“A finalidade de cada religião é conduzir o homem a Deus. Ora, o homem não
chega a Deus enquanto não se tornar perfeito. Assim, toda a religião que não tornar o homem melhor não atinge a sua finalidade. Aquela em que o homem crê que pode apoiar-se para fazer o mal é, ou falsa, ou foi falseada desde o princípio. Tal é o resultado de todas aquelas em que a forma se sobrepõe ao fundamento. A crença na eficácia dos símbolos exteriores é nula, se não impedir de cometer assassínios, adultérios, espoliações, de caluniar, e de prejudicar o próximo seja em que aspecto for. Ela faz supersticiosos, hipócritas, ou fanáticos, mas não faz homens de bem. Não basta ter as aparências da pureza, é preciso antes de ter a do coração.”*
“os humanos são grandes pela loucura
necessariamente irracionais, ninguém pode negá-lo, mas é aí que está o seu destino dizemos o que queremos à conta da irracionalidade das paixões religiosas, dos fanatismos políticos, das exigências revolucionárias, dos sistemas do mundo assinalamos as inverosimilhanças e o ridículo das superstições, das supostas revelações, da magia disfarçada, das utopias, do mundo perfeito, das justiças em delírio tudo isso é verdade, mas não há saída para esta loucura pior: a própria razão é uma dessas manifestações acreditar que se possa viver totalmente sob a conduta da razão, que toda a irracionalidade possa ser abolida, é apenas mais uma loucura “ **
*KARDEC, A., L´Evangile selon le Spiritisme, Les Editions Philman, Marly-le-Roi,
2001, cap. VIII, item 10, pp.142-143. Trad. Margarida Azevedo. **DROIT, Roger-Pol, Si je n´avais plus qu´une heure à vivre, Odile Jacob essais, Paris, 2015, les humains sont grands par leur folie, p. 80. Trad. Margarida Azevedo.