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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS


ENGENHARIA MECÂNICA

GUSTAVO COELHO CARNEIRO

OTIMIZAÇÃO DO CONTROLE DE GASTOS EM CONSUMÍVEIS EM UMA


EMPRESA DE MONTAGEM INDUSTRIAL

Rondonópolis
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

GUSTAVO COELHO CARNEIRO

OTIMIZAÇÃO DO CONTROLE DE GASTOS EM CONSUMÍVEIS EM UMA


EMPRESA DE MONTAGEM INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


apresentado ao Curso de Engenharia
Mecânica, do Instituto de Ciências Agrárias e
Tecnológicas, do Campus Universitário de
Rondonópolis, da Universidade Federal de
Mato Grosso, como exigência parcial para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Mecânica.
Orientador (a): Prof. Dr. Aguinaldo Soares de
Oliveira

Rondonópolis
2022
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELO SERVIÇO TÉCNICO DE APOIO À
BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO – CUR – UFR
GUSTAVO COELHO CARNEIRO

OTIMIZAÇÃO DO CONTROLE DE GASTOS EM CONSUMÍVEIS EM UMA


EMPRESA DE MONTAGEM INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação


apresentado ao Curso de Engenharia
Mecânica, do Instituto de Ciências Agrárias e
Tecnológicas, do Campus Universitário de
Rondonópolis, da Universidade Federal de
Mato Grosso, como exigência parcial para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Mecânica.
Orientador (a): Prof. Dr. Aguinaldo Soares de
Oliveira

Aprovado em: DD de novembro de 2022.

BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________
Prof. Dr. Aguinaldo Soares de Oliveira
Universidade Federal de Rondonópolis – ICAT/UFR

_________________________________________________
Prof. Dr. Viviane Marques Cassol
Universidade Federal de Rondonópolis – ICAT/UFR

_________________________________________________

Prof. Valterson Marques Santos


Universidade Federal de Rondonópolis – ICAT/UFR
DEDICATÓRIA

Agradeço primeiramente a Deus ter colocado em minha vida pessoas que foram
um diferencial para que eu alcançasse meus objetivos e realiza-se os meus sonhos.
Agradeço a toda a minha família que desde que eu era muito jovem investiu na
minha educação, me incentivou a estudar, a ser curioso, humilde, dedicado e persistente.
Em memória dos meus pais, M.C., C.C. que sempre serão exemplos de força,
persistência e dedicação.
Agradeço ao meu irmão D.C.C. e minha tia D.C. por terem sido sempre meu braço
direito, meus grandes amigos que nos momentos mais difíceis me estendeu a mão.
Dedico todo carinho e agradecimento ao meu padrasto H.F.C. todo apoio que
sempre me deu, pro estar sempre junto comigo me dando suporte para vencer cada
desafio que a vida proporcionou, sou muito grato de coração.
Reconheço também todo amparo e companheirismo que foram depositados a
mim pelos meus amigos E.N.O e F.M.O.
E, por fim, ao meu orientador Agnaldo por ter sido meu mentor nessa reta final de
curso, por ter compartilhado comigo toda sua experiência e profissionalismo.

Coelho Carneiro, Gustavo, OTIMIZAÇÃO DO CONTROLE DE GASTOS EM


CONSUMÍVEIS EM UMA EMPRESA DE MONTAGEM INDUSTRIAL, 2022.
Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Engenharia Mecânica – Instituto de Ciências
Agrárias e Tecnológicas do Campus Universitário de Rondonópolis da Universidade Federal
Rondonópolis, Rondonópolis, 2022.
RESUMO
Para realização deste trabalho foi realizado uma pesquisa de 6 meses no chão de fábrica do
setor de suprimentos e estoque da empresa Solutec. O presente estudo exercita a importância e
a necessidade de uma gestão eficaz de materiais. Estabelecendo organização, padronização,
otimização de processos e controle eficiente dos materiais dispostos em almoxarifados ou em
estoques, com intuito de tornar possível a minimização do desperdício dos mesmos. O
trabalho, por sua vez, apresenta resultados de um estudo desenvolvido acerca do assunto, in
loco. O mesmo foi dividido em duas etapas, sendo a primeira uma revisão bibliográfica sobre
o assunto visando o embasamento teórico sobre o mesmo. Em um segundo momento, foram
apresentados resultados da aplicação prática de um trabalho de organização, controle do
processo de entrada, estoque e saída dos materiais armazenados no almoxarifado. Sabendo
que no cenário atual do mercado necessita-se cada vez mais de otimização de processo, com
estruturas de programação C++ ou com programas mais complexos como os programas ERP.
Partindo desta premissa e buscando atender as necessidades da empresa, foi proposto a
reformulação do banco de dados com objetivo de regularizar a parte sistêmica da empresa e
aproximar com o máximo da parte física. Com essa iniciativa é possível armazenar os inputs
corretamente possibilitando saídas com dados confiáveis que permitam o melhor
direcionamento e geração de indicadores de controle de produção e de estimativas de custo de
serviço e produtos. Com isso, foi implantado um sistema de coleta padronizado e programado
na estrutura do VBA no Excel acompanhando as estruturas já empregadas no mercado,
programa ERP como SAP® e SANKYA®, pois futuramente há interesse de implantação de
um desses sistemas.

Palavras chave: Controle de Produção. Sistemas. Inputs e Otimização de Processos.


ABSTRACT
To carry out this work, a 6-month survey was carried out on the factory floor of the supplies
and stock sector of the company Solutec. The present aims to explain the importance and the
need for an effective management of materials. Establishing organization, standardization,
process optimization and efficient control of materials arranged in warehouses or stocks, in
order to make it possible to minimize their waste. This work, in turn, presents the results of a
research project developed on the subject, in loco. This was divided into two stages, the first
being a bibliographic review on the subject, aiming at the theoretical basis on the same. In a
second moment, results of the practical application of a project of organization, control of the
entry process, stock and exit of the materials stored in the warehouse were presented. This
was carried out as follows: 3 months for analysis, problem design and data collection to
identify the main cause of the disorganization of the processes carried out by the company.
Another 3 months were used to implement the possible improvements identified by the team.
Three types of analysis were also carried out: operational, technical and gestational, with the
objective of knowing, initially, the process of leaving and entering the stock. Knowing that in
the current market scenario, process optimization is increasingly needed, with C++
programming structures or with more complex programs such as ERP software. Based on this
premise and seeking to meet the needs of the company, a reformulation of the database was
proposed, with the objective of regularizing the systemic part of the company and
approaching as much as possible the physical part. With this initiative, it is possible to store
inputs correctly, enabling outputs with reliable data, which allow for better targeting and
generation of production control indicators, and service and product cost estimates. With this,
a standardized collection system was implemented and programmed in the VBA structure in
Excel, following the structures already used in the market, ERP software such as SAP ® and
SANKYA ®, because in the future there is an interest in implementing one of these systems.

Key-words: Production Control. Systems. Inputs and Process Optimization.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 : Representação do Ciclo do 5S...............................................................................................15


Figura 2 : Aba do desenvolvedor.........................................................................................................17
Figura 3 : Diagrama de MER................................................................................................................18
Figura 4: Definição do fluxo do Banco de dados..................................................................................19
Figura 5: Organização do estoque antes da aplicação 5s.....................................................................25
Figura 6: Organização do estoque depois da aplicação 5s...................................................................26
Figura 7: A6 estoque intermediário......................................................................................................29
Figura 8: Lista de checagem da Serra...................................................................................................31
Figura 9: Menu do sistema de Lista de checagem................................................................................32
Figura 10: Habilitação para macro........................................................................................................34
Figura 11: Habilitação do modo desenvolvedor...................................................................................35
Figura 12: Gravando uma macro..........................................................................................................35
Figura 13: Seleção elementos de máquina causadores das maiores ocorrências de manutenção.......36
Figura 14: Comparação estratégica de custos......................................................................................38
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

VBA – Visual basic.


PCP – Planejamento e Controle de Produção.
NO HALL – Profissional com conhecimento técnico e prático.
ERP – Sistema de decisões estratégicas.
FORECAST- Previsão orçamentária.
5S – Sistema de qualidade organizacional.
SAP®-Sistemas, Aplicativos e Produtos para Processamento de Dados.
SANKYA®- Sistema ERP especializado em gestão corporativa.
HEADCOUNT- Número de funcionários produtivos.
KPI’S- Conjunto de indicadores de gestão.
IN-LOCO- Próprio lugar, no lugar.
PROCV- Comando de procura vertical do Excel.
CORRESP- Comando que correlaciona o código com respectiva descrição.
ALV- ABAP List Viewer, gerador de listas.
SUMÁRIO

1. Introdução...............................................................................................................11

1.1.1 Objetivo Geral...........................................................................................12

1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................12

2. Fundamentação teórica.........................................................................................13

2.1 A metodologia do 5S..........................................................................................13

2.2 Sistemas ERP........................................................................................................16

2.3 A Solutec Engenharia..........................................................................................20

2.4 Temática Forecast................................................................................................22

3. Plano de gestão sistêmica de processos.................................................................23

3.1 Metodologia do Trabalho....................................................................................23

4. Resultados e discussões..........................................................................................24

4.1 Primeira etapa da análise...............................................................................24

4.2 Segundo etapa da análise...............................................................................29

4.3 Aplicação do VBA...........................................................................................33

4.4 Último etapa da análise..................................................................................37

5. CONCLUSÃO........................................................................................................40

6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................41
11

1.1.1.1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que um dos grandes desafios da Gestão de Processos é conceber sistemas


confiáveis que funcionem com fluidez, simplicidades e atenda às necessidades. A mudança
organizacional dentro de uma empresa passa pela filosofia e o tempo gasto para imputar essa
ideia na forma de trabalho que nada mais é que o processo de aculturamento dos funcionários
e da equipe de gestão.

Até os anos 80, a maior preocupação do setor produtivo era fabricar, vender e faturar,
se esquecendo completamente dos estoques, de sua contribuição para a redução do capital de
giro, de sua eficácia e de seus elevados custos. Uma empresa tem como objetivo maximizar o
lucro sobre o capital investido e para atingi-lo deve-se utilizar todo o capital para que este não
permaneça inativo. Neste caso, é importante otimizar os investimentos utilizando um sistema
logístico que começa no planejamento das necessidades de materiais e termina com a
colocação do produto ao cliente. Esse sistema deve proporcionar uma eficácia no processo de
estoque, que segundo DIAS (1995) é “o quando” repor os estoques, ao contrário do
tradicional “quanto comprar”. Por isso muitas empresas no conceito de gestão atual têm
investido em sistemas organizacionais e de otimização de processos que visam controlar
fluxos e obter indicadores que possibilitam a mensuração dos gastos com insumos.

Seguindo a conceituação feita pela Microsoft Dynamics 365 pode-se afirmar que os
sistemas ERP são dinâmicos e permitem a partir de um banco de dados registrar
sistemicamente todo o processo de uma indústria e o estoque que faz parte disso sendo
possível ter um estoque virtual idêntico ao físico. Permitindo assim, um controle preciso e o
conhecimento dos inputs e outputs que são dados de entrada e saída dos mesmo que
possibilitam filtrar todos os custos de serviços e fabricação podendo se posicionar
corretamente no mercado, antecipar imprevistos e administrar sua demanda. Outro fator
importante é a geração de orçamentos precisos que atendam o cliente e que sejam compatíveis
com o mercado. Pois, um banco de dados fundamentado permite um controle de fluxo e um
planejamento consciente usando por exemplo, a temática forecast.
12

Objetivos

Neste tópico serão apresentados os objetivos gerais e específicos do trabalho realizado


sobre o controle e otimização de processos em setores produtivos de uma empresa.

1.1.1 Objetivo Geral

 Realizar um sistema dinâmico de inputs de dados em conjunto com uma coleta


assertiva dos mesmos, com o objetivo de obter o controle preciso de gastos em
consumíveis dentro de uma empresa de montagem industrial.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Realizar a coleta e análise de dados que descrevem as atividades processos produtivos;


 Estudar a metodologia para controle de gastos em consumíveis;
 Implementar a metodologia do 5S para permitir a aplicação de sistema automatizado.
13

2.1.1.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentados alguns conceitos sobre o processo de introdução do


5S, um detalhamento sobre os sistemas ERP e uma breve apresentação da empresa Solutec
engenharia.

2.1 A metodologia do 5S

O programa 5S foi criado no Japão na década de 50 aproximadamente no final da


Segunda Guerra Mundial, este surgiu em meio a um país devastado por uma bomba nuclear
que não só destruiu fisicamente a estrutura econômica e social de um país, mas também a
moral.
Com a necessidade de rápida reabilitação foi criado os cincos sensos: Seiri (Senso de
utilização), Seiton (Senso de organização), Seisou (Senso de Limpeza), Seiketsu (Senso de
padronização) e Shisuke (Senso de Disciplina). Segundo Oliveira (1997) afirma que os cincos
sensos são um conjunto de ações simples a serem praticadas em todos os ambientes tanto no
doméstico como no profissional.
Seguindo as ideias de Lapa (1998) pode-se resumir estes sistemas em cinco etapas:
 Senso de utilização
A primeira etapa do programa 5S é tornar o ambiente de trabalho mais útil e menos
poluído, tanto visualmente como espacialmente. Para isso deve-se classificar os
objetos ou materiais de trabalho de acordo com a frequência com que são utilizados
para, então, rearranjá-los ou colocá-los em uma área de descarte devidamente
organizada. O resultado desse primeiro passo do programa 5s é um ambiente de
trabalho estruturado e organizado de acordo com as principais necessidades de cada
empresa.
 Senso de organização
O segundo passo do programa 5s é uma continuação do primeiro. Seu conceito chave
é a simplificação. A partir da organização espacial previamente feita, essa etapa visa
dar aos objetos que são menos utilizados um local em que eles fiquem organizados e
etiquetados. Assim, agilizam-se os processos e há maior economia de tempo.
 Senso de limpeza
14

O terceiro item do processo 5S consiste na limpeza e investigação minuciosa do local


de trabalho em busca de rotinas que geram sujeira ou imperfeições. Qualquer elemento
que possa causar algum distúrbio ou desconforto (como mal cheiro, falhas na
iluminação ou barulhos) deve ser consertado. O principal resultado é um ambiente que
gera satisfação nos funcionários por trabalharem em um local limpo e arrumado, além
de equipamentos com menos possibilidades de erros ou de quebra por conta da
constante fiscalização.
 Senso de padronização
O quarto conceito do programa 5S consiste na manutenção dos três iniciais, gerando
melhorias constantes para o ambiente de trabalho. Nessa etapa, deve-se definir quem
são os responsáveis pela continuidade das ações das etapas iniciais do 5s. Com um
ambiente mais limpo, há grande chance de os funcionários também buscarem maior
cuidado com o visual e com a saúde pessoal, garantindo ainda mais equilíbrio e bom
desempenho no trabalho e contribuindo ainda mais para o andamento do processo
rumo à qualidade total.
 Senso de disciplina
Por fim, o quinto e último processo do programa 5s está em execução, explicita que o
programa está em andamento perfeito. A disciplina que pode ser considerada a chave
do 5S existe quando cada um exerce seu papel para a melhoria do ambiente de
trabalho, do desempenho e da saúde pessoal, sem que ninguém o cobre por isso.

O programa 5S consiste em uma filosofia de trabalho japonesa que promove a educação


por meio da organização, limpeza e autodisciplina, através da consciência e responsabilidade
de todos, tornando o ambiente de trabalho agradável, seguro e produtivo. (SILVA, 1996).
Como descreve Campos (1992), o programa 5S tem como objetivo:
 Mudar a forma de pensar das pessoas na direção de um melhor comportamento
para toda vida;
 Contribuir para a melhoria da produtividade, qualidade e segurança, através da
mobilização dos funcionários para comportamento e ações disciplinadas e
contínuas;
 Mudar atitudes, tanto no cotidiano das pessoas quanto em seu desempenho
profissional.
15

Martins (2005) segue o raciocínio que: “Para a implementação de qualquer programa de


qualidade é fundamental mudar hábitos de colaboradores no que se refere à limpeza,
organização, limpeza, higiene e ordenação do local de trabalho”. (MARTINS e LAUGENI,
2005).
Portanto é fundamental antes de aplicar qualquer sistema organizacional executar o 5S
pois possibilita uma eficiência maior no resultado final e permite a manutenção da boa prática
requerida este pode ser observado na figura 1.

Figura 1: Representação do Ciclo do 5S.

Fonte: Livro do Vincente Falconi


16

2.2 Sistemas ERP

O sistema ERP, ou Planejamento de Recursos Empresariais é um programa


computacional de gestão de processos que funciona de forma integrada. Ele possui uma série
de módulos que conversam entre si os mesmos funcionam a partir de um banco de dados
refinado, atendendo a necessidade de cada setor da empresa.

Segundo Microsoft Dinamycs 365 esse programa permite e facilita a gestão de


diversos setores, ele gera informações para diversas áreas do negócio, como dados para o
fluxo de caixa, para o controle de estoque, informações contábeis e registros para o setor de
contas a receber. Possibilitando a mensuração corretas dos gastos, verificação de possíveis
desvios como desperdício ou quantificação incorreta de produtos. Ao utilizar um ERP, todos
os lançamentos interligados que seriam feitos de forma manual e acrescentaria aumento do
tempo de realização da atividade e do headcount, serão feitos automaticamente, sem a
necessidade de intervenção manual. Isso representa um enorme ganho em produtividade para
a empresa.

Conforme os desenvolvedores do programa ele também é classificado de acordo com o tipo


de tarefas e finalidades. Confira quais são eles:

 Módulos operacionais: são aqueles que oferecem funcionalidades comuns para


a realização de tarefas rotineiras em praticamente qualquer tipo de empresa.
Fazem parte desse modelo os módulos de contabilidade, controle de estoque,
contas a pagar e receber, entre outros;

 Módulos estratégicos: são aqueles que contêm recursos necessários para a


tomada de decisões pela gestão. Fazem parte desse modelo os módulos de gestão
de processos, gestão de cadeia de suprimentos, gestão de relacionamento com o
cliente, etc.;

 Módulos táticos: são aqueles destinados a tipos de negócios mais específicos.


Por isso, também são chamados de sistemas ERP verticais. Alguns exemplos
sãos: gestão de plano de saúde, gestão de transportadora, etc.

Sabendo a diversidade de módulos possíveis para a empresa Solutec que vislumbra


implementar este sistema futuramente é interessante a utilização e o estudo de dois módulos o
17

operacional e o estratégico que permitirão a otimização dos processos construtivos e uma


gestão de qualidade. Antes dessa implementação será realizado por meio do Excel utilizando
a dinâmica do VBA e se baseando nas estruturas de programas ERP com grande conceito de
mercado como SAP® e do SANKYA®, foi feito uma base de dados com fluxo dinâmico que
visa direcionar com exatidão os insumos para cada setor e possibilitar um controle de fluxo no
estoque.

O VBA é uma ferramenta do Excel que facilita a importação de dados externos na


base do Excel, é feito uma programação semelhante a linguagem C++ onde o processo é todo
automático diminuindo erros e aumentando a precisão do programa. Por meio de dinâmica os
dados são tratados e direcionados de forma automáticas para os setores definidos pelo
programador. Para o uso do VBA é preciso ativar a função destes no Excel na guia
desenvolvedor como pode ser observado na figura 2, é de grande importância que a planilha
esteja habilitada para macro pois este programa utiliza de funções avançadas para o
processamento e alocação de dados. Para codificação do programa o mesmo pode ser feito por
macro ou com a criação do módulo onde programador efetuará a codificação para atender a
necessidade do sistema.

Figura 2: Aba do desenvolvedor.

Fonte: Microsoft Excel.

Foi criado um banco de dados seguindo a modelagem Star Schema que é o passo
básico para criação de um projeto com uma extensão variada de dados. Baseando no esquema
de criação dos cubos pode-se ver como é realizada a modelagem:

 MER: Modelo de entidade e relacionamento


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 Star Schema (Multidimensional) visa criar um modelo para um banco de dados


de Estoque. Um exemplo bem simples utilizando primeiro o MER conforme a
figura 3:

Figura 3 : Diagrama de MER.

Fonte: O autor.

É perfeitamente possível criar lista de checagem para controle de insumos com essa
organização cronológica do banco de dados. Com essa configuração permite-se criar um
relatório com layout bem definido com classificações por diferentes campos, descrição dos
produtos, quantidade de produtos, local do produto no estoque e código do produto. Mesmo
criando relatórios utilizando ALV não será possível ver o resultado sem que o programa
execute em background (Lembrando que o volume de dados é muito grande), o que elimina
qualquer recurso de relatórios manuais. Isso acontece porque esse modelo é feito para ter uma
boa performance no dia-a-dia, dados transacionais que ocorrem todo tempo. Este modelo
seguirá o seguinte fluxograma de operação o multidimensional (Star Schema) que possui
vantagens em termos de performance para relatórios que podem ser analisadas no fluxograma
da figura 4:
19

Figura 4: Definição do fluxo do Banco de dados.

Fonte: O autor.

A ideia de agrupar campos semelhantes no que chamamos de dimensão (Estoque


Tempo, Fornecimento, Material e Cliente). Ao centro temos a tabela fato que é onde vamos
ter as chaves para as dimensões e os valores que gostaríamos de analisar, nossos KPIs
(Keyfigures). Com as dimensões respondemos “Quem?”, “Onde”, “Quando?”, “O que?” e
“Quanto?”. Esse modelo é excelente na performance de relatórios ou qualquer retorno de
informação seguindo os parâmetros de qualquer uma das dimensões (inclusive combinações
entre elas). A SAP® criou um modelo chamado Extended Star-schema onde os dados mestres
não ficam junto ao Cubo. Por exemplo, o usuário pode colocar o “Código do Material” em
vários cubos diferentes, a fonte para o texto do material e seus atributos será sempre a mesma.
Unindo essas ideias optou-se em usar o código do material na planilha que irá gerar o
relatório e em seguida, buscar o material por meio do comando “índice corresp” utilizando
esse código como referência. O estoque seguirá o mesmo modelo para padronizar a busca de
20

material com a lista de checagem do estoque pois as prateleiras que alocam os insumos estão
com o código do material e o nome do mesmo.

2.3 A Solutec Engenharia

A Solutec Engenharia é uma empresa do nível industrial que nasceu em 2013 com o
intuito de oferecer à Industria uma opção diferente para fornecimento de produtos e serviços
com muita qualidade e atenção as necessidades do cliente, tornando-se realmente uma
Empresa Parceira da Indústria. Com uma equipe de colaboradores devidamente treinados e
capacitados tecnicamente e com verdadeira atitude de serviço, possibilitando atender as
seguintes demandas de uma linha de produção industrial:

 Elaboração/Execução de Projetos;
 Desenvolvimento 3D de Projetos em programas;
 Fabricação/Manutenção de Equipamentos e Ferramentas;
 Manutenção Corretiva/Preventiva/Preditiva;
 Corte de Chapas Metálicas em Plasma CNC;
 Calandragem de Chapas Metálicas;
 Dobra de Chapas Metálicas;
 Pintura Industrial;
 Jateamento Abrasivo;
 Caldeiraria;
 Processos de Soldagens Eletrodo/TIG/MIG/MAG;
 Mecânica Industria;
 Montagem Industrial.

A Solutec antes da implementação do projeto de estruturação e controle de


suprimentos possuía um estoque desorganizado sem a prática de 5S, os setores não possuíam
comunicação sistêmica entre si. A gestão não tinha ciência dos variados gastos e desperdício
real nas diversas atividades fabris. Essa intervenção foi possível verificar os pontos que
necessitavam de melhoria permitindo assim otimizar o processo e vislumbrar possibilidade de
extensão de nossas atividades para outros mercados onde o desafio é maior.
21

A empresa conta com setores de corte a plasma, corte por serra, usinagem e solda,
acabamento, estoque e suprimentos e os setores de gestão como o PCP que é o planejamento e
controle de produção que visa o controle de gastos e possíveis melhorias no setor.

 Corte a plasma: segundo a fabricante Hypertherm, este é um processo que


utiliza um bico com um orifício para constringir o gás ionizado em alta
temperatura até que possa ser utilizado para cortar seções de metais como o
aço carbono, aço inoxidável, o alumínio e outros metais eletricamente
condutores. O sistema é mecanizado e utilizado principalmente em
manipuladores XYZ comandados por controle numérico. Através de um
controle mais eficiente dos gases e do sistema de refrigeração respectivamente,
incorporam tecnologias que aumentam a consistência do processo e prolongam
a vida útil dos componentes consumíveis onde os utilizados na Solutec são os
de cobre com variadas bitolas.

 Corte por serra: é realizado por máquina de corte a serra horizontal, segundo o
fabricante DiSerraço a máquina de serra fita horizontal possui sistemas
tecnológicos que garantem a subida do cabeçote móvel por acionamento de
botões. Isso garante um sistema de aproximação da lâmina da máquina de serra
fita horizontal muito mais prático e com rapidez. Outro ponto positivo da
máquina é o seu sistema de controle de velocidade que pode ser digitalizado de
acordo com a velocidade do motor. Além disso, o equipamento tem uma tabela
que mostra os padrões indicando um melhor uso e induzindo uma regulagem
mais fácil durante o processo de corte de peças. Com uma capacidade de corte
que pode atingir de 25 a 500 mm de diâmetro.

 Usinagem e Solda: são processos produtivos fundamentais na indústria


moderna que tem investido cada vez mais em maquinário e equipamentos
sofisticados que otimizam o processam e melhoram a produtividade. Na
Solutec há equipamentos de Solda TIG, MIG e MAG e também torno CNC
que permitem realizar as entregas em tempo hábil, com qualidade e precisão no
produto.
22

 Estoque e suprimentos: o estoque é o local designado para a reserva dos


insumos utilizados no processo produtivo, ele visa controlar o fluxo de entrada
e saída de produtos e armazenar a quantidade suficiente que possibilite que a
produção não perca tempo buscando produtos no mercado externo permitindo
assim, economia pois os insumos são comprados em grandes quantidades em
épocas determinadas do ano onde mesmo possui um valor satisfatório para
empresa. Os suprimentos por sua vez têm a função de abastecer o estoque e
planejar as recargas de produtos que devem ser de forma organizada
acompanhando a necessidade da produção.

 PCP: o setor de planejamento e controle de produção é responsável por realizar


o controle de gasto no processo produtivo, coordenar os demais setores da
indústria, realizar a gestão e planejamento de todas as atividades fabris tendo a
iniciativa de antecipar possíveis problemas que podem ocorrer no processo
verificando as possíveis oportunidades de melhoria, e tornando a empresa cada
vez mais produtiva a frente dos desafios.

Fundamentados nesses conceitos e ideias abordados foi possível realizar a criação


metodológica da base de dados que visa atender todos os processos produtivos citados e gerar
um mapa de fiscalização de balanço de dados para os setores de gestão.

2.4 Temática Forecast


Com a evolução dos sistemas econômicos de produção e gestão foi necessário criar
mecanismos que permitem o controle e previsão de custos sem afetar os variados processos de
produção anual. Visando realizar a revisão destas previsões foi aplicado na empresa a
filosofia do forecast que nada mais é que um método de previsão, análise e revisão de um
orçamento baseado na atual situação da empresa.

Esse método se faz necessário por causa da volatidade do mercado devido as grandes
variações de preço de produtos e custo de serviço. Com o intuito de que a empresa esteja
aderente a essas mudanças é necessário que seu panejamento anual seja revisão pelo menos
uma vez ao ano que é o ideal para que a mesma possa se planejar e antecipar aos possíveis
desvios de rota que estão fora do seu mapeamento anual.
23

O forecast deve ser aplicado em cima do planejamento já elaborado, ou seja, o


objetivo principal da ferramenta é dizer qual cenário financeiro será encontrado no prazo
estabelecido pelas metas desenhadas no passado possibilitando a empresa e o time de gestão
realizar os ajustes necessários para evitar ou diminuir os possíveis impactos.

3.1.1.1 PLANO DE GESTÃO SISTÊMICA DE PROCESSOS

Neste tópico são apresentados os estudos realizados para aplicação do 5S no


almoxarifado visando obter a organização necessária para aplicação de mecanismos
otimizados. Será descrito detalhadamente todo o processo que possibilitou implementação do
banco de dados otimizado que atenderá as demandas da fábrica e permitirá a realização da
análise correta para solução das problemáticas. Sabe-se que um dos grandes desafios da
Gestão de Produção é conceber sistemas de avaliação confiáveis que permitam não só o
acompanhamento das ações dos diversos programas, mas que forneçam indicadores de
qualidade para que todo o processo produtivo incluindo as fases de programação/execução e
sua contribuição para o desempenho empresarial.

Para o gerenciamento adequado das finanças de uma empresa é necessário planejamento


estratégico, dados confiáveis, bons relacionamentos com fornecedores e administração dos
investimentos. Neste contexto, a Indústria 4.0 surge com o intuito de melhorar a
produtividade através de técnicas inovadoras para alavancar a concorrência e implementar
novas tecnologias no sistema produtivo, englobando vários setores de conhecimento. Partindo
dessa premissa foi implementado na Solutec engenharia um sistema dinâmico que atende as
exigências de mercado e se assemelha a sistemas de gestão e controle como o SAP® e
SANKHYA®.

3.1 Metodologia do Trabalho


24

Foram utilizados os conceitos do 5S para implementação do novo sistema que tinha


como objetivo organizar toda a informação para que a coleta de dados fosse realizada de
forma saudável e precisa. Para elaboração deste estudo utilizou-se 3 livros que deram
embasamento e no hall suficiente para uma aplicação consciente e eficaz da metodologia e
programa computadorizado.

The Nature of Software Development de Ron Jeffries (2015) que descreve inúmeras
cases nos quais se aplicam as metodologias ágeis. Ainda que o foco esteja nos trabalho de
tecnologia, o material oferece uma visão ampla das aplicabilidades dos métodos e foi útil para
definição dos nichos de cada atividade do setor fábril da solutec.

Já o livro Lean Inception de Paulo Caroli (2018) apresenta uma visão mais conceitual
divagando sobre metodologias que facilitam na criação de sistemas, especificamente em suas
etapas iniciais. Nele, Caroli propõe uma abordagem mais prática e direta no momento inicial
do estudo com o objetivo de aumentar as chances de sucesso e, ao mesmo tempo, evitar o
desperdício de tempo, dinheiro e trabalho em ferramentas.

Por fim a bibliografia de Donella H. Meadows (2009), chamada de Thinking in systems


este livro transmite ao leitor uma ideia que foi fundamental na concepção principalmente do
5S para a equipe. Dentro da equipe de um trabalho, por exemplo, cada integrante consiste em
um elemento. Quando um problema surge no processo de desenvolvimento, as metodologias
tradicionais tendem a procurar um culpado para punir ou substituir. Metodologias Ágeis como
a que Meadows propõe dizem que para aumentar a eficiência de uma equipe é preciso focar
menos em cada indivíduo e mais na relação entre eles. Pois este sistema organizacional é uma
filosofia que aos poucos vai sendo instituída em cada indivíduo, esse processo de
aculturamento é a longo prazo de forma gradativa e consciente.

O processo dinâmico fornecido pela estrutura do visual básica do Excel permitiu criar
um banco de dados fluido que se relaciona com todas as áreas da empresa e que permite
evolução de acordo com que o processo industrial cresce, além de preparar o time para figurar
em sistemas mais robustos ERP.
25

4.1.1.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Primeira etapa da análise

Nesta etapa foi realizado o estudo, adaptação e aplicação do 5S em cada setor, visando
implementar posteriormente em outras etapas um mapa sistêmico que fosse fiel ao processo
produtivo que empresa realiza.

O primeiro setor analisado foi o estoque, onde é armazenado todos os insumos


utilizados nas empreitadas da empresa, como pode ser observado na figura 5 a forma que era
armazenada os bens de consumo da Solutec antes da implementação desse sistema. Os
produtos eram alocados de forma aleatória, sem distinção de aplicabilidade e definição de
nichos. Muito desses produtos perdiam a validade de aplicação antes mesmo de serem
utilizados por não haver gestão no local.

Figura 5: Organização do estoque antes da aplicação 5s.

Fonte: Solutec Engenharia.

Seguindo a ideia do senso de limpeza e organização solução foi a criação de um novo


ambiente, mais espaçoso, limpo e organizado. Possibilitando este ter um novo cenário como
pode ser visto na figura 6 onde os materiais são alocados em prateleiras com código do
produto e uma breve descrição facilitando o controle do fluxo de entrada e saída desse
26

produto. As prateleiras foram organizadas seguindo o senso de utilização, onde os materiais


que possuem maior fluxo, como EPIS, ferramentas de corte e consumíveis foram
posicionados em locais de fácil acesso. E visando auxiliar o registro sistêmico desse fluxo
citado foi criado uma lista de checagem que deve ser obrigatoriamente utilizada pelo gestor
do estoque e pelo requerente do produto portanto deve haver duas vias como pode ser visto na
tabela 1, onde na mesma a descrição do produto, quantidade do mesmo e sua locação.

Figura 6: Organização do estoque depois da aplicação 5s.

Fonte: Solutec Engenharia.

Na imagem é possível notar a aplicação instantânea dessa ferramenta organizacional e


do senso de padronização, prateleiras sequenciadas, material alocados de acordo com sua
usabilidade, etiquetados como o código do material e uma breve descrição do mesmo,
organização e limpeza do ambiente.
27

Tabela 1: Lista de checagem de insumos para o plasma

Fonte: Visual Basic Excel.

A lista de checagem observada na tabela 1 é detalhado de forma simples e objetiva todo


material que necessário para a realização da atividade. Onde cada Lista recebe um número
sequencial com o objetivo de facilitar a busca deste arquivo futuramente. No campo de
descrição, o operador ou técnico deve assinar a próprio punho a atividade realizada e apontar
28

se houve a falta algum material, em seguida, justificar. No campo de checagem na via do


operador e do estoquista os mesmo devem dá o sinal de validação dos itens que forma
retirados do estoque e direcionados para o setor produtivo. Após isso as duas listas seguem
para o setor do PCP onde serão inseridas e dado baixa no sistemas criado para controlar o
fluxo de entrada e saída de produtos.

Além disso outro procedimento foi implementado visando um controle preciso do


estoque e uma mensuração sistêmica próxima do real, que é a criação de inventários semanais
e mensais, que consiste em contagem e recontagem dos saldos físicos de produtos que devem
ocorrer a cada final de semana aos sábados de manhã com o objetivo de verifica se o saldo
físico é semelhante ao sistêmico, permitindo a equipe de gestão realizar previsões de compras
de forma correta e precisa. Permitindo assim, a execução do senso de disciplina que ficará a
cargo do PCP onde o mesmo deve fiscalizar exigir a manutenção da melhoria implementada.

O segundo setor a serem analisados foram os produtivos, usinagem, serra, solda,


calandra e plasma todos estes possuirão lista de checagem de operação semelhantes ao da
figura 6, tendo esta como finalidade de controlar tudo que é utilizado para realização da
atividade permitindo o gestor da área controlar desperdícios e possíveis desvios.

Para concluir, a primeira etapa da análise foi criado um estoque intermediário, figura 7,
para acomodação de forma organizada dos insumos previsto na fabricação. Tendo como
maior objetivo alimentar os setores produtivos em dias que o estoque não estiver funcionando
pois o mesmo só funciona em horário comercial, e para manter um fluxo mínimo de retiradas
do estoque, que acontecem 3 vezes na semana. Outra vantagem deste processo é a dupla
checagem que evita pagamento incorreto de produto e aumenta o controle contra desvios e
desperdícios.
29

Figura 7: A6 estoque intermediário.

Fonte: Solutec Engenharia.

No estoque intermediário denominado A6 cada máquina a ser produzida é separada


por lote onde é reservado no local todos os insumos de cada setor, necessário para fabricação
do componente. O facilitador tem a função de distribuir esses consumíveis para cada área
respeitando a lista de checagem já citada. O pagamento de cada insumo feito pelo estoque é
realizado em conteinedores para materiais que abasteçam a solda, caixa de plástico para
materiais para a montagem e plasma que ficam desposto sobre palites.

4.2 Segundo etapa da análise

Após a conclusão da primeira etapa da análise foi possível criar o banco de


dados otimizado, com a organização consciente permitiu-se a coleta de dados
necessária para montar um banco de dados piloto, tendo em vista que este sofrerá
30

alterações no decorrer de sua aplicação conforme a equipe do PCP identificar as


possíveis oportunidades de melhoria.
O banco de dados foi formulado seguindo alguns princípios, o mesmo deve ser
de fácil compreensão e preenchimento, para facilitar futuro cadastramento de peças e
componentes. O seguiu a seguinte organização que pode ser observada na tabela 2 ele
foi dividido em 7 colunas com objetivo de descrever o máximo de informação
necessária para identificação e quantificação do produto, onde foi criada colunas com
setor onde este insumo é utilizado foi definido um código para esse material é definido
o destino de corte, por exemplo, S4 significa que o material deve ser pago no soldador
de n°4.

DESTIN
Espessur Pes
Código Descrição Quantidade Material O
a o
CORTE
400400.13.480 ABA DE
4 CHAPA AÇO ASTM A36 6,35mm S4
1 ARTICULAÇÃO
ABRAÇADEIRA TUBO RED. COND. AÇO
450400.33.030 DA PRESILHA ASTM A53-A C/C (SCH 40 2")
2 NA 0,5 S10
3 DO SUPORTE Ø60,32mm X 100mm X ESP:
CAIXA DE FREIO 3,91mm
ABRAÇADEIRA
PLAST
200339001 7 COMERCIAL NA US
3.6X200MM NYL
PTO
ABRAÇADEIRA
PLAST
200339001 0 COMERCIAL NA US
3.6X200MM NYL
PTO
ACABAMENTO
300400.16.350 CANTOS DO
4 CHAPA AÇO SAE 1010 3,04mm 0,19 CNC
0 FUNIL
ASSIMÉTRICO
ACABAMENTO
300400.16.350 CANTOS DO
0 CHAPA AÇO SAE 1010 3,04mm 0,19 CNC
0 FUNIL
ASSIMÉTRICO
ACABAMENTO
300400.16.360
DO FUNIL 4 CHAPA AÇO SAE 1010 3,04mm 0,4 CNC
0
ASSIMÉTRICO
Tabela 2: Layout do banco de dados.
31

A sigla US e CNC são todos materiais que são pagos no setor usinagem e dobra
respectivamente, no caso da dobra são insumos e peças que vão para empresa terceirizada que
presta serviço a Solutec. Com finalização dos agrupamentos seguindo a metodologia de
blocos foi possível a criação do layout da lista de checagem que será utilizada nos setores
produtivo e no estoque, está que tem como objetivo documentar tudo que sai do estoque e
verificar possíveis desvios e oportunidades futuras.

Para isso, os dados foram divididos em uma tabela como mostra na tabela 3, indicando
o código do material, o tipo de material, seu comprimento e a quantidade a ser cortada, e por
fim o destino que o mesmo seguirá após a finalização do serviço no setor da serra.

Tabela 3: Lista de checagem da Serra

Fonte: Solutec Engenharia.


32

A lista de checagem permitiu um controle eficaz da matéria prima que sai do estoque,
diminui os desvios por operação inadequada de equipamento e uso inapropriado de insumos.
Com os dados obtidos dela é possível para o setor de gestão realizar previsões de comprar
adequadas para o cenário da empresa, pois os mesmo a partir destes dados conseguem
quantificar e precificar a hora/máquina, os gastos de insumo para cada atividade realizada em
determinado setor, com esse panorama é totalmente possível garantir preços adequados para o
serviço prestado, tornado a empresa mais competitiva no mercado e com produtos com
valores padronizados. Outra vantagem percebida instantaneamente foi a diminuição do
desperdiço e do corte e usinagem correta dos materiais.
Todos os outros layouts dos variados setores seguiram a mesma dinâmica apresentada
na lista de checagem da serra onde estas listas se relacionam entre si sistemicamente,
formando um clico de acordo com o fluxo da produção.
Foi criado um menu interativo que pode ser notado na figura 8, para facilitar emissão
de lista pelos analistas do PCP onde o mesmo apresenta todas as áreas de atuação da indústria
onde eles estão interligados pelo banco de dados que é cérebro deste sistema.

Figura 8: Menu do sistema de Lista de checagem

Fonte: Solutec Engenharia.


33

Onde na tela inicial fica o menu interativo com as demais abas dos setores gerenciados
pelo PCP e que fazem parte diretamente e indiretamente do setor produtivo Ao indicar o tipo
de máquina e sua quantidade o sistema selecionara base de dados por meio da fórmula procv
e índice corresp. a configuração correta para fabricação da determinada máquina ou processo
construtivo ao clicar em seguida na aba gerar lista o programa criado no Visual Basic será
ativado a lista para a todos os setores será emitida automaticamente.

4.3 Aplicação do VBA

Com a necessidade de acelerar o processo, e verificando a quantidade de listas que são


emitidas por dia pela equipe do PCP, optou por automatizar as planilhas de emissões de lista,
tornando o processo mais preciso e diminuindo a chance de erro humano por causa da
atividade repetitiva. Antes da implementação gastava-se de 2 horas a 4 horas por emissão de
lista de determinada máquina ou produto, atualmente com o uso do VBA o tempo de
processamento desta lista é de aproximadamente 5 minutos.
Para criação do módulo de código no Visual Basic, com intuito de facilitar o processo
a macro foi criada por meio de uma gravação, ou seja, o programador iniciava a gravação da
macro e realizava todo o processo que queria que o programa copiasse, facilitando assim as
inserções de códigos que eram gerados automaticamente necessitando posteriormente apenas
de ser tratados e adequados a necessidade.
Para implementação VBA na planilha do banco de dados foi executado alguns passos:
 Adaptação da planilha para macro: Para que fosse possível utilizar as macros
do VBA e funções avançadas do Excel, foi necessário salvar a planilha
habilitadas para macro como pode ser observado na figura 9.
34

Figura 9: Habilitação para macro.

Fonte: Solutec Engenharia.

 Habilitar a função desenvolvedor no Excel: É necessário que seja habilitado ao


menu do Excel a função desenvolvedor para que o programador execute todas
as ferramentas do Visual Basic como pode ser visto nas figuras 10 e 11.
35

Figura 10: Habilitação do modo desenvolvedor

Fonte: Solutec Engenharia.

 Executar ou gravar Macro: Este processo facilita e direciona o programador


para executar exatamente o que se planeja, além de indicar para o programa de
forma simplificada os passos que deverão ser seguidos que pode ser notado na
figura 11.

Figura 11: Gravando uma macro.

Fonte: Solutec Engenharia.


36

A partir destes passos é possível acessar o módulo do VBA onde o programador criará
por meio códigos baseados na linguagem computacional em C++ a máscara e interface do
programa que pode ser observado na figura 12.

Figura 12: Seleção elementos de máquina causadores das maiores ocorrências de


manutenção.

Fonte: Solutec Engenharia.

Da figura 12 pode-se notar toda a linguagem computacional utilizada para desenvolver


o programa, está em questão é o detalhamento para gerar a lista de checagem para o setor de
corte por serra, na primeira linha é possível observar as declarações de variáveis e os inputs
do programa. Na linha 11 ocorre um comando que tem a função de aplicar um filtro nas
37

colunas da planilha que para esse caso, o código indica que o programa deve filtrar apenas os
valores diferente de 0 da coluna quantidade, ou seja, todos os materiais que não atendem ao
tipo de serviço solicitado aparecem na planilha como 0 pois são itens que não estão incluso no
processo, com isso é necessário desmarcar todos os 0 restando apensa os insumos e matérias
utilizados para realizar determinada atividade. Em seguida nas demais linhas de código as
variáveis recebem dados vetorialmente, pois a base de dados segue os princípios de uma
matriz MxN. Já na linha 20 é possível verificar a inserção do comando de plotagem, este é
responsável pela geração do arquivo e da conversão do mesmo para PDF, onde o mesmo é
exibido depois de ser salvo na pasta, através do comando “openafterpublish=true”. O próximo
passo foi atribuir ao menu o link automático para qualquer usuário mesmo com conhecimento
básico da plataforma conseguir gerar as listas.

Segundo descreve no site da Microsoft desenvolvedora do visual basic, que conceitua


que o pacote de aplicativos do Office tem um conjunto completo de recursos. Há muitas
maneiras diferentes de criar, formatar e manipular documentos, e-mails, bancos de dados,
formulários, planilhas e apresentações. Ela descreve que grande vantagem da programação em
VBA no Office é que quase todas as operações que podem ser executadas com um mouse,
teclado ou uma caixa de diálogo também podem ser automatizadas com o uso do VBA. Além
disso, se a operação pode ser realizada uma vez com o VBA, ela pode ser feita com a mesma
facilidade centenas de vezes. Na verdade, a automatização de tarefas repetitivas é um dos usos
mais comuns do VBA no Office.

E por fim a criadora do pacote office que além da capacidade de criar scripts com o
VBA para acelerar as tarefas diárias, use o VBA para adicionar novas funcionalidades a
aplicativos do Office ou solicitar e interagir com as pessoas que usam seus documentos de
formas específicas para atender às suas necessidades de negócios. Por exemplo, você poderia
gravar um código VBA que exibisse um mensagem pop-up lembrando os usuários de salvar
um documento em uma determinada unidade de rede na primeira vez que eles tentassem
salvá-lo.

4.4 Último etapa da análise


38

Sabendo que os principais causadores do desperdício e uso inadequado de


ferramentas e materiais era a falta de gestão e organização para o controle adequado
de insumos, a equipe do PCP iniciou um novo programa de gerenciamento em meados
de janeiro de 2022, possibilitada pelas as iniciativas criadas nesse trabalho, tendo
como meta analisar o desempenho destas iniciativas e resultados gerados.
Utilizando um dos insumos mais utilizados pela equipe produtiva como
exemplo, buscando assim verificar se a ação implementada realmente surtiu efeito, foi
resgatado dados de compra de EPIS como luvas de vaqueta, luvas de raspa e etc., itens
essenciais para um processo produtivo com segurança. Comparou-se com o
levantamento de utilização e compra dos mesmos materiais no período 5 de meses
deste ano de 2022 que podem ser observados no gráfico da figura 13.

Figura 13: Comparação estratégica de custos

Levantamento Panorâmico de Custo de EPIS


35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
Janerio Fevereiro Março Abril Maio

Custo 2022 Custo 2021

Fonte: O Autor.

Para formulação do gráfico utilizou-se valores do orçamento previsto para gasto com o
processo produtivo projetados para o ano de 2021, e para efeito de comparação manteve-se o
mesmo valor para o ano de 2022, ao observar o gráfico, verifica-se a estabilização do
processo, pois o mês de janeiro do ano de 2022, que é o mês planejado para compra de
insumos possui a maior taxa de gasto mas verificar-se que no decorrer do ano esse indicador
tende a diminuir mostrando que o processo está aderente ao planejado. Porém é notório a
39

diferença entre os 5 primeiros meses de 2021 com os de 2022, essa grande anomalia entre os
dois mostra a evolução do processo produtivo e a diminuição de gastos. Esses dados
contrastam com a diminuição de solicitação de uso de alguns EPIS como a luva de vaqueta e
os óculos de proteção, isso é resultado do uso consciente e adequado do equipamento. O
operador que antes utilizava 5 óculos de proteção na semana, passa a utilizar no máximo 2
devido que o mesmo tem mais cuidado com o equipamento fornecido pela empresa com a
aplicação desta ferramenta organizacionais, já que há como o setor de planejamento
identificar quem retirou os EPIS ou equipamentos de trabalho no mês a partir da solicitação
realizada pela lista de checagem, que vai o nome do colaborador ou chefe do setor solicitante.
Com isso foi possível notar em diversos setores e insumos a redução do uso exacerbado seja
de matéria prima ou consumíveis que antes eram usados sem controle.
40

5.1.1.1 CONCLUSÃO

A partir deste trabalho foi possível realizar a automatização de processos em um


ambiente industrial incialmente desorganizada sem boas práticas de gestão organizacional,
neste estudo foi possível identificar as oportunidades de melhoria e atuar sobre a mesma com
grande eficácia, um exemplo foi aplicação do 5S, que facilitou a implementação de programas
de controle e gestão, e permitiu diminuir o desperdício e a quantificação e precificação
incorreta de insumos, dando assim ao gestor do estoque e as demais gerencia a ciência e
informações necessária para realização de projeções de investimentos, de retenção, buscando
igualar cada vez mais como a concorrência de mercado.
A implementação do 5s foi fundamental para o aculturamento dos setores produtivo e
do dono dos insumos que é o estoque, essa filosofia não só ajudou na organização e na fluidez
do processo, mas também na utilização adequada de equipamentos e insumos que possibilitou
a economia deste recurso na empresa que antes era o chamado gargalo industrial. Sua
aplicação permitiu a criação de um modelo de gestão sistêmica por banco de dados que teve
sua execução facilitada por meio do uso da ferramenta dinâmica do Excel o visual basic. Este
banco de dados facilitou o controle sistêmico da matéria prima utilizada nos processos
produtivos. Atualmente a gerência possui dados e indicadores de desvios de produção quer
foram gerados a partir deste trabalho executado que foi a inicialização de mudanças no
ambiente e estrutura da empresa.

Observou-se também que as dinâmicas organizacionais baseadas no livro de Nigel


Slack (1990, Administração da produção) que retrata os melhores
procedimentos para uma gestão eficaz, se mostrou bem útil para o direcionamento das
aplicações realizadas neste trabalho. No entanto, é de ciência do analista de planejamento e
controle de produção que estas boas práticas não se tornam cultura na empresa
instantaneamente, esta devem ser tratadas ao longo prazo com outras intervenções que farão
manutenção destas, para que sejam mantidas e melhoradas com o decorrer do tempo.
A partir dos resultados obtidos chegou-se a algumas conclusões gerais, entre elas, que
sempre é possível otimizar o processo e que outras oportunidades aparecerão para refinar
41

ainda mais a produção fabril. Notou-se com veemência que a falta de controle e checagem dos
insumos seja ela sistêmica e física permitia o uso descontrolado e sem necessidade de
produtos promovendo a elevação de custos e replanejamento frequente do orçamento
trimestral, onde este deveria ocorrer no máximo duas vezes ao ano para seguir a temática do
forecast.

6.1.1.1 REFERÊNCIAS

CAMPOS, Vicente Falconi. TQC controle da qualidade total: (no estilo japonês). 5.ed.
Rio de Janeiro, Bloch Ed., 1992.
DISSERAÇO. MAQUINA DE SERRA FITA HORIZONTAL, 2022. Disponível em: <
https://www.diserraco.com.br/maquina-serra-fita-horizontal>. Acesso em: 10, JUN.2022

JEFFRIES, Ron. A Natureza do Desenvolvimento de Software. 1 ed. LONDRES:


Progmatic Bookhekf, v. 1, 2015.

LAPA, Reginaldo Pereira. Praticando os 5 sensos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1998.

MARTINS, Petronio G.; LAUGENI, v. 1. Fernando P. Administração da produção. 3.ed. Sao


Paulo: Saraiva, 2005.

MEADOWS, Donella H.. Thinking in systems. 1 ed. CALIFORNIA: DIANA WRIGHT, v. 1,


2009.

MICROSOFT. Referência do VBA do Office. MICROSOFT, 2022. Disponível em: <


https://docs.microsoft.com/pt-br/office/vba/api/overview/L>. Acesso em: 10, mai.2022

MICROSOFT. Microsoft Dynamics 365 - Ferramentas de Aplicativo, 2022. Disponível


em: < https://dynamics.microsoft.com/>. Acesso em: 15, mai.2022

SLACK Nigel, CHAMBERS Stuart, HARLAND Christine, HARRISON Alan, JOHNSTON


Robert (1999). Administração da produção. São Paulo: Editora Atlas.

OLIVEIRA, José Roberto Cerqueira. Aspectos humanos dos 5 sensos: uma experiência
prática. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.
Paulo Caroli. – 1ª edição atualizada – São Paulo: Editora Caroli, 2018. Usarem as atividades
da Lean Inception.
42

SILVA, João Martins da. O ambiente da qualidade na prática: 5S. 3. ed. Belo
Horizonte: Líttera Maciel, 1996.

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