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EDITAL DO LEILÃO Nº 01/2018

CONCESSÃO PARA AMPLIAÇÃO, MANUTENÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS AEROPORTOS INTEGRANTES DOS


BLOCOS NORDESTE, CENTRO-OESTE E SUDESTE

CONTRATO DE CONCESSÃO PARA AMPLIAÇÃO,


MANUTENÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS AEROPORTOS
INTEGRANTES DOS BLOCOS NORDESTE, CENTRO-OESTE E
SUDESTE
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CONCESSÃO PARA AMPLIAÇÃO, MANUTENÇÃO E EXPLORAÇÃO DOS AEROPORTOS INTEGRANTES DOS
BLOCOS NORDESTE, CENTRO-OESTE E SUDESTE

Sumário
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS................................................................................................. 6
Seção I – Das Definições.......................................................................................................................... 6
Seção II – Da Legislação Aplicável ......................................................................................................... 11
Seção III – Das Disposições Gerais ........................................................................................................ 11
Seção IV – Dos Anexos .......................................................................................................................... 12
CAPÍTULO II – DO OBJETO ..................................................................................................................... 13
Seção I – Da Área .................................................................................................................................. 13
Seção II – Do Prazo de Vigência ............................................................................................................ 14
Seção III – Do Valor do Contrato ........................................................................................................... 14
Seção IV – Da Contribuição ao Sistema ................................................................................................ 15
Seção V – Das Fases de Realização do Objeto ...................................................................................... 17
Subseção I – Da Fase I-A........................................................................................................................ 17
Subseção II – Da Fase I-B....................................................................................................................... 19
Subseção III – Da Fase II ........................................................................................................................ 21
CAPÍTULO III – DOS DIREITOS E DEVERES ............................................................................................. 22
Seção I – Da Concessionária.................................................................................................................. 22
Subseção I – Dos Deveres Gerais .......................................................................................................... 22
Subseção II – Da Prestação dos Serviços .............................................................................................. 23
Subseção III – Das Atividades Operacionais.......................................................................................... 23
Subseção IV – Das Informações ............................................................................................................ 24
Subseção V – Dos Investimentos .......................................................................................................... 25
Subseção VI – Da Governança Corporativa........................................................................................... 26
Subseção VII – Do Relacionamento com Partes Relacionadas ............................................................. 27
Subseção VIII – Do Capital Social .......................................................................................................... 28
Subseção IX – Da Responsabilidade ...................................................................................................... 28
Subseção X – Dos Seguros..................................................................................................................... 29
Subseção XI – Das Garantias de Execução Contratual .......................................................................... 30
Seção II – Do Poder Concedente ........................................................................................................... 33
Seção III – Do Usuário ........................................................................................................................... 34
CAPÍTULO IV – DA REMUNERAÇÃO DA CONCESSIONÁRIA ................................................................... 34

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Seção I – Das Receitas Tarifárias ........................................................................................................... 34


Seção II – Das Receitas Não Tarifárias .................................................................................................. 36
CAPÍTULO V – DA ALOCAÇÃO DOS RISCOS ........................................................................................... 36
Seção I – Dos Riscos do Poder Concedente .......................................................................................... 36
Seção II – Dos Riscos da Concessionária ............................................................................................... 38
CAPÍTULO VI – DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO .................................................................. 40
Seção I – Do Reajuste ............................................................................................................................ 40
Subseção II – Receita Teto .................................................................................................................... 41
Subseção III – Considerações Gerais ..................................................................................................... 42
Seção II – Da Revisão dos Parâmetros da Concessão ........................................................................... 42
Seção III – Da Proposta Apoiada ........................................................................................................... 43
Seção IV - Da Revisão Extraordinária .................................................................................................... 43
CAPÍTULO VII – DA FISCALIZAÇÃO ........................................................................................................ 45
CAPÍTULO VIII – DAS PENALIDADES ...................................................................................................... 46
Seção I – Da Advertência ...................................................................................................................... 47
Seção II – Da Multa ............................................................................................................................... 47
Seção III – Da Suspensão do Direito de Participar de Licitações e de Contratar com a Agência Nacional
de Aviação Civil - ANAC ......................................................................................................................... 48
Seção IV – Da Declaração de Inidoneidade para Licitar ou Contratar com a Administração Pública... 48
Seção V – Das Medidas Acautelatórias ................................................................................................. 48
CAPÍTULO IX – DA SUBCONTRATAÇÃO ................................................................................................. 48
CAPÍTULO X – DA TRANSFERÊNCIA DA CONCESSÃO E DO CONTROLE SOCIETÁRIO ............................ 48
CAPÍTULO XI – DA UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS NO COMPLEXO AEROPORTUÁRIO ................................. 50
Seção I – Das Disposições Gerais .......................................................................................................... 50
Seção II – Das Áreas e Atividades Operacionais ................................................................................... 52
CAPÍTULO XII – DA INTERVENÇÃO ........................................................................................................ 55
CAPÍTULO XIII – DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO.................................................................................... 55
Seção I – Do Advento do Termo Contratual ......................................................................................... 57
Seção II – Da Encampação .................................................................................................................... 57
Seção III – Da Caducidade ..................................................................................................................... 57
Seção IV – Da Rescisão .......................................................................................................................... 59

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Seção V – Da Anulação .......................................................................................................................... 59


Seção VI – Da Relicitação ...................................................................................................................... 59
Seção VII – Da Falência ou Da Extinção da Concessionária .................................................................. 60
CAPÍTULO XIV – DOS BENS DA CONCESSÃO ......................................................................................... 60
Seção I – Dos bens reversíveis .............................................................................................................. 60
Seção II – Do Controle Patrimonial ....................................................................................................... 61
Subseção I – Do Relatório Interno de Bens - RIB .................................................................................. 61
Subseção II – Do Relatório Externo de Bens - REB ................................................................................ 62
Subseção III – Do Relatório de Movimentação de Bens - RMB ............................................................ 62
Seção III – Do Desfazimento dos Bens da Concessão ........................................................................... 63
Seção IV – Da Reversão dos Bens ......................................................................................................... 63
CAPÍTULO XV – DAS CONSULTAS AOS USUÁRIOS................................................................................. 64
CAPÍTULO XVI – DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS............................................................................... 65
CAPÍTULO XVII – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS ........................................................................................... 66
Seção I – Da Documentação Técnica .................................................................................................... 66
Seção II – Da Propriedade Intelectual ................................................................................................... 66
Seção III – Da Arbitragem...................................................................................................................... 66
Seção IV – Do Foro ................................................................................................................................ 68

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PREÂMBULO

Pelo presente instrumento feito em 3 (três) vias de igual teor e para um único efeito, os abaixo
assinados, de um lado como Poder Concedente, a Agência Nacional de Aviação Civil, entidade
integrante da Administração Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial,
vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, neste ato representada na forma de
seu Regimento Interno e de outro a (razão social da concessionária), com sede (endereço da sede,
incluindo município e UF), inscrita no CNPJ sob o nº (_______), representada na forma de seus atos
constitutivos pelos Srs. (qualificação dos representantes da concessionária), (doravante designada
Concessionária), com a interveniência de (operador aeroportuário), com sede (endereço da sede,
incluindo município e UF), inscrita no CNPJ sob o nº (_______), representada na forma de seus atos
constitutivos pelos Srs. (qualificação dos representantes/representante do operador aeroportuário),
têm entre si justo e firmado o presente Contrato, para realização do objeto a seguir indicado, que se
regerá pelas cláusulas e condições aqui previstas e pela legislação e normas regulamentares aplicáveis.

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CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Seção I – Das Definições

1.1. Para os fins do presente Contrato, e sem prejuízo de outras definições aqui estabelecidas, as
expressões seguintes são assim definidas:

1.1.1. Adjudicatária: Proponente (ou Licitante) vencedora do processo licitatório;

1.1.2. Aeroporto: Aeroportos Internacionais que serão objeto do presente procedimento


licitatório;

1.1.3. ANAC: Agência Nacional de Aviação Civil, entidade integrante da Administração Pública
Federal indireta, submetida a regime autárquico especial, criada pela Lei Federal nº.
11.182, de 27 de setembro de 2005;

1.1.4. Anexo Fluxo de Caixa Marginal: Anexo que dispõe sobre a metodologia de cálculo a ser
utilizada na recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato, por meio da
Revisão Extraordinária;

1.1.5. Anexos: documentos citados no Contrato, incorporados no final deste e nomeados


conforme suas denominações;

1.1.6. Ano-calendário: período de tempo composto por 12 meses, tendo, necessariamente,


início em 1º de janeiro e término no dia 31 de dezembro;

1.1.7. Anteprojeto: representação técnica da opção adotada a partir do estudo de viabilidade


e estudos preliminares, apresentada em desenhos sumários, em número e escala
suficientes para a perfeita compreensão da obra planejada, contemplando ainda:
especificações técnicas e memorial descritivo definindo padrão mínimo aceito,
memorial de cálculo que comprove o atendimento aos requisitos mínimos do contrato,
e cronograma físico preliminar;

1.1.8. Bens da Concessão: todos os bens existentes no Complexo Aeroportuário, tenham eles
sido transferidos pelo Poder Público à Concessionária ou adquiridos, construídos,
arrendados ou locados pela Concessionária ao longo do Prazo da Concessão, excluídos
os itens de estoque;

1.1.9. Bens Reversíveis: Bens da Concessão necessários à continuidade dos serviços


relacionados à Concessão que serão revertidos ao Poder Público por ocasião do término
do Contrato;

1.1.10. Bloco de Aeroportos: Grupos de Aeroportos cuja ampliação, exploração e manutenção


constitui objeto do presente contrato, assim especificados:

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1.1.10.1. Bloco Nordeste:

1.1.10.1.1. Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre;

1.1.10.1.2. Aeroporto de Maceió – Zumbi dos Palmares;

1.1.10.1.3. Aeroporto Internacional Santa Maria – Aracaju;

1.1.10.1.4. Aeroporto de Campina Grande – Presidente João Suassuna;

1.1.10.1.5. Aeroporto Internacional de João Pessoa – Presidente Castro Pinto;

1.1.10.1.6. Aeroporto de Juazeiro do Norte – Orlando Bezerra Menezes.

1.1.10.2. Bloco Centro-Oeste:

1.1.10.2.1. Aeroporto Internacional de Cuiabá – Marechal Rondon

1.1.10.2.2. Aeroporto de Rondonópolis;

1.1.10.2.3. Aeroporto de Alta Floresta;

1.1.10.2.4. Aeroporto de Sinop – Presidente João Figueiredo;

1.1.10.2.5. Aeroporto de Barra do Garças.

1.1.10.3. Bloco Sudeste:

1.1.10.3.1. Aeroporto de Vitória – Eurico de Aguiar Salles;

1.1.10.3.2. Aeroporto de Macaé.

1.1.11. Coligadas: sociedades submetidas à influência significativa de outra sociedade. Há


influência significativa quando se detém ou se exerce o poder de participar nas decisões
das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. É presumida
influência significativa quando houver a titularidade de 20% (vinte por cento) ou mais
do capital votante da investida, sem controlá-la;

1.1.12. COMAER: Comando da Aeronáutica, órgão integrante da Estrutura Regimental do


Ministério da Defesa e subordinado diretamente ao Ministro de Estado da Defesa;

1.1.13. Complexo Aeroportuário: a área da Concessão, caracterizada pelo sítio aeroportuário


descrito no Anexo 2 – Plano de Exploração Aeroportuária (PEA), incluindo faixas de
domínio, edificações e terrenos, bem como pelas áreas ocupadas com instalações
operacionais, administrativas e para exploração econômica relacionadas à Concessão;

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1.1.14. Concessão: forma de delegação regulamentada pela Lei Federal nº 8.987, de 13 de


fevereiro de 1995, que tem por objeto a prestação de serviços públicos para a
ampliação, manutenção e exploração da infraestrutura aeroportuária do Complexo
Aeroportuário;

1.1.15. Concessionária: Sociedade de Propósito Específico responsável pela execução do


Contrato, constituída na forma de sociedade por ações pela Adjudicatária, de acordo
com leis brasileiras, com sede e administração no Brasil, na forma deste Contrato de
Concessão;

1.1.16. Contrato: o Contrato de Concessão celebrado entre o Poder Concedente e a


Concessionária, incluindo os seus Anexos;

1.1.17. Contribuição ao Sistema: valor total pago pela Concessionária ao Fundo Nacional de
Aviação Civil – FNAC, constituído pela Contribuição Inicial e pela Contribuição Variável
(ônus da Concessão), nos termos do Contrato;

1.1.18. Contribuição Inicial: montante inicial a ser pago pela Concessionária em decorrência da
oferta realizada no Leilão;

1.1.19. Contribuição Variável: montante a ser pago anualmente pela Concessionária,


resultante da aplicação de alíquota sobre a totalidade da receita bruta da
Concessionária e de suas eventuais subsidiárias integrais;

1.1.20. Controlada: sociedade na qual a Controladora, diretamente ou por meio de outras


Controladas ou Coligadas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, a maioria de votos nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria
dos administradores da sociedade, e usa efetivamente seu poder para dirigir as
atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da sociedade;

1.1.21. Controladora: a pessoa física ou jurídica que:

i. é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos
votos nas deliberações da assembleia-geral ou reunião de sócios e o poder de eleger
a maioria dos administradores da sociedade; e

ii. usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o
funcionamento dos órgãos da sociedade;

1.1.22. Controle da Concessionária: titularidade de pelo menos 50% (cinquenta por cento) mais
uma das ações representativas do capital social votante da Concessionária ou outro
critério que venha a ser objeto de norma da ANAC;

1.1.23. DECEA: Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão central do Sistema de


Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), subordinado ao Ministério da Defesa e
ao COMAER;

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1.1.24. Data de Eficácia: data em que forem implementadas as condições suspensivas da


eficácia do Contrato e em que se dará início ao prazo de vigência do Contrato;

1.1.25. Empresas Aéreas: pessoas jurídicas nacionais ou estrangeiras devidamente autorizadas


a executar transporte aéreo, regular ou não regular, de pessoas e/ou cargas e malotes
postais com fins lucrativos;

1.1.26. Fator Q: fator de qualidade de serviço, obtido mediante avaliação do cumprimento dos
IQS selecionados, que poderá ser aplicado nos Reajustes;

1.1.27. Fator X: fator de produtividade, que poderá ser aplicado nos Reajustes, com o objetivo
de compartilhar as variações de produtividade e eficiência com os usuários;

1.1.28. Financiadores: instituições financeiras responsáveis pelos financiamentos à


Concessionária para a realização dos investimentos previstos no PEA;

1.1.29. FNAC: Fundo Nacional de Aviação Civil, de natureza contábil, criado pela Lei nº 12.462,
de 05 de agosto de 2011, para destinação dos recursos do sistema de aviação civil,
vinculado ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil;

1.1.30. Garantia de Execução Contratual: Garantia do fiel cumprimento das obrigações do


Contrato prestada pela Concessionária, e que poderá ser executada pela ANAC, nas
hipóteses previstas no Contrato;

1.1.31. Gatilho de Investimento: evento indicado no PGI em que a Demanda Prevista, em


termos movimentação de aeronaves e/ou de passageiros na Hora Pico, ensejará a
obrigação de a Concessionária iniciar os investimentos necessários para manter,
durante toda a Fase II de realização do objeto da Concessão, o nível de serviço
estabelecido, conforme os Parâmetros Mínimos de Dimensionamento, e o
balanceamento da capacidade da infraestrutura aeroportuária;

1.1.32. Infraero: Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, empresa pública federal


cuja criação foi autorizada pela Lei Federal n. 5.862, de 12 de dezembro de 1972;

1.1.33. IQS: Indicadores de Qualidade de Serviço descritos no PEA e utilizados para avaliar
periodicamente a qualidade dos serviços prestados pela Concessionária;

1.1.34. IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

1.1.35. Ordem de Serviço da Fase I: documento emitido pela ANAC como condição para a Data
de Eficácia do Contrato e para as demais obrigações do Contrato;

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1.1.36. Partes Relacionadas: com relação à Concessionária, qualquer pessoa Controladora,


Coligada e respectivas Controladas, bem como aquelas assim consideradas pelas
Normas Contábeis em vigor;

1.1.37. PEA: Plano de Exploração Aeroportuária, Anexo 02 ao Contrato, que detalha o objeto
da concessão e determina as obrigações e condições de exploração do Aeroporto pela
Concessionária;

1.1.38. PGI: Plano de Gestão da Infraestrutura, contendo os demais planos de entrega


obrigatória pela Concessionária;

1.1.39. Poder Concedente: a União Federal, representada pela ANAC, nos termos do art. 8º,
XXIV, da Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005;

1.1.40. Projeto Básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto
da contratação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares,
que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução. Inclui: desenhos, especificações, memoriais,
orçamento físico e físico-financeiro, instrumentos de gestão da obra, com grau de
detalhamento suficiente para definição de pacotes de trabalho (preponderantes para
definição clara de prazos e custos);

1.1.41. Reajuste: atualização anual do Teto Tarifário e da Receita Teto realizada pela ANAC, com
base na inflação acumulada no período e, quando aplicável, no Fator X e no Fator Q
vigentes;

1.1.42. Receitas Não Tarifárias: receitas alternativas, complementares ou acessórias, obtidas


pela Concessionária em decorrência de atividades econômicas realizadas no Complexo
Aeroportuário e que não sejam remuneradas por tarifas;

1.1.43. Receitas Tarifárias: receitas decorrentes do pagamento das tarifas aeroportuárias,


conforme detalhado no Anexo 4 - Tarifas;

1.1.44. Remuneração: Receitas Tarifárias e Receitas Não Tarifárias auferidas pela


Concessionária em virtude da exploração do objeto da Concessão, conforme previsto
no PEA;

1.1.45. Revisão dos Parâmetros da Concessão: revisão quinquenal com o objetivo de permitir
a determinação dos IQS e da metodologia de cálculo dos Fatores X e Q a serem aplicados
nos reajustes de receita teto até a próxima Revisão dos Parâmetros da Concessão, e a
determinação da Taxa de Desconto a ser utilizada no Fluxo de Caixa Marginal também
até a próxima Revisão dos Parâmetros da Concessão;

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1.1.46. Revisão Extraordinária: procedimento para recomposição do equilíbrio econômico-


financeiro em virtude da ocorrência de eventos relacionados com riscos suportados
exclusivamente pelo Poder Concedente;

1.1.47. Serviços Auxiliares ao Transporte Aéreo: serviços prestados para apoio ao transporte
aéreo, conforme normas da ANAC;

1.1.48. Tarifa: remuneração pela prestação dos serviços aeroportuários, nos termos do Anexo
4 – Tarifas;

1.1.49. Taxa de Desconto do Fluxo de Caixa Marginal: taxa à qual os fluxos de dispêndios e
receitas marginais são descontados no Fluxo de Caixa Marginal, conforme previsto no
Anexo 5 – Fluxo de Caixa Marginal;

1.1.50. TFAC: Taxa de Fiscalização da Aviação Civil, instituída pela Lei nº 11.182, de 27 de
setembro de 2005;

1.1.51. Usuários: todas as pessoas físicas ou jurídicas que sejam tomadoras dos serviços
prestados pela Concessionária, ou por terceiro por ela indicado, no Complexo
Aeroportuário.

Seção II – Da Legislação Aplicável

1.2. O Contrato será regido e interpretado de acordo com o ordenamento jurídico vigente na
República Federativa do Brasil.

1.3. A Concessão será regida pelo Contrato e pelas Leis Federais nº 7.565, de 19 de dezembro de
1986, nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, nº 9.491, de 09 de setembro de 1997, nº 11.182, de
27 de setembro de 2005, nº 12.462, de 05 de agosto de 2011, sem prejuízo de outras normas
aplicáveis, notadamente as editadas pela ANAC e pelo COMAER.

Seção III – Das Disposições Gerais

1.4. Todas as comunicações recíprocas, relativas ao Contrato, serão consideradas como efetuadas, ao
serem entregues por meio do Sistema Eletrônico de Informações – SEI adotado pela ANAC ou se
entregues por correspondência com Aviso de Recebimento (AR), ou por portador, com protocolo
de recebimento, exceto quando o contrato expressamente dispuser de forma diversa. Em
qualquer dos casos, deverá sempre constar o número do Contrato, o assunto e o nome do
remetente.

1.4.1. Os documentos produzidos de forma eletrônica deverão ser assinados digitalmente por
seu representante, como garantia da origem e de seu signatário.

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1.4.2. O teor e a integridade dos documentos enviados digitalmente são de responsabilidade


do usuário externo, que responderá nos termos da legislação civil, penal e
administrativa por eventuais adulterações ou fraudes.

1.4.3. A ANAC poderá exigir, a seu critério, até que decaia seu direito de rever os atos
praticados no processo, a exibição dos documentos originais.

1.4.4. Se constatada a indisponibilidade ou instabilidade do sistema eletrônico de protocolo


de documentos vinculado ao sistema SEI, deverá ser utilizado o protocolo físico de
documentos e comunicações para cumprimento dos prazos contratuais.

1.4.5. Eventual erro de transmissão ou recepção de dados não imputáveis as falhas do SEI ou
de sistema integrado, não servirão de escusa para o descumprimento de obrigações e
prazos.

1.5. A Concessionária deverá, no prazo de 15 (quinze) dias da assinatura do Contrato, apresentar,


por escrito, os nomes e correspondentes cargos dos respectivos empregados ou representantes
designados para serem responsáveis pela gestão do Contrato, aos cuidados dos quais deverão
ser dirigidas as correspondências aqui previstas.

1.5.1. Qualquer alteração nos nomes e correspondentes cargos dos respectivos empregados
ou representantes designados para serem responsáveis pela gestão do Contrato deverá
ser comunicada ao Poder Concedente em até 5 (cinco) dias após a alteração.

1.6. No caso de extinção de qualquer dos índices econômicos indicados neste Contrato e seus
Anexos, os mesmos serão alterados pelos índices oficiais substitutos ou, na ausência desses,
por outros indicados pela ANAC.

1.7. Para fins de cumprimento das cláusulas constantes neste Contrato e seus Anexos, serão
consideradas as informações contábeis previstas no item 3.1.39, referente à Concessionária e,
se for o caso, suas subsidiárias integrais.

Seção IV – Dos Anexos

1.8. Integram o presente Contrato, para todos os efeitos legais e contratuais, os seguintes Anexos:

1.8.1. Anexo 1 – Termo de Compromisso sobre as Obrigações do Grupo Controlador

1.8.2. Anexo 2 – Plano de Exploração Aeroportuária (PEA)

1.8.3. Anexo 3 – Procedimentos para Aplicação das Penalidades de Multa

1.8.4. Anexo 4 – Tarifas

1.8.5. Anexo 5 – Fluxo de Caixa Marginal

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1.8.6. Anexo 6 – Modelos e Condições Mínimas para Garantia Contratual

1.8.7. Anexo 7 – Plano de Transferência Operacional (PTO)

CAPÍTULO II – DO OBJETO

2.1. O objeto do presente contrato é a Concessão dos serviços públicos para a ampliação,
manutenção e exploração da infraestrutura aeroportuária dos Complexos Aeroportuários
integrantes dos Blocos Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, a serem implementadas em fases:

2.1.1. FASE I-A – fase de transferência das operações do Aeroporto do Operador


Aeroportuário para a Concessionária;

2.1.2. Fase I-B – fase de ampliação do Aeroporto pela Concessionária para adequação da
infraestrutura e recomposição total do nível de serviço estabelecido no PEA;

2.1.3. Fase II – demais fases de ampliação, manutenção, exploração do Aeroporto, para


atendimento aos Parâmetros Mínimos de Dimensionamento previstos no PEA, de
acordo com o disciplinado na Seção V - Subseção IV- Da Fase II.

2.2. Não se inclui no objeto da Concessão a prestação dos serviços destinados a apoiar e garantir
segurança à navegação aérea em área de tráfego aéreo do Aeroporto, sendo atribuição
exclusiva do Poder Público, conforme detalhado no PEA.

Seção I – Da Área

2.3. Os Complexos Aeroportuários dos Aeroportos integrantes do Bloco serão transferidos à


Concessionária, no estado em que se encontram, concomitantemente à celebração do presente
Contrato.

2.3.1. As áreas desapropriadas após a celebração do presente Contrato terão sua posse
transferida à Concessionária mediante sua incorporação ao Capítulo 4 do Plano de
Exploração Aeroportuária – Complexo Aeroportuário, observado ainda o disposto nos
itens 3.1.37. e 3.2.12.

2.4. Eventuais desocupações de áreas localizadas nos sítios aeroportuários integrantes do Bloco, em
posse ou detenção de terceiros, prévias ou posteriores à celebração do Contrato, serão de
integral responsabilidade da Concessionária.

2.5. Serão, ainda, de integral responsabilidade da Concessionária, a remoção de quaisquer bens para
a liberação de áreas dos sítios aeroportuários.

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Seção II – Do Prazo de Vigência

2.6. A vigência do Contrato será pelo prazo de 30 (trinta) anos, sendo sempre contado a partir da
sua Data de Eficácia.

2.7. O Contrato poderá ser prorrogado por até 5 (cinco) anos, uma única vez, para fins de
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro em decorrência de Revisão Extraordinária, na
forma prevista neste Contrato.

2.8. Para todos os efeitos do presente Contrato, a Data de Eficácia é aquela em que estiverem
implementadas as seguintes condições suspensivas:

2.8.1. publicação do extrato do Contrato no Diário Oficial da União;

2.8.2. ciência pela Concessionária da emissão da Ordem de Serviço da Fase I pela ANAC, a ser
expedida em até 30 dias a contar da publicação do extrato do Contrato no Diário Oficial
da União.

2.8.2.1. Constituem requisitos para emissão da Ordem de Serviço da Fase I a


apresentação pela Concessionária dos seguintes documentos:

i. Comprovação da contratação dos seguros previstos na Subseção X do


Capítulo III;

ii. Comprovante de recolhimento da Contribuição Inicial ao Fundo Nacional


de Aviação Civil – FNAC.

Seção III – Do Valor do Contrato

2.9. O valor do Contrato, correspondente ao valor presente das Receitas Tarifárias e Não-Tarifárias
estimadas para todo o prazo da concessão, é de:

i. R$ 5.985.672.111,00 (cinco bilhões, novecentos e oitenta e cinco milhões, seiscentos e


setenta e dois mil, cento e onze reais) para o Bloco Nordeste;

ii. R$ 1.488.541.038,00 (um bilhão, quatrocentos e oitenta e oito milhões, quinhentos e


quarenta e um mil e trinta e oito reais) para o Bloco Centro-Oeste;

iii. R$ 1.611.259.177,00 (um bilhão, seiscentos e onze milhões, duzentos e cinquenta e


nove mil, cento e setenta e sete reais) para o Bloco Sudeste;

2.10. O valor do Contrato tem efeito meramente indicativo, não podendo ser utilizado por nenhuma
das Partes para pleitear a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.

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Seção IV – Da Contribuição ao Sistema

2.11. A Concessionária se obriga a pagar à União, mediante depósito no FNAC, a Contribuição Inicial
e a Contribuição Variável, conforme os valores, percentuais e condições indicadas abaixo.

2.12. A Contribuição Inicial, decorrente da oferta realizada no Leilão, corresponde a:

i. R$
___________________________(_________________________________________)
para o Bloco Nordeste;

ii. R$___________________________(______________________________________)
para o Bloco Centro-Oeste;

iii. R$___________________________(______________________________________)
para o Bloco Sudeste;

2.13. A Contribuição Inicial deverá ser paga pela Concessionária na data da assinatura do Contrato.

2.14. O valor da Contribuição Inicial será reajustado até a data de pagamento prevista no item 2.13,
conforme a seguinte fórmula:

O1 = O0 x (IPCA1/IPCA0)

Onde:

O1 é o valor reajustado da Contribuição Inicial;


O0 é o valor da Contribuição Inicial a preços correntes do dia de realização da Sessão Pública do
Leilão;
IPCA1 corresponde ao IPCA divulgado pelo IBGE no mês anterior ao do pagamento da
Contribuição Inicial; e
IPCA0 corresponde ao IPCA referente ao mês de realização da Sessão Pública do Leilão
(divulgado pelo IBGE no mês seguinte ao de realização da Sessão Pública do Leilão).

2.15. O pagamento da Contribuição Variável se dará no momento da apresentação dos


demonstrativos contábeis de que trata o item 3.1.40.3.

2.16. A Contribuição Variável corresponderá ao montante anual em reais resultante da aplicação de


alíquota sobre a totalidade da receita bruta da Concessionária e de suas eventuais subsidiárias
integrais, auferida no ano anterior ao do pagamento.

2.16.1. Para fins do presente item, será considerada receita bruta qualquer receita auferida
pela Concessionária e por eventuais subsidiárias integrais a título de Remuneração, nos
termos do presente Contrato.

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2.16.2. O cálculo da Contribuição Variável será feito pela Concessionária, com base nos
levantamentos contábeis do período, conforme disposto no item 3.1.40.3.

2.16.3. O Poder Concedente poderá discordar dos valores indicados ou pagos pela
Concessionária e solicitar sua correção e complementação, garantido à Concessionária
o direito ao contraditório e à ampla defesa.

2.16.4. Ao final do processo administrativo para averiguação dos fatos, a complementação de


pagamentos poderá se dar por meio da execução de garantia, ou por cobrança
específica.

2.16.5. O Poder Concedente poderá utilizar, a seu critério, o auxílio de auditoria, contratada na
forma do 3.1.42, para apurar os valores efetivamente arrecadados a título de
Contribuição Variável, sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis.

2.17. A primeira Contribuição Variável terá como base a receita bruta referente ao quinto ano-
calendário completo da concessão, contado a partir da Data de Eficácia, seguindo, a partir de
então, as alíquotas e periodicidade de que trata a tabela abaixo:

2.17.1. Bloco Nordeste:

Período Alíquota
Da data de eficácia do contrato até o
Zero
quarto ano-calendário completo
Quinto ano 3,30%
Sexto ano 6,60%
Sétimo ano 9,90%
Oitavo ano 13,20%
Até o final da concessão 16,50%

2.17.2. Bloco Centro-Oeste:

Período Alíquota
Da data de eficácia do contrato até o
Zero
quarto ano-calendário completo
Quinto ano 0,41%
Sexto ano 0,82%
Sétimo ano 1,23%
Oitavo ano 1,65%
Até o final da concessão 2,06%

2.17.3. Bloco Sudeste:

Período Alíquota
Da data de eficácia do contrato até o
Zero
quarto ano-calendário completo

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Quinto ano 2,48%


Sexto ano 4,97%
Sétimo ano 7,45%
Oitavo ano 9,94%
Até o final da concessão 12,42%

2.18. O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil indicará o procedimento a ser observado
para a efetivação do pagamento das Contribuições Inicial e Variável.

2.19. Caso a Concessionária não pague a Contribuição Variável na data de vencimento incorrerá em
multa moratória de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) do valor devido por dia de atraso,
limitado a 20% (vinte por cento), acrescido de juros moratórios equivalentes à Taxa Especial de
Liquidação e Custódia (SELIC), aplicáveis até o recebimento integral do valor devido.

2.19.1. Verificado o não pagamento na data de vencimento, a ANAC adotará as medidas


necessárias para a execução da Garantia de Execução do Contrato, sem prejuízo de
outras medidas previstas no Contrato.

2.19.2. O eventual saldo remanescente entre o valor recebido da execução da garantia e a


obrigação devida deverá ser pago pelo concessionário, observados os juros moratórios
estabelecidos na cláusula 2.19.

2.19.3. A taxa SELIC a ser utilizada é calculada de forma diária, a juros simples com capitalização
anual, em dias úteis, usando-se como base para cálculo a taxa anual divulgada no dia
útil imediatamente anterior.

2.19.4. Eventuais pagamentos parciais serão utilizados para amortizar a multa moratória, os
juros moratórios e a obrigação principal, nessa ordem.

Seção V – Das Fases de Realização do Objeto

Subseção I – Da Fase I-A

2.20. Implementadas as condições de eficácia previstas no item 2.8 deste Contrato, terá início a Fase
I-A, que contempla o procedimento de transferência das operações do Aeroporto, mediante os
estágios abaixo previstos, observadas as especificações constantes do Anexo 7 – Plano de
Transferência Operacional.

2.20.1. A partir do início da Fase I-A, o operador aeroportuário anterior não poderá retirar
nenhum bem do sítio aeroportuário sem autorização expressa e por escrito da
Concessionária.

2.20.2. Até a transferência das operações para a Concessionária, com o final do Estágio 2, o
operador aeroportuário anterior é responsável pela guarda dos bens do aeroporto.

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2.21. O Estágio 1 consiste na apresentação do Plano de Transferência Operacional – PTO. A


Concessionária deverá apresentar à ANAC, em até 40 (quarenta) dias após a Data de Eficácia do
Contrato, o Plano de Transferência Operacional para a assunção de todas as atividades
relacionadas a cada Aeroporto, contendo todas as informações exigidas no Anexo 7 – Plano de
Transferência Operacional, o qual será analisado pela ANAC em até 40 (quarenta) dias. Em caso
de não aprovação, a Concessionária e a ANAC deverão observar os mesmos prazos de entrega
e aprovação de novo plano. Neste Estágio os prepostos da Concessionária já podem ter livre
acesso a todas as instalações dos Aeroportos, observadas as normas de segurança em vigor.

2.22. Uma vez ocorrendo a aprovação do Plano de Transferência Operacional pela ANAC, terá início
o Estágio 2, conforme detalhado no Anexo 7 – Plano de Transferência Operacional, cabendo à
Concessionária a obrigação de executar as atividades previstas para este estágio, em especial,
constituir o Comitê de Transição, treinar e mobilizar mão-de-obra e adquirir os itens de estoque
necessários para iniciar a assunção das atividades do Aeroporto.

2.22.1. O Estágio 2 da transferência do Aeroporto terá duração mínima de:

2.22.1.1. 45 (quarenta e cinco) dias para os aeroportos com movimentação de


passageiros igual ou superior a 1 mi/pax/ano; e

2.22.1.2. 15 (quinze) dias para os aeroportos com movimentação de passageiros


menor que 1 mi/pax/ano.

2.22.2. Durante todo o Estágio 2 caberá ao Operador Aeroportuário continuar a executar suas
atividades, sendo acompanhada pelos prepostos da Concessionária.

2.22.3. As despesas e receitas incidentes sobre as atividades do Aeroporto relativas ao Estágio


2 da transferência, serão de responsabilidade do Operador Aeroportuário, ressalvadas
as despesas da Concessionária referentes às obrigações contidas no item 2.22.

2.22.4. Caberá à Concessionária notificar todas as pessoas físicas e jurídicas que possuam
contratos celebrados com o Operador Aeroportuário que envolvam a utilização de
espaços no Complexo Aeroportuário, informando sobre a sua sub-rogação integral nos
contratos.

2.22.5. A partir do 1º (primeiro) mês seguinte ao término do Estágio 2 os valores devidos em


decorrência dos referidos contratos deverão ser pagos à Concessionária.

2.22.6. Caberá ao Operador Aeroportuário notificar os seus prestadores de serviços sobre a


rescisão dos contratos a partir do 1º (primeiro) mês seguinte ao término do Estágio 2,
sendo a responsável pela implementação de todas as medidas necessárias à rescisão
dos respectivos contratos.

2.22.7. Durante o Estágio 2 da Fase I-A, os empregados do Operador Aeroportuário anterior


alocados no Aeroporto continuarão na condição de contratados do respectivo
Operador, conforme estrutura organizacional vigente, não cabendo à Concessionária

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qualquer despesa relativa a estes empregados. O Operador deverá apenas informar os


custos trabalhistas e previdenciários do respectivo Aeroporto à Concessionária.

2.22.8. A Concessionária poderá adquirir do Operador Aeroportuário anterior os itens de


estoque, por exemplo, materiais de consumo e peças de reposição, ficando este
impedido de retirá-los do sítio aeroportuário até o final do Estágio 2.

2.22.9. O Estágio 2 será considerado concluído quando satisfeitas as seguintes condições:

2.22.9.1. após o decurso de tempo mínimo previsto no item 2.22.1;

2.22.9.2. obtenção de declaração ou manifestação da ANAC informando sobre o


recebimento do Programa de Segurança Aeroportuária (PSA) com todos os
itens previstos necessários à sua composição nos termos da regulamentação
vigente, para fins de aprovação preliminar de conformidade do PSA nos termos
do item 5.1.13.2 do Anexo 7;

2.22.9.3. obtenção do Certificado Operacional Provisório pela Concessionária;


observadas as condicionantes expostas em 3.10.1 e 5.1.6.1 a 5.1.6.4 do Anexo
7.

2.22.10. Todos os bens utilizados no sítio aeroportuário deverão ser repassados à


Concessionária imediatamente após o final do Estágio 2, observados o disposto no item
2.20.

2.23. Eventuais receitas ou despesas que sejam atribuídas indevidamente à Concessionária ou ao


Operador Aeroportuário, quer por problemas operacionais, quer por ausência de coincidência
nas datas de apuração, deverão ser objeto de acerto de contas entre Concessionária e o
Operador Aeroportuário, no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da apresentação dos
documentos comprobatórios.

Subseção II – Da Fase I-B

2.24. Implementadas as condições de eficácia previstas no item 2.8 deste Contrato, terá início a Fase
I-B, que contempla as atividades de ampliação do Aeroporto para adequação da infraestrutura
e recomposição total do nível de serviço.

2.25. A Concessionária, obrigatoriamente para os aeroportos acima de cinco milhões de passageiros


e facultativamente para os demais, em até 180 (cento e oitenta) dias da eficácia do contrato,
deve:

2.25.1. apresentar o Anteprojeto dos investimentos de ampliação e adequação das instalações


do lado terra do Aeroporto para análise da ANAC; e

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2.25.2. apresentar o cronograma de realização de todos os investimentos, incluindo os prazos


para realização de testes operacionais, a serem realizados dentro do prazo da Fase I-B.

2.26. O Anteprojeto para os investimentos de ampliação e adequação das instalações do Aeroporto


deve ser compatível com as ações previstas para o Complexo Aeroportuário no PGI.

2.27. Ao apresentar o Anteprojeto, a Concessionária deverá, por meio de relatório de consulta


elaborado nos termos do item 15.3, demonstrar que o mesmo foi apresentado às empresas
aéreas que operam voos regulares no aeroporto, fazendo o registro de eventuais contribuições
recebidas.

2.27.1. A Concessionária deverá apresentar justificativas para as contribuições não aceitas,


podendo a ANAC solicitar informações, esclarecimentos e documentos adicionais.

2.27.2. A ANAC poderá levar em consideração as contribuições das empresas aéreas na análise
do Anteprojeto.

2.28. O Anteprojeto deverá ser elaborado de acordo com o PEA, devendo conter os elementos
necessários e suficientes, com grau de precisão adequado, para caracterizar as obras e serviços
a serem realizados, permitindo a avaliação do método aplicado e do prazo de realização do
investimento.

2.29. No prazo de 30 (trinta) dias do recebimento a ANAC fará a análise do Anteprojeto. A não objeção
ao Anteprojeto pela ANAC não exclui a necessidade de sua alteração posterior para eventual
adequação aos requisitos constantes no contrato, nos seus anexos, legislação e normas
aplicáveis, somente sendo cabível a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro nas
situações previstas no Capítulo V, Seção I, deste Contrato.

2.30. A fim de instruir o processo de análise do anteprojeto, a ANAC poderá solicitar à Concessionária
o desenvolvimento de modelo de simulação computacional específico para o(s) sistema(s)
aeroportuário(s) em análise ou para parte deste(s) sistema(s).

2.31. Se solicitado, a Concessionária deverá apresentar o relatório da simulação computacional


realizada por meio de software dedicado, de modelo em tempo acelerado com abordagem
sistêmica, sequencial e de natureza estocástica, incluindo a documentação completa das
premissas utilizadas e a previsão de desempenho em relação ao nível de serviço estabelecido.

2.32. A Concessionária deverá submeter à análise da ANAC, até 90 (noventa) dias antes da data
pretendida para operação ou para o final do prazo da Fase I-B, todas as alterações do
Anteprojeto, quando aplicável.

2.33. Caso seja necessária a revisão o Anteprojeto a Concessionária terá o prazo máximo a ser fixado
pela ANAC para reapresentá-lo, com as adequações necessárias.

2.34. Eventual não objeção ao anteprojeto não supre o atendimento a legislação vigente, nem a
exigência de outras entidades da administração pública tendo em vista a observância dos
requisitos de licenciamento ambiental, de uso do solo e de zoneamento urbano e da

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observância dos condicionantes impostos pelo órgão responsável pelo controle do espaço
aéreo, bem como as responsabilidade nas esferas civil, penal, administrativa e técnica, inclusive
perante o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, o Conselho de Arquitetura e
Urbanismo, e outros órgãos.

2.35. Outros efeitos derivados da implementação do anteprojeto no qual a Concessionária obteve


previamente a não objeção por parte da ANAC, como por exemplo, os relacionados a
estimativas incorretas, falhas de projeto, despesas e obrigações adicionais para atendimento
dos investimentos obrigatórios, dos parâmetros mínimos de dimensionamento, e da qualidade
na prestação do serviço, bem como quaisquer outros riscos, deveres ou obrigações a
Concessionária, nos termos do Contrato de Concessão, são de sua inteira responsabilidade.

2.36. No prazo de 30 (trinta) dias antes da data pretendida pela Concessionária para início da
operação de cada nova infraestrutura, a Concessionária deverá entregar as plantas das novas
instalações conforme construídas, assim como o memorial descritivo, para a ANAC.

2.37. A Fase I-B terá a duração máxima prevista no PEA, devendo a Concessionária cumprir
integralmente suas obrigações dentro deste prazo.

Subseção III – Da Fase II

2.38. Após o término da Fase I-B do Contrato, terá início a Fase II, em que a Concessionária deverá
cumprir integralmente a obrigação de manter o nível de serviço estabelecido no PEA.

2.39. A cada evento de Gatilho de Investimento a Concessionária deverá apresentar à ANAC, em até
90 (noventa) dias antes da data prevista para o início das intervenções, o Anteprojeto dos
investimentos previstos no PGI vigente necessários para manter durante toda a Fase II de
realização do objeto da Concessão o nível de serviço estabelecido, conforme os Parâmetros
Mínimos de Dimensionamento, e o balanceamento da capacidade da infraestrutura
aeroportuária.

2.39.1. Conforme o tipo e nível da intervenção a ser realizada a ANAC poderá dispensar a
apresentação do Anteprojeto exigindo apenas informações simplificadas.

2.40. As disposições constantes dos itens 2.27 a 2.36 se aplicam, observado o item 2.41, a todos os
eventos de Gatilho de Investimento, assim como a necessidade de apresentar o cronograma de
realização dos investimentos.

2.41. Durante a Fase II, o Aeroporto deverá operar conforme o disposto no Contrato, nos seus anexos,
na legislação e nas normas aplicáveis.

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CAPÍTULO III – DOS DIREITOS E DEVERES

Seção I – Da Concessionária

3.1. São direitos e deveres da Concessionária durante todo o prazo da Concessão:

Subseção I – Dos Deveres Gerais

3.1.1. cumprir e fazer cumprir integralmente o Contrato, em conformidade com as disposições


legais e regulamentares, e ainda as determinações da ANAC editadas a qualquer tempo;

3.1.2. atender às exigências, recomendações ou observações feitas pela ANAC, conforme os


prazos fixados em cada caso;

3.1.3. cumprir determinações legais quanto à legislação trabalhista, previdenciária, de


segurança e medicina do trabalho, concernentes aos seus empregados e terceirizados;

3.1.4. manter, durante a execução do Contrato, no que for aplicável, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação;

3.1.5. manter para todas as atividades relacionadas à execução de serviços de engenharia e


arquitetura, a regularidade perante seus respectivos Conselhos Profissionais, inclusive
para os terceiros contratados;

3.1.6. manter, em bom estado de funcionamento, conservação e segurança, às suas expensas,


os bens necessários à prestação dos Serviços que integram a Concessão, durante a
vigência do Contrato;

3.1.7. assumir integralmente os Contratos que envolvam a cessão de espaços nos Complexos
Aeroportuários integrantes do Bloco, conforme as condições contratadas, mediante
sub-rogação integral dos seus direitos e deveres;

3.1.7.1. a partir da Data de Eficácia do Contrato de Concessão, a celebração de novos


contratos, bem como a renovação e/ou aditamento de contratos existentes
entre o Operador Aeroportuário e terceiros para contratação de serviços ou
autorização de atividades comerciais, deverão ser encaminhados para
aprovação da Concessionária.

3.1.8. aderir às campanhas educativas, informativas, operacionais e outras, limitadas aos


equipamentos operados e áreas vinculadas à Concessão, em consonância e de acordo
com as diretrizes da ANAC e do COMAER;

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Subseção II – Da Prestação dos Serviços

3.1.9. assegurar a adequada prestação do serviço concedido, conforme definido no artigo 6.º
da Lei federal nº 8.987/95, valendo-se de todos os meios e recursos à sua disposição,
incluindo, e não se limitando, a todos os investimentos em futuras expansões,
necessários para a manutenção dos níveis de serviço, conforme a demanda existente e
de acordo com o estabelecido no PEA, na forma e prazos previstos no referido Anexo;

3.1.10. executar serviços e programas de gestão, bem como fornecer treinamento a seus
empregados, com vistas à melhoria dos serviços e à comodidade dos usuários com o
objetivo de atendimento do PEA;

3.1.11. atender e fazer atender, de forma adequada, o público em geral e os Usuários, em


particular;

3.1.12. manter um sistema de atendimento físico e eletrônico ao Usuário e uma ouvidoria para
apurar reclamações relativas à execução do Contrato de Concessão;

3.1.13. executar todos os serviços, controles e atividades relativos ao Contrato, com zelo e
diligência, utilizando a melhor técnica aplicável a cada uma das tarefas desempenhadas;

3.1.14. elaborar e implementar esquemas de atendimento a situações de emergência que


envolvam os usuários do Aeroporto, observando-se todos os normativos pertinentes ao
setor, mantendo disponíveis, para tanto, recursos humanos e os materiais necessários;

Subseção III – Das Atividades Operacionais

3.1.15. obter a prévia aprovação da ANAC para os projetos, planos e programas relativos à
ampliação e operação dos Aeroportos, na forma do contrato e da regulamentação;

3.1.16. providenciar todas as licenças ambientais necessárias para a execução das obras do
Aeroporto junto aos órgãos públicos das esferas municipal, estadual e federal, devendo:

3.1.16.1. observar as condicionantes previstas nas Licenças Prévias e de Instalação


obtidas pelo Poder Concedente e as novas exigências dos órgãos ambientais
decorrentes do projeto adotado pela Concessionária;
3.1.16.2. cumprir integralmente com as condicionantes ambientais e medidas
compensatórias das Licenças Prévias, de Instalação e de Operação do
Aeroporto e com novas exigências solicitadas pelos órgãos ambientais;

3.1.17. considerar no planejamento e realização de suas operações a integração de cada


Aeroporto com o sistema aeroportuário brasileiro, em caso de emergência,
contingência, indisponibilidade ou inviabilidade da operação por qualquer motivação ou
fato gerador;

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3.1.18. coordenar-se com os órgãos de controle do espaço aéreo para garantir a capacidade
do sistema de pistas necessária às suas operações;

3.1.19. informar previamente aos Usuários sobre o cronograma das obras a serem realizadas
no Complexo Aeroportuário, a fim de assegurar a previsibilidade sobre o funcionamento
da infraestrutura;

3.1.20. efetuar consulta prévia ao DECEA sempre que pretender realizar alteração na
infraestrutura aeroportuária que possa afetar as atividades de controle do espaço
aéreo;

3.1.21. efetuar consulta prévia ao COMAER sempre que pretender utilizar as áreas definidas
como especiais, em que se encontram instalados os Destacamentos de Controle do
Espaço Aéreo (DTCEA), radares e demais equipamentos de auxílios à navegação aérea;

3.1.22. autorizar o acesso de servidores, ou agentes terceirizados de órgãos públicos,


responsáveis por atividades nas áreas do sitio aeroportuário, observada a
regulamentação vigente;

Subseção IV – Das Informações

3.1.23. prestar informações e esclarecimentos requisitados pela ANAC, garantindo-lhe o


acesso, a qualquer tempo, a todas as dependências dos Aeroportos;

3.1.24. informar à população e aos Usuários em geral, sempre que houver alteração das Tarifas
cobradas, o novo valor e a data de vigência com pelo menos 30 (trinta) dias de
antecedência;

3.1.25. disponibilizar e manter atualizadas, de forma acessível, em seu sítio eletrônico, para fins
de livre acesso e consulta pelo público em geral, as tabelas vigentes com os valores
tarifários adotados;

3.1.26. apresentar relatório contendo as informações da Concessão, nos termos deste Contrato
e da regulamentação expedida pela ANAC e nos prazos definidos em tais atos, em
especial, todas as informações previstas no Anexo 2 - PEA e no Anexo 4 - Tarifas relativas
a dados estatísticos de tráfego de aeronaves, passageiros e cargas processados no
período, os valores arrecadados com as tarifas aeroportuárias, bem como memórias de
cálculo de valores devidos ao FNAC;

3.1.27. dispor de banco de dados atualizado, em base eletrônica, apto a gerar relatório
contendo as informações da Concessão, nos termos deste Contrato e da
regulamentação expedida pela ANAC e nos prazos definidos em tais atos, em especial,
todas as informações previstas no Anexo 2 - PEA e no Anexo 4 - Tarifas, relativas a dados
estatísticos de tráfego de aeronaves, passageiros e cargas processados no período, bem
como os valores arrecadados com as tarifas aeroportuárias, assegurando à ANAC o
acesso ininterrupto, irrestrito e imediato ao referido banco de dados;

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3.1.28. manter a ANAC informada sobre toda e qualquer ocorrência em desconformidade com
a operação adequada do Aeroporto, assim considerado o não atendimento ao
estabelecido no PEA ou eventual descumprimento de norma legal ou regulamentar do
setor;

3.1.29. reportar por escrito à ANAC, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, ocorrências ou
acidentes que afetem a segurança ou que comprometam a prestação adequada do
serviço do Aeroporto, independentemente de comunicação verbal, que deve ser
imediata;

3.1.30. disponibilizar à ANAC todos e quaisquer documentos e informações pertinentes à


Concessão, inclusive contratos e acordos de qualquer natureza firmados com terceiros,
facultando a fiscalização e a realização de auditorias;

3.1.31. dar conhecimento à ANAC das condições do financiamento e dos instrumentos jurídicos
que assegurem a execução do objeto da Concessão, nos prazos estabelecidos pela
ANAC;

Subseção V – Dos Investimentos

3.1.32. executar os investimentos e serviços de sua responsabilidade, nos termos do PEA,


observando, ainda, os prazos fixados no cronograma de realização de investimentos;

3.1.33. dispor de todos os materiais, equipamentos, acessórios e recursos humanos necessários


à perfeita operação dos serviços concedidos;

3.1.34. apresentar à ANAC os documentos descritos no PEA, a fim de detalhar o plano de


investimentos e/ou de ações operacionais necessários à manutenção do nível de
serviço;

3.1.35. realizar os investimentos e/ou ações operacionais necessárias para manter o


balanceamento da capacidade dos demais componentes operacionais do Aeroporto
com o Terminal de Passageiros, conforme estabelecido no PEA;

3.1.36. submeter à análise da ANAC os investimentos a serem realizados para a operação das
novas instalações do Aeroporto;

3.1.37. promover a desapropriação dos imóveis necessários à realização de investimentos ao


longo da concessão cuja fase executória não tenha ainda sido iniciada, e indenizar seus
proprietários, devendo ainda, quando for o caso, solicitar a publicação dos decretos ao
Poder Concedente e a outorga de poderes necessária, nos termos do artigo 29, inciso
VIII, da Lei 8.987/95;

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Subseção VI – Da Governança Corporativa

3.1.38. observar padrões de governança corporativa, bem como os padrões de contabilidade


regulatória definidos em regulamentação específica e adotar contabilidade e
demonstrações financeiras padronizadas;

3.1.39. publicar, na forma da lei, as demonstrações financeiras e manter os registros contábeis


de todas as operações em conformidade com as normas aplicáveis às companhias
abertas nos termos da Lei 6.404/76, da regulamentação da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e demais normas supervenientes editadas pela ANAC;

3.1.39.1. A Concessionária deve divulgar suas demonstrações financeiras em seu sítio


na internet;

3.1.39.2. A Concessionária está obrigada a divulgar transações com Partes


Relacionadas, de acordo com o artigo 247 da Lei nº 6.404/76;

3.1.39.3. A divulgação será feita em notas explicativas às demonstrações financeiras,


respeitada a condição de fornecer detalhes suficientes para a identificação das
Partes Relacionadas e de quaisquer condições essenciais inerentes às
transações mencionadas;

3.1.39.4. As contratações de Partes Relacionadas devem ser objeto de capítulo


específico no relatório de administração com relato sumário das contratações
realizadas durante o exercício.

3.1.40. apresentar à ANAC:

3.1.40.1. mensalmente, até o último dia útil do mês subsequente, o balancete mensal
analítico, por aeroporto;

3.1.40.2. trimestralmente, em até 45 (quarenta e cinco) dias após o encerramento do


trimestre, as Demonstrações Contáveis Intermediárias;

3.1.40.3. anualmente, até o dia 15 de maio do exercício subsequente, o Conjunto


Completo de Demonstrações Contábeis, os Relatórios dos Conselhos Fiscal, se
em funcionamento, e de Administração, os Pareceres dos Auditores
Independentes e o Balancete de encerramento do exercício com os ajustes
realizados e respectivos saldos;

3.1.40.4. caso a Concessionária constitua subsidiárias, o demonstrativo contábil


elencado no item 3.1.40.1 e o Balancete de encerramento do exercício com os
ajustes realizados e respectivos saldos também deverão ser apresentados
individualmente para cada subsidiária constituída;

3.1.40.5. a Concessionária deverá encaminhar, juntamente com as demonstrações


contábeis, parecer específico de auditoria independente sobre o valor da

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Contribuição Variável ou, alternativamente, incluir capítulo específico relativo


a esse valor nos pareceres de que trata o item 3.1.40.3;

3.1.41. enviar os instrumentos jurídicos relativos aos empréstimos e financiamentos


contratados pela Concessionária, bem como suas alterações e aditivos, em até 15
(quinze) dias após as respectivas celebrações;

3.1.42. contratar e remunerar empresa especializada de auditoria independente de grande


porte e de renome nacional e internacional para a realização de auditorias, quando o
Poder Concedente julgar necessário, cabendo a este último o direito de veto na
indicação realizada pela Concessionária.

Subseção VII – Do Relacionamento com Partes Relacionadas

3.1.43. A Concessionária deverá enviar à ANAC todos os contratos com partes relacionadas em
até 15 (quinze) dias após a sua celebração.

3.1.44. Quaisquer contratações com Partes Relacionadas devem se dar em termos e condições
equitativas de mercado.

3.1.45. É permitido à Concessionária:

3.1.45.1. Celebrar contratos com suas Partes Relacionadas para realização de obras e
serviços; e

3.1.45.2. Receber recursos de suas Partes Relacionadas por meio de mútuos


financeiros.

3.1.45.2.1. Os contratos de mútuo devem ser previamente aprovados pela ANAC.

3.1.45.2.2. Os contratos de mútuo mencionados no item 3.1.45.2 devem conter


cláusula com expressa previsão de que a ANAC poderá suspender os
pagamentos de quaisquer valores previstos contratualmente em caso
de mora no recolhimento da Contribuição Variável ou risco de
extinção antecipada da concessão.

3.1.45.2.3. O Custo Efetivo Total da operação de mútuo não pode exceder a taxa
de juros dos Depósitos Interfinanceiros (CDI).

3.1.46. É vedado à Concessionária:

3.1.46.1. celebrar contratos com suas Partes Relacionadas para explorar atividades
econômicas que gerem Receitas Não Tarifárias;

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3.1.46.2. a concessão de empréstimos e financiamentos para seus acionistas, Partes


Relacionadas e terceiros; e

3.1.46.3. a prestação de fiança, aval ou qualquer outra forma de garantia em favor de


seus acionistas, Partes Relacionadas e terceiros.

Subseção VIII – Do Capital Social

3.1.47. manter capital social subscrito, durante a vigência do Contrato, em moeda corrente
nacional, de, no mínimo, R$ ___________ (valores decorrentes do item 6.2.4.6 do
Edital), vedada, em qualquer hipótese, a sua redução sem a prévia e expressa
autorização da ANAC;

3.1.48. integralizar a totalidade do seu capital social mínimo no prazo previsto para o término
da Fase I-B;

Subseção IX – Da Responsabilidade

3.1.49. responder perante a ANAC e terceiros, nos termos admitidos na legislação e nas normas
aplicáveis;

3.1.50. responder pela posse, guarda, manutenção e vigilância de todos os bens da concessão,
de acordo com o previsto no Contrato, na legislação e nas normas vigentes, ressalvado
o disposto no item 2.20.2;

3.1.51. manter a integridade da área dos Aeroportos, inclusive adotando as providências


necessárias à desocupação das áreas do sítio aeroportuário ocupadas por terceiros;

3.1.52. ressarcir a ANAC e os demais anuentes e interveniente de todos os desembolsos


decorrentes de determinações judiciais, para satisfação de obrigações originalmente
imputáveis à Concessionária, inclusive reclamações trabalhistas propostas por
empregados ou terceiros vinculados à Concessionária;

3.1.53. informar à ANAC, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer ação judicial
ou procedimento administrativo, que possa resultar em responsabilidade da ANAC, ou
da interveniente, inclusive dos termos e prazos processuais, bem como envidar os
melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando todos os atos
processuais cabíveis com esse objetivo;

3.1.54. responder pela adequação e qualidade dos investimentos realizados, assim como pelo
cumprimento das obrigações contratuais, legais e decorrentes de normas relacionadas
aos cronogramas, projetos e instalações;

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3.1.54.1. a análise e a não objeção pela ANAC de cronogramas, projetos e instalações


apresentados não exclui a responsabilidade exclusiva da Concessionária pela
adequação e qualidade dos investimentos realizados, assim como pelo
cumprimento das respectivas obrigações contratuais, regulamentares e legais;

3.1.55. responder perante a ANAC e terceiros pelos serviços subcontratados;

3.1.56. responder totalmente por eventuais indenizações devidas aos detentores de contratos
que envolvam a cessão de espaços no Complexo Aeroportuário quando a
Concessionária der causa à referida indenização;

Subseção X – Dos Seguros

3.1.57. contratar e manter em vigor, durante todo o prazo da Concessão, apólices de seguro,
com vigência mínima de 12 (doze) meses, que garantam a continuidade e eficácia das
operações realizadas nos Aeroportos, que sejam suficientes para cobrir:

3.1.57.1. danos causados às obras civis, aos equipamentos e máquinas empregados na


ampliação ou reforma do Aeroporto;

3.1.57.2. danos causados aos bens móveis e imóveis que integram a concessão, nos
termos deste Contrato, e;

3.1.57.3. danos morais, materiais e corporais causados a terceiros, que decorram das
obras e das atividades prestadas pelos administradores, empregados,
prepostos, ou delegados da Concessionária, e que sejam passíveis de
responsabilização civil.

3.1.58. A comprovação da renovação dos seguros poderá se dar através de apólices ou de


certificados de renovação, desde que os certificados possuam as informações referentes
aos entes e objeto segurados, limite máximo de garantia e sublimites, prazo de vigência,
bem como aos prêmios e as suas datas de pagamento.

3.1.59. apresentar à ANAC, antes do início de cada uma das fases de realização do objeto e na
ocorrência de um novo ciclo de investimentos, a comprovação de que as apólices dos
seguros exigidos na presente subseção e aplicáveis para cada uma destas fases
encontram-se em vigor;

3.1.60. responder pela abrangência ou omissões decorrentes da realização dos seguros, bem
como pelo pagamento integral da franquia na hipótese de ocorrência do sinistro;

3.1.61. estabelecer a ANAC como cossegurada de todos os seguros, de acordo com a


característica, finalidade e titularidade dos bens envolvidos. As apólices de seguro
poderão estabelecer, adicionalmente, como beneficiária, instituição financeira credora
da Concessionária, desde que não haja comprometimento da operacionalização e
continuidade da prestação do serviço;

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3.1.62. os comprovantes de pagamento dos prêmios dos seguros deverão estar disponíveis
para consulta pela ANAC, se assim for solicitado;

3.1.63. encaminhar à ANAC, previamente ao vencimento das apólices de seguros contratadas,


a comprovação de sua renovação;

3.1.64. sem prejuízo do disposto no item 3.1.60, toda alteração promovida nos contratos de
apólices de seguros, incluindo as que impliquem cancelamento, renovação, modificação
ou substituição de quaisquer apólices, devem ser previamente informadas à ANAC;

Subseção XI – Das Garantias de Execução Contratual

3.1.65. prestar Garantia de Execução Contratual, em uma das seguintes modalidades, definida
a seu critério, a fim de assegurar o cumprimento das obrigações constantes no presente
Contrato:

3.1.65.1. caução, em dinheiro ou títulos da dívida pública federal;

3.1.65.2. seguro-garantia cuja apólice deve observar, no mínimo, o conteúdo do Anexo


6 – Modelos e Condições Mínimas para Garantia Contratual; ou

3.1.65.3. fiança bancária, na forma do modelo que integra o Anexo 6 – Modelos e


Condições Mínimas para Garantia Contratual.

3.1.66. manter em vigor a Garantia de Execução Contratual nos valores e prazos estabelecidos
abaixo, sob qualquer uma das formas previstas no item anterior, tendo como
beneficiária a ANAC:

Eventos da Concessão Valor


R$ 179.949.063,00 (cento e
setenta e nove milhões,
novecentos e quarenta e nove
mil e sessenta e três reais)
para o Bloco Nordeste;

R$ 43.845.927,00 (quarenta e
Durante a vigência do Contrato: a partir da três milhões, oitocentos e
1
assinatura do contrato até o seu término. quarenta e cinco mil,
novecentos e vinte e sete
reais) para o Bloco Centro-
Oeste; e

R$ 44.093.491,00 (quarenta e
quatro milhões, noventa e
três mil, quatrocentos e

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noventa e um reais) para o


Bloco Sudeste.

R$ 35.989.812,00 (trinta e
cinco milhões, novecentos e
oitenta e nove mil, oitocentos
e doze reais) para o Bloco
Nordeste;

R$ 8.769.185,00 (oito
milhões, setecentos e
Término do Contrato: pelo período de 24 (vinte e sessenta nove mil, cento e
2 oitenta e cinco reais) para o
quatro) meses após o término do Contrato.
Bloco Centro-Oeste; e

R$ 8.818.698,00 (oito
milhões, oitocentos e dezoito
mil, seiscentos e noventa e
oito reais) para o Bloco
Sudeste.

3.1.67. manter a integridade da Garantia de Execução Contratual durante toda a vigência do


Contrato, obedecidos os valores definidos acima, estando obrigada,
independentemente de prévia notificação para constituição em mora, a:

3.1.67.1. renovar o prazo de validade das modalidades que se vencerem na vigência do


Contrato, encaminhando à ANAC, previamente ao vencimento da modalidade
vigente, a comprovação de sua(s) renovação(ões), e a manutenção de forma
ininterrupta a garantia de execução contratual, nos termos do item 3.1.67;

3.1.67.2. reajustar a Garantia de Execução Contratual anualmente, a partir da data de


eficácia do contrato, pelo índice de Preços ao Consumidor – IPCA,
complementando o valor resultante da aplicação do reajuste anual sobre o
montante inicial;

3.1.67.3. repor os valores porventura utilizados para cobertura de quaisquer obrigações


de pagamento abrangidas pela Garantia de Execução Contratual no prazo de
30 (trinta) dias contados a partir da efetiva utilização, independente de
disputa/discussão, judicial ou administrativa, de dolo ou culpa;

3.1.67.4. responder pela diferença de valores, na hipótese de a Garantia de Execução


Contratual não ser suficiente para cobrir o valor de todas as obrigações de
pagamento por ela abrangidas, podendo ser cobrada por todos os meios legais
admitidos; e

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3.1.67.5. submeter à prévia aprovação da ANAC eventual modificação no conteúdo da


carta de fiança ou do seguro-garantia, bem como eventual substituição da
Garantia de Execução Contratual por quaisquer das modalidades admitidas.

3.1.68. A caução em dinheiro deverá ser prestada mediante depósito em conta a ser designada
pela ANAC.

3.1.69. A caução em títulos da dívida pública federal deverá ser prestada por títulos emitidos
sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de
custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores
econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.

3.1.70. As cartas de fiança e as apólices de seguro-garantia deverão ter vigência mínima de 1


(um) ano, sendo de inteira responsabilidade da Concessionária mantê-las em vigor, de
forma ininterrupta, durante toda a eficácia da Concessão, assim como no período de 24
(vinte e quatro) meses após o término do Contrato, conforme o item 3.1.66, devendo
para tanto promover as renovações e atualizações que forem necessárias.

3.1.70.1. A contratação do seguro-garantia deverá ser feita com seguradora e


resseguradora autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados –
SUSEP, entidade vinculada ao Ministério da Fazenda, ou com seguradora e
resseguradora cuja classificação de risco esteja compreendida na categoria
“grau de investimento” em, pelo menos, uma das seguintes agências: Fitch,
Standard & Poors ou Moody’s.

3.1.70.2. Caso se opte por contratação de fiança bancária, esta deverá: (i) ser
apresentada em sua forma original (não serão aceitas cópias de qualquer
espécie), (ii) ter seu valor expresso em Reais, (iii) nomear o Poder Concedente
como beneficiário, (iv) ser devidamente assinada pelos administradores da
instituição financeira fiadora e (v) prever a renúncia ao benefício de ordem.

3.1.70.2.1. As fianças bancárias devem ser contratadas com instituições


financeiras cuja classificação de risco esteja compreendida na
categoria “grau de investimento” em, pelo menos, uma das
seguintes agências: Fitch, Standard & Poors ou Moody’s.

3.1.71. A Garantia de Execução Contratual poderá ser utilizada nos seguintes casos:

3.1.71.1. nas hipóteses em que a Concessionária não realizar as obrigações previstas no


PEA;

3.1.71.2. na hipótese de devolução de Bens Reversíveis em desconformidade com as


exigências estabelecidas no Contrato;

3.1.71.3. nas hipóteses em que a Concessionária não proceder ao pagamento das


multas que lhe forem aplicadas, na forma do Contrato e de normas da ANAC;

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3.1.71.4. nas hipóteses em que a Concessionária não efetuar, no prazo devido, o


pagamento de outras indenizações ou obrigações pecuniárias devidas ao
Poder Concedente em decorrência do Contrato, ressalvados os tributos.

Seção II – Do Poder Concedente

3.2. São direitos e deveres do Poder Concedente:

3.2.1. assegurar o cumprimento das obrigações contratuais, preservando os direitos da ANAC,


da Concessionária e dos Usuários;

3.2.2. regulamentar a prestação dos serviços no Aeroporto, sua operação e manutenção;

3.2.3. exigir da Concessionária a estrita obediência às especificações e disposições contratuais;

3.2.4. fiscalizar a prestação de serviço adequado, bem como receber e apurar manifestações
e reclamações dos Usuários;

3.2.5. analisar os projetos, planos e programas relativos à implantação do Aeroporto, bem


como exigir as modificações que se revelarem necessárias para atendimento ao PEA;

3.2.6. rejeitar ou sustar qualquer serviço em execução, que ponha em risco a segurança
pública ou bens de terceiros;

3.2.7. a seu critério, executar inspeções ou auditorias para verificar as condições das
instalações, dos equipamentos, da segurança e do funcionamento do Aeroporto;

3.2.8. acompanhar e apoiar a Concessionária nas ações institucionais junto a órgãos


competentes;

3.2.9. comunicar à Concessionária, imediatamente, quando citada ou intimada de qualquer


ação judicial ou procedimento administrativo que possa resultar em responsabilidade
da Concessionária, inclusive dos termos e prazos processuais, bem como envidar os
melhores esforços na defesa dos interesses comuns, praticando todos os atos
processuais cabíveis com esse objetivo. Fica facultado à Concessionária valer-se de
qualquer instrumento processual de intervenção de terceiros;

3.2.10. comunicar à instituição financeira ou seguradora responsável pela prestação da


Garantia de Execução Contratual, bem como as entidades financiadoras da
Concessionária, sempre que instaurar processo para decretar a intervenção,
encampação ou caducidade;

3.2.11. colaborar, nos limites de sua atuação institucional, com as entidades financiadoras da
Concessionária, prestando as informações e esclarecimentos para contribuir com a
viabilidade do financiamento dos investimentos, de forma a possibilitar a execução
integral do objeto da Concessão;

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3.2.12. disponibilizar a área do Aeroporto descrita no Anexo 2 – Plano de Exploração


Aeroportuária, no estado em que se encontra, à Concessionária, ressalvado o disposto
nos itens 2.4 e 2.5 e observado o disposto no item 3.1.37 deste contrato;

3.2.13. valer-se de qualquer instrumento processual de intervenção de terceiros.

Seção III – Do Usuário

3.3. São direitos e deveres do Usuário:

3.3.1. receber serviço adequado dentro dos parâmetros fixados pela ANAC;

3.3.2. receber da ANAC e da Concessionária informações quanto às questões relacionadas ao


valor da Tarifa;

3.3.3. pagar as Tarifas, salvo as situações previstas em lei ou atos normativos vigentes;

3.3.4. levar ao conhecimento da ANAC, da Concessionária e das autoridades competentes as


irregularidades de que tenha conhecimento, referentes ao serviço prestado; e

3.3.5. contribuir para a conservação das boas condições dos bens públicos por meio dos quais
lhes são prestados os serviços.

CAPÍTULO IV – DA REMUNERAÇÃO DA CONCESSIONÁRIA

4.1. A Remuneração da Concessionária será composta de 2 (duas) diferentes parcelas de receita:

4.1.1. Receitas Tarifárias; e

4.1.2. Receitas Não Tarifárias.

4.2. A Concessionária fica autorizada a ceder fiduciariamente aos Financiadores, nos termos do
artigo 28-A da Lei 8.987/95, os créditos decorrentes das Receitas Tarifárias e Não Tarifárias, com
o objetivo de garantir contratos de financiamento, até o limite que não comprometa a
operacionalização e a continuidade da prestação do serviço.

Seção I – Das Receitas Tarifárias

4.3. As Receitas Tarifárias serão constituídas pelas Tarifas previstas no item 2.1.3. do Anexo 4 –
Tarifas, sendo vedada à Concessionária a criação de qualquer outra cobrança tarifária que não
esteja prevista no referido anexo, salvo na situação prevista no item 4.7 deste Contrato.

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4.4. Os valores das Tarifas serão definidos pela Concessionária, respeitadas, quando aplicáveis, as
restrições constantes do Anexo 4 - Tarifas e as regras de Reajuste, Revisão dos Parâmetros da
Concessão e Proposta Apoiada, e observadas as diretrizes abaixo.

4.4.1. A tarifação deverá seguir boas práticas de precificação de infraestrutura e serviços


aeroportuários, a exemplo daquelas descritas em manuais de organizações
internacionais tais como ICAO, IATA e ACI.

4.4.2. A tarifação deverá ser baseada em critérios objetivos e não discriminatórios, tais como
horário, dia, temporada, facilidades disponíveis e nível de serviço.

4.4.3. As propostas de tarifação que envolvam aumentos tarifários deverão ser precedidas de
consulta às partes interessadas relevantes, nos termos do Capítulo XV.

4.4.3.1. Para os aeroportos de Recife, Maceió, João Pessoa e Aracaju / Cuiabá /


Vitória, a Concessionária deverá, com no mínimo 30 (trinta) dias de
antecedência da alteração, apresentar à ANAC relatório de consulta elaborado
nos termos do item 15.3.

4.4.3.2. Para os demais aeroportos, a Concessionária deverá, sempre que solicitado,


apresentar à ANAC relatório de consulta elaborado nos termos do item 15.3.

4.4.4. Alterações dos valores das Tarifas deverão ser informadas à ANAC, ao público e às
empresas aéreas e demais usuários dos aeroportos com no mínimo 30 (trinta) dias de
antecedência.

4.5. A ANAC poderá suspender a implementação de propostas de tarifação quando estas estiverem
em desacordo com o disposto no item 4.4 ou quando identificado prejuízo potencial aos usuários
finais.

4.6. Não poderão ser utilizados como fundamento para recomposição do equilíbrio econômico-
financeiro do Contrato:

4.6.1. As diferenciações tarifárias e os descontos praticados pela Concessionária em relação


ao Teto Tarifário ou à Receita Teto;

4.6.2. A suspensão da implementação de propostas de tarifação de que trata o item 4.5.

4.7. Qualquer alteração na estrutura do sistema tarifário do Contrato, decorrentes de lei ou de


norma editada pela ANAC, será refletida no presente Contrato.

4.8. A arrecadação das Tarifas será realizada de acordo com as regras previstas no Anexo 4 – Tarifas.

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Seção II – Das Receitas Não Tarifárias

4.9. A Concessionária poderá explorar atividades econômicas que gerem Receitas Não Tarifárias,
diretamente ou mediante a celebração de contratos com terceiros, em regime de direito
privado.

4.9.1. A Concessionária deverá observar as normas vigentes que exijam, restrinjam ou


condicionem a exploração de determinadas atividades.

4.9.2. Os seguintes itens básicos deverão estar disponíveis sem qualquer ônus para o
Usuário: água potável, sanitários; fraldários; carrinhos de bagagem; transporte
gratuito entre terminais não adjacentes (lado terra); equipamentos, acesso e auxílio
a PNAE; posto de primeiros socorros e outros previstos pela regulamentação
vigente.

4.10. A exploração de atividades econômicas que envolva a utilização de espaços no Complexo


Aeroportuário seguirá o regime previsto no Capítulo XI – Da Utilização de Espaços no Complexo
Aeroportuário.

4.11. A prestação de serviços auxiliares ao transporte aéreo que não sejam remunerados por Receitas
Tarifárias poderá ser realizada diretamente pela Concessionária, adotando contabilidade
separada para cada uma das atividades exploradas, segundo as normas contábeis vigentes.

4.11.1. A ANAC poderá a qualquer tempo, por motivos concorrenciais, exigir a criação de
subsidiária integral para a execução de determinado serviço auxiliar ao transporte
aéreo.

4.11.2. Fica vedada a participação de subsidiária integral da Concessionária em outras


sociedades.

CAPÍTULO V – DA ALOCAÇÃO DOS RISCOS

5.1. Os riscos decorrentes da execução da Concessão serão alocados ao Poder Concedente e à


Concessionária, consoante as seguintes disposições.

Seção I – Dos Riscos do Poder Concedente

5.2. Constituem riscos suportados pelo Poder Concedente, que poderão ensejar Revisão
Extraordinária, desde que impliquem alteração relevante de custos ou receitas da
Concessionária, nos termos do item 6.24 deste contrato:

5.2.1. mudanças no Anteprojeto por solicitação da ANAC ou de outras entidades públicas,


salvo se tais mudanças decorrerem da não-conformidade do Anteprojeto com a
legislação em vigor à época da realização do investimento ou com as informações
contidas no PEA;

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5.2.2. investimentos não previstos em equipamentos ou obras de infraestrutura decorrentes


de nova exigência da ANAC ou regulamentação e legislação públicas brasileiras
supervenientes.;

5.2.3. impedimento ou redução do processamento de passageiros, aeronaves ou cargas no


aeroporto decorrentes de ação imprevista ou de omissão de órgãos públicos, exceto se
decorrente da fato imputável à Concessionária;

5.2.4. danos decorrentes do atraso na disponibilização das áreas da concessão, desde que o
atraso seja superior a 12 (doze) meses da data prevista para a imissão na posse;

5.2.5. criação de benefícios tarifários pelo Poder Público;

5.2.6. criação, extinção e alterações não contratualmente previstas de Tarifas Aeroportuárias;

5.2.7. alteração na legislação tributária que incida sobre receitas tarifárias ou afete os custos
de obras ou de prestação de serviços associados às atividades remuneradas pelas Tarifas
Aeroportuárias, exceto as mudanças nos Impostos sobre a Renda;

5.2.8. ocorrência de eventos de força maior ou caso fortuito, exceto quando a sua cobertura
possa ser contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da
ocorrência ou quando houver apólices vigente que cubram o evento;

5.2.9. existência de sítios ou bens arqueológicos na área do Aeroporto que não sejam
conhecidos até a data de publicação do edital, assim como os custos decorrentes de tal
evento;

5.2.10. custos relacionados aos passivos decorrentes das relações trabalhistas anteriores à data
de transferência do contrato de trabalho, tenham sido ou não objeto de reclamação
judicial, incluindo os encargos previdenciários, observado o item 2.22.7;

5.2.11. custos relacionados aos passivos fiscais, previdenciários e cíveis que decorram de atos
ou fatos anteriores ao fim do Estágio 2 da Fase I-A, salvo se decorrentes de atos da
Concessionária relacionados à execução da Fase I-B do Contrato; e

5.2.12. custos relacionados aos passivos ambientais que tenham origem e não sejam
conhecidos até a data de publicação do edital do leilão da concessão.

5.2.13. A concessão de benefício tributário do Regime Especial de Incentivos para o


Desenvolvimento da Infraestrutura – REIDI.

5.3. A Concessionária não fará jus à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato


quando os eventos descritos nos itens 5.2.2, 5.2.4, 5.2.5, 5.2.6 e 5.2.7 afetarem os aeroportos
que não estiverem sujeitos às restrições tarifárias constantes no item 3.2. do Anexo 4 – Tarifas.

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5.4. A redução ou flexibilização de requisitos de segurança decorrentes de alterações normativas da


ANAC não ensejam o reequilíbrio econômico-financeiro do Contrato.

5.5. Salvo os riscos expressamente alocados ao Poder Concedente no Contrato, a Concessionária é


exclusiva e integralmente responsável por todos os demais riscos relacionados a presente
Concessão.

Seção II – Dos Riscos da Concessionária

5.6. Observado o disposto no item 5.5, constituem riscos suportados exclusivamente pela
Concessionária:

5.6.1. aumentos de preço nos insumos para a execução das obras, salvo aqueles que decorram
diretamente de mudanças tributárias, nos termos do item 5.2.7;

5.6.2. investimentos, custos ou despesas adicionais decorrentes da elevação dos custos


operacionais e de compra ou manutenção dos equipamentos;

5.6.3. não efetivação da demanda projetada ou sua redução por qualquer motivo, inclusive se
decorrer da implantação de novas infraestruturas aeroportuárias dentro ou fora da área
de influência do Aeroporto, com exceção apenas do disposto no item 5.2.3;

5.6.4. estimativa incorreta do custo dos investimentos a serem realizados pela Concessionária;

5.6.5. investimentos, custos ou despesas adicionais necessários para o atendimento do PEA


ou de quaisquer das obrigações contratuais, do nível de serviço estabelecido e da
qualidade na prestação dos serviços previstos no Contrato;

5.6.6. estimativa incorreta do cronograma de execução dos investimentos;

5.6.7. prejuízos decorrentes de falha na segurança do sítio aeroportuário ou no local de


realização das obras;

5.6.8. situação geológica do Aeroporto diferente da prevista para a execução das obras, salvo
no tocante ao item 5.2.9;

5.6.9. aumento do custo de capital, inclusive os resultantes de aumento das taxas de juros;

5.6.10. variação das taxas de câmbio;

5.6.11. variação da demanda pelos serviços prestados no Aeroporto;

5.6.12. inadimplência dos Usuários pelo pagamento das Tarifas;

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5.6.13. prejuízos a terceiros, causados direta ou indiretamente pela Concessionária ou por


qualquer outra pessoa física ou jurídica a ela vinculada, em decorrência de obras ou da
prestação dos Serviços;

5.6.14. prejuízos decorrentes de erros na realização das obras que ensejem a necessidade de
refazer parte ou a totalidade das obras;

5.6.15. mudanças dos projetos apresentados pela Concessionária que não tenham sido
solicitadas pela ANAC, com exceção do disposto no item 5.2.2;

5.6.16. mudanças tecnológicas implantadas pela Concessionária e que não tenham sido
solicitadas pela ANAC;

5.6.17. greves realizadas por empregados contratados pela Concessionária ou pelas


Subcontratadas e prestadoras de serviços à Concessionária;

5.6.18. custos de ações judiciais de terceiros contra a Concessionária ou Subcontratadas


decorrentes da execução da Concessão, salvo se por fato imputável ao Poder
Concedente e observado o disposto nos itens 5.2.10 e 5.2.11;

5.6.19. responsabilidade civil, administrativa e criminal por danos ambientais;

5.6.20. impossibilidade de atingimento das capacidades do Sistema de Pistas, quando não


decorrente de decisão ou omissão de entes públicos;

5.6.21. ocorrência de eventos de força maior ou caso fortuito quando a sua cobertura seja
aceita por instituições seguradoras, no mercado brasileiro;

5.6.22. custos de eventual rescisão dos contratos celebrados que envolvam a utilização de
espaços no Complexo Aeroportuário que estejam em vigor ao final do Estágio 2 da Fase
I-A;

5.6.23. custos decorrentes das desocupações do sítio aeroportuário referidas no item 3.1.51,
bem como de eventuais reassentamentos e realocações;

5.6.24. custos com a remoção de quaisquer bens para a liberação de áreas dos sítios
aeroportuários;

5.6.25. custos incorridos para adequação da infraestrutura e serviços prestados aos normativos
da ANAC e demais órgãos públicos, inclusive aqueles pré-existentes à assinatura do
Contrato, observado o item 5.2.2.

5.6.26. custos incorridos para cumprimento de condicionantes ambientais, inclusive aquelas


pré-existentes à assinatura do Contrato, observado o item 5.2.12; e

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5.6.27. custos incorridos na reforma, melhoria e manutenção de ativos recebidos pela


Concessionária, necessários para adequada prestação do serviço.

5.6.28. quaisquer outros riscos afetos à execução do objeto da Concessão que não estejam
expressamente previstos no item 5.2.

5.7. A Concessionária declara:

5.7.1. ter pleno conhecimento da natureza e extensão dos riscos por ela assumidos no
Contrato; e

5.7.2. ter levado tais riscos em consideração na formulação de sua Proposta e assinatura do
Contrato de Concessão.

5.8. A Concessionária não fará jus à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro caso


quaisquer dos riscos não alocados expressamente ao Poder Concedente, em especial, a não
realização da demanda projetada pela Concessionária, venham a se materializar.

CAPÍTULO VI – DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

6.1. Sempre que atendidas as condições do Contrato e respeitada a alocação de riscos nele
estabelecida, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.

6.2. O equilíbrio econômico-financeiro do contrato será preservado por meio de mecanismos de


Reajuste, Revisão dos Parâmetros da Concessão, Proposta Apoiada e de Revisão Extraordinária.

Seção I – Do Reajuste

6.3. O Reajuste incidirá sobre o Teto Tarifário da Tarifa de Capatazia da Carga Importada em Trânsito
e sobre a Receita Teto previstos no Anexo 4 – Tarifas.

Subseção I – Teto Tarifário

6.4. O Teto Tarifário será reajustado a cada 12 (doze) meses, sempre em dezembro, com vigência
para o ano-calendário posterior, conforme a seguinte fórmula:

Pt = Pt-1 x (IPCAt/IPCAt-1)

Onde:
Pt corresponde ao teto tarifário previsto no Anexo 4 – Tarifas, reajustado no ano t;
Pt-1 corresponde ao teto tarifário previsto no Anexo 4 – Tarifas, reajustado no ano t-1;
IPCAt corresponde ao IPCA divulgado pelo IBGE no mês de dezembro do ano t;
IPCAt-1 corresponde ao IPCA divulgado pelo IBGE no mês de dezembro do ano t-1.

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Subseção II – Receita Teto

6.5. A Receita Teto será reajustada todo mês de dezembro, com vigência para o ano-calendário
posterior, conforme a seguinte fórmula:

RTt = RTt-1(IPCAt/IPCAt-1)(1-Xt)(1-Qt)/(1-Qt-1)

Onde:
RTt corresponde à Receita Teto prevista no Anexo 4 – Tarifas, reajustada no ano t;
RTt-1 corresponde à Receita Teto prevista no Anexo 4 – Tarifas, reajustada no ano t-1;
IPCAt corresponde ao IPCA divulgado pelo IBGE em dezembro do ano t;
IPCAt-1 corresponde ao IPCA divulgado pelo IBGE em dezembro do ano t-1;
Xt é o Fator X aplicável ao reajuste do ano t, quando houver, ou equivale a 0, caso contrário;
Qt é o Fator Q aplicável ao reajuste do ano t, quando houver, ou equivale a 0, caso contrário;
Qt-1 é o Fator Q aplicável ao reajuste do ano t-1, quando houver, ou equivale a 0, caso contrário.

6.6. O Fator X poderá afetar de forma positiva ou negativa o resultado do reajuste anual,
dependendo da evolução das variáveis associadas a custos, produtividade e eficiência da
indústria aeroportuária e/ou do Aeroporto.

6.6.1. A base de dados utilizada para o cálculo da produtividade poderá conter dados
referentes ao movimento de passageiros, pouso de aeronaves, peso máximo de
decolagem, número de trabalhadores, receitas, investimentos, custos operacionais,
entre outros.

6.6.2. O Fator X terá valor igual a zero nos cincos primeiros anos da Concessão, contados a
partir da Data de Eficácia do Contrato.

6.7. O Fator Q da fórmula acima será aplicado conforme previsto no PEA.

6.7.1. O Fator Q poderá afetar de forma positiva ou negativa o resultado do reajuste anual
dependendo do desempenho apresentado pela Concessionária no que se refere à
qualidade do serviço.

6.7.2. Por ocasião das Revisões dos Parâmetros da Concessão, os IQS, assim como a
metodologia de cálculo do Fator Q, poderão ser revistos pela ANAC, após audiência
pública, com vistas a criar incentivos para melhoria da qualidade dos serviços prestados,
a ser aplicado a cada reajuste até a próxima Revisão dos Parâmetros da Concessão.

6.7.2.1. Em cada Revisão dos Parâmetros da Concessão a ANAC poderá avaliar e definir
ou redefinir um Sistema de Indicadores atrelados ou não a um mecanismo de
incentivo representado pelo Fator Q para todos os aeroportos,
independentemente da movimentação de passageiros.

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Subseção III – Considerações Gerais

6.8. Até o final do Estágio 2 da Fase I-A, aplica-se a regulação tarifária vigente nos respectivos
aeroportos anteriormente à Data de Eficácia.

6.9. Após o final do Estágio 2 da Fase I-A, o Teto Tarifário e a Receita Teto vigentes serão aqueles
estabelecidos para o respectivo ano-calendário, sendo consideradas para o cálculo da Receita
por Passageiro apenas as informações financeiras e operacionais a partir desta data.

6.10. A implementação e a publicação no Diário Oficial da União dos reajustes serão de


responsabilidade da ANAC.

Seção II – Da Revisão dos Parâmetros da Concessão

6.11. As Revisões dos Parâmetros da Concessão serão realizadas a cada período de 5 (cinco) anos do
período da Concessão.

6.12. A Revisão dos Parâmetros da Concessão tem como objetivo permitir a determinação:

6.12.1. dos IQS;

6.12.2. da metodologia de cálculo dos Fatores Q;

6.12.3. da metodologia de cálculo dos Fatores X; e

6.12.4. da Taxa de Desconto a ser utilizada no Fluxo de Caixa Marginal.

6.13. A primeira Revisão dos Parâmetros da Concessão afeta aos itens 6.12.1 e 6.12.2 se encerrará
em até 54 (cinquenta e quatro) meses da Data de Eficácia do Contrato. As demais Revisões dos
Parâmetros da Concessão ocorrerão a cada período de 05 (cinco) anos, encerrando-se sempre
em até 60 meses contados da data da Revisão dos Parâmetros da Concessão anterior.

6.14. A primeira Revisão dos Parâmetros da Concessão afeta aos itens 6.12.3 e 6.12.4 se encerrará
até o dia 31 de dezembro do ano em que o contrato completar 05 (cinco) anos de eficácia. As
demais Revisões dos Parâmetros da Concessão ocorrerão a cada período de 05 (cinco) anos,
encerrando-se sempre até o dia 31 de dezembro do último ano de cada período.

6.15. A ANAC poderá atualizar os parâmetros estabelecidos no Apêndice B do PEA durante o processo
de Revisão dos Parâmetros da Concessão, respeitada a alocação de riscos do contrato.

6.16. Os procedimentos relativos às Revisões dos Parâmetros da Concessão serão precedidos de


ampla discussão pública.

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Seção III – Da Proposta Apoiada

6.17. A Proposta Apoiada constitui mecanismo de flexibilização regulatória cujo objetivo é permitir a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da concessão e da eficiência na gestão
aeroportuária ao longo do período da concessão.

6.18. A Concessionária poderá, apoiada pelas Empresas Aéreas, apresentar Proposta Apoiada para:

6.18.1. Alterar as restrições à tarifação de que trata a Capítulo 4 do Anexo 4 – Tarifas;

6.18.2. Estabelecer um ou mais parâmetros da concessão que irão vigorar no quinquênio


subsequente a partir da Revisão de Parâmetros da Concessão seguinte.

6.19. A Agência deverá aprovar ou rejeitar a proposta levando em consideração (i) critérios de boas
práticas em termos de tarifação, de investimentos ou de qualidade de serviço nos aeroportos
e/ou (ii) os interesses dos usuários finais dos aeroportos.

6.20. A Proposta Apoiada aprovada pela ANAC irá vigorar pelo período de 5 (cinco) anos entre as
Revisões dos Parâmetros da Concessão, em período concomitante ao disposto no item 6.11.

6.20.1. Será permitida a apresentação de Proposta Apoiada envolvendo mais de um período


de 5 (cinco) anos caso fique demonstrada a necessidade de prazo mais longo para
viabilizar o acordo.

6.21. Enquanto vigente, a Proposta Apoiada aprovada pela ANAC prevalece sobre os dispositivos
contratuais que disciplinam as restrições à tarifação e os parâmetros que compõem a RPC, no
que couber, tendo em vista o escopo da proposta.

6.22. Caso requerido, a ANAC poderá atuar como mediadora para facilitar o alcance de acordo entre
as partes, inclusive podendo definir parâmetros com base em negociações que não tenham
resultado em Proposta Apoiada.

6.23. A ANAC poderá regulamentar regras e procedimentos que disciplinem a formulação e


aprovação da Proposta Apoiada.

Seção IV - Da Revisão Extraordinária

6.24. Os procedimentos de Revisão Extraordinária objetivam a recomposição do equilíbrio


econômico-financeiro do Contrato, a fim de compensar as perdas ou ganhos da Concessionária,
devidamente comprovados, em virtude da ocorrência dos eventos elencados no CAPÍTULO V –
Seção I do Contrato, desde que impliquem alteração relevante dos custos ou da receita da
Concessionária, nos termos descritos nos itens a seguir:

6.24.1 Para efeitos do disposto no caput, será considerada alteração relevante o evento
que causar impacto superior a 1% (um por cento) da receita bruta anual média

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da Concessão referente aos 3 (três) exercícios anteriores ao início do processo de


Revisão Extraordinária.

6.24.1.1 Na ausência de informações disponíveis referentes às receitas brutas


de algum dos 3 (três) exercícios anteriores ao início do processo de Revisão
Extraordinária, a ANAC poderá considerar as últimas 3 (três) informações
anuais disponíveis referentes às receitas brutas auferidas nos aeroportos
que integram a Concessão para complementar o cálculo da receita bruta
anual média a que se refere o item 6.24.1.

6.24.2 O impacto a que se refere o item 6.24.1 deste artigo será medido pelo valor
presente líquido do fluxo de caixa marginal projetado em razão do evento que
ensejou a recomposição, utilizando-se a taxa de desconto em vigor na data do
pedido, nos termos do respectivo Contrato.

6.24.3 Na hipótese de pedido de Revisão Extraordinária que contemple mais de um


evento, considera-se o percentual a que se refere o item 6.24.1 para cada evento
de forma isolada.

6.24.4 O pedido de Revisão Extraordinária deverá ser apresentado no prazo máximo de


5 (cinco) anos contados da data em que ocorreu o evento, sob pena de preclusão
do direito à recomposição do equilíbrio.

6.24.5 No caso de evento que provoque impacto contínuo no tempo, ou no caso de


evento em que o impacto só ocorra em momento posterior, o prazo a que se
refere o item 6.24.4 contar-se-á da data do início do impacto.

6.25. A Revisão Extraordinária ocorrerá de ofício ou mediante solicitação da Concessionária.

6.25.1 O procedimento de Revisão Extraordinária iniciado pela ANAC deverá ser objeto
de comunicação à Concessionária.

6.25.1.1 A ausência de manifestação da Concessionária no prazo consignado


na comunicação, que não poderá ser inferior a 30 (trinta) dias, será
considerada como concordância em relação ao mérito da proposta de
Revisão Extraordinária da ANAC.

6.25.2 Para solicitação de Revisão Extraordinária pela Concessionária devem ser


observadas normas específicas da ANAC sobre a matéria.

6.25.3 A apreciação e decisão, pela ANAC, dos eventos que compõem o pedido de
Revisão Extraordinária poderá ser realizada de forma individual ou conjunta de
acordo com o objeto, a motivação ou tipificação de cada evento.

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6.26. Cabe à ANAC a prerrogativa de escolher, dentre as medidas abaixo elencadas, individual ou
conjuntamente, a forma pela qual será implementada a recomposição do equilíbrio econômico-
financeiro:

6.26.1 alteração do valor das Tarifas;

6.26.2 alteração do prazo da Concessão;

6.26.3 alteração das obrigações contratuais da Concessionária;

6.26.4 revisão da Contribuição ao Sistema devida pela Concessionária, mediante


comum acordo entre ANAC e Concessionária, após prévia aprovação do
Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil; ou

6.26.5 outra forma definida de comum acordo entre ANAC e Concessionária, mediante
prévia aprovação do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

6.27. Para fins de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro deverá ser considerado, além de
norma da ANAC específica sobre o assunto, o Anexo 5 – Fluxo de Caixa Marginal, em que estão
previstos os procedimentos para a elaboração do Fluxo de Caixa Marginal de cada evento
gerador do desequilíbrio econômico-financeiro do Contrato, a fim de calcular a compensação
financeira que anule os impactos financeiros positivos ou negativos do evento que ensejou o
desequilíbrio.

6.28. O procedimento de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da Concessão deverá ser


concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, ressalvadas as hipóteses,
devidamente justificadas, em que seja necessária a prorrogação do prazo.

6.28.1 A contagem do prazo poderá ser interrompida caso seja necessário solicitar
adequação e complementação da instrução processual.

6.29. No decorrer da análise dos pedidos de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, pela


ANAC, ficam mantidos integralmente todos os deveres da Concessionária, especialmente as
obrigações relativas à Contribuição ao Sistema descritas na Seção IV, Do Capítulo II do Contrato
de Concessão.

CAPÍTULO VII – DA FISCALIZAÇÃO

7.1. A fiscalização da Concessão será efetuada pela ANAC.

7.2. Para a verificação do cumprimento dos IQS pela Concessionária, a ANAC poderá recorrer a
serviço técnico de empresa especializada de auditoria independente, a ser indicada, contratada
e remunerada pela Concessionária, cabendo a ANAC o direito de veto na indicação realizada
pela Concessionária.

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7.3. No exercício das suas atribuições, os encarregados pela fiscalização da concessão terão livre
acesso, a qualquer tempo e sem aviso prévio, aos dados relativos à administração, à
contabilidade e aos recursos técnicos, econômicos e financeiros da Concessionária, assim como
às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes ou vinculadas à concessão.

7.4. A ANAC exercerá fiscalização sobre as atividades realizadas nas fases de realização do objeto do
Contrato, determinando a execução de atos ou a suspensão daqueles que estejam sendo
realizados em desconformidade com os termos do PEA, com o previsto no Contrato ou com a
legislação e as normas da ANAC.

7.5. A ANAC poderá, a qualquer horário e em qualquer circunstância, fazer contatos com qualquer
órgão de comunicação da Concessionária, para averiguação do andamento ou solução de
eventos específicos.

7.6. Caberá à Concessionária efetuar pagamento da TFAC, em favor da ANAC, conforme especificado
na legislação aplicável.

CAPÍTULO VIII – DAS PENALIDADES

8.1. Caberá à ANAC, sempre que verificada a ocorrência de indícios de infração às cláusulas contidas
no presente Contrato e seus anexos, no Edital e seus anexos, bem como à regulamentação
editada para discipliná-las, instaurar processo administrativo para apuração de eventuais
irregularidades praticadas pela Concessionária.

8.1.1. O processo administrativo de que trata o presente Capítulo será conduzido em


consonância com os princípios gerais que fundamentam a atuação da Administração
Pública Federal, em estrita observância aos critérios e às formalidades essenciais à
garantia dos direitos dos administrados, nos termos da Lei no 9.784, de 29 de janeiro
de 1999, que regula o processo administrativo em seu âmbito de atuação, e da
regulamentação complementar concernente à matéria.

8.1.2. Será o processo administrativo iniciado com o documento de comunicação da


irregularidade à Concessionária, podendo ensejar, sem prejuízo das penalidades
previstas na legislação específica, a aplicação das seguintes penalidades contratuais:

8.1.2.1. advertência;

8.1.2.2. multa;

8.1.2.3. suspensão do direito de participar de licitações e contratar com a Agência


Nacional de Aviação Civil - ANAC; e

8.1.2.4. declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração


Pública.

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8.2. As penalidades serão aplicadas mediante decisão fundamentada da ANAC, assegurado à


Concessionária o direito ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal, nos termos
da regulamentação vigente.

8.3. O cumprimento das penalidades impostas pela ANAC não exime a Concessionária do fiel
cumprimento das obrigações e responsabilidades previstas no Contrato, bem como da
reparação de eventuais perdas e danos causados à ANAC, a seus empregados, aos usuários ou
a terceiros, em decorrência das atividades relacionadas com a Concessão.

Seção I – Da Advertência

8.4. A penalidade de advertência será aplicada em razão do cometimento de infração contratual de


baixa lesividade, cujo valor da multa estipulado para a conduta não ultrapasse a quantia
equivalente a 0,01% (um centésimo por cento) da receita bruta da Concessionária e de suas
eventuais subsidiárias integrais, nos termos do Anexo 3 – Procedimentos para Aplicação das
Penalidades de Multa – e conforme as tabelas nele contidas, desde que cumpridos os seguintes
requisitos:

8.4.1. Solicite formalmente a Concessionária a aplicação da advertência, mediante


reconhecimento do cometimento da infração objeto da apuração, no prazo definido
para apresentação da defesa no processo administrativo; e
8.4.2. Evidencie a Concessionária a adoção das medidas necessárias à efetiva correção da
falta, resultando em comprovada cessação da infração até a data da solicitação.

8.5. Excetuam-se da possibilidade de advertência as hipóteses em que seja verificada reincidência


específica na infração, praticada nos últimos 03 (três) anos, contados da data de ocorrência do
fato em apuração.

8.5.1. Considera-se reincidência específica o cometimento de infração relacionada com o


mesmo item contratual ou de norma regulamentar infringido por conduta anterior
definitivamente julgada em âmbito administrativo.

Seção II – Da Multa

8.6. Por descumprimento das obrigações contratuais a ANAC poderá aplicar multas, conforme
procedimentos, definições e valores descritos no Anexo 3 – Procedimentos para Aplicação das
Penalidades de Multa.

8.7. A multa poderá ter aplicação cumulativa com as demais sanções previstas neste Contrato ou na
legislação específica.

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Seção III – Da Suspensão do Direito de Participar de Licitações e de Contratar com a Agência Nacional
de Aviação Civil - ANAC

8.8. A suspensão do direito de participar de licitações e de contratar com a ANAC se dará no caso de
práticas reiteradas de infrações contratuais ou regulamentares, incluindo os casos que ensejam
a declaração de caducidade, além das situações previstas na legislação e nas normas aplicáveis,
destacando-se aquelas previstas no art. 88 da Lei nº 8.666/1993.

8.9. A penalidade prevista nesta Seção alcança também o acionista controlador da Concessionária,
e não poderá ser aplicada por prazo superior a dois anos.

Seção IV – Da Declaração de Inidoneidade para Licitar ou Contratar com a Administração Pública

8.10. Pela inexecução parcial ou total do Contrato, restará a Concessionária sujeita à declaração de
inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, observadas as disposições
legais aplicáveis.

Seção V – Das Medidas Acautelatórias

8.11. A imposição das penalidades à Concessionária não afasta a possibilidade de aplicação de


medidas acautelatórias pela ANAC, visando manter a prestação do serviço público adequado e
preservar a integridade física ou patrimonial de terceiros e dos bens reversíveis. Tais medidas
podem consistir em: detenção de bens, equipamentos e materiais, interdição de instalações,
apreensão, embargos de obras, além de outras medidas previstas na legislação e
regulamentação do setor.

CAPÍTULO IX – DA SUBCONTRATAÇÃO

9.1. É admitida a subcontratação de obras e serviços pela Concessionária, sendo vedada a


subcontratação da operação do Aeroporto.

9.1.1. A subcontratação da operação do Aeroporto será permitida somente no caso de


transferência do controle ou da administração temporária da Concessionária para o
Financiador, nos termos do item 10.9 e seguintes, e apenas enquanto permanecer esta
condição.

9.2. A subcontratação de obras e serviços não elide a responsabilidade da Concessionária pelo


cumprimento das cláusulas contratuais, bem como da legislação e das normas da ANAC.

CAPÍTULO X – DA TRANSFERÊNCIA DA CONCESSÃO E DO CONTROLE SOCIETÁRIO

10.1. Durante todo o prazo da Concessão, a Concessionária não poderá realizar qualquer modificação
direta ou indireta no seu controle societário ou transferir a Concessão sem a prévia e expressa
anuência da ANAC, sob pena de caducidade.

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10.1.1. A celebração de acordos de acionistas no âmbito da Concessionária ou quaisquer


alterações posteriormente realizadas deverão ser submetidas à prévia aprovação da
ANAC.

10.1.2. No caso de eventual modificação prevista no item 10.1, deverão ser apresentados à
ANAC, para análise de cumprimentos das obrigações contratuais e manutenção dos
requisitos editalícios, os acordos de acionistas celebrados pelo acionista controlador,
bem como de outros sócios, se necessários para averiguação do caso concreto.

10.2. Durante todo o prazo da Concessão, a transferência de ações de propriedade do Operador


Aeroportuário, ou qualquer outra operação, que implique redução de sua participação
societária na Concessionária a patamar inferior a 15% (quinze por cento), somente poderá ser
efetuada mediante prévia e expressa anuência da ANAC, que deverá considerar na análise a
manutenção dos requisitos de habilitação, inclusive técnica, observado o item 10.5;

10.3. Dependerão de prévia aprovação da ANAC a cisão, a fusão, a transformação, a incorporação, a


redução do capital da Concessionária, sem prejuízo das competências do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica – CADE previstas em lei.

10.4. Para a transferência do controle societário ou da Concessão, a Concessionária deverá


apresentar à ANAC requerimento indicando e comprovando os requisitos de qualificação
jurídica, fiscal, técnica e econômica das pessoas jurídicas interessadas, necessárias à assunção
da Concessão, bem como demonstrando o compromisso em cumprir todas as cláusulas do
Contrato.

10.5. A ANAC autorizará ou não o pedido da Concessionária por meio de ato devidamente motivado.

10.6. É permitida a alienação de ações da Concessionária para terceiros, de acordo com as condições
estabelecidas nos itens 10.7 e 10.8 do presente Contrato.

10.6.1. Regulamentação da ANAC disporá sobre eventual modificação do critério de controle


da Concessionária e poderá disciplinar a alienação das ações da Concessionária por
meio de oferta pública de ações em Bolsa de Valores.

10.7. Nos 5 (cinco) primeiros anos do prazo da Concessão, contados da Data de Eficácia, serão
observadas as seguintes regras:

10.7.1. Não será permitida a realização de oferta pública de ações;

10.7.2. A mudança de composição acionária da Concessionária, ainda que não implique


mudança de controle societário, somente poderá ser efetuada mediante prévia e
expressa anuência da ANAC, observado o item 10.5; e

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10.7.3. Não será concedida anuência prévia a qualquer alteração societária da Concessionária
que implique na redução da participação societária do Operador Aeroportuário na
Concessionária a patamar inferior a 15% (quinze por cento).

10.8. Após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos previsto no item 10.7, serão observadas as
seguintes regras:

10.8.1. As operações que impliquem aumento da participação societária de Empresas Aéreas,


suas Controladoras, Controladas ou Coligadas na Concessionária somente poderão ser
efetuadas mediante prévia e expressa anuência da ANAC, observado o item 10.5; e

10.8.2. Sem prejuízo do disposto nos itens 10.1.1, 10.2 e 10.8.1, a mudança de composição
acionária da Concessionária que não implique mudança de controle societário poderá
ser efetuada sem a prévia anuência da ANAC, devendo ser comunicada à ANAC em até
15 (quinze) dias após a mudança.

10.8.3. Nas hipóteses em que houver a transferência de Controle da Concessionária, será


observado o disposto no Contrato, em especial o disposto nos itens 10.4 e 10.5.

10.9. A ANAC poderá autorizar a transferência do controle ou da administração temporária da


Concessionária para o Financiador com o objetivo de promover sua reestruturação financeira e
assegurar a continuidade da exploração do objeto da Concessão, nas condições pactuadas,
diretamente, entre a SPE e o Financiador.

10.9.1. A transferência do controle ou da administração temporária da Concessionária será


formalizada por escrito, devendo o Financiador comprometer-se a cumprir todas as
cláusulas do Contrato, de acordo com o art. 27 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de
1995.

10.9.2. Para fins de transferência, o Financiador deverá atender às exigências de idoneidade


financeira, regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço, mediante a
apresentação dos documentos pertinentes exigidos pela ANAC à época do evento.

10.9.3. A assunção do controle ou da administração temporária da Concessionária pelos


Financiadores ou prestadores de garantia não alterará as obrigações da Concessionária
e de seus Controladores perante a ANAC.

CAPÍTULO XI – DA UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS NO COMPLEXO AEROPORTUÁRIO

Seção I – Das Disposições Gerais

11.1. A Concessionária poderá celebrar com terceiros, prestadores de serviços de transporte aéreo,
de serviços auxiliares ao transporte aéreo ou exploradores de outras atividades econômicas,
contratos que envolvam a utilização de espaços no Complexo Aeroportuário, pelo regime de
direito privado, observando-se a regulação vigente, bem como:

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11.1.1. Seu prazo de vigência não poderá ultrapassar o do Contrato de Concessão, salvo nos
casos em que o prazo remanescente da concessão não for suficiente para garantir
viabilidade econômica ao empreendimento, mediante prévia autorização do Ministério
dos Transportes, Portos e Aviação Civil, ouvida a ANAC;

11.1.1.1. A autorização prevista no item 11.1.1 fica condicionada à análise de


conveniência e oportunidade pelo Ministério dos Transportes, Portos e
Aviação Civil, sendo que qualquer negativa não enseja, em qualquer hipótese,
reequilíbrio econômico-financeiro do Contrato.

11.1.1.2. Uma vez conferida a autorização prevista no item 11.1.1, fica também
expressamente aprovada a manutenção do contrato em questão, mesmo
quando da extinção antecipada da Concessão, nos termos da cláusula 11.1.4.

11.1.2. A remuneração será livremente pactuada entre a Concessionária e a outra parte


contratante;

11.1.2.1. Os contratos previamente autorizados nos termos do item 11.1.1 deverão


prever remuneração periódica em parcelas iguais ou crescentes durante toda
sua vigência, devendo ser corrigidas monetariamente por índice oficial de
inflação, sendo vedada a antecipação das parcelas que extrapolem o prazo de
concessão.

11.1.2.1.1 Caso o contrato comercial preveja remuneração variável


proporcional ao faturamento do negócio, essa deverá ter valor
percentual igual ou crescente e periodicidade constante ao longo de
todo o contrato.

11.1.2.1.2 Caso o contrato comercial preveja formas de remuneração distintas


das dispostas neste artigo, essa deverá ser informada na solicitação
e estará sujeita à aprovação pelo Ministério dos Transportes, Portos
e Aviação Civil.

11.1.3. Seus termos não poderão comprometer os padrões de segurança e de qualidade do


serviço concedido;

11.1.4. Em caso de extinção antecipada da Concessão, inclusive por caducidade e encampação,


o Poder Concedente ou o novo operador do Aeroporto poderá, independentemente de
indenização, denunciar os contratos celebrados pela Concessionária envolvendo a
utilização de espaços vinculados à Concessão, salvo nos casos em que o montante
elevado dos investimentos a serem realizados pelo cessionário justificar a sua
manutenção mesmo quando da extinção antecipada da Concessão, e a celebração do
contrato tiver sido precedida de expressa aprovação do Ministério dos Transportes,
Portos e Aviação Civil, ouvida a ANAC;

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11.1.5. A Concessionária poderá, conforme a regulamentação da ANAC, celebrar com Empresas


Aéreas contratos que confiram o direito de construir, manter ou utilizar, com
exclusividade ou prioridade, terminal ou partes de terminal, mediante prévia aprovação
da ANAC.

11.1.6. A ANAC terá acesso, a qualquer tempo, a todos os contratos que a Concessionária
celebrar para formalizar a utilização de espaços no Complexo Aeroportuário.

11.1.6.1. As informações passíveis de solicitação pela ANAC estarão sujeitas aos


princípios dispostos pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, em
particular a observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como
exceção e a divulgação de informações de interesse público,
independentemente de solicitações.

11.1.6.2. Na hipótese de existirem informações passíveis de solicitação pela ANAC cuja


divulgação possa representar vantagem competitiva a outros agentes
econômicos, poderá a Concessionária solicitar restrições sobre a publicidade
destas, conforme previsto no Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012.

11.2. Em todos os contratos que a Concessionária celebrar para formalizar a utilização de espaços no
Complexo Aeroportuário com o objetivo de exploração econômica, deverá constar o dever de
o terceiro disponibilizar, a qualquer tempo, inclusive por solicitação da ANAC, as demonstrações
contábeis relativas à exploração realizada.

11.2.1. Nos casos de contratos relativos a Áreas e Atividades Operacionais, deverá ainda
constar o dever de o terceiro adotar contabilidade separada para cada uma das
atividades exploradas, segundo as normas contábeis vigentes.

11.3. A Concessionária assumirá todas as obrigações e direitos relacionados aos contratos que
envolvam a utilização de espaços no Complexo Aeroportuário que lhe tenham sido sub-rogados
pelo Operador Aeroportuário durante a Fase I-A.

11.4. A Concessionária disponibilizará espaços e tempo das mídias e de pontos destinados à


veiculação de publicidade no Complexo Aeroportuário para publicidade institucional de
interesse público, sem ônus financeiro ao Poder Público.

11.5. A Concessionária cederá sem ônus financeiro, com exceção do rateio das despesas ordinárias
do Complexo Aeroportuário, os espaços para as instalações de órgãos e entidades do Poder
Público que por disposição legal operam no aeroporto, observado o disposto em seus
instrumentos normativos, inclusive no que concerne à elaboração de projetos e execução de
obras.

Seção II – Das Áreas e Atividades Operacionais

11.6. São Áreas e Atividades Operacionais do Complexo Aeroportuário aquelas essenciais à prestação
dos serviços de transporte aéreo, tais como despacho de aeronaves, passageiros e bagagens,

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serviços auxiliares de rampa, carga e descarga de aeronaves, recebimento e despacho de carga


e de bens transportados por aeronaves, abastecimento de combustível e lubrificantes,
armazenagem e capatazia doméstica, entre outras atividades próprias de prestadores de
serviços de transporte aéreo ou de serviços auxiliares ao transporte aéreo.

11.7. A remuneração pela utilização de Áreas e Atividades Operacionais será livremente pactuada
entre a Concessionária e as partes contratantes como forma de permitir uma precificação
eficiente dos serviços e otimizar a utilização da infraestrutura aeroportuária, observadas as
disposições abaixo.

11.7.1. A remuneração deve ser definida em função de critérios objetivos e não


discriminatórios, tais como nível de serviço, disponibilidade de facilidades e previsão de
investimentos, entre outros critérios economicamente relevantes.

11.8. As propostas de definição e de alteração dos valores e critérios de remuneração, bem como
de criação de novas cobranças pela utilização de Áreas e Atividades Operacionais, devem ser
precedidas de consulta às partes interessadas relevantes, conforme previsto no item 15.1.2.

11.8.1. A Concessionária deverá identificar as partes interessadas relevantes dentre os


prestadores de serviços de transporte aéreo e de serviços auxiliares ao transporte aéreo
que utilizam as Áreas e Atividades Operacionais cuja remuneração está sendo objeto de
consulta.

11.8.2. A consulta deve explicitar como a proposta atende aos princípios dispostos nos itens
11.7 e 11.7.1 e ser acompanhada de todas as informações relevantes para a sua
avaliação.

11.8.3. Eventuais conflitos devem ser preferencialmente resolvidos por acordos diretos
estabelecidos entre as partes contratantes;

11.9. Para os aeroportos de Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Vitória e Cuiabá, a Concessionária
deverá apresentar à ANAC, nos termos do item 15.3, protocolo de concordância assinado
pelas partes interessadas relevantes que formalize acordo em relação aos termos das
propostas.

11.9.1. A Concessionária somente poderá implementar o protocolo de concordância após


aprovação da ANAC.

11.9.2. A ANAC poderá determinar a revisão do acordo caso o considere potencialmente


prejudicial aos passageiros ou verifique que alguma parte interessada relevante não
consta do protocolo de concordância.

11.9.3. Caso as partes não cheguem a um acordo, a Concessionária poderá, mediante


apresentação de relatório de consulta elaborado nos termos do item 15.3, solicitar
arbitramento pela ANAC que, a seu critério, poderá aceitar a solicitação.

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11.10. Para os demais aeroportos, a Concessionária deverá, sempre que solicitado, apresentar à
ANAC relatório de consulta elaborado nos termos do item 15.3.

11.10.1. Fica a critério da ANAC compor administrativamente conflitos de interesses não


resolvidos por meio de acordos diretos estabelecidos entre as partes.

11.10.2. Para avaliar a observância do disposto nos itens 11.7 e 11.7.1, a ANAC poderá
monitorar os preços praticados pela Concessionária nas Áreas e Atividades
Operacionais e observar as práticas de mercado, ficando a seu critério a comparação
com preços praticados em outros aeroportos no Brasil e no exterior e a análise dos
custos relativos à utilização das Áreas e Atividades Operacionais.

11.10.3. Em caso de descumprimento do disposto nos itens 11.7 e 11.7.1, a ANAC poderá, a
qualquer tempo, estabelecer a regulação dos preços relativos à utilização das Áreas e
Atividades Operacionais por meio de tarifas-teto, receita máxima ou outro método a
ser estabelecido em regulamentação específica após ampla discussão pública, caso
em que a Concessionária não fará jus ao reequilíbrio econômico-financeiro do
Contrato.

11.11. A ANAC levará em consideração em eventuais decisões o engajamento no processo de


consulta e negociação, a relevância e qualidade das informações compartilhadas e a
fundamentação das propostas e contrapropostas apresentadas, entre outros aspectos que
demonstrem o nível de cooperação de cada uma das partes para o alcance de acordos e
soluções negociadas.

11.12. Fica assegurado o livre acesso para que as Empresas Aéreas ou terceiros possam atuar na
prestação de serviços auxiliares ao transporte aéreo, inclusive quando houver prestação
direta desses serviços pela Concessionária, sendo vedadas quaisquer práticas discriminatórias,
observada a legislação vigente e a regulamentação da ANAC.

11.12.1. Em caso de falta de capacidade para atender à solicitação de novos entrantes para a
prestação de serviços auxiliares ao transporte aéreo, deverá a Concessionária solicitar
à ANAC autorização para limitar o número de prestadores desses serviços no Aeroporto,
podendo a ANAC fixar o número mínimo de prestadores no caso concreto.

11.12.2. Em caso de evento que gere falta de capacidade para atender aos atuantes na
prestação de serviços auxiliares ao transporte aéreo, deverá a Concessionária solicitar
à ANAC autorização para reduzir o número de prestadores de serviços atuantes no
Complexo Aeroportuário, podendo a ANAC fixar o número mínimo de prestadores no
caso concreto.

11.12.3. Para os serviços auxiliares cuja complexidade, custo ou impacto ambiental inviabilize
a divisão e/ou duplicação da infraestrutura correspondente, tornando antieconômica a
prestação do serviço por mais de uma empresa, deverá a Concessionária solicitar
autorização à ANAC para prestar esses serviços de forma exclusiva.

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CAPÍTULO XII – DA INTERVENÇÃO

12.1. A ANAC poderá, sem prejuízo das penalidades cabíveis e das responsabilidades incidentes, em
caráter excepcional, intervir na Concessão para assegurar a adequação na prestação dos
serviços, bem como o fiel cumprimento pela Concessionária das disposições contratuais, legais
e decorrentes de normas pertinentes, quando considerar que tais descumprimentos afetem
substancialmente a capacidade da Concessionária na execução dos serviços previstos neste
Contrato.

12.2. A intervenção será decretada pela ANAC, que designará o interventor, o prazo de duração, os
objetivos e os limites da medida.

12.3. No prazo de 30 (trinta) dias contados da declaração de intervenção, a ANAC deverá instaurar o
competente procedimento administrativo para comprovar as causas determinantes da medida
e apurar responsabilidades, assegurando à Concessionária o direito ao contraditório e à ampla
defesa.

12.4. O procedimento administrativo deverá ser concluído no prazo de até 180 (cento e oitenta dias),
sob pena de considerar-se inválida a intervenção.

12.5. Será declarada nula a intervenção se ficar comprovado que não foram observados os
pressupostos legais e decorrentes de normas para sua decretação, devendo o serviço e os bens
da concessão retornarem imediatamente à Concessionária, sem prejuízo da prestação de
contas por parte do interventor e da recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato para indenização porventura cabível.

12.6. Caberá ao interventor decidir pela manutenção ou não dos pagamentos decorrentes das
obrigações contraídas pela Concessionária anteriormente à intervenção, tendo em vista a
necessidade de continuidade da prestação do serviço concedido.

12.7. Se as receitas da Concessão não forem suficientes para cobrir as despesas necessárias à
continuidade do serviço concedido, a ANAC poderá executar a Garantia de Execução Contratual
para obter os recursos faltantes.

12.8. Caso a garantia não seja suficiente, a Concessionária deverá ressarcir a ANAC, no prazo máximo
de 90 (noventa) dias contados da requisição nesse sentido.

12.9. Como resultado da intervenção poderá ser considerada extinta a Concessão, obedecendo-se ao
disposto nos itens seguintes e aplicando-se as penalidades cabíveis.

CAPÍTULO XIII – DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

13.1. A Concessão considerar-se-á extinta, observadas as normas legais específicas, quando ocorrer:

13.1.1. término do prazo do contrato;

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13.1.2. encampação;

13.1.3. caducidade;

13.1.4. rescisão;

13.1.5. anulação;

13.1.6. relicitação; ou

13.1.7. falência ou extinção da concessionária;

13.2. Além das hipóteses previstas no item 13.1, a ocorrência de caso fortuito ou força maior,
regularmente comprovado e impeditivo da execução do Contrato, poderá ensejar a extinção da
concessão.

13.3. No caso de extinção da Concessão, a ANAC poderá:

13.3.1. assumir a prestação do serviço concedido, no local e no estado em que se encontrar;

13.3.2. ocupar e utilizar os locais, instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos


empregados na execução do serviço, necessários à sua continuidade;

13.3.3. aplicar as penalidades cabíveis, principalmente pela reversão de bens em desacordo


com os termos deste contrato; e

13.3.4. reter e executar as garantias contratuais, para recebimento de multas administrativas e


ressarcimento de prejuízos causados pela Concessionária.

13.4. Durante a vigência do Contrato, a ANAC e terceiros serão autorizados a realizar estudos e visitas
técnicas que visem à promoção ou prosseguimento de novos procedimentos licitatórios.

13.5. Dois anos antes do término do prazo de vigência do Contrato, a Concessionária deverá
apresentar à ANAC a documentação técnica e administrativa, bem como as orientações
operacionais necessárias.

13.6. Ao término da Concessão, a ANAC irá vistoriar o Aeroporto e lavrar o Termo de Recebimento
Definitivo da sua operação. Após a lavratura deste Termo, a Concessionária deverá transferir à
União, ou para quem esta indicar, a operação do Aeroporto.

13.7. Extinta a Concessão, retornam automaticamente à União os bens reversíveis, nos termos da
regulamentação.

13.8. Na extinção da Concessão, os bens a serem revertidos à União deverão estar livres e
desembaraçados de quaisquer ônus ou encargos.

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13.9. Em qualquer caso de extinção da Concessão, a Concessionária deverá elaborar um inventário


completo de todos os bens vinculados à Concessão e entregar à ANAC no prazo solicitado.

Seção I – Do Advento do Termo Contratual

13.10. O término da vigência contratual implicará, de pleno direito, a extinção da Concessão.

13.11. A Concessionária deverá tomar todas as medidas razoáveis e cooperar plenamente com a ANAC
para que os serviços objeto da Concessão continuem a ser prestados ininterruptamente, bem
como prevenir e mitigar qualquer inconveniência ou risco à saúde ou segurança dos Usuários e
dos funcionários do Aeroporto e da ANAC.

13.12. Até 2 (dois) anos antes da data do término de vigência da Concessão, a Concessionária
apresentará um Programa de Desmobilização Operacional, devendo tal programa ser analisado
pela ANAC no prazo máximo de 6 (seis) meses.

13.12.1. Ao termo da concessão retornarão à União os bens reversíveis, sem direito a qualquer
indenização para a Concessionária.

Seção II – Da Encampação

13.13. Para atender ao interesse público, mediante lei autorizativa específica, a ANAC poderá retomar
a Concessão, após assegurar o prévio pagamento de indenização composta das seguintes
parcelas:

13.13.1. dos lucros cessantes, limitado no mínimo ao saldo devedor atualizado vencido e
vincendo de quaisquer financiamentos contraídos pela Concessionária; e

13.13.2. custo de desmobilização, incluindo o valor de todos os encargos e ônus decorrentes de


multas, rescisões e indenizações devidas a empregados, fornecedores e outros
terceiros credores da Concessionária, a qualquer título.

13.14. A parte da indenização, devida à Concessionária, correspondente ao saldo devedor dos


financiamentos, poderá ser paga diretamente aos Financiadores. O remanescente será pago
diretamente à Concessionária.

13.15. As multas, indenizações e quaisquer outros valores devidos pela Concessionária serão
descontados da indenização prevista para o caso de encampação, até o limite do saldo devedor
dos financiamentos contraídos pela Concessionária para cumprir as obrigações de investimento
previstas no Contrato.

Seção III – Da Caducidade

13.16. A caducidade da Concessão poderá ser declarada nos casos enumerados na Lei nº 8.987, de 13
de fevereiro de 1995, e suas modificações.

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13.17. Considera-se passível de decretação de caducidade, na hipótese prevista no art. 38, § 1º, II, da
Lei nº 8.987/1995, o descumprimento de obrigações contratuais, legais e decorrentes de
normas que possam ter grave impacto negativo na prestação adequada do serviço concedido,
destacando-se a reiteração ou o prolongamento dos seguintes descumprimentos contratuais:

13.17.1. não manutenção da vigência dos seguros exigidos pelo Contrato;

13.17.2. não manutenção da integridade da Garantia de Execução Contratual, conforme


previsto neste contrato;

13.17.3. fraude comprovada no cálculo do pagamento da Contribuição Variável, especialmente


pela redução artificial da base de cálculo, ocasionada, dentre outras hipóteses, pela
alteração de dados contábeis da Concessionária e pela contratação de preços
artificialmente reduzidos com terceiros.

13.18. A ANAC poderá promover a declaração de caducidade da Concessão, que será precedida do
competente processo administrativo para verificação da inadimplência parcial ou total,
assegurando-se à Concessionária direito à ampla defesa e ao contraditório.

13.19. A instauração do processo administrativo para declaração da caducidade será precedida de


comunicação à Concessionária e aos Financiadores, apontando a situação de inadimplência e
concedendo prazo razoável, não inferior a 30 (trinta) dias, para sanar as irregularidades.

13.20. Antes da declaração da caducidade, a ANAC encaminhará uma notificação aos Financiadores
para que se manifestem em prazo não inferior a 30 (trinta) dias sobre a intenção de assumir a
Concessão.

13.21. O valor dos investimentos vinculados a Bens Reversíveis ainda não amortizados integrará o
cálculo da indenização devida à Concessionária em caso de caducidade, descontados:

13.21.1. os prejuízos causados pela Concessionária em decorrência do descumprimento de


obrigações contratuais e os valores devidos pela Concessionária à União e à ANAC;

13.21.2. as multas contratuais aplicadas à Concessionária que não tenham sido pagas até a data
do pagamento do montante da indenização; e

13.21.3. quaisquer valores recebidos pela Concessionária a título de cobertura de seguros


relacionados aos eventos ou circunstâncias que ensejaram a declaração de caducidade.

13.22. A parte da indenização, devida à Concessionária, correspondente ao saldo devedor dos


financiamentos efetivamente aplicados em investimentos no Complexo Aeroportuário, poderá
ser paga diretamente aos Financiadores, a critério do Poder Concedente. O remanescente será
pago diretamente à Concessionária.

13.23. A declaração de caducidade acarretará, ainda:

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13.23.1. a execução da Garantia de Execução do Contrato; e

13.23.2. a retenção de eventuais créditos decorrentes do Contrato, até o limite dos prejuízos
causados ao Poder Concedente.

13.24. A declaração da caducidade não acarretará para o Poder Concedente qualquer espécie de
responsabilidade em relação a ônus, encargos, obrigações ou compromissos com terceiros
assumidos pela Concessionária, notadamente em relação a obrigações de natureza trabalhista,
tributária e previdenciária.

Seção IV – Da Rescisão

13.25. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da Concessionária, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo Poder Concedente, mediante ação judicial
especialmente intentada para esse fim.

13.26. A Concessionária somente poderá se desvincular das obrigações assumidas no Contrato,


inclusive quanto à continuidade da prestação do serviço, no caso de inadimplência do Poder
Concedente, após o trânsito em julgado da decisão judicial que decretar a rescisão do Contrato.

13.27. A indenização devida à Concessionária, no caso de rescisão judicial do Contrato por culpa do
Poder Concedente, será equivalente à encampação e calculada na forma prevista no item 13.13
deste Contrato.

Seção V – Da Anulação

13.28. O Contrato somente poderá ser anulado nos termos da lei observando-se os princípios do
contraditório e da ampla defesa.

13.29. Caso a Concessionária não tenha dado causa à anulação, a indenização devida será equivalente
à encampação e calculada na forma prevista no item 13.13 deste Contrato.

13.30. Caso a Concessionária tenha dado causa à anulação, a indenização devida será equivalente à
prevista para a hipótese de caducidade.

Seção VI – Da Relicitação

13.31. A concessão poderá ser extinta por acordo entre Poder Concedente e Concessionária, em
procedimento que garanta a continuidade da prestação dos serviços até a celebração de novo
ajuste negocial para exploração das infraestruturas aeroportuárias.

13.32. As providências a cargo do Poder Concedente tendentes à relicitação da concessão se iniciam


após a qualificação do empreendimento para esse fim específico no Programa de Parcerias de
Investimentos (PPI) e obedecerão os ritos e procedimentos de que trata a Lei nº 13.448, de 05

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de junho de 2017, bem como demais atos regulamentares supervenientes, expedidos pelo
Poder Executivo Federal.

13.32.1. Cabe à Concessionária requerer a qualificação do contrato para fins de relicitação,


demonstrada sua incapacidade de adimplir as obrigações contratuais ou financeiras
assumidas originalmente.

13.33. Para viabilizar a relicitação do contrato, as partes deverão ratificar termo aditivo, cujo conteúdo
observará os limites definidos pela legislação em vigor no momento de sua celebração.

13.34. A indenização devida à Concessionária em caso de relicitação será calculada segundo


metodologia disciplinada em ato do Poder Concedente.

13.34.1. Integrarão o cálculo da indenização os investimentos em bens reversíveis não


amortizados, as multas e demais obrigações de natureza não tributária devidas, bem
como o valor relacionado à outorga originalmente pactuada, calculado conforme ato
do Poder Concedente.

13.35. Na hipótese de que trata a presente seção, os serviços prestados pela Concessionária não
poderão ser interrompidos ou paralisados, até a assunção da operação dos aeroportos pelo
novo contratado, conforme modelo de transição a ser definido pelo Poder Concedente.

Seção VII – Da Falência ou Da Extinção da Concessionária

13.36. Na hipótese de extinção do Contrato por falência ou extinção da Concessionária, eventual


indenização devida à Concessionária será calculada e paga conforme os critérios previstos para
a caducidade da Concessão, na forma dos itens 13.21 e 13.22 deste Contrato.

13.37. Não será realizada partilha do eventual acervo líquido da Concessionária extinta entre seus
acionistas antes do pagamento de todas as obrigações perante a ANAC, e sem a emissão de
termo de vistoria pela ANAC que ateste o estado em que se encontram os bens vinculados à
Concessão.

CAPÍTULO XIV – DOS BENS DA CONCESSÃO

Seção I – Dos Bens Reversíveis

14.1. São reversíveis:

14.1.1. Todos os bens imóveis e quaisquer benfeitorias localizados no sítio aeroportuário; e

14.1.2. Todos os bens móveis necessários à operação, manutenção e prestação do serviço de


Exploração aeroportuária, sejam eles adquiridos pela Concessionária ou disponibilizados
pelo Poder Público.

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14.2. Os bens reversíveis decorrentes de investimentos realizados pela Concessionária deverão ser
amortizados no prazo da Concessão, nos termos da regulação vigente.

14.2.1. A Concessionária fica obrigada a manter inventário atualizado de todos os bens


reversíveis da concessão, contendo informações sobre o seu estado de conservação, e
disponibilizar, a qualquer tempo, para eventuais consultas e fiscalizações do Poder
Concedente.

Seção II – Do Controle Patrimonial

14.3. A Concessionária deverá manter sistema de controle patrimonial de todos os bens da


concessão, contendo minimamente: a codificação patrimonial do bem; informações sobre a sua
localização; código e denominação do centro de custos a que pertence e a situação do bem,
com indicação se é bem reversível ou não, devendo, ainda, diferenciar os bens por ela
adquiridos daqueles transferidos pelo Poder Público.

14.3.1. É assegurado à ANAC o acesso irrestrito e imediato ao sistema de controle patrimonial


da concessionária.

14.4. O controle patrimonial dar-se-á por meio dos seguintes relatórios:

14.4.1. Relatório Interno de Bens – RIB;

14.4.2. Relatório Externo de Bens – REB;

14.4.3. Relatório de Movimentação de Bens – RMB.

Subseção I – Do Relatório Interno de Bens - RIB

14.5. A Concessionária deverá enviar o RIB anualmente à ANAC até 15 de maio.

14.5.1. O RIB deverá refletir a situação dos bens da concessão em 31 de dezembro do exercício
anterior e conter, além das informações elencadas no item 14.3, a identificação
patrimonial e contábil; quando aplicável, o código patrimonial da Infraero; descrição
detalhada; tipo de bem; dados do fornecedor; documento de entrada; data de
aquisição; data de início de operação; data de início de depreciação ou amortização; vida
útil estimada; quantidade; unidade de medida; custo de aquisição; valor de
transferência, quando aplicável, o valor residual; valor depreciável; taxa de depreciação
ou amortização; valor da depreciação ou amortização do período; valor da depreciação
ou amortização acumulada; valor líquido contábil; e valor da depreciação ou
amortização anual, além de outras previstas em regulamentação específica.

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14.5.2. O RIB também deverá dispor acerca do detalhamento dos investimentos em


andamento, refletindo o mesmo período indicado no item 14.5.1, de forma que os
componentes integrantes de cada estrutura possam ser individualizados.

14.5.3. Os dados constantes no RIB deverão estar conciliados com aqueles constantes nas
Demonstrações Financeiras.

14.5.4. Caso a data de referência do primeiro REB, disposta no item 14.6.1, seja no segundo
semestre do primeiro ano de operação do aeroporto pela concessionária, a data de
referência temporal do primeiro RIB será 31 de dezembro do ano subsequente.

Subseção II – Do Relatório Externo de Bens - REB

14.6. A Concessionária deverá enviar o REB periodicamente à ANAC, contendo as mesmas


informações previstas para o RIB, a ser realizado por empresa especializada independente,
indicada, contratada e remunerada pela Concessionária.

14.6.1. O primeiro REB deverá refletir a situação dos bens recebidos pela Concessionária e
deverá ser enviado à ANAC até o final do estágio 2 da Fase I-A.

14.6.2. O último REB a ser enviado à ANAC deverá refletir a situação dos bens em 31 de
dezembro do antepenúltimo ano de operação da concessionária.

14.6.3. A partir de 31 de dezembro do ano de final do Estágio 2 da Fase I-A, os demais REB
deverão ser enviados quinquenalmente à ANAC, até 15 de maio, refletindo a situação
dos bens em 31 de dezembro do exercício anterior.

Subseção III – Do Relatório de Movimentação de Bens - RMB

14.7. A partir da assunção das operações pela Concessionária, esta deverá enviar o RMB à ANAC, em
até 45 (quarenta e cinco) dias após o encerramento de cada semestre, refletindo a situação dos
bens em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano.

14.7.1. O RMB deverá indicar, minimamente:

14.7.1.1. Quanto aos bens adquiridos: a identificação patrimonial e contábil; descrição


detalhada; tipo de bem; dados do fornecedor; documento de entrada; data de
aquisição; data de início de operação; data de início de depreciação ou
amortização; vida útil estimada; quantidade; unidade de medida; custo de
aquisição; quando aplicável, o valor residual; valor depreciável; taxa de
depreciação ou amortização; valor da depreciação ou amortização do período;
valor da depreciação ou amortização acumulada; valor líquido contábil; e valor
da depreciação ou amortização anual.

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14.7.1.2. Quanto aos bens alienados: motivo da alienação; situação do bem; estado de
conservação; valor e data de alienação; nome e CNPJ do adquirente, número da
nota fiscal; e, quando aplicável, o código patrimonial do bem que o substituiu.

14.7.1.3. Quanto aos bens doados: comprovante de doação, emitido pelo donatário,
indicando o código patrimonial dos bens objeto da doação e a respectiva data.

14.7.1.4. Eventual transferência de bens entre aeroportos sob o mesmo contrato de


concessão.

14.7.2. Para os casos de alienação, substituição ou doação de bens que sejam considerados de
alto valor, o RMB deverá ser acompanhado de laudo emitido por empresa ou
profissional competente que fundamente o motivo do desfazimento.

Seção III – Do Desfazimento dos Bens da Concessão

14.8. Qualquer demolição de bens imóveis deverá ser precedida de autorização da ANAC.

14.8.1. A demolição deverá estar prevista no PGI, objetivando o melhor desenvolvimento do


sítio aeroportuário no longo prazo.

14.9. Ficam previamente autorizadas pela ANAC a alienação ou doação de bens móveis reversíveis,
observado o disposto no item 14.9.1.

14.9.1. A Concessionária deverá solicitar autorização prévia para alienação de bens móveis
considerados reversíveis nos casos de:

14.9.1.1. Risco de extinção antecipada da concessão;

14.9.1.2. Nos últimos 02 (dois) anos da concessão; ou

14.9.1.3. Nos casos definidos em regulamentação específica.

14.10. A Concessionária fica obrigada a manter, em estado adequado de funcionamento, conservação


e segurança, até o término da concessão, todos os bens reversíveis, obrigando-se a substituí-
los sempre que por desgaste, avaria ou obsolescência se mostrem inadequados aos fins a que
se destinam.

14.11. As receitas advindas de alienações de bens reversíveis repassados pelo Poder Público deverão
ser discriminadas em conta contábil específica.

Seção IV – Da Reversão dos Bens

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14.12. Com o advento do termo do Contrato de Concessão, reverterão à União todos os bens
reversíveis, nos termos deste contrato e da regulamentação do setor.

14.13. Os bens revertidos à União deverão estar em condições adequadas de conservação e


funcionamento, para permitir a continuidade dos serviços que eram objeto da Concessão, pelo
prazo mínimo adicional de 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos excepcionais quando
tiverem vida útil menor.

14.14. No caso de extinção antecipada da concessão, os recursos auferidos pela Concessionária em


decorrência das alienações de bens repassados pelo Poder Público serão descontados do valor
de eventual indenização.

CAPÍTULO XV – DAS CONSULTAS AOS USUÁRIOS

15.1. A Concessionária deverá consultar as partes interessadas relevantes em relação, pelo menos,
ao seguinte:

15.1.1. Suas propostas para cumprimento das obrigações previstas no PEA, em particular no
que se refere aos projetos de investimentos e à elaboração do Plano de Gestão da
Infraestrutura – PGI, do Plano de Qualidade de Serviço – PQS e dos Acordos de Nível de
Serviço;

15.1.2. Suas propostas para a remuneração pela utilização de Áreas e Atividades Operacionais,
nos termos da Seção II do Capítulo XI;

15.1.3. Suas propostas de tarifação, nos termos da Seção I do Capítulo IV.

15.2. O objetivo das consultas é induzir efetiva cooperação e compartilhamento de informações entre
Concessionária e partes interessadas relevantes, promovendo acordos e soluções negociadas.

15.2.1. Para tanto, a Concessionária deve estipular os procedimentos de forma a promover a


efetividade das consultas, seguindo boas práticas a exemplo daquelas recomendadas
em manuais de organizações internacionais tais como ICAO, IATA e ACI, devendo, em
particular:

15.2.1.1. Estabelecer prazo razoável para o recebimento de manifestações das partes


interessadas relevantes e garantir que essas tenham acesso às informações
necessárias para a elaboração de manifestações fundamentadas.

15.2.1.2. Levar essas manifestações em consideração na elaboração de suas propostas


finais no que se refere, pelo menos, ao escopo definido pelo item 15.1.

15.3. A Concessionária deverá, por meio de protocolos ou relatórios, conforme previsto em cláusulas
específicas nos Capítulos II, IV e XI e no Anexo 02 – PEA, comprovar o cumprimento, nos termos
do item 15.2, das consultas previstas no item 15.1, descrevendo as negociações e apresentando
os entendimentos alcançados entre as partes.

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15.4. A Concessionária poderá, em acordo com as partes interessadas relevantes e comunicando


previamente a ANAC, substituir os relatórios e protocolos vigentes por novos, observando as
disposições contratuais referentes ao objeto da consulta.

15.5. A ANAC poderá publicar documentos de orientação sobre o escopo definido no item 15.1 e
sobre procedimentos de consulta e publicação de documentos, sem prejuízo de
regulamentação posterior.

15.6. Na ausência de cláusula específica que delimite as partes interessadas relevantes que deverão
ser consultadas nos casos previstos no item 15.1, cabe à Concessionária identificá-las e
consultá-las.

15.6.1. Caso seja necessário, a ANAC poderá definir quais partes interessadas devem ser
consultadas.

15.7. As consultas às partes interessadas relevantes podem ser realizadas por meio de associações,
comitês técnicos, fóruns de governança ou outros grupos capazes de intensificar a cooperação
entre as partes e colaborar para o alcance de acordos e soluções negociadas.

CAPÍTULO XVI – DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

16.1 Após a assinatura do Contrato, a Concessionária deverá, em até 18 meses a partir do final
Estágio 2 da Fase I-A, selecionar os empregados da Infraero que serão definitivamente
transferidos para a Concessionária, cabendo a estes empregados a decisão de continuar na
Infraero ou aceitar a transferência para a Concessionária.

16.1.1 A Concessionária, na seleção de quadro de empregados, deverá dar preferência,


dentre os candidatos que entenda preencher os requisitos para a contratação, aos
empregados da Infraero atualmente lotados no aeroporto objeto da desestatização.

16.2 Aos empregados que forem transferidos à Concessionária nos termos previstos no item anterior
deverão ser assegurados os seguintes direitos:

16.2.1 garantia de emprego limitada ao dia 31 de dezembro de 2020;

16.2.2 garantia de manutenção da vinculação ao Infraprev – Instituto Infraero de Seguridade


Social.

16.3 A Concessionária deverá cumprir, mediante formalização de Convênio de Adesão com o


Infraprev, todas as obrigações de patrocinador do Plano de Benefícios, nas mesmas condições
praticadas pela Infraero, para os empregados que aceitarem a transferência para a
Concessionária.

16.4 A Concessionária deverá, até o final da Fase I-A, elaborar plano de carreira e de cargos e salários,
levando em conta o tratamento justo e equitativo para todos os empregados.

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16.4.1 O plano de carreira e de cargos e salários deve ser apresentado em assembleia aos
funcionários antes de iniciada a transferência efetiva para a Concessionária.

CAPÍTULO XVII – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Seção I – Da Documentação Técnica

17.1 Todos os projetos e documentação técnica, relacionados com as especificações técnicas


previstas no Contrato e Anexos, serão entregues à ANAC, respeitados os direitos de propriedade
industrial.

17.2 A documentação técnica apresentada à Concessionária é de propriedade da ANAC, sendo


vedada sua utilização pela Concessionária para outros fins que não os previstos no Contrato. A
Concessionária deverá manter rigoroso sigilo a respeito da documentação assim recebida.

Seção II – Da Propriedade Intelectual

17.3 A Concessionária cede, gratuitamente, ao Poder Concedente, todos os projetos, planos, plantas,
documentos, sistemas e outros materiais corpóreos ou não, que se revelem necessários ao
desempenho das funções que incubem ao Poder Concedente ou ao exercício dos direitos que
lhe assistem, nos termos do Contrato, e que tenham sido especificamente adquiridos ou
elaborados no desenvolvimento de atividades integradas na Concessão.

17.4 Os direitos de propriedade intelectual sobre os estudos e projetos elaborados para os fins
específicos das atividades integradas serão transmitidos gratuitamente à ANAC ao final da
Concessão.

Seção III – Da Arbitragem

17.5 Serão definitivamente resolvidos por arbitragem, observadas as disposições da presente seção
e da Lei n°. 9.307, de 23 de setembro de 1996, todos os litígios havidos entre as partes relativos
a direitos patrimoniais disponíveis, exclusivamente decorrentes do Contrato de Concessão ou a
ele relacionados, relativos a direitos patrimoniais disponíveis, assim definidos nos termos da Lei
n.º 13.448/2017, verificados durante a execução ou após a extinção do contrato, após decisão
definitiva da autoridade competente, ressalvadas matérias especificadas em ato regulamentar
superveniente.

17.6 Para os fins da cláusula 17.5, considera-se definitiva a decisão proferida por autoridade
administrativa competente quando, por previsão normativa ou ato do interessado, não houver
possibilidade de recurso administrativo.

17.7 A arbitragem de que trata a presente cláusula será institucional, de direito, observadas as
normas de direito material estabelecidas pela legislação brasileira, e ficando eleita, desde já, a

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Câmara de Comércio Internacional – CCI para conduzir o procedimento de acordo com o seu
Regulamento de Arbitragem, obedecidas as regras previstas nos itens subsequentes, podendo
ato regulamentar superveniente propor outras instituições ou câmaras arbitrais, e seus
respectivos regulamentos, para cumprirem a mesma finalidade, bem como dispor sobre a
composição do Tribunal Arbitral, nomeação dos árbitros e designação do presidente.

17.7.1 O Tribunal Arbitral será composto por 03 (três) árbitros, sendo 01 (um) nomeado pelo
Poder Concedente, 01 (um) nomeado pela Concessionária e o terceiro árbitro, que
presidirá o Tribunal Arbitral, será indicado pelos dois outros árbitros nomeados pelas
partes.

17.7.2 Caso a designação do presidente do Tribunal Arbitral não ocorra no prazo de 30 (trinta)
dias corridos, a contar da nomeação do segundo árbitro, ou não haja consenso na
escolha, a Corte Internacional de Arbitragem da CCI procederá à sua nomeação, nos
termos do Regulamento de Arbitragem.

17.7.3 A prévia indicação da Câmara de Comércio Internacional – CCI, para condução da


arbitragem, não impede que as partes, de comum acordo e mediante decisão
fundamentada, optem por outra instituição arbitral ou pelo estabelecimento de
tribunal ad hoc, o qual estará sujeito às Regras de Arbitragem da United Nations
Comission on International Trade Law – UNCITRAL.

17.8 O idioma a ser utilizado no processo de arbitragem será a língua portuguesa, devendo a parte
que quiser produzir provas em idioma estrangeiro ou indicar testemunhas que não falem o
português providenciar a necessária tradução ou intérprete, conforme o caso.

17.9 Brasília, no Distrito Federal, Brasil, será a sede da arbitragem e o lugar da prolação da sentença
arbitral.

17.9.1 A sentença arbitral somente poderá adotar, como fundamento jurídico, normas de
direito material estabelecidas pela legislação brasileira.

17.10 No que tange às matérias submetidas a arbitragem, fica eleito o foro da Seção Judiciária do
Distrito Federal da Justiça Federal exclusivamente para:

17.10.1 O requerimento de medidas cautelares antes da remessa dos autos da arbitragem ao


Tribunal Arbitral;

17.10.2 O ajuizamento da ação de anulação prevista na art. 33, caput, da Lei nº 9.307/96; e

17.10.3 A execução judicial da sentença arbitral.

17.11 Para os fins da cláusula 17.10.1, havendo necessidade de medidas de urgência antes de
instituída a arbitragem, a parte interessada poderá requerê-las diretamente ao Poder Judiciário,
com fundamento na legislação aplicável, cessando sua eficácia se a arbitragem não for
requerida no prazo de 30 (trinta) dias da data de efetivação da decisão.

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17.11.1 O Tribunal Arbitral deverá decidir, tão logo instalado e antes de qualquer outra
providência processual, pela preservação, modificação ou cessação dos efeitos da
tutela provisória obtida antecipadamente por uma das partes em processo judicial.

17.11.2 As partes concordam que qualquer medida urgente que se faça necessária após a
instauração da arbitragem será unicamente requerida ao Tribunal Arbitral.

17.12 As despesas com a realização da arbitragem serão adiantadas pela parte que requerer a sua
instauração, incluídos os honorários dos árbitros, eventuais custos de perícias e demais
despesas com o procedimento.

17.12.1 Os honorários dos árbitros serão fixados pelo Tribunal Arbitral em parâmetros
razoáveis, considerando a complexidade da matéria que lhes for submetida, o tempo
demandado e outras circunstâncias relevantes do caso, segundo as práticas de
mercado.

17.12.2 Ao final do procedimento arbitral, a parte vencida arcará com os custos da arbitragem,
devendo ressarcir a parte vencedora naquilo que esta eventualmente tenha adiantado,
incluídas as despesas previstas nos artigos 84 e 85 da Lei n.º 13.105, de 16 de março de
2015, o Código de Processo Civil.

17.12.3 No caso de sucumbência recíproca, as partes arcarão proporcionalmente com os custos


da arbitragem.

17.13 Ressalvada a hipótese de deferimento de medida cautelar pelo Tribunal Arbitral, a submissão à
arbitragem, nos termos desta Cláusula, não exime o Poder Concedente ou a Concessionária da
obrigação de dar integral cumprimento a este Contrato, nem permite a interrupção das
atividades vinculadas à Concessão, observadas as prescrições deste contrato.

17.14 A ANAC poderá editar ato regulamentar superveniente relativo à arbitragem ou a outros meios
alternativos de solução de conflitos em conformidade com as regras desta Seção.

Seção IV – Do Foro

17.15 Fica desde já eleito o Foro da Seção Judiciária do Distrito Federal para dirimir quaisquer
controvérsias relativas ao presente Contrato, observado disposto no item 17.5 do presente
contrato.

E, por se acharem justas e contratadas, firmam as partes o presente Contrato nas vias de início
referidas, que serão destinadas a cada um dos signatários, tudo perante as testemunhas abaixo:

Brasília, ___ de ________ de 20__.

____________________________
Poder Concedente

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____________________________
Concessionária

____________________________
Operador Aeroportuário

Testemunhas:

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ANEXO 5 DO CONTRATO DE CONCESSÃO

FLUXO DE CAIXA MARGINAL


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Sumário

1 Fluxo de Caixa Marginal ............................................................................................................. 3


2 Revisão do Fluxo de Caixa Marginal resultante de cada Recomposição ................................... 3

2
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1. Fluxo de Caixa Marginal


1.1. O processo de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro será realizado de forma que
seja nulo o valor presente líquido do Fluxo de Caixa Marginal projetado em razão do evento
que ensejou a recomposição, considerando (i) os fluxos dos dispêndios marginais resultantes
do evento que deu origem à recomposição; e (ii) os fluxos das receitas marginais resultantes
do evento que deu origem à recomposição.

1.2. Para fins de determinação dos fluxos dos dispêndios marginais, serão utilizados critérios de
mercado para estimar o valor dos investimentos, custos e despesas resultantes do evento
que deu causa ao reequilíbrio.

1.3. Para fins de determinação dos fluxos das receitas marginais em que seja necessário adotar
uma projeção de demanda, será utilizado o seguinte procedimento em duas etapas:

1.3.1. No momento da recomposição do equilíbrio econômico-financeiro, o cálculo inicial


para o dimensionamento da recomposição considerará a demanda real constatada
nos anos anteriores e adotará as melhores práticas para projetar a demanda até o
encerramento do prazo da Concessão;

1.3.2. Periodicamente, o referido cálculo inicial será revisado para substituir a demanda
projetada pelos respectivos valores realizados, de acordo com o disposto nos itens
seguintes.

1.4. A projeção de demanda mencionada no item 1.3 acima será elaborada pela Concessionária
e submetida à aprovação da ANAC, que poderá optar por uso de projeção própria,
observados os critérios fixados no presente Anexo.

1.5. Os fluxos dos dispêndios e das receitas marginais referidos no item 1.1 serão descontados
pela Taxa de Desconto do Fluxo de Caixa Marginal a ser determinada por ocasião das
Revisões dos Parâmetros da Concessão, conforme Seção II – Da Revisão dos Parâmetros da
Concessão do Capítulo VI do Contrato, mediante ampla discussão pública.

1.5.1. Na ocorrência de eventos relacionados aos riscos previstos no item 5.2 do Contrato
anteriormente à realização da Primeira Revisão dos Parâmetros da Concessão e que
ensejem Revisão Extraordinária, a Taxa de Desconto do Fluxo de Caixa Marginal será
igual a 8,86%, estabelecida em termos reais.

2. Revisão do Fluxo de Caixa Marginal resultante de cada


Recomposição
2.1. Para cada processo de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro em que tenha sido
adotada uma projeção de demanda, a ANAC realizará periodicamente a revisão dos

3
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respectivos fluxos das receitas marginais referidos nos itens anteriores para ajustar os dados
da projeção de demanda aos dados reais apurados durante a vigência da Concessão, sendo
que:

2.1.1. A periodicidade das revisões será estabelecida pela ANAC, devendo ser realizadas em
intervalos máximos de 5 (cinco) anos e no encerramento da Concessão;

2.1.2. A revisão a ser realizada pela ANAC poderá considerar ainda outras informações reais
apuradas durante a vigência da Concessão para substituir variáveis estimadas na
elaboração do Fluxo de Caixa Marginal, vedada a alteração dos valores estimados
para os investimentos, custos e despesas considerados nos fluxos dos dispêndios
marginais; e

2.1.3. Na revisão a ser realizada pela ANAC, deverá ser mantida a Taxa de Desconto
originalmente utilizada no Fluxo de Caixa Marginal projetado em razão da
recomposição, calculada na Revisão dos Parâmetros da Concessão imediatamente
anterior à ocorrência do evento.

2.2. Ao final do prazo da Concessão, caso a última revisão do Fluxo de Caixa Marginal revele
resultado favorável à Concessionária, a ANAC poderá:

2.2.1. Determinar encargos adicionais à Concessionária de forma que os respectivos


dispêndios anulem o valor presente líquido do Fluxo de Caixa Marginal; ou

2.2.2. Reter valores pagos pela Concessionária, a exemplo da Garantia de Execução do


Contrato, já em poder da ANAC, até que esses valores anulem o valor presente
líquido do Fluxo de Caixa Marginal.

2.3. Ao final do prazo da Concessão, caso a última revisão do Fluxo de Caixa Marginal revele
resultado desfavorável à Concessionária, a ANAC deverá recompor o equilíbrio econômico-
financeiro do Contrato para proporcionar receitas adicionais à Concessionária, de forma a
anular o valor presente líquido do Fluxo de Caixa Marginal.

4
29/12/2020 SEI/ANAC - 5057423 - Decisão

DECISÃO Nº 214, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2020

Aprova a Revisão Extraordinária do Contrato


de Concessão do Aeroporto Internacional de
Brasília, localizado em Brasília (DF).

A DIRETORIA COLEGIADA DA AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL -


ANAC, no exercício da competência que lhe foi outorgada pelo art. 11, incisos IV e V, da Lei nº 11.182, de 27
de setembro de 2005, e tendo em vista o art. 18 do Decreto nº 7.624, de 22 de novembro de 2011,

Considerando o estabelecido na Seção III – Da Revisão Extraordinária do Capítulo VI – Do


Equilíbrio Econômico Financeiro do Contrato de Concessão de Aeroporto - CCA nº 001/ANAC/2012 - SBBR,
referente à concessão dos serviços públicos para ampliação, manutenção e exploração da infraestrutura
aeroportuária do Aeroporto Internacional de Brasília, localizado em Brasília (DF), e

Considerando o que consta do processo nº 00058.024189/2020-12, deliberado e aprovado na 23ª


Reunião Deliberativa, realizada em 24 de novembro de 2020,

DECIDE:

Art. 1º Aprovar a revisão extraordinária do Contrato de Concessão do Aeroporto Internacional


de Brasília, em razão dos prejuízos causados pela pandemia de COVID-19, com o objetivo de recompor seu
equilíbrio econômico-financeiro.

Art. 2º O valor referente ao desequilíbrio verificado em 2020 corresponde a R$ 184.835.736,53


(cento e oitenta e quatro milhões, oitocentos e trinta e cinco mil, setecentos e trinta e seis reais e cinquenta e
três centavos), a valores de 18 de dezembro de 2020.

§ 1º O montante mencionado no caput foi atualizado utilizando-se, para os meses de outubro a


dezembro de 2020, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA previsto no Sistema de
Expectativas de Mercado do Banco Central, a partir de expectativas registradas para o dia 15 de outubro de
2020.

§ 2º O valor do desequilíbrio deve ser revisado considerando-se, para os meses de outubro a


dezembro de 2020, o IPCA a ser publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

Art. 3º A recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato será realizada, após a


anuência do Ministério da Infraestrutura, por meio da revisão:

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29/12/2020 SEI/ANAC - 5057423 - Decisão

I - das contribuições fixa e variável devidas pela Concessionária em 2020, observado o disposto
no art. 2º, § 2º, desta Decisão; e

II - das contribuições mensais subsequentes a serem deduzidas do saldo remanescente do


desequilíbrio após abatimento das contribuições fixa e variável, previsto pelo inciso I deste artigo.

§ 1º O saldo remanescente a ser deduzido nas parcelas das contribuições mensais deve ser
atualizado pelo IPCA, calculado pelo IBGE, acumulado entre 18 de dezembro de 2020 e o mês anterior ao do
pagamento da contribuição mensal devida pela Concessionária, e pela taxa de desconto do fluxo de caixa
marginal de 8,55% (oito inteiros e cinquenta e cinco centésimos por cento), estabelecida pela Resolução nº 528,
de 28 de agosto de 2019, proporcional ao número de dias correspondente.

§ 2º A distribuição do montante nas contribuições mensais será de forma a concluir a


recomposição no menor prazo praticável.

Art. 4º Esta Decisão entra em vigor na data de sua publicação.


Documento assinado eletronicamente por Juliano Alcântara Noman, Diretor-Presidente, em
25/11/2020, às 18:21, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº
8.539, de 8 de outubro de 2015.

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Referência: Processo nº 00058.024189/2020-12 SEI nº 5057423

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29/12/2020 SEI/ANAC - 4989213 - Relatório de Diretoria

RELATÓRIO

PROCESSO: 00058.024189/2020-12
INTERESSADO: INFRAMÉRICA CONCESSIONÁRIA DO AEROPORTO DE BRASÍLIA S.A.
CRELATOR: RICARDO BISINOTTO CATANANT
1. DESCRIÇÃO DOS FATOS
1.1. Trata-se de pedido de revisão extraordinária apresentado pela Inframérica Concessionária do
Aeroporto de Brasília S.A., em 9 de julho de 2020 (SEI 4521188), referente ao Contrato de Concessão de
infraestrutura aeroportuária do Aeroporto Internacional de Brasília - nº 001/ANAC/2012 - SBBR, ante os
impactos da pandemia de COVID-19.
1.2. A título de recomposição pela ocorrência do evento, a Concessionária entende fazer jus a R$
216,8 milhões, valor decorrente dos cálculos formulados em planilha anexa ao requerimento (SEI 4521220).
1.3. A área técnica responsável pela análise do pleito, a par de esclarecer que o deferimento do
pedido dependeria de alteração do “Anexo 5 - Fluxo de Caixa Marginal” do contrato de concessão, consultou
a posição da Concessionária sobre tal mudança (SEI 4525053), encaminhando-lhe inclusive minuta de termo
aditivo sobre o assunto (SEI 4525181), tendo esta apresentado manifestação favorável ao aditivo proposto
(SEI 4552591).
1.4. Na sequência, após a apresentação de informações complementares pela Concessionária
(SEI 4618306 e 4634993), em resposta a solicitações de esclarecimentos formuladas pela área técnica
(SEI 4543405 e 4571937), foi emitida manifestação pela Gerência de Regulação Econômica - GERE, por
meio da Nota Técnica nº 65/2020/GERE/SRA (SEI 4672112), na qual se reconhece — ao menos em relação
ao período compreendido entre março e dezembro de 2020 — que o evento aludido estaria contratualmente
enquadrado como risco atribuído ao Poder Concedente. A área técnica apontou, incialmente, que o montante
do desequilíbrio corresponderia a R$ 178.020.115,09 (cento e setenta e oito milhões, vinte mil cento e quinze
reais e nove centavos).
1.5. Após nova troca de correspondências, a área técnica emitiu as Notas Técnicas
nº 64/2020/GERE/SRA (SEI 4663287) e nº 87/2020/GERE/SRA (SEI 4862316), propondo, respectivamente,
o aditamento ao Anexo 5 – Fluxo de Caixa Marginal do Contrato de Concessão n.º 001/ANAC/2012 –
SBBR, e concluindo a análise do pleito de revisão extraordinária do contrato formulada pela Concessionária.
Os autos foram encaminhados para análise e manifestação da Procuradoria Federal junto à ANAC
(SEI 4893178), que se manifestou por meio do Parecer nº 0002/2020/SUB/PFEANAC/PGF/AGU
(SEI 4916737).
1.6. A teor das recomendações formuladas pela Procuradoria, por sua vez, manifestou-se a área
técnica por meio do Despacho GERE (SEI 4932145), também atualizando o valor do desequilíbrio indicado
pela Nota Técnica nº 87/2020/GERE/SRA (SEI 4862316).
1.7. Em razão de sorteio realizado na sessão pública de 04 de novembro de 2020, vieram os autos à
relatoria desta Diretoria (SEI 4970502).
1.8. Por fim, a SRA acostou aos autos (SEI 4974592) manifestação do Ministério da Infraestrutura
sobre as formas de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro dos Contratos de Concessão em razão
da pandemia de COVID-19, formalizada por meio do Ofício nº 1418/2020/SE, de 28 de outubro de 2020
(SEI 4973565).

É
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29/12/2020 SEI/ANAC - 4989213 - Relatório de Diretoria

É o Relatório.

RICARDO BISINOTTO CATANANT


Diretor - Relator

Documento assinado eletronicamente por Ricardo Bisinotto Catanant, Diretor, em 24/11/2020, às


20:28, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de
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SEI nº 4989213

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VOTO

PROCESSO: 00058.024189/2020-12
INTERESSADO: INFRAMÉRICA CONCESSIONÁRIA DO AEROPORTO DE BRASÍLIA S.A.
RELATOR: RICARDO BISINOTTO CATANANT

1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
1.1. A Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005, conferiu competência à Agência Nacional de
Aviação Civil – ANAC para regular e fiscalizar a infraestrutura aeronáutica e aeroportuária, bem como
conceder ou autorizar a exploração da infraestrutura aeroportuária, no todo ou em parte, e decidir, em último
grau, sobre as matérias de sua competência (art. 8º, incisos XXI, XXIV e XLIII).
1.2. Nesses termos, em 14 de junho 2012, após o regular procedimento licitatório, foi assinado o
Contrato de Concessão nº 001/ANAC/2012 - SBBR, celebrado entre a ANAC e a empresa Inframérica
Concessionária do Aeroporto de Brasília S.A., cujo objeto é a concessão dos serviços públicos para a
ampliação, manutenção e exploração da infraestrutura aeroportuária do Aeroporto Internacional de Brasília -
Presidente Juscelino Kubitschek.
1.3. O mencionado Contrato de Concessão prevê na Seção III (Da Revisão Extraordinária) do
Capítulo VI (Do Equilíbrio Econômico-Financeiro), Cláusula 6.20, que os procedimentos de Revisão
Extraordinária objetivam a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato, a fim de
compensar as perdas ou ganhos da Concessionária, devidamente comprovados, em virtude da ocorrência de
riscos suportados pelo Poder Concedente, desde que impliquem alteração relevante dos custos ou da receita da
Concessionária.
1.4. Também, dispõe o art. 18 do Decreto nº 7.624, de 22 de novembro de 2011, que trata das
condições de exploração pela iniciativa privada da infraestrutura aeroportuária, por meio de concessão, que
caberá ao Poder Concedente estabelecer a forma pela qual será recomposto o equilíbrio econômico-financeiro
do contrato de concessão, em favor do poder concedente ou do concessionário, por meio da revisão da
contribuição devida pelo concessionário, mediante a prévia anuência do Ministério da Infraestrutura.
2. ANÁLISE
2.1. Restou demonstrado nos autos que os impactos no equilíbrio do Contrato de Concessão
decorrentes da pandemia de COVID-19 se caracterizaram como risco suportado exclusivamente pelo Poder
Concedente, discriminado no item 5.2.8 do Contrato de Concessão, qual seja:
“5.2.8. ocorrência de eventos de força maior ou caso fortuito, exceto quando a sua cobertura possa ser
contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da ocorrência ou quando
houver apólices vigentes que cubram o evento”
2.2. Observa-se que a área técnica da Superintendência de Regulação Econômica de Aeroportos –
SRA analisou o pleito da Concessionária, nos termos da Nota Técnica nº. 65/2020/GERE/SRA
(SEI 4672112), em especial na seção 8, concluindo pelo o enquadramento do pleito na hipótese descrita no
item 5.2.8 da matriz de risco contratual, depreendendo-se que a pandemia provocou frustração de receitas à
Concessionária, notadamente quanto aos seus efeitos sobre as operações aeroportuária, devido à restrição de
movimentação de passageiros em transporte aéreo.

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29/12/2020 SEI/ANAC - 4991419 - Voto

2.3. No trâmite de análise do presente pleito de revisão, a área técnica verificou a necessidade de
propor alteração do “Anexo 5 - Fluxo de Caixa Marginal” do contrato de concessão. O aditamento contratual
decorre da necessidade de inclusão de cláusula que possibilite a revisão dos valores estimados para custos,
despesas e investimentos dos fluxos de caixa marginal, especificamente para o caso em debate, acrescentando-
se a cláusula 2.1.2.1, ao Anexo 5 do Contrato de Concessão. Tal inclusão permitirá a execução da pretendida
Revisão Extraordinária, sendo abaixo destacada sua redação:
Fica incluído o item 2.1.2.1:
2.1.2.1 A vedação de que trata o item 2.1.2 não se aplica à Revisão do Fluxo de Caixa Marginal a ser
realizada em 2021 em razão da Revisão Extraordinária, aprovada pela Decisão nº XX, de XX de xxxxxxx
de 2020.

2.4. Destaca-se que, encaminhada minuta de termo aditivo sobre o assunto (SEI 4525053), houve
manifestação favorável ao aditamento proposto por parte da Concessionária (SEI 4552591).
2.5. Após análise robusta formulada pela área técnica, sobre o pleito de revisão (Notas Técnicas nº
65/2020/GERE/SRA SEI 4672112, e nº 87/2020/GERE/SRA SEI 4862316), cujos argumentos adoto como
razões do presente voto, além da definição dos valores envolvidos, restou indicada como forma de
recomposição a revisão das contribuições fixa, variável e mensais devidas pela Concessionária a partir de
2020.
2.6. Todavia, cabe ressaltar que eventual aprovação desta proposta pela Diretoria deve ser sucedida
de comunicação ao Ministério da Infraestrutura, para que este seja instado a se manifestar sobre a proposta de
utilização da revisão da contribuição devida pela Concessionária para recompor o equilíbrio econômico-
financeiro do Contrato de Concessão, conforme previsto no parágrafo 1º do art. 18 do Decreto nº 7.624, de 22
de novembro de 2011.
2.7. Ainda, acompanhando entendimento exposto pela Procuradoria Federal junto à ANAC, por
meio do Parecer n. 00182/2020/PROT/PFEANAC/PGF/AGU (SEI 4724346), considerando o apontamento
dos entendimentos jurídicos plausíveis sobre a interpretação do parágrafo único, do artigo 2º, da Lei nº
14.034, de 05 de agosto de 2020, e a competência do Ministério da Infraestrutura na gestão do FNAC, a
questão também foi levada ao conhecimento daquele órgão para ser dirimida no âmbito de suas competências.
Este, por sua vez, por meio do Ofício nº 1418/2020/SE (SEI 4973565) e documentos que os acompanham,
apresentou posicionamento definitivo quanto ao assunto, opinando no sentido de que a “interpretação mais
adequada ao parágrafo único do art. 2º da Lei nº 14.034/20 é a de que os ganhos econômicos auferidos com a
postergação do pagamento das Contribuições Fixas e Variáveis não devem ser incorporados no cálculo dos
reequilíbrios econômico-financeiros pleiteados pelas concessionárias”.
2.8. Quanto aos documentos que acompanham o referido Ofício, cabe destacar trecho da
manifestação do Departamento de Políticas Regulatórias, constante da NOTA TÉCNICA Nº
103/2020/DPR/SAC, de 21 de setembro de 2020, sobre o assunto:
“Conforme descrito em seu art. 1º, a Lei nº 14.034/2020 tem como objetivo primordial ins tuir medidas
emergenciais para atenuar os efeitos da crise provocada pela pandemia da Covid-19 na aviação civil
brasileira. Logo, a eventual incorporação dos benefícios econômicos auferidos pelas concessionárias aos
processos de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro poderia ir de encontro a tal objetivo. Sob
o prisma da economicidade, faria mais sentido para os concessionários não pagar as Contribuições Fixas
e Variáveis nas datas devidas, assumindo os custos contratuais decorrentes da inadimplência temporária.
Como esses custos são inferiores ao bene cio econômico auferido em decorrência da postergação dos
pagamentos, a opção economicamente mais vantajosa para a concessionária seria o inadimplemento
temporário, pois os descontos eventualmente aplicados sobre os valores a serem reequilibrados seriam
menores.
Ademais, a avaliação da questão exige que se tenha em conta o fato de que as concessionárias não tinham
conhecimento de que a legislação prevendo o adiamento do pagamento das Contribuições Fixas e
Variáveis impactaria a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro em razão da pandemia. Caso tal
esclarecimento houvesse sido feito antes da celebração dos adi vos contratuais que revisaram a data de
pagamento das contribuições devidas em 2020, as concessionárias poderiam ter optado por uma

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29/12/2020 SEI/ANAC - 4991419 - Voto

estratégia alternativa de mitigação dos efeitos da pandemia, a qual seria provavelmente baseada no
inadimplemento temporário de suas obrigações junto ao Poder Concedente.
Assim sendo, frente ao exposto, este Departamento considera possível a não incorporação dos ganhos
econômicos auferidos pelas concessionárias em virtude do adiamento do pagamento das outorgas nos
processos de revisão extraordinária dos Contratos de Concessão protocolados pelas Concessionárias.”
2.9. Ademais, observadas as recomendações tecidas pela Procuradoria Federal junto à ANAC no
Parecer nº 0002/2020/SUB/PFEANAC/PGF/AGU (SEI 4916737), a área técnica manifestou-se por meio do
Despacho (SEI 4932145) apresentando o valor atualizado do montante a ser reequilibrado.
2.10. Salienta-se que a d. Procuradoria não apresentou objeções quanto a proposta de Termo Aditivo
ao Contrato de Concessão nº 001/ANAC/2012 - SBBR (SEI 4663374) a ser deliberada pela Diretoria
Colegiada da ANAC conjuntamente com o presente pleito de reequilíbrio.
3. VOTO
3.1. Considerando os elementos constantes nos autos, em especial a análise técnica formulada pela
SRA, bem como as manifestações da Procuradoria Federal Especializada junto à ANAC, e advindas do
Ministério da Infraestrutura, VOTO FAVORAVELMENTE:

à CELEBRAÇÃO DO ADITIVO ao Contrato de Concessão de Infraestrutura Aeroportuária do


Aeroporto Internacional de Brasília - nº 001/ANAC/2012 - SBBR (SEI 4663374), e
à APROVAÇÃO DA PROPOSTA DE REVISÃO EXTRAORDINÁRIA do referido contrato, em
razão dos impactos da pandemia de COVID-19, na forma proposta pela Superintendência de Regulação
Econômica de Aeroportos – SRA, considerando a não incorporação de eventuais ganhos econômicos
auferidos com a postergação do pagamento das Contribuições Fixa e Variável no cálculo do valor final
de reequilíbrio..

3.2. Havendo a aprovação da Diretoria Colegiada em relação ao voto ora apresentado, proponho o
encaminhamento do feito ao Ministério da Infraestrutura, em cumprimento ao § 1º do art. 18 do Decreto nº
7.624, de 22 de novembro de 2011, para que se manifeste sobre a proposta de recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro por meio da variação das contribuições fixa, variável e mensais devidas pela
Concessionária.
3.3. Fica a SRA incumbida de adequar a decisão (SEI 4892305) à deliberação da Diretoria e,
após a manifestação daquele órgão ministerial, adoção das demais providências cabíveis.

É como voto.

RICARDO BISINOTTO CATANANT


Diretor - Relator

Documento assinado eletronicamente por Ricardo Bisinotto Catanant, Diretor, em 24/11/2020, às


20:28, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de
outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://sei.anac.gov.br/sei/autenticidade,


informando o código verificador 4991419 e o código CRC 58332C41.

SEI nº 4991419

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27/12/2021 15:01 SEI/ANAC - 4672112 - Nota Técnica

NOTA TÉCNICA Nº 65/2020/GERE/SRA

1. ASSUNTO
Pedido de Revisão Extraordinária do Contrato de Concessão  do Aeroporto
Internacional de Brasília. Pandemia de COVID-19. Força Maior.
2. REFERÊNCIA
00058.024189/2020-12
3. ANEXOS
Fundamentação_BSB (4711611);
FCM_BSB_GERE (4707891).
4. OBJETO
1. Esta Nota Técnica tem por objeto apresentar a análise do pedido de revisão extraordinária
protocolado pela Concessionária do Aeroporto Internacional  de Brasília, em 09 de julho de 2020,
conforme petição s/n (4521188), por meio do qual se requer compensação pelos prejuízos causados pela
pandemia de COVID-19.
5. DO EVENTO
2. Trata-se de pleito de reequilíbrio econômico-financeiro (4521188) em que a Concessionária
relata e requer o que se segue:
O presente documento tem por objetivo apresentar pleito de reequilíbrio econômico-financeiro do
Contrato de Concessão, em conformidade com a previsão contratual, em função dos eventos
relacionados à pandemia do COVID 19, que causou a pior crise da história da aviação civil
mundial.
Os prejuízos causados pelos eventos em tela são inúmeros e de enorme impacto na Concessão,
colocando em risco sua viabilidade econômico-financeira. No presente momento, é impossível
prever com qualquer grau de precisão a extensão temporal da duração dos efeitos de tal pandemia
sobre a Concessão. Entretanto, o cenário econômico-financeiro atual da Concessionária, com
enorme redução no volume de passageiros e aeronaves e, consequentemente, de receitas, não
permite que se espere até que os efeitos da pandemia sejam cessados e verificados para que se
proceda o reequilíbrio econômico-financeiro do Contrato, sob risco de se inviabilizar até mesmo a
continuidade da prestação do serviço, que, por óbvio, é absolutamente essencial à sociedade.
Portanto, o presente pleito é de um reequilíbrio econômico-financeiro parcial, ou seja, circunscreve-
se unicamente aos prejuízos decorrentes da pandemia ao longo do ano de 2020. Posteriormente, e
com maior nível de informações do que as existentes no momento, esta Concessionária apresentará
novo pleito, referente aos prejuízos decorrentes da pandemia realizados a partir de 2021. Por
ocasião deste novo pleito, poderão inclusive ser realizados os ajustes necessários em função de
eventuais divergências (a maior ou a menor) entre o cenário previsto no presente pleito e que
efetivamente ocorrer até o final de 2020.
A Concessionária demonstrará juridicamente o enquadramento da pandemia do SARS-CoV-2 como
risco do poder concedente e, portanto, passível de reequilíbrio econômico-financeiro, de acordo com
a matriz de riscos prevista no Contrato de Concessão. Além disso, demonstraremos os efeitos
econômico-financeiros realizados até o momento e os previstos até o final de 2020, de forma a
embasar tecnicamente o valor pleiteado a título de reequilíbrio. Para tanto, será utilizada a
metodologia do Fluxo de Caixa Marginal e WACC regulatório em vigor, tudo em conformidade com
as previsões estabelecidas no Contrato de Concessão e em seus anexos, em especial o Anexo 5.
Por fim, será proposta, dentre as hipóteses contratuais, a forma de reequilíbrio entendida como a
mais apropriada para o presente caso, de forma a resguardar o interesse principal da
Concessionária e, a nosso ver, do Poder Público, que é a continuidade da prestação dos serviços,

https://sei.anac.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?9LibXMqGnN7gSpLFOOgUQFziRouBJ5VnVL5b7-Ur… 1/10
27/12/2021 15:01 SEI/ANAC - 4672112 - Nota Técnica

com segurança e qualidade, em cumprimento ao Contrato de Concessão e à legislação e


regulamentação aplicáveis.
 
3. Adiante, a Concessionária traz argumentos que, segundo seu entendimento, permitem
enquadrar o evento em item da matriz de riscos contratual, abaixo transcrito:
5.2. Constituem riscos suportados exclusivamente pelo Poder Concedente, que poderão ensejar
Revisão Extraordinária, nos termos deste contrato:
(...)
5.2.8. ocorrência de eventos de força maior ou caso fortuito, exceto quando a sua cobertura possa
ser contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da ocorrência ou
quando houver apólices vigente que cubram o evento;
4.   Em seguida, em razão dos efeitos do evento sobre as receitas e custos, tratados com
maiores detalhes no Doc. 06 – Fluxo de Caixa Marginal (4521220) que acompanha o pleito, requer a
Concessionária:
Diante de todo o exposto, reitera-se o pedido de DEFERIMENTO para se reconhecer o direito da
Inframerica à revisão extraordinária do Contrato de Concessão na quantia de R$216,8 milhões.
5. Por fim, a Concessionária pondera acerca das possíveis formas de recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro contratual e conclui:
Considerando que, salvo melhor juízo, não vislumbramos outra forma adequada para se promover a
recomposição do equilíbrio, conforme possibilidade exposta no item 6.21.5, manifestamos
entendimento de que a forma prevista no item 6.21.4, mais especificamente a revisão da
Contribuição Variável e da Contribuição Fixa, é a mais adequada para o caso em tela.
6. DA INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE REVISÃO EXTRAORDINÁRIA
6. O citado pleito de revisão extraordinária (4521188) foi protocolado nesta Agência em 09 de
julho de 2020 e compreende os seguintes documentos e anexos relevantes para a análise (4521220):
Doc. 01– Planilha de Orçamento;
Doc. 02 – 1º Termo aditivo – Dufry do Brasil;
Doc. 03 – Faturamento Loja Franca BSB;
Doc. 04 – Novos Contratos;
Doc. 05 – Seguros;
Doc. 06 – FCM – Reequilíbrio Covid.
7. DA COMPETÊNCIA REGIMENTAL
7. A competência regimental desta Superintendência de Regulação Econômica de Aeroportos
(SRA) para submeter proposta de Revisão Extraordinária para a Diretoria encontra amparo no inciso I,
alínea “l” e no inciso VII do artigo 41 da Resolução nº 381, de 14 de junho de 2016:
Art. 41. À Superintendência de Regulação Econômica de Aeroportos compete:
I - submeter à Diretoria:
(...)
l) proposta de atos normativos referentes à outorga e à exploração de infraestrutura aeroportuária
concedida;
(...)
VII - gerir os contratos de concessão de infraestrutura aeroportuária;
8. Ainda, cumpre informar que a submissão à SRA de proposta de recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro das Concessionárias constitui competência delegada a esta Gerência de Regulação
Econômica (GERE) pela Superintendência de Regulação Econômica de Aeroportos (SRA), conforme
disposto pelo art. 7º, inciso II, da Portaria nº 1.384, de 07 de maio de 2019, publicada no BPS V.14 Nº 19 –
10 de maio de 2019:
Art. 7º Delegar competência à Gerência de Regulação Econômica - GERE, para:
(...)

https://sei.anac.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?9LibXMqGnN7gSpLFOOgUQFziRouBJ5VnVL5b7-Ur… 2/10
27/12/2021 15:01 SEI/ANAC - 4672112 - Nota Técnica

II - submeter à Superintendência proposta de recomposição do equilíbrio econômico financeiro das


concessionárias.
9. A Portaria nº 1.384/2019, por sua vez, delegou à Gerência Técnica de Análise Econômica –
GTAE a análise e decisão em 1ª instância dos pedidos de revisão extraordinária e para submeter ao
Gerente de Regulação Econômica proposta de deferimento de pedido de revisão extraordinária:
Art. 9º Delegar competência à Gerência Técnica de Análise Econômica - GTAE para analisar e
indeferir os pedidos de revisão extraordinária que, por mérito ou forma, não atenderem aos critérios
estabelecidos no respectivo Contrato de  Concessão e/ou em regulação específica, bem como
submeter ao Gerente de Regulação Econômica propostas de deferimento de pedidos de revisão
extraordinária, ouvidas as demais gerências, quando necessário.
Art. 10. Atribuir competência à GTAE, para:
(...)
II - elaborar os fluxos de caixa marginal dos pleitos de reequilíbrio a favor da Concessionária ou do
Poder Concedente;
8. DO ENQUADRAMENTO DO PLEITO
10. Segundo a Concessionária, trata-se de fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar
ou impedir e, de acordo com o arranjo contratual, deve ser arcado pelo Poder Concedente, conforme
dispõe o 5.2.8 da matriz de riscos contratual, a saber:
5.2. Constituem riscos suportados exclusivamente pelo Poder Concedente, que poderão ensejar
Revisão Extraordinária, nos termos deste contrato:
5.2.8. ocorrência de eventos de força maior ou caso fortuito, exceto quando a sua cobertura possa ser
contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da ocorrência ou quando
houver apólices vigente que cubram o evento;
11. Desse modo, para fins de enquadramento do evento na matriz de riscos e análise do
cabimento do pleito, serão analisados os seguintes aspectos:
(i)              Caracterização do fato narrado como evento de força maior;
(ii)            Cobertura do evento junto a instituições seguradoras;
(iii)          Efeitos do evento sobre a concessão;
 
8.1 Da caracterização da pandemia como evento de força
12. De início, é válido destacar os atos do poder público que derivaram da citada pandemia, os
quais caracterizam a gravidade e excepcionalidade do evento:

Em 11 de março a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de


pandemia, situação em que uma doença infecciosa ameaça simultaneamente um
número significativo de pessoas ao redor do mundo;

Decreto Legislativo nº 6, de 2020, que reconheceu, para os fins do art. 65 da Lei


Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de
calamidade pública,  que permite que o Executivo gaste mais do que o previsto e
flexibilize as metas fiscais para custear ações de combate à pandemia.

Medidas em âmbito federal que restringiram a circulação de pessoas:

o   Portaria nº 125 da Presidência da República/Casa Civil, de


19/03/2020,  estabeleceu a restrição excepcional e temporária de entrada no
país de estrangeiros provenientes da Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana
Francesa, Guiana, Paraguai, Peru e Suriname;

o   Portaria nº 126 da Presidência da República/Casa Civil, de


20/03/2020, restringiu, pelo prazo de 30 dias, a entrada no país, por via aérea,
de estrangeiros provenientes dos seguintes países: República Popular da
China, Membros da União Europeia, Islândia, Noruega, Suíça, Reino Unido

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da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Comunidade da Austrália, Japão,


Federação da Malásia e República da Coréia;

o   Portaria PR/CS nº 133/2020, de 23/03/2020, restringiu a entrada de


estrangeiros provenientes principalmente de países na Ásia e na Europa mais
afetados com casos de Covid;

o   Portaria PR/CS nº 152/2020, de 27/03/2020, ampliou a restrição e


proibiu a entrada no país, por via área, de qualquer estrangeiro,
independentemente de sua nacionalidade. Essa mesma restrição foi
reproduzida pelas Portaria PR/CS nº 203/2020, de 28/04/2020, e Portaria
PR/CS nº 255/2020, de 22/05/2020; e

o   Portaria PR/CS nº 340/2020 (de 30/06/2020), esta última ainda vigente
e que em seu artigo 2º restringe “a entrada no País de estrangeiros de
qualquer nacionalidade, por rodovias, por outros meios terrestres, por
via aérea ou por transporte aquaviário”.

13. Por sua vez, o Ministério da Infraestrutura (MInfra), por meio do Ofício nº
3/2020/DEAP/SFPP, de 09/04/2020, formulou consulta à Consultoria Jurídica junto ao Ministério da
Infraestrutura (CONJUR/Minfra) acerca do assunto, em que discorre e questiona o que se segue:
2. É sabido que o mundo já está sofrendo efeitos negativos por conta da pandemia, especialmente no
âmbito de suas economias.
(...)
4. Especificamente em relação às áreas de infraestrutura de transportes de competência deste
Ministério, observa-se que os setores, em regra, são diretamente afetados, já que os
empreendimentos gerenciados pelos parceiros privados precisam de demanda pelos usuários, que
estão, por enquanto, em isolamento em suas casas, com reduzida locomoção dentro de seus
municípios e menos ainda intermunicípios ou interestados, o que acarreta diminuição da receita das
empresas.
(...)
13. A princípio, parece razoável considerar que essa crise enfrentada pelo Brasil, e que também
assolou o resto do mundo, possa eventualmente ser enquadrada no conceito de força maior, para fins
de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos, com posterior recorte temporal de seus efeitos e
de suas dimensões em cada caso concreto. 
14. Desse modo, indaga-se a essa Consultoria Jurídica junto ao MInfra – CONJUR/MInfra:
a) Os efeitos negativos da crise provocada pelo novo coronavírus suportados pelos vários setores de
infraestrutura poderiam, juridicamente, consistir em força maior capaz de embasar eventual
reequilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão?
b) Qual(is) seria(m) a(s) condição(ões) para que uma crise econômica dessa magnitude, causada por
decisão política de se adotar o isolamento social como medida de enfrentamento à rápida transmissão
do novo coronavírus fosse considerada um evento de força maior? Pode-se, ainda, enquadrá-la como
Fato do Príncipe?
14. O Parecer n° 261/2020/CONJUR-MINFRA/CGU/AGU, por sua vez, apresentou as
seguintes conclusões:
I. Os concessionários têm direito ao reequilíbrio de seus contratos em caso de superveniência de
evento cujo risco tenha sido alocado ao poder concedente, caso dele tenha decorrido impacto
significativo em suas receitas ou despesas.
II. Em regra, o concessionário assume os riscos ordinários do negócio e o poder público retém os
ricos extraordinários. Mas nada impede que os contratos estabeleçam uma divisão de riscos
diferente.
III. Para a aplicação da teoria da imprevisão para fins de revisão de contratos de concessão é
necessário que, observada a alocação contratual de riscos, ocorra evento superveniente e
extraordinário, cuja ocorrência ou consequências sejam imprevisíveis e inevitáveis e que tenha
gerado onerosidade excessiva decorrente de um significativo desequilíbrio no contrato.
IV. A pandemia do novo coronavírus configura força maior ou caso fortuito, caracterizando
álea extraordinária para fins de aplicação da teoria da imprevisão a justificar o reequilíbrio de

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contratos de concessão de infraestrutura de transportes, desde que atendidos os demais


requisitos indicados neste Parecer.
15. Assim, a referida Consultoria Jurídica concluiu que a pandemia do novo coronavírus se
caracteriza como evento de força maior ou caso fortuito. Todavia, o reequilíbrio da concessão deve ser
analisado à luz das disposições contratuais, notadamente da matriz de riscos[1].
16. Cumpre esclarecer que  referido parecer aborda também a possibilidade de aplicação da
teoria da imprevisão aos contratos de concessão. Tal teoria está relacionada à “álea econômica” que, ao
lado da “álea administrativa” (ligada à teoria do fato do príncipe), constituem as duas subdivisões dos
chamados “riscos extraordinários”, os quais, segundo a doutrina tradicional, em regra, são suportados pelo
poder público, ao passo que o contratado assume os “riscos ordinários”. Contudo, a doutrina também
reconhece que a teoria dos riscos ordinários e extraordinários, embora adequada aos contratos
administrativos de uma forma geral, afigura-se demasiado simplista para solucionar problemas
relacionados às concessões de serviço público, cuja complexidade autoriza a discriminação mais precisa
dos riscos assumidos por cada parte em uma matriz própria e específica, como ocorre na hipótese do
presente Contrato de Concessão de Aeroporto nº  001/ANAC/2012-SBBR, motivo pelo qual a matriz de
riscos deve ser observada.
17. Ademais, no que diz respeito ao presente pedido de revisão extraordinária, afigura-se
imprescindível destacar de forma expressa seus contornos e limitações, notadamente quanto ao lapso
temporal objeto desta análise, qual seja, o período de março a dezembro de 2020. Portanto, para fins deste
pleito, entende-se que a observância da alocação contratual dos riscos é bastante e suficiente para, em prol
da razoabilidade, assegurar a efetiva manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da concessão.
Afigura-se, por tais razões, desnecessário adentrar ao exame específico acerca da teoria da imprevisão.  
18. Ante todo o exposto, esta área técnica acompanha o entendimento supra no tocante à
caracterização do evento como força maior. Desse modo, cumpre prosseguir com a análise do pleito acerca
do seu enquadramento na integralidade dos ditames contratuais e normativos, bem como, quanto aos
efeitos do evento sobre a concessão.
 
8.2 Cobertura do evento junto a instituições seguradoras
19. O item 5.2.8 supra excluiu do seu alcance os eventos de força maior ou caso fortuito cuja
cobertura possa ser contratada junto a instituições seguradoras, no mercado brasileiro, na data da
ocorrência ou quando houver apólices vigentes que cubram o evento.
20. A matriz de riscos contratual foi ainda mais enfática nesse sentido ao incluir,
expressamente, entre os riscos alocados à Concessionária:
5.4.22. ocorrência de eventos de força maior ou caso fortuito quando a sua cobertura seja aceita por
instituições seguradoras, no mercado brasileiro;
21. Sobre tal aspecto, a Concessionária aponta o que segue:
Conforme pode ser observado dos documentos anexos ao presente pleito, esta companhia fez amplas
diligências junto a corretoras de seguros e seguradoras a respeito da disponibilidade no mercado
nacional de produto securitário capaz de cobrir eventos de natureza pandêmica.
Todas as respostas recebidas pela Concessionária e também por outras administradoras
aeroportuárias foram no sentido de que as apólices patrimoniais tradicionalmente contratadas no
Brasil possuem coberturas para Danos Materiais e Lucros Cessantes decorrentes de um dano material
coberto pela apólice e que cause a paralisação total ou parcial das atividades da empresa. Assim,
eventuais paralisações e/ou perdas de produção por conta de uma pandemia não estão cobertas por
tal apólice de seguro.
Restou claro, com base nas consultas realizadas às corretoras de seguros e seguradoras, que não
existe no mercado brasileiro produto comercializado com cobertura para o tipo de perda financeira
em questão.
Portanto, embora a Concessionária tenha cobertura securitária para Danos Materiais e Lucros
Cessantes, considerando o histórico nacional de ocorrências de situações sanitárias similares, a
concessionária jamais poderia prever os efeitos da pandemia e, mesmo que o fizesse não encontraria
no mercado nacional produto securitário adequado. Logo, não se aplica a hipótese a exceção prevista
no final do item 5.2.8 do Contrato de Concessão.

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22. Dos documentos encaminhados, Doc. 05 – Seguros (4521220), os quais trazem as


declarações das seguradoras quanto à comercialização de produtos que cubram prejuízos decorrentes de
pandemia, destacam-se as seguintes manifestações:

Não são comercializados produtos que amparam prejuízos decorrentes - direta ou


indiretamente - de epidemias e pandemias;
As apólices de Riscos Patrimoniais cobrem somente as perdas financeiras que sejam
decorrentes de um dano material coberto pelas condições da apólice. Dessa forma,
por não se tratar de uma paralisação oriunda de um acidente coberto pelas
Condições de Danos Materiais, não existe cobertura securitária na apólice
patrimonial;

23. A fim de dar maior respaldo à análise, a   Gerência de Outorgas de Infraestrutura


Aeroportuária (GOIA/SRA) solicitou, por meio do Ofício nº 117/2020/GOIA/SRA-ANAC (4345157), de
17 de junho de 2020, manifestação à Federação Nacional de Seguros Gerais – FenSeg acerca da cobertura
securitária dos eventos de força maior/caso fortuito, e exemplo da referida pandemia.
24. A Federação, por meio do Ofício FenSeg-13/2020 (4521769), de 02 de julho de 2020,
apresentou as seguintes considerações:
2. Segundo o art. 757 do Código Civil, o contrato de seguro oferece garantia contra riscos
predeterminados.1 O objeto das apólices emitidas pelas companhias seguradoras reforça isso, ao
dispor que a apólice é emitida na modalidade “riscos declarados” – isto é, oferece cobertura apenas
contra os riscos expressamente descritos no instrumento. 3. Dentre os riscos cobertos, não estão
incluídos eventos de caso fortuito ou de força maior, ou quaisquer inadimplementos deles
decorrentes. Aliás, nos termos expressos no item 11, I, das Condições Gerais (Capítulo I) do Anexo I
da Circular Susep 477/2013, tais eventos configuram perda de direito à indenização:
“11. Perda de Direitos: O segurado perderá o direito à indenização na ocorrência de uma ou
mais das seguintes hipóteses:
4. Logo, eventos de caso fortuito ou de força maior e suas consequências não possuem cobertura nas
apólices de Seguro Garantia. Esclarece-se, outrossim, que, no âmbito do Seguro Garantia, referida
cobertura não é e nunca foi passível de contratação junto ao mercado segurador - não apenas por
conta da previsão regulamentar nesse sentido, mas também em virtude de tal cobertura ser
incompatível com a natureza do produto.
5. Por oportuno, frisa-se que eventuais alterações dos contratos garantidos devem ser comunicadas às
respectivas seguradoras, tempestiva e individualmente, para propiciar a adequada análise técnica das
suas particularidades e efeitos de viabilidade, interesse e condições dos possíveis endossos. Essa
premissa se dá nos termos do item 6.4 das Condições Gerais (Capítulo I) e item 3.2 das Condições
Especiais (Capítulo II), ambos situados no Anexo I da Circular Susep 477/2013, no sentido de que a
respectiva emissão de endosso não se presume nem se processa automaticamente, devendo ser
precedida de solicitação à seguradora para oportunizar nova análise de risco.
6. Aproveita-se para destacar a importância da atenta gestão dos contratos garantidos, com a
manutenção da documentação adequada e registro de tratativas mantidas entre os tomadores e essa
Agência, bem como a respectiva informação às seguradoras, a tempo e modo, nos termos das
apólices.
7. Com relação aos seguros de Responsabilidade Civil e Riscos Patrimoniais, inclusive Lucros
Cessantes – Interrupção de Negócios, pesquisamos no mercado e não identificamos oferta, de
maneira genérica, de “caso fortuito ou força maior” e especificamente de Epidemias e Pandemias.
 
25. Diante das declarações das empresas seguradoras, das considerações apresentadas pela
FenSeg, bem como do ineditismo do evento e seus efeitos, corrobora-se o entendimento de que a
pandemia de COVID-19 não se encontra entre os eventos de força maior passíveis de cobertura por
instituições seguradoras no mercado brasileiro, de que trata o item 5.4.22 da matriz de riscos
contratual.
8.3 Efeitos do evento sobre a concessão
26. De acordo com o item 6.20 do Contrato de Concessão:
6.20.Os procedimentos de Revisão Extraordinária objetivam a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do Contrato, a fim de compensar as perdas ou ganhos da Concessionária,
devidamente comprovados, em virtude da ocorrência dos eventos elencados no CAPÍTULO V -

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Seção I do Contrato, desde que impliquem alteração relevante dos custos ou da receita da
Concessionária.
27. Assim, além do enquadramento entre os riscos alocados ao Poder Concedente, o evento
deve, comprovadamente, causar prejuízos (ou ganhos) relevantes à concessão.
28. A esse respeito, a Concessionária argumenta:
  O contrato de concessão prevê que a Concessionária irá prestar os serviços aeroportuários e terá
como contrapartida financeira as receitas tarifárias e não tarifárias percebidas em função de suas
atividades acessórias.
A existência de uma situação pandêmica de claro reflexo sobre a circulação de pessoas, impacta
evidentemente as receitas tarifárias. Uma vez que as pessoas permanecem isoladas, as mesmas não
viajam e consequentemente não utilizam a infraestrutura aeroportuária e obviamente não pagam as
respectivas tarifas.
A situação é tal que, de meados de março até o início de junho de 2020, a operação aérea, que reflete
diretamente nas receitas das operadoras aeroportuárias, foi reduzida em mais de 90% de sua
capacidade.
A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (ABEAR), divulgou, em 23 de março de 2020, que as
empresas associadas registravam, naquele momento, queda de 75% na demanda por voos domésticos
e redução de 95% no mercado internacional, em relação a igual período de 2019, por causa das
restrições de viagens aéreas em todo o mundo, devido à pandemia do novo coronavírus (COVID-19).
No que tange à malha aérea determinada pela ANAC de 28 de março a 30 de abril de 2020, a
Associação das Cias Aéreas declarou que essa operação foi 91,6% inferior à malha aérea
normalmente operada pelas empresas nacionais no mesmo período de 2019, quando havia 14.781
frequências por semana; em relação à quantidade de localidades atendidas, a queda foi de 56%: de
106 para 46.
Os reflexos nas receitas não tarifárias também são facilmente percebidos, além de não haver
consumo nos estabelecimentos comerciais, haja vista a ausência de passageiros, muitos dos
estabelecimentos, por serem considerados não essenciais, tiveram suas atividades comerciais
interrompidas. Ainda, há que se falar das receitas indiretas referentes às operações (combustível,
serviços adicionais, etc.) que com a diminuição das aeronaves inexoravelmente tiveram redução.
Um estudo mais aprofundado do cenário mundial e nacional indica que a recuperação do setor aéreo
como um todo não ocorrerá em curto prazo. Os danos já ocorridos e que ainda terão continuidade em
consequência à pandemia do COVID-19 se arrastarão muito além do ano de 2020. Neste ínterim, a
Concessionária deve arcar com os custos da operação mínima sem que a sua contraprestação
financeira via receitas seja suficiente para sua manutenção equilibrada.
29. Diante dos fatos narrados, é inequívoco que o presente evento causou prejuízos ao setor
aéreo, especialmente à operação dos aeroportos, impossibilitando ou desincentivando o fluxo de
passageiros e a condução de diversas atividades comerciais pelo operador aeroportuário.
30. Ademais, conforme destacado, o processo de reabertura tem sido lento e gradual, de modo
que é razoável supor que os efeitos da pandemia nas condições econômicas anteriores ao evento e na
retomada das operações do transporte aéreo se perdurem, ao menos até dezembro de 2020, embora haja a
adoção de medidas de abertura das atividades econômicas.
31. Ante às considerações acima, esta área técnica conclui que a pandemia de COVID19
amolda-se à hipótese descrita pelo item 5.2.8 da matriz de riscos contratual, notadamente quanto
aos seus efeitos sobre as operações aeroportuárias no ano de 2020, conforme requerido pelo pleito.
32. Reconhecido o enquadramento do evento na matriz de riscos contratual, cumpre prosseguir
com a análise do pleito a fim de aferir o montante devido.
33. A esse respeito, é importante observar que,  a fim de resguardar o interesse público, é
necessária a análise cuidadosa de todas as informações e premissas adotadas para a correta avaliação do
impacto causado pelo evento que ensejou o pleito. Isto posto, cumpre destacar que a materialização do
fato ensejador de reequilíbrio não implica na pronta aceitação dos termos pleiteados pela Concessionária
como forma de compensação. Dito de outro modo, o reequilíbrio cabe apenas na medida dos prejuízos
efetiva e comprovadamente causados a fim de cumprir com o objetivo de recompor o equilíbrio
econômico-financeiro do contrato, conforme se extrai da cláusula 6.20 acima citada.
9. DA MENSURAÇÃO DOS EFEITOS DO EVENTO

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34. Em razão da gravidade do evento e da complexidade envolvida na análise dos seus efeitos
sobre a concessão, as discussões junto à Concessionária a respeito da metodologia a ser empregada para
aferição do desequilíbrio se iniciaram tão logo os efeitos do evento foram sentidos pela Concessionária.
35. Assim, por meio da carta IA n° 0365/SBBR/2020 (43698770), de 21 de maio de 2020, a
Inframérica encaminhou, para análise preliminar desta área técnica,  base de dados em Excel (4369878)
que informa os valores orçados para as receitas tarifárias, comerciais e custos relativos a cada mês do ano
de 2020.
36. Desse modo, a fim de fixar um cenário econômico-financeiro pré-pandemia para o ano de
2020, contra o qual serão apurados os efeitos do evento, no período de março a dezembro de 2020, a
Concessionária trouxe o Orçamento de 2020, aprovado pelo seu corpo diretivo (4521220).
37. Após análise preliminar, esta área técnica, por meio do Ofício nº 99/2020/GERE/SRA-
ANAC (4524472), de 01 de junho de 2020, apontou aspectos que deveriam ser observados pelo pleito a
ser protocolado. Em resposta, conforme carta IA n° 0452/SBBR/2020 (4467973), de 24 de junho de 2020,
a Concessionária apresentou informações adicionais solicitadas.
38. Por fim, em 09 de julho de 2020, foi protocolado o pleito de reequilíbrio (4521188),
acompanhado dos documentos elencados na seção 3 desta Nota Técnica.
39. De início, é importante destacar que, por meio do Ofício nº 58/2020/SRA-ANAC
(4257872), de 16 de abril de 2020, a Superintendência de Regulação Econômica (SRA) alertou o seguinte:
De início, é importante ressaltar que a SRA se alinha às preocupações das Concessionárias quanto
aos impactos, no setor aéreo, das medidas necessárias à contenção do Covid-19, e entende que neste
momento todos os esforços devem se concentrar na operação aeroportuária e atendimento aos
passageiros.
Dito isso, é importante esclarecer que caberá à Diretoria Colegiada da ANAC, oportunamente,
deliberar acerca do enquadramento do presente evento e seus efeitos na matriz de riscos contratual.
Quanto à eventual quantificação dos efeitos, esta Superintendência adianta entendimento de que as
variações sobre as receitas devem ser sopesadas pelos efeitos sobre os custos operacionais e de
investimentos, considerando inclusive o teor do Ofício nº 40/2020/SRA-ANAC (4180888), de
25/03/2020 e do Ofício nº 38/2020/SRA-ANAC (4173059), de 23/03/2020. Desse modo, recomenda-
se que as Concessionárias empreguem os melhores esforços no sentido de  dar continuidade às
operações aeroportuárias de forma eficiente e segura, promovendo o uso racional dos recursos
envolvidos.
40. Desse modo, entende-se que o evento afetou as receitas esperadas, assim como os custos e
despesas da concessão. Portanto, a apuração das variações sobre as receitas deve ser sopesada pelos efeitos
sobre os custos.
41. Nesse sentido, o pleito informa:
O método eleito para cálculo do Fluxo de Caixa Marginal, previsto no Anexo 5 do Contrato de
Concessão, considera todos os efeitos até o resultado operacional (EBTIDA), incluindo as
contribuições mensais, tributos incidentes sobre receita (PIS/COFINS/ISS) e tributos sobre resultado
(IR/CSLL). Tal forma de recomposição expressa que os benefícios da menor incidência de
contribuições e tributos devidos pela Concessionária são redutores do valor a ser reequilibrado,
demonstrando que o método reflete os bônus e ônus causados pela pandemia.
42. Feitas essas considerações, essa área técnica, por meio do documento Fundamentação
(4711611) passa a analisar com maiores detalhes os elementos que compõem os fluxos de caixa
operacional, Baseline e Forecast, apresentados pela Concessionária a fim de aferir o montante adequado
do desequilíbrio causado pelo evento em tela.
10. DO FLUXO DE CAIXA MARGINAL
43. Considerando a  metodologia do fluxo de caixa marginal disposta no Anexo 5 – Fluxo de
Caixa Marginal do Contrato de Concessão e  na Resolução nº  528/2019,   a taxa de desconto  vigente à
época do evento, constante do Anexo à Resolução nº 528/2019, bem como a análise da metodologia e
premissas consideradas pela Concessionária para aferição do montante do desequilíbrio, conforme
documento Fundamentação, conclui-se que o desequilíbrio relativo aos efeitos do evento sobre a
concessão, no período de março a dezembro de 2020, corresponde a R$ 178.020.115,09 (cento e setenta e
oito milhões, vinte mil cento e quinze reais e nove centavos), na data base de 18 de dezembro de

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2020. Ressalte-se  que esse valor deverá ser ajustado, posteriormente, pelo fluxo de caixa operacional
(cenário forecast) efetivamente realizado até setembro de 2020.
44. O Fluxo de Caixa Marginal proposto por esta área técnica pode ser conferido no
arquivo FCM_BSB_GERE, em anexo.
11. FORMA DE RECOMPOSIÇÃO
45. Em sua petição inicial, a Concessionária já indica a forma pretendida para recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro, a saber:
Considerando que, salvo melhor juízo, não vislumbramos outra forma adequada para se promover a
recomposição do equilíbrio, conforme possibilidade exposta no item 6.21.5, manifestamos
entendimento de que a forma prevista no item 6.21.4, mais especificamente a revisão da
Contribuição Variável e da Contribuição Fixa, é a mais adequada para o caso em tela. (grifo
nosso)
46. Conforme se depreende de Notas Técnicas pretéritas[2], esta área técnica já consignou,
pelos motivos ali expostos, que a recomposição do equilíbrio financeiro deve se dar, preferencialmente,
por meio da variação da contribuição fixa ao sistema.
47. Todavia, eventual concordância da Diretoria   à presente proposta deve ser sucedida de
comunicação ao Ministério da Infraestrutura, para que este seja instado a se manifestar sobre a proposta de
utilização da revisão da contribuição devida pela Concessionária para recompor o equilíbrio econômico-
financeiro do Contrato de Concessão, conforme previsto no parágrafo 1º do art. 18 do Decreto nº 7.624, de
22 de novembro de 2011.
12. CONCLUSÃO
48. Esta Nota Técnica analisou pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do Contrato de
Concessão do Aeroporto Internacional de Brasília em razão dos efeitos da pandemia de COVID-19 sobre
as operações do referido aeroporto.
49. De acordo com as razões consignadas nesta Nota Técnica, conclui-se que o evento narrado
enquadra-se na matriz de riscos contratual, notadamente quanto a seus efeitos sobre a  concessão no
período de março a dezembro de 2020. Nesse sentido, conforme as razões expostas no documento
Fundamentação em anexo, depreende-se que o montante do desequilíbrio relativo aos efeitos do evento
sobre a concessão, no período citado, corresponde a R$ 178.020.115,09 (cento e setenta e oito milhões,
vinte mil cento e quinze reais e nove centavos), na data base de 18 de dezembro de 2020. Ressalte-se 
que esse valor deverá ser ajustado, posteriormente, pelo fluxo de caixa operacional (cenário forecast)
efetivamente realizado até setembro de 2020.
50. Em razão das questões meramente técnicas expostas neste documento, recomenda-se que a
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro seja feita por meio do desconto na contribuição fixa e
variável ao sistema, conforme requer a Concessionária.
51. Todavia, conforme informado anteriormente, eventual aprovação desta proposta pela
Diretoria deve ser sucedida de comunicação ao Ministério da Infraestrutura, para que este seja instado a se
manifestar sobre a proposta de utilização da revisão da contribuição devida pela  Concessionária  para
recompor o equilíbrio econômico-financeiro do Contrato de Concessão, conforme previsto no parágrafo 1º
do art. 18 do Decreto nº 7.624, de 22 de novembro de 2011.
52. Ante o exposto, sugere-se o envio desta Nota Técnica e anexos para manifestação da
Concessionária.
53. É a Nota Técnica. Submeta-se à apreciação superior.
Viviane Franco Moser
Gerência Técnica de Análise Econômica
 
54. De acordo. Encaminhe-se para manifestação da  Concessionária que deverá  observar o
prazo de 15 dias a contar da intimação eletrônica nos termos do art. 9º, §2º, da Resolução nº 528, de 28
de agosto de 2019.

 
https://sei.anac.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?9LibXMqGnN7gSpLFOOgUQFziRouBJ5VnVL5b7-Ur… 9/10
27/12/2021 15:01 SEI/ANAC - 4672112 - Nota Técnica

José Barreto de Andrade Neto


Gerência de Regulação Econômica
 
[1] Conforme observa o referido Parecer:
70. Evidentemente, a disseminação do vírus SARS-CoV-2 não poderia ter sido evitada pelos concessionários responsáveis pela exploração da
infraestrutura de transportes no Brasil. De igual modo, não tinham como prever a pandemia, muito menos seus efeitos, tampouco condições
de impedi-los. Mesmo agora, em meio à crise já instalada, não se tem clareza a respeito dos exatos efeitos que a pandemia terá sobre a
economia nacional. Além  disso, entendo que o atual estado de coisas decorrente da pandemia não configura evento cujo risco possa ser
considerado comum ou normal ao negócio desempenhado pelos concessionários de infraestrutura de transportes. A situação que o mundo
está vivenciando foge claramente a qualquer padrão de normalidade.
71. Por conseguinte, nos limites desta consulta, parece-me fora de dúvida de que a pandemia do novo coronavírus pode ser classificada como
evento de “força maior” ou “caso fortuito”. É certo que, em resposta à disseminação da doença, foram adotadas medidas de restrição de
mobilidade das pessoas e mesmo de suspensão de atividades econômicas. Tais medidas poderiam eventualmente ser classificadas como “fato
do príncipe”. Porém, há de se reconhecer que a sua causa foi exatamente o potencial de disseminação do vírus e seus impactos sobre a saúde
pública. Além disso, a menos que o contrato disponha de modo diferente, não há na prática maior relevância em tentar distinguir se eventual
prejuízo sobre os contratos de concessão seria decorrente de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, pois em regra suas consequências
jurídicas seriam as mesmas.
72. O que importa, ao menos no âmbito desta consulta em tese, é reconhecer que o elemento causador do distúrbio econômico, ainda que
indiretamente, consistiu claramente num evento da natureza (mutação e rápida
disseminação de um vírus com taxa de letalidade relativamente alta), sendo que esse evento ou pelo menos os seus efeitos não poderiam ter
sido previstos ou antecipados pelos concessionários quando da apresentação de suas propostas nos respectivos leilões e tampouco poderiam
ter sido por eles evitados. Por conseguinte, parece-me muito claro que a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2 ) é evento que
caracteriza “álea extraordinária”, capaz de justificar a
aplicação da teoria da imprevisão.
73. Porém, é importante ressalvar que esse reconhecimento em tese não significa necessariamente que os contratos de concessão deverão
ser reequilibrados. Primeiro porque é possível que algum contrato tenha estabelecido uma alocação de riscos diferente da divisão
tradicional entre riscos ordinários e extraordinários. Segundo, porque é necessário avaliar se a pandemia teve efetivo impacto sobre as
receitas ou despesas do concessionário. É possível que, em determinados casos, não tenha ocorrido impacto significativo. Esses elementos
deverão ser devidamente examinados para que se possa concluir se um determinado contrato deve ser reequilibrado.
[2] NOTA TÉCNICA Nº 37/2018/GERE/SRA (1774105) E NOTA TÉCNICA Nº 88/2019/GERE/SRA (3532009).

Documento assinado eletronicamente por José Barreto de Andrade Neto, Gerente de Regulação
Econômica, em 29/08/2020, às 19:31, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art.
6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Viviane Franco Moser, Gerente, em 31/08/2020, às 10:59,
conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de
outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://sei.anac.gov.br/sei/autenticidade,


informando o código verificador 4672112 e o código CRC AB840BC5.

Referência: Processo nº 00058.024189/2020-12 SEI nº 4672112

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27/12/2021 14:42 SEI/ANAC - 4862316 - Nota Técnica

NOTA TÉCNICA Nº 87/2020/GERE/SRA

1. ASSUNTO
Pedido de Revisão Extraordinária do Contrato de Concessão  do Aeroporto Internacional de Brasília.
Pandemia de COVID-19. Força Maior.
2. REFERÊNCIA
Processo nº 00058.024189/2020-12
3. ANEXO
FCM_BSB_Gere (SEI)
4. OBJETO
1. A presente Nota Técnica tem por objeto analisar os argumentos trazidos pela Concessionária do
Aeroporto Internacional de Brasília – Inframérica em face da Nota Técnica nº 65/2020/GERE/SRA (4672112) que
apresentou proposta de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro em razão do Pedido de Revisão
Extraordinária que requer compensação em virtude dos efeitos da pandemia de COVID-19.
5. INTRODUÇÃO
2. A Nota Técnica nº  65/2020/GERE/SRA (4672112), amparada pelo documento de
Fundamentação_BSB (4711611), traz histórico de análise do evento e recomenda seu deferimento nos seguintes
termos:
49. De acordo com as razões consignadas nesta Nota Técnica, conclui-se que o evento narrado se enquadra na
matriz de riscos contratual, notadamente quanto a seus efeitos sobre a  concessão no período de março a
dezembro de 2020. Nesse sentido, conforme as razões expostas no documento Fundamentação em anexo,
depreende-se que o montante do desequilíbrio relativo aos efeitos do evento sobre a concessão, no período
citado, corresponde a R$ 178.020.115,09 (cento e setenta e oito milhões, vinte mil cento e quinze reais e
nove centavos), na data base de 18 de dezembro de 2020. Ressalte-se  que esse valor deverá ser ajustado,
posteriormente, pelo fluxo de caixa operacional (cenário forecast) efetivamente realizado até setembro de
2020.
50. Em razão das questões meramente técnicas expostas neste documento, recomenda-se que a recomposição
do equilíbrio econômico-financeiro seja feita por meio  do  desconto na contribuição fixa e variável ao
sistema, conforme requer a Concessionária.
51. Todavia, conforme informado anteriormente, eventual aprovação desta proposta pela Diretoria deve ser
sucedida de comunicação ao Ministério da Infraestrutura, para que este seja instado a se manifestar sobre a
proposta de utilização da revisão da contribuição devida pela  Concessionária  para recompor o equilíbrio
econômico-financeiro do Contrato de Concessão, conforme previsto no parágrafo 1º do art. 18 do Decreto nº
7.624, de 22 de novembro de 2011.
3. A referida Nota Técnica foi encaminhada para conhecimento e manifestação da Concessionária por
meio do Ofício nº 169/2020/GERE/SRA-ANAC (4673404), de 31/08/2020.
4. Em resposta, conforme carta IA nº 0579/SBBR/2020 (4784631), de 17 de setembro de 2020, a
Concessionária apresentou suas considerações acerca da proposta apresentada por esta área técnica.
5. Ato contínuo, após avaliação das considerações trazidas pela Concessionária, cabe à GERE/SRA
consignar seu entendimento a respeito do montante a ser reequilibrado, com posterior envio à Superintendência de
Regulação Econômica de Aeroportos – SRA, a quem compete submeter o evento à decisão da Diretoria
Colegiada, órgão competente para decisão em primeira instância do processo de reequilíbrio econômico-financeiro
dos contratos de concessão de aeroportos, quando a avaliação sugerir o deferimento do pedido. 
6. Desse modo, esta área técnica avaliará a seguir os argumentos trazidos pelo documento (4784631)
na formulação da proposta de reequilíbrio a ser encaminhada para deliberação da Diretoria Colegiada da ANAC.
6. DA ANÁLISE
7. O documento Fundamentação_BSB (4711611) que acompanha a Nota Técnica analisou a
metodologia e premissas consideradas pela Concessionária em seu Fluxo de Caixa Marginal (4710207), ao final,
propôs os seguintes ajustes:
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27/12/2021 14:42 SEI/ANAC - 4862316 - Nota Técnica

i. Receitas Tarifárias (embarque, conexão, pouso e permanência)


a. Ajustes nas receitas tarifárias com operações de passageiros e aeronaves internacionais, conforme
abaixo indicado:

ii. Receitas Comerciais


a. Ajustes nos itens Duty Free e Combustível que compõem as receitas não-tarifárias, em razão dos ajustes
propostos para as receitas tarifárias internacionais, acima citado.
b. Solicita-se o envio do Contrato SBBR-COM-CA-0142-19. Cabe à Concessionária, ainda, esclarecer a
relação das informações constantes da planilha com o referido documento. Nessa esteira, solicita-se
também complementar a planilha “Cessão de Espaços – Contratos” que integra o Fluxo de Caixa
Marginal, informando a data de início de vigência dos demais contratos elencados.
iii. Custos e Despesas
a. Elevação de 1,05% dos valores de custos e despesas projetados para março a dezembro de 2020.
iv. Efeitos da Postergação das Contribuições Fixa e Variável
a. Abatimento dos efeitos econômicos da postergação do pagamento da Contribuição Variável do
desequilíbrio identificado.
b. Ressalte-se que o tema está em análise pela Procuradoria Federal junto à ANAC quanto aos aspectos
jurídicos afetos ao tema. Caberá, todavia, à Diretoria Colegiada da ANAC decidir sobre o assunto.
v. Dos Tributos
a. Incidência do ISS sobre itens das receitas não-tarifárias indicadas acima.
vi. PECLD/PDD
a. Ajuste nos montantes de PECLD/PDD no cenário Forecast, de março a dezembro de 2020, de forma que
a diferença entre os cenários seja de 1,66%, conforme descrito anteriormente.

8. A Concessionária, por sua vez, apresentou os principais pontos de divergência, elencados abaixo
(4784634), os quais serão avaliados na sequencia:

i. Dos efeitos econômicos da postergação das contribuições devidas.

9. Conforme registrado na Fundamentação (4711611), a Superintendência de Regulação Econômica


de Aeroportos propôs consulta à Procuradoria Federal junto à ANAC, por meio da Nota Técnica nº
26/SRA/ANAC (4626835) acerca da viabilidade jurídica de se considerar os efeitos econômicos da postergação
do pagamento das outorgas, nos processos de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão mais
abrangentes, que incorporem também os impactos adversos da pandemia, em razão da dúvida suscitada pelo texto
do parágrafo único, artigo 2º, da Lei nº 14.034, de 05 de agosto de 2020.
10. A Procuradoria Federal junto à ANAC, por sua vez, consignou, em seu Parecer
nº 00182/2020/PROT/PFEANAC/PGF/AGU (4724346), o que segue:
Diante de todo o exposto, e em resposta ao questionamento formulado pela SRA, a conclusão desta
Parecerista é afirmativa, no sentido de que o ganho econômico auferido pelas concessionárias em
virtude do adiamento do pagamento das outorgas deve ser considerado no cálculo do impacto
econômico-financeiro nos pedido de revisão extraordinária, protocolados pelas concessionárias, e com
fundamento na pandemia do novo coronavírus.
No entanto, a interpretação literal do parágrafo único do art. 2º da Lei n. 14.034, de 2020, pode ensejar
entendimento jurídico diverso, conforme apontado no item 21 deste Parecer. Em razão da divergência e da
necessidade de conferir segurança jurídica às decisões da ANAC no tocante aos pedidos de revisão
extraordinária, recomenda-se que a questão seja elevada à deliberação superior, Considerando as assertivas
apostas pelo Ministério da Infraestrutura na NOTA TÉCNICA Nº 84/2020/DPR/SAC (SEI 4650338), a qual
tangenciou o alcance do dispositivo quando da análise do projeto de lei de conversão, e tendo-se em conta a
competência do MINFRA de gestão do FNAC, cujos recursos são invariavelmente impactados nas
revisões extraordinárias, sugere-se que a divergência seja levado ao seu conhecimento para que a
solução seja ali definida. (grifo nosso)
11. Ante às considerações da d. Procuradoria, esta área técnica se abstém de analisar os aspectos
jurídicos trazidos pela Concessionária acerca do assunto, que se encontra em consulta junto ao Ministério, nos
termos do Ofício nº 131/2020/SRA-ANAC [1], de 16 de setembro de 2020

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27/12/2021 14:42 SEI/ANAC - 4862316 - Nota Técnica

12. Dessa forma, mantém-se, no Fluxo de Caixa Marginal, o montante correspondente aos efeitos da
postergação. Ressalve-se, todavia, que caberá à Diretoria Colegiada da ANAC decidir sobre o assunto, observadas
a manifestação da Concessionária, as recomendações da d. Procuradoria Federal junto à ANAC, ouvido o
Ministério da Infraestrutura.

[1]  Conforme autos do processo nº 00058.028284/2020-95.

ii. Receitas Tarifárias

13. Conforme registrado na Fundamentação (4711611), esta área técnica chamou a atenção para o fato
de que “as receitas provenientes de operações de aeronaves e de passageiros internacionais (receitas internacionais
de embarque, conexão, pouso e permanência) foram em média 11,27% menores do que o orçado nos dois
primeiros meses deste ano:

14. Quanto a esse ponto, a Concessionária, por meio do documento “Anexo Fundamentação Of_169”
(4784634), apresentou a seguinte explicação:
“Com relação variação do orçamento nos meses de Janeiro e Fevereiro, destacamos que a Gol teve uma
movimentação de aeronaves aquém do que projetávamos, em torno de -21,5%. Destacamos o rearranjo da
malha com foco na rota BSB-CUN, em detrimento das rotas BSB-MIA/MCO. Salientamos que uma queda no
volume de aeronaves tem efeito concatenado nas receitas de passageiros, pouso, estadia, permanência e
conexão. Dessa forma entendemos que a discrepância descrita justifica a divergência de receitas.”
15. Ainda, de acordo com o consignado no documento Fundamentação, esta área técnica destacou que
“existe uma diferença também significativa entre a projeção de pousos internacionais e o número de voos
registrados na base do SIROS nos meses compreendidos entre março e setembro (cerca de 8%), mesmo
considerando o voo da American Airlines”. A Concessionária concordou com esta observação da área técnica:
Consideração do quantitativo de voos internacionais publicados na base SIROS extraída em 01 de março de
2020, ou seja, adotada pela agência técnica como cenário contra factual, sem efeitos COVID, e assumindo
ainda os devidos ajustes de inclusão dos voos da American Airlines, tal quantitativo é ainda 8% menor do que
o apresentado pela Concessionária. De fato, as projeções do SABRE estão acima do SIROS na ordem de 8%,
com a inclusão do voo da AA.
16. Cumpre destacar que foi cometido um erro material por esta área técnica. No documento
Fundamentação, a GERE faz a seguinte afirmação:
Mais importante, cumpre destacar ainda o aumento atípico e significativo de pousos internacionais previsto
pela Concessionária ao longo do ano de 2020. Com efeito, o número de voos internacionais em dezembro de
2020 é 70% superior ao de janeiro:

17. Na realidade, a tabela faz referência a receita de pouso internacional do orçamento da


Concessionária, conforme pode ser visto na tabela abaixo extraída do arquivo “Planilha de Excel FCM
05_08_2020-Consolidado” (4618307):

18. A Concessionária verificou este equívoco e destacou que o número de pousos internacionais em
dezembro superava em 11% o número de voos de janeiro, em vez de 70% conforme afirmado por esta área
técnica:

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“A Concessionária gostaria de destacar que, na realidade, segundo as informações fornecidas pela
concessionária na planilha “FCM_BSB_CONCESSIONARIA_” na aba “Resumo_Premissas_Baseline”, o
número de pousos internacionais em dezembro de 2020 é 11% superior ao de janeiro, de acordo com planilha
abaixo (e não 70% superior)”
19. É importante destacar que o motivo pelo qual as receitas de pouso internacionais terem apresentado
este aumento significativo em dezembro, a despeito do número de pousos internacionais ter aumentado 11%, é o
fato de que a Concessionária projetou um aumento muito elevado do total de peso máximo de decolagem para o
mês de dezembro. Conforme pode ser visto na tabela abaixo extraída do arquivo “Planilha de Excel FCM
05_08_2020-Consolidado” (4618307), em dezembro a Concessionária previa um total de PMD de 28.426 diante
de um total de 14.939 em janeiro.

20. Tendo em vista o número de pousos previstos para estes meses, isso equivale a dizer que a
Concessionária previa um valor de PMD médio de 95,8 em dezembro, sendo que esse valor era de 57,9 em
janeiro.
21. Diante da trajetória atípica das receitas de pouso internacionais, (ainda que tenha feito
equivocadamente referência a número de pousos, conforme apontado pela Concessionária) esta área técnica
propôs um ajuste que levasse em consideração as receitas de fato auferidas em janeiro e fevereiro e a trajetória do
número de passageiros embarcados em 2019. A ideia por trás desse ajuste, era adequar a projeção de receitas
provenientes de operações de aeronaves e de passageiros internacionais ao que de fato foi auferido em janeiro e
fevereiro e ajustar a trajetória de receitas aos efeitos da sazonalidade, considerando o observado no ano
imediatamente anterior. Note que isso significa que o crescimento observado de receitas em janeiro e fevereiro de
2020 em relação aos mesmos meses de 2019 é captado pela metodologia proposta.
22. Contudo, em reunião realizada no dia 6 de outubro de 2020, este problema foi relatado aos
representantes da Concessionária. Na ocasião, os representantes da Concessionária informaram que o aumento de
PMD projetado para dezembro se deve ao fim de um desconto de 50% para os pousos da GOL, empresa que
realizou um percentual elevado do número de voos em 2019, conforme pode ser observado na tabela abaixo
extraída da base de dados estatístico:
ANO 2019
AEROPORTO DE ORIGEM (NOME) BRASÍLIA
NATUREZA INTERNACIONAL
   
EMPRESA AÉREA SOMA DE DECOLAGENS
AIR CHINA 3
AMERICAN AIRLINES, INC. 292
AVIACON ZITOTRANS 2
CARGOLUX AIRLINES INTERNATIONAL S/A 1
COMPAÑIA PANAMEÑA DE AVIACION S.A. (COPA AIRLINES) 361
DELTA AIR LINES INC. 4
GOL LINHAS AÉREAS S.A. (EX- VRG LINHAS AÉREAS S.A.) 1002
LAN CARGO S.A. 35
LAN PERU S.A. 21
LATAM AIRLINES GROUP (EX - LAN AIRLINES S/A) 34
LÍNEA AÉREA CARGUEIRA DE COLOMBIA S.A - LANCO 1
OCEANAIR LINHAS AÉREAS S.A. (AVIANCA) 4
TAM LINHAS AÉREAS S.A. 94
TAP - TRANSPORTES AÉREOS PORTUGUESES S/A 296
TRANSPORTE AÉREOS DEL MERCOSUR S.A. (TAM MERCOSUR) 17
TOTAL GERAL​ 2167
23. Esta área técnica solicitou, então, documentos que comprovassem a afirmação feita pela
Concessionária. Por e-mail (4868686), a Concessionária encaminhou termo aditivo de contrato firmado com a
GOL, que prevê descontos escalonados por dois anos para os novos voos. Assim, por meio de consulta a base de
dados estatísticos, verificou-se que, de fato, a Concessionária ampliou significativamente sua oferta de voos
internacionais em novembro de dezembro de 2018, de forma que é razoável supor que ocorreria um aumento
significativo do PMD faturado em dezembro de 2020:

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27/12/2021 14:42 SEI/ANAC - 4862316 - Nota Técnica

ANO SOMA DE DECOLAGENS


2017 4
7 1
8 1
11 2
2018 143
1 1
11 54
12 88
2019 1002
1 88
2 80
3 87
4 87
5 92
6 90
7 81
8 85
9 79
10 77
11 76
12 80
2020 221
1 92
2 77
3 52
TOTAL GERAL 1370
 
24. Diante dessa informação, procurou-se avaliar a razoabilidade da proposta realizada pela
Concessionária por meio do documento “Anexo Fundamentação Of_169 (4784634)”. Como alternativa à proposta
constante do documento Fundamentação_BSB (4711611), a Concessionária propõe a adoção da base de dados do
SIROS e a adoção da taxa de crescimento do último trimestre do ano anterior para o último trimestre deste ano:
“Em busca de propor um método em que reflita de forma mais adequada o cenário esperado antes do advento
da pandemia, essa Concessionária entende que adotar como linha de base o quantitativo de pousos
internacionais publicados na base SIROS, mesmo que ainda 8% abaixo do orçamento apresentado, seja mais
apropriado. Para os meses de outubro, novembro e dezembro, período em que não possuímos visibilidade a
partir do sistema SIROS, consideramos o mesmo percentual de crescimento mês a mês do mesmo período
equivalente de 2019, uma vez que a sazonalidade é o principal fator de indução das variações de quantidade
de frequências internacionais.   
Cumpre ressaltar que o método proposto, além de mais adequado do ponto de vista técnico, mais claro e
objetivo, também cumpre os requisitos determinados pelo § 5º, do art. 7º da Resolução nº 528, de 28 de agosto
de 2019.
Para fins de receita, na aba “Rec. Tarifária CONCESS” está demonstrado o cálculo, o qual adota as mesmas
premissas já utilizadas de assentos médios por aeronave, load factor médio e peso máximo de decolagem
médio para o cálculo da receita de passageiros internacionais, bem como para as receitas de pouso.
Quanto a tarifa utilizada, foi adotada a premissa determinada pela Agência conforme demonstrado na aba
“TARIFÁRIA Reajustada Port 1762’!F112”. Dessa forma concordamos com atualização da tarifa proposta
pela agência.”
25. Com relação à proposta apresentada pela Concessionária, verificou-se um equívoco em relação ao
cálculo de load factor realizado pela Concessionária e utilizado como premissa para o cálculo das receitas de
embarque internacionais. Com efeito, a Concessionária calculou o load fator as aeronaves internacionais que
chegam ao aeroporto, em vez de calcular o load fator as aeronaves internacionais que partem do aeroporto:
Cálculo do load fator (passageiros pagantes) – Origem Brasília
NATUREZA INTERNACIONAL    
AEROPORTO DE ORIGEM (NOME) BRASÍLIA    
RÓTULOS DE LINHA SOMA DE PASSAGEIROS PAGOS SOMA DE ASSENTOS
LOAD FACTOR
2020 73.412,00 102.350,00
1 33.929,00 39.789,00 85,27%
2 27.232,00 35.671,00 76,34%

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27/12/2021 14:42 SEI/ANAC - 4862316 - Nota Técnica

Janeiro e fevereiro 61161 75460 81,05%


 
Cálculo do load fator (passageiros pagantes) – Destino Brasília
NATUREZA INTERNACIONAL    
AEROPORTO DE DESTINO (NOME) BRASÍLIA    
RÓTULOS DE LINHA SOMA DE PASSAGEIROS PAGOS SOMA DE ASSENTOS
LOAD FACTOR
2020 81.715,00 100.718,00
1 35.595,00 39.636,00 89,80%
2 28.415,00 35.508,00 80,02%
 
26. Na reunião realizada no dia 6 de outubro de 2020, este problema foi relatado aos representantes da
Concessionária, que concordaram e reencaminharam a planilha corrigida.
27. Finalmente, no documento “Fundamentação” esta área técnica consignou que a Concessionária não
apresentou elementos concretos para que os voos adicionados pela Concessionária a partir de pesquisa de mercado
oriunda de conversas com empresas áreas fossem considerados para fins de reequilíbrio econômico-financeiro.
Diante desse posicionamento, a Concessionária apresentou as seguintes considerações:
“Primeiramente, essa Concessionária prontifica-se a disponibilizar todo embasamento factual a fim de
satisfazer o § 5º, do art. 7º da Resolução nº 528, de 28 de agosto de 2019, na planilha
“FCM_BSB_CONCESSIONARIA_”.
Afim de sustentar a projeção, essa Concessionária também adiciona os documentos na pasta em anexo
“COMUNICAÇÃO AÉREAS” demonstrando que tais gatilhos de aumento de frequência iriam ocorrer caso
não ocorresse o cenário de pandemia. Abaixo, segue um resumo de cada uma das inclusões, sua respectiva
projeção em termos de quantitativo de voos internacionais e descritivo por companhia aérea:
a) AirEuropa: Em 2018 houve contato com a AirEuropa para iniciar uma rota internacional entre Madrid e
Brasília, visto que o mercado internacional de BSB dava fortes sinais de recuperação. Em 2019 a relação
fortaleceu-se e as negociações avançaram, com a AirEuropa mirando iniciar operações no aeroporto de
Brasília no quarto trimestre de 2020. Diante o exposto, foram incluídas 3 frequências semanais a partir de
outubro;
b) LATAM: No último trimestre de 2019 foi previsto que a LATAM poderia iniciar operações de BSB para um
novo destino internacional sul-americano. A aérea planejava fortalecer as rotas internacionais em Brasília,
que, junto com GRU, são os principais hubs da companhia no Brasil. Em Fevereiro de 2020, a empresa entrou
em contato com a Inframerica e afirmou que realizaram uma avaliação das rotas internacionais então ativas
em Brasília (ASU, LIM e SCL). Como resultado dessa avaliação a companhia não demostrou intenções,
naquele momento, de implementar uma nova rota em BSB, porem a empresa anunciou o incremento de uma
frequência semanal na rota BSB-LIM, que passaria de 3 para 4 frequências semanais. Além do incremento no
número de assentos ofertados e fortalecimento dos seus hubs em Brasília e Lima, o aumento da frequência
reduziria ainda mais a alíquota de ICMS sobre o QAV (ANEXO II) em voos domésticos. Em conversa com a
Concessionária, a LATAM afirmou que já estava procedendo para a lançar a 4ª frequência semanal, cuja
operação iniciaria em julho de 2020, apresentado no áudio em anexo nomeado como “ÁUDIO LATAM
(LIM)”. Essa Concessionária, por questões de conservadorismo em seu orçamento, estimou que a nova
operação BSBLIM começaria em agosto, incremento de 1 frequência semanal, conforme elencado em
resposta ao Ofício nº 144/2020/GERE/SRAANAC.”
28. No entendimento desta área técnica, a partir dos documentos encaminhados pela Concessionária,
não foi possível verificar que a empresa de fato iniciaria a rota em questão no último trimestre de 2020, mas foi
possível verificar as evidências apresentadas pela Concessionária acerca do voo adicional da LATAM.
29. Assim, diante do exposto, esta área técnica acata a proposta da Concessionária, com a substituição
do load fator para 81,05%, a retirada do voo da empresa AirEuropa e em decorrência das atualizações ocorridas, a
tabela apresentada no item 3.1.a desta Nota Técnica passa a ter os valores a seguir:

iii. Receitas não-tarifárias

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30. O documento Fundamentação propôs ajustes nas receitas de Duty Free e Combustível em razão da
redução proposta nas receitas tarifárias internacionais. A esse respeito, a Concessionária observa:
2.2.1. RECEITA DE COMBUSTÍVEIS
Adicionalmente, a Agência ressaltou que, dado que as projeções relativas às operações de passageiros e
aeronaves internacionais estariam superestimadas, seria necessário fazer um ajuste nas quantidades de
movimentos de aeronaves e passageiros internacionais, assim como nas projeções de receitas comerciais que
possuem relação direta com essas variáveis, sendo elas combustíveis e lojas francas.
Essa Concessionária concorda com o método proposto pela agência, entretanto, na demonstração de cálculo na
aba “GERE-Premissas RNT” da planilha “FCM_BSB_GERE” foi observado que a fórmula possui um erro ao
aplicar a redução em percentual do volume internacional para a receita de combustíveis. Entendemos que a
metodologia correta de apuração da receita de combustíveis oriunda das operações internacionais seria a
seguinte:
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑖𝑠 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑋 (1 − 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑎
𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙) 𝑋 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑄𝐴𝑉
31. Entretanto, a fórmula apresentada em planilha efetua o seguinte cálculo:
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑖𝑠 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑋 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎
𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑋 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑄𝐴
Dessa forma, a partir da metodologia apresentada por meio de planilha disponibilizada pela agência, o volume
de consumo de combustíveis internacional projetado fica negativo na equação, gerando inconsistência. Cabe
ressaltar que o mesmo problema não foi identificado nas projeções de lojas francas, sendo que nesta linha as
fórmulas estão corretamente apresentadas.
Dito isso, essa Concessionária apenas corrigiu a fórmula de cálculo para receita de combustíveis e alterou a
variação percentual mensal conforme a nova projeção sugerida para as receitas oriundas de operações
internacionais, mantendo coerência nas projeções.
32. A correção indicada pela Concessionária está correta e será observada pela área técnica na
conclusão do Fluxo de Caixa Marginal.
33. Ressalta-se que em decorrência de a obtenção de novos valores percentuais entre a nova proposta
para receita tarifária internacional e o orçada originalmente, os valores da receita de combustíveis e da receita com
lojas francas serão consequentemente recalculados.
34. Adicionalmente, solicitou-se à Concessionária esclarecimentos adicionais a respeito do Contrato
SBBR-COM-CA-0142-19, bem como acerca da data de vigência dos demais contratos elencados na planilha
“Cessão de Espaços – Contratos” que integra o Fluxo de Caixa Marginal, informando a data de início de vigência
dos demais contratos elencados.
35. Em resposta, a presente manifestação apresenta os seguintes esclarecimentos:
A respeito da solicitação de esclarecimentos adicionais sobre receitas comerciais, essa Concessionária
esclarece os três pontos de questionamentos levantados, sendo eles (1) A diferença do montante projetado em
2020 em relação à 2019 de R$ 14,4 milhões comparativamente à base anexada de novos contratos no valor de
R$ 16,4 milhões, (2) Esclarecimentos sobre o contrato SBBR-COM-CA0142-19 da marca Starbucks e os
valores de apropriação projetados e (3) complementação da data de início de vigência dos contratos na
planilha “Cessão de Espaços – Contratos”.
Sobre o ponto (1), esclarecemos que para compreensão da divergência entre o aumento de receitas decorrente
de novos contratos e o aumento total projetado 2019 x 2020 na linha CESSÃO DE ESPAÇO COMERCIAL, é
importante observar, em primeiro lugar, que as variações ocorrem em contratos existentes. Sendo assim,
apesar da projeção de 16,3MM em novos contratos, o impacto negativo gerado em contratos existentes na
ordem de 1,8MM resulta em um incremento de receita final de 14,5MM. Para ilustrar, citamos abaixo algumas
das condicionantes que impactam positivamente ou negativamente os valores de um ano para outro
(...)
Em relação ao ponto (2), essa Concessionária apresenta o detalhamento das informações referentes às
unidades da marca Starbucks, encaminhando em anexo o contrato SBBR-COM-CA-0142-19 e seu respectivo
aditivo. O referido contrato contempla, ao todo, 5 (cinco) unidades do Starbucks. Algumas operações, além do
valor referente ao aluguel mínimo mensal, possuem projeção de aluguel variável e/ou apropriação. A
apropriação se refere ao valor total de custo de oportunidade conforme cláusula 7.2 do contrato, totalizando
R$ 1.231.127,95. Este valor foi distribuído entre as unidades de tal forma que as operações Starbucks –
Quiosque 1 e Starbucks – Internacional resultaram no mesmo montante, conforme pode ser observado no
ANEXO 1 – TABELA DOS PAGAMENTOS E MAPA DAS ÁREAS do referido contrato. Como material de
apoio, foi adicionada a aba “Starbucks” em que detalhamos todos os valores.
Convém apontar, ainda, que houve uma indicação errônea do label “tipo de receita” referente às operações
Starbucks – Duplex (valor anual de R$ 66.500) e Starbucks – Internacional (valor anual de R$ 120.000) como
“APROPRIAÇÃO” quando o correto deveria ser “VARIÁVEL”. Retificamos o anexo. Cumpre ressaltar que
tal erro não gera qualquer tipo de impacto no valor de reequilíbrio em discussão, já que este valor é
contabilizado como “VARIÁVEL” no BUDGET 2020.
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Por fim, acerca do ponto (3), essa Concessionária adiciona na aba “CESSÃO DE ESPAÇO - CONTRATOS”,
informações de início e fim de vigência dos contratos. Convém sinalizar que, dentre os contratos não
concretizados antes do efeito COVID, apenas três impactaram na previsão orçamentária: “Fino Nordeste”,
cujo faturamento estava previsto desde janeiro, porém sua negociação foi concluída apenas em fevereiro e,
com o início da pandemia, o contrato não foi assinado; “Quiosque Embarque 1.179 – Dom Caseiro”, que
previa faturamento desde janeiro, porém a operação foi inaugurada somente na segunda metade de março e,
também impactada pela pandemia, teve sua rescisão solicitada de imediato; e “Quiosque Píer Sul 1.020”, com
faturamento previsto desde fevereiro, porém não houve negociação para o espaço. Estes, somados,
representam R$ 49.000 a menos na projeção inicial de faturamento de novos contratos nos meses de janeiro e
fevereiro. É importante ressaltar que os demais contratos não concretizados, apesar de terem projeção futura
para início do faturamento, tiveram os seus cronogramas de negociação fortemente afetados pelo efeito da
pandemia.

36. Ante o exposto, esta área técnica considera suficientes os esclarecimentos prestados, acompanhado
dos documentos anexos (4784632).

iv. Custos e despesas

37. A respeito das projeções de custos e despesas que compõe o cenário Baseline, a Concessionária faz
a seguinte observação:
De acordo com a análise exposta pela Agência, a projeção da Concessionária relativa a custos e despesas
operacionais está subestimada, portanto recomendou-se acrescentar 1,05% ao valor projetado ao longo do ano.
Essa Concessionária não concorda com a análise, para tanto, em busca de fundamentar suas projeções e
satisfazer o previsto pela Resolução nº 528/2019, abaixo estão os esclarecimentos devidos sobre o tema.
A análise realizada causa grande estranheza, uma vez que foi proposta uma redução no valor a ser
reequilibrado, sendo que a própria Agência constatou que o somatório de janeiro e fevereiro orçado é 1,05%
superior ao realizado, conforme tabela apresentada a seguir:

38. De início, é válido esclarecer que a despeito do montante orçado no primeiro bimestre ser superior
ao realizado em 1,05%[2], conforme aponta a Concessionária acima, o documento Fundamentação observou o que
segue:
No entanto, o montante efetivamente realizado em fevereiro foi 12% superior ao projetado. Ainda,
conforme indicado abaixo, verifica-se que os valores orçados, mês a mês, para custos e despesas, são
relativamente estáveis até o final de 2020, mantendo-se o valor próximo ao projetado para fevereiro
(inferior ao realizado).

39. Assim, em que pese esta área técnica não ter realizado análise extensiva dos itens que compõem os
custos e despesas operacionais, depreende-se, das informações disponíveis, que os custos poderiam ter sido
subestimados.
40. Trata-se, portanto, de análise preliminar que, conforme destaca a Nota Técnica nº 65, em razão do
que dispõe a Resolução nº 528/2019, em seu art. 9º, §2º, cabe manifestação da Concessionária a fim de prestar
esclarecimentos que permitam à área técnica revisar entendimento prévio.
41. Feitas essas considerações, cumpre analisar o que trouxe a Concessionária sobre o assunto:
Primeiramente, para melhor análise do Opex, faz-se necessário alguns esclarecimentos e ajustes com relação à
tabela acima. Um ponto a ser destacado é que o grupo de contas que compõe o Orçamento e o Balancete tem
uma pequena divergência, que deve ser ajustada para que a comparabilidade seja correta. No Orçamento, a
conta “Outras Receitas e Despesas” não faz parte do Opex, e tal conta foi considerada no Balancete da tabela.
Ao se excluir tal conta do Balancete, a fim de que a comparabilidade seja correta, chega-se ao valor de
R$32.953,37, que resulta em uma redução de 0,8% em relação ao Orçamento, ao invés dos 1,05%
apresentados.

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Além disso, dois ajustes são necessários para os fins a que se propõe a presente análise, qual seja: verificar
qual seria o cenário mais provável de comportamento das finanças da Concessionária em um cenário em que a
pandemia não se fizesse presente.
O primeiro deles diz respeito à variação atípica realizada no mês de fevereiro de 2020, destacada pela própria
Agência. A variação foi de 11,5% acima do previsto, e é explicada por uma despesa não recorrente de
honorários de sucumbência, oriunda de um processo judicial que estava em julgamento e tivemos uma decisão
desfavorável, aumentando o montante já provisionado em R$2.704 mil. Portanto, tal evento deve ser
expurgado da análise, sob pena de tornar a análise distorcida, uma vez que trata-se claramente de evento não
recorrente, ou seja, não há razões para supor que haveria qualquer continuidade de tal custo ao longo do ano.
O segundo ajuste proposto consiste simplesmente em excluir a PCLD da análise, uma vez que a discussão
deste item acontece em seção específica para tal fim.
Feitos os ajustes propostos, a tabela abaixo apresenta o comparativo entre os custos de despesas orçados para
os meses de janeiro e fevereiro de 2020, e os efetivamente realizados.

A tabela acima evidencia que a Concessionária vinha apresentando performance financeira 7,2% abaixo (ou
seja, com mais eficiência) do previsto no Orçamento. Mais do que isso, fica claro também que os itens que
majoritariamente explicam tal variação são serviços de terceiros, salários e encargos e manutenção,
itens de custos recorrentes, ou seja, não há porque supor que a Concessionária não conseguiria manter
tais níveis de custos e despesas ao longo do ano em um cenário em que não houvesse o advento da
pandemia.
42. Nessa esteira, acrescenta a Concessionária:
O que se verificou na análise da Agência foi que, para os itens específicos em que a área técnica entendeu que
a performance da Concessionária, mesmo em um cenário sem a pandemia, seria abaixo da prevista, foi
proposta uma substituição dos valores do Orçamento por valores entendidos como mais apropriados, ou seja,
mais prováveis, em função das informações disponíveis, de que fossem acontecer. Tal abordagem, a nosso ver,
apesar não ser a única possível, é plausível e defensável.
Entretanto, ao se adotar tal abordagem para os itens em que a Concessionária supostamente teria performance
abaixo da prevista, faz-se necessário, por simetria, coerência técnica e justiça, fazer uma substituição
equivalente para eventuais itens em que a Concessionária supostamente teria performance acima da prevista.
(...)
Portanto, esta Concessionária propõe que, para os custos e despesas, também seja considerado no FCM um
cenário alternativo ao previsto no Orçamento. Para compor tal cenário, a proposta que apresentamos, de forma
conservadora, simplesmente replica o percentual de redução de custos verificado nos meses de janeiro e
fevereiro de 2020 (7,2%) nos meses subsequentes, ou seja, não pressupõe nenhum ganho de eficiência
adicional ao que já vinha sendo apresentado pela Concessionária. O cenário em questão encontra-se
demonstrado na aba “Ajuste PCLD e Custos”
43. Incialmente, esta área técnica considera pertinentes e adequados os ajustes propostos para melhor
compreensão e comparação dos custos e despesas operacionais no período analisado, de janeiro e fevereiro de
2020, cabendo expurgar da análise os montantes relativos aos seguintes itens: outras receitas e despesas,
honorários de sucumbência, PCLD.
44. Feitos os ajustes, a Concessionária indica que, em verdade, os resultados efetivamente aferidos
foram 7% inferiores àqueles orçados para o período.
45. Nesse sentido, requer que o ganho de eficiência no período seja aplicado aos meses seguintes. Para
tanto, apela para o fato da área técnica ter observado, na análise de projeção das receitas tarifárias, os resultados
realizados nos meses de janeiro e fevereiro.
46. Todavia, a Concessionária não apresenta, além dos argumentos, elementos comprobatórios que
permitam concluir com segurança que os resultados observados no período seriam mantidos nos meses seguintes.
47. É válido salientar que ante à incerteza do que teria ocorrido em um cenário sem pandemia, a análise
e conclusões desta área técnica foram pautadas pelas informações disponíveis com o objetivo de conciliar o direito
da Concessionária ao reequilíbrio contratual devido e o interesse público.

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48. Assim, no tocante às receitas tarifárias internacionais, além da diferença entre os montantes orçados
e realizados, no período de janeiro e fevereiro de 2020, foram apontados outros elementos que indicavam que o
orçamento da Concessionária, sobre esse item, poderia ter sido superestimado. Portanto, não há que se falar em
aplicação de forma automática dos resultados observados em janeiro e fevereiro de forma generalizada aos demais
itens do fluxo de caixa operacional.
49. Ante o exposto, essa área técnica conclui pela adoção da projeção de custos e despesas
originalmente propostos pelo Orçamento de 2020 da Concessionária.

[2] Conforme observa a Fundamentação, (...), na presente análise, importa avaliar se os custos e despesas
operacionais teriam sido subestimados no Orçamento 2020, o que afetaria positivamente o EBITDA e,
consequentemente, o montante do desequilíbrio.

v. Impostos

50. A Concessionária faz as seguintes observações acerca da incidência dos tributos:


Sobre a projeção do orçamento relativa à impostos, a Agência entende que a concessionária aplicou a alíquota
de 9,25% de PIS e Cofins sobre a receita bruta e a alíquota de 2% de ISS sobre a receita tarifária e 0% de ISS
sobre a receita não tarifária.
Entretanto, é importante salientar que a incidência de PIS e Cofins, à alíquota de 9,25%, dar-se-á sobre a
receita bruta, excluindo-se os valores referentes às receitas provenientes do exterior, conforme não incidência
explícita no inciso II do art. 5º da Lei 10.637/2002, e no inciso II do art. 6º da Lei 10.833/2003.
Dessa forma, assim como incluído na aba “Rec.N Tarifária Gere”, para fins de cálculo do PIS/COFINS, foi
segregado o cliente Priority – Collinson Group (contratos M-BSB1-548, M-BSB1-549, M-BSB1-550 e M-
BSB1-555) e o cliente Sita US (contrato S-BSB1-386), os quais são caracterizados como receitas provenientes
do exterior, portanto não incidentes de PIS/COFINS.
Quanto ao ISS, há receitas não tarifárias passíveis de tributação de ISS que, são serviços de apoio e acessórios
à prestação de serviços aeroportuários, elencados no item 20.02 da Lei Complementar 116/2003 e, conforme
inciso I, do art. 38 alínea “o” do Decreto 25.508/2005, aplicáveis à alíquota de 2%.
A Agência sugere para fins de cálculo do desequilíbrio, que sejam consideradas as linhas Publicidade, Lojas
Franca, Estacionamento, Combustível, Outras Receitas não tarifárias, Nacional e Serviços à alíquota-teto do
ISS.
Entretanto, a concessionária esclarece que as receitas de Publicidade, Lojas Franca, Estacionamento e
Combustível, são provenientes de cessão de espaço e, portanto, não passíveis de tributação pelo ISS, por não
se tratar de prestação de serviços constantes na Lei Complementar 116/03.
(...)
Dito isto, essa Concessionária concorda com o cálculo realizado relacionado à incidência de PIS/COFINS,
com as devidas exclusões expostas acima, porém indica que na aba “Rec. N Tarifária Gere” no arquivo
“FCM_BSB_GERE” que o ISS aplicado deve ser somente nas linhas de receita nacional, serviços e outras
receitas não tarifárias, exceto serviços de terceiros, o qual não se aplica. Ou seja, foi retirado da planilha a
incidência de ISS sobre a projeção de combustíveis.
Além disso, foi alterada a alíquota de ISS aplicada para 2% sobre as mencionadas linhas de receita e não de
apenas 0,5% conforme indicado, tal mudança acarretou um valor a menor em aproximadamente R$ 111 mil,
desfavorável à Concessionária.
51. A GEIC/SRA, por meio do Despacho 4817053 observa:
(...)
Com base na fundamentação da concessionária, entendemos que são sujeitas a ISS pela alíquota de 2% as
linhas "Nacional", "Serviços" e "Outras Receitas Tarifárias", observada a exclusão dos valores referentes à
"Serviços de Terceiros".
As exclusões supracitadas estão detalhadas na aba  “Rec.N Tarifária Gere” do arquivo
"FCM_BSB_CONCESSIONARIA", constante do Anexo 4817053, apenas para o cenário Baseline.
Sugere-se que, para o cenário Forecast até o resto do ano, sejam utilizadas as mesmas alíquotas implícitas do
dados realizados entre março e agosto (constantes na aba DRE_Forecast), ou seja,  uma alíquota  de 9%,
considerando o agregado dos tributos de PIS, Cofins e ISS, para o total de receitas não tarifárias, e o
correspondente de 11,25% para as receitas tarifárias:

vi. Provisão para Perdas Esperadas com Crédito de Liquidação Duvidosa - PECLD

52. O documento Fundamentação esclareceu que o percentual estabelecido para PCDL (Provisão para
Créditos de Liquidação Duvidosa)  em relação a Receita Bruta da Concessionária era bastante elevado quando
comparado a média dos aeroportos que apresentaram pleitos de Revisão Extraordinária à ANAC em decorrência
da pandemia de COVID-19. De acordo com aquele documento:
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Além disso, entende-se que o fato de a maior parte das Concessionárias adotarem percentuais abaixo de 1,66%
é um indício de que o percentual adotado pela Concessionária de Brasília é elevado. O percentual de 1,66%,
adotado por uma das Concessionárias, ainda é próximo do percentual de -1,49% que corresponde à média dos
valores dos Aeroportos A, C, E, H e I, ou seja, próximo da média após se retirar os aeroportos que apresentam
a maior diferença (Aeroportos de Brasília e Aeroporto D) e os aeroportos para os quais  que não houve  a
inclusão do PECLD/PDD no Fluxo de Caixa Marginal  (Aeroportos F e G).
53. Mais importante, destacou-se que eventual aceitação desses percentuais teria ainda o condão de
afetar os esforços da Concessionária, e, por sua vez, afetar a probabilidade de recebimento efetivo das contas a
receber.
54. Diante desse posicionamento, a Concessionária apresentou os seguintes argumentos:
Acreditamos que a mera comparação entre aeroportos nos parece simplista e inadequada, principalmente em
momento de crise, pois existem algumas especificidades de cada Concessionário que devem ser observadas.
i. Quantidade de PAX e Volume do Contas a Receber:
A volumetria de passageiros e aeronaves do aeroporto influi nas negociações, principalmente com as
companhias aéreas. Dessa forma, os aeroportos com uma menor volumetria de operações, por consequência,
não terão volumes financeiros relevantes envolvidos nas negociações.
Ao passo que o Aeroporto de Brasília está entre os três principais aeroportos do país no volume de
passageiros, por estratégia financeira das companhias aéreas, tentaram ao máximo postergar os pagamentos,
bem como dos seus maiores fornecedores, com o intuito de preservar sua posição de caixa. Sendo assim,
observamos um incremento na inadimplência das principais companhias aéreas do país.
ii. Processos internos de cada companhia:
Somos o único aeroporto no Brasil com a certificação SOX. Isso se traduz em processos internos consistentes
e confiáveis, tanto diante da visão dos acionistas quanto em relação a legislação em vigor.
Além disso, temos aprovado como processo interno auditado, o provisionamento em PCLD conforme abaixo:
i. Companhias aéreas: títulos vencidos com mais de 60 dias;
ii. Demais clientes: títulos vencidos com mais de 180 dias;
iii. Pode-se avaliar individualmente a provisão em PCLD e modificar os prazos acima, caso algum cliente
apresente risco de crédito elevado.
iii. Normas contábeis:
55. Com relação ao argumento de que a inadimplência é maior em aeroportos maiores, destaca-se que
não se verificou correlação entre o tamanho dos aeroportos e o percentual estabelecido para da PCDL apresentado
para fins de Reequilíbrio. Com efeito, a Concessionária do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, o aeroporto
que aufere menos receitas entre os nove aeroportos que pleitearam Revisão Extraordinária em decorrência da
pandemia de COVID-19, apresentou um percentual de PCDL no cenário forecast superior a 6 aeroportos.
56. Quanto ao segundo ponto, esta área técnica compreende o argumento segundo o qual cada
companhia realiza seus procedimentos internos de uma forma específica, e isso poderia explicar as diferenças
entre os valores apresentados nos pleitos. Contudo, esta área técnica não tem elementos suficientes até o presente
momento para propor à Diretoria Colegiada que todo o valor reconhecido nas demonstrações contábeis das
Concessionárias seja considerado para fins de equilíbrio econômico-financeiro. Assim, propõe-se que este ponto
seja revisitado quando da revisão do fluxo de caixa marginal previsto para ocorrer no próximo ano.
57. Ante todo o exposto, esta área técnica mantém a proposta de utilizar o percentual de 1,66%
de diferença entre os cenários baseline e forecast.
58. Ante todo o exposto, em razão dos argumentos trazidos pela Concessionária em sua manifestação e
dos ajustes considerados por esta área técnica, o montante do desequilíbrio decorrente do evento corresponde a R$
(EXTENSO), na data base de 18 de dezembro de 2020:

59. Esse valor deverá ser ajustado, posteriormente, pelo fluxo de caixa operacional (cenário forecast)
efetivamente realizado até setembro de 2020.
7. CONCLUSÃO
60. Esta Nota Técnica teve como objetivo analisar os argumentos trazidos pela Concessionária do
Aeroporto Internacional de Brasília – Inframérica em face da Nota Técnica nº 65/2020/GERE/SRA (4672112) 

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que apresentou proposta de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro em virtude dos efeitos da pandemia
de COVID-19.
61. Em razão da análise empreendida no decorrer desta Nota Técnica conclui-se que o montante de
desequilíbrio devido corresponde a R$ 179.848.036,35 (cento e setenta e nove milhões, oitocentos e quarenta e
oito mil, trinta e seis reais e trinta e cinco centavos), na data de 18 de dezembro de 2020. Esse valor deverá ser
ajustado, posteriormente, pelo fluxo de caixa operacional (cenário forecast) efetivamente realizado até setembro
de 2020.
62. Destaca-se que a Concessionária propõe a recomposição por meio do abatimento das contribuições
fixa e variável. Entretanto, eventual aprovação desta proposta pela Diretoria deve ser sucedida de comunicação ao
Ministério da Infraestrutura, para que este seja instado a se manifestar, conforme previsto no parágrafo 1º do art.
18 do Decreto nº 7.624, de 22 de novembro de 2011.
63. Diante do exposto, esta área técnica entende que o pedido de reequilíbrio está apto para deliberação
pela Diretoria Colegiada da ANAC.
64. É a nota técnica.

Viviane Franco Moser


Gerente Técnica de Análise Econômica
65. De acordo. Encaminhe-se para apreciação do Superintendente de Regulação Econômica de
Aeroportos e, em seguida, considerando a orientação constante do Parecer
nº  00008/2017/PG/PFEANAC/PGF/AGU (1139808), recomenda-se o encaminhamento do presente processo
para  análise da Procuradoria Federal junto à ANAC  quanto aos aspectos de regularidade e legalidade do
procedimento adotado pela Agência. Recomenda-se, em sequência, o encaminhamento dos autos à Diretoria para
deliberação, caso não haja objeções ou recomendações por parte da d. Procuradoria.

José Barreto de Andrade Neto 


Gerente de Regulação Econômica

Documento assinado eletronicamente por José Barreto de Andrade Neto, Gerente de Regulação
Econômica, em 13/10/2020, às 17:40, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º,
do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Viviane Franco Moser, Gerente, em 14/10/2020, às 09:44,
conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de
2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://sei.anac.gov.br/sei/autenticidade,


informando o código verificador 4862316 e o código CRC 13713AF2.

Referência: Processo nº 00058.024189/2020-12 SEI nº 4862316

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