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2. As origens de Israel

2.1. A teoria da conquista

Israel invade a terra de Canaã, vindo da Transjordânia, pelo final do século XIII a.C. As
tribos lutam unidas e, fazendo uma campanha militar em três fases, dirigidas ao centro,
sul e norte, ocupam o país, destruindo seus habitantes, no espaço de uns 25 anos.

Esta é a visão de Js 1-12 e a que dominou no mundo judaico.

A síntese de Js 10,40-43 diz o seguinte:“Assim Josué conquistou toda a terra, a saber: a


montanha, o Negueb, a planície e as encostas, com todos os seus reis. Não deixou
nenhum sobrevivente e votou todo ser vivo ao anátema, conforme havia ordenado
Iahweh, o Deus de Israel; Josué os destruiu desde Cades Barne até Gaza, e toda a terra
de Gósen até Gabaon. Todos esses reis com suas terras, Josué os tomou de uma só
vez, porquanto Iahweh, Deus de Israel, combatia por Israel. Finalmente Josué, com todo
Israel, voltou ao acampamento em Guilgal”.

E Js 11,15-23 diz: “Como Iahweh ordenara a seu servo Moisés, assim ordenou Moisés a
Josué, e Josué o executou sem omitir uma só palavra daquilo que Iahweh ordenara a
Moisés. Assim Josué tomou toda esta terra: a montanha, todo o Negueb e toda a terra
de Gósen, as terras da planície, a Arabá, a montanha de Israel e sua planície. Desde o
monte Escarpado que sobe em direção de Seir, até Baal-Gad, no vale do Líbano, ao pé
do monte Hermon, capturou todos os seus reis e os matou. Durante longo tempo, Josué
fez guerra contra todos esses reis; nenhuma cidade fez a paz com os israelitas, salvo os
heveus que habitavam em Gabaon; foi por meio da guerra que tomaram todas as outras.
Iahweh havia, pois, decidido endurecer o coração desses povos para que combatessem
Israel, para que fossem anátemas, e para que não houvesse para eles remissão, mas
fossem exterminados, como Iahweh ordenara a Moisés. Naquele tempo, veio Josué  e
exterminou os enacim da montanha, de Hebron, de Dabir, de Anab, de todas as
montanhas de Judá e de todas as montanhas de Israel: votou-os, com as suas cidades,
ao anátema. Assim, pois, não restou nenhum dos enacim na terra dos israelitas, salvo
em Gaza, em Gat e em Azoto. Josué tomou toda a terra, exatamente como Iahweh havia
dito a Moisés, e a deu por herança a Israel, segundo a sua divisão em tribos. E a terra
descansou em paz”.

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Alguns defendem esta teoria, com matizes, baseados na “evidência” arqueológica como
William Foxwell Albright, George Ernest Wright, Yehezkel Kaufmann, Nelson Glueck,
Yigael Yadin, Abraham Malamat, John Bright, este último moderadamente[1].

A arqueologia atesta:

a) Uma ampla destruição de cidades cananeias no final do século XIII a.C. Do norte para
o sul, são essas as cidades: Hazor, Meguido, Succoth, Betel, Bet-Shemesh, Ashdod,
Lakish, Eglon e Debir.

Destas 9 cidades, 4 são ditas especificamente como destruídas por Josué:

Hazor: Js 11,10-11

Lakish: Js 10,31-33

Eglon: Js 10,34-35

Debir: Js 10,38-39

b) A não destruição de cidades que os textos confirmam como não tendo sido tomadas
por Josué:

Gibeon: Js 9

Taanach: Jz 1,27

Siquém: Js 24

Jerusalém: Js 15,63; 2Sm 5,6-9

Bet-Shean: Jz 1,27-28

Gezer: Js 10,33

c) A reocupação das cidades destruídas foi homogênea e pode ser relacionada com a
ocupação israelita que se seguiu à conquista. Além do que tal ocupação mostra, na sua
maior parte, um empobrecimento técnico, típico do assentamento de populações
seminômades (o tipo de cerâmica, de construções, de utensílios etc).

d) Localidades que estavam abandonadas há muito tempo são ocupadas nova­mente no


século XIII a.C., como: Dor, Gibeah, Bersabeia, Silo, Ai, Mispa, Bet-Zur…

Ora, em nenhuma destas evidências aparece qualquer inscrição dizendo tratar-se de


Israel. Mas como nenhum outro povo ocupou tal região neste período, quem poderia ser
senão Israel?

Porém:

. os dados arqueológicos não são puros, são interpretados

. várias destruições podem ter sido feitas por lutas internas, lutas entre as cidades
cananeias

. o livro dos Juízes relata a conquista de maneira individualizada, feita pelas várias tribos
isoladamente e não uma ação conjunta de um pretenso Israel unido

. o Dtr marcou muito sua obra com propósitos teológicos – necessários no tempo do
exílio – e não tinha a nossa concepção de história. Ele projetou muito no passado o que

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era projeto para o presente, como:

. o hérem ou “anátema”, uma guerra de extermínio, com o objetivo de manter os


israelitas separados das populações estrangeiras que ocuparam a Palestina durante o
exílio

. o processo de nacionalização através do chefe único – Josué – que interessava na


reunificação dos israelitas no pós-exílio, quando na realidade Josué deve ter comandado
apenas tribos da “casa de José”, como Efraim, Manassés, Benjamim

. a chave litúrgica na apresentação dos fatos (o que interessava aos levitas e à reforma
de Josias) como: a tomada de Jericó (Js 6), a travessia do Jordão (Js 3-5), o culto
praticado num só lugar, na sequência Guilgal, Silo, Siquém (Js 5,10;18,1;24,1) e a
condenação do culto praticado em qualquer outro lugar (Jz 17-18), quando, na verdade,
os lugares de culto parecem ter sido muitos nesta época, e contemporâneos!

. as cidades de Jericó, Ai e Gibeon não podem ter sido conquistadas nesta época,
segundo os arqueólogos. Jericó foi destruída no século XIV a.C. e não há indícios de
destruição nos séculos XIII-XII a.C., nem de reocupação; Ai (= ruína) também já fora
destruída muito tempo antes, no III milênio. Gibeon não era nenhuma cidade importante
na época de Josué, segundo mostra a arqueologia (cf. Js 9)

. o livro de Josué recorre muito à etiologia, quando diz: “e (tal está assim) até o dia de
hoje” (Js 4,9;5,9;6,25;7,26;8,28-29;9,27;10,27 etc). O mesmo acontece com o livro dos
Juízes. Qual o valor histórico destes relatos?

2.2. A teoria da instalação pacífica

Modelo defendido por Albrecht Alt (1925;1939), Martin Noth (1940;1950), Manfred
Weippert, Siegfried Hermann, J. Alberto Soggin, Yohanan Aharoni e outros[2]. Os relatos
de conquista de Josué são etiológicos e Josué não passou de um chefe local efraimita.
As tribos foram ocupando os espaços vazios entre as cidades-estado cananeias, sem
um conflito generalizado e organizado. Os conflitos aconteciam quando um clã invadia o
território de uma cidade-estado[3].

Tal teoria baseia-se na análise crítica dos textos bíblicos e interpreta à


sua luz os dados arqueológicos, que assim acabam confirmando-na.
Apoia-se também nas tradições patriarcais do Gênesis: os patriarcas
viviam, mais ou menos pacificamente, nas proximidades das cidades
cananeias[4].

Defende uma entrada diferenciada na Palestina, para as tribos


israelitas: êxodos diferentes para os vários grupos, pelo menos, para o
sul e para o norte. Ligas anfictiônicas: primeiro duas (Noth): uma de
clãs do sul (6 clãs posteriormente assimilados a Judá) e outra de tribos do norte. Depois
sua união, antes da monarquia, em doze tribos. Noth liga os hebreus aos hapiru.

Problemas:

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. anfictionia israelita?

. hapiru/hebreu?

. conceito de etiologia e narrativas etiológicas

. e as destruições do final do século XIII a.C.?

2.3. A teoria da revolta

A teoria da revolta foi defendida primeiro por George Mendenhall, com um artigo[5]
chamado The Hebrew Conquest of Palestine, publicado em The Biblical Archaeologist
25, p. 66-87, 1962. O artigo já começa com uma constatação, que hoje tornou-se lugar
comum em congressos ou salas de aula: “Não existe problema da história bíblica que
seja mais difícil do que a reconstrução do processo histórico pelo qual as Doze Tribos do
antigo Israel se estabeleceram na Palestina e norte da Transjordânia”[6].

De fato, a narrativa bíblica enfatiza os poderosos atos de Iahweh que liberta o povo do
Egito, o conduz pelo deserto e lhe dá a terra, informando-nos, deste modo, sobre a visão
e os objetivos teológicos dos narradores de séculos depois, mas ocultando-nos as
circunstâncias econômicas, sociais e políticas em que se deu o surgimento de Israel.

Frente a isso, os pesquisadores sempre utilizaram modelos ideais para descrever as


origens de Israel, como o fez Martin Noth com a tese da anfictionia, importada do mundo
grego. O que George Mendenhall propôs com o seu artigo foi apresentar um novo
modelo ideal em substituição a modelos que não mais se sustentavam, sugerindo uma
linha de pesquisa que levasse em conta elementos que até então não tinham sido
considerados.

G. Mendenhall começa descrevendo os dois modelos existentes até então para a


entrada na terra de Canaã, o da conquista militar e o da infiltração pacífica de
seminômades e elenca os três pressupostos presentes em ambos:

. as doze tribos entram na Palestina vindo de outro lugar na época da “conquista”

. as tribos israelitas eram nômades ou seminômades que tomam posse da terra e se


sedentarizam

. a solidariedade das doze tribos é do tipo étnico, sendo a relação de parentesco seu
traço fundamental, caracterizando-as, inclusive, em contraste com os cananeus.

Ora, continua Mendenhall, o primeiro e o terceiro pressupostos até que podem ser
aceitos, mas “a suposição de que os israelitas primitivos eram nômades, entretanto, está
inteiramente em contraste com as evidências bíblicas e extrabíblicas, e é aqui a
reconstrução de uma alternativa deve começar”[7].

A seguir, Mendenhall critica a visão romântica do modo de vida dos beduínos,


erroneamente vistos como nômades contrastando com os sedentários das cidades, que
foi assumida sem criticidade pelos pesquisadores bíblicos e usada como modelo para o

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Israel primitivo. Mostra que os próprios relatos bíblicos jamais colocam os antepassados
de Israel como inteiramente nômades, como, por exemplo, Jacó e Labão, Jacó e os
filhos, onde há sempre uma parte do grupo que é sedentária. Igualmente critica a noção
de tribo como um modo de organização social próprio de nômades, mostrando que tribos
podem ser parte ou estar em relação com povoados e cidades.

Aproximando o conceito de hebreu ao de Hab/piru, e utilizando as cartas de Tell el-


Amarna, Mendenhall procura demonstrar que ninguém podia nascer hebreu já que este
termo indica uma situação de ruptura de pessoas e/ou grupos com a fortemente
estratificada sociedade das cidades cananeias. E conclui: “Não houve uma real
conquista da Palestina. O que aconteceu pode ser sumariado, do ponto de vista de um
historiador interessado somente nos processos sócio-políticos, como uma revolta
camponesa contra a espessa rede de cidades-estado cananeias”.

Estes camponeses revoltados contra o domínio das cidades cananeias se organizam e


conquistam a Palestina, diz Mendenhall, “porque uma motivação e um movimento
religioso criou uma solidariedade entre um grande grupo de unidades sociais
preexistentes, tornando-os capazes de desafiar e vencer o complexo mal estruturado de
cidades que dominavam a Palestina e a Síria no final da Idade do Bronze”[8]. Esta
motivação religiosa é a fé javista que transcende a religião tribal, e que funciona como
um poderoso mecanismo de coesão social, muito acima de fatores sociais e políticos…
Por isso a tradição da aliança é tão importante na tradição bíblica, pois esta é o símbolo
formal através da qual a solidariedade era tornada funcional.

A ênfase na mesma herança tribal, através dos patriarcas, e na identificação de Iahweh


com o “deus dos pais”, pode ser creditada à teologia dos autores da época da monarquia
e do pós-exílio que deram motivações políticas a uma unidade que foi criada pelo fator
religioso.

Niels Peter Lemche, por outro lado, critica Mendenhall, por seu uso arbitrário de macro
teorias antropológicas, mas especialmente por seu uso eclético destas teorias, coisa que
os teóricos da antropologia não aprovariam de modo algum[9]. Segundo Lemche,
Mendenhall usa os modelos de Elman Service expostos em sua obra Primitive Social
Organization. 2. ed. New York: Random, 1962. Sem dúvida, seu ponto mais crítico é o
idealismo que permeia o seu estudo e coloca o “javismo”, um javismo não muito bem
explicado, mas principalmente só o javismo e nenhuma outra esfera da vida daquele
povo, como a causa da unidade solidária que faz surgir Israel.

Alguns anos mais tarde, Norman K. Gottwald publicou seu polêmico livro The Tribes of
Yahweh: A Sociology of the Religion of Liberated Israel, 1250-1050 B.C.E. Maryknoll,
New York: Orbis Books, 1979 [em português: As Tribos de Iahweh: Uma Sociologia da
Religião de Israel Liberto, 1250-1050 a.C. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004], no qual
retoma a tese de G. Mendenhall e avança por quase mil páginas em favor de uma
revolta camponesa ou processo de retribalização que explicaria as origens de Israel.

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Mas, em um artigo anterior, de 1975, didaticamente,


Gottwald expõe sua tese então em desenvolvimento, e
que usarei aqui para sintetizar seus pontos
fundamentais[10].

Ele diz que até recentemente a pesquisa sobre o Israel


primitivo era dominada por três ideias básicas:

. o pressuposto de mudança social ocorrida no


deslocamento de populações, ou seja: um hiato
sociopolítico em Canaã teria ocorrido como resultado da
substituição demográfica ou étnica de um grupo por
outro, seja por imigração seja por conquista militar

. o pressuposto da criatividade do povo do deserto em


iniciar mudanças sociais em regiões sedentárias, ou
seja, Israel teria ocupado a terra como recurso para
realizar a passagem do seminomadismo para a sedentarização, resultando numa
aculturação sociopolítica

. o pressuposto de mudança social produzida por características especiais de um grupo


ou por elementos culturais de destaque, ou seja, a partir do momento em que o judaísmo
é lido a partir da perspectiva do judaísmo tardio e do cristianismo, o javismo é visto como
fonte isolada e agente de mudança na emergência de Israel[11].

As forças e pressões que dobraram e quebraram estes pressupostos são muitos, mas
basta citarmos umas poucas para que as coisas comecem a clarear: a evidência
etnográfica de que o seminomadismo era apenas uma atividade secundária de
populações sedentárias que criavam gado e cultivavam o solo; indicações de que
mudanças culturais e sociais são frequentemente consequências do lento crescimento
de conflitos sociais dentro de uma determinada população mais do que resultado de
incursões de povos vindos de fora; a conclusão de que conflitos ocorrem tanto dentro de
sociedades controladas por um regime único como entre estados opostos; a percepção
de que a tecnologia e a organização social exercem um impacto muito maior sobre as
ideias do que pesquisadores humanistas poderiam admitir; evidências da fundamental
unidade cultural de Israel com Canaã em uma vasta gama de assuntos, desde a língua
até a formação religiosa…

Os conceitos centrais que emergem deste deslocamento de pressupostos, cada vez


maior entre os estudiosos, podem ser sintetizados da seguinte maneira:

. o pressuposto da ocorrência normal de mudança social ocorrida por pressão e conflitos


sociais internos, como resultado de novos avanços tecnológicos e de ideias em
confronto numa interação volátil

. o pressuposto da função secundária do deserto em precipitar a mudança social, sendo


que no Antigo Oriente Médio o seminomadismo era econômica e politicamente
subordinado a uma região predominante agrícola e que nunca foi ocasião de

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deslocamentos maciços de populações ou de conquistas políticas provocadas por estes


deslocamentos

. o pressuposto de que mudança social ocorre pela interação de elementos culturais de


níveis diversos, especialmente o fato de que os fatores ideológicos não podem ser
desligados de indivíduos e grupos vivendo em situações específicas, nas quais
determinados contextos tecnológicos e sociais adquirem configurações novas[12].

A partir de tais constatações, Gottwald propõe um modelo social para o Israel primitivo
que segue as seguintes linhas: “O Israel primitivo era um agrupamento de povos
cananeus rebeldes e dissidentes, que lentamente se ajuntavam e se firmavam
caracterizando-se por uma forma antiestatal de organização social com liderança
descentralizada. Esse desligar-se da forma de organização social da cidade-estado
tomou a forma de um movimento de ‘retribalização’ entre agricultores e pastores
organizados em famílias ampliadas economicamente autossuficientes com acesso igual
aos recursos básicos. A religião de Israel, que tinha seus fundamentos intelectuais e
cultuais na religião do antigo Oriente Médio cananeu, era idiossincrática e mutável, ou
seja, um ser divino integrado existia para um integrado e igualitário povo estruturado.
Israel tornou-se aquele segmento de Canaã que se separou soberanamente de outro
segmento de Canaã envolvendo-se na ‘política de base’ dos habitantes dos povoados
organizados de forma tribal contra uma ‘política de elite’ das hierarquizadas cidades
estados”[13].

Assim, Gottwald vê o tribalismo israelita como uma forma escolhida por pessoas que
rejeitaram conscientemente a centralização do poder cananeu e se organizaram em um
sistema descentralizado, onde as funções políticas ou eram partilhadas por vários
membros do grupo ou assumiam um caráter temporário. O tribalismo israelita foi uma
revolução social consciente, uma guerra civil, se quisermos, que dividiu e opôs grupos
que previamente viviam organizados em cidades-estado cananeias. E Gottwald termina
seu texto dizendo que o modelo da retribalização levanta uma série de questões para
posterior pesquisa e reflexão teórica[14].

Página 10

[1]. Cf. ALBRIGHT, W. F. The Archaeology of Palestine. 3. ed. Baltimore: Penguin, 1960;
WRIGHT, G. E. Biblical Archaeology. 2. ed. Philadelphia: Westminster Press, 1962;
KAUFMANN, Y. The Religion of Israel: From its Beginnings to the Babylonian Exile. New
York: Schocken Books, 1972; BRIGHT, J. História de Israel. 7. ed. São Paulo: Paulus,
2003. Cf., para a exposição que se segue, GOTTWALD, N. K. As tribos de Iahweh: uma
sociologia da religião de Israel liberto, 1250-1050 a.C. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004, p.
202-213.

[2]. Cf. ALT, A. Terra Prometida. Ensaios sobre a História do Povo de Israel. São
Leopoldo: Sinodal, 1987; NOTH, M. The History of Israel. New York: Harper & Brothers,
1960; WEIPPERT, M. The Settlement of the Israelite Tribes in Palestine. London: SCM

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Press, 1971; HERMANN, S. A History of Israel in Old Testament Times. Philadelphia:


Fortress Press, 1975; SOGGIN, J. A. Joshua. Philadelphia: Westminster Press, 1972.

[3]. Cf. ALT, A. Terra Prometida. Ensaios sobre a história do povo de Israel, p. 19-110.

[4]. Cf. ALT, A. Terra Prometida, p. 56 e 72-73.

[5]. Cf. o artigo em CARTER, C. E. ; MEYERS, C. L. (eds.) Community, Identity and


Ideology. Social Sciences Approaches to the Hebrew Bible. Winona Lake, IN:
Eisenbrauns, 1996, p. 152-169.

[6]. MENDENHALL, G. E. The Hebrew Conquest of Palestine. In: CARTER, C. E. ;


MEYERS, C. L. (eds.) Community, Identity and Ideology, p. 152. A revista The Biblical
Archaeologist foi publicada de 1938 a 1997 por American Schools of Oriental Research
(ASOR) e foi continuada, desde 1998, pela revista Near Eastern Archaeology (NEA).
Sobre George E. Mendenhall (1916-2016), leia aqui.

[7]. Idem, ibidem, p. 154.

[8]. Idem, ibidem, p. 158-159.

[9]. Cf. LEMCHE, N. P. “On the Use of “System Theory”, “Macro Theories”, and
Evolutionistic Thinking” in Modern Old Testament Research and Biblical Archaeology. In:
CARTER, C. E. ; MEYERS, C. L. (eds.) Community, Identity and Ideology, p. 279.

[10]. Cf. GOTTWALD, N. K. Domain Assumptions and Societal Models in the Study of
Pre-Monarchic Israel. In: CARTER, C. E. ; MEYERS, C. L. (eds.) Community, Identity and
Ideology, p. 170-181; GOTTWALD, N. K. As tribos de Iahweh: uma sociologia da religião
de Israel liberto, 1250-1050 a.C. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004. Cf. também Revisiting
The Tribes of Yahweh (2006).

[11]. Cf. Idem, ibidem, p. 172.

[12]. Cf. Idem, ibidem, p. 173-174.

[13]. Idem, ibidem, p. 174-175.

[14]. Cf. Idem, ibidem, p. 180-181.

Última atualização: 27.05.2021 – 07h53

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