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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

O Pensamento em Ciências Desportivas “Abordagem Estética”

Manecas Fernando, 708215703

Educação Física e Desporto


I. Pensamento Contemporâneo
1º Ano

Nampula, Agosto, 2022


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

O Pensamento em Ciências Desportivas “Abordagem Estética”

Trabalho de campo referente a cadeira de


Introdução ao pensamento Contemporâneo,
de carácter avaliativo a ser entregue na
Universidade Católica de Moçambique –
IED.

Nampula, Agosto, 2022


Índice
1. Introdução............................................................................................................................1

1.1. Objetivos.....................................................................Erro! Marcador não definido.

1.1.1. Objetivo geral........................................................................................................1

1.1.2. Objetivo específicos..............................................................................................1

2. O pensamento em Ciências Desportivas (Abordagem Estética).........................................2

2.1. Estética.........................................................................................................................2

2.2. Enquadramento da Estética nas Ciências Desportivas.................................................2

2.3. Estética e Sociedade.....................................................................................................3

2.4. Experiencia Estética Induzida pelo Desporto...............................................................4

3. Conclusão............................................................................................................................6

4. Referências..........................................................................................................................7
1. Introdução

O presente trabalho de carácter avaliativo tem como tema o pensamento em


ciências de desporto (abordagem estética), cujo objectivo cerne em desenvolver os
seguintes temas enquadramento da estética nas ciências do desporto, estética e
sociedade, experiencia estética induzida pelo desporto, factores que influenciam na
apreciação da estética do desporto para melhor compreensão do tema exposto.

Assim, o presente trabalho, obedece a estrutura de um trabalho científico,


composto por designadamente os elementos pré-textuais: compostos pela capa, folha
de rosto e a introdução. Nos elementos textuais: o desenvolvimento do próprio
trabalho, ou seja, os aspectos discutidos em torno do tema em alusão e pós-último o
elemento pós-textuais a conclusão e a referências bibliográficas recorrências na
produção deste trabalho.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Conhecer o pensamento em ciências desportivas abordagem estética.
1.1.2. Objectivo específicos
 Generalizar o enquadramento da estética nas ciências do desporto;
 Explicar Estética e sociedade;
 Apresentar a experiencia estética induzida pelo desporto;
 Identificar os factores que influenciam na apreciação da estética do desporto.

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2. O Pensamento em Ciências de Desportivas (Abordagem Estética)
2.1. Estética

Para Cruz (2019), “A palavra estética vem do termo grego aisthetiké, que
significa aquele que nota, aquele que percebe, aquele que possui percepção sobre algo.
A estética é conhecida também por ser a ciência do belo, a filosofia da arte que dedica-
se a estudar aquilo que é belo nas manifestações da natureza e também nas
manifestações artísticas”.

“A estética é uma área da filosofia, é portanto, um ramo filosófico que


dedica-se a estudar e investigar a essência da beleza. É tarefa da estética
tentar compreender e questionar a natureza da arte em diversos meios, a
causa de seus êxitos, seus mecanismos de actuação e influência, seus
objectivos, seus meios de expressão, suas modalidades de produção, suas
intenções e o significado do prazer estético”(Cruz, 2019).

Segundo Leite (2013) afirma:

“Estética advém aisthetikós, derivado do verbo asthanesthal – perceber,


sentir, sem dúvida, é um dos ramos tradicionais da filosofia bem ao lado da
Ética, Dialéctica e Metafísica. O termo “estética” foi criado por Baumgarten
no século XVIII para designar “a ciência do belo” referindo àquilo que
agrada aos sentidos, mas elaborando uma ontologia do belo. A ligação da
estética com a arte ainda é mais estreita se considerada que o objecto artístico
é aquele que se oferece ao sentimento e à percepção. “A arte é uma série de
objectos que provocam emoções poéticas”.

2.2. Enquadramento da Estética nas Ciências Desportiva

“O interesse em estudar as diversas actividades desportivas sob o olhar estético


é manifestamente crescente, já que transportar para o universo desportivo uma
linguagem comummente atribuída, de forma quase exclusiva, à arte, permite
enriquecer a compreensão e apreciação de aspectos essenciais à natureza do desporto,
para os quais a linguagem estética (e não necessariamente artística) possui enorme
aplicabilidade” (Roberts, 1995 citado em Graça & Lacerda, 2011).

Para Damo (2001 citado com Graça & Lacerda, 2011), “o entendimento da
natureza estética do fenómeno desportivo requer a identificação das categorias que o
tornam tão denso e envolvente, justificando o autor que grande parte do interesse pelo
espectáculo desportivo se deve à expectativa relativamente ao seu desfecho, portanto,
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à sua imprevisibilidade, fazendo referência ao risco e à excitação como categorias
estéticas que lhe são permanentemente associadas”.

A estética do desporto manifesta-se concretamente, segundo Osterhoudt (1991


Graça & Lacerda, 2011):

“Na procura de padrões de excelência, na intimidade entre a


audiência e o performer, na intensidade, espontaneidade. E
jogabilidade, aspectos aos quais Lacerda (2004, 2007) acrescenta a
interacção entre colaboradores e opositores, a luta por vencer as
dificuldades colocadas pelo adversário, as estratégias de parceria e
cumplicidade com os companheiros, a experiência de superação das
limitações próprias e das adversidades do jogo, o domínio técnico
evidenciado pelos jogadores, as decisões e opções tácticas que
conduzem à concretização das jogadas, a eficácia, a economia dos
gestos e o permanente ambiente comunicativo.

“É possível, assim, reconhecer particularidades que, de alguma forma, nos


despertam para a natureza estética do futebol, porque de fato sabemos e sentimos que
ele anima em nós algo que por vezes nem reconhecemos ter: a capacidade de fruição e
relação com o belo, convocando-nos, e convocando uma enormidade de pessoas que
dele deseja fruir” (Prado 1997 citado com Graça & Lacerda, 2011).

2.3. Estética e Sociedade

Delva (2019), “É muito evidente que as realidades da sociedade são muito


diferentes da realidade de cada pessoa que faz parte dessa sociedade. Uma vez que a
percepção que cada pessoa tem sobre a estética é dada por suas emoções, o que produz
um estado de bem-estar”.

“As sociedades gastam seu tempo em busca desse bem-estar, que muitas vezes
transcende os interesses particulares de cada pessoa. Há uma grande crise na
comunicação e isso permite que as sociedades busquem realidades estéticas que estão
acima da realidade de cada pessoa” (Delva, 2019).

A estética, em especial a corporal, aparece como um valor de extrema


importância nesta nossa sociedade, considerada por MarcAugé (1994 citado com
Garcia e Lemos, 2013) como sendo:

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“Entendemos legítima a abordagem pela estética do corpo humano, mesmo
na linha da transcendência da matéria enunciada por Hegel, para quem as
obras de arte “não são produtos naturais, mas produtos humanos” em virtude
de considerarmos o corpo humano como uma verdadeira construção cultural,
sendo comparável a um pedaço de madeira que cada um esculpe de acordo
com a sua própria vontade e satisfazendo os mais variados projectos
individuais. A ideia da “morfogênese cultural” do corpo humano, mostra-nos
que cada vez mais a própria forma corporal está umbilicalmente submetida à
cultura, sendo, por isso, em grande parte um produto do espírito e não
simplesmente o resultado da natureza”.

2.4. Experiencia Estética Induzida pelo Desporto

“Existem várias tentativas para caracterizar a experiência estética, ou algo


intimamente relacionado com este tipo de experiência, como o prazer estético ou a
admiração” (Stecker, 2006 citado em Rebeca & Kreft, 2013).

“A experiência estética caracteriza-se pelo conteúdo do fenómeno da cognição


que se apresenta na nossa percepção, assim como pelo seu carácter singular, pois cada
indivíduo sente o prazer estético onde o encontra e a variedade dos gostos pode se
abrir num leque multiforme” (Kant, 2010 citado com Rebeca & Kreft, 2013).

Diante do que foi dito, evidencia-se que o atleta pode experienciar o prazer
estético em vários momentos distinto durante a sua prática, dependendo do estado
emocional naquele exato momento e também da forma como se envolve, interessada
(no sentido prático-utilitário) ou desinteressada (no sentido estético), libertando ou
contendo os movimentos do seu corpo num fluir que estrutura o desenho da sua
performance (Rebeca & Kreft, 2013).

Neste seguimento, Kant, (2010) “considera que a experiência estética não


existe apenas na sensibilidade do indivíduo, mas também na imaginação, pelo que o
artista pode saborear o gozo das qualidades estéticas que consegue criar durante a
produção da sua pintura, ou, no caso vertente, o gozo das qualidades estéticas que o
atleta consegue criar na prática desportiva”.

Iseminger (2003 citado por Rebeca & Kreft, 2013) refere que o:

“Grau de complexidade, de intensidade e de unidade do prazer


estético, da experiência estética, embora diretamente relacionado
com a complexidade, intensidade e unidade do objeto em causa, não
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é redutível a ele: trata-se de uma característica da própria
experiência. Deste modo, o valor estético do objeto reside na sua
capacidade em produzir experiências deste tipo, sendo estas
experiências, por sua vez, valiosas de diversas maneiras para aqueles
que as têm, por exemplo, na integração do eu, no refinamento da
percepção e no desenvolvimento da imaginação”.

2.5. Factores que Influenciam na Apreciação da Estética do Desporto

Além disso, segundo Constantino (2007 citado com Graça & Lacerda, 2011),
“o desporto é um meio de expressão e afirmação de identidades sociais e culturais, o
que caracteriza e molda permanentemente os estilos de jogar futebol, fato observável
na sobrevalorização técnica dos latinos, na exaltação individual dos sul-americanos, na
sobreposição da força dos alemães e no sentido colectivo do jogo dos ingleses”.

“No estudo da estética do futebol encontramo-nos perante um objecto com um


carácter subjectivo peculiar, na medida em que ele é, em grande escala, partilhado,
invocando sensibilidades manifestamente colectivas com repercussões globais” (Graça
& Lacerda, 2011).

Partindo deste enquadramento e considerando a apreciação


estética do desporto, verifica-se que dos jogadores e das
equipas não se esperam apenas gestos tecnicamente bem
executados, cuja beleza possa ser contemplada em si
mesma, espera-se sobretudo que esses gestos e
comportamentos configurem uma relação de poder, de
vantagem, isto é, de eficácia, em função da finalidade e do
sentido do próprio jogo (Damo, 2001 citado com Graça &
Lacerda, 2011).

De acordo com Graça & Lacerda (2011) afirmam que:

“A transcendentalidade atribuída ao belo e ao bem na filosofia clássica,


sugere uma intercambia idade entre estas categorias e a noção de ser. Deste
modo, tudo o que é (existe), é sempre algo de bom e de belo, assim como
tudo o que é bom, é, bem como tudo o que é belo, é (isto é, existe). A partir
deste entendimento, pode considerar-se então uma relação de
interdependência entre o jogar bonito e o jogar bem, sendo que jogar bem é
bonito e o jogar bonito é bem, conduzindo-nos para a bondade e eficácia do
belo, bem como, para a beleza do bem e do seu sentido/finalidade”.

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3. Conclusão

Conforme, de uma forma conclusiva diz-se que a estética do desporto dá o


acentuar do espectáculo do desporto, uma celebração corporal que esta influenciada
com a concepção do belo. A estética do desporto ela representa a reflexão estética
sobre um fenómeno do desporto e estuda as leis estéticas gerais, que se manifestam no
âmbito da actividade desportiva e das relações desporto e influenciam
significativamente o desenvolvimento dessa área de prática social.

Conclui-se também que a beleza de qualquer movimento no desporto depende


da resposta estética do performer ou desportista. O performer percebe seus
movimentos como arte através do trabalho de sua percepção cinestésica, seu próprio
senso de sentimento pessoal.

De uma forma sintética a apreciação estética pessoal depende essencialmente


do desenvolvimento dos gostos estéticos, ideais de uma determinada pessoa, sobre
essas ou outras visões estéticas, teorias que se aproximam ele, em categorias estéticas,
que são a base para ele no processo de cognição e transformação dos fenómenos do
desporto.

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4. Referências
Araujo, J. L. (Fevereiro de 2014). O corpo estético na sociedade: a influência da propaganda
e da mídia. Obtido de efdeportes: https://efdeportes.com/efd189/o-corpo-estetico-na-
sociedade.htm

Cruz, N. (14 de 11 de 2019). Estética. Obtido de querobolsa:


https://querobolsa.com.br/enem/filosofia/estetica

Delva. (2019). A importância da estética e da beleza em nossa sociedade. Obtido de


serespensantes: https://serespensantes.com/la-importancia-de-la-estetica-y-belleza-en-
nuestra-sociedad/

Garcia, R. P., & Lemos, K. M. (2013). A Estética como um valor na educação física. São
Paulo: Unitermos.

Graça, L. G., & Lacerda, T. O. (2011). Da estética do desporto à estética do futebo.


Florianópolis.

Leite, G. (22 de 01 de 2013). A estética na sociedade contemporânea. Obtido de jurisway:


https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9848

Rebeca, C. C., & Kreft, L. (2013). Elementos para a compreensão da estética do Taekwondo.
Rio Grande do Sul: Movimento.

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