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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

EXAME FINAL D E
VIAS DE COM UN ICAÇÃO II
ENUNCI ADO
Curso: LECT 2ª Época
Turma: LECT31 &32 Data: 23/26-Nov-2021
Ano Lectivo: 2021 – 2º Semestre Duração: 120 min.
Nome do Docente: F. Leite/B. Matsimbe Pontuação: 200

Importante:
1) A fraude no exame de uma disciplina tem como consequência a reprovação na disciplina, sem
possibilidade do infractor participar no exame de recorrência nem no exame especial (se existir) da
disciplina em causa (alínea b, artigo 1 da ADENDA AO RPL).
2) O aluno que se fizer à sala de exame ciente de problemas administrativos (dívidas), terá a nota anulada
sem possibilidade de negociação a posterior.

________________________________________________________________________________
PARTE TEÓRICA

1. Descreva de forma sucinta a realização do ensaio de penetração do betume (4 pts)

R: No ensaio de penetração do betume mede-se a profundidade (em décimos de


milímetro) que uma agulha normalizada penetra, sob um peso (100g) durante 5
segundos, à temperatura de 25ºC. Este ensaio repete-se 3 vezes, e a penetração final
resulta da média dos 3 valores. (2 pts)
O principal objectivo do ensaio de penetraçào do betume é a determinação da dureza
do betume com base na qual se classificam os betumes de penetração. (2 pts)

2. O que é o betume borracha e quais são as suas características e os seus campos


de aplicação mais importantes? (4 pts)
R: Betume borracha é um caso particular de betume modificado que obtem-se
acrescentando cerca de 20% de borracha finamente dividida ao betume, a uma
temperatura entre 170ºC e 210ºC. (2 pts)
As principais características do betume borracha são: (1 pts)
• Tem um tempo de aplicação após produção de cerca de 6 horas;
• Não é homogéneo, exigindo equipamento especial para bombagem e rega;
• Resiste de forma excelente à transmissão de fissuras;
• Não apresenta problemas de refluimento, apesar das taxas elevadas de
aplicação.
Os campos de aplicação do betume borracha são: (1 pts)
• Revestimentos superficiais;
• Misturas betuminosas fechadas ou abertas;
• Selagem de fissuras.

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3. Refira algumas propriedades técnicas importantes das emulsões. (4 pts)


R: As propriedades mais importantes das emulsões são:
• Podem ser usadas com agregado húmido ou poeirento, para revestimentos
superficiais; (0.5 pts)
• Não é necessário pré-envolvimento das partículas, para garantir uma boa ligação
com as partículas de brita (no revestimento superficial); (0.5 pts)
• Pode ser regada (pulverizada) àtemperatura ambiente; (0.5 pts)
• São apropriadas para a execução manual de pequenos trabalhos, por não ser
necessário aquecê-las. (0.5 pts)

4. Quais são os campos de aplicação do MC30 e do B70/100? (4 pts)


R: Os campos de aplicação mais importantes são:
• MC-30: rega de impregnação, regas de colagem, membranas de cura,
superfícies temporárias; (2 pts)
• B70-100: misturas betuminosas contínuas, emulsões betuminosas,
revestimentos superficiais com betumes modificados. (2 pts)

5. Defina revestimento superficial simples e revestimento superficial duplo, refira as


suas principais funções e diga como decide entre a aplicação de um RSS e um
RSD. (4 pts)
R: Revestimento superficial simples consiste na aplicação de uma película de ligante
betuminoso sobre uma superfície devidamente tratada, seguida do espalhamento e
compactação de uma camada de brita, de uma só partícula de espessura. Se se aplicar
nova rega de ligante e se se fizer novo espalhamento de brita (seguido da respectiva
compactação), obtém-se um revestimento superficial duplo. (1 pts)
Os revestimentos superficiais simples e duplo tem por funções: (1.5 pts)
• Providenciar à superfície da estrada uma película impermeável, para impedir a
entrada de água para as camadas inferiores do pavimento;
• Parar a degradação de um revestimento que começa a dar sinais de
envelhecimento;
• Restaurar a resistência à derrapagem de uma superfície existente;
• Providenciar uma superfície de rolamento livre de poeira e durável a uma estrada
terraplenada.
O RSS é aplicado como operação de manutenção. É normalmente suficiente para uma
estrada não demasiado degradada, para as funções de impermeabilizar a superfície,
parar a degradação e restaurar a resistência à derrapagem. O RSD por sua vez, deve ser
usado:
• como revestimento de uma base nova para tráfegos significativos (mais de 100
veículos comerciais / dia);
• sobre um revestimento betuminoso bastante fissurado e esburacado (depois do
tapamento destes), se as partículas tiverem forma deficiente (ALD
<0,5xDnominal) ou resistência baixa (ao desgaste e ao esmagamento). (1.5 pts)

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6. Quais os danos mais importantes causados pela água à estrada? (4 pts)


R: Os danos mais importantes causados pela água à estrada são: (4 pts – 0.57 pts cada)
• Erosão dos taludes;
• Redução da traficabilidade, redução da capacidade de suporte e erosão, durante a
construção da plataforma;
• Redução da capacidade de carga da fundação e de qualquer camada do
pavimento;
• Arrastamento dos finos da fundação, sub-base e base granulares, criando vazios e
diminuindo assim a capacidade de suporte;
• Desagregação do revestimento das misturas betuminosas e revestimentos
superficiais;
• Redução da aderência dos veículos;
• Redução da visibilidade dos condutores.

7. Quais são os órgãos de drenagem subterrânea mais importantes de uma estrada?


Quando se opta por drenos de rebaixamento do nível freático e drenos de
intersecção? (4 pts)
R: Os órgãos de drenagem subterrânea mais importantes de uma estrada são os dreno e
as camadas drenantes. (2 pts)
Opta-se por drenos de rebaixamento do nível freático quando existe água subterrânea
próxima das camadas do pavimento da estrada ou então ascenção de água por
capilaridade. (1 pts)
Os drenos de intersecção de nível freático são mais adequados nas situações em que a
construção da estrada ocasionou um corte no terreno, tendo este último interseptado uma
linha de água suterrânea. (1 pts)

8. Quais são as etapas principais da metodologia de cálculo da secção de vazão na


boca de uma bacia pequena? (5 pts)
R: Os passos para dimensionar a secção de vazão da boca de uma bacia pequena
são:
• Estudo das características da bacia para a determinação da área, cotas e
comprimento do curso de água principal, cobertura da superfície, tipo de solo,
etc; (0.83 pts)
• Determinação do coeficiente de escoamento da bacia, a partir do tipo de solo,
da inclinação do terreno, tipo de revestimento e da sua utilização. Recorre-se à
média ponderada dos coeficientes de escoamento, quando as a natureza do
solo, o tipo de cobertura e de utilização da bacia em estudo forem
heterogéneas: C = (A1C1+...+AnCn)/(A1+...+An) onde A é a área da bacia;
(0.83 pts)
• Determinação do tempo de concentração pela fórmula de Kirpich: Tc = 3,34.10-
4. L1,15/ h0,38 onde L é o comprimento do curso de água principal e é a diferença

de cotas entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo da bacia. O tempo de
escoamento em superfícies de diferente cobertura e em superfícies

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relativamente regulares (não muito grandes) pode ser feito com recurso a
ábacos; (0.83 pts)
• Determinação da intensidade de precipitação crítica pelas curvas IDF, ou pela
forma analítica, conhencendo o período de retorno; (0.83 pts)
• Cálculo do caudal a drenar pelo método racional: Q= C.I.A/360 onde I é
intensidade de precipitação crítica, e A a área da bacia. (0.83 pts)
• Dimensionamento das secções de vazão usando os conceitos e as fórmulas da
“Hidráulica Geral e Aplicada”, nomeadamente as fórmulas de Bazin, Manning-
Strickler, entre outras. (0.83 pts)

9. Em que situações é necessário construir valas e/ou diques de crista, valetas de


plataforma laterais, “drifts” (com ou sem tubos)? (4 pts)
R: É necessária a construção dos órgãos de drenagem referidos acima nas seguintes
situações:
Valas e/ou diques de crista (2 pts)
Em trechos de estrada em escavação, se as condições topográficas forem favoráveis
para que águas pluviais caídas fora da estrada (nos taludes de escavação), se
escoem em direcção à estrada, deverá construir-se uma vala de crista.
É admissível a construção de um dique de crista junta à vala de crista, para aumentar
a capacidade de vazão da vala de crista.
Caso os solos da área em que se pretende construir a vala de crista sejam muito
permeáveis, poderá ser preferível construir apenas um dique de crista com solos
importados, menos permeáveis que os locais. Também se pode dar preferência ao
dique de crista, se for difícil fazer a escavação.
Valetas de plataforma laterais (1 pts)
É necessário construir valetas de plataforma laterais quando a estrada corre em
escavação ou ao nível do terreno natural, para recolher a água que se escoa pela
estrada e a que tende a se aproximar da plataforma da estrada, encaminhando-a para
um lugar em que não ofereça mais perigo a estrada.
Drifts (1 pts)
Constrõem-se drifts em zonas onde a estrada atravessa linhas de água de pequena
dimensão, temporárias ou permanentes, com o ojectivo de garantir a passagem da
água de um lado para o outro da estrada sem risco de erosão e de danos à estrada.
Admite-se no drift que parte da água (drifts com tubos) ou mesmo toda a água (drifts
sem tubo) circule sobre o próprio orgão de drenagem.
Os drifts podem ser construídos em pedra arrumada à mão, pedra argamassada,
betão simples ou armado, e dispor ou não de tubos para passagem de parte do
caudal.

10. Que dispositivos de drenagem superficial poderão ser necessários numa estrada
em escavação com transição para estrada em aterro, na aproximação a um
aqueduto? (5 pts)

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R: No trecho de estrada descrito acima poderão ser necessários os seguintes


dispositivos de drenagem (considerando uma estrada de 2x1 via sem separador): (5
pts)
• Esquema (opcional)

• Vala/dique de crista: no topo dos taludes de escavação para recolher a água


que se escoa pelo talude em direcção à estrada e levá-la onde se afaste da
estrada em segurança;
• Valeta de banqueta: na parte intermédia dos taludes de escavação, para
recolher a água que se escoa pelo talude em direcção à estrada e levá-la onde
se afaste da estrada em segurança;
• Valeta de plataforma lateral com sanjas (com dissipadores de energia na saída
das sanjas): na trecho de estrada em escavação, para recolher a água que se
escoa em direcção à estrada e pela superfície da estrada (pelo abaulamento) e
levá-la até a sanja que a direccionará a um local onde se afaste da estrada em
segurança. Poderão ser colocados dissipadores de energia na saída das sanjas
para evitar a erosão hídrica dos solos;
• Lancil/valeta de bordadura em aterro: no trecho da estrada em aterro, para
recolher a água pela superfície da estrada (pelo abaulamento) e levá-la às
estruturas de entrada das descidas de água;
• Descidas de água com dissipadores de energia/ descidas pedonais (com
dissipadores de energia na saída das descidas de água): recolhem a água do
topo até a base do talude de aterro (ou de escavação). Estes estão espaçados
de 50 em 50 metros e na parte inferior têm dissipadores de energia para
proteger a base do talude da erosão. Estas podem ser associadas a descidas
pedonais. Poderão ser colocados dissipadores de energia na saída das
descidas de água, para evitar a erosão hídrica dos solos;

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• Aqueduto: conforme referido na descrição da estrada, existe um aqueduto com


a função de permitir o atravessamento de uma linha de água;
• Vala de pé de talude: na base do talude do aterro com a função de recolher a
água que se escoa pelo talude e encaminhá-la onde se afaste da estrada com
segurança. Este órgão de drenagem tem ainda a função de proteger a base do
talude da erosão.

11. Em que parâmetros se baseia a decisão sobre a aplicabilidade de materiais


granulares naturais como camada de base de estradas revestidas de baixo volume
de tráfego, segundo a experiência do passado em Moçambique? (4 pts)
R: De acordo com a experiencia de Moçambique no passado a decisão sobre a
aplicabilidade de materiais granulares naturais como camada de base de estradas
revestidas baseia-se fundamentamente no bom desempenho em campo, apoiando-se
nos seguintes parâmetros:
• Capacidade de suporte (CBR); (1 pts)
• Granulometria (dimensão máxima, curva granulométrica deve encaixar no fuso
da base, módulo de granulometria); (1 pts)
• Limites de Atteberg (índice de plasticidade); (1 pts)
• Composição química dos materiais (solos lateríticos). (1 pts)

12. Em que se baseia a decisão sobre a possibilidade de aplicação de um agregado


britado de granulometria extensa, de acordo com as especificações da SATCC? (5
pts)
R: A decisão sobre a possibilidade de aplicação de um agregado britado de
granulometria extensa, de acordo com as especificações da SATCC, se baseia nos
seguintes parâmetros:
• Origem/proveniência; (0.5 pts)
• Resistência ao esmagamento; (1 pts)
• Limites de Atteberg (limite de liquidez, índice de plasticidade e limite de
retracção); (1 pts)
• Índice de lamelação; (1 pts)
• Condutividade eléctrica; (0.5 pts)
• Granulometria. (1 pts)

13. Descreva de forma resumida a realização do ensaio FACT 10%. (4 pts)


R: O ensaio 10% FACT, também designado “10% Aggregate Crushing Value” (FACT
para a RSA, TFV para UK, “Força de Esmagamento de 10%”) é um ensaio de
medição de resist6encia ao esmagamento de agregados britados, no qual é
determinada a força em KN necessária para esmagar uma amostra compreendida
entre as fracções 9,5 mm e 13,2 mm, de modo que 10% do total da amostra testada
passe no peneiro de 2,36 mm. (4pts)

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14. Quais são as grandes vantagens da “TRH20” e as suas principais limitações, no


processo de decisão sobre a aplicabilidade de solos na camada de desgaste de
estradas terraplenadas? (5 pts)
R: A TRH 20 fornece informação sobre as características dos solos, seus prós e
contras do ponto de vista de desempenho rodoviário, informação esta que nos
permite definir a aplicabilidade de solos que seriam descartados pelas outras normas
e também programar a sua manutenção. Mas por outro lado, as especificações
aceitam materiais que podem ser “inaceitavelmente” poeirentos e não tem em conta
a composição química dos materiais, ou seja, os solos lateríticos. (5 pts)

PARTE PRÁCTICA

A resposta às questões a) e c) é obrigatória. Adicionalmente, deve responder à


questão b) ou à questão d), cabendo a si fazer a escolha.

1. Pretende-se alterar o traçado da estrada NY, para aumentar a qualidade da planta


da mesma.
Esta alteração vai levar à necessidade de construção da estrada propriamente dita num
trecho de cerca de 3 Km.

A estrada situa-se nas terras altas da província do Niassa e tem um tráfego de cerca 800
veículos comerciais por dia em cada sentido.

a) Discuta a utilização dos solos apresentados em anexo (Quadro I), na


pavimentação do referido trecho de estrada (SATCC).
Para o caso da utilização na camada de base, discuta as possibilidades de
utilização fundamentando-se nas Especificações Técnicas da SATCC e na
experiência do passado em Moçambique. Considere a possibilidade de misturar
os solos, apenas para a camada de base e só no caso do uso das
Especificações da SATCC). (70 pts)

R: Análise da possibilidade de utilização dos solos na camadas do pavimento da referida


estrada.

Passo 1: Definição da camada do pavimento candidata


A definição da camada do pavimento candidata se faz pela análise do CBR do solo.
Sendo o parâmetro de escolha de acordo com a SATCC:
• Camada de base → CBR ≥ 80

• Camada de sub-base → 30 ≤ CBR < 80

• Camada superior do leito do pavimento → 15 ≤ CBR < 30

• Camada superior do leito do pavimento → 10 ≤ CBR < 15

Para a estrada referida pretende-se construir de raíz todas as camadas do pavimento da


estrada revestida (com excepção das bermas que não serão revestidas).

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Passa-se a análise das camadas do pavimento recomendadas para cada solo.


• Solo 1 → CBR = 50 → camada de sub-base (1 pts)
• Solo 2 → CBR = 20 → camada superior do leito do pavimento (1 pts)
• Solo 3 → CBR = 82 → camada de base (1 pts)
• Solo 4 → CBR = 85 → camada de base (1 pts)
• Solo 5 → CBR = 60 → camada de sub-base (1 pts)

Quadro I - Todos os solos são lateríticos

Peneiros Solos
(mm) 1 2 3 4 5

50,8 100
37,5 92 100
19,0 100 64 83 100
4,75 71 40 42 84
2,00 53 100 21 33 42
0,425 31 42 10 20 34
0,075 10 19 03 8 23

CBR 50 20 82 85 60
LL 28 30 24 27 30
IP 09 05 06 08 11
LS 07 07 03 07 06

Passo 2: Candidatos à camada de base


• Dmáx ≤ 53 mm

o Solo 3 → Dmax = 50,8 < 53 mm → satisfatório (1 pts)


o Solo 4 → Dmax = 37,5 < 53 mm → satisfatório (1 pts)

• Granulometria: encaixe no fuso da base em material natural

o Solo 3: curva extensa e regular, encaixa em grande parte no fuso da base,


não encaixando apenas na parte superior (fracção mais grossa) e na parte
inferior (fracção mais fina), a decisão do seu uso ou não devido à
granulometria fica dependente do valor do GM (caso este seja satisfatório
poder-se-á usar o material apesar do seu encaixe no fuso da base não ser
perfeito). (1 pts)
Nota: ver curva granulométrica do solo 3 e fuso da base da SATCC em
anexo. (1 pts – para o desenho da curva e fuso da base)
o Solo 4: curva extensa e regular, encaixa perfeitamente no fuso da base em
material natural. (1 pts)
Nota: ver curva granulométrica do solo 4 e fuso da base da SATCC em
anexo. (1 pts – para o desenho da curva e fuso da base)

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• GM ≥ 2

o Solo 3 → GM = [(100 – 21) + (100 - 10) + (100 – 3)]/ 100 = 2,66 > 2 →
satisfatório (1 pts)
o Solo 4 → GM = [(100 – 33) + (100 - 20) + (100 – 8)]/ 100 = 1,59 < 2 →
insatisfatório (1 pts)

• IP ≤ 6%

o Solo 3 → IP = 6 = 6% → satisfatório (1 pts)


o Solo 4 → IP = 8 > 6% → insatisfatório (1 pts)

• Composição química – Solo laterítico

A composição química do solo afecta os resultados dos ensaiso de limites de Atteberg,


dentre os quais está o IP. Uma vez que o IP do solo 3 já é satisfatório na análise da
SATCC, não é necessária a sua análise considerando o facto do solo ser laterítico.Pelo
facto dos solos serem lateríticos faz-se necessária a verificação do IP do solo 4,
insatisfatório segundo a SATCC, à luz da Experiência de Moçambique no Passado. (1 pts)

IP ≤ 15%
LL ≤ 40%
o Solo 4 → IP = 8< 15% → satisfatório (1 pts)
LL= 27 < 40% → satisfatório (1 pts)

• Conclusão – Material da base

O solo 3 não encaixa perfeitamente no fuso da base, apesar de a granulometria do


material ser boa, facto comprovado pelo formato da curva granulométrica extensa e
regular e pelo GM. A granulometria deste material pode ser corrigida misturando este
material a um outro de granulometria mais fina. Assim, conclui-se que pode ser usado na
camada de base se for misturado a outro solo com o intuito de corrigir a questão do
encaixe no fuso da base. (1.5 pts)
O solo 4 não verifica o módulo de granulometria, apesar da sua curva granulométrica
encaixar no fuso da base, nem verifica o IP estabelecido pela SATCC. Pelo facto de o
solo ser laterítico, o IP não deverá constituir prolema, o que está comprovado pela
Experiência de Moçambique no Passado. Assim, conclui-se que o solo 4 não pode ser
usado pelo facto de não ter um módulo de granulometria satisfatório, e uma vez que o
solo 4 já encaixa no fuso da base se torna complicado tentar por intermédio de misturas
corrigir o GM mantendo a mistura no fuso e satisfazendo os restantes parâmetros da
SATCC, razão pela qual este solo passa a ser candidato ao uso na camada de sub-base.
(1.5 pts)

Passo 3: Análise dos materiais candidatos à camada de sub-base


• Dmáx ≤ 63 mm ou 2/3 espessura da camada

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Para o exercício será usado o valor de 63 mm, mas caso se deseje usar 2/3 da espessura
da camada, adopta-se uma espessura padrão de 150 mm, sendo 2/3 desse valor
correspondente a 100 mm.
o Solo 1 → Dmax = 19,0 < 63 mm → satisfatório (1 pts)
o Solo 4 → Dmax = 37,5 < 63 mm → satisfatório (1 pts)
o Solo 5 → Dmax = 19,0 < 63 mm → satisfatório (1 pts)

• GM ≥ 1,5
o Solo 1 → GM = [(100 – 53) + (100 - 31) + (100 – 10)]/ 100 = 2,06 > 1,5 →
satisfatório (1 pts)
o Solo 4 → GM = [(100 – 33) + (100 - 20) + (100 – 8)]/ 100 = 1,59 > 1,5 →
satisfatório (1 pts)
o Solo 5 → GM = [(100 – 42) + (100 - 34) + (100 – 23)]/ 100 = 2,01 > 1,5 →
satisfatório (1 pts)

• IP ≤ 10%

o Solo 1 → IP = 9 <10% → satisfatório (1 pts)


o Solo 4 → IP = 8 < 10% → satisfatório (1 pts)
o Solo 5 → IP = 11 > 10% → insatisfatório (1 pts)

• Composição química – Solo laterítico

A composição química do solo afecta os resultados dos ensaio de limites de Atteberg,


dentre os quais está o IP. Pelo facto dos solos serem lateríticos faz-se necessária a
verificação do IP do solo 5, insatisfatório segundo a SATCC, à luz da Experiência de
Moçambique no Passado. No entanto, esta não será efectuada porque o enunciado do
problema recomendou que se recorresse à Experiência de Moçambique no Passado
como auxílio apenas nos casos de solos candidatos à utilização na camada de base. (1
pts)

• Conclusão

Os solos 1, 4 e 5 candidatos poderão ser usados na camada de sub-base da estrada e


camadas inferiores.
Os solos 1 e 4 respeitam a todas as exigências da SATCC para camada de sub-base. O
solo 5, apesar de ter um valor de IP superior ao especificado pela SATCC, deverá ter um
bom desempenho pelo facto de ser laterítico. (1 pts)

Passo 4: Análise dos materiais candidatos à camada superior do leito do pavimento


• Dmáx ≤ 2/3 espessura da camada
Para o cálculo de 2/3 da espessura da camada, adopta-se uma espessura padrão de 150
mm, sendo 2/3 desse valor correspondente a 100 mm.
o Solo 2 → Dmax = 2,00 < 63 mm → satisfatório (1 pts)

• IP ≤ IPmáx

IPmáx = 3 x GM + 10

o Solo 2 → GM = [(100 – 100) + (100 - 42) + (100 – 19)]/ 100 = 1,39 (1 pts)
IPmáx = 3 x GM +10 = 3 x 1,39 + 10 = 14,17 (1 pts)

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IP = 5 < 14,17 → satisfatório (1 pts)

• Composição química – Solo laterítico

A composição química do solo afecta os resultados dos ensaio de limites de Atteberg,


dentre os quais está o IP. Uma vez que o IP do solo 2 já é satisfatório na análise da
SATCC, não é necessária a sua análise considerando o facto do solo ser laterítico. (1 pts)

• Conclusão

O solo 2 pode ser usado para a camada superior do leito do pavimento e camadas
inferiores a esta, à luz das especificações da SATCC. (3 pts)

Passo 5: Análise da possibilidade de mistura de solos


Uma vez que nenhum dos solos candidatos à camada de base satisfaz à totalidade dos
requisitos da SATCC para a referida camada, faz-se necessária a mistura de solos.

• Escolha dos solos a misturar

Solo 3 → Escolhido devido ao elevado valor de CBR e à sua granulometria extensa que
geralmente se traduz em bom desempenho rodoviário. Já satisfaz aos requisitos da base
da SATCC, excepto pelo encaixe no fuso da base. (1 pts)
Solo 2 → Escolhido por ser um material fino que complementa o solo 3, tornando a
granulometria da mistura extensa, regular e contínua, sem aumentar o seu índice de
plasticidade, que satisfaz os requisitos para IP da SATCC. (1 pts)
• Proporções de mistura

o Solo 3 → 70%
o Solo 2 → 30%
Nota: Qualquer proporção que encaixe no fuso da base em material natural da SATCC. (1
pts)
• Análise dos parâmetros da mistura

Granulometria: o quadro abaixo apresenta a granulometria da mistura. (1 pts)

Peneiros Solo 2 Solo 3


Mistura
(mm) (30%) (70%)
50,8 100 100
37,5 92 94,4
19,0 64 74,8
4,75 40 58
2,00 100 21 44,7
0,425 42 10 19,6
0,075 19 03 7,8

CBR: o CBR da mistura terá um valor maior o igual ao maior CBR das partes. Assim
sendo:

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CBR 2 = 20%
CBR 3 = 82%
CBR Mistura ≥ 82%
Este valor deverá ser confirmado pela realização do ensaio de CBR. (1 pts)

Limites de Atteberg: os limites de Atteberg são calculados a partir das médias ponderadas
do material ensaiado (material passado nos peneiros nº 200 e nº 40).
o Solo 2 = (42+19) x 0,3 / (19,6 + 7,8) = 0,67 (1 pts)
o Solo 3 = (10+3) x 0,7 / (19,6 + 7,8) = 0,33 (1 pts)

Com as percentagens acima, passa-se à estimativa dos limites de Atteberg. Importa


referir que estes valores devem ser confirmados pela realização de ensaios laboratoriais.
o LL = 0,67 x 30 + 0,33 x 24 = 28,02 ≈ 28 (1 pts)
o IP = 0,67 x 5 + 0,33 x 6 = 5,33 ≈ 5 (1 pts)
o LR = 0,67 x 7 + 0,33 x 3 = 5,68 ≈ 6 (1 pts)

• Análise dos parâmetros da mistura pela SATCC

o Dmáx ≤ 53 mm

Dmáx = 50,8 → satisfaz (1 pts)

o Granulometria: encaixe no fuso da base em material natural

Curva da mistura: curva extensa e regular, encaixa perfeitamente no fuso da base


em material natural. (1 pts)
Nota: ver curva granulométrica da mistura e fuso da base da SATCC em anexo. (1
pts – para o desenho da curva e fuso da base)

o GM ≥ 2,0
GM = [(100 – 44,7) +(100 – 19,6) +(100 – 7,8)]/100 = 2,28 > 2,0 → satisfatório (1
pts)

o IP ≤ 6%

IP ≈ 5 < 6% → satisfatório (1 pts)


Recomenda-se a realização do ensaio de Limites de Atteberg para a confirmação do valor
de IP.

o Composição química – Solo laterítico

A composição química do solo afecta os resultados dos ensaio de limites de Atteberg,


dentre os quais está o IP. Uma vez que o IP da mistura é satisfatório, caso os limites de
Atteberg da mistura fossem verificados considerando a composição química do solo
laterítico, também seria satisfatório, sendo dispensável a sua verificação. (1 pts)

o Conclusão

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A mistura respeita a todas as exigências da SATCC para camada de base e camadas


inferiores. (2 pts)

b) Para o Dono da Obra poder optar pela utilização de uma base de agregado
britado de granulometria extensa, se assim o pretender, pede-se que discuta
essa possibilidade, com base nos materiais britados e na areia natural
existentes (Quadro II). (35 pts)

R: Análise da possibilidade de utilização de uma base de agregado britado de


granulometria extensa na camada de base.

Quadro II

Peneiros Areia natural não Pó de Brita 1 Brita 2


plástica (%) pedra

26,5 100
19 49
13,2 100 7
9,5 84 0
4,75 100 06
2 100 61 0
N.º 40 58 35
N.º 200 17 14

Os materiais britados foram obtidos a partir de rocha mãe sã de boa qualidade.


A areia natural é não plástica e limpa. Os limites de Atterberg do pó de pedra são IP =
3; LS = 2 e LL = 23
10% FACT da brita, a seco = 127 KN ; 10 % FACT húmido = 96 KN
FI = 29 %

• Origem do material

Todo o material é proveniente de rocha mãe sã e de boa qualidade, com excepção da


areia natural não plástica. Desde que a percentagem da areia natural não exceda 10%
da mistura, este parâmetro é satisfatório. (2 pts)

• Proporções de mistura

o Areia natural não plástica → 5%


o Pó de pedra → 40%
o Brita 1→ 30%
o Brita 2 → 25%
Nota: Qualquer proporção que encaixe no fuso da base em de agregado britado de
granulometria extensa da SATCC com Dmax = 26,5 mm. (3 pts)

• Granulometria da mistura

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Granulometria: o quadro abaixo apresenta a granulometria da mistura. (4 pts)

Peneiros Areia Pó de Brita 1 Brita 2 Mistura


natural não pedra
plástica (%)

26,5 100 100


19 49 87.25
13,2 100 7 76.75
9,5 84 0 70.20
4,75 100 06 40.80
2 100 61 0 29.40
N.º 40 58 35 16.90
N.º 200 17 14 6.45

Curva da mistura: curva extensa e regular, encaixa perfeitamente no fuso da


SATCC para material da base em agregado britado de granulometria extensa com
Dmáx 26,5 mm. (2 pts)
Nota: ver curva granulométrica da mistura e fuso da base da SATCC para
agregado britado de granulometria extensa em anexo. (1 pts – para o desenho da
curva e fuso da base)

• Resistência ao esmagamento
o 10% FACT seco ≥ 110 KN

10% FACT da brita, a seco = 127 KN > 110 KN → satisfatório (4 pts)

o 10% FACT húmido ≥ 10% FACT seco x 0,75

10% FACT seco x 0,75 = 127 x 0,75 = 95,25 KN

10% FACT da brita húmido = 96 KN > 95,25 KN → satisfatório (4 pts)

• Limites de Atteberg
o LL ≤ 25%

LL = 23 < 25% → satisfatório (3 pts)

o IP ≤ 6%

IP = 3 < 6% → satisfatório 3 pts)

o LS ≤ 3%

LS = 2 < 3% → satisfatório (3 pts)

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• Índice de Lamelação
o FI ≤ 35%

FI = 29 < 35 % → satisfatório (3 pts)

• Conclusão

A utilização de uma base de agregado britado de granulometria extensa na camada de


base é uma alternativa viável de acordo com as especificações da SATCC. Recomendam-
se as proporções de mistura apresentadas acima ou aproximadas. (3 pts)

c) Calcule as quantidades de materiais (por metro quadrado) a serem usadas no


revestimento do novo trecho de estrada do tipo “cape seal”, justifique a escolha
da DN para o RSS, em função de conhecimento relacionado com a experiência
britânica em matéria de revestimentos superficiais. A especificação de projecto
dependerá da DN do agregado do RSS. (35 pts)

R: Cálculo da quantidade de materiais a ser usados no revestimento do trecho de estrada


referido acima usando um “cape seal” (experiência britânica).

Passo 1: Revestimento Superficial simples

Tratamento da base (2 pts)


Base granular em material natural (mistura de solo 2 e 3 ou agregado britado de
granulometria extensa) → Tratamento: Rega de impregnação
Taxa de aplicação = 1 l/m2
Tipo de ligante – betume fluidificado MC30
Quantidade de ligante = 1 l/m2 de betume de penetração B70-100

Escolha da dimensão do agregado (3.0 pts)


Nesta escolha contam factores como o tráfego, a localização, a dureza da base,
economia. A base é granular, com dureza normal e o tráfego diário por via é de 800
veículos, o que corresponde a uma dimensão nominal recomendada de 10 mm (ver
tabela 2 dos apontamentos).
Nota: A base pode ser de dureza normal para a mistura dos solos 2 e 3 ou dura para
agregado britado de granulometria extensa).

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Seja a base a mistura dos solos 2 e 3.


Assim, DN = 10 mm
Uma vez que o DN de 10 mm não existe na SATCC, optar-se-à pela experiência
britânica.
Nota: A resolução pelas especificações da SATCC será igualmente considerada,
mediante o argumento usado para justificar a escolha da norma.

Determinação do ALD (2 pts)


DN = 10 → 9,5 mm
ALD = 2/3 DN = 2/3 x 9,5 = 6,33

Determinação do factor global (5 pts)


(ver tabela 4 dos apontamentos)
Factor de Tráfego: 800 veículos/via/dia → Táfego médio- pesado → -1
Factor da superfície existente: base impregnada ou não tratada → +6
Factor do clima: tropical (terras altas de Niassa) → +1
Factor do tipo de partícula: cúbicas → 0
Factor global = -1+6+1+0 = +6
Nota: Variações no clima e no tipo de partícula são permitidas desde que devidamente
apresentadas e argumentadas (Ex:clima tropical, partículas pré-envolvidas).

Determinação da quantidade de inerte (2 pts)


A taxa de aplicação de inerte é numericamente igual ao ALD.
Taxa de aplicação de inerte = 6,33 l/m2

Quantidade inerte = 6,33 l/m2 = 0,00633 m3/m2 de agregado com DN de 9,5 mm

Determinação de quantidade de ligante para rega de fixação do agregado (3 pts)


Pelo ábaco com o valor de ALD e do factor global tem-se a taxa de ligante.

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Taxa de aplica. ligante (valor do ábaco) = 0,97 kg/m2 = 0,97 l/m2 (peso específico = 1)

A taxa de aplicação de ligante deve ser corrigida pelo tipo de ligante.


Ligante: betume de benetração (B70-100) → -10%

Taxa de betume de penetração = (1- 0,10) x 1,02 l/m2 = 0,92 l/m2


Quantidade de ligante = 0,82 l/m2 de betume de penetração B70-100

• Lama asfáltica

Determinação da quantidade de ligante para a aplicação de uma rega de colagem (2


pts)
Taxa de aplicação de betume puro para a rega de colagem = 0,33 l/m2
(0,33 l/m2 é a taxa de aplicação padrão para rega de colagem)
Taxa de aplicação de emulsão para pulverização com 60% de betume = 0,33/ 0,6 =
0,55 l/m2

Quantidade de ligante = 0,55 l/m2 de emulsão para pulverização com 60% de betume

Determinação da quantidade de lama asfáltica (3 pts)


Taxa de cobertura de lama asfáltica (DN = 10 mm) deve estar entre 180 e 250 m2/m3

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Considerando o valor médio do intervalo:


Taxa de cobertura de lama asfáltica (DN = 10 mm) = 215 m2/m3
Quantidade de lama asfáltica = (1/215 m2/m3) = 0,0047 m3/ m2 de lama asfáltica

Determinação da quantidade de materiais para a lama asfáltica

o Agregado para lama asfáltica (4 pts)


Taxa de aplicação de agregado em relação ao volume de lama asfáltica = 1 m 3/m3
Quantidade de agregado = Taxa de aplicação de agregado x Volume de lama asfáltica
Quantidade de agregado = 1 m3/m3 x 0,0047 m3/ m2 = 0,0047 m3/ m2 de agregado
para a lama asfáltica
A granulometria do agregado para a lama asfáltica deve ser fina – classe fina ou fina
– classe média.

o Ligante para a lama asfáltica (emulsão estável com 55% de betume) (4 pts)

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Taxa de aplicação de ligante em relação ao volume de lama asfáltica deve estar entre
280 e 330 l/m3
Considerando o valor médio do intervalo:
Taxa de aplicação de ligante em relação ao volume de lama asfáltica = 305 l/m3
Quantidade de ligante = 305 l/m3 x 0,0047 m3/ m2 = 1,42 l/ m2 de emulsão estável com
55% de betume para a lama asfáltica.

o Cimento para lama asfáltica (4 pts)


Taxa de aplicação de cimento em relação ao volume de lama asfáltica = 15 kg/m3
Quantidade de cimento = 15 kg /m3 x 0,0047 m3/ m2 = 0,070 kg/m2 de cimento para a
lama asfáltica
0,070 kg/m2/ 50 kg = 0,001 sacos de cimento/ m2

o Água – quantidade necessária (1 pts)

d) Discuta a possibilidade de utilização dos solos conhecidos e de uma mistura


dos solos 2 e 3, na construção das bermas do novo trecho de estrada. (35 pts)

R: Análise da possibilidade de utilização dos solos conhecidos e de uma mistura dos solos
2 e 3, na construção das bermas do novo trecho de estrada.

Norma (0.5 pts)


A especificação de projecto é a SATCC para agregados naturais e para a análise da
aplicailidade de materiais em ermas não revestidas, esta recomenda o uso da TRH20.

Tipo de estrada (0.5 pts)


Uma vez que o enunciado do prolema não clarificou o meio contexto em que a estrada
será construída, poder-se-á considerar uma estrada urbana, por se tratar da tipologia
mais exigente à luz da recomendação técnica TRH20.

Análise dos materiais individuais

Quadro I - Todos os solos são lateríticos

Peneiros Solos
(mm) 1 2 3 4 5

50,8 100
37,5 92 100
19,0 100 64 83 100
4,75 71 40 42 84
2,00 53 100 21 33 42
0,425 31 42 10 20 34
0,075 10 19 03 8 23

CBR 50 20 82 85 60
LL 28 30 24 27 30

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IP 09 05 06 08 11
LS 07 07 03 07 06

• Dmáx ≤ 37,5 mm (2.5 pts)


o Solo 1 → Dmáx = 19,0 mm < 37,5 mm → satisfatório
o Solo 2 → Dmáx = 2,00 mm < 37,5 mm → satisfatório
o Solo 3 → Dmáx = 50,8 mm > 37,5 mm → insatisfatório
o Solo 4 → Dmáx = 37,5 mm = 37,5 mm → satisfatório
o Solo 5 → Dmáx = 19,0 mm < 37,5 mm → satisfatório

• 100 ≤ SP ≤ 365 (5 pts)


SP = LS x %pass. #0,425
o Solo 1 → SP = 7 x 31 = 217 → 100 ≤ SP = 217 ≤ 365 → satisfatório
o Solo 2 → SP = 7 x 42 = 294 → 100 ≤ SP = 294 ≤ 365 → satisfatório
o Solo 3 → SP = 3 x 10 = 30 → SP = 30 < 100 → insatisfatório
o Solo 4 → SP = 7 x 20 =140 → 100 ≤ SP = 140 ≤ 365 → satisfatório
o Solo 5 → SP = 6 x 34 = 204 → 100 ≤ SP = 204 ≤ 365 → satisfatório

• 16 ≤ GC ≤ 34 (5 pts)
GC = (% que passa no #26,5 mm - % que passa no #2,00 mm) x % que
passa no #4,75 mm / 100
o Solo 1 → GC = (100 – 53) x 71/ 100 = 33,37 → 16 ≤ GC = 33,37 ≤ 34 →
satisfatório
o Solo 2 → GC = (100 – 100) x 100/ 100 = 0 → GC = 0 < 16 → insatisfatório
o Solo 3 → GC = (75,35 - 21) x 40/ 100 = 20,94 → 16 ≤ GC = 20,94 ≤ 34 →
satisfatório
o Solo 4 → GC = (89,90 – 33) x 42/ 100 = 23,90 → 16 ≤ GC = 23,90 ≤ 34 →
satisfatório
o Solo 5 → GC = (100 – 42) x 84/ 100 = 48,72 → GC = 48,72 > 34 →
insatisfatório
Nota: A percentagem passada no peneiro 26,5 mm para cada um dos solos foi obtida
recorrendo às curvas granulométricas dos materiais, uma vez que este peneiro não foi
contemplado na tabela dos dados.

• CBR ≥ 15% (2.5 pts)


o Solo 1 → CBR = 50 > 15 % → satisfatório
o Solo 2 → CBR = 20 > 15 % → satisfatório
o Solo 3 → CBR= 82 > 15 % → satisfatório
o Solo 4 → CBR = 85 > 15 % → satisfatório
o Solo 5 → CBR = 60 > 15 % → satisfatório

• GRUPO: O ideal é o “E” (2.5 pts)


o Solo 1 → Grupo E → Bom desempenho rodoviário → satisfatório
o Solo 2 → Grupo A → Materiais errodíveis → insatisfatório
o Solo 3 → Grupo B → Materiais com pouca coesão → insatisfatório
o Solo 4 → Grupo E → Bom desempenho rodoviário → satisfatório
o Solo 5 → Grupo C → Solos soltos → insatisfatório

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• Conclusão – Análise individual dos solos (2.5 pts)


o Solo 1 → Pode ser usado na construção de bermas não revestidas.
o Solo 2 → Não pode ser usado na construção de bermas não revestidas.
Deve ser misturado a um solo com uma granulometria melhor de forma a se
tornar menos errodível.
o Solo 3 → Não pode ser usado na construção de bermas não revestidas.
Deve ser misturado a um solo mais plástico de forma a melhorar o seu
produto de retração e a reduzir a susceptibilidade à formação de
corrugações. Recomenda-se ainda a retirada dos materiais mais grossos,
com dimensão superior a 37,5 mm em meio urbano e rural.
o Solo 4 → Pode ser usado na construção de bermas não revestidas.
o Solo 5 → Não pode ser usado na construção de bermas não revestidas.
Deve ser misturado a um solo com uma granulometria melhor de forma a se
tornar menos solto.

Parâmetros da mistura dos solos 2 e 3


De forma a obter o equilíbrio entre a capacidade de suporte e granulometria extensa
concedida pelo solo e a plasticidade concedida pelo solo 2, optou-se por misturar 70% do
solo 2 e 30% do solo 3.

Nota: Por uma questão de facilidade e economia de construção da estrada será proposta
a mesma mistura da base (alínea a do presente exame), mas pode-se recorrer aos fusos
A, B, C e D da experiência de Moçambique no Passado como referência de fuso
granulométrico no qual a mistura deve encaixar e assim determinar as proporções ideais
da mesma. De referir ainda, que existe um intervalo de valores proporções de mistura
válidas não apenas os valores indicados na resolução da presente guia de correcção.

• Granulometria: o quadro abaixo apresenta a granulometria da mistura. (1 pts)

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Peneiros Solo 2 Solo 3


Mistura
(mm) (30%) (70%)
50,8 100 100
37,5 92 94,4
19,0 64 74,8
4,75 40 58
2,00 100 21 44,7
0,425 42 10 19,6
0,075 19 03 7,8

• CBR: o CBR da mistura terá um valor maior o igual ao maior CBR das partes.
Assim sendo:
CBR 2 = 20%
CBR 3 = 82%
CBR Mistura ≥ 82%
Este valor deverá ser confirmado pela realização do ensaio de CBR. (1 pts)

• Limites de Atteberg: os limites de Atteberg são calculados a partir das médias


ponderadas do material ensaiado (material passado nos peneiros nº 200 e nº
40).
o Solo 2 = (42+19) x 0,3 / (19,6 + 7,8) = 0,67 (1 pts)
o Solo 3 = (10+3) x 0,7 / (19,6 + 7,8) = 0,33 (1 pts)

Com as percentagens acima, passa-se à estimativa dos limites de Atteberg. Importa


referir que estes valores devem ser confirmados pela realização de ensaios laboratoriais.
o LL = 0,67 x 30 + 0,33 x 24 = 28,02 ≈ 28
o IP = 0,67 x 5 + 0,33 x 6 = 5,33 ≈ 5
o LR = 0,67 x 7 + 0,33 x 3 = 5,68 ≈ 6 (1 pts)

Análise da mistura

• Dmáx ≤ 37,5 mm (1 pts)


o Mistura → Dmáx = 50,8 mm > 37,5 mm → insatisfatório

• 100 ≤ SP ≤ 365
SP = LS x %pass. #0,425 (2 pts)
o Mistura → SP = 6 x 19,6 = 117,6 → 100 ≤ SP = 117,6 ≤ 365 → satisfatório

• 16 ≤ GC ≤ 34 (2 pts)
GC = (% que passa no #26,5 mm - % que passa no #2,00 mm) x % que
passa no #4,75 mm / 100
o Mistura → GC = (82,75 – 44,7) x 58/ 100 = 22,07 → 16 ≤ GC = 22,07 ≤ 34
→ satisfatório

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Nota: A percentagem passada no peneiro 26,5 mm da mistura foi obtida recorrendo às


curvas granulométricas dos materiais, uma vez que este peneiro não foi contemplado na
tabela dos dados.

• CBR ≥ 15% (1 pts)


o Mistura → CBR ≥ 82 → 82 > 15% → satisfatório

• GRUPO: O ideal é o “E” (2 pts)


o Mistura → Grupo E → Bom desempenho rodoviário → satisfatório

• Conclusão – Análise da mistura (1 pts)


o Mistura → Pode ser usado na construção de bermas não revestidas.
Recomenda-se ainda a retirada dos materiais mais grossos, com dimensão
superior a 37,5 mm em meio urbano e rural

FIM

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