Você está na página 1de 18

GASTRO

PEDIATRIA
DIARREIA AGUDA
A depender do fator de
virulência, podem ocorrer
quatro mecanismos fisiopa-
tológicos de diarreia aguda:
osmótico, secretor, infla-
matório e alteração da
motilidade. Seguem abaixo
os tipos de diarreia e as suas
características.
DIARREIA
OSMÓTICA
Predomina nos quadros
virais. O rotavírus causa
lesões focais, com infec-
ção das células vilositárias
apicais (que concentram as
dissacaridases, principal-
mente a enzima lactase).
Caracteriza-se pela elimi-
nação de fezes líquidas,
volumosas e amareladas,
com caráter explosivo e com
grande perda hidreletrolí-
tica. Vômitos são frequentes
e precoces, e a febre (geral-
mente alta) ocorre em
metade dos casos.
DIARREIA
SECRETORA
Caracteriza-se pela perda de
grande volume de água e de
eletrólitos por ação de ente-
rotoxinas, que estimulam
os mediadores da secreção,
a adenosina monofosfato
cíclico (AMPc), guanosina
monofosfato cíclico (GMPc)
e o cálcio (Ca2+), levando à
diminuição da absorção de
água e de íons e à secreção
ativa pela criptas. São exem-
plos típicos desse tipo de
diarreia: a ETEC e o Vibrio
cholerae.
Nesse tipo de diarreia, há
poucos sintomas sistêmi-
cos, a febre está ausente ou
é baixa e os vômitos surgem
com a desidratação, que
é a principal complicação
por conta da perda rápida
e volumosa de água e de
eletrólitos pelas fezes.
DIARREIA
INFLAMATÓRIA
Causada por patógenos
que invadem a mucosa ou
do intestino delgado ou do
grosso, ocasionando uma
resposta inflamatória local
ou sistêmica, a depender da
extensão da injúria. O quadro
clínico caracteriza-se por:
febre, mal-estar, vômitos,
dor abdominal do tipo cólica
e diarreia disentérica (com
fezes contendo sangue, muco
e leucócitos). Os sintomas
sistêmicos serão mais inten-
sos quanto maior for
o potencial invasivo do
patógeno.
GASTRO
PEDIATRIA
DIARREIA CRÔNICA
ETIOLOGIA
INFECCIOSA
Agentes bacterianos e
virais, protozoários, super-
crescimento bacteriano do
intestino, síndrome pós-en-
terite, doença de Whipple,
alterações da microbiota por
uso de antibióticos.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Diarreia associada a
substâncias exógenas:
Excesso de líquidos carbo-
nados; excesso de sorbitol,
xilitol e manitol; excesso de
antiácidos, laxativos como
lactulose e hidróxido de
magnésio; alta ingestão
de metilxantinas (café,
chá e refrigerante à base
de cola).
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Processo digestivo
anormal:
Fibrose cística, síndrome de
Shwachman-Diamond, defi-
ciência isolada de enzima
pancreática, pancreatite
crônica, deficiência de ente-
roquinase, tripsinogênio,
colestase crônica, uso de
sequestrante de sal biliar,
má absorção primária de
sal biliar e ressecção do
íleo terminal.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Má absorção
de nutrientes:
Deficiência de
sacarase-isomaltase,
deficiência de lactase,
má absorção de
glicose-galactose, má
absorção de frutose,
síndrome do intestino curto.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Processos imunes/
inflamatórios:
Alergia alimentar, doença
celíaca, gastroenterite eosi-
nofílica, enteropatia
autoimune, síndrome IPEX
e imunodeficiências primá-
rias ou secundárias, doenças
inflamatórias intestinais.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Defeitos estruturais:
Doença de inclusão microvi-
lositária, enteropatia tuffting,
diarreia fenotípica, deficiên-
cia de sulfato-heparina,
deficiência de integrina
e linfangiectasia.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Defeitos no transporte
de eletrólitos e
metabólicos:
Cloridorreia congênita, má
absorção de sódio, acro-
dermatite enteropática,
deficiência de folato, abetali-
poproteinemia.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Doenças da motilidade:
Doença de Hirschsprung,
pseudo-obstrução intestinal
crônica, tireotoxicose.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Diarreias não
específicas:
Diarreia crônica funcional,
síndrome do intestino
irritável.
ETIOLOGIA NÃO
INFECCIOSA

Doenças neoplásicas:
Hormônios secretores
neuroendócrinos, VIPoma,
APUdomas, mastocitose,
síndrome de Zollinger-Ellison.
REFERÊNCIAS
CAMPOS JÚNIOR, Dioclécio
Et al. Tratado de Pediatria.
Sociedade Brasileira de
Pediatria. 4ª Ed. Editora
Manole, 2017.

Você também pode gostar