A ideia de superioridade europeia, Europa como centro do mundo (eurocentrismo),
também como a religião cristã, atrelada a ideia de única verdade existente, foram os fatores que mudaram completamente o curso da história e cultura do Brasil pré-colonial. Mesmo antes do início da colonização, o Brasil já era um território que possuía seus próprios povos, que tinham suas próprias línguas, culturas e crenças, que foram quase completamente apagadas com a chegada dos portugueses. Por mérito dos europeus e da igreja esses povos tiveram suas religiões arrancadas, culturas reprimidas, histórias apagadas e foram feitos de escravos no próprio lar, até terem sido quase completamente dizimados de sua própria terra natal. Nos dias de hoje, a quantidade de indígenas é menor que 20% da população original, constituindo 0,47% da população brasileira. Essa história se repetiu, com os povos africanos que, por serem considerados inferiores e menos evoluídos foram arrancados de suas casas, levados até um lugar desconhecido para serem escravizados, onde tiveram seus nomes trocados e culturas silenciadas. Sequelas desses períodos são visíveis até hoje, tanto por meio do preconceito direto contra indígenas e afrodescendentes mas também pela desvalorização de suas culturas e obras de arte, onde para muitas pessoas a arte de um indígena ou afro-brasieliro se resume a artesanato mas quando feito por um europeu é valioso e raro a ponto de precisar ser exposto.