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A linguagem e o pensamento da criança

A criança na educação infantil deve encontrar satisfação nas atividades, na


realização dos trabalhos que supram interesses e vontades e suas necessidades
vitais, através do pensamento, da linguagem através do brincar, dos jogos, desenho
e movimento.

A criança é um ser global, em outras palavras, um ser provido de aspectos


físicos, cognitivos, emocionais e sociais, que interage com o meio onde vive e é
necessário oportunizar a ela o desenvolvimento total de suas potencialidades sócio
afetivas, físicas e cognitivas para que se torne cidadã e exerça seus direitos.

Segundo Piaget (1999), o pensamento aparece antes da linguagem, que lhe é


subordinada e apenas uma das suas formas de expressão. E a formação do
pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas
sensoriomotores, pelo que só ocorre depois de a criança ter alcançado um
determinado nível de habilidades mentais, que pode mobilizar na evocação de um
objeto ou acontecimento ausente, ou seja, na formação de conceitos. Já para
Vigotsky (2001), pensamento e linguagem são processos interdependentes desde o
início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica as suas funções
mentais superiores, dá forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da
imaginação, o uso da memória e o planeamento da ação. Neste sentido a
linguagem, diferentemente daquilo que Piaget postula, sistematiza a experiência
direta da criança e, por isso, adquire uma função central no seu desenvolvimento
cognitivo, reorganizando os processos em desenvolvimento.

A partir de 18 meses da criança, novos fatos podem ser observados,


principalmente pelo aparecimento da possibilidade de evocar e reconstruir ações
passadas, por meio da linguagem, embora dependa ainda da presença de alguns
objetos que permitem a evocação, da formulação de perguntas ou comentários
feitos pelos adultos. A partir de 21 meses, as crianças começam a substituir
vocalizações não verbais por palavras ocasionais. A maioria das crianças aprende a
linguagem auditiva oral sem treinamento formal. Sua experiência com múltiplas
interações entre cuidadores e outros nos primeiros 5 anos de vida, em geral, é
suficiente para capacitá-la a entender a fala dos outros e falar. Ao final dos dois anos
a linguagem torna-se mais evidente, a criança passa a representar por meio de uso
de símbolos ou palavras, objetos e diversas situações (CORDEIRO e RABELO,
2010).

Ainda segundo Cordeiro e Rabelo (2010), o desenvolvimento do pensamento


é determinado pela linguagem, pelos instrumentos linguísticos do pensamento e
pela experiência sociocultural da criança, o que dá maior importância e relevância no
desenvolvimento psíquico da criança. A criança descobre que cada objeto tem seu
nome e a fala começa a servir ao intelecto e os pensamentos começam a ser
verbalizados. A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos
os seus efeitos.

O desenvolvimento da linguagem e do pensamento quando existem nas


atividades pedagógicas admitem às crianças compartilhar observações, ideias e
planos, mostra pensamentos, sentimentos, emoções e valores. Ao mesmo tempo,
traduzem características da linguagem própria da criança como a imaginação, a
ludicidade, o simbolismo e a representação.

Conclusão

Dessa forma, analisou-se que a linguagem na criança é um elemento


relacionado ao conhecimento arbitrário que é obtido por meio do pensamento, uma
vez que o pensamento não é simplesmente expresso por palavras, mais por meio
delas que o pensamento passa a existir.

Referências

CORDEIRO, Silvana da Silva; RABELO, Sybelle Rubia Machado. O


desenvolvimento da linguagem e comunicação em crianças com deficiência
mental. Artigo científico pela Universidade Vale do Acaraú: Macapá, Amapá: 2010.
Disponivel em: <<http:www.atigos.netsaber.com.br>>. Acesso em 17 de nov. de
2018.

Piaget, J. A Linguagem e o Pensamento da criança. São Paulo: Martins Fontes,


1999.

Vygotsky, L. S. (2001). A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo:


Martins Fontes.   

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