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em terreno constituído pela acessão e por um pequeno pomar. Pouco antes de iniciar obras no imóvel, Aline
precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar sua mãe que se
encontrava gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São Paulo. Aline comentou a
viagem com vários vizinhos, dentre os quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o
imóvel no período.
Ao retornar da viagem, Aline encontrou o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, que nele ingressaram para fixar
moradia, acreditando que Aline não retornaria a São Paulo. No período, João Paulo e Nice danificaram o telhado
da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a
cidade, provocou graves infiltrações no imóvel, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além
disso, os ocupantes vêm colhendo e vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo
estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) até a data em que Aline, 15 dias após tomar ciência do ocorrido,
procura você, como advogado.
Na qualidade de advogado (a) de Aline, elabore a peça processual cabível voltada a permitir a retomada do imóvel
e a composição dos danos sofridos no bem. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.
em face de JOÃO PAULO, nacionalidade..., estado civil..., profissã o..., portador da cédula de
identidade RG nº... e inscrito no CPF sob o nº..., com usuá rio do endereço eletrô nico..., e
NICE, nacionalidade..., estado civil..., profissã o..., portadora da cédula de identidade RG nº...
e inscrito no CPF sob o nº..., com usuá rio do endereço eletrô nico..., ambos, residentes e
domiciliados no endereço..., na cidade de Sã o Paulo/SP, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos:
I – DOS FATOS
A Requerente é proprietá ria de uma pequena casa situada na cidade de Sã o Paulo, no qual
reside no respectivo imó vel há cerca de 5 anos, em terreno constituído pela acessã o e por
um pequeno pomar.
Um pouco antes de iniciar obras em seu imó vel, a Requerente teve que viajar com urgência
para o interior de Minas Gerais, uma vez que sua mã e estava gravemente doente. A mesma
pretendia ficar fora de casa por 2 meses e, em face disso, resolveu comunicar seus vizinhos
Joã o Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, com o objetivo de que realizassem a tutela do imó vel
no período citado anteriormente enquanto estivesse ausente.
Entretanto, ao retornar de viagem, a Requerente encontrou o imó vel ocupado por Joã o
Paulo e Nice, que ingressaram nela acreditando que Aline nã o retornaria. E no período em
que estiveram na casa, fora constatado que danificaram o imó vel, uma vez que instalaram
uma antena pirata no telhado do imó vel, o que acarretou em graves infiltraçõ es no imó vel
devido à s fortes chuvas que caíram sobre a cidade. E sendo assim, o dano gerado é
estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais).
Além disso, desde que ocuparam irregularmente o imó vel, os Réus vêm colhendo e
vendendo boa parte da produçã o de laranjas do pomar, percebendo os rendimentos da
venda desses frutos, gerando um prejuízo estimado em R$ 19.000,00 (dezenove mil reais)
até a presente data.
II – DO DIREITO
Em razã o dos fatos narrados, é patente a comprovaçã o do acontecimento do esbulho
possessó rio, no qual se evidencia a perda da Autora na posse de seu bem para os
Requeridos, de forma clandestina e ilegal, preenchendo os requisitos do art. 561 do CPC.
Dessa forma, a Autora possuí o direito da reintegração da posse do imóvel, em razão da posse
de ma-fé e injusta dos Requeridos, conforme arts. 1200 e 1201 do Código Civil.
Art. 1200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Art. 1201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Ademais, fora constatado que os Requeridos danificam o imó vel ao instalar antena pirata
no telhado, acarretando graves infiltraçõ es em razã o de grandes chuvas ocorridos no
período, havendo um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais), conforme
documentaçã o em anexo. Assim, em razã o da posse ilícita que exerciam, geraram um dano
imediato ao patrimô nio da Requerente, devendo haver reparaçã o a título de danos
materiais emergentes, nos moldes do art. 1218 do Có digo Civil.
Art. 1218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se
provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
E devido ao fato dos ocupantes estarem auferindo vantagem econô mica com a venda de
frutos, da colheita de laranjeiras do pomar do imó vel, gerando um prejuízo estimado em R$
19.000,00 (dezenove mil reais) à Autora, deverá haver reparaçã o a título de lucros
cessantes, com fundamentaçã o no art. 1216 do Có digo Civil.
Art. 1216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por
culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da
produção e custeio.
Em face dos artigos supracitados, a cumulaçã o objetiva dos pedidos é possível, conforme
incisos I e II do art. 555, do CPC, in fine:
Ademais, a Autora detém a posse justa anterior ao acontecimento dos Réus, no qual estes
obtiveram de forma irregular, através de um ato clandestino, tornando a posse destes
injusta e de ma-fé. Sendo assim, a posse é considerada nova, pois o esbulho ocorreu
conforme previsto no aludido artigo. E em face do perigo na demora de uma decisã o
judicial, devido ao fato de que o imó vel poderia ser ainda mais deteriorado e os frutos do
pomar continuarem a serem vendidos de forma indevida, requer-se a expediçã o de
mandado liminar de reintegraçã o de posse, conforme art. 562 do Có digo de Processo Civil.
IV – DOS PEDIDOS
Pede deferimento.
(Nome do advogado)
OAB/UF XXX-XXX
Fonte: https://www.jurisway.org.br/provasOAB/oab2afase.asp?id_questao=905