade policial deve:

• Comunicar imediatamente a prisão ao juiz, ao Ministério Público e à família do

preso ou à pessoa por ele indicada.

• Remeter o APF, dentro de 24 horas, ao juiz competente e à defensoria pública,

caso o autuado não tenha nomeado advogado.

• Entregar ao preso, dentro de 24 horas, mediante recibo, a nota de culpa.

Nota de culpa é o documento informativo dos motivos e dos responsáveis pela prisão

e pelo interrogatório.

A nota de culpa tem previsão constitucional, trata-se de direito individual do cidadão

previsto no art. 5º da CF/88:

CF/88, art. 5°, LXIV – o preso tem direito à identificação dos


responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

17. Valter, preso em flagrante por suposta prática de furto simples, não pagou a
fiança arbitrada pela autoridade policial, tendo permanecido preso até a audiência de
custódia, realizada na manhã do dia seguinte a sua prisão. A partir dessa situação
hipotética, julgue o seguinte item. Na audiência de custódia, ao entrevistar Valter,
o juiz deverá abster- se de formular perguntas com a finalidade de produzir provas
sobre os fatos objeto do auto da prisão em flagrante, mas deverá indagar acerca do
tratamento recebido nos locais por onde o autuado passou antes da apresentação à

audiência, questionando sobre a ocorrência de tortura e maus tratos.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Gabarito: certo.

A audiência de custódia consiste na apresentação da pessoa presa a autoridade

judiciária para que este, em até 24 horas após a prisão, aprecie a custódia executada

pela autoridade policial.

Materializa o direito de toda pessoa presa de ser apresentada, sem demora, a uma

autoridade judiciária para que decida pela manutenção de sua prisão.

ATENÇÃO

A audiência de custódia não se destina a permitir que o juiz julgue o fato ensejador

da prisão, mas sim dos aspectos formais da prisão realizada. O preso não deve ser

ouvido quanto ao fato. A oitiva do preso deve ser limitada aos aspectos relacionados

à prisão.

OBSERVAÇÕES

1) O CNJ (Resolução nº 213/2015) regulamentou a audiência de custódia e determinou

que o preso deve ser apresentado em 24 horas a autoridade judiciária, inclusive em

fim de semana e feriado.

2) O CNJ (Resolução nº 213/2015) determinou também que a audiência de custódia

deve ser realizada na presença de defensor e do MP.

3) A resolução do CNJ veda a presença dos policiais que realizaram a prisão na

audiência de custódia.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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PRISÃO TEMPORÁRIA

1. Cabe prisão temporária quando esta for imprescindível para as investigações do


inquérito policial, ou quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade, bem como quando
houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado nos crimes que a lei
lista, entre eles o de estelionato.

2. A prisão temporária pode ser decretada após a conclusão da investigação criminal.

3. A prisão temporária deve ser decretada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do


MP ou por representação da autoridade policial.

4. Quando o MP representar por prisão temporária, não será possível que se decrete
a prisão preventiva, uma vez que isso representaria ofensa ao princípio da inércia da
jurisdição

5. O prazo da prisão temporária de até 10 dias, prorrogáveis uma única vez por mais
10 dias, em caso de extrema e comprovada necessidade.

6. O magistrado não poderá determinar de ofício a prorrogação do prazo da prisão


temporária, ainda que comprovada pela autoridade judiciária a necessidade da
referida medida.

7. Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente
em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

8. Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias,


uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa

9. Os presos temporários deverão permanecer, se possível, separados dos demais


detentos.

10. Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de


vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos
pedidos de prisão temporária.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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GABARITO
1. E

2. E

3. E

4. E

5. E

6. C

7. C

8. C

9. E

10. C

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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QUESTÕES COMENTADAS

1. Cabe prisão temporária quando esta for imprescindível para as investigações do

inquérito policial, ou quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer

elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade, bem como quando

houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado nos crimes que a lei

lista, entre eles o de estelionato.

Gabarito: errado.

Sendo a prisão temporária uma prisão cautelar, são dois os requisitos para sua

decretação:

• o fumus comissi delicti (fumaça do cometimento do delito);

• o periculum libertatis (perigo na manutenção da liberdade).

a) Fumus comissi delicti: para que seja decretada a prisão temporária de

alguém, é necessário que haja a chamada “fumaça do cometimento do delito” (fumus

comissi delicti), de algum dos crimes previstos no art. 1º, III, da Lei nº 7.960/1989

ou de algum crime hediondo ou equiparado (previstos na Lei nº 8.072/1990).

Diz-se, portanto, que há a fumaça do cometimento do delito, quando existirem

fundadas razões de autoria ou participação do indiciado em algum dos seguintes

crimes:

• todos os crimes hediondos e equiparados (Lei n° 8.072/1990, art.

2º, §4º);

• homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

• sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);

• roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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• extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);

• envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou

medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com

art. 285);

• quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; (atualmente

é o crime de associação criminosa que admite a prisão temporária).

• crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de

1986).

• atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com

o art. 223, caput, e parágrafo único); CRIME REVOGADO!

• rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único); CRIME REVOGADO!

ATENÇÃO

Não há previsão de prisão temporária para nenhum crime culposo, nem para

contravenções penais.

OBSERVAÇÃO

Para a decretação da prisão temporária, não se exige a prova do crime, mas


apenas indícios do crime e do envolvimento do agente. Mesmo porque se trata de
uma prisão decretada no início das investigações, sendo certo que a maioria das
informações sobre o fato será produzida após a prisão do suspeito.

b) Periculum libertatis: para se decretar a prisão temporária, deve estar


presente o “perigo na liberdade do acusado” (periculum libertatis), que é verificado
quando se encontra presente uma das duas hipóteses previstas no art. 1°, I e II, da

Lei n° 7.960/1989:

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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I – quando a prisão for imprescindível para as investigações do


inquérito policial;
OU
II – quando o indicado não tiver residência fixa OU não fornecer
elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

2. A prisão temporária pode ser decretada após a conclusão da investigação criminal.

Gabarito: errado.

A prisão temporária somente pode ser decretada durante a fase de investigação,


isto é, durante o inquérito policial. Não é possível decretação de prisão temporária
no curso da ação penal.

3. A prisão temporária deve ser decretada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do


MP ou por representação da autoridade policial.

Gabarito: errado.

ATENÇÃO

Não há decretação de prisão temporária de ofício pelo juiz, devendo haver requerimento
do Ministério Público ou da autoridade policial.

Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá


o Ministério Público (art. 2°, §1°, Lei n° 7.960/1989).

4. Quando o MP representar por prisão temporária, não será possível que se decrete
a prisão preventiva, uma vez que isso representaria ofensa ao princípio da inércia da
jurisdição

Gabarito: errado.

O juiz não pode decretar a prisão temporária de ofício. Também não pode decretar a

prisão preventiva de ofício durante as investigações.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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No entanto, se o MP ou o Delegado de Polícia requererem alguma medida cautelar,

o juiz poderá decretar a prisão temporária ou a prisão preventiva, ainda que ela

não conste especificamente no pedido. Isso porque, nesse caso, o juiz já terá sido

provocado (logo, não estará agindo de ofício), ainda que não tenha sido provocado

especificamente em relação à prisão preventiva ou à prisão temporária.

5. O prazo da prisão temporária de até 10 dias, prorrogáveis uma única vez por mais

10 dias, em caso de extrema e comprovada necessidade.

Gabarito: errado.

Em regra, o prazo da prisão temporária será de cinco dias, podendo ser prorrogado

por outros cinco, em casos de extrema e comprovada necessidade.

Quando se tratar de crimes hediondos o prazo é de 30 dias, prorrogáveis por

mais 30 (art. 2°, §4°, Lei n° 8.072/1990).

6. O magistrado não poderá determinar de ofício a prorrogação do prazo da prisão


temporária, ainda que comprovada pela autoridade judiciária a necessidade da

referida medida.

Gabarito: certo.

A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz. Também não pode ser

prorrogada de ofício pelo juiz.

7. Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente

em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

Gabarito: certo.

§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser


posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada
sua prisão preventiva.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Terminado o prazo estipulado pelo juiz, o indiciado deve ser imediatamente

libertado pela autoridade policial, independentemente de expedição de

alvará de soltura pelo juiz, salvo se tiver sido decretada a prisão preventiva.

8. Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias,

uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa

Gabarito: certo.

Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma

das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa (art. 2º, §4º, Lei

nº 7.960/1989).

9. Os presos temporários deverão permanecer, se possível, separados dos demais

detentos.

Gabarito: errado.

Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos

demais detentos (art. 3°, Lei n° 7.960/1989).

10. Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão permanente de

vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos

pedidos de prisão temporária.

Gabarito: certo.

Lei nº 7.960/1989, art. 5° Em todas as comarcas e seções


judiciárias haverá um plantão permanente de vinte e quatro horas do
Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos
de prisão temporária.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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PRISÃO PREVENTIVA

1. A prisão preventiva decretada pelo juiz somente é cabível na fase de investigação

policial.

2. A prisão preventiva terá duração máxima de 81 (oitenta e um) dias.

3. A prisão preventiva pode ser mantida por ocasião da sentença condenatória

recorrível que aplicou o regime semiaberto para o cumprimento da pena, desde

que persistam os motivos que inicialmente a justificaram e que seu cumprimento se

adeque ao modo de execução intermediário aplicado.

4. A atual sistemática da prisão preventiva impõe a observância das circunstâncias

fáticas e normativas estabelecidas no CPP e, sobretudo, em qualquer das hipóteses

de custódia preventiva, que o crime em apuração seja doloso punido com pena

privativa de liberdade máxima superior a quatro anos.

5. O Código de Processo Penal autoriza a decretação da prisão preventiva se o crime

envolver violência doméstica e familiar contra criança, para garantir a execução das

medidas protetivas de urgência.

6. Não é admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil

da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la.

7. A existência de prova concludente da autoria delitiva constitui um dos requisitos

indispensáveis para a decretação da prisão preventiva.

8. A prisão cautelar deve ser fundamentada em elementos concretos que justifiquem,

efetivamente, sua necessidade.

9. A prisão cautelar pode ser decretada para garantia da ordem pública potencialmente

ofendida, especialmente nos casos de: reiteração delitiva, participação em

organizações criminosas, gravidade em concreto da conduta, periculosidade social

do agente, ou pelas circunstâncias em que praticado o delito (modus operandi).

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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10. A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção

social não constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva.

11. A fuga do distrito da culpa, comprovadamente demonstrada e que perdura por

longo período, é fundamentação suficiente a embasar a manutenção da custódia

preventiva para garantir a aplicação da lei penal.

12. A gravidade específica do ato infracional e o tempo transcorrido desde a sua prática

devem ser considerados pelo juiz para análise e deferimento de prisão preventiva.

13. Mesmo que presente mais de um dos requisitos previstos no art. 312 do CPP,

o juiz somente poderá converter a prisão em flagrante em preventiva quando se

revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão.

14. A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente

prevista ou imposta na sentença condenatória recorrível não resulte em constrição

pessoal, por força do princípio da homogeneidade.

15. Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão

que a decreta.

16. A prisão preventiva poderá ser decretada em caso de descumprimento de

qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. Neste

caso, para garantir a coercibilidade da medida cautelar é dispensável a prévia análise

de cabimento de outras medidas cautelares como substitutas à cautelar descumprida.

17. A prisão preventiva decretada em razão do descumprimento de medida cautelar

anteriormente imposta ao paciente não está submetida às circunstâncias e hipóteses

previstas no art. 313 do CPP, de acordo com a sistemática das novas cautelares

pessoais.

18. A decisão que decretar a prisão preventiva será sempre motivada, mas a decisão

que denegar a prisão dispensa fundamentação.

19. Não deve ser decretada a prisão preventiva se o juiz verificar pelas provas

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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constantes dos autos ter o agente praticado o fato em estado de necessidade, em

legítima defesa ou em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de

direito.

20. Não é cabível a decretação de prisão preventiva de acusado que se apresente

espontaneamente à autoridade policial competente.

21. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável

por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde

que não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa e que não

tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

22. A prisão domiciliar pode ser cumulada com medidas cautelares diversas da prisão.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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GABARITO

1. E 12. C

2. E 13. C

3. C 14. C

4. E 15. C

5. C 16. E

6. E 17. C

7. E 18. E

8. C 19. C

9. C 20. E

10. C 21. C

11. C 22. C

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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QUESTÕES COMENTADAS

1. A prisão preventiva decretada pelo juiz somente é cabível na fase de investigação


policial.

Gabarito: Errado.

A prisão preventiva é uma medida cautelar de constrição da liberdade de alguém que


esteja sendo investigado em inquérito policial ou processado em ação penal.

Assim, diferente da prisão temporária (que só pode ser decretada no curso da


investigação), a prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da
investigação policial ou do processo penal.

2. A prisão preventiva terá duração máxima de 81 (oitenta e um) dias.

Gabarito: Errado.

Diferente da prisão temporária, em que a lei estipula um prazo determinado de


duração, no caso da prisão preventiva, não há previsão legal de prazo
determinado de duração.

Em regra, a prisão preventiva perdura até que cessem os motivos que determinaram
sua decretação. Nesse sentido, o Código de Processo Penal prevê:

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do


processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de
novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

3. A prisão preventiva pode ser mantida por ocasião da sentença condenatória

recorrível que aplicou o regime semiaberto para o cumprimento da pena, desde

que persistam os motivos que inicialmente a justificaram e que seu cumprimento se

adeque ao modo de execução intermediário aplicado.

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Gabarito: Certo.

A PRISÃO PREVENTIVA PODE SER MANTIDA APÓS A SENTENÇA

CONDENATÓRIA RECORRÍVEL QUE APLICOU O REGIME SEMIABERTO DE

CUMPRIMENTO DE PENA, desde que estejam presentes dois requisitos:

• que persistam os motivos que levaram à decretação da prisão preventiva;

• que o cumprimento da prisão preventiva observe as regras do regime prisional

aplicado.

Nesse sentido, segue jurisprudência do STJ:

JURISPRUDÊNCIA

Informativo nº 560, STJ: A prisão preventiva pode ser mantida por ocasião da

sentença condenatória recorrível que aplicou o regime semiaberto para o cumprimento

da pena, desde que persistam os motivos que inicialmente a justificaram e que seu

cumprimento se adeque ao modo de execução intermediário aplicado.

4. A atual sistemática da prisão preventiva impõe a observância das circunstâncias

fáticas e normativas estabelecidas no CPP e, sobretudo, em qualquer das hipóteses

de custódia preventiva, que o crime em apuração seja doloso punido com pena

privativa de liberdade máxima superior a quatro anos.

Gabarito: Errado.

As hipóteses que autorizam a prisão preventiva são aquelas previstas no art. 313 do

CPP:

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva:

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I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a

4 (quatro) anos;

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em

julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no

2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,

adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das

medidas protetivas de urgência;

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a

identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para

esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a

identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.

Vê-se, portanto que, para a decretação da prisão preventiva, não se exige, em

qualquer das hipóteses, que o crime em apuração seja doloso punido com

pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos. Na verdade,

essa é apenas uma das quatro hipóteses autorizadoras dessa modalidade de prisão

cautelar.

5. O Código de Processo Penal autoriza a decretação da prisão preventiva se o crime

envolver violência doméstica e familiar contra criança, para garantir a execução das

medidas protetivas de urgência.

Gabarito: Certo.

As hipóteses que autorizam a prisão preventiva são aquelas previstas no art. 313 do

CPP:

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Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva:

I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a

4 (quatro) anos;

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em

julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no

2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,

adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a

execução das medidas protetivas de urgência;

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a

identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para

esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a

identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.

6. Não é admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil

da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la.

Gabarito: Errado.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão
preventiva:
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a
4 (quatro) anos;
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,

adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das

medidas protetivas de urgência;

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida

sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos

suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em

liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da

medida.

7. A existência de prova concludente da autoria delitiva constitui um dos requisitos

indispensáveis para a decretação da prisão preventiva.

Gabarito: Errado.

De acordo com o art. 312, caput, do CPP, os pressupostos para a decretação da

prisão preventiva são:

• FUMUS COMISSI DELICTI:

• Prova da existência do crime (materialidade do delito): é a certeza

de que ocorreu o delito, não bastando meros indícios.

• Indício suficiente de autoria: em relação à autoria, basta que haja

fundada suspeita de que o indiciado ou réu seja autor da infração penal

para que se determine a prisão preventiva (se estiver presente algum dos

casos abaixo).

• PERICULUM LIBERTATIS:

CIC – GOP – GALP – GOE

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Explicando o mnemônico:

CIC – Conveniência da Instrução Criminal (CIC)

GOP – Garantia da Ordem Pública (GOP)

GALP – Garantia da Aplicação da Lei Penal (GALP)

GOE – Garantia da Ordem Econômica (GOE)

8. A prisão cautelar deve ser fundamentada em elementos concretos que justifiquem,

efetivamente, sua necessidade.

Gabarito: Certo.

A presença dos pressupostos da prisão preventiva não pode ser uma mera suposição

do juiz, para a decretação dessa prisão cautelar, devem existir elementos objetivos

nos autos que demonstrem a necessidade da privação da liberdade do indivíduo para

manutenção da ordem pública, da ordem econômica, para garantir a aplicação da lei

penal ou pela conveniência da instrução criminal.

9. A prisão cautelar pode ser decretada para garantia da ordem pública potencialmente

ofendida, especialmente nos casos de: reiteração delitiva, participação em

organizações criminosas, gravidade em concreto da conduta, periculosidade social

do agente, ou pelas circunstâncias em que praticado o delito (modus operandi).

Gabarito: Certo.

Há necessidade de decretação da prisão preventiva sob o fundamento da garantia

da ordem pública quando tal medida é indispensável para manter a ordem e a

incolumidade pública na sociedade.

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Prevalece o entendimento doutrinário no sentido de que haverá necessidade da


prisão preventiva pela garantia da ordem pública quando houver probabilidade de
que o investigado/acusado volte a praticar delitos, ou seja, caso seja demonstrada
sua PERICULOSIDADE.

De acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, são circunstâncias que


permitem ao juiz concluir pela periculosidade do investigado ou do acusado, dentre
outras:

• a reiteração delitiva;

• a participação em organizações criminosas;

• a gravidade em concreto da conduta;

• a periculosidade social do agente;

• as circunstâncias em que praticado o delito (modus operandi).

10. A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção


social não constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva.

Gabarito: Certo.

De acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, são circunstâncias que


não permitem ao juiz decretar a prisão preventiva do investigado/acusado, dentre
outras:

• a alusão genérica sobre a gravidade do delito; e

• o clamor público ou a comoção social;

11. A fuga do distrito da culpa, comprovadamente demonstrada e que perdura por


longo período, é fundamentação suficiente a embasar a manutenção da custódia
preventiva para garantir a aplicação da lei penal.

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Gabarito: Certo.

Há necessidade de decretação da prisão preventiva sob o fundamento da garantia de

aplicação da lei penal quando tal medida cautelar é necessária para assegurar que

a decisão final do processo seja útil, ou seja, que o agente cumpra a pena caso seja

condenado.

A doutrina cita como exemplo o caso do agente que tenta fugir do país. Nesse

exemplo, a inação do Estado pode tornar inútil o provimento jurisdicional definitivo.

Nesse mesmo sentido, o STJ:

JURISPRUDÊNCIA

A fuga do distrito da culpa, comprovadamente demonstrada e que perdura por mais

de 6 (seis) anos, é fundamentação suficiente a embasar a manutenção da custódia

preventiva para garantir a aplicação da lei penal. (STJ, RHC 47394 PR. – 18.06.2014)

12. A gravidade específica do ato infracional e o tempo transcorrido desde a sua

prática devem ser considerados pelo juiz para análise e deferimento de prisão
preventiva.

Gabarito: Certo.

Atos infracionais são as condutas definidas como crime ou como contravenção penal

quando praticadas por menor de 18 anos.

De acordo com a jurisprudência dos tribunais superiores, a anterior prática de atos

infracionais, apesar de não poder ser considerada para fins de reincidência ou maus

antecedentes, pode servir para justificar a manutenção da prisão preventiva como

garantia da ordem pública (STJ, 3ª Seção, RHC nº 63855/MG).

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A toda evidência, isso não equivale a sustentar a possibilidade de se decretar a prisão


preventiva, para garantia da ordem pública, simplesmente porque o réu cometeu um
ato infracional anterior.

O raciocínio é o mesmo que se utiliza para desconsiderar antecedente penal que,


por dizer respeito a fato sem maior gravidade, ou já longínquo no tempo, não deve,
automaticamente, justificar o decreto preventivo.

É, pois, indispensável que a autoridade judiciária competente, para a consideração


dos atos infracionais do então adolescente, averigue:

a) a particular gravidade concreta do ato ou dos atos infracionais, não bastando


mencionar sua equivalência a crime abstratamente considerado grave;

b) a distância temporal entre os atos infracionais e o crime que deu origem ao processo
(ou inquérito policial) no curso do qual se há de decidir sobre a prisão preventiva;

c) a comprovação desses atos infracionais anteriores, de sorte a não pairar dúvidas


sobre o reconhecimento judicial de sua ocorrência.

13. Mesmo que presente mais de um dos requisitos previstos no art. 312 do CPP,
o juiz somente poderá converter a prisão em flagrante em preventiva quando se
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão.

Gabarito: Certo.

A prisão preventiva é sempre medida de ultima ratio, ou seja, medida excepcional,


somente admissível quando não for suficiente e adequado sua substituição por outra
medida cautelar.

Nesse sentido:

CPP, art. 282, § 6º A prisão preventiva será determinada quando

não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art.

319).

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14. Por força do princípio da homogeneidade, a prisão preventiva não é legítima nos

casos em que a sanção abstratamente prevista ou imposta na sentença condenatória

recorrível não resulte em constrição pessoal.

Gabarito: Certo.

A decretação da prisão preventiva deve observar o princípio da homogeneidade,

segundo o qual deve-se observar um critério de proporcionalidade na decretação

dessa custódia cautelar.

Nesse sentido, se a sanção penal prevista em abstrato no tipo penal ou a pena imposta

na sentença condenatória recorrível não autorizarem a privação da liberdade ao final

do processo, não será admitida a prisão preventiva antes do trânsito em julgado da

sentença penal condenatória.

15. Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão

que a decreta.

Gabarito: Certo.

Nesse sentido, a jurisprudência dos tribunais superiores:

JURISPRUDÊNCIAS

STJ, HC 119533/ES,Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA; e STJ,

HC 246229/SP,Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA.

16. A prisão preventiva poderá ser decretada em caso de descumprimento de

qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. Neste

caso, para garantir a coercibilidade da medida cautelar é dispensável a prévia análise

de cabimento de outras medidas cautelares como substitutas à cautelar descumprida.

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Gabarito: Errado.

A primeira parte da questão está correta.

De fato, a prisão preventiva poderá ser decretada em caso de descumprimento de

qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares. Trata-se

da PRISÃO PREVENTIVA SUBSIDIÁRIA!

Nesse sentido:

Art. 312. Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser


decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações
impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).

No entanto, a segunda parte da questão está errada!

Antes da decretação da prisão preventiva em razão do descumprimento de medida

cautelar anteriormente imposta, em nome da excepcionalidade da constrição da

liberdade, o juiz deve verificar se é possível substituir a medida por outra ou impor

mais uma em cumulação. Somente se não for possível se decretará a preventiva.

Nesse sentido, o Código de Processo Penal:

CPP. Art. 282. §4°. No caso de descumprimento de qualquer das


obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento
do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá
substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso,
decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único).

17. A prisão preventiva decretada em razão do descumprimento de medida cautelar

anteriormente imposta ao paciente não está submetida às circunstâncias e hipóteses

previstas no art. 313 do CPP, de acordo com a sistemática das novas cautelares

pessoais.

Gabarito: Certo.

Prevalece o entendimento de que, para decretação da prisão preventiva em razão

do descumprimento de medidas cautelares, não é necessária a existência de uma

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das hipóteses autorizadoras do art. 313 do CPP (Eugênio Pacelli de Oliveira e Renato

Brasileiro, por exemplo).

A jurisprudência do STJ também é nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA

“A prisão preventiva decretada em razão do descumprimento de medida cautelar

anteriormente imposta ao paciente não está submetida às circunstâncias e hipóteses

previstas no art. 313 do CPP, de acordo com a sistemática das novas cautelares

pessoais”. STJ, HC 281.472/MG – 18/06/2014.

18. A decisão que decretar a prisão preventiva será sempre motivada, mas a decisão

que denegar a prisão dispensa fundamentação.

Gabarito: Errado.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão


preventiva será sempre motivada.

Jamais se admite a prisão preventiva automática. A fundamentação da decisão sobre

o pedido da prisão preventiva é imprescindível, ainda que denegue o pleito.

A doutrina preleciona que essa fundamentação pode ser concisa, mas não pode se

limitar à mera repetição dos termos legais.

ATENÇÃO

Havendo coautores ou partícipes do mesmo delito, a prisão preventiva eventualmente

decretada deve ser fundamentada individualmente.

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19. Não deve ser decretada a prisão preventiva se o juiz verificar pelas provas
constantes dos autos ter o agente praticado o fato em estado de necessidade, em
legítima defesa ou em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.

Gabarito: Certo.

Em hipótese alguma será decretada a prisão preventiva do investigado que agiu


acobertado por uma das excludentes de ilicitude previstas na parte geral do Código
Penal:

• legítima defesa;

• estado de necessidade;

• estrito cumprimento do dever legal;

• exercício regular de direito.

20. Não é cabível a decretação de prisão preventiva de acusado que se apresente


espontaneamente à autoridade policial competente.

Gabarito: Errado.

A doutrina é pacífica no sentido de que, diferentemente do que ocorre com a prisão


em flagrante, a apresentação espontânea do agente não impede a decretação da
prisão preventiva.

Assim, se estiverem presentes seus requisitos, mesmo diante da apresentação


espontânea, pode-se decretar a prisão preventiva.

21. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável
por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde
que não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa e que não

tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

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Gabarito: Certo.

A questão cobra a mera literalidade do Código de Processo Penal:

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que


for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será
substituída por prisão domiciliar, desde que:
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a
pessoa;
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

22. A prisão domiciliar pode ser cumulada com medidas cautelares diversas da prisão.

Gabarito: Certo.

Mais uma vez, a questão cobra a mera literalidade do Código de Processo Penal:

Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A


[substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar] poderá
ser efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas
alternativas previstas no art. 319 deste Código [medidas cautelares
diversas da prisão].

PARA REVISAR!

Importante revisarmos as hipóteses que autorizam a substituição da prisão preventiva

pela prisão domiciliar. O juiz pode substituir a prisão preventiva pela domiciliar

quando o agente for:

I – maior de 80 (oitenta) anos;

II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de

idade ou com deficiência;

IV – gestante.

V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

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VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze)

anos de idade incompletos.

ATENÇÃO! Exige-se a comprovação dos requisitos para substituição da preventiva

pela prisão domiciliar. O ônus da prova será do investigado/acusado que pleitear a

substituição.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO

1. São medidas cautelares diversas da prisão, dentre outras, a suspensão do exercício

de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver

justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais.

2. As medidas cautelares diversas da prisão previstas no Código de Processo Penal

não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente


cominada pena privativa de liberdade.

3. A internação provisória é uma medida cautelar diversa da prisão que pode ser

imposta em infração penal, punida com reclusão ou detenção, quando os peritos

concluírem que o agente é inimputável ou semi-imputável.

4. As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

5. Em regra, o juiz, ao receber um pedido de medida cautelar (prisão cautelar

ou outra cautelar diversa da prisão), determinará a intimação da parte contrária,

acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os

autos em juízo.

6. O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta

de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões

que a justifiquem.

7. Havendo, na fase de investigação preliminar, representação da autoridade policial

pela decretação da medida cautelar de comparecimento periódico em juízo, o juiz

pode decretar ao investigado a cautelar de proibição de ausentar-se da Comarca,

ainda que não haja um pedido específico em relação a essa medida.

8. A fiança é uma medida cautelar de natureza patrimonial.

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GABARITO

1. C

2. C

3. E

4. C

5. C

6. C

7. C

8. E

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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QUESTÕES COMENTADAS

1. São medidas cautelares diversas da prisão, dentre outras, a suspensão do exercício

de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver

justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais.

Gabarito: Certo.

A Lei nº 10.403/2011 realizou profunda modificação na sistemática das medidas

cautelares de natureza pessoal no Direito Processual Penal.

O ponto central da alteração promovida por esse diploma normativo foi o fim da
bipolaridade das medidas cautelares de natureza pessoal previstas no CPP.

Antes da Lei nº 12.403/2011, a tutela cautelar era fundada no binômio “prisão


cautelar – liberdade provisória (com ou sem fiança)”.

Com a vigência da Lei nº 12.403/2011, foram criadas diversas medidas cautelares


diversas da prisão.

A finalidade da criação dessas medidas foi efetivar o princípio da presunção de


inocência, dando ao juiz outros instrumentos de proteção do processo para, com
isso, evitar-se a decretação da prisão cautelar.

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:


I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo
juiz, para informar e justificar atividades;
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante
desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer

distante;

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IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente

ou necessária para a investigação ou instrução;

V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o

investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza

econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a

prática de infrações penais;

VII – INTERNAÇÃO PROVISÓRIA do acusado nas hipóteses de crimes praticados

com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou

semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;

VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a

atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência

injustificada à ordem judicial;

IX – monitoração eletrônica.

(...)

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título,

podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às

autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-

se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e

quatro) horas.

2. As medidas cautelares diversas da prisão previstas no Código de Processo Penal

não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente

cominada pena privativa de liberdade.

Gabarito: Certo.

Somente admitem a decretação das medidas cautelares as infrações penais para as

quais a lei prevê, em abstrato, pena privativa de liberdade.

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Art. 283, § 1º As medidas cautelares previstas neste Título


não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

EXEMPLO

Não cabe medida cautelar para o crime de porte de droga para consumo pessoal

(art. 28 da Lei de Drogas), pois para essa conduta a lei não prevê pena privativa de

liberdade.

3. A internação provisória é uma medida cautelar diversa da prisão que pode ser

imposta em infração penal, punida com reclusão ou detenção, quando os peritos

concluírem que o agente é inimputável ou semi-imputável.

Gabarito: Errado.

No caso da medida cautelar de INTERNAÇÃO PROVISÓRIA, não basta que a

infração penal seja punida com pena privativa de liberdade. É necessário ainda que

estejamos diante de:

• um crime (não cabe em contravenção penal);

• praticado com violência ou grave ameaça;

• os peritos devem concluir que o agente é inimputável ou semi-imputável;

• houver risco de reiteração.

Nesse sentido, o CPP:

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

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(...)

VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com

violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-

imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;

4. As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

Gabarito: Certo.

Art. 282, § 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada


ou cumulativamente.

Apesar de a regra ser a possibilidade de aplicação das medidas cautelares isolada ou

cumulativamente, as prisões cautelares e a internação provisória não podem

ser cumuladas com nenhuma outra medida cautelar.

Isso porque tais cautelares possuem como consequência a privação total da liberdade

de locomoção do agente, não havendo necessidade, portanto, de cumulação com

outras medidas.

5. Em regra, o juiz, ao receber um pedido de medida cautelar (prisão cautelar


ou outra cautelar diversa da prisão), determinará a intimação da parte contrária,
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os
autos em juízo.

Gabarito: Certo.

Antes da Lei nº 12.403/2011, as medidas cautelares eram sempre decretadas sem


a oitiva prévia do investigado/acusado (contraditório diferido).

Atualmente, com a vigência da Lei nº 12.403/2011, a REGRA é o contraditório

prévio à decretação da medida cautelar.

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Não obstante essa ser a regra, é possível que o juiz, excepcionalmente, decrete a

medida cautelar inaudita altera pars, ou seja, sem contraditório prévio, desde que

haja urgência ou perigo de ineficácia da medida.

Nesse sentido:

Art. 282, § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de


ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar,
determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia
do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
em juízo.

Como a decretação da medida cautelar sem contraditório prévio é medida excepcional,

a decisão judicial que decreta o contraditório sem intimação da parte contrária deve

ser fundamentada.

6. O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta

de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões

que a justifiquem.

Gabarito: Certo.

Art. 282, § 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-


la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como
voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

As medidas cautelares são decretadas com base na cláusula “rebus sic stantibus”, ou
seja, são situacionais.

Isso porque, sendo alterada a situação fática que ensejou a decretação da medida
cautelar, é possível que o juiz a revogue ou a substitua por outra. Também é possível
que, mesmo após revogadas as medidas cautelares, o juiz novamente as decrete, se
sobrevierem razões que a justifiquem.

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7. Havendo, na fase de investigação preliminar, representação da autoridade policial


pela decretação da medida cautelar de comparecimento periódico em juízo, o juiz
pode decretar ao investigado a cautelar de proibição de ausentar-se da Comarca,
ainda que não haja um pedido específico em relação a essa medida.

Gabarito: Certo.

O juiz não pode agir de ofício no curso da investigação preliminar. No entanto,


havendo pedido de decretação de medida cautelar, o juiz não fica adstrito à medida
indicada pelo MP ou pela autoridade policial. Nesse caso, o magistrado pode decretar
outra medida que entender mais apropriada ao caso, inclusive uma prisão cautelar.

8. A fiança é uma medida cautelar de natureza patrimonial.

Gabarito: Errado.

A fiança é uma medida cautelar de natureza pessoal, pois gera restrições à liberdade
de locomoção do indivíduo uma vez que, uma vez recolhida a fiança, o investigado
ou acusado passa a ter as seguintes obrigações processuais:

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante

a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução

criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida

como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar

de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por

mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar

onde será encontrado.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

FIANÇA

1. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras,

objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal,

ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.

2. A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita

imediatamente por dois peritos nomeados pela autoridade.

3. A concessão da fiança depende de prévia manifestação do Ministério Público.

4. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja

pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Nos demais

casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 24 (vinte e quatro) horas.

5. É possível a concessão de fiança no caso de prisão civil.

6. A infração penal se torna inafiançável quando presentes os motivos que autorizam

a prisão preventiva (art. 312 do CPP).

7. A autoridade policial, ao conceder a fiança, deve estipular um valor de 1 (um)

a 100 (cem) salários mínimos, levando em consideração, para a definição do valor

arbitrado, a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa

do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a

importância provável das custas do processo, até final julgamento.

8. A autoridade judicial, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for

superior a 4 (quatro) anos, deve estipular um valor de de 10 (dez) a 200 (duzentos)

salários mínimos para a fiança concedida, levando em consideração, para a definição

do valor arbitrado, a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida

pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como

a importância provável das custas do processo, até final julgamento.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

9. Se assim recomendar a situação econômica do preso, a autoridade policial ou o

juiz podem, em relação à fiança, reduzir seu valor até o máximo de 2/3 (dois terços)

ou aumentá-lo em até 1.000 (mil) vezes. No entanto, somente o juiz pode dispensar

a fiança quando verificar a situação de pobreza do preso.

10. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a

autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução

criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida

como quebrada.

11. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de

residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por

mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar

onde será encontrado.

12. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da

indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado ou

se for declarada extinta sua punibilidade em razão de prescrição posterior à sentença


condenatória. O saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de

deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado, salvo se tiver ocorrido hipótese

de perda da fiança.

13. Será exigido o reforço da fiança quando a autoridade tomar, por engano,

fiança insuficiente; quando houver depreciação material ou perecimento dos bens


hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; e

quando for inovada a classificação do delito.

14. No CPP, não há distinção entre quebra e perda da fiança.

15. Nos lugares em que o depósito da fiança não se puder fazer de pronto, o valor

será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro

de três dias dar-se-á ao valor destino legalmente previsto, o que tudo constará do

termo de fiança.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

GABARITO

1. C

2. E

3. E

4. E

5. E

6. C

7. C

8. C

9. C

10. C

11. C

12. C

13. C

14. E

15. C

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

QUESTÕES COMENTADAS

1. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras,

objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal,

ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.

Gabarito: Certo.

CPP, Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em


depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos
da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca
inscrita em primeiro lugar.

2. A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita

imediatamente por dois peritos nomeados pela autoridade.

Gabarito: Errado.

CPP, Art. 330, § 1º: A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos


ou metais preciosos será feita imediatamente por perito nomeado
pela autoridade

3. A concessão da fiança depende de prévia manifestação do Ministério Público.

Gabarito: Errado.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida


independentemente de audiência do Ministério Público, este terá
vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

4. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja
pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. Nos demais
casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 24 (vinte e quatro) horas.

Gabarito: Errado.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

CPP, Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança


nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não
seja superior a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz,
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

5. É possível a concessão de fiança no caso de prisão civil.

Gabarito: Errado.

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança


II – em caso de prisão civil ou militar;

6. A infração penal se torna inafiançável quando presentes os motivos que autorizam


a prisão preventiva (art. 312 do CPP).

Gabarito: Certo.

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada


pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da
prisão preventiva

7. A autoridade policial, ao conceder a fiança, deve estipular um valor de 1 (um)


a 100 (cem) salários mínimos, levando em consideração, para a definição do valor

arbitrado, a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa

do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a

importância provável das custas do processo, até final julgamento.

Gabarito: Certo.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes

limites:

I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena

privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena

privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei

nº 12.403, de 2011).

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a

natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado,

as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável

das custas do processo, até final julgamento.

8. A autoridade judicial, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for

superior a 4 (quatro) anos, deve estipular um valor de de 10 (dez) a 200 (duzentos)

salários mínimos para a fiança concedida, levando em consideração, para a definição

do valor arbitrado, a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida

pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como

a importância provável das custas do processo, até final julgamento.

Gabarito: Certo.

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes

limites:

I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena

privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo

da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a

natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado,

as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável

das custas do processo, até final julgamento.

9. Se assim recomendar a situação econômica do preso, a autoridade policial ou o

juiz podem, em relação à fiança, reduzir seu valor até o máximo de 2/3 (dois terços)

ou aumentá-lo em até 1.000 (mil) vezes. No entanto, somente o juiz pode dispensar

a fiança quando verificar a situação de pobreza do preso.

Gabarito: Certo.

Art. 325. § 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança


poderá ser:
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica
do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações
constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for
o caso.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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10. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a


autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida
como quebrada.

Gabarito: Certo.

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a


comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado
para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento.
Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.

11. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de
residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por
mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado.

Gabarito: Certo.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento


da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade
processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência,
sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

12. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da
indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado ou
se for declarada extinta sua punibilidade em razão de prescrição posterior à sentença
condenatória. O saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de
deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado, salvo se tiver ocorrido hipótese
de perda da fiança.

Gabarito: Certo.

Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das
custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for

condenado.

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QUESTÕES COMENTADAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ZERO UM CONCURSOS – Prof. Carlos Alfama

Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois

da sentença condenatória

Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver

prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.

13. Será exigido o reforço da fiança quando a autoridade tomar, por engano,

fiança insuficiente; quando houver depreciação material ou perecimento dos bens

hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; e

quando for inovada a classificação do delito.

Gabarito: Certo.

Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:

I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou

caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;


III – quando for inovada a classificação do delito.

14. No CPP, não há distinção entre quebra e perda da fiança.

Gabarito: Errado.

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo

justo;

II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;

III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;

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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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IV – resistir injustificadamente a ordem judicial;

V – praticar nova infração penal dolosa.

Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do

seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares

ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.

Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado,

o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente

imposta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

15. Nos lugares em que o depósito da fiança não se puder fazer de pronto, o valor

será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro

de três dias dar-se-á ao valor destino legalmente previsto, o que tudo constará do

termo de fiança.

Gabarito: Certo.

Art. 331, Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se


puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa
abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao
valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do
termo de fiança.

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