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Graduado em História pela Unipar, Matemática pela Unioeste e Bacharel em Teologia pela Unicesumar.
perpetuar ou alcançar o poder [...]”. (ZABATIERO, 2018, p. 141-142). Assemelha-se ao
clericalismo, onde apenas um grupo de pessoas “ungidas” ouve a voz de Deus e toma decisões
em detrimento das restantes. Este procedimento reproduz, dentro da igreja, um mal que aflige
a sociedade. Faz-se necessário destituí-lo. Cada cristão precisa ser agente de transformação,
primeiramente de si mesmo, por meio da busca de Deus, leitura e estudo da Bíblia, orientação
do Espírito Santo e, posteriormente, ministrando à sociedade por meio dos dons que tem
recebido. Desta forma é imprescindível incentivar a participação na sociedade em todas as
esferas, inclusive política, desde reuniões escolares, de bairro, cidade etc., buscando caminhos
para resolução dos problemas cotidianos da comunidade.
O terceiro empecilho elencado é “o predomínio do consumismo como forma cultural,
obstáculo ao desenvolvimento de uma atitude cidadã da parte da maioria dos membros da
nação”. (ZABATIERO, 2018, p. 142). O consumismo tem se incrustado na sociedade moderna
de tal forma que, por vezes, parece ser algo inerente a ela. A busca pelo novo, pelo “melhor”,
maior. O “ter” se tornou símbolo de poder e de sucesso. Infelizmente isso tem alcançado
também as comunidades religiosas, que no afã de acompanhar o modismo do mundo, esquece-
se das orientações bíblicas sobre a modéstia (BÍBLIA, 2021, 1Pe 3. 3-4). É claro que o texto
em si fala às esposas, mas hoje, essa admoestação deve remeter, não somente a elas, mas a todos
os cristãos. Quantos não pagam “fortunas” para ter um tênis de uma determinada marca, uma
camiseta de outra, o celular de última geração etc., esquecendo-se do próximo, da oferta, dos
dízimos, isso quando não ficam endividados. Também não se preocupam com a natureza, que
Deus fez com tanto esmero, que geme sob o pecado dessas futilidades. (BÍBLIA, 2021, Rm 8.
19-22). É necessário rejeitar o modismo e o culto às marcas e nos voltarmos a Deus, observando
seus preceitos e cuidando, como bons mordomos, daquilo que ele colocou sob nossa
responsabilidade, quer dons, quer bens ou mesmo a própria natureza.
O último empecilho mencionado é “a falta de mobilização e capacitação dos cidadãos
para a deliberação pública, que tem a ver não só com o consumismo, mas, também, com a
historicamente endêmica paralisia da cidadania brasileira em função do messianismo populista
que domina nossa esfera política.” (ZABATIERO, 2018, p. 142). Neste ponto podemos
perceber uma confusão, tanto na sociedade de forma geral, quanto dentro da igreja. Muitos
esperam um messias, político e natural, que irá resolver todos os seus problemas. Quem sabe
um “pai de todos” ou um novo pai dos pobres, como foi chamado Getúlio Vargas. No entanto,
por mais que, como cristãos, cremos na promessa do Messias que virá, no mundo natural
precisamos agir, como agiu o Messias que prometeu voltar. O problema desse populismo
difundido ao longo dos séculos, é que se criou uma cultura de estagnação, esperando próximo
messias. Dentro da igreja, por vezes, o sentimento é o mesmo, a igreja espera, ou um messias
político que resolvera seus problemas, ou se aliena apenas na esfera espiritual, esperando a volta
do Cristo, no entanto a Igreja precisa voltar a ser militante, que acolhe, mas também que se
manifesta, que conhece os seus direitos, a exemplo de Paulo (BÍBLIA, 2021, At 16. 37), mas
que também cumpre seus deveres. (BÍBLIA, 2021, At 16. 3).
Desta forma, as mazelas da sociedade são, em certa medida, as mazelas das Igreja atual.
Portanto é necessário voltar ao caminho traçado para ela, pelo seu Mestre. A Igreja tem uma
missão que se origina no seu Cristo e precisa cumprir esta missão em conformidade com a
Palavra do Cristo. Isso deve ocorrer a partir de uma transformação de vida, de dentro para fora.
A partir do indivíduo, cristão, renovando sua comunidade e transbordando para a sociedade.
REFERÊNCIAS