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das Línguas
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Jeice Campregher
Prof.a Valeria Aparecida Camerlengo
C182s
Campregher, Jeice
ISBN 978-85-515-0341-6
CDD 415
Impresso por:
Apresentação
Ao estudarmos as línguas, poderemos receber auxílio da área da
Linguística, estudando um elemento por vez, tal como o léxico, a morfologia,
a sintaxe, fonética e fonologia, a semântica e a pragmática. Faz-se relevante
estudar um tópico por vez e, ao olhar para o todo, é possível verificar que cada
elemento constitui a identidade de uma língua, fazendo que ela seja como for:
semelhante em alguns aspectos, diferente das outras línguas em outros quesitos.
Jeice Campregher
Valeria Aparecida Camerlengo
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – LÍNGUA E LINGUAGEM............................................................................................. 1
VII
UNIDADE 2 – LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS................................................................................. 49
VIII
3.1 POLISSEMIA: SIGNIFICANTES IGUAIS X SIGNIFICADOS DIFERENTES . .................... 136
3.2 HOMONÍMIA: SIGNIFICANTES SEMELHANTES X SIGNIFICADOS DIFERENTES . ... 139
3.3 SINONÍMIA: SIGNIFICANTE DIFERENTES X SIGNIFICADOS APROXIMADOS........... 140
3.4 ANTONÍMIA: SIGNIFICANTES DIFERENTES X SIGNIFICADOS OPOSTOS . ............... 142
3.5 PARONÍMIA: SIGNIFICANTE PARECIDOS X SIGNIFICADOS DIFERENTES ............... 146
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 148
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 149
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 171
IX
X
UNIDADE 1
LÍNGUA E LINGUAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! A partir deste momento, iniciaremos os estudos sobre a
semântica e a pragmática das línguas. Neste tópico serão abordados os assuntos: a
construção dos significados, o que é língua e o que é linguagem e o seu uso, o que são
línguas naturais, conhecimentos oriundos da linguística, o significado e o significante.
3
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
UNI
A Função Fática é uma das funções da linguagem. Ela privilegia a interação entre
um emissor e um receptor, na oralidade, um locutor e um interlocutor. Ao ser exercida a função
fática, ela abre um diálogo/interação; estabelece ou interrompe a comunicação. Podem ser
observadas em cumprimentos, despedidas ou em diversas maneiras nos diálogos do dia a dia.
4
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO DOS SIGNIFICADOS
UNI
5
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
FONTE: <https://4.bp.blogspot.com/-zxUkFh-30pk/WSrBgk9cXFI/AAAAAAAAAFc/LBFwhqi86j8-
1b0U-HCeajmdfVzqESOBACLcB/s400/A-L%25C3%25ADngua-Segundo-Saussure-
Lingu%25C3%25ADstica.jpg>. Acesso em: 26 jun. 2019.
Diante disso, Chomsky (1986 apud FINGER; QUADROS, 2008, p. 51, grifos no
original) estabelece duas perspectivas ao definir linguagem (definição metodológica):
6
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO DOS SIGNIFICADOS
Sob essa concepção, uma teoria da linguagem, então, deve ser uma
teoria linguística rigorosa e formal, capaz de tratar a linguagem como
sistema computacional, em que o objeto de análise será a linguagem – I.
a capacidade humana para a linguagem, ou seja, a competência, passa
a ser traduzida pelo conceito de gramática – supondo-se uma relação
isomórfica entre mente e cérebro – devido à postulação de que esta existe
na mente e no cérebro. A partir dessa concepção é que se trata a linguagem
como algo natural, ou seja, algo que é específico da natureza humana.
DICAS
FONTE: <https://www.saraiva.com.br/teorias-de-aquisicao-da-linguagem-2609277.html#>.
Acesso em: 26 jun. 2019.
7
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
ATENCAO
DICAS
8
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO DOS SIGNIFICADOS
sociolinguísticas sobre a libras (Língua Brasileira de Sinais). Estudos Linguísticos, São Paulo,
46 (2): p. 686-698, 2017.
(3) Artigo disponível on-line com a seguinte referência: OLIVEIRA, R. C. A; MARQUES, R. R.
Uso da variação linguística na língua brasileira de sinais. In: Revista Diálogos: linguagens em
movimento. Caderno Estudos Linguísticos e Literários. Ano II, n. I, 2014. Cuiabá: 2014.
A linguagem tem várias funções que são usadas de acordo com a intenção
do falante e estão diretamente relacionadas com elementos de comunicação, que
são: emissor, receptor, contexto, mensagem, canal e código.
9
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
UNI
10
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO DOS SIGNIFICADOS
p. 97), tal função apresenta uma “forte tendência à emoção, que é expressa pelas
interjeições, adjetivos, advérbios, signos de pontuação etc. O emissor normalmente
fala de si mesmo, dando vazão aos seus sentimentos com frases exclamativas”.
FONTE: As autoras
11
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
A seguir, há uma figura que resume bem o que foi abordado nesse item
(tendo como referência os dois polos. Na esquerda, o emissor (aquele que elabora
a mensagem) e no lado direito, o receptor (aquele que, como o nome diz, recebe a
mensagem ou a ouve). Entre os dois, os elementos como: o referente (o assunto/
objeto/tema), a mensagem (a mensagem em si e como ela é elaborada), o canal
(por qual meio a comunicação se dá) e o código (por exemplo, uma imagem, um
signo linguístico ou visual; uma imagem etc.).
12
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO DOS SIGNIFICADOS
UNI
UNI
13
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
(1) GALERA, Cesar; GARCIA, Ricardo Basso; VASQUES, Rafael. Componentes funcionais da
memória visuoespacial. Estud. av. São Paulo, v. 27, n. 77, p. 29-44, 2013. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000100004&lng=en&nr
m=iso>. Acesso em: 27 maio 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142013000100004.
(2) PESTANA, M. B. Memória de trabalho visuoespacial e posicionamento do pé no início do
andar em pacientes com doença de Parkinson. 2018. Dissertação (Mestrado em Ciências
da Motricidade – Interunidades) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade,
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro.
14
TÓPICO 1 | CONSTRUÇÃO DOS SIGNIFICADOS
Outros autores trazem suas opiniões também sobre língua: Bloch e Trager
(1942, p. 5 apud QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 25) afirmam que “uma língua é um
sistema de símbolos vocais arbitrários por meio do qual um grupo social coopera”.
Para Hall (1968, p. 158 apud QUADROS; KARNOPP, 2004, p. 25) a língua(gem) é “a
instituição pela qual os humanos se comunicam e interagem uns com os outros por
meio de símbolos arbitrários orais-auditivos habitualmente utilizados”.
DICAS
ATENCAO
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A linguagem tem várias funções que são usadas de acordo com a intenção do
falante e estão diretamente relacionadas com elementos de comunicação, que
são: emissor, receptor, contexto, mensagem, canal e código.
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AUTOATIVIDADE
I- Função Referencial
II- Função Poética
III- Função Conativa
IV- Função Emotiva
V- Função Metalinguística
VI- Função Fática
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3 (QUESTÃO ENADE, 2014, com adaptações)
Restos
Minha Nossa Senhora do Bom Parto! O caminhão do lixo já deve ter passado!
Eu juro, seu poliça, foi nessa lixeira aqui! Nessa mesminha! Eu vim catar
verdura, sempre acho umas tomate, umas cenoura, uns pimentão por aqui.
Tudo bonzinho, é só lavar e cortar os pedaço podre, que dá pra comer... Aí
quando eu puxei umas folha de alface, levei o maior susto. Quase desmaiei,
até. Eu, uma mulher assim fornida que nem o seu poliça tá vendo, imagine:
fiquei de pernas bambas. Me deu até tontura. Acho que também por causa do
fedor... Uma carniça que só o senhor cheirando, pra saber. Mas eu juro por
tudo que é mais sagrado! Tinha sim um anjinho morto nessa lixeira! Nessa
aqui! Coitadinho... Deve ter se esgoelado de tanto chorar. A gente via pela sua
carinha de sofrimento. Ele tava com a boquinha aberta, cheinha de tapuru. Eu
nem reparei se era menino ou menina, porque eu fiquei morrendo de pena... E
de medo, também... Os olho... É do que mais me alembro... Esbugalhados, mas
com a bola preta virada pra dentro, sabe? Ai! Soltei um berro e saí correndo.
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UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Você já está no Tópico 2. Dando continuidade aos nossos
estudos, nós falaremos sobre os estudos das línguas orais e de sinais e o contexto
linguístico destas línguas.
Começaremos a compreender que são línguas distintas, que cada uma tem
uma gramática própria, você vai se entusiasmar com estes temas, pois quando
compreendemos que são línguas diferentes compreendemos também que as
duas têm a sua importância na formação dos usuários.
DICAS
Caro acadêmico! Não se prenda somente à leitura deste livro didático, busque
outras pesquisas e outros livros. Assim, seus estudos serão mais completos. Por meio dessa
postura, você se torna um pesquisador, um investigador. O mundo da leitura é fascinante.
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UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
20
TÓPICO 2 | ESTUDOS DAS LÍNGUAS ORAIS E
ATENCAO
A partir dessa ótica (entre outros conceitos envolvidos), entende-se que o ensino
deve utilizar-se dos gêneros textuais que existem em sociedade, ou seja, os textos sempre
compreendidos em seus contextos de interação. Desligar um do outro é perder muito na
análise e na compreensão de textos.
3 LÍNGUAS DE SINAIS
“A língua dos surdos é transmitida cada vez que uma mãe surda
segura seu bebê em seu peito e sinaliza para ele” (Halan Lane)
Quando se trata de língua, o estudo vem nos mostrando que tanto as línguas
de sinais ou as línguas orais estão em constante evolução e transformação, temos
ainda muitas dúvidas, nossas pesquisas e estudos têm que ser constantes. Temos
muitas dúvidas sobre as línguas de sinais, que nos geram perguntas do tipo:
21
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
FONTE: <https://st2.depositphotos.com/2452383/10991/i/950/depositphotos_109913436-
stock-photo-globe-in-hand-the-whole.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2019.
Esta é uma das dúvidas mais comuns quando se fala em língua de sinais,
se ela é universal, se podemos usar a mesma língua em vários países. Estudos
nos mostram que cada país tem a sua língua de sinais, desenvolve sua gramática,
tornando assim cada língua de sinais única. Gesser (2009, p. 11) ainda conclui que:
22
TÓPICO 2 | ESTUDOS DAS LÍNGUAS ORAIS E
23
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
UNI
24
TÓPICO 2 | ESTUDOS DAS LÍNGUAS ORAIS E
É fato afirmar que as línguas orais já são estudadas há muito mais tempo
em relação à língua de sinais. A partir da década de 1960, de fato, observou-se
que a língua de sinais possui gramática própria – a partir dessa gramática, com
a possibilidade infinita de produção de sentenças. Apenas nos últimos 40 anos a
língua de sinais veio a ser observada cientificamente. Anteriormente, o sinal não
era visto como uma língua com gramática própria (GESSER, 2009, p. 14).
DICAS
25
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
UNI
Significado de pantomima
Substantivo feminino: arte de demonstrar, através dos gestos e/ou expressões faciais, os
sentimentos, pensamentos, ideias, sem utilizar palavras; mímica.
26
TÓPICO 2 | ESTUDOS DAS LÍNGUAS ORAIS E
DICAS
FONTE: <https://pt.scribd.com/doc/67465405/O-VOO-DA-GAIVOTA>.
Acesso em: 27 jun. 2019.
Emmanuelle Laborit (apud GESSER, 2009, p. 23) em seu belíssimo livro O voo da gaivota,
afirma “Os sinais podem ser agressivos, diplomáticos, poéticos, filosóficos, matemáticos:
tudo pode ser expresso por meio de sinais, sem perda nenhuma de conteúdo”.
Dessa forma, poderemos observar que sim, que através da língua de sinais
elementos concretos, simbólicos, abstratos e emoções humanas podem ser expressos.
27
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Vários estudos vêm nos mostrando que tanto as línguas de sinais ou as línguas
orais estão em constante evolução e transformação.
• Podemos compreender de forma mais clara que as línguas de sinais não são
universais e que cada país tem a sua própria língua e elas são diferentes,
como por exemplo: nos Estados Unidos, os surdos “falam” a língua de sinais
americana; na França a língua de sinais francesa; no Japão, a língua japonesa
de sinais; no Brasil, a língua brasileira de sinais.
29
AUTOATIVIDADE
( ) Crença.
( ) Uma crença.
( ) Obviamente que sim.
( ) Com certeza.
( ) Preconceito.
30
3 De acordo com a leitura realizada podemos evidenciar algumas
semelhanças e diferenças entre a língua oral e a língua de sinais.
Assinale V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.
31
I- Os eventos de fala são coconstruídos pelos participantes e seu sucesso
depende, dentre outros fatores, da conscientização dos interagentes sobre
as convenções de contextualização compartilhadas (ou não) pelo grupo.
II- O usuário competente da língua desvia o olhar das convenções próprias
dos eventos de fala e concentra-se na organização estrutural do código e
em uma seleção lexical adequada para cada interlocutor.
III- A competência comunicativa de um falante deve ser medida pelo grau
de explicitação argumentativa e riqueza vocabular, sem considerar a
experiência prévia deste falante nesta comunidade.
IV- Uma interação sensível ao contexto comunicativo deve levar em conta
o conhecimento de mundo compartilhado (ou não) pelos interagentes,
o que implicará maior envolvimento dos interlocutores no processo de
comunicação.
32
UNIDADE 1
TÓPICO 3
CONCEITUANDO SIGNIFICADO E
SIGNIFICANTE DAS LÍNGUAS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico falaremos sobre o significado e o significante, e não temos
como falar de significado e significante sem falar dos estudos do significado
linguístico.
Apresentaremos também o estudo deste significado, falaremos
de: significado e de significante; como estes conceitos estão nas línguas e,
consequentemente, nas línguas de sinais.
Para iniciarmos e termos uma compreensão completa destas terminologias,
iniciaremos este tópico falando do signo, pois ele é o elemento composto pelas
suas duas faces: o significado e o significante.
2 O CONCEITO DE SIGNO
A língua oral utiliza-se de sons. Esses, isoladamente, não constroem nada.
No entanto, quando são organizados a partir da organização da língua, passam a
ter sentido. Eu só reconheço alguém falando francês se eu também estou inserido
no universo dessa língua – nós compartilhamos o mesmo sistema. Por isso a
comunicação é possível.
Sem um sistema que organize tudo isso, o próprio pensamento seria
uma massa amorfa, sem forma, sem sentido. A língua, portanto, é o que dá
sentido. Pode-se dizer que ela é “o intermediário entre o pensamento e os sons,
possibilitando, assim, que entre a massa amorfa do pensamento humano e a
profusão indeterminada de sons, surja uma espécie de faixa de organização a
qual se chamaria língua” (RODRIGUES, 2008, p. 10).
Em outras palavras, é a língua que dá sentido aos sons, organiza-os,
formando signos. Esses signos são construídos de forma arbitrária – escolhas
coletivas. Ao mesmo tempo que eles são coletivos, socialmente construídos, eles
podem variar em certo nível de sujeito para sujeito.
33
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
UNI
3 O CONCEITO DE SIGNIFICADO
Quando pensamos nessa temática nos vem à mente as aulas de português,
e é isso mesmo precisaremos entender primeiro: na língua portuguesa o que é
significado? Para depois adentrarmos em outra língua, neste caso, a língua de sinais.
34
TÓPICO 3 | CONCEITUANDO SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE DAS LÍNGUAS
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-QuR2XafqoKY/UUIbvzvst-I/AAAAAAAAAJE/eXyImOLrFD8/
s1600/images%5B10%5D.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2019.
35
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
Podemos então dizer que o significado vai muito além. É o conceito que damos
a um signo. Vai depender de nossa experiência de vida, de nosso conhecimento de
mundo, de quanto temos de afinidade com o tema que nos é apresentado.
SIGNIFICANTE
CACHORRO
É A PALAVRA
SIGNIFICADO
É A IMAGEM
FONTE: <https://statig2.akamaized.net/bancodeimagens/5w/6r/
ep/5w6rep16o2e497c3x5n8ydhi0.jpg>. Acesso em: 5 jul. 2019.
36
TÓPICO 3 | CONCEITUANDO SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE DAS LÍNGUAS
DICAS
Utente é aquele que tem o direito de usufruir; aquele que utiliza; o usuário.
4 O CONCEITO DE SIGNIFICANTE
Para Saussure (2006), o signo é uma associação de um conceito (chamado
significado) e uma imagem acústica, ou ótica, chamada significante.
37
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
• A configuração de mão.
• A locação (lugar no corpo ou no espaço onde o sinal é feito).
• O movimento.
Então vimos desta forma que o signo linguístico das línguas de sinais dá
origem ao significado e, também, cria o significado, imagem ótica (no caso de língua
de sinais) ou mental (no caso da língua oral) ambas formam o signo linguístico.
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TÓPICO 3 | CONCEITUANDO SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE DAS LÍNGUAS
SIGNO = A
SIGNIFICADO
PALAVRA, O SENTIDO =
O DESENHO OU O SINAL
NOME
Construção
destinada à
moradia; lugar
onde residem
CASA
pessoas;
prédio; lar;
residência;
SIGNO =
ÁRVORE o nome SIGNIFICADO
SENTIDO
a palavra em (DESENHO OU O SINAL)
português
Vegetal
A palavra
lenhoso
ÁRVORE
39
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
SIGNO =
CARRO O
SIGNIFICADO
NOME A SENTIDO
(O DESENHO OU O SINAL)
PALAVRA EM
PORTUGUES
Meio de
CARRO
transporte
FONTE: <https://carros2019.com.br/wp-content/uploads/2018/08/selomaisbaratos-1024x740.
jpg>. Acesso em: 23 jul. 2019.
UNI
Caro acadêmico, iremos aprofundar este tema nas unidades a seguir, mas você
pode pesquisar em outras fontes os temas citados neste tópico. Sabemos que é um tema
complexo, mas com certeza nas unidades a seguir, você irá sanar todas as suas dúvidas,
então desafiamos você a continuar suas pesquisas, e se tornar um grande pesquisador.
40
TÓPICO 3 | CONCEITUANDO SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE DAS LÍNGUAS
Glosas em LIBRAS:
VOCÊ GOSTAR MAÇÃ.
VOCÊ <GOSTAR MAÇÃ>sn
IX CASA DEFEITO EU PRECISO ARRUMAR
<PROJETO>to AULA EU APRESENTAR
Arbitrariedade As línguas de sinais apresentam palavras em que não há relação
A palavra (signo linguístico) é arbitrária porque é sempre direta entre a forma e o significado.
uma convenção reconhecida pelos falantes de uma
língua. Glosas em LIBRAS:
CONHECER
AMIGO
TRABALHO
Descontinuidade Na língua de sinais verificamos o caráter descontínuo da diferença
Diferenças mínimas entre as palavras e os seus formal entre a forma e o significado. Há vários exemplos que
significados são descontinuados por meio da distribuição ilustram isso, por exemplo, o sinal de MORENO e de SURDO são
que apresentam nos diferentes níveis linguísticos. realizados na mesma locação, com a mesma configuração de mão,
mas com uma pequena mudança no movimento, mesmo assim
nunca são confundidos ao serem produzidos em um enunciado.
Tais sinais apresentam uma distribuição semântica que não
permite a confusão entre os significados apresentados dentro de
um determinado contexto.
Glosas em LIBRAS:
TRABALHO
VÍDEOCASSETE
TV
MORENO-SURDO
Criatividade/produtividade As línguas de sinais são produtivas assim como quaisquer outras
Você pode dizer o que quiser e de muitas formas uma línguas.
determinada informação seguindo um conjunto finito de
regras. A partir desse conjunto, você pode produzir uma Glosas em LIBRAS:
sentença infinita nas línguas humanas. EU AMAR GISELE PORQUE ELA BONITA,
LEGAL, ESPECIAL, 1AJUDAR2, GOSTAR
TRABALHAR, INTELIGENTE ...
Exemplo em LIBRAS:
Obedecer às regras de formação de sinais e de sentenças.
(ajudar com CM S – mostrar exemplos de sinais com CM errada,
ou L errada, ou M errado).
Dependência estrutural Também é observada uma dependência estrutural entre os termos
Há uma relação estrutural entre os elementos da língua, produzidos nas línguas de sinais.
ou seja, eles não podem ser combinados de forma Glosas em LIBRAS:
aleatória. PAULO TRABALHAR+asp *TRABALHAR+asp PAULO
SINAL BRASIL
*BRASIL SINAL
41
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM
Sobre esse aspecto, Oliveira e Wilson (2008) observam que num enfoque
estruturalista, a língua é vista enquanto sistema virtual, abstrato, separada do seu
contexto de uso. Nesse caso, a concepção que se adota é uma concepção formalista
de linguagem, na qual o fenômeno linguístico é tratado de modo abstrato, não se
considerando nessa perspectiva, as diversas situações de uso da língua.
42
TÓPICO 3 | CONCEITUANDO SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE DAS LÍNGUAS
43
UNIDADE 1 | LÍNGUA E LINGUAGEM
[...]
44
TÓPICO 3 | CONCEITUANDO SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE DAS LÍNGUAS
Essa posição dialoga com as ideias de Bakhtin, uma vez que para ele
“a língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta...”
(BAKHTIN, 1986, p. 124), logo:
Para Faraco & Castro (2000), um ponto da teoria bakhtiniana que nos é
muito relevante nas reflexões sobre o ensino de língua se relaciona ao conceito
de texto. Para esses pesquisadores, quando os linguistas falam da interlocução
na produção de textos, deixam subentendido a ideia de que para eles “texto é
linguagem colocada em uso, uma vez que a sua construção visa o estabelecimento
da comunicação entre os interlocutores” (2000, p. 6).
FONTE: ALVES, J. J. A.; LIMA, M. G.; SAMPAIO, M. L. P.. O ensino de língua portuguesa em debate:
contribuições da linguística. IV FIPED – Fórum Internacional de Pedagogia. Campina Grande:
REALIZE Editora, 2012. Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/
cc1aa436277138f61cda703991069eaf.pdf. Acesso em: 31 maio 2019.
45
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
46
AUTOATIVIDADE
(1) Fonológica.
(2) Gramatical.
(3) Semântica.
a) ( ) 1, 3, 2.
b) ( ) 3, 2, 1.
c) ( ) 2, 1, 3.
d) ( ) 1, 2, 3.
47
( ) Flexibilidade e versatilidade, arbitrariedade, descontinuidade, elementos
da língua, Padrão.
( ) Padrão, criatividade/produtividade, dupla articulação, relação estrutural,
dependência estrutural.
( ) Criatividade/produtividade, dupla articulação, elementos da língua,
dependência cultural.
( ) Flexibilidade e versatilidade, arbitrariedade, descontinuidade, criatividade/
produtividade, dupla articulação, padrão, dependência estrutural.
PORQUE
48
UNIDADE 2
LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
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50
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ÁREAS DA LINGUÍSTICA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico falaremos de linguística e suas áreas, suas pesquisas e
investigações. A área da linguística está crescendo e com ela uma gama de
pesquisas. Também abordaremos a linguística e conceitos dados a ela.
51
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Esperamos, caro acadêmico, que você se encante com estes estudos. Façam
bom proveito!
2 ESTUDOS LINGUÍSTICOS
Os estudos que se apoiam na linguística ou áreas que vieram depois
dela estão crescendo demasiadamente ano a ano. Pode-se dizer que outras áreas
passaram a reconhecer a língua/linguagem como material de análise após bases
terem sido deixadas pela ciência da linguagem.
52
TÓPICO 1 | ÁREAS DA LINGUÍSTICA
2.1.1 Fonética
A fonética estuda os sons como entidades fisicoarticulatorias isoladas.
Para Silva (2001, p. 23), a fonética é a “ciência que apresenta os métodos para
a descrição, classificação e transcrição dos sons da fala, principalmente aqueles
sons utilizados na linguagem humana”.
FIGURA 1 – FONÉTICA
FONTE: <https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/a-fonetica-estuda-os-sons-produzidos-
em-uma-lingua-5a059d9420a26.jpg?i=http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/a-
fonetica-estuda-os-sons-produzidos-em-uma-lingua-5a059d9420a26.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2019.
53
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
DICAS
• aparelho fonador;
• órgãos fonadores;
• pregas vocais;
• cordas vocais em funcionamento; entre outros.
54
TÓPICO 1 | ÁREAS DA LINGUÍSTICA
2.1.2 Fonologia
FIGURA 2 – FONOLOGIA
FONTE: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_
legenda/142815fbc6828c3b953f49dde475c459.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2019.
Podemos então entender que a fonética tem por unidade o som que forma
a fala ou o fone, já a fonologia tem como unidade o fonema. É natural que áreas
do conhecimento sejam divididas em subáreas; a razão desse fenômeno é o fato
de surgir necessidade de explicação de novos fenômenos. Para eles, surgem
novos focos, novas teorias e abordagens que procuram analisar e compreender os
fenômenos que antes não eram reconhecidos. Quem fez a separação da fonética
da fonologia foi N. S. Troubetzkoy. A Fonética passou a ter como foco os sons da
fala do ponto de vista articulatório, acústico e auditivo, enquanto a Fonologia
ocupou-se dos sons relativos ao sistema da língua: os morfemas, as sílabas,
palavras, frases – realizando a descrição desses itens e seus funcionamentos.
55
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
UNI
2.1.3 Morfologia
Podemos aqui dizer que morfologia é o estudo da estrutura interna das
palavras, da formação e da classificação delas. Quadros e Karnopp (2004, p. 19)
afirmam que:
PEDRARIA
PEDREIRO
APEDREJAR
EMPEDRAR
56
TÓPICO 1 | ÁREAS DA LINGUÍSTICA
Em Pedr Ar
Prefixo Radical Sufixo
Ainda, por meio do estudo da morfologia, apenas para citar alguns outros
casos, podem ser estudados (as): a marcação de gênero (masculino/feminino),
número (singular/plural); quanto aos estudos dos verbos, observamos o tempo,
modo, número e pessoa; também observamos as formas no infinitivo, gerúndio e
particípio, entre outras análises possíveis.
2.1.4 Sintaxe
FIGURA 3 – SINTAXE
57
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
58
TÓPICO 1 | ÁREAS DA LINGUÍSTICA
DICAS
Em tal exemplo, a linguagem formal pediria “mas não saímos do lugar”. Trata-se de um
fenômeno comum na língua, quando tratamos da linguagem informal: mudança de conjunção
quando não ocorre alteração semântica (a mensagem essencial ainda pode ser entendida.
Em linguagem formal, ainda em relação ao exemplo acima, é adequado que o “e” seja
substituído por “mas”.
Alguns termos que fazem parte dos estudos sintáticos da língua portuguesa
são: sujeito, sujeito indeterminado, sujeito oculto, oração sem sujeito, verbo
transitivo (direto, indireto, direto e indireto), verbo intransitivo, complemento
nominal, agente da passiva, entre outros. Todos eles demonstrando a relação que
os termos estabelecem uns com os outros.
59
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
2.1.5 Semântica
FIGURA 4 – SEMÂNTICA
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-wsNm1YM84g8/VPhJ1-_yKkI/AAAAAAAAAcw/
suRzWEGFdWs/s1600/SEMANTICA.jpg>. Acesso em: 29 jun. 2019.
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-1bY4pBgcX3I/WYvASeYFkYI/AAAAAAAAAQI/
NBAWJGOGMnokX1wqlKVHQryxYQzSlhSbwCLcBGAs/s320/FI-Sem%25C3%25A1nticannn.jpg>.
Acesso em: 28 jun. 2019.
60
TÓPICO 1 | ÁREAS DA LINGUÍSTICA
UNI
FIGURA 6 – MORFOLOGIA
FONTE: <https://luconcursos.blogspot.com/2017/04/morfologia-x-sintaxe-x-semantica-para.
html>. Acesso em: 28 jun. 2019.
61
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
2.1.6 Pragmática
A pragmática também pode acrescentar muito aos estudos sobre a
linguagem, acrescentando, trazendo novos elementos.
FIGURA 7 – PRAGMÁTICA
62
TÓPICO 1 | ÁREAS DA LINGUÍSTICA
DICAS
Caro acadêmico, em seus estudos, você pode acessar o link a seguir: <https://
www.youtube.com/watch?v=qxSlL884fu8> e assistir à um vídeo com uma explicação
simples, porém esclarecedora, do que é pragmática. Ele está em Libras e possui legendas.
Bons estudos.
63
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sintaxe trata das funções, das formas e das partes do discurso. É a parte da
linguística que estuda a estrutura interna das sentenças e a relação interna
entre as suas partes.
64
AUTOATIVIDADE
Caro acadêmico! Propomos aqui algumas atividades que ajudarão
você a compreender melhor o tópico.
I- Fonética.
II- Fonologia.
III- Morfologia.
IV- Sintaxe.
V- Semântica.
VI- Pragmática.
65
A conjunção é um fator indicativo da natureza das relações entre
orações. Quando se trata de conjunções coordenadas, pode-se falar não
só de uma classificação sintática, mas de um valor semântico subjacente
que estabelece o vínculo das orações. Dessa forma, é correto afirmar que a
conjunção coordenativa presente no quadrinho:
66
trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só
17
pode ser tolerável
quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos
18
limites de seus
algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio. – Mas que me seja permitido
19
sonhar com outra
vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: “Vizinho,
20
são três horas da
manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou”. E o outro respondesse: “Entra, vizinho,
21
e come de meu
pão e bebe de meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar, pois descobrimos que
22
a vida é curta e
a lua é bela”. E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e
23
amigas do vizinho
entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa
24
nas árvores, e o
25 dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.
BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1978
67
68
UNIDADE 2 TÓPICO 2
SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
DAS LÍNGUAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Já foram citadas várias vezes as palavras semântica e pragmática.
Neste tópico falaremos especificamente de cada uma das áreas da linguística.
2 SEMÂNTICA
Falaremos então da semântica, a semântica é a parte da linguística que
estuda a natureza dos significados individuais das palavras e do agrupamento das
palavras na sentença. Vale ainda reconhecer que essa natureza pode apresentar
variações regionais e sociais nos diferentes dialetos de uma língua.
DICAS
• variação diatópica;
• variação diastrática.
69
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Voltando à semântica...
70
TÓPICO 2 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
2.1 ANTONÍMIA
A antonímia é a relação estabelecida entre duas ou mais palavras que
apresentam significados diferentes, contrários, sendo então, os antônimos. Ocorre
a oposição de significados. Vale ressaltar que esses sempre devem ser analisados
dentro de um contexto.
71
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
A primeira pode ser definida por uma relação que se estabelece entre
pares de palavras como solteiro e casado. Além disso, a complementaridade
acrescenta a tais pares de unidades lexicais o fato de que a negação de um
implica a afirmação do outro e a afirmação de um implica a negação do outro.
Por fim, ainda pode-se estabelecer outro tipo de relação. Esta é chamada de
reciprocidade (LYONS, 1979). Silva e Sant’Anna (2009, p. 37) trazem um exemplo:
72
TÓPICO 2 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
2.2 SINONÍMIA
Sinonímia: palavras que têm relação entre si, com significado
semelhante. Exemplos: preto – negro, bonito – lindo, aquele menino é veloz –
aquele menino é rápido.
Nas palavras das autoras (SILVA; SANT’ANNA, 2009, p. 39): “No entanto,
não existem sinônimos perfeitos, porque eles não são intercambiáveis em todos
os contextos. Isto significa que no discurso, o enunciador pode tornar sinônimas
palavras ou expressões que em outro contexto não o são”.
73
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
3 PRAGMÁTICA
A pragmática é o estudo da linguagem em uso e dos princípios de
comunicação, porém esta definição é considerada tradicional, pois há várias
tendências ao se definir a área de pragmática.
74
TÓPICO 2 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Agora vamos pensar em outra situação. Uma professora está dando aula,
e vários alunos não param de conversar e fazer muita bagunça, a professora
pede várias vezes que os alunos fiquem quietos, porém eles a ignoram. Então
a professora chama pelo nome os alunos que estão fazendo bagunça e diz: “ A
porta está aberta”. Qual o significado dessa sentença nesse contexto? É diferente
daquele que formamos na sentença (5), pois neste contexto “A porta está aberta”
entendemos que a professora faz um pedido para que os alunos se retirem da sala.
Vamos agora pensar nesta mesma frase “A porta está aberta” em um outro
contexto. Um professor está dando aula, a porta da sala está aberta, e do lado de
fora tem alguém parado olhando para dentro da sala com ar de curiosidade, o
professor bem simpático, olha para a pessoa do lado de fora da sala de aula e diz,
com voz bem simpática, “A porta está aberta” e com certeza fazendo um gesto,
analisando esta frase podemos perceber que o seu significado se mantém igual da
anterior? Neste momento, observamos que não, afinal, o professor desta vez não
está pedindo que alguém se retire da sua sala de aula, mas sim está convidando
que alguém entre em sua sala de aula.
75
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
76
TÓPICO 2 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
analisando inúmeros aspectos – além dos já apontados até aqui –, podem ser
analisadas questões relativas ao léxico (escolha lexical/vocabular), as construções
sintáticas (como são feitas para construir uma argumentação, por exemplo), o
uso de articuladores e modalizadores, enfim, quais as escolhas que o autor fez
tendo em vista as intenções comunicativas e os sentidos pretendidos (efeitos de
sentido). Dessa maneira, foge-se somente da memorização ou fixação de nomes
complexos, buscando-se: sensibilização do olhar, ampliação da capacidade
analítica, a compreensão de aspectos que podem ser aprimorados em sua própria
escrita, entre outros.
77
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
78
TÓPICO 2 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Vale ressaltar que o quadro acima não pretende abarcar todos os gêneros
que circulam nos determinados domínios. Há outros autores que podem nomear
os domínios ou esferas de outras maneiras. Da mesma forma, podem destacar
outros gêneros não apontados por Marcuschi (2008). Esse trabalho de pretender
findar a discussão dos gêneros ou elencar todos os gêneros é tarefa quase
impossível, tendo em vista que vivemos em uma época líquida, em que novas e
novas formas de interagir por meio de gêneros surgem e seguirão surgindo.
79
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A sinonímia corresponde a palavras que têm relação entre si, com significado
semelhante.
80
AUTOATIVIDADE
BUNZEN, C. Da era da composição à era dos gêneros: reflexões sobre o ensino de produção de
texto no ensino médio. In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M. (Orgs.). Português no ensino médio
e a formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006, p. 147.
81
II- O professor, a partir de determinado gênero discursivo, elabora situações
que levem o aluno a perceber o uso efetivo da língua, a observar as escolhas
lexicais, as construções sintáticas, o uso de articuladores e modalizadores,
em função da interlocução e das intenções comunicativas, e os efeitos de
sentido produzidos.
III- O professor seleciona um texto pertencente a determinado gênero discursivo
previsto no programa. A partir disso, escolhe determinados elementos
gramaticais nele recorrentes para, então, conceituá-los e criar exercícios de
fixação, além de elaborar questões de leitura e de interpretação textual.
a) ( ) II, apenas.
b) ( ) III, apenas.
c) ( ) I e II, apenas.
d) ( ) I e III, apenas.
e) ( ) I, II e III.
82
UNIDADE 2 TÓPICO 3
AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, falaremos da ambiguidade e da polissemia, conheceremos
estas duas questões, ambas são investigadas pela semântica. Veremos como o ser
humano tem a habilidade de identificar e evitar a ambiguidade.
2 AMBIGUIDADE
O termo ambiguidade, na língua portuguesa, significa algo que pode vir
a ter mais de um significado ou sentido. A ambiguidade nos dá a impressão de
indecisão, incerteza, indeterminação. A ambiguidade pode estar presente nas frases,
nas palavras, expressões ou sentenças completas. Podemos dizer também que
ambiguidade é a falta de clareza em uma expressão. Olhemos o exemplo a seguir:
“João disse ao pai que havia chegado”. (Quem havia chegada? João ou o pai?).
ATENCAO
FONTE: <https://d28wddiwk4qifq.cloudfront.net/2016/01/08154053/3-ambiguidade-3-638.jpg>.
Acesso em: 28 jun. 2019.
84
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
FONTE: <http://www.estudavest.com.br/sis_questoes/
imagens/640176/2d7f10b4b629fd58f548adbbaa718758.png>. Acesso em: 9 jul. 2019.
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/1c/da/5c/1cda5c7f7b9d88d11093129fecdbe13e.gif>.
Acesso em: 9 jul. 2019.
FONTE: <https://d28wddiwk4qifq.cloudfront.net/2016/01/08152823/143-401x400.jpg>.
Acesso em: 26 jun. 2019.
85
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
ATENCAO
86
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
3.1 POLISSEMIA
Polissemia é a propriedade da palavra de apresentar significados distintos que
só podem ser explicados dentro de um contexto. A polissemia apresenta um grande
número de significados em uma só palavra cujo significado dependerá do contexto em
que a palavra está inserida. Vejamos os exemplos a seguir da palavra “cabo”.
Exemplo:
FIGURA 12 - EXEMPLO 1 e 2
(01) (02)
Mulher Casa
FONTE: As autoras
87
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Voltando à análise do que foi apresentado acima: (01) e (02) são exemplos
do que chamamos de casos polissêmicos – que apresentam polissemia. Polissemia
é uma característica de um signo.
DICAS
Não lembra o que é signo? Revise a primeira unidade. Lá você perceberá que
o signo possui dois lados assim como uma moeda: o significado e o significante.
O signo possui muitos sentidos. Para ser polissêmico, ele precisa ter mais
que um significado relacionado a ele. Ao usarmos as palavras, toda essa vida
borbulhante de significados emerge – por isso o papel do autor ou do falante é
sempre procurar organizar bem a comunicação para que ele mesmo não se perca
nesses variados sentidos – vindo a dizer algo que nem pretendia ou, ainda, deixando
seu leitor/interlocutor confuso, sem conseguir precisar o sentido pretendido.
88
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
3.2 HOMONÍMIA
Outro fenômeno que podemos categorizar como sendo ambiguidade
lexical é a homonímia. Homonímia é a relação de identidade formal entre pelo
menos dois signos distintos, observe o Exemplo 3.
FIGURA 13 - LARANJA/SÁBADO
FONTE: As autoras
89
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
FIGURA 14 - GOSTAR/SÁBADO/LARANJA
FONTE: As autoras
FIGURA 15 - EXEMPLO 1
Gostar Laranja
Porque Ter
90
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
Vitamina C
DICAS
91
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
FIGURA 16 - VITAMINA C
VITAMINA C
FONTE: As autoras
FIGURA 17 - EXEMPLO 2
Quando
92
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
Durmo
Tarde
FIGURA 18 - QUANDO
Quando
FONTE: As autoras
93
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
LEITURA COMPLEMENTAR
O que é língua? Olha... Isso é uma coisa difícil, porque cada vez
mais eu tenho dúvidas a respeito do que seja a língua por causa da
complexidade. Veja, não me satisfazem definições como instrumento
de comunicação, ou como sistema ordenado com vistas à expressão
do pensamento, nada disso. Eu penso, na verdade, que a linguagem
humana é a condensação de todas as experiências históricas de uma
dada comunidade. É nesse sentido que nós temos a ver com a língua.
É claro que ela tem uma gramática, ela tem um léxico, eu não estou
negando isso, mas para mim, o aspecto mais relevante a verificar é que
a língua é, de certa forma, a condensação de um homem historicamente
situado. Uma língua é isso (FIORIN, 2003, p. 72).
94
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
95
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
96
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
O aluno precisa ser advertido de que a palavra lida ou falada cria reações
na atitude de quem a lê ou a escuta e, como ação em constantes movimentos gera
resultados. A palavra detém forças as quais concretizam o pensamento e nas relações
humanas é a ferramenta indispensável para a interação social e o consolidar de
projetos tanto em âmbito pessoal quanto profissional. Ao se aprender a linguagem já
se constitui em ato reflexivo sobre esta; as ações linguísticas ocorridas nas interações
sociais promovem tal reflexão, considere-se que compreender a fala do outro e fazer-
se compreender por este constitui o diálogo; ao compreender o outro, ocorre uma
correspondência entre as palavras dos falantes.
97
UNIDADE 2 | LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
98
TÓPICO 3 | AMBIGUIDADE E POLISSEMIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FONTE: COSTA et al. Por que estudar semântica na educação básica? V SEMAM A DE ESTUDOS,
TEORIAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS (SETEPE) I Colóquio das Licenciaturas que integram o
PIBID/UERN. Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/revistas/setepe/trabalhos/
Modalidade_1datahora_21_08_2014_14_51_38_idinscrito_39_9b94afe5f765531264ee4a5251f31ac8.
pdf. Acesso em: 30 maio 2019.
99
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O termo ambiguidade, na língua portuguesa, significa algo que pode vir a ter
mais de um significado ou sentido.
• Assim, esclarecemos que nas línguas orais a origem é da mesma palavra. Mas,
no caso das línguas de sinais, a origem é do mesmo sinal.
100
AUTOATIVIDADE
1) Ambiguidade Lexical
2) Ambiguidade Estrutural
101
3 (QUESTÃO ENADE 2014)
a) ( ) “Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena
ter nascido” (Fernando Pessoa).
b) ( ) “Aprendi a amar menos, o que foi uma pena, e aprendi a ser mais cínica
com a vida, o que também foi uma pena, mas necessário. Viver pra se
mpre tão boba e perdida teria sido fatal” (Tati Bernardi).
c) ( ) “E pra deixar acontecer / A pena tem que valer / Tem que ser com você”
(Jorge e Mateus).
d) ( ) “A primeira imagem que surge quando o assunto é pena são os pássaros”
(Arte no Corpo).
e) ( ) “De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que
compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor” (Bíblia
Sagrada – Salmo 45).
102
UNIDADE 3
A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA
DE SINAIS BRASILEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
103
104
UNIDADE 3
TÓPICO 1
A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
DE SINAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, falaremos das línguas de sinais, seus estudos e pesquisas
dentro da área da linguística, sabemos que as línguas são constituídas e alteradas
no relacionamento entre os homens. É porque existem outros humanos além de
mim é que existe comunicação. Foi com esse propósito de interação e compreensão
(convivência em grupo) que as línguas surgiram – com a língua de sinais não
poderia ser diferente.
Vimos também nas outras unidades que a linguística tem várias áreas de
estudos, vamos agora estudar esta área, mas voltada para as línguas de sinais, e
também para a Língua de Sinais Brasileira – Libras, sabemos que quando se trata
da Libras os estudos são recentes e poucas pesquisas encontramos, porém vamos
trazer para você, acadêmico, o que temos de mais atual nas pesquisas desta área.
UNI
105
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
ATENCAO
UNI
Significado de simultâneo
Adjetivo: que se realiza ao mesmo tempo; aproximadamente ao mesmo tempo que alguma
outra coisa; concomitante: procedimentos simultâneos.
106
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
a) A configuração de mãos
A configuração de mão (CM) é forma adquirida pelas mãos; esta pode ser
a datilologia – constituída pelo alfabeto manual, ou outras formas. Essas podem
ser elaboradas pela mão predominante, ou, ainda, pelas duas mãos do emissor
(GRASSI; ZANONI; VALENTIN, 2011).
107
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-AclfqbfH4HY/Vknm50iH-bI/AAAAAAAAHUc/xMc7I6SAmOY/
s640/co3.jpg>. Acesso em: 8 jul. 2019.
b) Ponto de articulação
Desistir Discutir
108
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Entender Desculpa
c) Movimento
d) Orientação ou direção
109
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FIGURA 4 - ORIENTAÇÃO/DIREÇÃO
Ir Avisar Avisar Me
FONTE: Dados institucionais
110
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Triste Feliz
Preocupada Assustada
Medo Bravo
Nojo Neutro
FONTE: Dados institucionais
111
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
Tem ainda uma segunda tarefa que é de estabelecer quais são os padrões
possíveis que fazem a combinação entre estas unidades; além do que é possível
no ambiente fonológico. Quadros e Karnopp (2004, p. 84) esclarecem este aspecto:
FIGURA 6 - PEDRA/QUEIJO
Pedra
112
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Queijo
FONTE: Dados institucionais
FIGURA 7 - FAMÍLIA/REUNIÃO
Família
Reunião
FONTE: Dados institucionais
113
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
Trabalhar
Vídeo
Irmão
Igual
114
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Sábado/Laranja Aprender
Papai Verde
115
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FIGURA 10 - PEDRA/QUEIJO
Pedra
Queijo
FONTE: Dados institucionais
116
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
117
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
UNI
Quando nos referimos a uma “Cadeia”, estamos falando do grupo dos parâmetros
de LIBRAS, que são eles: Configuração de Mão (CM), Locação (L), Ponto de Articulação (PA)
e Movimento (M).
FIGURA 11 - FILOSOFIA
Filosofia
FONTE: Dados institucionais
118
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
ATENCAO
Observação sobre ASL: corresponde à língua de sinais americana – ela é considerada a língua
de sinais dominante. Amplamente usada na comunidade surda nos Estados Unidos da América,
nos lugares de expressão anglófona do Canadá e, ainda, em algumas partes do México.
119
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FIGURA 12 - EU/VOCÊ/NÓS/ELA
Eu Você
Nós Ela
a) Fazer o sinal em um local particular (se a forma do sinal permitir por exemplo,
o sinal de CASA pode ser acompanhado do local estabelecido para o referente).
FIGURA 13 - CASA
120
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
FIGURA 14 - DIREÇÃO/CABEÇA/OLHOS
FIGURA 15 - DIREÇÃO/CABEÇA/OLHOS
Casa IX
FONTE: Dados institucionais
121
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
IX (casa) NOVA
FIGURA 17 - CARRO
CARRO
(carro passou pelo outro)
FONTE: Dados institucionais
122
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
FIGURA 18 - IR
(eu) IR (casa)
(el@)<OLHARb>(el@) (el@)<aAJUDARb>do(el@)
123
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FIGURA 20 - ENTREGAR
(el@)<aENTREGARb>do(el@)
FONTE: Dados institucionais
124
TÓPICO 1 | A LINGUÍSTICA E AS LÍNGUAS
Sinalizador
Interlocutor
Sinalizador
Interlocutor
Sinalizador
João
Receptor
FONTE: Dados institucionais
125
RESUMO DO TÓPICO 1
• O ponto de articulação (PA) é o local em que incide a mão que está predominando;
está pode incluir algum toque em alguma parte do corpo ou, ainda, ocupar
algum espaço neutro.
126
• A segunda tarefa é estabelecer quais são os padrões possíveis de combinação
entre essas unidades e as variações permitidas/possíveis no ambiente
fonológico.
127
AUTOATIVIDADE
129
130
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico observaremos as peculiaridades do sentido dos sinais na
Língua brasileira de sinais – Libras. Diante destas peculiaridades, é interessante
que consideremos a parte da Semântica que estuda os significados das palavras
e, também, dos sinais, pois a partir deste conhecimento este tópico e os demais
serão construídos.
É relevante, ainda, o estudo do significado das palavras na Língua
Portuguesa, pois o entendimento destes significados na língua Portuguesa nos
levará a uma compreensão mais ampla do significado dos sinais em Libras.
131
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
Sinonímia
Sinonímia: relação entre duas ou mais palavras que apresentam significados
semelhantes/próximos, ou seja, os sinônimos:
Exemplos:
• Cômico – engraçado.
• Débil – fraco, frágil.
• Distante – afastado, remoto.
Antonímia
Antonímia: relação entre duas palavras de significados opostos, diferentes,
contrários, isto é, os antônimos:
Exemplos:
• Economizar – gastar.
• Bem – mal.
• Bom – ruim.
Homonímia
Homonímia: é a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem
significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica (pronúncia) ou
a mesma escrita. Elas podem ser divididas em:
Exemplos:
• Cela (substantivo) / sela (verbo).
• Cessão (substantivo) / sessão (substantivo).
132
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
Exemplos:
• Cura (verbo) – cura (substantivo).
• Verão (verbo) – verão (substantivos).
• Cedo (verbo) – cedo (adverbio).
Paronímia
Paronímia: é a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que
possuem significados deferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na
escrita, são os parônimos.
Exemplos:
• Cavaleiro / cavalheiro.
• Absolver/ absorver.
Polissemia
Foi bastante abordada na unidade anterior; é a propriedade que uma mesma
palavra tem de apresentar vários significados.
Exemplos:
• Ele ocupa um alto posto na empresa.
• Abasteci meu carro no posto da esquina.
133
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
UNI
134
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
FIGURA 3 - PARAQUEDAS/RESPIRAR
Paraquedas
135
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
Respirar
FONTE: Dados institucionais
Temos ainda da orientação de mão (O), que é quando os sinais podem ter
uma orientação/direção da palma da mão diferente para cada sinal e a inversão
desta pode significar ideia de oposição, concordância número-pessoal. Há ainda
as Expressões Não Manuais (ENM), que são as Expressões Faciais e/ou Corporais.
136
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
FIGURA 4 - LARANJA/SÁBADO
Laranja/Sábado
FONTE: adaptado de Brito (1995)
FIGURA 5 - SEXTA-FEIRA/PEIXE/COMER/VIAJAR
Sexta-feira Peixe
*Comer *Viajar
*Comer e viajar não são POLISSEMIA.
137
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FIGURA 6 - HOJE/AGORA/PRESENTE/AULA/ALUNO
138
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
FIGURA 7 - VERDE/FRIO/COR/SENTIR
139
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
VELHO (1) – (para objetos) para representar que são coisas usadas.
VELHO (2) – (para pessoas/animais) para representar o envelhecimento.
Assim temos:
140
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
Novo (1)
NOVO (1) – (para objetos) para representar que são coisas novas.
NOVO (2) – (para pessoas/animais) para representar a juventude.
141
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
a) Pessoa velha.
b) Pessoa jovem.
142
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
FIGURA 11 - PASSADO/PRESENTE/FUTURO
143
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FIGURA 12 - FÁCIL/DIFÍCIL/PROVA
a) Fácil.
b) Difícil.
144
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
a) Difícil.
b) Difícil (muito).
Para Gesser (2009, p. 17) “as mãos não são o único veículo usado pelas
línguas de sinais para produzir informação linguística”. Os surdos têm por
costume fazer uso extensivo de marcadores não manuais, como por exemplo, as
expressões faciais.
UNI
145
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
Laranja Aprender
FONTE: Dados institucionais
Para Ferrarezi Jr. (2008), além da palavra, há ainda elementos que auxiliam
o ato comunicativo. Esses elementos são o corpo, os gestos, enfim, tudo o que
pode contribuir para a compreensão dos sentidos pretendidos.
FIGURA 15 - FÁCIL/AMANHÃ
Fácil Amanhã
146
TÓPICO 2 | O SENTIDO DOS SINAIS NA LÍNGUA
UNI
a) Fácil.
b) Amanhã.
UNI
Caro acadêmico! Todas estas frases estarão sinalizadas e você poderá conferir
usando os QRCODE.
147
RESUMO DO TÓPICO 2
• Paronímia é a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem
significados deferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita.
• As mãos não são o único veículo usado pelas línguas de sinais para produzir
informação linguística, pois os surdos fazem uso extensivo de marcadores não
manuais, como por exemplo, as expressões faciais.
148
AUTOATIVIDADE
I- Sinonímia
II- Antonímia
III- Homônima
IV- Parônima
V- Polissemia
I- Polissemia
II- Sinonímia
III- Antonímia
IV- Paronímia
149
Relacione tais itens ao que segue:
( ) Significantes diferentes x significados opostos.
( ) Significantes parecidos x significados diferentes.
( ) Significantes iguais x significados diferentes.
( ) Significantes diferentes x significados aproximados.
150
UNIDADE 3
TÓPICO 3
SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
DAS LÍNGUAS NATURAIS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Chegamos até aqui, sabendo que os estudos linguísticos
podem ser desenvolvidos em cinco áreas: a fonologia, a morfologia, a sintaxe, a
semântica e a pragmática, certo? Estudamos os parâmetros e sabemos que nos
aspectos fonológicos abordam as configurações dos sinais, os aspectos morfológicos,
são eles responsáveis pela estruturação e classificação dos sinais/palavras, e os
aspectos sintáticos referem-se às regras necessárias para se construir os sintagmas
nas sentenças/frases. Porém, meu caro, precisamos atentamente sempre considerar
o significado e o contexto. É sob esta perspectiva que construiremos, por fim, este
tópico, o último do seu livro didático, que tem por objetivo geral identificar a
abordagem dos aspectos semânticos e pragmáticos das línguas naturais.
151
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
1) A fruta.
2) A parte de uma peça de roupa que usamos, peça esta que cobre o braço.
152
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Podemos dizer também das imagens acima, as palavras são iguais, porém
os significados diferentes. Os exemplos acima se dão na Língua Portuguesa.
Neste momento, vamos abordar algumas questões pertinentes à Libras. Em
Libras, também já apresentamos um sinal que pode ter diferentes sentidos. É o
caso do sinal LARANJA/SÁBADO, ou seja, pode ser tanto uma fruta como um
dia da semana.
153
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
ATENCAO
FIGURA 3 - LARANJA/SÁBADO
Laranja
Sábado
154
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
FIGURA 4 - SENTAR/CADEIRA
FIGURA 5 - PROFESSORA/PRECISA/SENTAR/PORQUE/CANSADA
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FIGURA 6 - LUCRO/ADOTIVO
156
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
FIGURA 8 - LADRÃO/ROUBAR
157
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
158
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
Com todos os estudos até aqui, podemos dizer então que semântica estuda
o significado linguístico e a pragmática estuda o significado resultante do uso
linguístico. Vamos entender isso melhor. Também podemos dizer que o sentido
muitas vezes sofre influência do contexto pragmático; este sendo um conjunto de
circunstâncias nas quais (ou a partir dos quais) sentenças, textos ou afirmações
são produzidos.
159
UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
FIGURA 10 - HORAS
01
NOTA
160
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
DICAS
Seguem exemplos que irão contribuir com seu aprendizado. Antes, vale
lembrar que a pragmática leva em consideração o significado que o falante dá
para o enunciado. Quando olhar algum exemplo, sempre é necessário olhar para
além dos enunciados ou dos sinais – no caso de Libras.
Antes das frases em QRCODE, para você que não é fluente em Língua
Brasileira de Sinais – LIBRAS, apresentaremos os sinais soltos e, depois, estes
sinais no contexto das frases como em exemplos anteriores.
FIGURA 11 - QUE/HORAS
161
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FIGURA 12 - DEMORA/ÔNIBUS
162
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
UNI
FONTE: <https://www.google.com/search?q=pragmatica+imagem&source=lnms&tbm=isch&-
sa=X&ved=0ahUKEwjex6zRqZLjAhXZKLkGHfGTB8AQ_AUIECgB&biw=1242&bih=533#imgrc=-
00vXUmXSfyIf6M>. Acesso em: 30 jun. 2019.
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
M. A. C. B. LIMA (1)
M. M. ARAGÃO NETO (2)
[...]
[...]
Interlocutor Interlocutor Interlocutor
Maria João
M
ar
ão
João Maria
ia
Jo
[...]
164
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
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UNIDADE 3 | A LINGUÍSTICA E A LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
166
TÓPICO 3 | SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA
167
RESUMO DO TÓPICO 3
• O significado tem uma recepção maior, nas conversas do dia a dia e ele é mais
limitado quando estamos pesquisando em Semântica.
• Precisamos lembrar, que um sinal ele pode ter todos os parâmetros iguais, o
que vai diferenciar é a colocação deste sinal dentro do contexto – uma sentença
e uma situação.
168
AUTOATIVIDADE
A foto acima pode dizer muitas coisas, entre elas: pedido, reclamação,
repreensão, entre outros. Então podemos dizer que o significado pragmático
da imagem, acima, pode ser cada um dos usos ou as ações que venhamos a
realizar quando usamos os enunciados. Com base em seus estudos, numere
as frases a seguir:
169
I- Pergunta.
II- Reclamação.
III- Repreensão.
170
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N. T. Gramática da língua portuguesa: para concursos, vestibulares,
ENEM, colégios técnicos e militares. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola
Editorial, 2009.
171
COSTA, Vera Lúcia Anunciação. A importância do conhecimento da
variação linguística. Educ. rev., Curitiba , n. 12, p. 51-60, Dec. 1996.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
40601996000100005&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 5 jun. 2019.
FARACO, C. A.; CASTRO, G. de. Por uma teoria linguística que fundamente
o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática
nem sempre é bom), 2000. Disponível em: www.educaremrevista.ufpr.br/
arquivos_15/faraco_castro.pdf. Acesso em: 8 fev. 2011.
FERRAREZI JR., Celso. Semântica para a educação básica. 1. ed. São Paulo:
Editorial, 2008.
172
GRASSI, D.; ZANONI, G. G.; VALENTIN, S. M. L. Língua brasileira de sinais:
aspectos linguísticos e culturais. Revista Trama, v. 7, n. 14, 2011.
173
OLIVAN, K. N. A semântica e o ensino de língua portuguesa. Working Papers
em Linguística, v. 10, p. 45-59, 2009.
174
SILVA CRISTÓFARO, T. Fonética e fonologia do Português. São Paulo: Editora
Contexto, 2001.
175