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Capítulo 3 Processos sensoriais, percepção e consciência • 117

momento, para ilustrar, pense que está vendo um pinhei- manter determinadas características inerentes aos objetos
ro a distância. Uma árvore de 2 metros de altura vista a (por exemplo, a forma retangular inerente à porta) , mes-
uma distância de 100 metros produzirá a mesma imagem mo quando o ângulo da porta com relação à sua pessoa
na retina que uma árvore de 4 metros vista a uma distância crie uma forma trapezoidal na sua retina.
de 200 metros (como seria um número infinito de outras
combinações de altura-distância). O problema "muitos-
-para-um" vincula a decisão , com base em uma imagem RESUMO DA SEÇÃO
retinal, que seriam as infinitas combinações possíveis en-
• O estudo da percepção lida com a questão sobre como
tre tamanho e distância que dão origem à imagem retinal.
os organismos processam e organizam informações sen-
O sistema visual deve resolver esse problema usando ou-
soriais novas a fim de (1) formar uma representação coe-
tras informações - ambas as informações já armazenadas rente ou modelo do mundo dentro do qual o organismo
no cérebro (por exemplo, essas árvores são aquelas de Na- vive; e (2) usar essa representação para resolver natu-
tal que geralmente têm 2 metros de altura , e não 4 metros) ralmente os problemas que ocorram, tais como navegar,
e dicas visuais adicionais (por exemplo, a pessoa ao lado pegar e planejar.
da árvore tem quase a mesma altura da árvore). • As cinco principais funções do sistema perceptivo são:
De forma mais genérica, fazer inferências dos dados (1) determinar de que parte do ambiente sensorial parti-
sensoriais para o estado do ambiente que dá origem aos cipar; (2) localizar ou determinar onde estão os objetos;
dados requer suposições sobre como o mundo se jun- (3) reconhecer ou determinar o que são os objetos; (4)
ta - pássaros devem ser vistos sobre cavalos, fornos ge- abstrair as informações críticas dos objetos; e (5) man-
ralmente estão perto de geladeiras, a cena geralmente é ter a aparência dos objetos constante, mesmo que suas
iluminada por uma única fonte de luz , e assim por dian- imagens retinais mudem. Outra área de estudo é como
te. Portanto, a percepção é o uso de tais suposições para se desenvolvem as capacidades perceptivas.
integrar informações sensoriais recebidas ao modelo do
mundo , com base no qual tomamos decisões e agimos.
Geralmente, esse processo funciona bastante bem e, por
exemplo , uma barraca amarela no ambiente produz um
ATENÇÃO
modelo - uma percepção - de uma barraca amarela em
nossa mente. Algumas vezes não dá tão certo: uma barra- Enquanto isso , o humano bombardeado geralmen-
ca amarela no ambiente gera uma percepção de um urso te está envolvido em tentar realizar alguma tarefa. Essa
em nossa mente, e nós atiramos nele. tarefa pode ser simplesmente beber uma xícara de café
ou uma tarefa tão complexa como fazer uma cirurgia de
Cinco funções da percepção
cérebro, ou algo no meio-termo, como tentar digerir as
A percepção é suficientemente complexa para que informações deste livro. Seja qual for a tarefa , contudo,
toda forma de classificação deve ser, de alguma maneira, somente uma pequena porção de fluxo de informações
arbitrária. Para fins organizacionais, contudo, é útil divi- recebidas é relevante; a grande maioria é irrelevante.
dir as questões perceptivas em cinco categorias. A primei- Esse estado de coisas implica que os sistemas sensoriais
ra categoria é o processo de atenção: uma decisão deve ser e o cérebro devem ter algum meio de triar as informa-
tomada sobre quais informações recebidas serão processa- ções recebidas - permitindo que as pessoas selecionem
das mais adiante e quais serão descartadas. (Eu tenho de somente as informações relevantes à tarefa presente para
escutar a conversa à minha esquerda que parece se referir o processamento perceptivo e ignorar as informações ir-
à minha esposa ou a conversa à minha direita que pa- relevantes. Se esse processo de triagem não existir, as in-
rece envolver o resultado do jogo de cricket?) Segunda formações irrelevantes esmagarão as relevantes e nunca
categoria: o sistema deve poder determinar onde estão os conseguiremos fazer nada.
objetos de interesse. (O objeto potencialmente perigoso A capacidade de perceber seletivamente um pequeno
está a uma distância de um braço, a centenas de metros ou subconjunto de todas as informações no ambiente é o
onde?) Terceira categoria: o sistema perceptivo deve po- tópico desta seção. Agora, acredita-se que essa aparente-
der determinar quais objetos estão por aí. (Estou olhando mente simples capacidade de envolver três conjuntos se-
para uma barraca ou para um urso?) Quarta categoria: o parados de processos é automaticamente diferenciada no
sistema deve poder abstrair as características críticas do cérebro (por exemplo, Fan et al., 2002). Uma é responsá-
objeto reconhecido . (Um sofá, mesmo que com dobras e vel por nos manter alerta. Por exemplo, uma controladora
quebras, será razoavelmente percebido e descrito como de tráfego aéreo precisa se manter alerta para saber por
"retangular" ainda que sua forma não seja um retângulo quantos aviões é responsável ; se esse sistema falhar, isso
perfeito.) Essa capacidade de abstração está fortemente pode levar a um lapso desastroso de atenção . O segundo
relacionada à quinta categoria das questões de percep- sistema é responsável por orientar os recursos de proces-
ções, a constância perceptiva: o sistema perceptivo deve samento com relação a informações relevantes às tarefas
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(por exemplo, focar uma voz para entender o que está gem contendo um objeto que era raro ou não raro dentro
sendo dito); e o terceiro, que muitas vezes é chamado de de um contexto de fundo. Por exemplo, é possível mos-
"executivo", decide se queremos continuar a participar trar a um observador uma imagem do pátio de uma fazen-
das informações ou, ao contrário, mudar nossa atenção da com um trator no meio , enquanto um observador verá
para outras informações (por exemplo , "Essa pessoa está a mesma imagem do pátio, porém com um polvo, e não
falando de cloroplastos - Eu não estou interessado(a) em com um trator. As fixações dos olhos foram direcionadas
cloroplastos") . O ponto é que, em vez de ser um processo antes e mais frequentemente ao objeto raro (o polvo) que
único , a atenção é mais bem-vista como algo que envolve ao objeto normal (o trator). (Para fins de controle, ou-
uma série de processos que interagem. A seguir, descreve- tros dois observadores verão as imagens, respectivamen-
mos esses processos de forma mais detalhada. te, com um polvo em uma imagem sob a água e com um
trator na mesma imagem sob a água; nesse caso, o trator
Atenção seletiva será o objeto raro , e o polvo o objeto normal. )
Como, exatamente, dirigimos nossa atenção a objetos Foco da arma
de interesse? O meio mais simples é reorientar fisicamen-
te nossos receptores sensoriais. No caso da visão , isso sig- Uma aplicação prática e útil deste tipo de pesquisa
nifica mover nossos olhos até que o objeto de interesse de movimento ocular envolve o que é chamado foco da
arma: vítimas de crimes que envolvem armas geralmente
caia na fóvea, que, como você deve se lembrar, é a região
são capazes de descrever com precisão como era a arma, e
mais sensível da retina - a região cuja finalidade é proces-
parecem saber relativamente pouco sobre os outros aspec-
sar os detalhes visuais.
tos da cena, tais como a aparência da pessoa que a estava
Movimentos dos olhos apontando , sugerindo que a atenção estava, em princípio,
Os estudos de atenção visual muitas vezes envolvem focada na arma. Estudos de laboratório geralmente con-
fixar os olhos em um observador olhando para uma ima- firmaram essa evidência anedótica (veja Steblay, 1992).
gem ou cena. Se olharmos para os olhos da pessoa, é Loftus, Loftus e Messo (1987) registraram saltos enquan-
evidente que eles não ficam estáticos. Ao contrário , a var- to observadores olhavam uma sequência de slides , um dos
redura visual demora curtos períodos de tempo durante quais mostrava uma pessoa carregando um objeto crítico
os quais os olhos permanecem relativamente estacioná- que podia ser tanto benigno (um talão de cheques) como
rios, chamados fixação dos olhos, separados por rápi- ameaçador (uma faca). Eles observaram que o maior nú-
dos pulos do olho, chamados saltos. Cada fixação dura mero de fixações dos olhos se deu com o objeto crítico,
aproximadamente 300 milissegundos (aproximadamente comparadas à cena com o objeto benigno; em consequên-
um terço de um segundo) , enquanto os pulos são muito cia, os observadores foram menos capazes de reconhecer
rápidos (na casa dos 20 milissegundos). É durante os pe- outros aspectos da cena, como o rosto da pessoa que esta-
ríodos de fixação que as informações visuais são obtidas va segurando o objeto, depois de ver o objeto ameaçador,
do meio ambiente; a visão é essencialmente eliminada du- comparado ao benigno.
rante os pulos.
Monitorando o modelo de fixação do olho da pessoa
na cena, podemos obter um insight considerável sobre
a definição da sequência da atenção visual dessa pes-
soa. Existem inúmeras técnicas para registrar os saltos,
mas todas elas, no fim das contas, produzem um registro
computadorizado de milissegundo em milissegundo de
onde a cena é fixada. Esse registro pode ser usado , entre
outras coisas, para reproduzir a própria cena com a se-
quência de fixações sobre ela, como mostrado na Figura
3.31. Em geral, os pontos sobre os quais os olhos se fi-
xam não são aleatórios; são as áreas da cena que contêm
mais informações. A definição exata de "informação" vai
além do escopo deste livro, mas neste contexto refere-se,
aproximadamente, a essas áreas que mais provavelmente
diferenciarão a cena que está sendo vista de outra cena si-
milar. Por exemplo, como mostrado na Figura 3.31 , uma
pessoa que olha para um rosto faz muitas fixações nos
Figura 3.31 Movimentos dos olhos quando veem uma imagem. A
olhos, nariz e boca - essas características se diferenciam direita da imagem da menina há um registro dos movimentos oculares
mais eficientemente em um rosto que em outro. Loftus e feitos por um indivíduo inspecionando a imagem. (D. L. Yarbuss (1967). Eye
Mackworth (1978) demonstraram a relação entre as fixa- Movements and Vision, Plenum Publishing Corporation. Reproduzida com
ções e as informações pictóricas apresentando uma ima- autorização do editor.)
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Atenção dirigida sem movimento dos olhos Atenção, percepção e memória


Embora, em geral, fixemos o que nossos olhos veem, Com algumas advertências a serem descritas no Ca-
nós podemos também responder seletivamente a um estí- pítulo 4, uma regra geral emergiu sobre a relação entre
mulo visual sem mover nossos olhos. Nos experimentos atenção e memória tardia: conscientemente, não per-
que demonstram isso , os observadores devem detectar cebemos as coisas, e pouco ou nada lembramos sobre
quando aparece um objeto. Em cada ensaio, a pessoa olha informações não percebidas. No domínio auditivo, um
para um ponto fixo e depois vê uma breve dica levando- procedimento conhecido como sombreamen to (shado-
-a a olhar para a esquerda ou para a direita. O objeto é, wing) é usado para demonstrar isso. O observador usa
então, apresentado, seja no local indicado pela dica, seja fones de ouvido estéreo; contudo, cada uma das orelhas
no lado oposto. O intervalo entre a dica e o objeto é muito recebe mensagens completamente diferentes. Pede-se
breve para que os observadores movam os olhos, mas eles que a pessoa repita (ou "sombreie") uma das mensagens
podem detectar o objeto mais rápido quando ocorre no como a ouviu. Após alguns minutos as mensagens são
local indicado pela dica que em outro. Presumivelmente, desligadas e se pergunta ao ouvinte sobre a mensagem
eles observam o local indicado pela dica mesmo que não não sombreada. O relatório do ouvinte sobre a mensa-
possam mover os olhos naquela direção (Posner e Raich- gem geralmente é limitado às características físicas do
le, 1994).
som no ouvido não sombreado - se a voz estava alta ou
baixa, masculina ou feminina , e assim por diante; ele
Atenção auditiva
ou ela consegue dizer quase nada sobre o conteúdo da
A atenção é multimodal, ou seja, pode se mover den- mensagem e, de fato , sequer percebe quando o idioma
tro de uma modalidade (por exemplo, de um estímulo vi- muda de inglês para francês e depois de volta para o
sual para outro) ou entre modalidades (todos já tivemos inglês (Moray, 1969) . Loftus (1972) reporta um achado
experiências mudando nossa atenção de olhar para a rua, análogo para a visão. Ele mostrou duas imagens, lado
enquanto dirigimos, para ouvirmos a pessoa que acabou a lado, porém pediu ao observador que olhasse somen-
de nos ligar no celular). Boa parte da pesquisa original so- te uma delas (e monitorou os movimentos oculares do
bre atenção foi feita sobre a atenção auditiva (por exem- observador para garantir que assim o fizesse) . O achado
plo, Cherry, 1953). Um análogo da vida real do trabalho foi que a memória tardia foi considerável para a imagem
de Cherry é uma festa lotada. Os sons de muitas vozes observada, porém foi nula para a não observada.
bombardeiam nossos ouvidos. Contudo, podemos usar O fato de que pouco podemos reportar sobre mensa-
meramente meios mentais para observar seletivamente a gens auditivas que não percebemos, inicialmente, levou
mensagem desejada. Algumas das dicas que usamos para os pesquisadores à ideia de que estímulos não percebi-
fazer isso são: a direção de onde o som vem, os movimen- dos são filtrados e excluídos completamente (Broadbent,
tos dos lábios do orador, as características particulares da 1958). Contudo, agora há evidências consideráveis de
voz do orador (nível e entonação). Mesmo na ausência de que nosso sistema perceptivo processa até certo ponto
qualquer uma das dicas , podemos (ainda que com dificul- os estímulos não percebidos (tanto na visão como na au-
dade) selecionar uma de duas mensagens para seguir com dição), mesmo que esses estímulos raramente atinjam a
base em seu significado. consciência. Um elemento de prova para o processamento
inicial de estímulos não percebidos é que muito provavel-
mente ouviremos o som do nosso próprio nome, mesmo
que ele seja sussurrado no meio de uma conversa da qual
não estamos participando. Isso não poderia acontecer se
toda mensagem não percebida tivesse se perdido em ní-
veis mais baixos do sistema perceptivo. Portanto, a falta
de atenção não bloqueia as mensagens inteiramente; ao
contrário, as atenua; é quase como um controle de volu-
me que é abaixado , mas não desligado (Treisman, 1969).

Custos e benefícios de participar


seletivamente dos estímulos
Como a seção anterior mencionou , um custo de ob-
servar seletivamente as informações é que os observa-
dores, muitas vezes, são abstraídos com relação a outros
estímulos no ambiente potencialmente importantes. Por
Embora possamos ouvir várias conversas ao nosso redor, como em exemplo, Simons e Chabris (1999) mostraram aos par-
uma festa, lembramos muito pouco daquilo em que não prestamos ticipantes um filme com estudantes passando a bola de
atenção. Isso é conhecido como audição seletiva. basquete uns aos outros; a tarefa dos observadores era
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contar o número total de passes. Durante o filme , uma


pessoa vestida de gorila foi andando em direção ao meio de perceber seletivamente é mediada por processos que
da cena. Como as pessoas estavam prestando atenção à se dão em estágios precoces do reconhecimento, bem
bola , quase ninguém percebeu o gorila! Essa cegueira por como por processos que ocorrem somente após a deter-
desatenção está diretamente relacionada à cegueira para minação do significado da mensagem.
mudanças , que é a falha das pessoas em observar mudan- • Não prestando atenção em grande parte do ambiente- ou
ças até em grande escala nas cenas. Um caso interessante seja, ignorando essas partes -, perdemos a capacidade
concernente a isso foi demonstrado por Simons e Levin de lembrar bem delas. Contudo, essa atenção seletiva
(1998) no campus da Universidade de Cornell, no estado reduz a quantidade necessária de processamento das in-
de Nova York. Em cada repetição do experimento, um es- formações até um ponto em que pode ser administrado
tudante parou um pedestre e perguntou onde ficava um pelo cérebro.
prédio . Enquanto o pedestre respondia , duas pessoas car-
regando uma porta opaca passavam entre as duas pessoas,
bloqueando temporariamente a visão do pedestre sobre o PENSAMENTO CRITICO
estudante; nesse momento , o estudante trocava de lugar
Parece bastante claro que a atenção pode ser monito-
com um dos carregadores da porta. Em menos da metade
rada olhando para onde a pessoa olha. Imaginemos que
das vezes os sujeitos se deram conta de que agora estavam
você supõe que a atenção visual seletiva pode ir de um
falando com outra pessoa! Manipulações que dirigem a
lugar para outro no ambiente mesmo com os olhos fixos.
atenção ao rosto do orador reduziram substancialmente
Como você testaria essa hipótese?
esse efeito de cegueira para mudanças.
2 Como a atenção seletiva ajuda a percepção nas circuns-
Essas pessoas que podem trocar a atenção entre con-
tâncias do dia a dia? Quais seriam as consequências de
juntos de informações foram recentemente estudadas de
dirigir um carro em uma cidade em que ninguém tem
modo interessante na ciência médica em cirurgias de cata-
capacidade de prestar atenção seletivamente? Que tipos
ratas, que ocorrem quando a lente do olho começa a ficar
de acidentes poderiam ocorrer com maior frequência do
embaçada e não mais transmite a luz adequadamente. O
que ocorrem hoje? Poderiam alguns tipos de acidentes
procedimento típico é retirar a lente embaçada e substi-
ocorrer com menor frequência?
tuí-la por uma artificial, clara. Contudo , diferente da lente
natural que pode ajustar sua espessura ao foco nos ob-
jetos em diferentes distâncias , as lentes artificiais usadas
geralmente são rígidas. Como resultado disso , as pessoas LOCALIZAÇÃO
que as recebem podem ver claramente objetos que estão,
pelo menos, a três pés de distância , porém precisam de Antes , descrevemos diversos problemas que os huma-
óculos especiais para objetos que estão perto e para ler. nos devem resolver para os quais a localização das infor-
Novas lentes artificiais foram desenvolvidas na forma mações é relevante. Esses problemas mais importantes
de numerosos anéis concêntricos, nas quais os anéis al- são (1) navegar em volta de um ambiente muitas vezes
ternados focam tanto objetos próximos como distantes. confuso (pense no que é necessário para ir da cama até a
Consequentemente, duas imagens são projetadas simul- pia da cozinha sem bater em alguma coisa) ; e (2) apertar
taneamente na retina - uma na qual os objetos próximos um objeto (para, suavemente, guiar seus dedos buscando
estão focados e os distantes ficam vagos; e uma segunda a caneta, você precisa saber onde a caneta está, só para
na qual a situação se inverte. começar) .
Para saber onde os objetos estão no nosso ambiente, a
primeira coisa que devemos fazer é separar os objetos uns
RESUMO DA SEÇÃO dos outros e do fundo (ou background). Depois, o sistema
• Atenção seletiva é o processo por meio do qual sele- perceptivo pode determinar a posição dos objetos em um
cionamos os estímulos para processamento ulterior en- mundo tridimensional, incluindo sua distância até nós e
quanto ignoramos outros. Na visão, o meio primário de seus padrões de movimento. Nesta seção, discutiremos
direcionar nossa atenção são os movimentos dos olhos. cada uma dessas capacidades perceptivas.
A maioria das fixações dos olhos se dá nas partes mais Separação dos objetos
informativas, ou seja, raras da cena.
• A atenção seletiva ocorre também com a audição. Geral- A imagem projetada em nossa retina é um mosaico de
mente podemos ouvir seletivamente usando dicas, tais diversos brilhos e cores. De alguma forma nosso sistema
como a direção de onde o som vem e as características perceptivo organiza esse mosaico em um conjunto de ob-
da voz do orador. jetos discretos projetados contra um fundo . Esse tipo de
• Na maioria dos casos, conseguimos nos lembrar somen- organização foi a grande preocupação dos psicólogos da
te daquilo em que prestamos atenção. Nossa capacidade Gestalt. (Lembre-se do Capítulo l ; vimos que a psicologia
da Gestalt foi uma forma de abordagem à psicologia que

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