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APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem você será apresentado à tradição filosófica crítica sob a perspe
ctiva de Emmanuel Kant.
Kant é um importante pensador alemão que redefiniu muitos pontos no desenvolvimento da Filo
sofia, discutindo sobre a arte, a moral e o o conhecimento.
Bons estudos.
DESAFIO
A argumentação central da Teoria de conhecimento kantiana fica posta no juízo que ele denomi
na como sendo "sintético a priori". Segundo este juízo, o nosso conhecimento é construído de tal
modo que não se fixa no espaço e no tempo, isto é, conseguimos desenvolver raciocínios que ap
resentam uma verdade sem a necessidade de recorrermos à dimensão espacial ou temporal. Um
exemplo desse raciocínio é o matemático.
Vamos ao desafio:
De que modo o raciocínio matemático corresponde ao juízo sintético kantiano a priori? Apresent
e uma breve explicação deste e suas relações.
INFOGRÁFICO
Neste infográfico você terá acesso aos conceitos desta unidade e suas relações.
CONTEÚDO DO LIVRO
Kant é visto como crítico a Hume, onde este último buscava incessantemente justificar a induçã
o. O filósofo o contraria apresentando que há outras formas válidas de construir o conhecimento,
onde, segundo o pensador alemão, a mente ordenaria a experiência de modo conjunto, de maneir
a a situar o princípio causal verdadeiro nesta experiência. Isto é, o que determinaria que a experi
ência fizesse a relação causal entre A e B seria a mente, através de juízos sintéticos a priori, exis
tentes independentes da própria experiência, mas através desta última.
Para conhecer a filosofia kantiana, leia o capítulo O Criticismo Kantiano da obra Filosofia. que
segue.
FILOSOFIA
Introdução
A filosofia de Immanuel Kant (1724–1804) compreende duas fases prin-
cipais: a pré-crítica ou dogmática (até 1770), composta por trabalhos
nas áreas da matemática, da sismologia, da astronomia e da filosofia; e
a crítica, que se inicia por volta dos 46 anos de Kant, depois que ele lê a
obra de David Hume (1711–1776), sua maior fonte de inspiração para a
Crítica da Razão Pura.
Na primeira fase do seu pensamento, sob a influência de Gottfried
Leibniz (1646–1716) e Christian Wolff (1679–1754), Kant baseia as suas
reflexões na filosofia dogmática, com preceitos certos e indiscutíveis.
Já na segunda fase da sua obra, impulsionado por Hume, Kant se de-
clara despertado do sono dogmático, colocando a razão sob suspeita
e questionando o que se pode realmente conhecer. A partir da crítica
das ideias metafísicas da razão, Kant admite que o conhecimento vem
de fora, ou seja, da experiência (a posteriori), antecedida pelo que ele
chama de a priori.
A filosofia de Kant
A primeira fase do pensamento de Kant é conhecida como “pré-crítica” ou “dog-
mática”. Ela durou até 1770. Nessa fase, influenciado pelo racionalismo de Gottfried
Leibniz e Christian Wolff, Kant desenvolveu uma filosofia dogmática. Nesse
período, a sua obra não incluía um questionamento racional a respeito da realidade.
2 O criticismo kantiano
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Religião
O contexto atual possibilita uma reflexão coerente a partir de Kant no que diz
respeito à religião e à política. Considerada um problema antigo, a intolerância
religiosa é um assunto que a filosofia moral pode iluminar, indicando modos
de agir e propondo uma racionalidade que vá além dos aspectos históricos e
culturais.
A filosofia kantiana propõe condições de justificar e legitimar a liberdade
religiosa. Kant, em seu livro A Religião nos Limites da Simples Razão, conde-
nou e combateu a intolerância religiosa, refletindo sobre o caráter da crença
religiosa e o status teórico e moral da própria religião (SANTOS, 2017). A
tolerância é considerada como ação compassiva no que se refere ao erro dos
outros, enquanto o intolerante é aquele que não consegue suportar a imperfeição
dos outros sem ódio e, por isso, ele próprio não pode ser suportado sem ódio.
Partindo dessa reflexão, a tolerância é um dever universal em relação a todas
as pessoas, nas mais diversas religiões, numa dinâmica de suporte aos defeitos
uns dos outros, em favor da vida útil em sociedade.
Kant elencou (SANTOS, 2017) três princípios propondo o significado e a
legitimidade da liberdade da religião. Veja a seguir.
10 O criticismo kantiano
Política
A política deve ser pensada a partir da concepção do direito relacional constitu-
ído pela razão em relação às inclinações naturais do homem. Nessa perspectiva,
o homem reflete sobre o progresso da vida em sociedade, baseado na ação e
no dever, por meio das orientações racionais nele contidas.
O homem, por meio da sua liberdade, tem capacidade de legislar sobre a
própria lei a que se submete, como uma faculdade universal que possui, esta-
belecendo os seus direitos. Porém, partindo da ideia cosmopolita, o homem
necessita do Estado para o cumprimento das leis, mediante as quais também
são regidos os deveres que deve assumir, no sentido da garantia da própria
liberdade. Na concepção de Kant, “[...] as virtudes políticas servem apenas para
a construção de uma possível constituição republicana perfeita. Por isso, seu
fim [...] é imanente à política e não faz indicação à esfera moral [...]” (KLEIN,
2013, documento on-line).
Uma política pode ser considerada útil de acordo com os termos em
que se propõe junto à sociedade. Ela não deve ser dominada por preceitos
moralizantes dos seus agentes, contrários aos direitos, uma vez que o
governo deve ser pensado de forma autêntica por um político moral, não
como uma simples disposição de ânimo demonstrada pelo legislador ou
O criticismo kantiano 11
executivo político. Segundo Klein (2013), Kant aponta, assim, que as leis
justas devem ser criadas e aplicadas corretamente, não de modo eventual,
mas de forma constante e sistemática. Para isso, uma boa disposição moral
é imprescindível.
KANT, I. Crítica da razão pura. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.
KLEIN, J. T. Kant sobre o progresso na história. ethic@, Florianópolis, v. 12, n. 1, p. 67–100,
2013. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/viewFile/1677-
-2954.2013v12n1p67/25273. Acesso em: 28 ago. 2019.
PUC-RIO. Kelsen e Kant: limites e possibilidades da razão. [2010]. Disponível em: https://
www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15781/15781_3.PDF. Acesso em: 28 ago. 2019.
SANTOS, L. R. Kant, sua interpretação moral do Cristianismo e raízes bíblico-cristãs da
sua ética. Conjectura: Filosofia e Educação, Caxias do Sul, v. 22, n. 2, p. 226–278, 2017.
Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/5039/
pdf. Acesso em: 28 ago. 2018.
Leituras recomendadas
BONJOUR, L. Filosofia: textos fundamentais comentados. 2. ed. Dados eletrônicos.
Porto Alegre: Artmed, 2010.
KANT, I. A paz perpétua: um projecto filosófico. Covilhã: Universidade da Beira Interior,
2008.
VASCONCELOS, V. V. Conhecimento em Kant e inteligência artificial. Belo Horizonte:
UFMG, 2005.
DICA DO PROFESSOR
Neste vídeo você será introduzido ao pensamento geral da filosofia kantiana no que diz respeito
à sua teoria do conhecimento.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
EXERCÍCIOS
O juízo sintético a priori permitiu perceber que a matemática é um campo próprio do conh
A)
ecimento intelectivo humano.
5) Razões "a posteriori" são baseadas ou derivadas da experiência, assim, dizemos que é
o mesmo que:
conhecimento suprassensível.
A)
conhecimento empírico.
B)
juízo sintético.
C)
juízos analíticos.
D)
argumentos indutivos.
E)
NA PRÁTICA
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:
Inicie sua leitura no tópico: "II. Soluções Buscadas" na página 179 e prossiga no raciocínio até p
ágina 185.