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Unidade II
5 PODER NAS ORGANIZAÇÕES
Em seus trabalhos sobre a burocracia, Max Weber definiu um modelo de autoridade que foi
absorvido por grande parte das organizações modernas: a racional-legal. Esse tipo de autoridade se
baseia na existência de um regulamento, com normas específicas, que deve regrar as ações dos membros
organizacionais. Esse conjunto de regras impessoais deve, inclusive, ser aceito por todos, delimitando as
posições de poder e autoridade.
Porém os tipos de autoridade nas organizações podem ser divididos em duas categorias: autoridade
de assessoria e autoridade de linha. Conforme mostrado na figura a seguir, autoridade de linha é
aquela dos gestores hierarquicamente responsáveis por toda a cadeia de comando, utilizando-se de seu
poder para determinar as formas e estratégias com as quais os objetivos da área em questão, e mesmo de
toda a organização, serão alcançados. Altamente dependente dos objetivos estabelecidos previamente
e refletindo as metas e missão da organização, as atividades de linha possuem consequentemente uma
variabilidade grande.
A autoridade de assessoria, por outro lado, é aquela dos grupos, áreas e indivíduos que dão
suporte aos gestores de linha. Quando ocorre o crescimento da organização, é natural o surgimento de
departamentos e cargos que atuam através desse tipo de autoridade. Podem ser citados como exemplos
as áreas financeira e de recursos humanos, já que não atuam diretamente para o alcance dos objetivos
organizacionais, embora sejam essenciais em suas funções suporte aos departamentos de linha.
Figura 30
62
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
É importante ressaltar que a autoridade de assessoria não é uma autoridade formal, estando
mais vinculada ao relacionamento comunicativo com os departamentos de linha, embora alguns
departamentos de assessoria tenham uma clara atuação de autoridade sobre as atividades de linha,
como a área de auditoria. O fato é que, muitas vezes, a identificação das distinções entre os dois tipos
de autoridade se torna difícil dentro da dinâmica organizacional.
O conceito de poder pode ser resumido na capacidade de se exercer influência sobre um indivíduo,
ou um conjunto de indivíduos, para um fim específico. De início, faz-se necessário compreender que
o conceito de poder é mais amplo que o de autoridade, pois nem todo poder deriva da autoridade, ao
passo que quem tem autoridade possui certo poder.
A partir disso, entende-se que o poder também possui um caráter relacional, ou seja, ele não faz
sentido isoladamente, mas, sim, quando é exercido em relação a uma pessoa ou grupo, criando-se uma dinâmica
de dependência daquele que o possui em relação ao receptor. Podem ser destacados os seguintes tipos de
poder: o coercitivo, o de recompensa, o legítimo, o referente e o de competência.
Poder coercitivo é aquele exercido por meio da percepção do receptor da capacidade punitiva
de quem possui o poder, fazendo com que aquele molde seu comportamento com base nesse fato.
O poder de recompensa, no sentido contrário, instiga certo tipo de comportamento nos receptores de poder
pela capacidade do detentor de estabelecer recompensas. O poder legítimo, por seu turno, é aquele
que deriva da autoridade formal, em outros termos, decorrente da posição hierárquica detida. Já o
poder referente é exercido com base na imagem favorável do detentor de poder, inspirando crença
e admiração nos receptores. O poder de competência, por fim, é o resultado do reconhecimento do
conjunto de competências e aptidões especiais daquele que o exerce.
É essencial também frisar que as fontes de poder são diversas, podendo ser destacadas o carisma
do detentor, suas características, suas especializações distintivas, o cargo, o controle sobre fontes de
incerteza, o acesso à informação ou a posse de recursos em escassez.
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Unidade II
Poder coercitivo
Poder de Poder de
competência recompensa
Tipos de poder
Figura 31
De acordo com o que se apresenta na imagem, o poder coercitivo se baseia no uso da força física,
do tamanho ou mesmo da propriedade para fazer valer a sua vontade diante daqueles que dependem
ou temem pela sua segurança ou integridade física.
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
O poder legítimo é aquele que vai se originar na posição ou cargo existente na estrutura
organizacional. O poder de mando, neste caso, não é pessoal, mas, sim, do cargo exercido. Ele é legítimo,
pois não deve ser questionado pelos subordinados; seja quem for que estiver empossado no cargo,
automaticamente será imbuído do poder conferido ao cargo que exerce. Claro que esse poder segue
regras claras de que tipo de decisões e determinações se pode fazer, bem como as formas de passá-las
adiante e como fazê-las serem cumpridas.
Já, o poder de referência corresponde ao poder carismático. Esse tipo de poder não depende da
vontade da pessoa que o exerce; ele manda e lhe é dado por aqueles que se sujeitam à sua influência,
seja por magnetismo pessoal ou por características pessoais (postura, senso de humor, forma de olhar,
tom de voz, forma de se apresentar ou se vestir etc.) que são observadas e admiradas pelo grupo
de subordinados. Este é um poder atribuído por quem se subordina. Trata-se de uma subordinação
voluntária e subjetiva.
Lembrete
Com a diferenciação entre autoridade e poder posta, é possível perceber o caráter amplo que
este possui. O exercício do poder se refere à busca pelo controle total dos recursos materiais e pela
organização dos recursos humanos de uma organização. Todavia, estudiosos apontam para a existência
de outros recursos de poder que escapam da esfera da legitimidade.
a atenção ao funcionamento das estruturas informais, as quais, aliás, se mostram cada vez mais
presentes nas organizações contemporâneas.
• Estrutura política das organizações: é preciso entender que toda organização possui de certa
forma uma natureza política. Tendo seus membros interesse e agendas diversas, passíveis de
conflito, e a eventual formação de coalizões políticas em torno de interesses em comum, não
há como negar esse fato. A realização da política, que é o processo de mobilização do poder,
pode por vezes se sobrepor à estrutura formal de poder, tornando-se de primeira importância
que o administrador esteja sempre atento aos principais atores políticos da organização, suas
movimentações e grupos de atuação.
Hoje, é mais comum as perspectivas sobre o poder não o limitarem a um mero recurso conveniente
e facilmente direcionável. Pelo contrário, é cada vez mais presente o entendimento da complexidade das
relações de comando e da estrutura de dominação nas organizações.
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Baseadas na noção burocrática weberiana, esses tipos de estruturas possuem divisões dependentes
da hierarquização do comando. Porém, na contemporaneidade, outros tipos mais horizontais e
flexíveis estão surgindo por conta das mudanças nos paradigmas de organização, sendo algumas delas
denominadas como organizações pós-industriais, em rede, clusters ou baseadas na informação. Aqui,
essas novas estruturas serão denominadas como “estruturas em rede” e analisadas com mais detalhes
em momento oportuno.
A partir da análise anterior sobre os fundamentos do processo de organização, surge uma questão
essencial: como realizar a definição do projeto organizacional e do desenho estrutural, com vistas à
obtenção da máxima eficiência administrativa, adequando os elementos estruturais às condições
ambientais e aos objetivos estabelecidos?
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Unidade II
Saiba mais
A existência de estruturas adicionais em uma organização está vinculada ao ritmo de sua evolução e ao
seu crescimento. Todas as organizações, a princípio, possuem uma estrutura funcional e, segundo Sobral
e Peci (2008), conforme suas atividades se complexificam, a tendência é que ocorram reestruturações
que podem levar à adoção de formas divisionais, moldadas com base nas referências geográficas ou, no
caso de suas atuações demandarem diversos focos, em forma matricial.
Sendo a opção mais lógica de estruturação, está pautada pela especialização do trabalho e molda as
áreas da forma como geralmente são vistas em organizações: recursos humanos, financeiro, marketing,
P&D, produção, logística, entre outras. Nessas áreas, ocorre a aproximação de conhecimentos e
habilidades que conversam entre si, criando-se uma relação estreita entre as atividades realizadas
e aumentando as chances de se promover uma economia de escala eficiente.
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Para Robbins e Decenzo (2004), esse tipo de estrutura ajuda na prevenção de duplicação de cargos,
além de permitir uma melhor comunicação entre os membros, os quais possuem linguagem próxima.
Porém também possuem riscos, como a tendência à segregação entre os departamentos, que pode levar
à perda do foco nas metas funcionais e da unidade da organização como um todo.
Presidente
executivo
Recursos
Operações Marketing Humanos Finanças
Pesquisa de Recrutamento e
Qualidade Contabilidade
mercado seleção
Comunicação e
Manutenção Treinamento Tesouraria
publicidade
Relações Segurança e
Estoques Câmbios
públicas higiene
Figura 32
A estrutura funcional foi amplamente utilizada na fase de proliferação das indústrias, entre o final
do século XIX e o início do XX, tendo surgido nesse contexto. Como não poderia ser diferente, o modelo
fordista se utilizou da estrutura funcional, que servia ao modelo de produção verticalizado da época.
Nos EUA, um exemplo bastante ilustrativo desse tipo de aplicação se deu na organização funcional
vertical do setor ferroviário implementada por Andrew Carnegie. A noção de departamentalização foi
muito útil às empresas que cresciam rapidamente e necessitavam integrar continuamente novas áreas
à estrutura organizacional.
Apesar da crise do modelo fordista, ainda é possível verificar a utilização da estrutura funcional em
alguns tipos de organização, tais como: aquelas que atuam em um ambiente cercado pela estabilidade, em
fase inicial de atividade, de dimensão reduzidas, de grande porte e com baixa diversificação tecnológica
ou de produtos, grandes e com reduzidos canais de distribuição ou que atuam apenas em uma área
geográfica. As vantagens e desvantagens da estrutura funcional estão resumidas no quadro a seguir:
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Unidade II
Quadro 10
Esse tipo de estrutura se adapta melhor a contextos pouco dinâmicos, com tendências à estabilidade,
logrando aumento de eficiência nessas condições.
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Informações
Tecnologia da
Oportunidades informação
Segurança
Portfólio de
Relações serviços
públicas Segurança
Figura 33
Presidente
Gerente
Gerente Gerente operações/ Gerente Gerente Gerente Gerente Gerente
vendas marketing logística contratos RH cobrança produção compras
Consultador
Figura 34
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Unidade II
Lembrete
Conforme pontuado anteriormente, a complexificação das atividades de uma empresa pode levá-la
à adoção de uma estrutura divisional. Geralmente, a diversificação de produtos, serviços, tecnologias e
mercado promove esse tipo de mudança na configuração organizacional.
Na forma divisional, os recursos e atividades são agrupados em unidades segundo o foco principal:
produtos, mercado ou clientes. Para Sobral e Peci (2008), essa dinâmica leva maior autonomia e,
consequentemente, mais reponsabilidade aos membros da organização, embora as diretrizes estabelecidas
pela cúpula administrativa continuem sendo respeitadas. Acontece, portanto, um movimento de
descentralização das operações com a manutenção do poder centralizado de direção e coordenação.
A estrutura divisional se mostra útil a uma organização quando esta inicia em algum momento
a diversificação de seus produtos ou serviços, necessitando de maior departamentalização para o
agrupamento de tarefas que atuam para os mesmos objetivos, sejam eles relacionados ao mercado, aos
produtos ou ao seu público-alvo.
Diferentemente da estrutura funcional, que á pautada pela mobilização dos recursos necessários, a
estrutura divisional se baseia na melhor alocação desses recursos em cada uma das divisões com foco
nos seus resultados. Cabe à administração geral e aos setores auxiliares não relacionados de forma direta
com os resultados de cada uma das divisões (a área de recursos humanos, por exemplo) encontrarem
a melhor forma de alocação dos recursos entre as divisões, assim como a elaboração da estratégia
corporativa, como ilustrado pela figura seguinte. Se há o estímulo para uma ação coordenada em busca
de inovação e atendimento das necessidades do cliente, então a estrutura divisional será eficiente.
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Presidente
executivo
Recursos Finanças
Humanos
Figura 35
Surgida na Primeira Guerra Mundial, a estrutura divisional foi adotada primeiramente por grandes
empresas de setores diversos, tais como DuPont, General Motors e Standard Oil, evoluindo com
velocidade nas décadas de 1940 e 1950. Embora alguns autores enxerguem a estrutura divisional
como não promotora de autonomia na cadeia de comando das organizações, devido à centralização
das decisões mais importantes, em sua dinâmica as divisões da estrutura combinam planejamento,
coordenação e controle de forma centralizada, gerando mais autonomia divisional e sendo avaliadas
principalmente por seus desempenhos. Os administradores dessas divisões possuem, portanto, maior
poder em suas mãos, já que concentram a responsabilidade direta pelos resultados de suas áreas e seus
respectivos sucessos no mercado.
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Unidade II
Quadro 11
De acordo com Sobral e Peci (2008), esse tipo de estrutura é bem aplicado no caso de:
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Cofra
United
Unique
Cofra Argidius
Energias
Varejo Real State Private equity renováveis
C&A Europa C&A América Latina Redevco Bregal Enterpreneus Good Energies
Fund
Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, México (inclui Ibi Ásia (China e Bregal Capital, - Ciências da - Energia solar
Croácia, Eslováquia, Mexico) Índia), Alemanha, Centre Partners, vida
Eslovênia, Espanha, França, Bélgica, Espanha/ Ranch Capital, - Energia eólica
Holanda, Hungria, Itália, Portugal, Europa - Tecnologias de
Bragal Private - Armazenamento
Luxemburgo, Polônia, Central, França, Capital, Birchill tratamento da
Portugal, República Tcheca, de energia
Holanda, Itália/ água
Rússia (franquia), Suíça, Suíça, países - Green building
Turquia, C&A Money C&A China - Tencnologias
nórdicos, Polônia,
Reino Unido, automotivas - Project finance
Romênia, Turquia limpas
- Materiais
inovadores
Figura 36
Diretoria de lojas
Gerência regional
Gerência de loja
Supervisão de varejo
Líderes
Monitores Assessores
Figura 37
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Unidade II
Presidência
Diretoria
VP de VP de Diretoria de Diretoria de financeira Diretoria
operações compras engenharia marketing jurídica de RH
informática
Figura 38
Este é um organograma do Banco do Brasil que ilustra a estrutura organizacional por clientes:
Intregração
varejo
Figura 39
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
A estrutura matricial opera em dois sentidos principais: de forma funcional e vertical, agrupando os
especialistas em cada área específica, e de forma divisional e horizontal, estabelecendo uma orientação
em direção aos objetivos globais e buscando melhor adaptabilidade ao ambiente. Ou seja, a estrutura
matricial pode ser considerada composta por aspectos das estruturas divisional ou por projetos e
a funcional.
Com seu caráter híbrido, a estrutura matricial é mais ligada a projetos ou negócios que necessitam
de equipes multidisciplinares e não fixas, que tenham a capacidade de atuar em diversos projetos ao
mesmo tempo. Assim essa lógica gera um caráter mais dinâmico na rotina desses profissionais, que serão
alocados em projetos por tempo determinado e terão que lidar com dois superiores simultaneamente.
A cadeia de comando combina a característica vertical, com um gestor de área, com a horizontal, que
terá um gestor especialista no projeto a ser tocado.
Segundo Daft (2008), a estrutura matricial, por sua vez, representa uma forma híbrida entre a
estrutura funcional (que permite o uso dos recursos de forma mais eficiente) e a estrutura divisional
(que possui maior adaptabilidade à instabilidade ambiental), em uma tentativa de se utilizar os pontos
fortes das duas formas analisadas anteriormente.
Segundo Sobral e Peci (2008), combinam-se nessa estrutura a cadeia de comando vertical com a
horizontal, voltada para a consecução de um projeto, produto ou serviço. Tendo isso em vista, Daft
(2008) afirma que a estrutura matricial permite a manutenção de uma verticalização da cadeia de
comando de forma concomitante ao estabelecimento de uma forte conexão horizontal.
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Unidade II
Presidente
Recursos
Produção Marketing humanos Finanças
Produto A
Produto B
Produto C
Autoridade
dual
Produto D
Figura 40
A estrutura matricial surgiu num contexto de adaptação das organizações às mudanças ambientais
nas décadas de 1960 e 1970, sendo a indústria aeroespacial pioneira nesse sentido. Com esse movimento
e o estabelecimento de novas práticas, era preciso maior adaptabilidade e flexibilidade por parte das
empresas. Atualmente, é possível encontrar essa dinâmica em empresas de ramos específicos, como
o de publicidade, de informática, grandes construtoras ou de meios de pagamento (a MasterCard é
um exemplo).
Apesar de ao senso comum parecer estranha a existência de uma hierarquia dual, Daft (2008) elenca
três condições que justificam sua utilização:
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Quadro 12
Observação
Hammer (1990) foi o responsável pela criação da estratégia organizacional chamada de reengenharia.
Ele visualizou a importância do uso correto das tecnologias da informação, afastando-se da simples
ideia de automação no reprojetamento dos processos e otimizando-os. Reengenharia foi o processo
de reinventar as empresas, repensando o negócio dentro de um novo paradigma, reinterpretando o
negócio, com suas características atuais, todas focadas nas necessidades dos clientes reais e potenciais,
já contando com as melhores tecnologias disponíveis e acessíveis no mercado. Trata-se da busca pelo
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Unidade II
O modelo japonês primava por uma estrutura enxuta, rápida e tecnologicamente intensa, voltada
para evitar o desperdício e a existência de grandes volumes de estoques.
O foco das grandes organizacões ocidentais mudou: deixou de ser a estrutura departamental e as
tarefas isoladas e passou a ser os processos e a visão horizontal, dos fluxos de informações, recursos e
atividades, a partir do pedido do cliente, até a entrega do produto final.
A estrutura horizontal se afasta do modelo tradicional verticalizado, rígido e com uma lógica
hierárquica engessada. Se trata de uma nova abordagem com foco nos fluxos de trabalho e processos
centrais horizontais, que procura lidar com a busca pela competitividade em um ambiente cada vez mais
instável e exigente.
Para Daft (2008), a aplicação da reengenharia deu início à utilização da estrutura horizontal. Suas
principais características são:
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Observação
Equipe
da alta administração
Análise de Planejamento
mercado Pesquisa de produto Teste Cliente
Figura 41
Quadro 13
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Unidade II
Segundo Tomaoka (2013), as equipes são multiespecializadas, pois são formadas por colaboradores
que exercem diversas funções. Formam um grupo multidisciplinar, unidos pragmaticamente para atingir
objetivos mútuos, estabelecidos previamente, com o intuito de produzir resultados de forma nivelada.
Nessas equipes não se privilegia a hierarquia, produzindo o trabalho de forma fluídica e harmônica; nas
configurações necessárias, podem durar por tempo indeterminado ou serem dissolvidas ao final de cada
empreitada ou projeto. As condições flexíveis e com características relativamente informais causam um
grande impacto no ânimo dos colaboradores, que passam a atuar motivados e comprometidos com os
resultados desejados.
Chefe executivo
Gerente
Equipe Equipe Equipe de projeto
Gerente
Equipe Equipe Equipe de projeto
Gerente
Equipe Equipe Equipe de projeto
Figura 42
Vice-presidente
Estrutura funcional e gerente geral
Estratégia e Recursos
Finanças comunicação humanos
Diretor e dono
do processo Equipe
Diretor e dono
do processo Equipe
Diretor e dono
do processo Equipe
Figura 43
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Unidade II
6.4.3 Em rede
A década de 1970 representou uma grande virada no modo de produção do sistema de produção em
massa. A crise advinda dos choques do petróleo influenciou a mudança do paradigma produtivo. Com
a ascensão tecnológica e o aumento da demanda em quantidade e qualidade, houve um impulso de
expansão no mercado global que não foi acompanhado pelo engessado e custoso modelo de produção
vigente até então.
Nessa década houve dois acontecimentos importantes para mudanças na lógica do modelo de
reprodução do capital: a quebra do padrão ouro-dólar e as crises do petróleo, já mencionadas. O primeiro
foi responsável por influenciar a flexibilização da forma como a moeda poderia fluir pelo mundo, assim
como a dinâmica de sua valorização e virtualização. Já o segundo foi determinante para a mudança
de percepção da economia global em relação a um insumo que sempre fora fornecido até então de
forma abudante e a preços relativamente baixos. A crise econômica da década de 1970, marcada pela
primeira crise do petróleo (1973), e seus impactos para as empresas e suas operações foram de grande
importância. Segundo Daft (2008), foi um momento de virada para o capitalismo e estabeleceu a
demarcação do esgotamento do modelo de produção em massa, que se tornava rígido e custoso.
Com a queda do Muro de Berlim, na década seguinte, a ascensão do modelo toyotista e o avanço
exponencial da capacidade tecnológica (principalmente nos setores eletrônico e de informação), o
processo de globalização se intensificou, moldando uma nova forma de relacionamento entre empresas
e consumidores. A exigência por mais qualidade e menos quantidade regrou a expansão dos mercados
globais e a forma de estruturação das organizações.
Segundo Sobral e Peci (2008), a inovação e a diferenciação passaram a ser fatores essenciais para
produtos e serviços, o que exigiu das organizações a busca pela reivenção e pelo remodelamento da
natureza das tarefas organizacionais. O surgimento de novas soluções estruturais se deu nesse contexto,
com as estruturas em rede sendo um dos destaques.
Por conta de a verticalidade não se adequar muito bem a essa nova dinâmica do capital, as
organizações precisaram dar novo rumo à forma como era feita a alocação de recursos, abrindo-se
espaço para novas configurações organizacionais com tendências flexíveis e de inovação. São alguns os
fatores que estimulam o surgimento dessas novas estruturas:
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ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Conforme define Daft (2008), estrutura em rede é um termo genérico e, na verdade, abarca formas
organizacionais alternativas: rede, clusters, virtuais, equipes de trabalho e organizações de aprendizagem.
A divisão do trabalho, ponto fundamental para a maioria das estruturas organizacionais, se afasta
da centralidade das atividades básicas e passa a girar em torno do conhecimento, ressaltando-se a
importância das equipes multifuncionais (permanentes ou temporárias).
Em relação à cadeia de comando, a função principal de coordenação passou a ter menos importância
com os processos de flexibilização e horizontalização (em alguns sentidos) das estruturas hierárquicas. Com
menos níveis organizacionais, a amplitude de comando aumentou. Outra característica essencial foi o
aumento da organização informal, que em muitos casos passou a ter um papel mais ou tão relevante
quanto a formal por conta de seu caráter dinâmico e contingencial.
A partir da flexibilização das fronteiras, a capacidade interna perdeu espaço para a importância do
estabelecimento de parcerias com clientes e fornecedores, além de acordos mutuamente benéficos com
concorrentes, já que a proteção, atuando-se exclusivamente dentro das próprias fronteiras, passou a
ser uma ilusão.
Todas essas mudanças teriam sido, entretanto, inócuas sem o avanço da tecnologia. As tecnologias
da informação e da comunicação propiciaram uma dinâmica produtiva e de relações que consolidou a
adoção das estruturas em rede nas organizações.
São diversas as formas organizacionais que se utilizam das estruturas em rede (de aprendizagem,
clusters, virtuais, organizações em rede ou estruturas por equipe de trabalho), diferenciando-se
das estruturas tradicionais, principalmente, no que diz respeito à divisão do trabalho e à conformação
da cadeia de comando.
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Unidade II
A forma de agrupamento dos diversos profissionais em torno dos projetos a serem realizados é
também baseada na informação, pois serão suas expertises que definirão como e onde atuarão de forma
permanente ou não. As equipes multifuncionais conseguem, dessa forma, superar os limites da divisão
do trabalho e tornar a coordenação para, por exemplo, o desenvolvimento de novos produtos mais
eficiente. A autonomia deve ser parte importante de dinâmica, pois com maior flexibilidade nas relações,
a supervisão das tarefas também fica mais branda. De qualquer forma, nessa estrutura a autoridade é
mais apoiada na expertise dos membros do que em suas posições hierárquicas. Um exemplo de estrutura
de rede é apresentado na figura a seguir.
Por sua horizontalidade, o poder para tomada de decisões é distribuído aos níveis inferiores da
organização, diferenciando-se da forma como funciona a cadeia de comando nas estruturas tradicionais.
Com estruturas mais achatadas, são necessários menos níveis hierárquicos, tornando maior a extensão
do controle. Nesse formato, a informalidade das relações ganha mais relevância na condução das
coalizões e conflitos, sendo a estrutura mais inconstante e flexível.
No mesmo sentido, nesse tipo de estrutura a relação com agentes externos (clientes, fornecedores
e parceiros) é mais presente do que nas estruturas tradicionais. Isso demanda que os membros
organizacionais estejam mais preparados para lidarem com os desafios do ambiente externo e com as
incertezas que cercam a organização.
Aliança com
o principal
cliente
Equipe de
projeto
Equipe Centro de
multifuncional competência de
treinamento
Aliança com concorrentes
que fornecem um serviço Limite da
complementar organização
Figura 44
As estruturas em rede, é importante ressaltar, funcionam com todas essas especificidades, porque
o avanço da tecnologia propicia, no que diz respeito à eficiência da comunicação e à velocidade
(e quantidade) da informação, uma consolidação de seus formatos. Fator determinante para os
modelos em rede, a comunicação regra a integração dos membros organizacionais, assim como a
inovação e a adaptabilidade o fazem.
86
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
A inovação nesse contexto, portanto, passa a ser a maior vantagem competitiva das organizações.
Se o ambiente de negócios é mais instável e volátil, quanto maior a capacidade de inovar, melhor será
a resposta dada, embora o controle dos recursos disponíveis, com o aumento das possibilidades de
alocação, fique mais difícil.
Aqui estão alguns exemplos de indústrias que atuam em um ambiente de grande incerteza em
relação à tecnologia, preferência dos consumidores, e ao ciclo de vida de seus produtos, utilizando-se
das estruturas em rede: cinema, moda, semicondutores, biotecnologia, entre outros. O quadro a seguir
ilustra as principais vantagens e desvantagens da estrutura em rede:
Quadro 14
Conforme pontuam Sobral e Peci (2008), em um ambiente cercado pela instabilidade, pela inovação
e pelas mudanças constantes, é a capacidade de adaptação das estruturas em rede que as tornam tão
vantajosas. No entanto é importante lembrar que duplicações de recursos e dificuldades podem surgir
de sua natureza fluida.
87
Unidade II
Organizações
secundárias
Organizações Companhia
primárias essencial
Figura 45
Saiba mais
Segundo Daft (2008), o conceito de rede pode ser ampliado para o aspecto virtual. Nessa estrutura,
a empresa terceiriza a maior parte de seus processos, mantendo uma organização central reduzida.
A conexão dos serviços contratados com a direção central se daria, principalmente, pelo meio
virtual. A Nike é um exemplo de rede virtual. O contato direto da coordenação central da empresa,
localizada nos EUA, com seus funcionários, atuando principalmente na Ásia e contratados por meio de
intermediários, é mínimo.
A empresas identificaram uma forma de atuar em escala global, reduzindo intensamente os custos
fixos e operando basicamente com os seus custos varáveis que aumentam ou diminuem em função
do volume produzido e comercializado. De acordo com Manganote (2005), o uso da internet é muito
88
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
intenso, nesse tipo de organização. O ambiente virtual, praticamente, substitui o físico nas operações
eletrônicas realizadas pela empresa.
Toledo (2006) afirma que as organizações virtuais atingem as metas e objetivos da organização central
através da realização dos trabalhos, de forma rápida e flexível, otimizando os recursos empregados,
por meio de funções organizadas virtualmente, planejando, organizando e controlando a distância as
atividades desempenhadas pelas organizações parceiras. Para o bom funcionamento da organização
virtual, faz-se necessário:
As organizações virtuais funcionam sem as barreiras físicas das empresas tradicionais, conduzindo
suas operações através de um complexo e intrincado relacionamento com parceiros fornecedores e
clientes distribuídos pelo mundo, numa rede globalizada de negócios.
• maior produtividade por contar com processos tecnologicamente avançados e com um potencial
suporte das organizações parceiras;
89
Unidade II
• custos fixos extremamente reduzidos pela virtualidade e pela rede de parceiros que compartilham
os seus recursos na operação em rede.
Todavia, é importante lembrar que existem limitações para a implementação desse tipo de
organização. A empresa deve deter o controle sobre o processo e das tecnologias (e do design) que
envolvem a elaboração dos produtos para que possa transferir a maior parte das atividades e dos ônus
para outras organizações sem o risco de ter seus processos prejudicados ou mesmo plagiados.
Empresa de
produção
Empresa de
Função de TiVo
apoio ao Núcleo com enfoque em marketing
e relações
cliente desenvolvimento tecnológico públicas
Sistema de
distribuição
logística
Figura 46
90
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Presidente
e CEO: Mark
Parker
Figura 47
Vice-presidente: Norte da
Europa, Oriente Médio e
África, França, Benelux e Países Diretor sênior de marketing
Nórdicos
Figura 48
Para ilustrar as caraterísticas da empresa Nike, considerada um dos exemplos mais marcantes da
estrutura em rede virtual, segue um artigo na íntegra, publicado na revista Época, para leitura e reflexão:
Caso Nike
91
Unidade II
A Nike em números:
• Funcionários: 34 mil
O executivo que está mudando essa percepção é Mark Parker, 54 anos. Um veterano
que ingressou na companhia em 1979, Parker completa agora em janeiro quatro anos
como o número 1 da Nike. “Phil Knight é um ícone, não só para a Nike mas também para
o mundo dos esportes”, afirma Parker. E quão desafiador tem sido substituir um mito?
92
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
“Eu vejo menos como um desafio e mais como uma oportunidade de continuar a cultivar
uma cultura que é incrivelmente especial e poderosa”, diz Parker, em sua sala repleta de
objetos, brinquedos, quadros e fotos no QG da companhia em Beaverton, uma pequena
cidade ao lado de Portland, no estado de Oregon. Alto e esguio, ele parece ser uma síntese
de seu chefe Knight, hoje na presidência do conselho de administração, e do outro sócio
fundador da Nike, o técnico de corridas Bill Bowerman, já morto, e tido como o primeiro
grande inovador da empresa. Assim como Knight, Parker foi um corredor apaixonado, na
juventude, que gostava de percorrer grandes distâncias. Tiago Pinto, diretor de marketing da
Nike do Brasil, diz que uma das cenas mais marcantes para ele quando trabalhou na matriz,
por dois anos, entre 2006 e 2008, era ver o CEO frequentar uma trilha de corrida famosa
ao lado de muitos funcionários. “Depois do treino ele se reunia na lanchonete conosco, com o
barro cobrindo suas pernas.” Recentemente, Parker trocou as corridas pela bicicleta devido
a um problema nos joelhos. Mas além dos vínculos com o esporte, ele possui um longo
currículo na área de inovação.
Um homem de produtos
Em uma empresa que costuma mudar os gestores de função a cada dois ou três anos,
para incentivar uma visão global do negócio, Parker ocupou 12 posições antes de chegar
a CEO. Em 2001, assumiu a copresidência de marcas, ao lado do colega Charles D. Denson.
Tinha-se como certo que um dos dois seria o próximo comandante. Mesmo com toda essa
experiência, só chegou ao topo depois de um imprevisto. Em 2004, Knight decidira mais
uma vez sair de cena, após perder um dos dois filhos num acidente de mergulho. Foi buscar
um sucessor no mercado, por acreditar que a Nike precisava de sangue novo e um currículo
que misturasse bom desempenho financeiro com a habilidade para controlar múltiplas
marcas. A escolha recaiu sobre o executivo William Perez, cuja carreira foi construída
na SC Johnson, fabricante de material de limpeza. Knight via nele a combinação entre a
experiência profissional e um perfil de quem entendia o que era uma companhia com uma
cultura insular. Foi provavelmente um dos julgamentos mais equivocados de Knight. Ao
perceber que Perez não conseguiria se integrar ou entender o que faz a Nike ser o que é, ele
se voltou para Parker.
93
Unidade II
Knight criou na empresa uma cultura extremamente informal, baseada nos princípios
de ampla autonomia e responsabilidade. Os funcionários podem coordenar os próprios
horários e treinar a qualquer momento do dia. Jogos e aulas de ginástica são constantes e as
academias nunca estão vazias. “Participei de muitas reuniões fazendo ginástica”, diz Cristian
Corsi, presidente da Nike do Brasil, que viveu em Portland entre 2002 e 2003. Uma das áreas
centrais do campus da empresa é dominada por dois gramados de futebol profissionais,
batizados de Ronaldo Fields, em referência ao jogador brasileiro que até hoje é um dos
atletas mais importantes da Nike. Os campos formam uma pequena parte da estrutura.
Há ainda um terceiro campo de futebol, uma pista oficial de corrida e quadras de tênis e
basquete, além de duas modernas academias de ginástica.
A Nike dá autonomia e cobra resultados dos funcionários. Eles fazem seu horário e
podem treinar a qualquer hora em duas academias.
O desenho desses espaços físicos não é aleatório e se reproduz em menor grau nas
principais filiais pelo mundo, incluindo a brasileira. A intenção é cultivar o espírito de
um negócio feito por esportistas para esportistas. A lógica é simples: como atletas ou
apaixonados por esportes, os funcionários vão conseguir entender melhor as necessidades
e os desejos do consumidor. Um exemplo de como essa atenção gera frutos é um modelo
inovador de tênis batizado de Nike Free. Em conversas com treinadores e colegas de corridas,
os designers descobriram que alguns deles utilizavam um método de treinamento pouco
comum: correr descalços sobre a grama. Os adeptos afirmavam que isso os fortalecia e
ajudava na prevenção de lesões. A teoria foi testada à exaustão no laboratório de pesquisas
esportivas e, quando se concluiu que de fato havia benefícios, foi dada a partida na produção.
Knight, que por vezes se comunicava com acenos de cabeça e frases enigmáticas, era
adepto de um estilo radical de delegação. Cevou a fama de escolher as pessoas certas para
os postos certos, e depois sair da frente. Scott Bedbury, consultor e autor de O Novo Mundo
das Marcas e ex-executivo responsável por um dos slogans mais relevantes da história da
propaganda, o Just Do It (algo como Apenas Faça), conta que ao assumir o posto de diretor
de publicidade corporativa, em 1987, descobriu que vigorava na empresa uma forte cultura
oral, com pouquíssimos documentos que pudessem ajudá-lo a montar uma estratégia. “Qual
a coisa mais importante que posso fazer por você neste momento?”, perguntou ao chefe,
durante uma reunião. Knight respondeu: “Faça coisas grandes”. Ao que Bedbury replicou:
“Mas e se eu por acaso cometer um erro?”. Knight disse que ele não deveria se preocupar
com isso: “Só não cometa o mesmo erro duas vezes”.
Segundo Margaret Gilliam, analista de mercado que monitora a Nike desde a abertura
de seu capital, em 1980, Parker é um sujeito muito identificado com a cultura da Nike. “Não
está reinventando a roda, mas aperfeiçoando-a”, diz. É um CEO incumbido de liderar uma
reestruturação às avessas: está radicalizando, em vez de mudar práticas tradicionais da
empresa. Uma delas é a obsessão pelo contato com os consumidores, a quem os funcionários
sempre se referem como atletas. Parker substituiu as antigas divisões de produtos – calçados,
roupas e acessórios – por seis categorias: futebol, basquete, corrida, esportes de ação,
94
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
roupas esportivas e itens para mulheres. Essas áreas ganharam autonomia e funcionam hoje
virtualmente como núcleos, com equipes dedicadas de designers e pessoal de marketing,
vendas e promoções. Parker também cortou 5% da mão de obra direta, ou 1,75 mil pessoas,
e reorganizou as regiões geográficas. O corte atingiu principalmente camadas intermediárias de
gerenciamento e diminuiu a distância entre o topo e a base. O número de regiões cresceu
de quatro para seis, com a criação de áreas exclusivas para a China e o Japão, que não
existiam, e um agrupamento de países de mercados emergentes, do qual o Brasil faz parte.
Com isso, o caminho das principais filiais até o topo também foi encurtado.
Ao ganhar agilidade, diversidade e ampliar a conexão com o mercado, Parker diz que
espera alimentar com ideias a estrutura de inovação da Nike e mantê-la como uma fábrica de
novidades em todas as áreas, dos produtos ao marketing. “Quero tornar a companhia ainda
mais competitiva e relevante, por estar mais conectada aos atletas. E usar o conhecimento
que nasce desse processo em inovações”, afirma Parker.
Excetuando as organizações que estão em seus passos iniciais, é muito difícil observar na
realidade a aplicação de estruturas puras, como as vistas anteriormente. Na verdade, essa dificuldade
também se dá pela necessidade organizacional de conciliar suas necessidades perante um ambiente
de crescentes complexidade e imprevisibilidade. Portanto é importante o uso de estruturas híbridas,
que buscam tirar vantagens de características de estruturas diversas, evitando ao mesmo tempo seus
pontos fracos.
Empresas podem adotar estruturas de acordo com as necessidades de seus níveis organizacionais.
Há áreas que, por exemplo, lidam melhor com uma estrutura matricial, enquanto outras, como as
responsáveis pela elaboração de produtos, se adequam mais a uma estrutura funcional. Na figura a
seguir é mostrado um exemplo de estrutura diferenciada em função dos níveis organizacionais.
95
Unidade II
Presidência
Figura 49
A dinamicidade crescente da sociedade humana, com mudanças cada vez mais rápidas, regra a lógica
de todas as atividades e tarefas organizacionais, abrindo-se espaço para pesquisas e desenvolvimentos
que sugiram novas soluções estruturais.
• rede criativa;
• estrutura circular;
• estrutura invertida;
• estrutura tríplice.
96
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Rede Estrutura
criativa circular
Figura 50
De acordo com Conklin e Tapp (2003), as cadeias de suprimento de uma organização, por exemplo,
podem ser impactadas por inovações nas comunicações e nos processos logísticos, afastando-se de um
caráter unidirecional e aproximando-se de uma estrutura em rede permeada por inter-relacionamentos
em vários sentidos.
S – scope: é o escopo
Conklin e Tapp (2003) ainda ressaltam a importância da inovação, que, ultrapassando o benefício
individual para as empresas que a incentivam, pode acabar aumentando o valor agregado da rede,
levando ganhos mais elevados para todos os atores que a compõem.
97
Unidade II
• Envolve uma análise dinâmica em vez de estática: no decorrer do tempo, as mudanças nas
ações devem ser sempre levadas em conta.
• Há colaboração contínua no processo de produção do grupo: os membros da organização
devem competir e colaborar entre si, simultaneamente.
• Existe um organizador central, coordenando as ações da rede: assim como nas cadeias
de comando tradicionais, há uma coordenação geral que possui certa concentração de
poder de decisão.
• Os relacionamentos envolvem fluxos multidirecionais, devido à interdependência: tão
importantes quanto os fluxos de decisão são os fluxos financeiros.
Vantagens:
Desvantagens:
Máquinas e
equipamentos Agências Estilistas
Fios e de moda
tecidos
lisos
Parceiras de
Parceiras P&D
fornecedoras
Empresa Lojas
referência
Insumos químicos
Parceiras Lojas
Parceiras clientes
produtoras Parceiras de
suporte
Insumos
Logística de Lojas
transporte Bancos Serviços
Figura 51
98
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
De acordo com Le Fauve e Hax (1993), o Projeto Saturno surgiu de uma necessidade produtiva
da General Motors (GM) na década de 1970, após a crise causada pelo Primeiro Choque do Petróleo e da
crescente concorrência dos veículos japoneses. Para enfrentar tal cenário, a empresa pensou em fabricar
um veículo pequeno, de classe mundial e que fosse competitivo. No entanto, para implementar tal
proposta, a GM teve que implementar uma nova estrutura organizacional.
As mudanças foram tão intensas que a Saturno foi estruturada como uma companhia separada do
grupo GM, com base em novos direcionamentos de ação e em um novo modelo de negócio, para apenas
posteriormente ser incorporada ao grupo. As ideias que guiaram o projeto são apresentadas por Terra
(1999 apud TOMAOKA, 2013). Os valores iniciais da empresa eram:
• trabalho em equipe;
• melhoria contínua.
O “círculo de decisão”, integrado por representantes das unidades e de áreas de suporte temporárias
ou permanentes – possuem a função de aconselhar as unidades de acordo com o conhecimento
especializado que dominam –, interliga todas as células básicas de trabalho. Em uma lógica de escolha
de representantes, os membros da unidade de negócios são escolhidos pelo círculo de decisão para que
aquelas possam também implementar um processo de escolha dos membros do grupo que determina a
direção estratégica e a gerência geral da organização: o Strategic Action Council ou SAC.
99
Unidade II
Vantagens:
• foco no cliente;
Desvantagens:
• representantes das células de trabalho podem ser temporários e sua ausência pode causar
desfalque em função de sua especialidade;
Ligação com
a unidade
de negócios Representante Representante
do do subsistema
“management”
Representante
do sindicato
Unidade de Representante
trabalho
Unidade de
Representante
trabalho
Recurso
Unidade de temporário
trabalho
Unidade de
trabalho
Responsabilidade
Representante
Recurso
fixo
Figura 52
100
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Saiba mais
Para melhor entender essa guerra comprada pela GM, leia o artigo:
A NovaCare, maior prestadora de serviços de reabilitação dos EUA, funciona nesse formato através
da atuação de uma grande quantidade de terapeutas, os quais possuem o suporte de uma infraestrutura
que os aproxima de casas e redes de enfermagem, além de realizar o trabalho corporativo (treinamentos,
financeiro, comercial etc.). Nessa estrutura, a dedicação à atividade de prestar serviços individualmente
para os pacientes com qualidade é priorizada.
• o não respeito dos especialistas com poder formal reconhecido à formalização estabelecida
pela empresa;
• o fato de os especialistas, a partir de seus contatos diretos com os clientes, poderem não seguir as
diretrizes dos sistemas internos da empresa;
101
Unidade II
Vantagens:
• maior aproveitamento das capacidades dos antigos chefes de linha, que passam a interferir para
resolver gargalos e atuam como consultores internos dos demais profissionais.
Desvantagens:
• contatos diretos com os clientes e autonomia de decisão dos profissionais, podendo gerar
descumprimentos de diretrizes organizacionais.
Profissionais
Staff
(antigos gerentes
de linha)
CEO
Figura 53
Com hierarquia inexistente, não há um centro de poder do qual partem as ordens. Baseadas em suas
necessidades, as equipes são criadas em um sentido ad hoc e são compostas pelos especialistas que têm
como objetivo buscar as soluções que a organização precisa. Toledo e Loures (2006) pontuam que esse tipo
de estrutura oferece algumas vantagens seletivas ao atuar em ambientes e situações que exijam alto
aprofundamento e competitividade. Nesse tipo de estrutura são conciliáveis a alocação de profissionais
especializados em diversos locais distantes, simultaneamente, mantendo um foco disciplinado e
102
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
direcionado para as necessidades do cliente. Pode-se resolver um problema atendendo um único cliente
ou vários ao mesmo tempo. Exemplos podem ser: grupos de pesquisa envolvendo grupos de diversas
universidades, grupos de ação política, entre outros.
Vantagens:
Desvantagens:
• a estrutura demanda intensa utilização e um volume grande de trabalhos e pesquisas para não se
tornar inviável.
Gerentes da
relação com cliente Especialistas
Figura 54
Observação
O local do intelecto é altamente disperso, localizado mais nos nódulos de contato, como na
organização invertida. Entretanto, o ponto de novidade é um projeto ou problema que requer a íntima
103
Unidade II
interação de nódulos ou a procura de outros que, por acaso, tenham conhecimentos ou habilidades
especiais que o problema ou projeto requerem. O know-how da organização é essencialmente latente,
até que um projeto a force a materializar através de conexões que as pessoas fazem entre si.
As pessoas são o foco na estrutura tríplice. Proposta por Borgatti Neto, Sanches e Paixão (2003) a
partir da identificação dos autores de que as estruturas analisadas anteriormente não são abrangentes
o suficiente, essa estrutura busca estimular atitudes dos membros organizacionais a favor da melhoria
contínua. Ou seja, é a partir das pessoas que, principalmente, a dinâmica da organização se molda. Suas
premissas são as seguintes:
• a estrutura hierárquica formal é presente, em formas variadas, nas diversas organizações e, por
isso, deve servir como referência para a alocação e coordenação das pessoas na organização;
• a atuação das pessoas não precisa se limitar a suas especializações e às atividades de seus
departamentos;
• a natureza das atividades realizadas pelas pessoas é definida pela estrutura organizacional.
Somando a isso, os autores elencam quatro questões fundamentais que não são levadas em conta
por outras abordagens estruturais para se enfrentar ambientes competitivos:
• dado que as relações de poder são sempre existentes, é preciso se considerar a autoridade como
algo necessário para qualquer organização social;
• é preciso assumir que a execução de algumas tarefas até certo ponto repetitivas é necessária e
que algumas pessoas terão que realizá-las;
• apesar disso, essas mesmas pessoas podem atuar em outras atividades, de forma interdepartamental
ou multitarefa;
A partir disso, compreende-se que a estrutura tríplice se baseia em uma visão tridimensional sobre a
contribuição das pessoas, as quais não ficam restritas aos seus cargos funcionais, ampliando suas atuações.
Sua imagem pode ser representada por uma pirâmide com base triangular, que sobrepõe a atuação das
pessoas para que possam ser utilizadas pela organização de forma não excludente. Passa‑se, portanto,
de uma perspectiva de atuação única para uma tríplice.
104
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
• Estrutura temporária: essa estrutura serve às atividades que duram um período determinado.
As equipes são organizadas de acordo com a necessidade de realização de projetos específicos. A
estrutura temporária permite a troca e a ampliação de conhecimentos que facilitam a adequação
da organização a situações de grande complexidade.
- Estrutura semipermanente
- Atividades intermitentes - Estrutura temporária
- Equipes tipo comitê - Atividades temporárias
- Estrutura base permanente - Equipes de projeto ou
- Atividades contínuas de força-tarefa
- Equipes de especialistas funcionais
105
Unidade II
Com foco nas pessoas, a formalidade dos relacionamentos (autoridade, especialização, processos
etc.) fica em segundo plano. A figura a seguir ilustra como essa dinâmica permite que as pessoas atuem
não somente além de suas funções, mas também dos níveis de decisão.
A
o estr tuação
açã atég
Atu tégica ica
a
o estr Atu
açã a
Atu tica táti ção
ca
tá A
açã
o ope tuação
Atu cional raci
ona
ra
ope l
A partir da concepção de que se trata de uma estrutura inovadora, Borgatti Neto, Sanches e Paixão
(2003) ressaltam:
Vantagens:
• exerce uma influência, de forma consciente e não consciente, no comportamento dos colaboradores;
• as pessoas se estressam menos, por não se limitarem a atuar somente nas suas especialidades
funcionais.
Desvantagens:
• foco nos colaboradores e não somente nos relacionamentos formais (autoridade, cargo,
especialização e projetos);
106
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
A partir dos tipos de estrutura trabalhados até o momento, cabe ao administrador a importante
tarefa de encontrar o equilíbrio entre buscar metas de eficiência e estabilidade, através do controle
vertical, e trazer para a organização a dinâmica que envolve fluidez, inovação e flexibilidade, através da
coordenação horizontal. A figura a seguir mostra a relação entre estrutura e necessidade de organização:
Funcional
com equipes
Estrutura interfuncionais, Estrutura Estrutura Estrutura Estrutura
funcional integradores divisional matricial horizontal em rede
Horizontal:
coordenação,
aprendizado,
Abordagem inovação,
de flexibilidade
estrutura Vertical:
dominante controle,
eficiência,
estabilidade,
confiabilidade
Figura 57
Nota-se na figura que há uma evolução nas características das estruturas, que partem do estágio
mais tradicional e verticalizado, no qual mantinham-se características extremas de controle, foco na
eficiência do trabalho, segurança e estabilidade e confiabilidade, que eram bem mais apropriadas para
ambientes estáveis e com poucas mudanças. A partir desse ponto vão se modificando, ao longo do
tempo, e adquirindo características mais flexíveis e inovadoras. Partem da confirguação da estrutura
funcional e avançam para estruturas divisionais, por projetos, matriciais, horizontais e chegam ao
tipo mais flexível de todos, a estrutura em rede. Nesse extremo, as estruturas primam pelo aspecto
horizontalizado, o desenvolvimento dos trabalhos pela coordenação e aprendizado, sendo voltadas para
a inovação constante e flexibilidade para se adaptarem com facilidade a um ambiente turbulento e em
constante mudança.
A forma de estrutura organizacional estabelece a base para a gestão da organização e para a atuação
dos membros de uma forma geral. Por isso, não pode ser enxergada como um fim em si mesma. É
essencial ressaltar o fato de que se não houver o estabelecimento prévio de estratégias assertivas ou
uma atuação administrativa que mobilize eficientemente os recursos, não há estrutura sozinha que
garanta o alcance dos objetivos organizacionais.
107
Unidade II
Lembrete
O quadro a seguir demonstra uma comparação entre os quatro principais tipos de estruturas
estudados, considerando aspectos como a divisão de trabalho, mecanismos de coordenação, processo
de tomada de decisão, entre outros aspectos.
Quadro 15
Eficiência
operacional Excelente Fraca Moderada Boa
Capacidade de
resposta Fraca Boa Moderada Excelente
108
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Cooxupé, uma cooperativa agrícola que se desenvolveu muito em porte e tecnologia aplicada ao seu
negócio. Hoje, a cooperativa é fornecedora de café para a rede Starbucks.
Caso da Cooxupé
Cooperativa de café de Minas Gerais é uma das maiores empresas do Brasil. Somente a
produção de café arábica representa 14,48% da produção nacional e 20,64% da estadual
A Cooxupé ficou na 152ª colocação no principal ranking da Exame, o das 1.000 maiores
empresas na categoria Vendas. Nas demais categorias, a cooperativa também é destaque:
figura em 35º lugar na categoria 400 Maiores – Agronegócio, e na segunda posição entre as
10 maiores no setor cafeeiro. O ranking Melhores foi realizado com base em dados de 3.000
empresas, além dos maiores grupos privados do país, sendo considerados os resultados
obtidos em crescimento das vendas, lucro, patrimônio, rentabilidade, capital circulante
líquido, liquidez geral, endividamento e riqueza criada, além de outros itens que configuram
excelência empresarial.
A realização de uma campanha desse tipo, em que os cooperados podem ter menores
custos na produção, já que podem adquirir insumos e defensivos agrícolas, a preços mais
competitivos, só é possível porque as cooperativas possibilitam compras coletivas, em
grande escala, com melhor poder de barganha junto aos vendedores, disse o presidente da
Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa.
Além da exportação do café verde, a Cooxupé mantém uma torrefação própria com
produção mensal de mais de mil toneladas por mês, no Complexo Industrial Japy, em
Guaxupé (MG), sede da cooperativa. O empreendimento oferece completa estrutura para
receber o café a granel de todos os cooperados, identificar o produto e avaliar o padrão da
bebida do café, atividade realizada no Laboratório de Controle de Qualidade.
Para cobrir toda a cadeia produtiva do café a cooperativa conta até com uma área de
comercialização e um escritório de exportação na cidade de Santos, São Paulo, e com cinco
novas unidades em cidades estratégicas de Minas Gerais e São Paulo. No ano passado, a
cooperativa investiu R$ 40,6 milhões na construção de quatro armazéns, uma nova loja
em Alpinópolis, São Paulo, e na construção de um Centro de Distribuição em Guaxupé,
empreendimentos que vão contribuir ainda mais na estrutura e logística do café.
A cooperativa se destaca também pelos projetos inovadores. Por meio do programa para
capacitação docente, os professores passam um dia no Núcleo de Educação Ambiental (NEA),
em Guaxupé, participando de dinâmicas para levar novas experiências para dentro da
sala de aula. Na outra ponta, o projeto NEA recebe alunos de escolas públicas da região,
110
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Sistema cooperativo
111
Unidade II
Resumo
112
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Exercícios
Napoleão Bonaparte é conhecido como um dos maiores comandantes militares. Sua inteligência,
seu foco e sua determinação lhe proporcionavam uma postura de comando e autoridade, além da
amplitude de visão. Ele tinha a capacidade de inspirar os outros e fazê-los trabalhar duro. Sempre
alcançava o resultado planejado, traçando estratégias detalhadas. Delegava poderes aos seus liderados,
suas tropas eram leais e tinham adoração por ele.
Com base nas teorias sobre liderança e no cenário descrito, avalie as afirmativas:
II – Napoleão Bonaparte demonstra uma liderança voltada para a execução de tarefas e para o
alcance de resultados, de forma a resolver, sozinho, todos os problemas.
III – Napoleão Bonaparte adota o estilo de liderança participativo, pois ele se preocupava em delegar
tarefas e liderar pelo exemplo, conquistando, assim, a confiança de seus liderados.
IV – Napoleão Bonaparte exercia um tipo de liderança que se valia do carisma para influenciar os
liderados a acreditarem nas estratégias traçadas e a considerá-las desafiadoras e realizáveis.
A) I e II.
B) II e IV.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I, III e IV.
113
Unidade II
I – Afirmativa correta.
Justificativa: Napoleão Bonaparte era um líder carismático. Suas tropas eram leais e tinham
adoração por ele.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: Napoleão Bonaparte não resolvia sozinho todos os problemas: ele delegava poderes
aos seus liderados.
Justificativa: Napoleão Bonaparte era um líder participativo: ele delegava poderes e liderava
pelo exemplo.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa. Napoleão Bonaparte era um líder carismático. Suas tropas eram leais, tinham adoração
por ele e acreditavam que suas decisões eram sempre as melhores.
Algumas empresas com espírito inovador estão subvertendo a lógica tradicional da indústria.
No lugar de departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), lotados com técnicos e
pesquisadores altamente especializados, elas contam com ideias de pessoas que chegam do mundo
todo, via internet.
Um modelo adotado por uma empresa americana chama a atenção: qualquer pessoa, com
a contribuição de 10 dólares, pode lançar uma proposta de produto, que será submetida a um
fórum de mais de 200.000 colaboradores virtuais. Na sede da empresa, onde trabalham 78 pessoas,
os protótipos dos produtos são confeccionados em plástico, em impressoras 3D, e o processo de
aperfeiçoamento dos protótipos conta, também, com a colaboração dos voluntários da rede. Os modelos finais
são produzidos em fábricas chinesas. Os inventores e os internautas que palpitaram compartilham
o equivalente a 30% das vendas, conforme sua participação no processo.
A empresa foi criada com o aporte de 15 milhões de dólares angariados em fundos de capital de
risco, conta com um portfólio de produtos com expressivos volumes de vendas e tem cerca de 70 projetos
em fase final de desenvolvimento. Cada um dos projetos é controlado por funcionários da empresa e
tem prazo para acabar – não mais que seis semanas.
114
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Todavia, novos modelos de negócios trazem novos desafios, como a complexidade das questões
relacionadas à propriedade intelectual e à democratização da produção caseira de produtos, propiciada
pela expansão da oferta de impressoras 3D.
MANO, C. A multidão manda. Exame, São Paulo, a. 46, n. 1016, p. 112-114, 16 mai. 2012 (com adaptações).
Assinale a alternativa que mostra o tipo de estrutura organizacional que melhor representa a
situação descrita.
A) Estrutura matricial.
B) Estrutura departamental.
C) Estrutura em rede.
D) Estrutura divisional.
E) Estrutura funcional.
Análise da questão
A estrutura organizacional pode ser encarada como o instrumento administrativo que possibilita
que uma empresa tenha os meios para atingir suas metas.
No caso em estudo, podemos dizer que o tipo de estrutura usado é o em rede, que visa integrar a
empresa com os stakeholders (partes interessadas) envolvidos nos processos por ela desenvolvidos.
• a estrutura departamental é usada pelas empresas que têm uma única linha de negócios e que
organizam suas atividades em grupos funcionais;
• a estrutura divisional é empregada pelas empresas que diversificam suas atividades com a intenção
de atender a um mercado específico;
• a estrutura matricial é utilizada pelas empresas que precisam da especificação de relações duais
para seus diversos setores.
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