Engenharia de Reservatórios I

III .- Propriedades dos fluidos :

gases , óleo e da água de formação
ARRANJO VERTICAL DOS FLUIDOS NO RESERVATORIO DEVIDO
A FORCAS GRAVITACIONIAS
 Classificação dos Reservatórios

Os reservatórios são classificados de acordo

com o comportamento da mistura de hidro-
carbonetos da jazida.

O comportamento depende da:

1. composição da mistura
2. pressão e temperatura do reservatório
CLASSIFICAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

1. Reservatórios de óleo
• “black-oil”
• volátil

2. Reservatórios de gás
• retrógrado
• úmido
• seco
 PROPRIEDADE DOS GASES
GÁS IDEAL

PV = constante (lei de Boyle)

V/T = constante (lei de Charles)

PV = nRT (lei dos gases perfeitos), onde

n = número de moles (massa/peso molecular)
R = constante universal dos gases
 PROPRIEDADE DOS GASES
GÁS REAL

PV = ZnRT

Fator Z definido como a razão do volume

realmente ocupado pelo gás e do volume que
ocuparia caso se fosse um gás ideal. Ou seja,

Z = Vreal / Videal
 FATOR Z
COMPORTAMENTO TÍPICO
 Fator Volume Formação do Gás
(Bg)
Bg = volume ocupado em P e T sobre volume
nas condições-padrão (1 atm e 20o C)
Seja
VR = o volume ocupado em P e T
VSC = o volume nas condições padrão

Então, usando a equação dos gases reais obtemos

Fator Volume Formação do Gás
(Bg)

psc ZT
Bg 
ZscTsc p

(Zsc = 1, psc = 1.033 kg/cm2 e T = 20 + 273= 293 K)

 Fator Volume Formação do Gás
(Bg)
Exemplo:
P = 147. 7 kg/cm2
T = 105o C
Z = 0.85

1.033 0.85 x (273  105)

Bg   0.00762
1 x 293 (147.7  1.033)
 COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DO
GÁS

1  V 
Cg    
V  p T

Cg representa a variação relativa do volume

de gás com a variação da pressão mantida
constante a temperatura. Note que a unidade
de Cg é o inverso da unidade de pressão.
COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DO
GÁS

Pela lei dos gases perfeitos

nRT
V
p
Então

 V  nRT
   2
 p T p
COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DO
GÁS

Substituindo as duas expressões do slide anterior na definição

de Cg dada anteriormente obtemos
1
Cg  (Gás ideal)
p
De forma similar podemos obter a expressão de Cg para
o caso de gás real
1 1  Z 
Cg     (Gás real)
p Z  p T
Fator Z do Metano
 VISCOSIDADE DOS GASES

A viscosidade pode ser entendida como a

resistência ao fluxo exercida por um fluido.
Dessa forma a viscosidade dos gases é bem
pequena quando comparada à viscosidade
dos líquidos.
VISCOSIDADE DOS GASES
g p

g T para altas pressões

g T para baixas pressões

Nas condições de reservatório, a viscosidade do gás fica na

faixa de 0.01 cp.
PROPRIEDADES DO OLEO
 PROPRIEDADES DO BLACK-OIL

Densidade relativa do óleo = massa específica

do óleo sobre massa específica da água, ambos
tomados na mesma temperatura e pressão.

o
o 
w
 Grau API
O grau API (American Petroleum Institute)
de um óleo é definido pela equação

141.5
API   131.5
 o ,sc
onde o,sc representa a densidade relativa do óleo para
1atmosfera e 15.6o C
 GRAU API
VALORES TÍPICOS

Então, um óleo com massa específica igual

a da água temos

141.5
API   131.5  10
1
Para um óleo com o,sc = 0.8, temos
141.5
API   131.5  45.4
0.8
FATOR VOLUME FORMAÇÃO DO ÓLEO
(Bo)
Bo = volume ocupado pelo óleo nas condições
de reservatório (P e T) sobre volume nas
condições de superfície

Nota: o valor de Bo depende do processo

de separação
FATOR VOLUME FORMAÇÃO DO ÓLEO
GRÁFICO TÍPICO
 RAZÃO DE SOLUBILIDADE (Rs)
Uma mistura de petróleo na fase líquida nas
condições de reservatório está associado a um
volume de óleo mais uma quantidade de gás
“dissolvido”.

RS = volume de gás na superfície / volume

de óleo nas condições de superfície.

O Rs também depende do processo

de separação.
RAZÃO DE SOLUBILIDADE (Rs)
gráfico típico
Análise Comparativa PVTs
 Bg, Bo e Rs
exemplo

Vg =1 m3
Vg =125 m3
Bg = 1/125 = 0.008

Vg = 120 m3
Rs = 120/2 = 60 m3/m3
Vo = 2 m3
Vo = 2.5 m3
Bo = 2.5/2 = 1.25
No reservatório Na superfície
COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DO
ÓLEO

A definição da compressibilidade do óleo é

similar a compressibilidade do gás mostrada
anteriormente:

1  V 
Co    
V  p T
 COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DO
ÓLEO

A compressibilidade do óleo pode ser colocada

em termos de Bo, Bg e Rs.
Para P > pressão de bolha
1  Bo 
Co    
Bo  p T
Acima da pressão de bolha Co é praticamente
constante (valor típico: 1 x 10-4 cm2/kg).
 COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DO
ÓLEO

Para P < pressão de bolha

1  Bo   R s  
Co      Bg   
Bo  p T  p T 

Co deixa de ser constante e passa a aumentar

com a redução da pressão.
COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DO ÓLEO
GRÁFICO TÍPICO
 VISCOSIDADE DO ÓLEO
TIPO “black-oil”

A viscosidade do óleo é fortemente afetada

pela P, T, Rs e grau API. De modo geral,

 quando Rs T e API
o

Range típico nas condições de reservatório:

1cp  o  1000cp
VISCOSIDADE DO ÓLEO TIPO “black-oil”


o

pb pressão
AGUA DA FORMAÇÃO
PROPRIEDADES DA ÁGUA DE FORMAÇÃO

• Água está sempre presente nas

rochas-reservatórios de petróleo.
• A água de formação contêm sólidos
dissolvidos, principalmente cloreto
de sódio (NaCl).
• A concentração dos sólidos na água
de formação é, em geral, muito maior
do que na água do mar.
PROPRIEDADES DA ÁGUA DE FORMAÇÃO

• Range de concentração:
200 ppm até 300.000 ppm (saturação)
• Água do mar: aprox 35.000 ppm

Concentração de sólidos em “partes por

milhão” é definida como:
Cppm = peso dos sólidos sobre (106 x peso da
solução).
PROPRIEDADES DA ÁGUA DE FORMAÇÃO

Os cátions mais comuns nas águas de

formação são:
Sódio (Na+), Cálcio (Ca++) e Magnésio
(Mg++).

Ocasionalmente:
Potássio (K+), Bário (Ba++), Lítio (Li+)
Ferro (Fe++) e Estrôncio (Sr++).
PROPRIEDADES DA ÁGUA DE FORMAÇÃO

Os ânions mais comuns nas águas de formação

são:
Cloro (Cl-) , Sulfato (SO4=) e Bicarbonato
(HCO3-).

Com freqüência encontra-se também:

Carbonato (HCO3=), Enxofre(S-) , Iodo(I-)
e Bromo (Br-).
PROPRIEDADES DA ÁGUA DE FORMAÇÃO

Injeção de água nos reservatórios é uma

técnica muito usada para aumentar a produção
e recuperação.

É necessário efetuar testes de compatibilidade

da água a ser injetada com a água da formação
para prevenir a precipitação e deposição
(“scale”) dos sulfatos de bário, estrôncio e
cálcio na coluna e linhas de produção.
FATOR VOLUME FORMAÇÃO DA ÁGUA (Bw)

Bw = volume da água nas condições de

reservatório (P e T) sobre volume nas
condições de superfície.

O Bw resulta da soma de 3 efeitos:

• expansão causada pela redução em P
• contração devido a redução em T
• liberação de gás em solução na água
FATOR VOLUME FORMAÇÃO DA ÁGUA
gráfico típico
FATOR VOLUME FORMAÇÃO DA ÁGUA (Bw)

• Como a quantidade de gás dissolvida

na água de formação é pequena, o Bw
cresce com a redução da pressão.
• Geralmente Bw < 1.06 res. m3/ sup. m3.
• Para fins práticos, o Bw é assumido
constante.
RAZÃO DE SOLUBILIDADE DA ÁGUA (Rsw)

• A água de formação também contêm gás

em solução.
• Em reservatórios de óleo, a composição do
gás é em grande parte de hidrocarbonetos.
Freqüentemente estão também presentes o
dióxido de carbono (CO2) , nitrogênio e
gás sulfídrico (H2S).
• O Rsw é normalmente pequeno, sendo
desprezado nos estudos de reservatório.
SOLUBILIDADE DO METANO NA
ÁGUA PURA
 COMPRESSIBILIDADE ISOTÉRMICA DA
ÁGUA DE FORMAÇÃO

1  Bw 
Cw    
Bw  p T

• O Cw é considerado constante nos estudos

de reservatório.
• Valor típico: 5 x 10-5 cm2/kg (similar a
compressibilidade da rocha de um arenito
consolidado).
VISCOSIDADE DA ÁGUA DE FORMAÇÃO
(EFEITO DE P e T)
VISCOSIDADE DA ÁGUA DE FORMAÇÃO

• A viscosidade da água aumenta com a

salinidade.
• No range normal de variação de pressão no
reservatório, a variação da viscosidade é
pequena. Na prática adota-se um valor
constante.
• Valores típicos: 0.3 cp < w < 1 cp
• A viscosidade da água é normalmente
menor do que a do óleo.
 Produção de fluidos
Tipicamente um reservatório produz óleo,
gás e água na superfície.
 Principais indicadores
Vazão de fluidos (medidos nas condições de superfície) em
m3/dia (ou em bbl/dia).

Vazão de óleo (qo): indica a quantidade de hidrocarbonetos

que permaneceu no estado líquido.

Vazão de água (qw): volume produzido da água da formação

e/ou de água que foi injetada no reservatório.

Vazão de gás (qg): representa a produção de gás livre, do gás

em solução no óleo e do gás em solução na água da formação.
 Principais indicadores
No caso do óleo e da água, para achar a vazão
de escoamento no reservatório basta multiplicar
pelos respectivos fatores volume-formação:

qo, res = qo Bo

qw, res = qw Bw
 Principais indicadores
Para calcular a vazão de escoamento do gás livre no meio
poroso é necessário descontar a parcela da que estava em
solução:

qg, res = (qg – qo Rs)

Bg
 Principais indicadores
RGO, RAO e Bsw

RGO = qg / qo

RAO = qw / qo

Bsw (“Basic sediments and water”) é definido

como a razão entre a vazão de água +
sedimentos e a vazão de líquidos + sedimentos
 Principais indicadores
Comportamento da RGO
A vazão de gás na superfície (qg) é dada por
q g ,res
qg   qoR s (1)
Bg
Dividindo a Eq. 1 pelo vazão de óleo na superfície (qo)
e usando as definições de RGO e Bo

q g ,res Bo
RGO   Rs (2)
q o ,res Bg
 Principais indicadores
Comportamento da RGO
Pela lei de Darcy para fluxo simultâneo de óleo e gás

kk rg p
q g ,res  A (3)
 g x

kk ro p
q o ,res  A (4)
 o x
 Principais indicadores
Comportamento da RGO
Usando as Eqs. 3 e 4 na Eq. 2 obtemos

k rg  o Bo
RGO   Rs (5)
 g Bg k ro

A Eq. 5 indica que a RGO depende das curvas de

permeabilidade relativa. Mais tarde no curso vamos
voltar a discutir a Eq. 5.
CONCEITOS E DEFINIÇÕES UTILIZADOS NA INDÚSTRIA DO
PETRÓLEO:
Exercício
Resposta do Exercício
10/800= 0,0125

16,5/15= 1,1

1,02/1= 1,02

150/15= 10 errado!

950/15= 63,33

950/16= 59,375

1/16= 0,0625 = 6,25%