Você está na página 1de 14

Resumos De Avaliação Psicológica II

Domínio Cognitivo

O domínio cognitivo engloba o desenvolvimento intelectual, a aquisição de


conhecimento e a capacidade de reconhecer informações, padrões e fatos.

O que é Inteligência

Inteligência é um conjunto que forma todas as características intelectuais de um


indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e
interpretar. A inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e os
outros animais.
Para a escolha da melhor e mais adequada oportunidade, entre as várias opções, uma
pessoa precisa avaliar ao máximo todas as vantagens e desvantagens das hipóteses,
necessitando para isso da capacidade de raciocinar, pensar e compreender, ou seja,
a base do que forma a inteligência.
Entre as faculdades que constituem a inteligência, também está o funcionamento e
uso da memória, do juízo, da abstração, da imaginação e da conceção.
Os conceitos e definições da inteligência variam de acordo com o grupo a que se
referem. Por exemplo, na psicologia, a chamada "inteligência psicológica" é a
capacidade de aprender e relacionar, ou seja, a cognição de um indivíduo; enquanto
no ramo da biologia, a "inteligência biológica" seria a capacidade de se adaptar a
novos habitats ou situações.

Avaliação da Inteligência

Os testes de inteligência são utilizados na


avaliação psicológica para uma grande
variedade de objetivos e contextos, sendo
que estes estão constantemente se
expandindo. Entre as áreas de utilização
podem se destacar: a área ocupacional, na
seleção e orientação profissional e na
orientação de carreira; a área educacional
para a avaliação e acompanhamento de
crianças com problemas de aprendizagem, com deficiência intelectual ou
superdotadas; a área clínica para realização de diagnósticos; a área hospitalar e a área
judiciária.
Entretanto para que os testes de inteligência sejam empregues com segurança, bem
como qualquer outro teste psicológico, é necessário o estabelecimento de normas
apropriadas para a população em que os testes vão ser empregues
(Representatividade da amostra deve considerar características relevantes sobre a
variável que está sendo avaliada).

Escala de Wechsler- WAIS III

Em adição à Memória e outros indicadores da inteligência muitos fatores não


intelectivos (exemplo atitudes, experiência e funcionamento emocional) tem um papel
extremamente importante na habilidade de uma pessoa em relação à performance
numa tarefa tão simples como a repetição de 3 dígitos para a frente.
Apesar de tanto binet como Thurman terem considerado a influência de fatores não
intelectivos nos resultados de testes de inteligência, David wechsler autor das escalas
de weschler tem sido talvez um dos mais influentes que advoga o papel dos fatores
não intelectivos nestes testes de inteligência. Wechsler sublinhou que outros fatores
sem ser a habilidade intelectual estão envolvidos no comportamento inteligente.
Com tantas diferentes e variadas habilidades associadas à inteligência, wechsler
meteu uma objeção ao resultado singular oferecido pelo teste de binet em 1937. Em
adição, apesar do texto weschler não medir diretamente os fatores não intelectivos
teve estes fatores numa consideração cuidada na sua teoria subjacente. Wechsler
capitalizou o facto da escala de binet não ser apropriada para medir a inteligência em
adultos, isto porque os itens da escala de binet eram selecionados para o uso em
crianças sendo que estes itens tinham falta de validade sempre que os adultos eram
testados.
Wechsler também notou que a escala de binet tinha uma ênfase nas tarefas de
velocidade, onde o tempo era medido, o que tendia a demonstrar-se numa
desvantagem para os adultos mais velhos. Também criticou a escala de binet na
medida em que este não considerava que a performance intelectual poderia
deteriorar-se à medida que a pessoa crescia.
Pontos e performance dos conceitos da escala
Muitas das diferenças entre o teste e as escalas weschler e o original de Binet eram
profundas. 2 das principais diferenças críticas eram: (1) - wechsler fazia uso do conceito
de escalas de pontos em vez de uma escala de idade e (2) - a inclusão de uma escala
de performance não verbal.
Conceito de escalas de pontos
A escala de binet agrupava os itens pelo nível idade. Numa escala com este formato o
arranjo dos itens não tem nada a ver com o seu conteúdo, por isso vários tipos de
conteúdo eram dispersos ao longo da escala. Se um sujeito que realiza a escala de
binet e requerido para passar em 3 em 4 tarefas, com o objetivo de receber crédito
para um teste particular, então passar apenas a 2 tarefas não iria produzir créditos para
o teste. Numa escala de pontos, os pontos são atribuídos a cada item.
Um individuo recebe uma quantidade
especifica de créditos para cada item que
realizou bem. Esta escala oferece uma
vantagem inerente. Esta escala torna fácil
agrupar itens de um conteúdo particular
juntos, o que foi exatamente o que weschler
fez. O conceito da escala de pontos permitiu
a este autor a produzir um teste que permitia
a analise das habilidades dos indivíduos em
variadas áreas de conteúdo (ex.:
julgamento, vocabulário e conhecimento
geral) - este conceito hoje em dia e o padrão.

Desde a escala de Weschler-Bellevue a escala de WAIS-IV

O primeiro esforço de Weschler para medir a inteligência nos adultos foi a escala de
Bellevue, mas tinha uma estandardização pobre.
Subescalas, subtestes e índices.
Como Binet, o Weschler definiu a inteligência como a capacidade para agir
propositadamente e para se adaptar ao ambiente, nas suas palavras “a inteligência e
o agregado ou a capacidade global do individuo de agir propositadamente, de
pensar racionalmente e de lidar eficazmente com o seu ambiente”.
Este autor acreditava que a inteligência compreendia elementos específicos que
podia definir e medir individualmente, sendo que estes elementos estão
interrelacionados- isto e, não são inteiramente independentes. A definição de
Weschler implica que a inteligência compreenda diversas funções especificas
interrelacionadas e que geralmente a inteligência resulta da interação destes
elementos.
Teoreticamente, através da medição de cada elemento, podemos medir a inteligência
geral através da soma das capacidades individuais da pessoa de cada elemento. Por
isso o weschler tentou medir habilidades separadas, algo que Binet evitou ao adotar
o conceito geral de habilidade mental.
Exemplo:
• Subteste de vocabulário-nível de vocabulário
• Subteste de semelhanças-pensamento abstrato
• Aritmética- concentração
• Digit span- memoria imediata, ansiedade
• Informação- espetro de conhecimento
• Codificação-Funcionamento visual-motor
• Designs de blocos- raciocínio não verbal
• Raciocínio matrix- raciocínio indutivo
• Puzzles visuais-raciocínio percetivo
• Procura de símbolos-processamento de informação rápida.
Na escala de WAIS-IV, existem subtestes individuais, cada um dos quais esta
relacionado com uma capacidade ou habilidade básica subjacente. Por exemplo, a
informação de um subteste mede o espetro do conhecimento. Cada um dos vários
subtestes são também parte de um índice mais largo. Na WAIS-IV, os subtestes estão
divididos em 4 índices: compreensão verbal, raciocínio percetual, memoria de
trabalho e velocidade de processamento. A escala toda do QI e baseada nos
resultados sumariados destes 4 índices.

• Subteste de vocabulário

A habilidade de definir palavras e uma das melhores medidas individuais de


inteligência e também e uma das mais estáveis. A estabilidade relativa de um subteste
de vocabulário e do índice de compreensão verbal, do qual faz parte, e uma das suas
características mais importantes. E mais estável e menos vulnerável em comparação a
outros aspetos da inteligência.
• Subteste de semelhanças/similaridades

Este subteste consiste em itens emparelhados de dificuldade acrescida. O sujeito tem


que identificar semelhanças entre os itens de cada par (ex.: em que é que um relógio
e uma régua são semelhantes?). Alguns itens requerem definitivamente que o sujeito
pense de forma abstrata. Este subteste mede a habilidade do sujeito para ver
semelhanças entre objetos que aparentemente são dissemelhantes.

• Subteste de aritmética

Este subteste contem aproximadamente 15 problemas relativamente simples que vão


aumentando de dificuldade.

• Subteste do digit span

Este subteste requere que o sujeito repita dígitos para a frente e para trás. Em termos
de fatores intelectivos, este subteste mede a memoria auditiva a curto prazo e é um
dos subtestes principais no índice de memoria de trabalho. Fatores não intectivos (ex.:
atenção) muitas vezes influenciam os resultados. A ansiedade na situação de teste
pode prejudicar a performance neste subteste.

• Subteste de informação

Tal como todos os subteste do Weschler, este subteste inclui tanto componentes
intelectivos como não intelectivos, incluindo diversas habilidades para compreender
direções, segui-las e fornecer uma resposta.

• Subteste da compreensão

Este subteste tem 3 tipos de questões. A primeira pergunta ao sujeito o que deveria
ser feito numa determinada situação “o que devias fazer se encontrasses uma pessoa
ferida na rua?”. O segundo tipo de questão pede ao sujeito para fornecer uma
explicação logica para alguma regra ou fenómeno “porque e que enterramos os
mortos?” O terceiro tipo de questão pede ao sujeito para definir um proverbio.
Geralmente, o subteste da compreensão mede julgamentos que são feitos no
quotidiano em situações praticas ou o senso comum.

• Subteste da sequenciação de letras/números

Esta tarefa de sequenciação e suplementar ao índice de memoria de trabalho; não e


requerido para obter uma pontuação no índice, mas pode ser usado como
suplementar para adicionarmos informação acerca do funcionamento intelectual do
sujeito.
• Subteste da codificação de símbolos/dígitos

O subteste de codificação requere que o sujeito copie símbolos. Este teste tem limite
de tempo e mede fatores como a habilidade para aprender uma tarefa não familiar,
destreza visual motora, grau de performance e rapidez de performance.

• Subteste de design de blocos

Esta tarefa tem sido a muito tempo incluída nas medidas não verbais de inteligência.
O sujeito tem que arrumar os blocos de acordo com um design ou configuração
geométrica especifica. Este subteste requere que o sujeito mostre o seu raciocínio,
analise relações espaciais e integre funções visuais e motoras. E uma das medidas
principais do índice de raciocínio percetivo na escala de WAIS-IV.

• Subteste do raciocínio matrix

Este subteste foi incluído no WAIS-IV como um subteste central no índice de raciocínio
percetivo de modo a aumentar a avaliação da inteligência fluida, que envolve a nossa
habilidade de pensar. Neste subteste o sujeito tem a sua frente um estímulo não verbal
(figura). A tarefa passa por identificar um padrão ou relação entre o estímulo. Em
adição a medida de inteligência fluida, também pode medir o processamento de
informação e capacidades de raciocínio abstrato.

• Subteste de procura de símbolos

A procura de símbolos e um teste relativamente curto. Era opcional na WAIS-III, mas


agora e uma medida central no índice de processamento de velocidade. Foi
adicionado em reconhecimento ao papel que velocidade do processamento da
informação tem na inteligência. Quanto mais rápida e a performance do sujeito, mais
rápido será o processamento de informação na inteligência.
• Escalas verbais: vocabulário, semelhanças, aritmética, digit span, informação,
compreensão.
• Escalas de realização: completação de figuras, codificação de símbolos e dígitos,
design de blocos e raciocínio matrix.

De pontuações brutas a estandardização

Ao derivar a representação do total das respostas corretas que um candidato


respondeu (resultado bruto) temos uma medida consistente com a escala
estandardizada. Os 4 índices são derivados através da soma dos resultados dos
subtestes centrais. Por exemplo, o índice de compreensão verbal e determinado a
partir dos resultados já derivados no subteste de vocabulário, subteste de
semelhanças e subteste de informação.

Pontuações dos índices

Existem 4 índices logo 4 pontuações: compreensão verbal, organização percetual,


memoria de trabalho e velocidade de processamento. Como medida de
conhecimento adquirido e raciocínio verbal, o índice de compreensão verbal pode ser
mais bem pensado como uma medida de inteligência cristalizada. O índice de
organização percetiva consistindo em puzzle visuais, designs de blocos e o raciocínio
matrix acredita-se que seja uma medida de inteligência fluida.
A noção de memoria de trabalho e talvez uma das mais importantes inovações na
escala moderna de WAIS. A memoria de trabalho refere-se à informação que
ativamente seguramos nas nossas mentes, em contraste com o nosso conhecimento
guardado. O índice de processamento de velocidade tenta medir o quão rápido a
nossa mente funciona. Então a soma dos resultados dos 4 índices da origem a FSIQs
(medida de inteligência geral).

Comparação de índices

O QI mede-se através da comparação do quociente de inteligência verbal com o


quociente da inteligência não verbal e com o FSIQ, mas não e apropriado fazer
generalizações acerca do significado das discrepâncias dos índices. Analise de
padrões Weschler em 1958 pensou que diferentes tipos de problemas emocionais
podem ter efeitos diferenciais nos subtestes, causando padrões de resultados únicos.
Anos de investigação científica tem revelado que uma análise de padrões tem que ser
feita com muito cuidado.
No melhor dos casos, estas análises devem ser feitas apenas para gerar hipóteses.
Estas hipóteses posteriormente são refutadas ou corroboradas por outras fontes de
dados, como o histórico de informação, ficha medica, entrevistas a famílias e
observação direta.

Avaliação das escalas de Weschler para adultos

Estas escalas são extensivamente utilizadas como uma medida da inteligência dos
adultos. Esta escala está bem construída e as suas medidas primarias- 4 componentes
(índices) e a escala completa IQ- são altamente validos. Tal como todos os testes
modernos, incluindo o moderno de Binet, a validade dos subtestes individuais e mais
baixa e por isso torna a analise de padrões nos subtestes dúbias para o propósito de
tomar uma decisão acerca dos indivíduos. Como referimos anteriormente, estas
análises podem ser uteis para gerar hipóteses, mas e necessário um cuidado extremo.

• WISC III- Ver ppt da professora que vai da página 13-24

Natureza da Escala

A WISC III é a terceira edição da versão americana da Escala de Inteligência de


Wechsler para crianças em Portugal, a 1º versão foi editada em 1970. A escala é um
importante auxiliar no processo total de diagnóstico, servindo para a avaliação do QI
(Quociente de Inteligência). É um instrumento clínico que se administra de forma
individual e o psicólogo deverá orientar o inquérito para que haja uma melhor e
profunda compreensão que revele mais sobre a organização do pensamento e
emoções do sujeito.
Torna-se fundamental, na utilização da WISC, compreender o raciocínio referente às
respostas dadas, assim como bloqueios, hesitações e manifestações de emoção. A
WISC apresenta certas novidades em relação às outras versões, isto acontece com o
material, com os conteúdos e procedimentos de administração e também com a
introdução de um novo subteste – Pesquisa de símbolos.

Nascimento/Evolução

A WISC foi a primeira escala de Inteligência de Wechsler a ser adaptada e aferida para
Portugal (Marques,1969,1970). Em 1998 iniciaram-se os trabalhos de investigação que
conduziram à adaptação portuguesa da escala de inteligência de Wechsler para
crianças – 3ºEdição (WISC-III) e da Escala de Inteligência de Wechsler para a idade pré-
escolar e primária – Edição de Revista (WPPSI-R, Wechsler, 2003). Em Portugal, neste
momento existem duas escalas de inteligência de Wechsler, atualizadas em termos de
materiais, conteúdos e tratamentos estatísticos que permitem avaliar sujeitos entre os
3 anos e os 16 anos e 11 meses.

Estrutura/Organização da Escala

A WISC tem 13 subtestes, dois são opcionais (Memória de dígitos e Labirintos) e outro
é novidade (Pesquisa de símbolos). Os subtestes dividem-se em Escala Verbal
(compreensão verbal) e Escala de Realização (capacidades preceptivo-motoras). A
aplicação dos subtestes verbais e de realização, faz-se alternadamente para manter o
interesse do sujeito, assim sendo, realizam-se pela seguinte ordem: completar
gravuras; informação; código; semelhanças; disposição de gravuras; aritmética;
cubos; vocabulário; composição de objetos; compreensão; pesquisa de símbolos;
memória de dígitos e, por fim, labirintos.
Estes subtestes quando agrupados de forma especifica fazem resultar as escalas de QI
e de Índices Fatoriais. Os índices fatoriais denominam-se de Compreensão Verbal
(conhecimento verbal adquirido e capacidade de raciocínio), Organização Percetual
(raciocínio fluído e atenção), Resistência à Distração (memória auditiva e
processamento sequencial) e Velocidade de Processamento (velocidade psicomotora
e velocidade mental).
Princípios Básicos para Administração e Utilização da WISC-III
• Idades de aplicação
A aplicação da escala destina-se a crianças entre os 6 anos e 16 anos e 11 meses. Se o
sujeito estiver entre os 6 anos e os 6 anos e 6 meses, apresentado um funcionamento
intelectual abaixo da média (grupo etário), deve-lhe ser administrada a WPPSI-R. Por
outro lado, se o sujeito manifestar um funcionamento intelectual acima da média e
tiver 16 anos, é-lhe administrado a WAAIS-III.
• Tempo de aplicação
Deve ser feito um esforço, para que todo o teste seja aplicado numa única sessão, se
isso não acontecer devido a cansaço ou diferenças individuais tanto do sujeito como
do investigador, a sessão deve ser interrompida quando terminar a aplicação de um
subteste. O espaço de tempo de uma sessão para outra, não deve durar mais que uma
semana. Assim sendo, o tempo de realização deve ser entre 60 e 90 minutos para os
dez testes obrigatórios, com um acréscimo de 10 a 15 minutos para os dois testes
opcionais.
• Condições físicas de administração da escala
A aplicação deve ser realizada num consultório, escola ou algum local exterior calmo
e adequado à situação de avaliação. No espaço escolhido, só deve estar presente o
sujeito e o investigador.
• Material
O material para a aplicação consiste em: manual, folhas de respostas, folhas de
respostas do Código A ou B, folhas de respostas dos Labirintos, folhas de respostas
para o Procurar Símbolos, livro de estímulos, cartão branco para os problemas de
Aritmética, cartões com as histórias do subteste Arranjo de figuras, cubos, quebra-
cabeças, grelhas de correção, cronómetro e dois lápis sem borracha.  Propriedades
Estatísticas da Escala
• Fidelidade
A fidelidade é a precisão e consistência da medida, bem como a estabilidade temporal
dos resultados. Os estudos de fidelidade são: cálculo de coeficientes de fidelidade
(método split-half), erros padrões de medida (resultados obtidos pelo sujeito em cada
subteste) e intervalos de confiança (valores limites onde é possível que se situe o
verdadeiro resultado do sujeito). A WISC é um instrumento com elevada fidelidade,
especialmente ao nível dos QIs e Índices Fatoriais.
Os valores médios de consistência interna estimados para o QI Verbal, de realização
e da escala completa são respetivamente iguais a .93, .88 e. 89. Quanto aos índices
fatoriais, os valores médios de consistência interna são de. 91 para o índice de
compreensão verbal, .87 para o índice de organização percetiva e .78 para o índice de
velocidade de Processamento. Em relação aos subteste, os valores de consistência
interna variam entre .62 para o subteste de Pesquisa de Símbolos e .84 para os de
aritmética e de cubos.

WAIS

A Wechsler Adult Intelligence Scale ou Wais foi publicada originalmente em 1955 e,


posteriormente, desenvolvida como resultado de uma revisão e extensão da Forma I
da Wechsler-Bellevue Scale ou W-B, em 1939, substituída posteriormente. Em 1981,
foi publicada uma escala revista, o Wais-R, padronizado para adultos dos 16 anos aos
74 anos.
A escala é muito útil e muito utilizada pelos técnicos, não só nos resultados globais,
para a classificação do QI (quociente de inteligência), mas também pelos aspetos
qualitativos das respostas e seu significado clínico. No Wais-R, os subtestes mantêm-
se, mas são passados intercalados com cada escala, para manter o interesse do sujeito.
Os subtestes avaliam diferentes aspetos do funcionamento mental do sujeito e os
resultados globais são convertidos em QI global.
Obtém-se, assim, um QI verbal, um QI de realização e um QI total.
São indicados para medir a inteligência geral e serve para levantamento de indícios
associados ao funcionamento do ego e/ou alterações psicopatológicas.
Compreendem duas subescalas - a verbal e a de realização, com seis e cinco subtestes,
respetivamente.
Escala Verbal:
• Informação - pretende aferir dos conhecimentos socioculturais do sujeito e da
qualidade da informação dada.
• Compreensão - consiste em perguntas simples para aferir da capacidade do
sujeito em responder de uma forma lógica e da sua capacidade de julgamento
social ou senso comum.
• Arimética - afere da capacidade do sujeito para operações matemáticas e para
o seu raciocínio lógico, bem como da sua atenção e capacidade de
concentração.
• Semelhanças - como fatores afetivos, implica o conhecimento de referências
categoriais e à capacidade de abstração e do seu pensamento lógico.
• Vocabulário - pretende aferir da expressão verbal da pessoa, da sua capacidade
de aprendizagem e desenvolvimento da linguagem e formação de conceitos.
• Dígitos - capacidade de atenção e memória.
Escala de Realização:
• Código - apela à memória imediata do sujeito e à sua velocidade de operação
mental.
• Reconstituição de figuras - implica a expressão motora do sujeito, a sua imagem
do corpo e esquema corporal e as referências espaciais e também a
interpretação das situações sociais e capacidade de planeamento.
• Complemento de figuras - pretende aferir da capacidade do sujeito em
diferenciar o essencial dos detalhes menos importantes e da sua organização
visual.
• Cubos - capacidade de abstração e representação mental do próprio individuo
e sua expressão motora e coordenação visuo-motora, organização percetiva
capacidade de análise e de síntese.
• Labirintos - apela à capacidade de planeamento, organização percetiva e
controlo visuo-motor.
• Composição de objetos - apela à capacidade de organização percetiva e à
coordenação motora.
Na versão original esta Escala é aplicável a adolescentes e adultos com idades
compreendidas entre os 16 anos e os 89 anos. Os estudos de aferição espanhóis
abrangem um grupo etário que vai desde os 16 aos 94 anos. Administração individual.
O tempo de aplicação é variável. Em média cerca de 2 horas.

• WAIS- ver ppt da professora que vai da página 25-33

Avaliação do desenvolvimento

O que é o desenvolvimento?
A Psicologia do Desenvolvimento Humano, estuda o desenvolvimento do ser
humano nos aspetos: intelectual, social, físico, emocional, desce o nascimento até a
idade adulta. Ela estuda como a cognição se desenvolve e como o comportamento
muda durante a fase de crescimento, trazendo uma multiplicidade de conhecimentos
para o campo da psicologia aplicada.

Desenvolvimento Infantil

A maioria das crianças segue um padrão de desenvolvimento, atingindo etapas numa


sequência semelhante. Mas, pode acontecer que essas etapas ou estádios de
desenvolvimento não sejam atingidos, ou sejam alcançados tardiamente, devido a um
atraso de desenvolvimento global ou apenas de algumas áreas (competências
cognitivas, linguagem, motricidade e desenvolvimento emocional/social).
Apesar de cada criança se desenvolver ao seu próprio ritmo existem alguns sinais, em
cada faixa etária, aos quais os pais podem e devem ficar atentos para verificarem se os
marcos de desenvolvimento estão a ser atingidos.

Escala de Desenvolvimento de Ruth Griffiths

Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths é um teste psicológico. Escala de


Desenvolvimento Mental de Griffiths pretende avaliar o ritmo de desenvolvimento de
crianças dos 0 aos 2 anos e dos 2 aos 8 anos, de forma individual ou coletiva, utilizando
diversos materiais coloridos.
Quando estes marcos de desenvolvimento não são naturalmente atingidos na faixa
etária esperada, ou são atingidos com acentuado desvio temporal, os clínicos que
acompanham a criança podem sugerir uma avaliação de desenvolvimento, sendo que
o instrumento de referência para este tipo de avaliação é a bateria Griffiths III (aplicável
desde o nascimento até aos 6 anos) que permite uma avaliação global do
desenvolvimento e determina ainda o seu perfil individual em cinco áreas distintas:
cognitivo, linguagem, motricidade e social/emocional. Essas áreas são representadas
nas subescalas da bateria.

Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths – 3ª Edição


Ruth Griffiths foi pioneira no que se refere à intervenção precoce e defendia um
modelo holístico do desenvolvimento mental, atribuindo grande relevância tanto às
diferenças sociais e culturais como ao papel ativo da criança na construção do seu
desenvolvimento. No seu trabalho como investigadora e como psicóloga clínica e
educacional sentiu a necessidade de criar um instrumento de avaliação que permitisse
avaliar o desenvolvimento centrado nas mais variadas competências das crianças ao
longo do primeiro período da vida da criança, nomeadamente, as sociais, motoras e
cognitivas.

Já naquela época, defendia a necessidade de, em situações de risco de alterações do


desenvolvimento, fazer um diagnóstico da condição mental da criança o mais cedo
possível para que se pudesse intervir e compensar os déficits precocemente, evitando
assim, o agravamento da situação. Uma avaliação compreensiva e precoce da
condição mental da criança permitiria uma intervenção educativa e terapêutica,
orientada para as necessidades específicas detetadas, tirando partido das
competências reveladas. (Griffiths, 1954).

Esta escala avalia basicamente seis áreas: motricidade, pessoal-social, audição e


linguagem, coordenação olho-mão e realização e raciocínio prático. Na área da
motricidade avalia o desenvolvimento motor. Por exemplo, andar, subir e descer
escadas, apanhar e atirar uma bola, chutar uma bola, entre outras.

• Na subescala pessoal-social avalia-se o nível de autonomia da criança em termos


de higiene, alimentação, vestuário e interação social: se sabe o seu nome e
morada, se utiliza talheres, se se veste sozinha, como se relaciona com os outros,
etc.

• A coordenação olho-mão pretende avaliar a motricidade fina, a manipulação de


objetos, a lateralidade e as competências gráfico motoras e visuais. Manejar a
tesoura, construir torres de cubos ou desenhar linhas ou círculos são exemplos.

• Relativamente ao raciocínio prático avalia-se a velocidade de processamento e


de execução, a perceção visual e a orientação espacial e a persistência: associar
cores e realizar encaixes com figuras geométricas, por exemplo.

• Em termos de audição e linguagem esta escala avalia o nível de linguagem


recetivo e expressivo: tipos de frases utilizadas, utilização de adjetivos e
advérbios, compreensão verbal, nomeação e identificação de objetos, entre
outros.

Existem duas escalas, uma para crianças entre os 0 e os 2 anos e outra para crianças
entre os 2 e os 8 anos. A primeira é constituída por manual, caderno de registos e kit
de materiais. A segunda por manual técnico, manual de administração, caderno de
registo, caderno de grafismo e kit de materiais.
O facto de ser uma bateria tão completa, com variados materiais e com uma grande
diversidade de provas adequadas a cada idade, torna fundamental que a sua
aplicação seja rigorosa para não interferir com a validade dos resultados, daí que seja
necessário a certificação dos técnicos que utilizam esta bateria na sua prática clínica.
Certificação essa atribuída pela ARICD (Association for Research in Infant & Child
Development) e pelas Tutoras Griffiths Portugal após formação com componente
teórica e prática.

A importância da intervenção precoce


Os resultados obtidos através da aplicação desta escala permitem identificar a idade
de desenvolvimento a que corresponde o desempenho da criança em termos globais
e em cada uma destas áreas específicas, possibilitando despistar a necessidade duma
avaliação mais especializada nas valências de Terapia Ocupacional, Terapia da
Fala e Psicologia. Quanto mais cedo forem detetadas as alterações no
desenvolvimento, melhor prognóstico de evolução terá a criança.

A reaplicação das provas permite comparar os perfis de desenvolvimento em dois


momentos distintos, possibilitando analisar os progressos alcançados e ajustar as
intervenções. Estas informações são igualmente úteis para delinear estratégias
relativas ao contexto familiar e educativo, assim como, para partilha com outros
profissionais de saúde.

Você também pode gostar