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EXCELENTÍSSIMO MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHO

RAZÕES DE RECURSO DE REVISTA

Recorrente: FULANO DE TAL


Recorrida: EMPRESA LTDA.

Processo nº 123456/2020

Origem: 16º VT/ SÃO PAULO

E. Tribunal

“Data venia”, o v. acórdão proferido pelo D. Tribunal, não


pode prosperar, no que se refere às horas extras pelos turnos ininterruptos de
revezamento e com relação ao adicional de transferência, posto que contrário à Lei
Federal e divergente da jurisprudência consolidada do TST e de outros Regionais.
Vejamos:

Demonstra-se a transcendência social e política, nos termos do art. 896-A, da CLT,


uma vez que desrespeitada interpretação sumulada do Tribunal Superior do
Trabalho, em relação ao tema das horas extras e adicional de transferência, sendo
certo que a postulação do autor encontrasse constitucionalmente assegurada, nos
termos do art. 7º, caput e XIV da Constituição Federal.
TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - HORAS EXTRAS E
REFLEXOS

Quanto ao tópico em referência, assim decidiu o E.


Regional:

“2. Conforme bem entendeu o MM. Juízo de origem, o


regime de trabalho cumprido pelo autor não permite
subsunção ao sistema de turnos ininterruptos de
revezamento de que cuida o inciso XIV do artigo 7º da
Constituição da República.

Com efeito, a análise dos controles de ponto não permite


analogia com a periodicidade semanal ou mesmo mensal
que é da essência do regime de turnos de revezamento. Ao
contrário, verifica-se das escalas de horário do autor que
por vários meses seguidos o seu turno de trabalho
permaneceu inalterado, a exemplo do período de agosto
de 2016 a janeiro de 2017 (fls. 306/308).

Assim, a permanência dos horários de trabalho por vários


meses seguidos significa que, apesar das modificações,
há tempo razoável para adaptação entre as mudanças de
jornada na hipótese, sem resultar na condição mais
desgastante e penosa na prestação de serviços, de
significativo prejuízo ao convívio social e familiar, que a
norma constitucional busca tutelar.

Nesse sentido se orienta a jurisprudência deste E.


Tribunal Regional do Trabalho, cujo entendimento sobre
a caracterização do regime de turnos ininterruptos de
revezamento, cristalizado no item I de sua Súmula nº 55,
aponta que a "periodicidade de alternância" entre turnos
pode ser "semanal, quinzenal ou mensal".

Sendo assim, emerge que o MM. Juízo de origem agiu de


maneira acertada ao afastar o direito à jornada especial
prevista pela Constituição e, de conseguinte, rejeitar a
pretensão ao pagamento de horas extraordinárias
excedentes à sexta diária e reflexos, razão por que a
sentença não justifica a reforma postulada no recurso.”

“Data venia”, o v. acórdão proferido pelo D. Tribunal, não


pode prosperar, no que se refere às horas extras pelos turnos ininterruptos de
revezamento, posto que contrário à Constituição Federal e dissonante da
jurisprudência dominante no C. TST e em outros Regionais.

O v. Acórdão não pode prosperar nesse aspecto, pois


como restou incontroverso, o reclamante estava sujeito a turnos ininterruptos de
revezamento, sendo que a reclamada não observou o estabelecido no inciso XIV,
do art. 7° da CF/88.

O fato de haver mudança de turnos de trabalho, ainda que


operada com periodicidade superior a uma semana ou um mês, acarreta prejuízos à
saúde física e mental do trabalhador, desajustando o seu relógio biológico, em
decorrência das alterações em seus horários de repouso, alimentação e lazer. Assim,
o fato da alternância dos turnos não ser semanal, ou mensal, não descaracteriza o
regime de turnos de revezamento.

Assim, a decisão regional atacada, que entendeu


descaracterizado o regime de turnos ininterruptos de revezamento, por ter havido
alternância em período superior a uma semana ou mesmo mensal, afronta o art. 7º,
XIV, da Constituição Federal.

A intenção da norma, conforme previsto no artigo 7º, XIV,


da CF/88, é reduzir as graves consequências do labor prestado em turnos
ininterruptos de revezamento, que atingem não apenas a parte física do trabalhador,
mas também suas relações sociais e familiares. O fato de ser a alteração dos turnos
efetuada de forma mensal, quadrimestral ou semestral não altera a caracterização e
a nocividade do labor em turno ininterrupto de revezamento, sem permitir que o
reclamante assuma compromissos a longo prazo ou desfrutar do convívio de forma
natural e uniforme em suas relações fora do ambiente de trabalho.

Destaque-se que, em atenção ao art. 896, § 1º-A, da CLT,


o trecho do v. Acórdão atacado que viola a lei e a jurisprudência do TST é oseguinte:

“Com efeito, a análise dos controles de ponto não permite


analogia com a periodicidade semanal ou mesmo mensal
que é da essência do regime de turnos de revezamento. Ao
contrário, verifica-se das escalas de horário do autor que
por vários meses seguidos o seu turno de trabalho
permaneceu inalterado, a exemplo do período de agosto
de 2016 a janeiro de 2017 (fls. 306/308).

Assim, a permanência dos horários de trabalho por vários


meses seguidos significa que, apesar das modificações,
há tempo razoável para adaptação entre as mudanças de
jornada na hipótese, sem resultar na condição mais
desgastante e penosa na prestação de serviços, de
significativo prejuízo ao convívio social e familiar, que a
norma constitucional busca tutelar.”

Verifica-se que o E. TRT da 2ª Reg., ao entender que “a


permanência dos horários de trabalho por vários meses seguidos significa que,
apesar das modificações, há tempo razoável para adaptação entre as mudanças de
jornada na hipótese, sem resultar na condição mais desgastante e penosa na
prestação de serviços, de significativo prejuízo ao convívio social e familiar, que a
norma constitucional busca tutelar” incorreu em contrariedade à Súmula nº 360 da
SBDI-1 desta Corte Superior, tendo dado entendimento diverso ao dado pela SDI-1,
uma vez que resta pacificado o entendimento de que, mesmo na hipótese de haver
alternância de peridiocidade superior a um mês caracteriza-se o turno ininterrupto de
revezamento, conforme previsto no art. 7º, XIV, da CF, conforme se demonstra
abaixo:
DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA
SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-ED-RR - 533-97.2013.5.09.0657 –
MINISTRO RELATOR AUGUSTO CESAR LEITE – DJE 14.10.2016

Acórdão atacado Divergência jurisprudencial da SDI-1

“Com efeito, a análise dos controles "RECURSO DE EMBARGOS.


de ponto não permite analogia com a TURNOS ININTERRUPTOS DE
periodicidade semanal ou mesmo REVEZAMENTO.
mensal que é da essência do regime CARACTERIZAÇÃO.
de turnos de revezamento. Ao ALTERNÂNCIA EM PERÍODO
contrário, verifica-se das escalas de SUPERIOR A UM MÊS.
horário do autor que por vários meses ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL
seguidos o seu turno de trabalho N.º 360 DA SBDI-1. O artigo 7º, XIV,
permaneceu inalterado, a exemplo do da Constituição Federal, estabelece
período de agosto de 2016 a janeiro jornada reduzida para o labor
de 2017 (fls. 306/308). realizado em turnos ininterruptos de
revezamento. Tal dispositivo trata
dos turnos de revezamento para
Assim, a permanência dos horários aquelas situações em que o
de trabalho por vários meses empregado não tem o seu turno de
seguidos significa que, apesar das trabalho fixo, mas varia com alguma
modificações, há tempo razoável periodicidade. A norma tem por
para adaptação entre as mudanças escopo proteger o trabalhador,
de jornada na hipótese, sem minimizando os efeitos maléficos
resultar na condição mais que acarretam as mudanças de
desgastante e penosa na prestação turno, pois alteram o metabolismo
de serviços, de significativo humano, acarretando sérios
prejuízo ao convívio social e prejuízos ao empregado. Assim e
familiar, que a norma portanto, afigura-se desnecessário à
constitucional busca tutelar.” configuração do labor em turnos
(original sem grifo) ininterruptos de revezamento que as
atividades empresariais completem
as vinte e quatro horas, não sendo
relevante que o labor abranja os três
turnos de trabalho. Deve existir
apenas a alternância de horários
para que se verifique o aludido
regime, ainda que ocorra em
período superior a um mês. Logo,
tem o empregado direito à jornada
reduzida ainda que o trabalho
ocorra apenas em dois turnos,
desde que um deles seja
necessariamente no período
noturno, consoante recomenda a
Orientação Jurisprudencial n.º 360
da SbDI-1 do TST. Dessa feita, é de
ser reconhecido o sistema de turnos
ininterruptos de revezamento para
deferir o pagamento de horas
extraordinárias excedentes da sexta
diária e reflexos, conforme se apurar
em liquidação de sentença. Recurso
de embargos conhecido e não
provido" (E-ED-RR - 533-
97.2013.5.09.0657, Ac. Subseção I
Especializada em Dissídios
Individuais, Relator Ministro Augusto
César Leite de Carvalho, DEJT
14.10.2016). (original sem grifo)

DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA


SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR-2001-65.2010.5.02.0053 –
MINISTRO RELATOR ALOYSIO CORREIA DA VEIGA– DJE 20.11.2015

Acórdão atacado Divergência jurisprudencial da SDI-1

“Com efeito, a análise dos controles EMBARGOS EM RECURSO DE


de ponto não permite analogia com a REVISTA. HORAS
periodicidade semanal ou mesmo EXTRAORDINÁRIAS.
mensal que é da essência do regime ALTERNÂNCIA DE HORÁRIOS A
de turnos de revezamento. Ao CADA QUATRO MESES. TURNOS
contrário, verifica-se das escalas de ININTERRUPTOS DE
horário do autor que por vários meses REVEZAMENTO.
seguidos o seu turno de trabalho CARACTERIZAÇÃO. RECURSO
permaneceu inalterado, a exemplo do DE REVISTA DO RECLAMANTE
período de agosto de 2016 a janeiro CONHECIDO E PROVIDO. Não
de 2017 (fls. 306/308). importa para a fixação de jornada de
seis horas, o fato de o turno
ininterrupto de revezamento ser
Assim, a permanência dos horários fixado em periodicidade diária,
de trabalho por vários meses semanal, quinzenal ou mensal,
seguidos significa que, apesar das bastando que o autor se ative em
modificações, há tempo razoável jornada que lhe é assegurada
para adaptação entre as mudanças constitucionalmente, com o fim de
de jornada na hipótese, sem mitigar os efeitos do desgaste
resultar na condição mais decorrente de trabalho em jornada
desgastante e penosa na prestação especial. Ainda que a alternância
de serviços, de significativo ocorra de quatro em quatro
prejuízo ao convívio social e meses, é certo que pressupõe
familiar, que a norma mudança no ritmo biológico do
constitucional busca tutelar.” empregado e prejuízo ao convívio
(original sem grifo) familiar, incumbindo a proteção
constitucional trazida pelo inciso
XIV do art. 7º da Constituição
Federal. Embargos conhecidos e
desprovidos. (E-RR-2001-
65.2010.5.02.0053, Ac. Subseção I
Especializada em Dissídios
Individuais, Relator Ministro Aloysio
Correia da Veiga, DEJT
20.11.2015). (original sem grifo)

DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA


SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR-1923-13.2011.5.02.0061–
MINISTRO RELATOR ALEXANDRE AGRA BELMONTE – DJE 20.05.2016
Acórdão atacado Divergência jurisprudencial da SDI-1

“Com efeito, a análise dos controles RECURSO DE EMBARGOS


de ponto não permite analogia com a INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA
periodicidade semanal ou mesmo LEI Nº 13.015/2014. TURNOS
mensal que é da essência do regime ININTERRUPTOS DE
de turnos de revezamento. Ao REVEZAMENTO.
contrário, verifica-se das escalas de CARACTERIZAÇÃO.
horário do autor que por vários meses ALTERNÂNCIA DE TURNOS A
seguidos o seu turno de trabalho CADA QUADRIMESTRE. Discute-
permaneceu inalterado, a exemplo do se, no caso, se a alternância entre
período de agosto de 2016 a janeiro turno noturno e diurno ocorrida a
de 2017 (fls. 306/308). cada quatro meses de trabalho
caracteriza turnos ininterruptos de
revezamento. O fato de a
Assim, a permanência dos horários alternância dos turnos não ser
de trabalho por vários meses semanal, mas quadrimestral, não
seguidos significa que, apesar das descaracteriza o regime de turnos
modificações, há tempo razoável de revezamento. Esta Corte tem
para adaptação entre as mudanças entendimento no sentido de que
de jornada na hipótese, sem não se revela imprescindível à
resultar na condição mais caracterização do aludido regime
desgastante e penosa na prestação a alternância semanal, bastando
de serviços, de significativo que se estabeleça a situação de
prejuízo ao convívio social e alternância de turnos,
familiar, que a norma acarretando maior desgaste para
constitucional busca a saúde e para a vida familiar e
tutelar.”(original sem grifo) social do trabalhador.
Precedentes. Recurso de embargos
conhecido por divergência
jurisprudencial e desprovido. (E-RR-
1923-13.2011.5.02.0061, Ac.
Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Relator
Ministro Alexandre Agra Belmonte,
DEJT 20.05.2016). (original sem
grifo)

Ora Srs. Ministros, o entendimento do E. Regional


além de violar literal dispositivo da Constituição Federal, é dissonante da
jurisprudência pacífica dessa Corte, motivo pelo qual o C. TST deve conhecer e
prover o recurso, a fim de restabelecer a ordem legal, reconhecendo-se o
trabalho em turnos
ininterruptos de revezamento, deferindo-se ao autor o direito às horas
extraspostuladas.

Reitere-se que a matéria foi devidamente


prequestionada, conforme estabelece a Súmula 297, do C. TST.

Estando demonstrado que a interpretação da decisão


do
E. TRT da 2ª Região diverge daquelas estabelecidas nos julgados SBDI-1, além
de violar a Constituição Federal, requer que o presente recurso de revista seja
admitido com fulcro no artigo 896, alíneas “a” e “c”, e, no mérito, lhe seja dado
provimento, porcontrariedade ao enunciado da Súmula 360 e demais julgados
da SDI-1 e violação do art. 7º, XIV, da CF/88, requerendo o recorrente a reforma
da decisão regional quanto aos turnos de revezamento, condenando-se a ré ao
pagamento das horas extras conforme pedido inicial.

DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

Quanto a esse aspecto E. Regional entendeu que (fl.


527):

Contudo, o entendimento da r. decisão não pode prevalecer. A decisão


contraria o artigo 469, § 3º, da CLT, sendo certo, ainda, que édivergente ao
entendimento de decisões do pleno do C. TST, assim como ao disposto na OJ
113, da SDI-1, que dispõem respectivamente:
CLT, Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o
empregado, sem a sua anuência, para localidade diversada
que resultar do contrato, não se considerando transferência
a que não acarretar necessariamente a mudança do seu
domicílio.

(...)

§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador


poderá transferir o empregado para localidade diversa da
que resultar do contrato, não obstante as restrições do
artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um
pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e
cinco por cento) dos salários que o empregado percebia
naquela localidade, enquanto durar essa situação.

SDI OJ 113 - O fato de o empregado exercer cargo de


confiança ou a existência de previsão de transferência no
contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O
pressuposto legal apto a legitimar a percepção do
mencionado adicional é a transferência provisória.

Reitere-se que a matéria foi devidamente


prequestionada, conforme estabelece a Súmula 297, do C. TST, nos termos dos
embargos de declaração de fls. 531/534.

Reitere-se que o reclamante foi contratado na unidade


da empresa em Rio de Janeiro – RJ (ID. 871ef43), tendo sofrido diversas
transferências durante seu contrato de trabalho. Houve inicialmente uma
transferência em 2009, para a cidade de São Paulo, após o autor retornou para
o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012, foi transferido para atender a área de São
Paulo - Capital.

Verifica-se que o E. TRT da 2ª Reg., ao entender que “o


fato de ter havido outras transferências provisórias no decurso do pacto laboral, não
descaracteriza a natureza jurídica - definitiva - da havida durante o período
imprescrito” incorreu em contrariedade à Orientação Jurisprudencial nº 113 da SBDI-
1 desta Corte Superior, tendo dado entendimento diverso ao dado pela SDI-1, uma
vez que resta pacificado o entendimento de que, na hipótese de haver sucessividade
de transferências, consideram-se tais alterações como provisórias,
conforme sedemonstra abaixo:

DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA


SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR 0000411-28.2011.5.09.0084 –
MINISTRO RELATOR. CLÁUDIO BRANDÃO – DJE 03.11.2015

RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE


REVISTA REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014.
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. SUCESSIVIDADE
DE TRANSFERÊNCIAS. PROVISORIEDADE. Para a
definição da natureza das transferências devem ser
observadas a sua duração e a sucessividade. Quanto ao
critério temporal, consoante o disposto na Orientação
Jurisprudencial nº 113 da SBDI-1 do TST, esta Corte, por
construção jurisprudencial, tem compreendido como
provisória aquela cuja duração não supere dois anos. A
Egrégia Turma registrou que o autor foi contratado na
cidade de Londrina, sendo transferido sucessivamente
para Pinhais em 1999, São Paulo em 2003 e, finalmente,
Curitiba, em abril de 2005, onde permaneceu até a
rescisão contratual, ocorrida em 21/02/2011. Desse modo,
ainda que algumas delas tenham perdurado por mais de
dois anos, deve ser reconhecido o direito ao deferimento
do respectivo adicional, em razão da sucessividade das
transferências efetivadas (três durante o contrato de
trabalho). Precedentes da SBDI-1 desta Corte. Recurso de
embargos de que se conhece e a que se dá provimento.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – SDI-1 – E-RR


0000411- 28.2011.5.09.0084 – MINISTRO RELATOR.
CLÁUDIO BRANDÃO – DJE 03.11.2015

Acordão na integra juntada aos autos:

Verifica-se no acórdão paradigma que o autor foi


contratado na cidade de Londrina, sendo transferido sucessivamente para
Pinhaisem 1999, São Paulo em 2003 e, finalmente, Curitiba, em abril de 2005,
onde permaneceu até a rescisão contratual, ocorrida em 21/02/2011.
No caso do recorrente foi admitido pela ré no Rio de
Janeiro em 2005 e, houve inicialmente uma transferência em 2009, para a cidade
deSão Paulo, após o autor retornou para o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012,
foi transferido para atender a área de São Paulo – Capital, tendo sido dispensado
em 2015 e ajuizado a ação em 21/12/2016.

DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA


SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO TST-E-ED-RR-72000-
06.2004.5.09.0091,
Relator Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires, DEJT 10.06.2011).

"RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE


REVISTA DO RECLAMANTE. DECISÃO
EMBARGADAPUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
11.496/2007.
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. O tema em
discussão encontra-se pacificado nesta Colenda
Corte, por meio da Orientação Jurisprudencial 113 do
C. TST, no sentido de que o fato de o empregado
exercer cargo de confiança ou de existir previsão de
transferência no contrato de trabalho não exclui o
direito ao referido adicional, desde que a transferência
não seja definitiva. In casu, o e. Tribunal Regional
consignou que a admissão ocorreu em 2/4/1990, na
agência de Luiziana /PR, que a primeira transferência
ocorreu em março de 1997 para Mamborê/PR, a
segunda transferência em outubro de 1997 para
Barbosa Ferraz/PR e a terceira em maio de 2001 para
Munhoz de Mello/PR, onde permaneceu até o término
do contrato de trabalho, em 27/5/2004. Na hipótese,
incontroverso que, no espaço de sete anos de vigência
do contrato de trabalho, que perdurou 14 anos, o
empregado foi transferido três vezes, fato que
caracteriza a provisoriedade das transferências,
conforme previsão da Orientação Jurisprudencial nº
113/SBDI-1/TST. Recurso de Embargos conhecido e
provido" (TST-E-ED- RR- 72000-06.2004.5.09.0091,
Relator Ministro Horácio Raymundo de Senna Pires,
DEJT 10.06.2011).

Verifica-se no acórdão paradigma que a admissão


ocorreu em 2/4/1990, na agência de Luiziana /PR, que a primeira transferência
ocorreu em março de 1997 para Mamborê/PR, a segunda transferência em
outubro
de 1997 para Barbosa Ferraz/PR e a terceira em maio de 2001 para Munhoz de
Mello/PR, onde permaneceu até o término do contrato de trabalho, em 27/5/2004.

No caso do recorrente foi admitido pela ré no Rio de


Janeiro em 2005 e, houve inicialmente uma transferência em 2009, para a cidade
deSão Paulo, após o autor retornou para o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012,
foi transferido para atender a área de São Paulo – Capital, tendo sido dispensado
em 2015 e ajuizado a ação em 21/12/2016.

DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL ESPECIFICA COM O DECIDIDO PELA


SDI-1 QUANDO DO JULGAMENTO DO E-RR 0001486-27.2011.5.09.0012 –
MINISTRO RELATOR. MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO – DJE 26.02.2016

ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. DURAÇÃO.


TRANSFERÊNCIAS SUCESSIVAS.
PROVISORIEDADE.
Configura-se a hipótese de transferências sucessivas,
pois após três anos de labor no local da contratação,
ocorreram oito transferências no intervalo de vinte e
dois anos, circunstância que retira o caráter definitivo
da última delas, ainda que haja perdurado por ao
menos seis anos até o ajuizamento da reclamação, de
forma que em relação a tal período, observada a
prescrição quinquenal pronunciada na sentença, é
devido ao empregado o adicional de transferência na
forma da OJ 113 da SbDI-1 do TST. Embargos de que
se conhece e a que se dá provimento.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – SDI-1 – E-RR


0001486-27.2011.5.09.0012 – MINISTRO RELATOR.
MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO – DJE 26.02.2016
Acordão na integra juntada aos autos:

Essa decisão trata de empregado admitido em


Lucélia/SPem 08.02.1980, sendo transferido: em 26.04.1983 para Iporã/PR; em
01.04.1991 para Umuarama/PR; em 17.10.1996 para Cascavel/PR; em 17.03.1997
para Assis Chateaubriand/PR; em 12.07.1999 para Roncador/PR; em 18.12.2000
para Toledo/PR; em 07.07.2004 para o NUCAC de São José dos Pinhais/PR; em
18.08.2005 para Laranjeiras do Sul/PR; em 02.09.2005 foi transferido para o
NUCAC de Curitiba/PR, onde permanece lotado (pelo menos até o ajuizamento
da demanda).
No caso do recorrente foi admitido pela ré no Rio de
Janeiro em 2005 e, houve inicialmente uma transferência em 2009, para a cidade
deSão Paulo, após o autor retornou para o Rio de Janeiro, sendo que, em 2012,
foi transferido para atender a área de São Paulo – Capital, tendo sido dispensado
em 2015 e ajuizado a ação em 21/12/2016.

Estando demonstrado que a interpretação da decisão do:


E. TRT da 2ª Região divergente daquelas estabelecidas nos julgados SBDI-1 – E-
RR0000411- 28.2011.5.09.0084 – MINISTRO RELATOR. CLÁUDIO BRANDÃO –
DJE 03.11.2015, E--RR 0001486-27.2011.5.09.0012 – MINISTRO RELATOR.
MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO – DJE 26.02.2016 E TST-E-ED-RR-72000-
06.2004.5.09.0091, RELATOR MINISTRO HORÁCIO RAYMUNDO SENNA PIRES,
DEJT 10.06.2011), além de contrariar a OJ 113 e violar o § 3º do artigo 469 da
CLT, uma vez que a sucessividade de transferências caracterizam sua
provisoriedade, portanto, requer que o presente recurso de revista seja
admitido com fulcro no artigo 896, alíneas “a” e “c”, por violação legal e por
divergência jurisprudencial com o entendimento da SDI-1 DO TST e no mérito O
SEU PROVIMENTO por contrariedadeao enunciado da OJ 113 da SDI-1 e § 3º do
artigo 469 da CLT, requerendo o recorrente a reforma da decisão regional
quanto ao adicional de Transferência, condenando-se a ré ao pagamento do
adicional de 25% conforme pedido inicial.

Assim, deve ser conhecido e provido o recurso em mais esse aspecto.


Isto posto, requer a recorrente que seja conhecido o presente recurso e, ao
final, lhe seja dado provimento, a fim de que o v. Acórdão seja reformado nos
pontos ora suscitados.

Termos em que,

Pede

Deferimento.

LOCAL.....DATA

ADVOGADO

OAB/SP XXX-X

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