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- 499 (Vedde Extérien ) Edigio realizada sob o patrocinio da SOCIEDADE CIENTIFICA i DA UNIVERSIDADE CATOLICA PORTUGUESA | fs | (oquE CABRAL (da Faculdade de ie — Universidade Catolica Portuguesa) "RANCISCO DA GaMA CAEIRO tae ttle Universidade Classica de Lisboa) Costa Frerras (ds Faculdade de lof eee Catélica Portuguesa) — ALEXANDRE pam Morujio (da Faculdade de Letras — Universidade de Coimbra) iptalzndocomcamscanst 269 obra La nation ¢ Eric Wel estabelece clara- mente uma intensificago eatre «étzism. «totditarismes 1a sua Philasophie poliiq Um significado intermediario entre 0 dois que referimos vemo-lo, v.g., em Jacques Maritain, em Du regime tem- porel et de la liberté, Ha E., ensina-se ai, quando as fungées dos grupos sio absor- vidas pelo Estado, ameagando-se 0 A pluralismo que representa a protecsio da pessoa humana. BIBLIOGRAFIA: Enrique Gil Robles, Tra Bee RAE ee sActise do Estadon in Da Feranas Couns, 1 Charles Maurras, Dictionnaire politique et critique, sre econ mee bere Het ce A J. Brito ESTETICA 1, Etimologia e actualidade — A for- tuna da estética ocidental esté ligada nao 6 a raiz etimolégica grega como também a um genuino sentimento dos gregos que este termo evoca. Assim, alotyuxy (de afo®nats, ) designava inicial- mente, num horizonte de referéncia gno- seolégica, , a «justa proporcao» a «claridade> (Summa Theologica, I, q. 39, a); este timo elemento — a dlaritas — ra aod visas pare", © que ol6gica. Ele distingue como antecipagio muito moderna de entender este fonSmsuo. Ao falar da arte come ac- tividade produtiva define-a como recta ratio factbilinm e liga-a 3 actividade ra- cional, 20 habito especulativo. O outro aspecto importante da estética de Sio To- mis € 0 que se refere & declaragio da rela- tiva autonomia do processo e da avalia~ cio artistica: a distingao entre agere —que ultimamente se refere 3 conduta moral — e facere — relativo 3 actividade produtiva ou artistica — permite-lhe distinguir entre a imputabilidade moral e ‘0 mérito do homem enquanto artista, Os medievais foram inovadores sobre- tudo no aprofundamento metafisico da «estética da proporgion e da ¢ isuanente 4 propria forma, nao supondo nenhum fim exterior a0 proprio objecto — é uma finalidade sem fim», Reafirma-se assim © «desinteresse» que caracteriza a atitude estética; 0 facto estético é independente endo pode estar ao servigo de fins alheios a cle mesmo. Na E. kantiana o espectador e 0 belo natural tém uma posigio de destaque. Quanto ao artista, ee é um génio dotado da faculdade de representar na arte as ideias estéticas e o substrato supra- -sensivel; porém, arte e artista nio sio in- dependentes da Natureza, mas sio in: trumentos pelos quais esta se manifest ha.um predominio do belo natural e con- sidera-se que o apreso para com a beleza natural é sempre sinal de um empenha- mento moral. © mesmo vale também —ainda que em menor grau — para a beleza artistica, ainda que seja sobretudo 0 sublime aquilo que desempenha o papel mais relevante no pressentir subjectivo da totalidade da natureza como apresentagio do supra-sensivel. Se a E. kantiana com- porta dificuldades internas dada a justapo- sigdo da E. & teleologia, contudo ela é pro- fundamente inovadora e fecunda, em as- ppectos tZo importantes como a justificagéo especulativa do juizo de gosto e na deci- siva garantia de unidade ao acto estético, A teoria estética de Kant foi ¢ desenvolvida por F. Schiller, Schlegel, Schelling. Este iltimo, em System des transzendentalen Idealismus (1800) e Uber das Verhaltniss der bildenden Kiinste 2« der Natur (1807), explicita uma tentativa de conciliagdo de todas as oposigdes entre o eu €.a natureza, através daideia de arte. A arte revela plenamente © Absoluto, ela éa actividade suprema do eu, inconsciente como a natureza e cons- ciente como Espirito. Depreende-se, portanto, que a arte seja superior a Filos. pois € 0 meio através do qual as infinitas «ideias» se materializam ou encarnam em formas finitas; por sua vez, a Filos. ape- nas sugere um simulacro dessas «ideias. Hegel pensa igualmente que ex uma relagdo entre a arte € 0 porém, no devir dialéctico arte id nao detém o hus zt “ nv coino «idealidade EstETiCA 284 antecede de modo imperfeito — se com- parada com a religiio e a Filos.— o mento definitivo em que o Espirito se possui em si mesmo, Por isso, no seu de senvolvimento histérico, a arte esti desti- nada a morrer, para que surjam formas mais elevadas, vendo alguns neste destino da arte o destino de morte do préprio es- teticismo romantico. A obra de arte, para Hegel, é a e «emotiva> da linguagem, donde extraem implicagSes estéticas for- mativas de uma teoria da interpretagao artistica (Hospers, Stevenson, Morris Weitz), que se inserem também numa teoria geral da cultura (Cassirer, M, Ure ban, S. Langer). : Varias correntes da E, ¢ da critica de arte salientam a auronomia da obra de arte, das suas qualidades objectivas como coisa-em-si e independente tanto do seu | eriador como do receptor. Destacam-se 0 «formalismo» russo, checo, polaco (To mashevsky, Shklovsky, Jakobson), a «nova critica» (Empson, Wellek, Austin, Warren). ainda no séc. xnx que ressurge 0 pro~ blema — secundarizado desde a I Média — da relagio entre a arte e a téce nica, renovado agora com 0 desenvolvi- mento da inddstria, Mas s6 nos nossos dias se pensa, em termos de teoria este tica, a questio da integragio da arte com as novas técnicas da producio em séri Por isso uma boa parte das pub de E. gira em redor das quest das lode i, 1795 The Grass Roots the Social Aspects o, Age; P. Fi u 27 ESTETICA, 288 tativa do real; a arte reconduz-nos 20 nosso en profundo. J. Dewey expde a mais completa ¢ vi- gorosa E, de tendéncia naturalista, de que J. Santayana também é representante. Dewey procura superar a duslidade for- ‘ma-contetido, reportando a arte & experi- éncia, e concebe-a como a unidade da ex- perigncia na sua forma mais elevada (Art as Experience). Ni E. neotomista agrupam-se pensa- dores fiis a0 pensamento escoléstico, s0- bre cujas teses € principios constroem uma E, valida para os nossos tempos. Usilizam 2 plurivocidade semintica de certos termos escolisticas, a fim de res- ponderem aos problemas estéticos pré- prios da nossa mentalidade e da nossa cultura (M. de Wulf, J. Maritain, E. Gil son, S. de Munidin, M. Nédoncelle). Ori- ginal é a tese de J. Maritain de procurar estabelecer uma sintese entre a doutrina da beleza e a doutrina da arte, sem con- tudo deixar de defender a ideia da trans- cendentalidade do belo: «ela & 0 esplen- dor de todos os transcendentais reuni- dos», |As estéticas fenomenolégicas herdam de Husser! a reacgio contra o empirismo ¢ contra o psicologismo. Desenvolvendo 08 principios apontados por Husserl (S. Zecchi, «Un manoscritto husserliano sull’estetica», in Aut aut, 131-132, 1972, 80-94), R. Ingarden estudou o modo de existéncia da obra (literéria) enquanto objecto intencional; M. Dufrenne apro- funda este objecto, justificando-o como uum quase-sujeito do qual éimpossivel se- parar o receptor. Este importante pensa- dor francés, renovando a fenomenologia existencial de Sartre e M. Ponty, acentua ‘a importincia da percepgio estética n formulagio do juizo de gosto, assim 4 presenca da Natureza, para cuja didade 0 objecto estético remete: do seu sentido (Phéna périence esthétique; Es sophie), associando-se Heidegger na indagagi modo de ser da obra objecto com 0 mundo da subjectividade, tle surge como partielarmente adaprado ‘2 um tipo de pensamento que teoriza 0 indispensivel envolvimento do sujeito na constituigio de todo o evento. A «esteti- cidade» é «fenémeno» por exceléncia, presenga significative a um sujeito; ela bio € descriivel apenas em termos de in- dagacio das propriedades das obras, as conjuntamente, em termos dos actos que ‘como tal a instituem. Na E. fenomenol fica mantémese viva a corrlagio entre 0 momento morfolégico e estrutural € 0 momento genético e consitativo dos fac~ tos extéticos, 0 que Ihe permite evitar 0 formalismo objectivists, assim como 0 psicologismo subjectivista. TIBLIOGRAFIA (lem da bras nda no ex 1 Endre boca dence — Re Zier ‘mann, Geschichte der Aesthetic als philosophischer ceric eka tetbagn alae cee ere a La von se Bean Pai Bovtngue, A bison of scubece, Londres 18921 Me Wal, Eder Biorigues ur Pesbeig

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