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Domínio Cognitivo
O que é Inteligência
Avaliação da Inteligência
O primeiro esforço de Weschler para medir a inteligência nos adultos foi a escala de
Bellevue, mas tinha uma estandardização pobre.
Subescalas, subtestes e índices.
Como Binet, o Weschler definiu a inteligência como a capacidade para agir
propositadamente e para se adaptar ao ambiente, nas suas palavras “a inteligência e
o agregado ou a capacidade global do individuo de agir propositadamente, de
pensar racionalmente e de lidar eficazmente com o seu ambiente”.
Este autor acreditava que a inteligência compreendia elementos específicos que
podia definir e medir individualmente, sendo que estes elementos estão
interrelacionados- isto e, não são inteiramente independentes. A definição de
Weschler implica que a inteligência compreenda diversas funções especificas
interrelacionadas e que geralmente a inteligência resulta da interação destes
elementos.
Teoreticamente, através da medição de cada elemento, podemos medir a inteligência
geral através da soma das capacidades individuais da pessoa de cada elemento. Por
isso o weschler tentou medir habilidades separadas, algo que Binet evitou ao adotar
o conceito geral de habilidade mental.
Exemplo:
• Subteste de vocabulário-nível de vocabulário
• Subteste de semelhanças-pensamento abstrato
• Aritmética- concentração
• Digit span- memoria imediata, ansiedade
• Informação- espetro de conhecimento
• Codificação-Funcionamento visual-motor
• Designs de blocos- raciocínio não verbal
• Raciocínio matrix- raciocínio indutivo
• Puzzles visuais-raciocínio percetivo
• Procura de símbolos-processamento de informação rápida.
Na escala de WAIS-IV, existem subtestes individuais, cada um dos quais esta
relacionado com uma capacidade ou habilidade básica subjacente. Por exemplo, a
informação de um subteste mede o espetro do conhecimento. Cada um dos vários
subtestes são também parte de um índice mais largo. Na WAIS-IV, os subtestes estão
divididos em 4 índices: compreensão verbal, raciocínio percetual, memoria de
trabalho e velocidade de processamento. A escala toda do QI e baseada nos
resultados sumariados destes 4 índices.
• Subteste de vocabulário
• Subteste de aritmética
Este subteste requere que o sujeito repita dígitos para a frente e para trás. Em termos
de fatores intelectivos, este subteste mede a memoria auditiva a curto prazo e é um
dos subtestes principais no índice de memoria de trabalho. Fatores não intectivos (ex.:
atenção) muitas vezes influenciam os resultados. A ansiedade na situação de teste
pode prejudicar a performance neste subteste.
• Subteste de informação
Tal como todos os subteste do Weschler, este subteste inclui tanto componentes
intelectivos como não intelectivos, incluindo diversas habilidades para compreender
direções, segui-las e fornecer uma resposta.
• Subteste da compreensão
Este subteste tem 3 tipos de questões. A primeira pergunta ao sujeito o que deveria
ser feito numa determinada situação “o que devias fazer se encontrasses uma pessoa
ferida na rua?”. O segundo tipo de questão pede ao sujeito para fornecer uma
explicação logica para alguma regra ou fenómeno “porque e que enterramos os
mortos?” O terceiro tipo de questão pede ao sujeito para definir um proverbio.
Geralmente, o subteste da compreensão mede julgamentos que são feitos no
quotidiano em situações praticas ou o senso comum.
O subteste de codificação requere que o sujeito copie símbolos. Este teste tem limite
de tempo e mede fatores como a habilidade para aprender uma tarefa não familiar,
destreza visual motora, grau de performance e rapidez de performance.
Esta tarefa tem sido a muito tempo incluída nas medidas não verbais de inteligência.
O sujeito tem que arrumar os blocos de acordo com um design ou configuração
geométrica especifica. Este subteste requere que o sujeito mostre o seu raciocínio,
analise relações espaciais e integre funções visuais e motoras. E uma das medidas
principais do índice de raciocínio percetivo na escala de WAIS-IV.
Este subteste foi incluído no WAIS-IV como um subteste central no índice de raciocínio
percetivo de modo a aumentar a avaliação da inteligência fluida, que envolve a nossa
habilidade de pensar. Neste subteste o sujeito tem a sua frente um estímulo não verbal
(figura). A tarefa passa por identificar um padrão ou relação entre o estímulo. Em
adição a medida de inteligência fluida, também pode medir o processamento de
informação e capacidades de raciocínio abstrato.
Comparação de índices
Estas escalas são extensivamente utilizadas como uma medida da inteligência dos
adultos. Esta escala está bem construída e as suas medidas primarias- 4 componentes
(índices) e a escala completa IQ- são altamente validos. Tal como todos os testes
modernos, incluindo o moderno de Binet, a validade dos subtestes individuais e mais
baixa e por isso torna a analise de padrões nos subtestes dúbias para o propósito de
tomar uma decisão acerca dos indivíduos. Como referimos anteriormente, estas
análises podem ser uteis para gerar hipóteses, mas e necessário um cuidado extremo.
Natureza da Escala
Nascimento/Evolução
A WISC foi a primeira escala de Inteligência de Wechsler a ser adaptada e aferida para
Portugal (Marques,1969,1970). Em 1998 iniciaram-se os trabalhos de investigação que
conduziram à adaptação portuguesa da escala de inteligência de Wechsler para
crianças – 3ºEdição (WISC-III) e da Escala de Inteligência de Wechsler para a idade pré-
escolar e primária – Edição de Revista (WPPSI-R, Wechsler, 2003). Em Portugal, neste
momento existem duas escalas de inteligência de Wechsler, atualizadas em termos de
materiais, conteúdos e tratamentos estatísticos que permitem avaliar sujeitos entre os
3 anos e os 16 anos e 11 meses.
Estrutura/Organização da Escala
A WISC tem 13 subtestes, dois são opcionais (Memória de dígitos e Labirintos) e outro
é novidade (Pesquisa de símbolos). Os subtestes dividem-se em Escala Verbal
(compreensão verbal) e Escala de Realização (capacidades preceptivo-motoras). A
aplicação dos subtestes verbais e de realização, faz-se alternadamente para manter o
interesse do sujeito, assim sendo, realizam-se pela seguinte ordem: completar
gravuras; informação; código; semelhanças; disposição de gravuras; aritmética;
cubos; vocabulário; composição de objetos; compreensão; pesquisa de símbolos;
memória de dígitos e, por fim, labirintos.
Estes subtestes quando agrupados de forma especifica fazem resultar as escalas de QI
e de Índices Fatoriais. Os índices fatoriais denominam-se de Compreensão Verbal
(conhecimento verbal adquirido e capacidade de raciocínio), Organização Percetual
(raciocínio fluído e atenção), Resistência à Distração (memória auditiva e
processamento sequencial) e Velocidade de Processamento (velocidade psicomotora
e velocidade mental).
Princípios Básicos para Administração e Utilização da WISC-III
• Idades de aplicação
A aplicação da escala destina-se a crianças entre os 6 anos e 16 anos e 11 meses. Se o
sujeito estiver entre os 6 anos e os 6 anos e 6 meses, apresentado um funcionamento
intelectual abaixo da média (grupo etário), deve-lhe ser administrada a WPPSI-R. Por
outro lado, se o sujeito manifestar um funcionamento intelectual acima da média e
tiver 16 anos, é-lhe administrado a WAAIS-III.
• Tempo de aplicação
Deve ser feito um esforço, para que todo o teste seja aplicado numa única sessão, se
isso não acontecer devido a cansaço ou diferenças individuais tanto do sujeito como
do investigador, a sessão deve ser interrompida quando terminar a aplicação de um
subteste. O espaço de tempo de uma sessão para outra, não deve durar mais que uma
semana. Assim sendo, o tempo de realização deve ser entre 60 e 90 minutos para os
dez testes obrigatórios, com um acréscimo de 10 a 15 minutos para os dois testes
opcionais.
• Condições físicas de administração da escala
A aplicação deve ser realizada num consultório, escola ou algum local exterior calmo
e adequado à situação de avaliação. No espaço escolhido, só deve estar presente o
sujeito e o investigador.
• Material
O material para a aplicação consiste em: manual, folhas de respostas, folhas de
respostas do Código A ou B, folhas de respostas dos Labirintos, folhas de respostas
para o Procurar Símbolos, livro de estímulos, cartão branco para os problemas de
Aritmética, cartões com as histórias do subteste Arranjo de figuras, cubos, quebra-
cabeças, grelhas de correção, cronómetro e dois lápis sem borracha. Propriedades
Estatísticas da Escala
• Fidelidade
A fidelidade é a precisão e consistência da medida, bem como a estabilidade temporal
dos resultados. Os estudos de fidelidade são: cálculo de coeficientes de fidelidade
(método split-half), erros padrões de medida (resultados obtidos pelo sujeito em cada
subteste) e intervalos de confiança (valores limites onde é possível que se situe o
verdadeiro resultado do sujeito). A WISC é um instrumento com elevada fidelidade,
especialmente ao nível dos QIs e Índices Fatoriais.
Os valores médios de consistência interna estimados para o QI Verbal, de realização
e da escala completa são respetivamente iguais a .93, .88 e. 89. Quanto aos índices
fatoriais, os valores médios de consistência interna são de. 91 para o índice de
compreensão verbal, .87 para o índice de organização percetiva e .78 para o índice de
velocidade de Processamento. Em relação aos subteste, os valores de consistência
interna variam entre .62 para o subteste de Pesquisa de Símbolos e .84 para os de
aritmética e de cubos.
WAIS
Avaliação do desenvolvimento
O que é o desenvolvimento?
A Psicologia do Desenvolvimento Humano, estuda o desenvolvimento do ser
humano nos aspetos: intelectual, social, físico, emocional, desce o nascimento até a
idade adulta. Ela estuda como a cognição se desenvolve e como o comportamento
muda durante a fase de crescimento, trazendo uma multiplicidade de conhecimentos
para o campo da psicologia aplicada.
Desenvolvimento Infantil
Existem duas escalas, uma para crianças entre os 0 e os 2 anos e outra para crianças
entre os 2 e os 8 anos. A primeira é constituída por manual, caderno de registos e kit
de materiais. A segunda por manual técnico, manual de administração, caderno de
registo, caderno de grafismo e kit de materiais.
O facto de ser uma bateria tão completa, com variados materiais e com uma grande
diversidade de provas adequadas a cada idade, torna fundamental que a sua
aplicação seja rigorosa para não interferir com a validade dos resultados, daí que seja
necessário a certificação dos técnicos que utilizam esta bateria na sua prática clínica.
Certificação essa atribuída pela ARICD (Association for Research in Infant & Child
Development) e pelas Tutoras Griffiths Portugal após formação com componente
teórica e prática.