EXCELENTÍSSIMO MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR
DO TRABALHO
RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA
Recorrente: FULANO DE TAL
Recorrida: EMPRESA LTDA.
Processo nº 123456/2020
Origem: 16º VT/ SÃO PAULO
E. Tribunal
“Data venia”, o v. acórdão proferido pelo D. Tribunal, não
pode prosperar, no que se refere às horas extras pelos turnos ininterruptos de revezamento e com relação ao adicional de transferência, posto que contrário à Lei Federal e divergente da jurisprudência consolidada do TST e de outros Regionais. Vejamos:
Demonstra-se a transcendência social e política, nos termos do art. 896-A, da CLT,
uma vez que desrespeitada interpretação sumulada do Tribunal Superior do Trabalho, em relação ao tema das horas extras e adicional de transferência, sendo certo que a postulação do autor encontrasse constitucionalmente assegurada, nos termos do art. 7º, caput e XIV da Constituição Federal. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - HORAS EXTRAS E REFLEXOS
Quanto ao tópico em referência, assim decidiu o E.
Regional:
“2. Conforme bem entendeu o MM. Juízo de origem, o
regime de trabalho cumprido pelo autor não permite subsunção ao sistema de turnos ininterruptos de revezamento de que cuida o inciso XIV do artigo 7º da Constituição da República.
Com efeito, a análise dos controles de ponto não permite
analogia com a periodicidade semanal ou mesmo mensal que é da essência do regime de turnos de revezamento. Ao contrário, verifica-se das escalas de horário do autor que por vários meses seguidos o seu turno de trabalho permaneceu inalterado, a exemplo do período de agosto de 2016 a janeiro de 2017 (fls. 306/308).
Assim, a permanência dos horários de trabalho por vários
meses seguidos significa que, apesar das modificações, há tempo razoável para adaptação entre as mudanças de jornada na hipótese, sem resultar na condição mais desgastante e penosa na prestação de serviços, de significativo prejuízo ao convívio social e familiar, que a norma constitucional busca tutelar.
Nesse sentido se orienta a jurisprudência deste E.
Tribunal Regional do Trabalho, cujo entendimento sobre a caracterização do regime de turnos ininterruptos de revezamento, cristalizado no item I de sua Súmula nº 55, aponta que a "periodicidade de alternância" entre turnos pode ser "semanal, quinzenal ou mensal".
Sendo assim, emerge que o MM. Juízo de origem agiu de
maneira acertada ao afastar o direito à jornada especial prevista pela Constituição e, de conseguinte, rejeitar a pretensão ao pagamento de horas extraordinárias excedentes à sexta diária e reflexos, razão por que a sentença não justifica a reforma postulada no recurso.”
“Data venia”, o v. acórdão proferido pelo D. Tribunal, não
pode prosperar, no que se refere às horas extras pelos turnos ininterruptos de revezamento, posto que contrário à Constituição Federal e dissonante da jurisprudência dominante no C. TST e em outros Regionais.
O v. Acórdão não pode prosperar nesse aspecto, pois
como restou incontroverso, o reclamante estava sujeito a turnos ininterruptos de revezamento, sendo que a reclamada não observou o estabelecido no inciso XIV, do art. 7° da CF/88.
O fato de haver mudança de turnos de trabalho, ainda que
operada com periodicidade superior a uma semana ou um mês, acarreta prejuízos à saúde física e mental do trabalhador, desajustando o seu relógio biológico, em decorrência das alterações em seus horários de repouso, alimentação e lazer. Assim, o fato da alternância dos turnos não ser semanal, ou mensal, não descaracteriza o regime de turnos de revezamento.
Assim, a decisão regional atacada, que entendeu
descaracterizado o regime de turnos ininterruptos de revezamento, por ter havido alternância em período superior a uma semana ou mesmo mensal, afronta o art. 7º, XIV, da Constituição Federal.
A intenção da norma, conforme previsto no artigo 7º, XIV,
da CF/88, é reduzir as graves consequências do labor prestado em turnos ininterruptos de revezamento, que atingem não apenas a parte física do trabalhador, mas também suas relações sociais e familiares. O fato de ser a alteração dos turnos efetuada de forma mensal, quadrimestral ou semestral não altera a caracterização e a nocividade do labor em turno ininterrupto de revezamento, sem permitir que o reclamante assuma compromissos a longo prazo ou desfrutar do convívio de forma natural e uniforme em suas relações fora do ambiente de trabalho.
Destaque-se que, em atenção ao art. 896, § 1º-A, da CLT,
o trecho do v. Acórdão atacado que viola a lei e a jurisprudência do TST é oseguinte:
“Com efeito, a análise dos controles de ponto não permite
analogia com a periodicidade semanal ou mesmo mensal que é da essência do regime de turnos de revezamento. Ao contrário, verifica-se das escalas de horário do autor que por vários meses seguidos o seu turno de trabalho permaneceu inalterado, a exemplo do período de agosto de 2016 a janeiro de 2017 (fls. 306/308).
Assim, a permanência dos horários de trabalho por vários
meses seguidos significa que, apesar das modificações, há tempo razoável para adaptação entre as mudanças de jornada na hipótese, sem resultar na condição mais desgastante e penosa na prestação de serviços, de significativo prejuízo ao convívio social e familiar, que a norma constitucional busca tutelar.”
Verifica-se que o E. TRT da 2ª Reg., ao entender que “a
permanência dos horários de trabalho por vários meses seguidos significa que, apesar das modificações, há tempo razoável para adaptação entre as mudanças de jornada na hipótese, sem resultar na condição mais desgastante e penosa na prestação de serviços, de significativo prejuízo ao convívio social e familiar, que a norma constitucional busca tutelar” incorreu em contrariedade à Súmula nº 360 da SBDI-1 desta Corte Superior, tendo dado entendimento diverso ao dado pela SDI-1, uma vez que resta pacificado o entendimento de que, mesmo na hipótese de haver alternância de peridiocidade superior a um mês caracteriza-se o turno ininterrupto de revezamento, conforme previsto no art. 7º, XIV, da CF, conforme se demonstra abaixo: DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-ED-RR - 533-97.2013.5.09.0657 – MINISTRO RELATOR AUGUSTO CESAR LEITE – DJE 14.10.2016
Acórdão atacado Divergência jurisprudencial da SDI-1
“Com efeito, a análise dos controles "RECURSO DE EMBARGOS.
de ponto não permite analogia com a TURNOS ININTERRUPTOS DE periodicidade semanal ou mesmo REVEZAMENTO. mensal que é da essência do regime CARACTERIZAÇÃO. de turnos de revezamento. Ao ALTERNÂNCIA EM PERÍODO contrário, verifica-se das escalas de SUPERIOR A UM MÊS. horário do autor que por vários meses ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL seguidos o seu turno de trabalho N.º 360 DA SBDI-1. O artigo 7º, XIV, permaneceu inalterado, a exemplo do da Constituição Federal, estabelece período de agosto de 2016 a janeiro jornada reduzida para o labor de 2017 (fls. 306/308). realizado em turnos ininterruptos de revezamento. Tal dispositivo trata dos turnos de revezamento para Assim, a permanência dos horários aquelas situações em que o de trabalho por vários meses empregado não tem o seu turno de seguidos significa que, apesar das trabalho fixo, mas varia com alguma modificações, há tempo razoável periodicidade. A norma tem por para adaptação entre as mudanças escopo proteger o trabalhador, de jornada na hipótese, sem minimizando os efeitos maléficos resultar na condição mais que acarretam as mudanças de desgastante e penosa na prestação turno, pois alteram o metabolismo de serviços, de significativo humano, acarretando sérios prejuízo ao convívio social e prejuízos ao empregado. Assim e familiar, que a norma portanto, afigura-se desnecessário à constitucional busca tutelar.” configuração do labor em turnos (original sem grifo) ininterruptos de revezamento que as atividades empresariais completem as vinte e quatro horas, não sendo relevante que o labor abranja os três turnos de trabalho. Deve existir apenas a alternância de horários para que se verifique o aludido regime, ainda que ocorra em período superior a um mês. Logo, tem o empregado direito à jornada reduzida ainda que o trabalho ocorra apenas em dois turnos, desde que um deles seja necessariamente no período noturno, consoante recomenda a Orientação Jurisprudencial n.º 360 da SbDI-1 do TST. Dessa feita, é de ser reconhecido o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para deferir o pagamento de horas extraordinárias excedentes da sexta diária e reflexos, conforme se apurar em liquidação de sentença. Recurso de embargos conhecido e não provido" (E-ED-RR - 533- 97.2013.5.09.0657, Ac. Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Augusto César Leite de Carvalho, DEJT 14.10.2016). (original sem grifo)
DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA
SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR-2001-65.2010.5.02.0053 – MINISTRO RELATOR ALOYSIO CORREIA DA VEIGA– DJE 20.11.2015
Acórdão atacado Divergência jurisprudencial da SDI-1
“Com efeito, a análise dos controles EMBARGOS EM RECURSO DE
de ponto não permite analogia com a REVISTA. HORAS periodicidade semanal ou mesmo EXTRAORDINÁRIAS. mensal que é da essência do regime ALTERNÂNCIA DE HORÁRIOS A de turnos de revezamento. Ao CADA QUATRO MESES. TURNOS contrário, verifica-se das escalas de ININTERRUPTOS DE horário do autor que por vários meses REVEZAMENTO. seguidos o seu turno de trabalho CARACTERIZAÇÃO. RECURSO permaneceu inalterado, a exemplo do DE REVISTA DO RECLAMANTE período de agosto de 2016 a janeiro CONHECIDO E PROVIDO. Não de 2017 (fls. 306/308). importa para a fixação de jornada de seis horas, o fato de o turno ininterrupto de revezamento ser Assim, a permanência dos horários fixado em periodicidade diária, de trabalho por vários meses semanal, quinzenal ou mensal, seguidos significa que, apesar das bastando que o autor se ative em modificações, há tempo razoável jornada que lhe é assegurada para adaptação entre as mudanças constitucionalmente, com o fim de de jornada na hipótese, sem mitigar os efeitos do desgaste resultar na condição mais decorrente de trabalho em jornada desgastante e penosa na prestação especial. Ainda que a alternância de serviços, de significativo ocorra de quatro em quatro prejuízo ao convívio social e meses, é certo que pressupõe familiar, que a norma mudança no ritmo biológico do constitucional busca tutelar.” empregado e prejuízo ao convívio (original sem grifo) familiar, incumbindo a proteção constitucional trazida pelo inciso XIV do art. 7º da Constituição Federal. Embargos conhecidos e desprovidos. (E-RR-2001- 65.2010.5.02.0053, Ac. Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Aloysio Correia da Veiga, DEJT 20.11.2015). (original sem grifo)
DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA
SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR-1923-13.2011.5.02.0061– MINISTRO RELATOR ALEXANDRE AGRA BELMONTE – DJE 20.05.2016 Acórdão atacado Divergência jurisprudencial da SDI-1
“Com efeito, a análise dos controles RECURSO DE EMBARGOS
de ponto não permite analogia com a INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA periodicidade semanal ou mesmo LEI Nº 13.015/2014. TURNOS mensal que é da essência do regime ININTERRUPTOS DE de turnos de revezamento. Ao REVEZAMENTO. contrário, verifica-se das escalas de CARACTERIZAÇÃO. horário do autor que por vários meses ALTERNÂNCIA DE TURNOS A seguidos o seu turno de trabalho CADA QUADRIMESTRE. Discute- permaneceu inalterado, a exemplo do se, no caso, se a alternância entre período de agosto de 2016 a janeiro turno noturno e diurno ocorrida a de 2017 (fls. 306/308). cada quatro meses de trabalho caracteriza turnos ininterruptos de revezamento. O fato de a Assim, a permanência dos horários alternância dos turnos não ser de trabalho por vários meses semanal, mas quadrimestral, não seguidos significa que, apesar das descaracteriza o regime de turnos modificações, há tempo razoável de revezamento. Esta Corte tem para adaptação entre as mudanças entendimento no sentido de que de jornada na hipótese, sem não se revela imprescindível à resultar na condição mais caracterização do aludido regime desgastante e penosa na prestação a alternância semanal, bastando de serviços, de significativo que se estabeleça a situação de prejuízo ao convívio social e alternância de turnos, familiar, que a norma acarretando maior desgaste para constitucional busca a saúde e para a vida familiar e tutelar.”(original sem grifo) social do trabalhador. Precedentes. Recurso de embargos conhecido por divergência jurisprudencial e desprovido. (E-RR- 1923-13.2011.5.02.0061, Ac. Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro Alexandre Agra Belmonte, DEJT 20.05.2016). (original sem grifo)
Ora Srs. Ministros, o entendimento do E. Regional
além de violar literal dispositivo da Constituição Federal, é dissonante da jurisprudência pacífica dessa Corte, motivo pelo qual o C. TST deve conhecer e prover o recurso, a fim de restabelecer a ordem legal, reconhecendo-se o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento, deferindo-se ao autor o direito às horas extraspostuladas.
Reitere-se que a matéria foi devidamente
prequestionada, conforme estabelece a Súmula 297, do C. TST.
Estando demonstrado que a interpretação da decisão
do E. TRT da 2ª Região diverge daquelas estabelecidas nos julgados SBDI-1, além de violar a Constituição Federal, requer que o presente recurso de revista seja admitido com fulcro no artigo 896, alíneas “a” e “c”, e, no mérito, lhe seja dado provimento, porcontrariedade ao enunciado da Súmula 360 e demais julgados da SDI-1 e violação do art. 7º, XIV, da CF/88, requerendo o recorrente a reforma da decisão regional quanto aos turnos de revezamento, condenando-se a ré ao pagamento das horas extras conforme pedido inicial.
DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA
Quanto a esse aspecto E. Regional entendeu que (fl.
527):
Contudo, o entendimento da r. decisão não pode prevalecer. A decisão
contraria o artigo 469, § 3º, da CLT, sendo certo, ainda, que édivergente ao entendimento de decisões do pleno do C. TST, assim como ao disposto na OJ 113, da SDI-1, que dispõem respectivamente: CLT, Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversada que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
(...)
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador
poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
SDI OJ 113 - O fato de o empregado exercer cargo de
confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a transferência provisória.
Reitere-se que a matéria foi devidamente
prequestionada, conforme estabelece a Súmula 297, do C. TST, nos termos dos embargos de declaração de fls. 531/534.
Reitere-se que o reclamante foi contratado na unidade
da empresa em Rio de Janeiro – RJ (ID. 871ef43), tendo sofrido diversas transferências durante seu contrato de trabalho. Houve inicialmente uma transferência em 2009, para a cidade de São Paulo, após o autor retornou para o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012, foi transferido para atender a área de São Paulo - Capital.
Verifica-se que o E. TRT da 2ª Reg., ao entender que “o
fato de ter havido outras transferências provisórias no decurso do pacto laboral, não descaracteriza a natureza jurídica - definitiva - da havida durante o período imprescrito” incorreu em contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 113 da SBDI- 1 desta Corte Superior, tendo dado entendimento diverso ao dado pela SDI-1, uma vez que resta pacificado o entendimento de que, na hipótese de haver sucessividade de transferências, consideram-se tais alterações como provisórias, conforme sedemonstra abaixo:
DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA
SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR 0000411-28.2011.5.09.0084 – MINISTRO RELATOR. CLÁUDIO BRANDÃO – DJE 03.11.2015
RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE
REVISTA REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. SUCESSIVIDADE DE TRANSFERÊNCIAS. PROVISORIEDADE. Para a definição da natureza das transferências devem ser observadas a sua duração e a sucessividade. Quanto ao critério temporal, consoante o disposto na Orientação Jurisprudencial nº 113 da SBDI-1 do TST, esta Corte, por construção jurisprudencial, tem compreendido como provisória aquela cuja duração não supere dois anos. A Egrégia Turma registrou que o autor foi contratado na cidade de Londrina, sendo transferido sucessivamente para Pinhais em 1999, São Paulo em 2003 e, finalmente, Curitiba, em abril de 2005, onde permaneceu até a rescisão contratual, ocorrida em 21/02/2011. Desse modo, ainda que algumas delas tenham perdurado por mais de dois anos, deve ser reconhecido o direito ao deferimento do respectivo adicional, em razão da sucessividade das transferências efetivadas (três durante o contrato de trabalho). Precedentes da SBDI-1 desta Corte. Recurso de embargos de que se conhece e a que se dá provimento.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – SDI-1 – E-RR
0000411- 28.2011.5.09.0084 – MINISTRO RELATOR. CLÁUDIO BRANDÃO – DJE 03.11.2015
Acordão na integra juntada aos autos:
Verifica-se no acórdão paradigma que o autor foi
contratado na cidade de Londrina, sendo transferido sucessivamente para Pinhaisem 1999, São Paulo em 2003 e, finalmente, Curitiba, em abril de 2005, onde permaneceu até a rescisão contratual, ocorrida em 21/02/2011. No caso do recorrente foi admitido pela ré no Rio de Janeiro em 2005 e, houve inicialmente uma transferência em 2009, para a cidade deSão Paulo, após o autor retornou para o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012, foi transferido para atender a área de São Paulo – Capital, tendo sido dispensado em 2015 e ajuizado a ação em 21/12/2016.
DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA
SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO TST-E-ED-RR-72000- 06.2004.5.09.0091, Relator Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, DEJT 10.06.2011).
"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE
REVISTA DO RECLAMANTE. DECISÃO EMBARGADAPUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.496/2007. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. O tema em discussão encontra-se pacificado nesta Colenda Corte, por meio da Orientação Jurisprudencial 113 do C. TST, no sentido de que o fato de o empregado exercer cargo de confiança ou de existir previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao referido adicional, desde que a transferência não seja definitiva. In casu, o e. Tribunal Regional consignou que a admissão ocorreu em 2/4/1990, na agência de Luiziana /PR, que a primeira transferência ocorreu em março de 1997 para Mamborê/PR, a segunda transferência em outubro de 1997 para Barbosa Ferraz/PR e a terceira em maio de 2001 para Munhoz de Mello/PR, onde permaneceu até o término do contrato de trabalho, em 27/5/2004. Na hipótese, incontroverso que, no espaço de sete anos de vigência do contrato de trabalho, que perdurou 14 anos, o empregado foi transferido três vezes, fato que caracteriza a provisoriedade das transferências, conforme previsão da Orientação Jurisprudencial nº 113/SBDI-1/TST. Recurso de Embargos conhecido e provido" (TST-E-ED- RR- 72000-06.2004.5.09.0091, Relator Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, DEJT 10.06.2011).
Verifica-se no acórdão paradigma que a admissão
ocorreu em 2/4/1990, na agência de Luiziana /PR, que a primeira transferência ocorreu em março de 1997 para Mamborê/PR, a segunda transferência em outubro de 1997 para Barbosa Ferraz/PR e a terceira em maio de 2001 para Munhoz de Mello/PR, onde permaneceu até o término do contrato de trabalho, em 27/5/2004.
No caso do recorrente foi admitido pela ré no Rio de
Janeiro em 2005 e, houve inicialmente uma transferência em 2009, para a cidade deSão Paulo, após o autor retornou para o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012, foi transferido para atender a área de São Paulo – Capital, tendo sido dispensado em 2015 e ajuizado a ação em 21/12/2016.
DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA
SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR 0001486-27.2011.5.09.0012 – MINISTRO RELATOR. MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO – DJE 26.02.2016
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. DURAÇÃO.
TRANSFERÊNCIAS SUCESSIVAS. PROVISORIEDADE. Configura-se a hipótese de transferências sucessivas, pois após três anos de labor no local da contratação, ocorreram oito transferências no intervalo de vinte e dois anos, circunstância que retira o caráter definitivo da última delas, ainda que haja perdurado por ao menos seis anos até o ajuizamento da reclamação, de forma que em relação a tal período, observada a prescrição quinquenal pronunciada na sentença, é devido ao empregado o adicional de transferência na forma da OJ 113 da SbDI-1 do TST. Embargos de que se conhece e a que se dá provimento.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – SDI-1 – E-RR
0001486-27.2011.5.09.0012 – MINISTRO RELATOR. MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO – DJE 26.02.2016 Acordão na integra juntada aos autos:
Essa decisão trata de empregado admitido em
Lucélia/SPem 08.02.1980, sendo transferido: em 26.04.1983 para Iporã/PR; em 01.04.1991 para Umuarama/PR; em 17.10.1996 para Cascavel/PR; em 17.03.1997 para Assis Chateaubriand/PR; em 12.07.1999 para Roncador/PR; em 18.12.2000 para Toledo/PR; em 07.07.2004 para o NUCAC de São José dos Pinhais/PR; em 18.08.2005 para Laranjeiras do Sul/PR; em 02.09.2005 foi transferido para o NUCAC de Curitiba/PR, onde permanece lotado (pelo menos até o ajuizamento da demanda). No caso do recorrente foi admitido pela ré no Rio de Janeiro em 2005 e, houve inicialmente uma transferência em 2009, para a cidade deSão Paulo, após o autor retornou para o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012, foi transferido para atender a área de São Paulo – Capital, tendo sido dispensado em 2015 e ajuizado a ação em 21/12/2016.
Estando demonstrado que a interpretação da decisão do:
E. TRT da 2ª Região divergente daquelas estabelecidas nos julgados SBDI-1 – E- RR0000411- 28.2011.5.09.0084 – MINISTRO RELATOR. CLÁUDIO BRANDÃO – DJE 03.11.2015, E--RR 0001486-27.2011.5.09.0012 – MINISTRO RELATOR. MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO – DJE 26.02.2016 E TST-E-ED-RR-72000- 06.2004.5.09.0091, RELATOR MINISTRO HORÁCIO RAYMUNDO SENNA PIRES, DEJT 10.06.2011), além de contrariar a OJ 113 e violar o § 3º do artigo 469 da CLT, uma vez que a sucessividade de transferências caracterizam sua provisoriedade, portanto, requer que o presente recurso de revista seja admitido com fulcro no artigo 896, alíneas “a” e “c”, por violação legal e por divergência jurisprudencial com o entendimento da SDI-1 DO TST e no mérito O SEU PROVIMENTO por contrariedadeao enunciado da OJ 113 da SDI-1 e § 3º do artigo 469 da CLT, requerendo o recorrente a reforma da decisão regional quanto ao adicional de Transferência, condenando-se a ré ao pagamento do adicional de 25% conforme pedido inicial.
Assim, deve ser conhecido e provido o recurso em mais esse aspecto.
Isto posto, requer a recorrente que seja conhecido o presente recurso e, ao final, lhe seja dado provimento, a fim de que o v. Acórdão seja reformado nos pontos ora suscitados.