e Aspectos
Biopsicossociais
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Adriana Lobo Müller
a
M958c
ISBN 978-65-5663-519-4
ISBN Digital 978-65-5663-520-0
CDD 612
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Ciclos de Vida e
Aspectos Biopsicossociais! Este livro didático tem como propósito auxiliá-lo
em seus estudos. Para realizar o estudo proposto, você deve organizar o seu
tempo para ler atentamente os textos, responder às autoatividades que são
propostas e buscar informações complementares.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 89
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 167
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA
CONTEMPORANEIDADE.................................................................................. 171
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 257
UNIDADE 1 —
O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO
HUMANO E A INFÂNCIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Somos hoje, exatamente, como éramos há um ano? E há cinco anos? E
há dez anos? Sim, mudamos! E o que mudou? Por que mudamos? O que foi
necessário para que as mudanças ocorressem? Essas e outras perguntas os
estudos do desenvolvimento humano procuram responder, o que será abordado
e discutido no Tópico 1.
3
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
4
TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
5
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
FONTE: A autora
Esses períodos são marcados por padrões, aquilo que é comum cada
fase vivenciar, e por individualidades, que dizem respeito ao modo como cada
indivíduo irá vivenciar o período da sua vida (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Por exemplo, é comum que na adolescência todos passem por mudanças
corporais relacionadas às características sexuais secundárias, como crescimento
dos órgãos sexuais e pelos, mas a forma como cada adolescente lida com essas
transformações é singular.
6
TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
conseguir manter a cabeça erguida e ficarem de pé, bem como necessitam que
ocorra o crescimento e fortalecimento do tronco. Apesar de cada uma vivenciar
isso de forma singular, sem o domínio dessas tarefas, sem estímulos e alimentação
adequada, não passariam por esse estágio do desenvolvimento.
NOTA
7
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
8
TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
FONTE: A autora
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TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
NOTA
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TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 1 —QUESTÕES BÁSICAS NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
FONTE: <https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/15/8/breve-estudo-sobre-lev-vygotsky-
e-o-sociointeracionismo>. Acesso em: 17 mar. 2021.
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A teoria é usada para organizar e explicar dados e gerar hipóteses que possam
ser testadas pela pesquisa.
22
AUTOATIVIDADE
Estão CORRETAS:
a) ( ) I, II e IV.
b) ( ) I e II.
c) ( ) II, III e IV.
d) ( ) I e III.
23
3 Existem várias teorias do desenvolvimento humano em Psicologia,
dentre as quais se destaca a de Jean Piaget. Definida como Epistemologia
Genética, a teoria de Jean Piaget tem a perspectiva de maturação biológica,
com ênfase na experiência como elemento essencial ao desenvolvimento
da aprendizagem. De acordo com a Teoria de Piaget, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
24
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Quando começa uma vida? O que é preciso para um bebê se desenvolver?
Quais são as mudanças que a vinda de um bebê desencadeia na família? No Tópico
2, discutiremos essas questões, abordando o período inicial do ciclo de vida que
envolve a gravidez, o parto e o puerpério. Nesse período, a família representa
o contexto primário em que se dá o desenvolvimento do bebê, passando por
intensas mudanças com a chegada do novo membro familiar, sendo necessário o
cuidado ao casal grávido.
2 DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
A vida se inicia com a fecundação, no momento em que um espermatozoide
penetra em um óvulo, formando uma única célula, o zigoto, e iniciando um
processo de reprodução celular e desenvolvimento, que terminará apenas com o
fim da vida. As mudanças que ocorrem da concepção ao nascimento constituem
o período pré-natal, o qual corresponde ao desenvolvimento da gestação.
25
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
NOTA
26
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
DICAS
27
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TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
de parto ou morrerá ao nascer. Já uma mulher com peso excessivo corre o risco
de ter um bebê grande que precisará nascer por parto induzido ou cesariana
(PAPALIA; FELDMAN, 2013).
29
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
Mães com diabetes são de três a quatro vezes mais propensas de terem
filhos com um amplo espectro de defeitos de nascimento (CORREA et al., 2008),
sendo que para se prevenir precisam ter certeza de que os níveis de glicose de seu
sangue estão sob controle antes de engravidar e fazer acompanhamento médico
durante a gestação (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E
METABOLOGIA, 2008). Algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
podem causar danos ao desenvolvimento fetal, como o herpes genital que pode
ocasionar encefalite, baço dilatado, coagulação inadequada do sangue; e a sífilis
que pode causar danos ao sistema nervoso central, nos dentes e ossos (BEE;
BOYD, 2011; PAPALIA; FELDMAN, 2013).
32
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
A construção de vínculo entre mãe e o feto é facilitada, uma vez que eles
estão em constante interação durante a gestação, compartilhando sentimentos
e sensações por meio da descarga neuro-hormonal de substâncias fisiológicas
que tais emoções provocam na mãe (CALDAS; SILVA; BÖING; CREPALDI,
CUSTÓDIO, 2013). Nesse contato direto, o vínculo vai sendo construído e
estabelecido de diversas formas durante o período pré-natal, podendo ser
estimulado por meio de conversas da mãe com o bebê. Nessas conversas é
possível contar histórias e experiências do dia a dia vivenciadas pela mãe, e
cantar canções de ninar, com as quais o bebê irá se identificar após o nascimento.
Wilheim (2006) ressalta que os momentos estressores e de perturbação emocional
durante a gravidez podem ser mediados por conversas tranquilizadoras entre a
mãe com o seu bebê, as quais têm o objetivo de devolver no bebê a sensação de
segurança, otimismo e esperança; reforçar a permanência do vínculo entre ambos
e permite ao bebê significar a experiência de vida intraútero.
35
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
NOTA
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TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
3.2 PARTO
O parto é o momento do primeiro contato entre os pais e o bebê,
sendo vivido de forma mais intensa pela mãe, no qual as expectativas e as
ansiedades que acompanharam a gestação se tornam real, confirmando medo
ou esperança desse momento. O parto já é antecipado durante a gravidez
através de expectativas, e continua sendo referido após sua conclusão, na forma
de lembranças e sentimentos que acompanham a mãe, fazendo parte de sua
história (CUNHA; SANTOS; GONÇALVES, 2012). Desse modo, ele representa
um momento de extrema importância para construção de vínculo entre mãe e
bebê. Em nossa sociedade, o parto geralmente é relacionado com a dor e como
um momento desagradável, o que pode gerar angústia e ansiedade na mulher,
refletindo sobre o bebê e prejudicando o vínculo entre eles (CUNHA; SANTOS;
GONÇALVES, 2012).
40
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
As intervenções
O número de cesarianas As cesarianas costumam ser marcadas
mais que triplicou nas com antecedência. Nos partos normais, Deram à luz deitadas de costas, o
que torna a expulsão mais difícil
últimas quatro muitas mulheres sofrem intervenções que
décadas os tornam mais dolorosos
Não puderam se alimentar durante
o trabalho de parto
Cesariana Vaginal sem
com trabalho intervenção Sofreram episiotomia um corte na
de parto região do períneo para facilitar a
saída do bebê
FONTE: <https://epoca.globo.com/vida/vida-util/saude-e-bem-estar/noticia/2015/01/entenda-
bnovas-regrasb-do-governo-para-incentivar-o-bparto-normalb.html>. Acesso em: 18 mar. 2021.
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TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
3.4 AMAMENTAÇÃO
A amamentação é fundamental para a saúde física e psíquica infantil,
sendo um processo que além de proporcionar a nutrição fortalece o vínculo
entre mãe e bebê. Dessa forma, as pesquisas denotam que a amamentação pode
reduzir a mortalidade e proteger contra infecções, bem como contribui com o
desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo infantil (CUNHA; SANTOS;
GONÇALVES, 2012). Do mesmo modo, é um marco importante para a formação
do vínculo mãe-bebê (CUNHA; SANTOS; GONÇALVES, 2012). Considerando
essas questões, o Ministério da Saúde do Brasil (MS) e a Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS), em consonância com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), enfatizam o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida
da criança, sendo complementado com outros alimentos até os dois anos de idade
(BRASIL, 2002).
44
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO PERÍODO PRÉ-NATAL E NEONATAL
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
E
IMPORTANT
46
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os fetos não são passivos, interagem dentro do corpo da mãe, são capazes de
ouvir, exercitar a discriminação sensorial, aprender e lembrar.
47
AUTOATIVIDADE
2 Jeniffer, casada há cinco anos com Mário, deu à luz, há duas semanas,
a Amanda, a segunda filha do casal, que já tinha um filho. Devido a
complicações na gestação, a bebê nasceu prematura, com 26 semanas e,
imediatamente após o parto, foi internada na UTI neonatal do hospital.
Com base no caso, julgue os próximos itens, relativos ao período pré-natal
e neonatal e às intervenções nesse contexto.
48
IV- Ampla rede de apoio e de recursos emocionais para lidar com situações
inesperadas são fatores de proteção que podem auxiliar os genitores a
vivenciarem o período neonatal, sendo uma das intervenções possíveis o
fortalecimento da rede de apoio de pais com bebês em UTIs neonatais.
a) ( ) Depressão pós-parto.
b) ( ) Transtorno de ansiedade.
c) ( ) Psicose pós-parto.
d) ( ) Tristeza puerperal.
49
50
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Você tem lembranças de sua infância? Como você era quando criança?
Pensava da mesma forma que pensa hoje? Tinha as mesmas características? As
mesmas habilidades? O que foi importante para você se desenvolver? Abordaremos
essas perguntas no Tópico 3, discutindo os principais aspectos biopsicossociais
da infância. A infância é de extrema importância ao desenvolvimento humano,
considerada a base para o desenvolvimento e deixando marquinhas para toda
nossa vida. Ao discutirmos esse tópico, o convidamos a revisitar sua infância e
entrar em contato com a criança que existe dentro de você!
2 PRIMEIRA INFÂNCIA
Nesse subtópico abordaremos as principais características do
desenvolvimento humano na primeira infância, entre o nascimento aos três
anos. É possível notar como os três primeiros anos são extremamente ricos para
o desenvolvimento humano. De uma posição passiva, passamos a agir sobre
o mundo e para isso, o crescimento físico, a maturação, o desenvolvimento da
inteligência e as condições do meio em que vivemos, são fundamentais.
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
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NOTA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
NOTA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
bem como o bebê começa a compreender algumas palavras, como “não” e o seu
próprio nome (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Essas fases são conhecidas como a
Linguagem Pré-linguística. A primeira palavra surge entre os 10 e os 14 meses,
dando início a fala linguística. A partir dos 18 meses aproximadamente, a criança
começa a formar as primeiras frases. Por volta dos dois anos, a criança amplia
consideravelmente o seu vocabulário, gosta de aprender palavras novas, inventa
novas palavras, nomeia objetos familiares e é capaz de conversar, sendo o período
em que se verifica o maior enriquecimento do vocabulário (DIAS; CORREIA;
MARCELINO, 2013).
NOTA
59
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
DICAS
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
3 SEGUNDA INFÂNCIA
Na segunda infância, período entre os 3 aos 6 anos, a criança está fazendo
uma mudança lenta de bebê dependente para criança independente. A criança
passa a se movimentar facilmente, se comunicar mais e mais claramente, têm um
senso cada vez maior de si como uma pessoa separada com qualidades específicas
e têm os rudimentos das habilidades cognitivas e sociais que permitem interagir
mais completamente e com sucesso com seus pares (BEE; BOYD, 2011). Essas
novas habilidades permitem que a criança deixe de usar a si mesma como a única
estrutura de referência e se torne menos ligada a aparências físicas, não precisa
mais do mundo físico para poder pensar sobre ele. Neste subtópico discutiremos
como é uma criança na segunda infância.
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
NOTA
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
DICAS
69
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
Por fim, cabe mencionar que as crianças têm a linguagem, leitura e escrita
melhor se os pais apresentarem desafios conversacionais para os quais elas estão
preparadas, usarem um vocabulário rico, centralizarem as conversas à mesa de
jantar nas atividades do dia a dia e em eventos passados e lerem para ela (PAPALIA;
FELDMAN, 2013).
70
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
Por outro lado, as crianças na segunda infância não entendem que podem
ter reações emocionais contrárias ao mesmo tempo (PAPALIA; FELDMAN,
2013), assim, se a criança sente raiva de alguma atitude sua, naquele momento
ela considerada que sente raiva de você apenas, não compreendendo que apesar
da raiva pode gostar de uma pessoa. Tal limitação pode contribuir com alguns
comportamentos impulsivos de crianças diante das emoções, como dizer que
odeio os pais diante de um conflito.
72
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
DICAS
4 TERCEIRA INFÂNCIA
Quais são as principais características de uma criança entre os 6 aos 11
anos? Que mudanças que ela vivencia? Qual sua forma de pensar e se relacionar?
Essas questões discutiremos neste tópico. A terceira infância, comparada com
as fases anteriores, é um período de mudanças graduais e não tão intensas.
Assim, observam-se habilidade física crescente, mudanças na forma de pensar e
compreender o mundo e um maior papel do grupo de iguais. A seguir abordamos
com maior detalhe essas mudanças.
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
NOTA
74
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
75
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
Capacidade Exemplo
Daniela pode usar um mapa ou um desenho para auxiliar na procura de
Pensamento um objeto escondido e fornecer as indicações aos outros para que o objeto
espacial seja encontrado. Ela é capaz de ir para a escola e voltar, consegue calcular
distâncias e avaliar quanto tempo precisaria para ir de um lugar para outro.
Helena é capaz de classificar objetos em categorias, tais como forma, cor ou
Categorização ambas. Ela sabe que uma subclasse (rosas) tem menos membros que a classe
da qual ela faz parte (flores).
Seriação e Dominique consegue resolver problemas indutivos e dedutivos e sabe que
inferência as conclusões indutivas (com base em determinadas premissas) são menos
transitiva corretas que as conclusões dedutivas (baseadas em premissas gerais).
Filipe, aos 7 anos, sabe que se uma bola de barro for enrolada em forma
de salsicha, continua tendo a mesma quantidade de barro (conservação de
Conservação substância). Aos 9, acha que a bola e a salsicha têm o mesmo peso. Só no
início da adolescência ele entenderá que elas deslocam a mesma quantidade
de líquido, se colocadas em um recipiente com água.
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
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UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
NOTA
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TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
79
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
E
IMPORTANT
NOTA
Era uma vez uma família, é um desenho animado sem palavras, que apresenta
a história de uma família e os desafios cotidianos que pais, cuidadores e responsáveis
enfrentam na criação e educação dos filhos. O objetivo é discutir as crenças, opiniões e
atitudes que os adultos apresentam diante do castigo físico e humilhante e nos convida a
olhar a criança como um sujeito de direitos. FONTE: promundo.org.br.
80
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
LEITURA COMPLEMENTAR
81
UNIDADE 1 — O ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO E A INFÂNCIA
Denúncia
Julgamento
Ministério
Juizado
Público
Notificação
Suspeita ou Notificação
Conselho Tutelar
confirmação Delegacia
Disque 100
PROTEÇÃO
Médico
Hospital geral SUS
UBS
Psicossocial
CREAS
Encaminhamentos Acolhimento
SUAS
institucional
Programas
comunitários/
Escola
Psicológico/
Psiquiátrico SUS
CAPSi
ATENDIMENTO
Figura 3. Fluxograma básico das redes de proteção e de atendimento aos casos de violência sexual
contra crianças e adolescentes. Fonte: Adaptado de Hohendorff, Habigzang, & Koller (2014).
82
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA INFÂNCIA
83
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O corpo de uma criança cresce muito mais durante o primeiro ano de vida;
o crescimento prossegue em ritmo acelerado, mas decrescente, ao longo dos
três primeiros anos. Esse crescimento ocorre de acordo com os princípios
cefalocaudal e próximo-distal.
84
• Segundo Erikson, o conflito de desenvolvimento na segunda infância é o de
iniciativa versus culpa. A resolução bem-sucedida desse conflito resulta em
virtude do propósito.
CHAMADA
85
AUTOATIVIDADE
I- Erikson, assim como Freud e Piaget, propôs uma teoria que abrange apenas
os estágios iniciais do curso de vida, desde o nascimento até a adolescência.
II- Na visão de Erikson, o amadurecimento desempenha um papel
relativamente pequeno na sequência de estágios. Muito mais importantes
são as demandas culturais comuns a crianças de uma determinada idade.
III- Cada estágio, então, centraliza-se em um conflito, ou tarefa social,
particular. Por isso, Erikson chamava seus estágios de psicossociais. A
resolução desse conflito está em desenvolver um equilibro.
IV- A primeira tarefa (ou primeiro estágio) ocorre durante o primeiro ano de
vida, quando a criança deve desenvolver um senso de identidade básica
frente ao mundo e em sua capacidade de afetar os eventos à sua volta.
86
É CORRETO o que se afirma em:
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) III e IV.
c) ( ) I e II e IV
d) ( ) II e III.
a) ( ) Sensório-motor.
b) ( ) Pré-operatório.
c) ( ) Operatório concreto.
d) ( ) Operatório formal.
87
88
REFERÊNCIAS
AINSWORTH, M. D. S.; BOWLBY, J. An ethological approach to personality
development. American Psychologist, 46, p. 333-341, 1991.
BARBIRATO, F.; DIAS, G. O menino que nunca sorriu e outras histórias reais:
autismo, depressão, bullying e bipolaridade entre crianças e adolescentes. Rio
de Janeiro: Editora Máquina de Livros, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. (5. ed.)
2010. Recuperado em 22 de setembro. 2020: Disponível em: bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/gestacao_alto_risco.pdf. Acesso em: 16 mar. 2021.
89
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos.
Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
90
CHALEM, E.; MITSUHIRO, S. S.; FERRI, C. P.; BARROS, M. C. M.;
GUINSBURG, R., & LARANJEIRA, R. Gravidez na adolescência: Perfil
sociodemográfico e comportamental de uma população da periferia de São
Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 23, p. 177-186, 2007.
91
FIOCRUZ. Nascer no Brasil. 2014. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/
noticia/nascer-no-brasil-pesquisa-revela-numero-excessivo-de-cesarianas.
Acesso em: 16 mar. 2021.
GIL, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas.
92
MEYNCKENS-FOUREZ, M. A fratria, o ponto de vista ecossistêmico. In: E.
TILMANS-OSTYN; M. MEYNCKENS-FOUREZ. Os recursos da fratria. Belo
Horizonte: Artesã. 2000. p. 19-53.
93
PLUTCHIK, R. A psychoevolutionary theory of emotions. Social Science
Information/surles sciences sociales, 21, p. 529–553, 1982.
94
STEINBERG, L. Adolescence. New York: McGraw-Hill, 1996.
WILHEIN, J. O que é psicologia pré-natal (4. ed.). São Paulo: Casa do Psicólogo,
2006.
95
96
UNIDADE 2 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
97
98
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! No Tópico 1, nós estudaremos os aspectos biopsicossociais
que envolvem a adolescência e suas profundas transformações. Por isso,
iniciaremos com a apresentação de conceitos sobre a adolescência considerando
o viés da psicologia para embasar nosso olhar e estudos. A transição da infância
para a adolescência é um momento de grande transformação na vida desse
indivíduo, mudanças importantes ocorrem devido a questões hormonais e
também psicológicas. Muitas dúvidas e incertezas permeiam esse momento.
99
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
100
TÓPICO 1 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA
Por essa não identificação com o corpo, muitas adolescentes acabam por usar
roupas largas, fazer dietas sem tempo determinado, sendo prejudiciais à saúde
(MERVAL, 1996).
Aos 12 anos para 13 anos a menina atinge a Menarca, que é a sua primeira
menstruação. Com esse novo momento de vida, ela passa a ter a sua primeira
menstruação. Muitas mudanças corporais são visíveis, sendo, muitas vezes,
motivos de grandes angústias e medos, já que é algo totalmente desconhecido a
ela, necessitando de orientação e cuidado (MERVAL, 1996).
NTE
INTERESSA
101
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
o processo de maturação aos 8 para 9 anos de idade e outra aos 12 para 13 anos de
idade, sendo um fator normal. Da mesma forma para meninos, alguns tem essa
maturação antes e outro depois, mas não representa alguma anormalidade.
102
TÓPICO 1 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA
Mesmo que com esse período de transição exista a distância entre pais e
filhos, ao final dessa fase, eles voltam a se reaproximar, já que o então adolescente,
estará mais maduro para compreender suas atribuições e responsabilidades e os
pais também com esse período, mudaram sua forma de pensar e ver seus filhos,
considerando e respeitando tais transformações.
104
TÓPICO 1 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA
DICAS
Uma indicação muito importante: sempre que sentir necessidade de leis que
embasam o olhar com relação ao adolescente, procure no ECA – Estatuto da Criança e do
Adolescente. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.
Esse momento não é um processo fácil, já que diz muito sobre si e também
a forma com que casa adolescente irá conduzir esse momento, deixando sua
identidade infantil. Esse processo pode ser visto como doloroso, prazeroso,
assustado, desejado, temido, fascinante. As ambiguidades de sentimentos,
105
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
O adolescente necessitará passar por essas crises para que consiga fazer
suas escolhas dentro do contexto em que vive. Necessitando definir identidades
que envolvem aspectos sexuais, profissionais e ideológicas em cada uma dessas
fases, implicará decisões para que posteriormente consiga enfrentar sua realidade.
Muitas vezes, as crises que os adolescentes irão passar, despertam nos pais,
conflitos por eles, vividos na adolescência. Os conflitos podem ser suportados ou
não pelos pais. Nesta perspectiva, é importante que os laços entre pais e filhos
estejam sempre favoráveis, a fim de ser ponte para os sentimentos despertados
no contexto familiar (SHAFFER, 2008).
DICAS
É difícil representar a depressão, uma doença tão particular para cada um,
mas My Mad Fat Diary consegue fazer isso de maneira exemplar pelos olhos de Rae, uma
adolescente acima do peso que sofre de uma profunda depressão.
107
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
DICAS
Seguindo nesse mesmo olhar, Rappaport (1982) diz que em famílias onde
existe um processo de compressão maior, famílias mais afetuosas, equilibradas,
saudáveis do ponto de vista psicológico, mesmo existindo conflitos e crises, o
bom relacionamento acaba por superar esses momentos de maior tensão, fazendo
com que o adolescente se sinta acolhido, encontrando seu lugar no mundo,
conseguindo definir suas prioridades, uma conduta pessoal e ética, encontre seus
pares, uma profissão, uma série de elementos que lhe permitirão solucionar a
crise de identidade.
Nesse momento, é comum o adolescente dar mais importância para o seu
grupo de amigos, devido a ser uma fase de busca, de procura, de desestruturação
de discussões frequentes com os pais. Entre os seus amigos ele sentirá mais
compreendido, amado, a vontade para expressar suas incongruências, suas
inconsistências de personalidade, suas incertezas em relação ao futuro, suas
críticas aos pais e à sociedade em geral poderão ser discutidas.
108
TÓPICO 1 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA
Para tanto, é muito importante que os pais sejam orientados para esse
momento, para conseguir solucionar os conflitos familiares da melhor maneira
possível, prevenindo comportamentos delinquentes, vícios, prevenindo
transtornos depressivos e ansiosos nos filhos adolescentes, que estão passando
por momentos decisivos em suas vidas, como por exemplo, a escola profissional,
que é o que veremos a seguir.
5 ESCOLHA PROFISSIONAL
NTE
INTERESSA
(Clarice Lispector).
NTE
INTERESSA
110
TÓPICO 1 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA
111
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Aos 12 anos para 13 anos a menina atinge a Menarca, que é a sua primeira
menstruação.
• Para os meninos, a maturação sexual começas por volta dos 11 ou 12 anos com
o aumento dos testículos. Seguindo pelo aparecimento de pelos pubianos.
Por volta dos 14 a 15 anos o pênis encontra-se completamente desenvolvido,
atingindo a puberdade, sendo capaz de gerar filhos. O aparecimento da barba
também é notável nessa fase, sendo individual de cada um. Os pelos começam
a crescer pelo corpo durante essa etapa de vida. A voz também muda nesse
momento, com o engrossamento. Isso ocorre devido ao crescimento da laringe
e o alongamento das cordas vocais.
112
• O amadurecimento diz muito da evolução e da forma como a transição da
infância para a adolescência em ganhado espaço em nossa sociedade.
• Esse momento não é um processo fácil, já que diz muito sobre si e também
a forma com que casa adolescente irá conduzir esse momento, deixando sua
identidade infantil. Esse processo pode ser visto como doloroso, prazeroso,
assustado, desejado, temido e fascinante.
113
• É comum o adolescente dar mais importância para o seu grupo de amigos,
devido a ser uma fase de busca, de procura, de desestruturação de discussões
frequentes com os pais. Entre os seus amigos ele sentirá mais compreendido,
amado, à vontade para expressar suas incongruências, suas inconsistências de
personalidade, suas incertezas em relação ao futuro, suas críticas aos pais e à
sociedade em geral poderão ser discutidas.
• É muito importante que os pais sejam orientados para esse momento, para
conseguir solucionar os conflitos familiares da melhor maneira possível,
prevenindo comportamentos delinquentes, vícios, prevenindo transtornos
depressivos e ansiosos nos filhos adolescentes, que estão passando por
momentos decisivos em suas vidas.
• Na medida que o indivíduo conhece suas motivações, pode lhe auxiliar nas
escolhas e no planejamento da orientação profissional, favorecendo por meio
do autocuidado, a tomada de decisão.
114
AUTOATIVIDADE
115
4 A adolescência é um momento importante no ciclo vital que faz viver
sentimentos, dúvidas, desafios e muitas perguntas, relacionamentos intensos,
buscas por ideais e direitos. Um constante questionar-se sobre o que está posto,
em busca de uma resposta que satisfaça até o próximo desafio. A partir dessa
descrição, quais são as crises que envolvem a adolescência?
116
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! No Tópico 2, nós estudaremos os aspectos biopsicossociais
que envolvem a adultez e suas profundas transformações. Por isso, iniciaremos
com a apresentação de conceitos sobre as implicações emocionais na vida adulta,
considerando o viés da psicologia para embasar nosso olhar e estudos. A transição
da adolescência para a idade adulta é um momento de grande transformação
na vida desse indivíduo, mudanças importantes ocorrem devido a questões
socioemocionais, familiares, de carreira e culturais. Muitas dúvidas e incertezas
permeiam esse momento.
117
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
118
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADULTEZ
119
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
Cada fase é desafiadora, mas que o ao final de cada uma delas, que as
pessoas consigam construir um mundo interior, permitindo estar satisfeitas
consigo mesmas e com a vida que decidiram construir.
A estrada para a vida adulta é cada vez mais longa e a tarefa de “ser
adulto”, do ponto de vista psicológico e social, é cada dia mais exigente, podendo
ser muitas vezes, adiada pelo jovem adulto, como a permanência por mais tempo
na casa paterna. Outro fator importante também a ser levado em consideração,
diz a respeito à tomada de decisões, aonde o jovem adulto, necessita de uma posta
responsável frente as suas escolhas, o que também pode ser um fator gerador de
ansiedade e angústias, já que ao mesmo tempo, que faz planos, tem sonhos, existe
a incerteza se realmente conseguirá almejar e concretizar.
120
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADULTEZ
A tarefa de proteger, educar e cuidar dos filhos tem aberto espaço para
controversas que atravessam esse processo. Podemos destacar alguns fatores
como o divórcio, as novas tecnologias de reprodução humana, o conhecimento
sobre as novas formas de concepções que dizem respeito à parentalidade, bem
como à educação dos filhos, aliadas à dupla jornada de trabalho do pais, carreira
profissional, exigências e valores morais e éticos da sociedade, acarretando ainda
mais na tomada de decisão em ter ou filhos, em constituir ou não uma família, em
efetivamente exercer ou não a parentalidade.
Por mais que a família tenha se tornado uma temática complexa de ser
investigada na sua totalidade, ela ainda continua sendo um lugar de importância
e referência para as pessoas. A família é a primeira instituição social, e é nela que
as constituições de ética, caráter, valores e decisões se estabelecem primeiramente.
A parentalidade, conjugalidade e configurações familiares atuais, sempre serão
um campo inesgotável de conhecimento, já que a cada dia, experienciamos novos
olhares e novas formas de constituir famílias.
121
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
NTE
INTERESSA
122
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADULTEZ
Conforme nos diz Zornig (2010): “Os arranjos familiares não dependem
somente da parentalidade, mas sim do desejo entre casais de estabelecerem
relações íntimas” (p. 455), as quais são mantidas em um espaço privado e
dependem somente do desejo de cada indivíduo. Porém, quando o casal almeja ter
filhos, o espaço público invade o espaço privado da conjugalidade, organizando e
definindo as relações de parentesco e as responsabilidades dos pais dessa criança.
123
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
DICAS
124
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADULTEZ
Conforme nos diz Gutfreind (2010, p. 28), “vida nenhuma começa sem
história. Sem ela, a vida não avança, não encontra duração, continuidade. É narrando
que a vida se transmite e permanece, seja nos escritos, seja na transmissão oral”.
Para Farinati (2009) ter filhos é uma parte fundamental do projeto de vida
da maioria dos casais, constituindo um passo para o alcance da maturidade e o
cumprimento de um importante papel social, ser pai e ser mãe. Quando o casal
decide ter um filho e a reprodução parece impossível, esse projeto pode tornar-se
ainda o mais importante de suas vidas, fazendo com que enfrentem os obstáculos
que surgem ao longo do processo e utilizem recursos pessoais para dar conta
dessa experiência (SOUZA, 2009).
125
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
Conforme estudos e leituras atuais, pode-se perceber que nos dias atuais é
muito comum essa forma de configuração, os extremos. Aqueles que saem muito
cedo da casa dos pais e por outro lado, os que vão ficando e por lá permanecem
(CAVALLI, 1997).
126
TÓPICO 2 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADULTEZ
A transição para a vida adulta pode ser vista, segundo Nascimento (2008,
p. 6), “como um processo associado com passagens sociais e demográficas, tais
como: do sistema educacional para o mercado de trabalho ou da casa dos pais
para uma casa própria, para o início de uma união ou para o início da procriação”.
127
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
DICAS
https://www.scielo.br/pdf/rpc/v36n3/v36n3a05.pdf.
DICAS
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/05/politica/1496687911_980154.html.
128
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A busca por uma boa colocação no mercado de trabalho, muitas vezes, pode
ser um dispositivo para instabilidades emocionais e ansiedades, já que da
mesma forma que a sociedade pressiona para buscar esse status, o próprio
adulto também se coloca neste lugar de cobranças.
• Para a teoria Freudiana, esse estágio corresponde à fase genital, que ocorre a
partir dos 12 anos, onde a puberdade desperta novamente as pulsões sexuais.
• O ciclo vital da família é caracterizado por seis estágios: (1) saindo de casa, (2) o
novo casal, (3) famílias com filhos pequenos, (4) famílias com adolescentes, (5)
lançando os filhos e seguindo em frente e (6) famílias no estágio tarde de vida.
129
• A parentalidade, conjugalidade e configurações familiares atuais, sempre serão
um campo inesgotável de conhecimento, já que a cada dia, experienciamos
novos olhares e novas formas de constituir famílias.
130
AUTOATIVIDADE
131
4 Para Cerveny e Berthoud (2008), o ciclo vital da família brasileira é mais
retardado, e é descrito em quatro fases. Cite-as:
132
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! No tópico 3, nós estudaremos os aspectos biopsicossociais
que envolvem o envelhecimento e suas profundas transformações. Por isso,
iniciaremos com a apresentação de conceitos sobre o status de idoso e as
implicações psicológicas no processo do envelhecimento considerando o viés
da psicologia para embasar nosso olhar e estudos. A transição que permeia o
processo do envelhecimento é um momento de grandes transformações na vida
do idoso, mudanças importantes relacionadas à forma como esse indivíduo se
percebe e percebe seu meio.
133
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
134
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
NOTA
135
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
Nesta mesma perspectiva, Neri (2001, p. 43) refere que “a maneira como
cada indivíduo avalia em si mesmo a presença ou a ausência de marcadores
biológicos, sociais e psicológicos da idade, com base em mecanismos de
comparação sociais mediadas por normas etárias”.
Conforme nos diz Messy (1999), a Velhice não tem somente relação com a
idade cronológica, mas refere-se também a um estado de espírito. Há “velhos” de
vinte anos, como jovens de oitenta. Trata-se de uma questão de generosidade de
sentimentos, mas também de uma maneira de conservar em si, o olhar da criança
que já se foi.
136
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
137
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
DICAS
Com o avanço dos anos, o idoso se depara com muitas perdas significativas,
o surgimento das doenças, crônicas deteriorando sua saúde, a viuvez, morte de
amigos, filhos e parentes próximos, ausência de papéis sociais que o fazem se
sentir valorizado, isolamento social crescente, dificuldades financeiras que afetam
sua autoestima, podendo ser gerador de crise (HOLMES, 1997).
139
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
DICAS
140
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
141
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
142
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
DICAS
143
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
144
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
No século XXI, a morte ainda é vista, na área da saúde, como tabu, insucesso
e até incompetência profissional. O grande desenvolvimento da medicina
permitiu a cura de várias doenças e o prolongamento da vida. Entretanto, esse
desenvolvimento pode levar ao impasse quando se trata de buscar a cura e salvar
uma vida, com todo o empenho possível, num contexto de missão impossível:
manter uma vida na qual a morte já está presente.
145
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
O autor supracitado diz que a dor pode ser definida como uma perturbação
da sensação do corpo. O sofrimento pode ser definido, no caso de doença, como um
sentimento de angústia, vulnerabilidade, perda de controle e ameaça da integridade do
eu. “Pode existir dor sem sofrimento e sofrimento sem dor”.
Como diz John A. Wheller: “A vida sem a morte não tem sentido... um
quadro sem moldura”. Ao nos depararmos com a morte, temos a possibilidade
de olhar mais para a nossa vida. A morte deveria ser parte da expectativa de vida,
aproveitar os momentos de forma intensa e pulsante (VIORST, 1988).
Para Viorst (1988) é difícil encarar nossa própria morte sem ficarmos
apavorados. O medo do aniquilamento e do não ser, o medo de ir rumo ao
desconhecido, medo de uma vida depois desta em que vamos pagar pelos nossos
pecados, medo de ficar sozinhos e desamparados. Muitos temem a agonia de
uma doença terminal e têm medo de morrer e não da morte. Mas esse é um
fator importante, já que levamos dentro de nós, durante toda a vida, o medo
do abandono.
146
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
Para Oliveira e Lopes (2008), renegar a velhice está ligada à não aceitação
de corpos que evidenciem a marca dos anos, os quais são o oposto do idealizado
padrão jovem no modelo social atual, todavia, a velhice é a fase que mais se
aproxima da morte. A morte é algo relegado a um segundo plano, a não ser
discutido, como se isso pudesse evitá-la. Diante disso, e desse distanciamento da
morte, o luto deixou de ser valorizado.
147
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
Conforme nos diz Oliveira e Lopes (2008), o luto é a fase de expressão dos
sentimentos decorrentes da perda, podendo ser manifestados através do choque
com a notícia, desejo, desorganização e organização. É uma fase aonde aprende-se
que a morte deve ser tomada como real, não tendo data para terminar, podendo
durar meses e anos ou nunca mais acabar.
148
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
NTE
INTERESSA
149
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
5 SUICÍDIO E O ENVELHECIMENTO
Segundo a World Health Organization (WHO, 2014), o suicídio vitima
cerca de um milhão de pessoas no mundo por ano. Para a OMS, a violência
autodirigida se manifesta de duas formas: no comportamento suicida (por meio
de pensamentos, tentativa e pelo suicídio consumado) e por meio de atos violentos
provocados contra a própria pessoa, como é o caso das automutilações.
150
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
As dores crônicas também são vistas como um fator que coloca em risco, a
vida dos idosos. Os comportamentos suicidas podem ser percebidos na população
idosa, três vezes mais, comparado à população em geral, no que se refere às dores
crônicas. Para além da dor, o comprometido físico e neurológico, a angústia e as
percepções negativas de sua própria saúde, podem aumentar o risco com relação
ao suicídio (KAPLAN; SADOCH, 2007).
151
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
Quando o idoso percebe que sua saúde física, mental e funcional está ruim
e sem perspectiva de melhora, começa a pensar que sua vida já não vale mais a
pena de ser vivida, considerando o suicídio como uma escolha de forma racional
e consciente. Essa falta de perspectiva de melhora, pode provocar no idoso um
início, recorrência e também recaída de um quadro depressivo, que potencializa
ainda mais, com os pensamentos e sentimentos negativos.
152
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
153
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
NOTA
Aqui deixaremos disponível uma cartilha de violência contra idosos, que pode
ser acessada pelo site: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/junho/
cartilhacombateviolenciapessoaidosa.pdf
154
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
155
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
156
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
O maior desafio na atenção à pessoa idosa é contribuir para que, apesar das
progressivas limitações que possam ocorrer, ela possa redescobrir possibilidades
de viver sua própria vida com a máxima qualidade possível. Essa possibilidade
aumenta à medida que a sociedade considera o contexto familiar e social e
consegue reconhecer as potencialidades e o valor das pessoas idosas, pois parte
das suas dificuldades está mais relacionada a uma cultura que as desvaloriza e
limita. A importância do grupo de pesquisa.
157
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
Assim, vários temas têm sido eleitos como objeto de pesquisa, dos quais
podemos destacar a integralidade na assistência à saúde do idoso, os agravos
à sua saúde, o enfrentamento da doença crônica e o cuidado no domicílio.
Considerando que a possibilidade de organização dos sistemas de saúde está
vinculada a fatores de ordem política, administrativa e gerencial, socioeconômica
e cultural, entre outros, a implantação e a consolidação do SUS têm encontrado
dificuldades em como os sistemas e as práticas de saúde se organizam, no nível
local, para o atendimento às necessidades de saúde da população, dificultando a
afirmação de seus princípios básicos, como universalidade do acesso, equidade,
integralidade, resolubilidade, descentralização e controle social(14), que se agrava
quando se trata da população idosa.
158
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
159
UNIDADE 2 — CUIDADO AOS ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DA ADOLESCÊNCIA, ADULTEZ E ENVELHECIMENTO
CONCLUSÃO
É função das políticas de saúde contribuir para que mais pessoas alcancem
as idades avançadas com o melhor estado de saúde possível. O envelhecimento
saudável e ativo é o grande objetivo nesse processo. Se considerarmos saúde de
forma ampliada, tornam-se necessárias mudanças no contexto atual em direção
à produção de um ambiente social e cultural mais favorável à população idosa.
Como vimos, muitos são os caminhos para buscar o conhecimento para embasar
e fortalecer o cuidado ao idoso. O reconhecimento desses fatores, que envolvem
valores, crenças, comportamentos e práticas da população e dos profissionais de
saúde, é essencial para que se compreenda de que forma os sistemas de saúde e,
mais especificamente, os processos de trabalho em saúde estruturam-se para o
reconhecimento e o enfrentamento das necessidades de saúde da população idosa.
160
TÓPICO 3 — ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
161
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
162
• A demência tem caráter progressivo em seu curso, mas mesmo assim, a
velocidade quanto ao declino das habilidades e funções cognitivas são
individuais. Alguns indivíduos apresentam declínio bastante lento, enquanto
outros declinam rapidamente.
163
• O luto pode ser definido como um conjunto de reações diante da perda, que
necessita ser devidamente valorizado e acompanhado, como parte da saúde
emocional. O luto é um acontecimento vital mais grave que a maior parte de
nós podemos experienciar. “O luto é um processo de aperceber-se, de tornar
real o fato da perda”.
CHAMADA
164
AUTOATIVIDADE
165
166
REFERÊNCIAS
ABERASTURY, A; KNOBEL, M. Adolescência normal. 3. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1984.
167
GOMES, A. J. S.; RESENDE, V. R. O pai presente: o desvelar da paternidade em
uma família contemporânea. Psicologia Teorias e Pesquisa, Brasília, v. 20, n. 2,
ago. 2004.
GUTFREIND, C. Narrar ser mãe, ser pai & outros ensaios sobre a
parentalidade. Rio de Janeiro: Difel, 2010.
168
MERVAL, R. Psicologia evolutiva: psicologia da adolescência. Rio de Janeiro:
Vozes, 1996.
PESSINI, L. Distanásia: até quando prolongar a vida? 2. ed. São Paulo: São
Camilo Loyola, 2001.
169
OLIVEIRA, J. B. A.; LOPES, R. G. C. O processo de luto no idoso pela morte de
cônjuge e filho. Psicol. estud., Maringá, v. 13, n. 2, p. 217-221, junho, 2008.
170
UNIDADE 3 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
171
172
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! No Tópico 1, nós estudaremos a atenção à saúde integral
direcionada ao público infantil. Para isso, iniciaremos com a apresentação dos
instrumentos utilizados como estratégias de detecção de risco de desenvolvimento
de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em bebês. Esses instrumentos, têm se
mostrado importantes recursos na atenção à saúde mental, pois, seus resultados
possibilitam que as equipes de saúde planejem intervenções precoces, reduzindo
assim, as possibilidades de agravamento dos sintomas e em algumas situações a
completa remissão deles.
173
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
Para isso, é importante fazer um breve recorte histórico sobre o autismo, seus
critérios diagnósticos e em seguida, veremos quais instrumentos são, atualmente,
utilizados para identificar riscos de desenvolvimento de sofrimento psíquico em
bebês e assim, poder oferecer a ele e sua família uma intervenção precoce.
174
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
diante de barulhos forte. Assim, descreveu que elas preferiam tudo aquilo que
era previsível, ordenado e rotineiro. “O medo da mudança e da incompletude
as levava, segundo o autor, à restrição de sua espontaneidade e à ritualização do
comportamento no dia a dia” (BRASIL, 2015, p. 20).
Entre os anos 1940 e 1960, havia a hipótese de que sua origem vinha da
relação estabelecida entre pais e bebês. Essa concepção, levou a uma interpretação
superficial sobre as teorias psicológicas que apontavam a importância das
interações familiares, especialmente a relação mãe-bebê, sobre o desenvolvimento
humano. Compreendendo que as possibilidades do surgimento do autismo eram
uma consequência de más interações afetivas (FERNANDES; LIMA, 2014). Novas
teorias surgiram a partir dos anos 1960, o que possibilitou novas explicações para
o autismo, baseadas em fatores neurológicos, cognitivos, bioquímicos e genéticos,
além dos relacionais, já descritos até o momento.
NOTA
175
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
A cartilha “Autismo: uma realidade” (2013), ilustrada por Ziraldo é uma produção
da instituição Autismo e Realidade. No texto, o autismo é apresentado de forma clara e com
linguagem acessível. Orienta sobre os sintomas e quais profissionais são importantes no
cuidado de alguém diagnosticado com Transtorno do Espectro do Autismo. Você pode
conferir esse material no site: https://autismoerealidade.org.br/convivendo-com-o-tea/
cartilhas/cartilha-autismo-uma-realidade/.
Ao longo desse breve histórico sobre o autismo, fica claro que ele ainda
é um diagnóstico que inclui muitas variáveis que resultam em uma imprecisão
em sua etiologia, bem como, em sua sintomatologia, o que indica que sua
avaliação seja realizada por uma equipe multiprofissional e de forma precoce
(FERNANDES; LIMA, 2014).
DICAS
176
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
177
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
178
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
NOTA
2.3 M- CHAT- R
O M- Chat é um questionário, validado no Brasil desde 2008, que pode
ser realizado por qualquer profissional da saúde é um teste de triagem e não
de diagnóstico. É utilizado como ajuda para decidir se uma criança deve ser
encaminhada para atendimento especializado. “É um rastreador importante
baseado no tripé: capacidade de compartilhar, desenvolvimento do faz de conta
e aparecimento do apontar desiderativo (aquele que demonstra interesse em
mostrar ao outro)” (FERNANDES; LIMA, 2014, p. 27).
179
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
Se você apontar para qualquer coisa do outro lado do cômodo, sua criança
1 olha para o que você está apontando? (Por exemplo: se você apontar para um Sim Não
brinquedo ou um animal, sua criança olha para o brinquedo ou animal?)
2 Alguma vez você já se perguntou se sua criança poderia ser surda? Sim Não
Sua criança brinca de faz de conta? (Por exemplo: finge que está bebendo em
3 um copo vazio ou falando ao telefone, ou finge que dá comida a uma boneca Sim Não
ou a um bicho de pelúcia?)
Sua criança gosta de subir nas coisas? (Por exemplo: móveis, brinquedos de
4 Sim Não
parque ou escadas)?
Sua criança faz movimentos incomuns com os dedos perto dos olhos? (Por
5 Sim Não
exemplo, abana os dedos perto dos olhos?)
Sua criança aponta com o dedo para pedir algo ou para conseguir ajuda? (Por
6 Sim Não
exemplo: aponta para um alimento ou brinquedo que está fora do seu alcance?)
Sua criança aponta com o dedo para lhe mostrar algo interessante? (Por
7 Sim Não
exemplo: aponta para um avião no céu ou um caminhão grande na estrada?)
Sua criança interessa-se por outras crianças? (Por exemplo: sua criança observa
8 Sim Não
outras crianças, sorri para elas ou aproxima-se delas?
Sua criança mostra-lhe coisas, trazendo-as ou segurando-as para que você as
9 veja – não para obter ajuda, mas apenas para compartilhar com você? (Por Sim Não
exemplo: mostra uma flor, um bicho de pelúcia ou um caminhão de brinquedo?)
Sua criança responde quando você a chama pelo nome? (Por exemplo, olha,
10 Sim Não
fala ou balbucia ou para o que está fazendo, quando você a chama pelo nome?)
11 Quando você sorri para sua criança, ela sorri de volta para você? Sim Não
180
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
Sua criança fica incomodada com os ruídos do dia a dia? (Por exemplo: sua
12 Sim Não
criança grita ou chora com barulhos como o do aspirador ou de música alta?)
13 Sua criança já anda? Sim Não
Sua criança olha você nos olhos quando você fala com ela, brinca com ela ou a
14 Sim Não
veste?
Sua criança tenta imitar aquilo que você faz? (Por exemplo: dá tchau, bate
15 Sim Não
palmas ou faz sons engraçados quando você os faz?)
Se você virar a sua cabeça para olhar para alguma coisa, sua criança olha em
16 Sim Não
volta para ver o que é que você está olhando?
Sua criança busca que você preste atenção nela? (Por exemplo: sua criança olha
17 Sim Não
para você para receber um elogio ou lhe diz “olha” ou “olha para mim”?)
Sua criança compreende quando você lhe diz para fazer alguma coisa? (Por
18 exemplo: se você não apontar, ela consegue compreender “ponha o livro na Sim Não
cadeira” ou “traga o cobertor”?)
Quando alguma coisa nova acontece, sua criança olha para o seu rosto para sua
19 reação? (Por exemplo: se ela ouve um barulho estranho ou engraçado, ou vê um Sim Não
brinquedo novo, ela olha para o seu rosto?)
Sua criança gosta de atividades com movimento? (Por exemplo: ser balançada
20 Sim Não
ou pular nos seus joelhos?)
DICAS
181
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
183
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
184
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
Sintomas de desatenção:
a) Não presta atenção a detalhes ou comete erros descuidados em trabalhos
escolares ou outras atividades.
b) Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas na escola ou durante jogos.
c) Não parece prestar atenção quando abordado diretamente.
d) Não acompanha instruções e não completa tarefas.
e) Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
f) Evita, não gosta ou é relutante no envolvimento em tarefas que requerem
manutenção do esforço mental durante longo período.
g) Frequentemente perde objetos necessários para tarefas ou atividades
escolares.
h) Distrai-se facilmente.
i) É esquecido nas atividades diárias.
185
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NTE
INTERESSA
186
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
NOTA
DICAS
187
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
188
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
189
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
190
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
DICAS
191
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
192
TÓPICO 1 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA INFÂNCIA
DICAS
193
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
194
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
195
AUTOATIVIDADE
197
198
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Neste tópico, nós abordaremos problemáticas
contemporâneas associadas ao cuidado em saúde na adolescência.
199
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
2 AUTOMUTILAÇÃO
Estudos sobre comportamentos autolesivos têm crescido desde os anos
2000. A compreensão sobre os motivos que levam alguém a iniciar a automutilação
e continuar essa prática, é um desafio para profissionais da saúde e da educação.
Uma das dificuldades para compreender, cientificamente, tais comportamentos
refere-se a uma imprecisão na nomenclatura. Assim, é possível encontrar
produções científicas que utilizam termos diversos como: autoinjúria, autolesão,
comportamento autolesivo entre outros (SANTOS; FARO, 2018).
ATENCAO
DICAS
200
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
201
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
ATENCAO
202
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
DICAS
O filme “Aos Treze” (2003), dirigido por Catherine Hardwicke, conta a história
de duas adolescentes que estão imersas em uma série de conflitos tanto com suas famílias,
quanto com suas identidades. Ao longo da trama, a automutilação é utilizada como recurso
para aliviar sofrimento psíquico em relação a esses conflitos.
203
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
TUROS
ESTUDOS FU
204
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
Santos e Faro (2018, p. 8), também citam várias emoções que precedem ou
acompanham o momento da automutilação, sendo elas “raiva (dirigida a outro
ou a si mesmo), ansiedade, estresse, tristeza, frustração, culpa, vergonha, nojo,
sentimento de vazio, desesperança e solidão”.
Essa política tem entre seus com objetivos, entre outros: promover
a saúde mental; prevenir a violência autoprovocada; controlar os fatores
determinantes e condicionantes da saúde mental; garantir o acesso à atenção
psicossocial das pessoas em sofrimento psíquico agudo ou crônico, especialmente
daquelas com histórico de ideação suicida, automutilações e tentativa de suicídio;
informar e sensibilizar a sociedade sobre a importância e a relevância das lesões
autoprovocadas como problemas de saúde pública passíveis de prevenção;
205
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
206
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
DICAS
ATENCAO
Já o termo bullying também tem origem inglesa e pode ser traduzido como
intimidação ou humilhação, porém, em nossa literatura científica, utilizamos
o termo sem tradução, por compreender que essas palavras não refletem a
totalidade da complexidade do fenômeno (SCHREIBER; ANTUNES, 2015).
DICAS
208
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
ATENCAO
Verbal Insultar, gozar, criar apelidos, fazer comentários racistas, ofensivos e maldosos.
Físico Bater, socar, cuspir, empurrar, dar pontapés, agredir com objetos.
Psicológico Manipular a vítima através de chantagem emocional e ameaça.
Isolar a vítima dos demais membros do grupo, coagir outras pessoas a não
Social/Relacional
interagiram com a vítima, resultando em prejuízo de suas relações grupais.
Praticar gestos obscenos, pedir favores sexuais, obrigar a manutenção de um
Sexual
relacionamento, enviar mensagens de cunho sexual.
Contra a
Roubar, extorquir, exigir dinheiro e bens, estragar objetos intencionalmente.
propriedade
Cyberbullying A violência ocorre no ambiente virtual.
TUROS
ESTUDOS FU
209
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
210
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
ATENCAO
211
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
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TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
DICAS
213
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
Para assistir a vídeos era preciso ter uma televisão com videocassete ou
mais recentemente, um aparelho de dvd. Fotografias, só impressas. Para acessá-
las levava vários dias entre entregá-las para revelação em uma loja especializada
e finalmente, pegá-las para poder vê-las. Ou seja, nada instantâneo.
A internet foi uma revolução para a humanidade. O que antes era restrito
em nível local, tornou-se mundial. Hoje sabemos de notícias, em tempo real, de
fator acontecendo em locais muito distantes de onde estamos.
214
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
215
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
Assédio Divulgação por meios eletrônicos de mentiras, fofocas, difamação e/ou fotografias
virtual (reais ou adulteradas) da vítima.
Roubo de O agressor utiliza a identidade virtual da vítima para enviar mensagens por
identidade meios eletrônicos em seu nome.
Ocultação de O agressor utiliza uma identidade falsa para acessar informações sigilosas e/
identidade ou comprometedoras da vítima para, futuramente, expô-la no ambiente virtual.
Impedimento da vítima em acessar determinados grupos ou conteúdos em redes
Exclusão
sociais.
Pornografia
Envio de imagens ou vídeos de cunho sexual ou erótico sem o consentimento
por vingança
da vítima.
(Revenge porn)
Utilização de fotos ou vídeos, de caráter sexual ou cômico, inicialmente consentido
Outing
pela vítima com o intuito de divulgar o conteúdo para adquirir fama, mas que
no futuro torna-se alvo de agressão pela sua exposição.
DICAS
O filme brasileiro “Ferrugem’ (2018), dirigido por Aly Muritiba, retrata de forma
dramática e muito realista, os efeitos do vazamento de conteúdo íntimo em grupos de
whats app. Um excelente material para refletir sobre a contemporaneidade da adolescência
e suas manifestações através de novas tecnologias.
216
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
NOTA
Esse cenário contribui para o agravo no sofrimento das vítimas que podem
passar a vida toda sendo revitimizadas por conteúdos postados anos antes. A
esse respeito, Schreiber e Antunes (2015, p. 119), afirmam que
217
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
ATENCAO
ATENCAO
218
TÓPICO 2 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AO CICLO VITAL DA ADOLESCÊNCIA
DICAS
219
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
220
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
221
• Sua prevenção deve considerar um debate ampliado, de toda a sociedade,
sobre respeito e diferenças humanas.
222
AUTOATIVIDADE
223
3 O bullying é um fenômeno complexo e multifatorial que tem acometido
muitos adolescentes, principalmente, no ambiente escolar. A respeito do
bullying na adolescência analise as sentenças a seguir:
224
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Neste tópico, nós estudaremos o cuidado integral em
saúde aos ciclos vitais da adultez e envelhecimento. Para isso, selecionamos duas
temáticas presentes na vivência desses ciclos vitais, a saber: sofrimento psíquico
associado ao uso de álcool e outras drogas e sexualidade na velhice. Iniciaremos
com a temática sobre uso problemático de álcool e outras drogas, ou substâncias
psicoativas na vida adulta.
225
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
226
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
227
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NTE
INTERESSA
ATENCAO
228
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
DICAS
229
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
Até agora vimos que o consumo de drogas pode estar associado a práticas
culturais, terapêuticas e recreativas e entendemos que a legalidade ou ilegalidade
de determinada substância, é influenciada por fatores sociais, econômicos e
políticos e contribui para a construção de estigmas sobre usuários de drogas, que
sistematicamente, são considerados marginais e não pessoas que precisam de
tratamento por uma questão de saúde. Veremos a seguir, como os profissionais
de saúde podem ofertar um cuidado integral às pessoas em sofrimento psíquico,
associado ao uso de substâncias psicoativas.
Você já deve ter ouvido que a maconha é a porta de entrada para outras
drogas. Será que isso realmente é verdade? E ainda, já ouviu alguma expressão
assim: “hoje a cervejinha não caiu bem” ou “tomei só uma dose, mas parece que
bebi dez taças de vinho”. Essas expressões indicam que uma mesma pessoa,
consumindo a mesma substância em dias diferentes, não alcançou o mesmo efeito
das vezes pregressas. E qual é a explicação para essas diferenças entre as pessoas
e entre a mesma pessoa em situações diferentes se a substância é a mesma?
230
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
NOTA
A esse respeito, a cartilha “Ouvi Falar: dialogando sobre o que você ouviu
(ou não) falar sobre drogas” nos explica que há formas diferentes de uso de
drogas, por exemplo: alguém pode fazer um uso recreativo e esporádico, com o
objetivo de se divertir. Há também o uso nocivo, que mesmo que seja esporádico,
pode causar prejuízos como se envolver em brigas, acidentes e até mesmo, sofrer
uma overdose (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA-SP, 2015).
231
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
232
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
ATENCAO
233
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
234
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
DICAS
235
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
DICAS
Nesse sentido, Reis et al. (2013, p. 506) afirmam que “o homem, por uma
série de questões culturais e educacionais, ainda é considerado invulnerável e
imune a qualquer tipo de adoecimento, contribuindo para que descuide de sua
saúde e se exponha a mais riscos que as mulheres”.
236
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
ATENCAO
Muitos jovens iniciam o uso de álcool e outras drogas para tentar afirmar seu
papel de homem na sociedade. Em situações de festas, por exemplo, muitos adolescentes
são estimulados a beber para provar que são fortes, que aguentam beber sem cair e para
seduzir garotas.
A esse respeito, Naomi et al. (2016) apresentam dados que indicam que o
uso de benzodiazepínicos (ansiolíticos) por mulheres é três vezes maior do que o
uso por homens e as anfetaminas (muito utilizadas como moderadores de apetite)
são consumidas por mulheres, cinco vezes mais do que por homens.
E como são vistas, pela sociedade, mulheres que fazem uso problemático
de alguma droga? Essas mulheres são julgadas como traidoras da ordem social,
pois, é entendido que elas descumpriram o papel de feminilidade destinado a
elas. Serão moralmente julgadas como criminosas, imprevisíveis, promíscuas,
amorais e, muitas vezes, culpabilizadas pela sua condição de saúde (NAOMI et
al., 2016; MEDEIROS; MACIEL; SOUSA, 2017).
237
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
“Eu passava tempos sem ir em casa ... minhas filhas quem criou foi meu
irmão ... viver maternidade para mim é um privilégio, mas quando a gente tem
condições, porque uma pessoa drogada, não tem condições de cuidar da própria
vida, não é uma boa opção ser mãe (Mulher 8, idade 28 anos)” (MEDEIROS;
MACIEL; SOUSA, 2017, p. 444).
NOTA
238
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
239
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
3 SEXUALIDADE NA VELHICE
Caro acadêmico! Nas últimas décadas estamos vivenciando uma
transição demográfica em que o número de pessoas idosas tem aumentado em
relação aos mais jovens. Essa realidade é um fenômeno mundial e tem convocado
profissionais de saúde a pensar estratégias de atenção à saúde dessa população
(VIEIRA; COUTINHO; SARAIVA, 2016). Segundo Ciosak et al. (2011, p.1764)
240
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
241
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
NOTA
242
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
NOTA
243
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
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TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
DICAS
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UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
ATENCAO
DICAS
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TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
DICAS
DICAS
247
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
248
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
249
UNIDADE 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS DE VIDA NA CONTEMPORANEIDADE
250
TÓPICO 3 — CUIDADO INTEGRAL EM SAÚDE AOS CICLOS VITAIS DA ADULTEZ E ENVELHEHCIMENTO
CONSIDEERAÇÕES FINAIS
252
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
253
• Para o gênero feminino, o uso de drogas é considerado incompatível com
a feminilidade e as mulheres que fazem uso problemático são julgadas
moralmente. A atenção a mulheres em sofrimento psíquico associado ao uso
de substâncias psicoativas deve considerar as variáveis: gestação, maternidade,
beleza e prostituição.
CHAMADA
254
AUTOATIVIDADE
255
I- O aumento de casos de HIV em idosos pode ser explicado pelo aumento
da sobrevida das pessoas com HIV/Aids.
II- Não é possível estabelecer relação entre o uso de medicações para
disfunção erétil e o aumento dos casos de HIV em idosos.
III- O preconceito acerca da sexualidade na velhice é um fator que evita a
contaminação de DSTs em idosos.
256
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263