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EDUCAÇÃO INCLUSIVA: OS DESAFIOS NO AMBIENTE


ESCOLAR

SILVA, Alexandra de Souza


RU: 1789194

RESUMO
É de grande importância o papel da escola durante o processo de inclusão, pois os
principais esforços e recursos para que ela aconteça vem de seus colaboradores,
equipe e gestores. A inclusão é necessária e com ela os desafios de se ter uma
escola preparada e uma educação de qualidade onde os alunos possam aprender a
conviver com as diferenças e se sentir parte da sociedade. Para que ela aconteça
de verdade e para garantir que a aprendizagem seja efetiva, um dos muitos passos
necessários é o de fortalecer a equipe escolar e criar um grupo de apoio com
professores, alunos, família, gestores escolares e todos envolvidos na educação e
apoio as crianças com necessidades especiais, pois é grande a falta de preparo
para recebê-los. A educação inclusiva compreende a escola como um espaço para
todos, mas precisamos discutir e refletir sobre as dificuldades encontradas nesse
ambiente e os diferentes problemas enfrentados nele. Desta forma, este artigo tem
por objetivo ressaltar a importância de uma estrutura escolar e ensino de qualidade
para os alunos com necessidades especiais e compreender que independente da
inclusão, educação de qualidade é direito de todos. Por meio de embasamento em
leituras de materiais já publicados como livros, textos jornalísticos e artigos, bem
como coleta de dados de pesquisas e matérias disponibilizados na internet foi
possível perceber que a educação inclusiva está em fase de implementação, assim
como é evidente que os desafios a serem enfrentados são diversos, mas durante o
estudo conclui-se que são possíveis caminhos a serem seguidos para a melhoria de
atendimento e que as iniciativas educativas são fundamentais para a aprendizagem
e inclusão de todos.

Palavras-chave: Educação inclusiva. Desafios. Ambiente escolar. Prática pedagógica.

¹ Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER,


artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso no primeiro semestre de 2020.

² Professora Orientadora pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER.


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1. INTRODUÇÃO:
A Educação Inclusiva compreende a escola como um espaço para todos, Mas será
que é assim mesmo que ocorre em todas as escolas?
Pensar no outro, no diferente, é uma das formas de pensar na possibilidade de
reduzir e eliminar as barreiras do preconceito e da desigualdade. A inclusão é a
melhor forma de oportunidade para que os deficientes tenham acesso à escola
única.
Quando ouvimos sobre educação especial sempre buscamos entender como se
processa a inclusão de pessoas com deficiência na rede regular de ensino,
principalmente quando pensamos em uma sociedade que precisa vencer
preconceitos, rever valores e para verdadeira uma educação para todos.
Dessa forma este artigo tem por objetivo ressaltar a importância de uma estrutura
escolar e ensino de qualidade para os alunos com necessidades especiais e
compreender que independente da inclusão, educação de qualidade é direito de
todos; Oferecendo meios para que os alunos com necessidades especiais se sintam
parte da sociedade; Verificando quais são as maiores dificuldades que a escola
encontra ao trabalhar com alunos que apresentam necessidades especiais e como
auxiliar. Quais as possíveis dificuldades encontradas na escola durante o processo
ensino aprendizagem e quais as interferências podemos ter nele.
Lembrando que antes de qualquer ação precisamos conhecer e compreender o que
é a educação inclusiva, sua história no mundo e como é a Política Nacional de
educação especial inclusiva, levando em consideração que para que tudo aconteça
de forma tranqüila a participação da família e da escola são fundamentais nesse
processo.
A educação inclusiva é um caminho onde percebemos a diversidade da construção
de uma escola que ofereça um atendimento a todos. Existem muitos desafios para
serem enfrentados, mas também existem iniciativas sendo propostas para quebrar
as barreiras que podem impedir o acesso desses alunos ao ensino de qualidade e a
convivência com todos. A inclusão é necessária e com ela os desafios de se ter uma
escola preparada e uma educação de qualidade onde os alunos possam aprender a
conviver com as diferenças e se sentir parte da sociedade.

¹ Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER,


artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso no primeiro semestre de 2020.

² Professora Orientadora pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER.


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2. O QUE É EDUCAÇÃO INCLUSIVA?


A educação inclusiva é um tipo de Educação que inclui alunos com qualquer tipo de
transtorno ou deficiência nas escolas regulares de ensino. É uma educação que está
voltada para uma cidadania livre de preconceitos e que a chave de tudo é valorizar
as diferenças, onde a escola passa a ter uma modalidade de ensino para todos os
alunos. Entende-se Incluir pó compreender, abranger; envolver, implicar; inserir,
introduzir, fazer parte e pertencer juntamente com outros em um mesmo ambiente.
Mas também entendemos que incluir trata-se de assumir que a diferença faz parte
do mundo.

A busca por uma sociedade igualitária, por um mundo em que os homens


gozem de liberdade de expressão e de crenças e possam desfrutar da
condição de viverem a salvo do temor e da necessidade, por um mundo em
que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos e da
igualdade de seus direitos inalienáveis é o fundamento da autonomia, da
justiça e da paz mundial, originou a elaboração da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, que representa um movimento internacional do qual o
Brasil é signatário (FACION, 2008, p. 55).

Este princípio foi adotado pelos países membros da ONU – Organização das
Nações Unidas - a partir da Declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e
Práticas na Área das Necessidades Especiais com o objetivo de ter diretrizes onde
as pessoas com necessidades especiais tivessem acesso ao sistema educacional
no mundo inteiro, e com o incentivo de orientar a inclusão nas escolas regulares.
Segundo Bueno (1993):

A Educação Especial tem cumprido na sociedade duplo papel, o de


complementaridade da educação regular, atendendo de um lado a
democratização do 10 ensino, na medida que responde as necessidades de
parcela da população que não consegue usufruir dos processos regulares
do ensino; do outro, responde ao processo de segregação legitimando a
ação seletiva da escola regular (MOSQUERA; STOBAUS, 2004, p. 23).

Também, segundo o Ministério da Educação e Cultura, Espanha (Madri, 1988) “É o


conjunto de recursos educativos postos a disposição de alunos que em alguns
casos possam necessitar, de forma transitória ou de forma mais continuada ou
permanente” (Las necessidades Educativas Especiales Madrid, REVISTA
BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2010).
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948, trás a


consagração dos direitos universais onde:

I. Toda pessoa tem direito a educação.


II. A educação deve visar à plena expansão da personalidade e ao reforço
dos direitos do homem e das diferentes liberdades fundamentais. A
educação deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e todos os grupos raciais e religiosos.

2.1 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA


EDUCAÇÃO INCLUSIVA
No Brasil, o Plano Nacional de Educação (2011-2020) estabelece que os alunos de
educação inclusiva são os educandos com deficiência intelectual, física, auditiva,
visual e múltipla, alunos que tenham transtorno global de desenvolvimento, altas
habilidade, passando assim a terem educação especial, disponibilizando serviços,
recursos e orientação aos professores no ensino regular.
Em nosso país uma escola inclusiva é uma escola comum que recebe todos, nessa
inclusão todos devem ser atendidos independente das diferenças, todos têm direito
ao processo educativo, à escolarização o mais próximo do normal.
A autora Fernandes (2007, p. 45) define que a educação inclusiva é “um movimento
que compreende a educação como um direito humano fundamental e a base para
uma sociedade mais justa [...]”. Um mundo no qual se permita que todos possam
conviver e socializar em qualquer contexto/ambiente.
Quando o aluno apresenta uma necessidade específica, ele poderá requerer e
beneficiar-se além da sua inclusão nas classes regulares de recursos que são
identificados como necessidades educacionais especiais (NEE);
*Alunos com deficiência Visual e Auditiva: tem o direito ao ensino de linguagens,
comunicação ou sinalização (LIBRAS, Braille), caso o professor não tenha formação
em LIBRAS ou Braille o aluno tem o direito de ter um profissional especializado
durante as aulas para acompanhá-lo, um professor de apoio;
*Alunos com transtorno Global do Desenvolvimento (autismo): tem direito a
estratégias diferenciadas para adaptação de comportamento (ABA, TEACCH,
comunicação alternativa);

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*Alunos com altas habilidades: tem o direito de que os recursos educacionais sejam
ampliados e ou acelerados.
*Alunos com deficiência Intelectual: tem direito a um mediador para seu
desenvolvimento de estratégias e pensamento (Comunicação alternativa)
*Alunos com deficiência Física: tem o direito de adaptações a seu ambiente físico e
materiais escolares (mobiliário, modificações estruturais escolares e tecnologia
assistiva).
Na maioria desses casos existe a necessidade do professor de apoio que é aquele
que acompanha o aluno com deficiência na sala de aula, por isso a importância
desse profissional ter formação profissional específica aos alunos que irá atender.
É previsto em lei. De acordo com a Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional) já havia previsto a figura dos profissionais especializados nos
seguintes termos: Art. 59. . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específica, para atender às necessidades.
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior,
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

No Brasil esses alunos também têm o direito de ter atendimento educacional


especializado que acontece fora do ambiente escolar, por isso essas escolas
existem e ainda são mantidas. Entende-se então, que a educação inclusiva é uma
parceria entre a escola, o professor e o atendimento especializado.

2.2 A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE INCLUSÃO


A família é o primeiro agente de socialização para o desenvolvimento da criança, é
dentro de casa a criança cresce, tem seus primeiros contatos com o outro, expressa
suas emoções. Para Dessen e Polonia (2007) a família é o primeiro ambiente de
socialização do indivíduo. Por isso a família tem uma responsabilidade no
comportamento das crianças, pois é através dela que aprendem formas de ver o
mundo, de construir suas relações sociais.

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Para Silva (2010) os pais são capazes de proporcionar um ambiente estimulador


para seus filhos
É muito importante que a família e a escola andem juntas seguindo o mesmo
caminho, dessa forma facilitará o processo de ensino-aprendizagem, e sua relação
com o meio na qual está inserida. Quando escola e família trabalham juntas com o
foco nas potencialidades da criança influenciam para a formação do sujeito.
Sabemos que nos dias atuais, os familiares sejam parceiros, a relação entre escola
e pais ainda é difícil. Esta parceria deve ser buscada constantemente pois
proporciona muitos benefícios.

A escola é uma instituição onde se efetivam atividades educativas formais,


pois é um espaço de desenvolvimento e aprendizagem. Nesse sentido seu
currículo deve desenvolver as experiências realizadas em seu contexto,
considerando aspectos cognitivos, culturais, sociais, afetivos e históricos.
Assim, os conhecimentos oriundos da vivência familiar podem ser
mediadores na construção dos conhecimentos científicos trabalhados na
escola (Dessen e Polonia, 2007).

Para Dessen e Polonia (2007) a escola tem a função social de preparar alunos, pais,
professores para superarem as dificuldades, contribuindo para o processo de
desenvolvimento do indivíduo. Para que esta relação aconteça é importante rever
como ocorre a parceria escola x família no dia a dia dos alunos com necessidades
especiais, a integração dos mesmos.

A definição de integração, segundo a teórica, nada mais é do que: [...] a


inserção pura e simples das pessoas com necessidades educativas
especiais, sem que haja nenhuma adaptação específica do contexto para o
desempenho de tais atividades, utilizando-se, para isso, somente recursos
previamente disponíveis. (GUERBERT, 2010, p. 32)

Para existir a parceria entre a família e a escola, deverão ser adotadas algumas
mudanças para tornar o processo mais produtivo e bem-sucedido. Ambos são
responsáveis pela aprendizagem da criança.

“É na família que a criança encontra os primeiros “outros” e, por meio deles,


aprende os modos humanos de existir – seu mundo adquire significado e
ela começa a construir-se como sujeito”. Szymansky (2010, p.22).

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(Segundo Pereira (2004, p.17) “Cabe à escola, cada vez mais, interagir com a
família e a sociedade, com projetos que resgatem o valor humano de cada um, de
cada aluno.
A autora Paula (2007) também aponta a família como sujeito responsável pela
socialização imediata do sujeito, pois em casa que se estabelece os primeiros
contatos de interação com o outro e convívio social. Segundo a autora é no convívio
familiar que nos relacionamos com os outros, são nossos primeiros contatos com
outras pessoas. (PAULA, 2007, p. 7)
A família é a chave para o sucesso do estudante e a escola é o local onde ele vai
ampliar seus conhecimentos e desenvolver suas habilidades.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica enfatizam a
participação da família para a ampliação total do educando desde a primeira etapa
de educação. Conforme o Art. 22: “A Educação Infantil tem por objetivo o
desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, afetivo, psicológico,
intelectual, social, complementando a ação da família e da comunidade.” (BRASIL,
2010). Esta relação se estende nos demais parágrafos do mesmo artigo, quando lê-
se:

§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e do


respeito mútuo em que se assenta a vida social devem iniciar-se na
Educação Infantil e sua intensificação deve ocorrer ao longo da Educação
Básica. § 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promovendo
ações a partir das quais as unidades de Educação Infantil sejam dotadas de
condições para acolher as crianças, em estreita relação com a família, com
agentes sociais e com a sociedade, prevendo programas e projetos em
parceria, formalmente estabelecidos. (BRASIL, 2010)

Assim, os conhecimentos oriundos da vivência familiar podem ser mediadores na


construção dos conhecimentos científicos trabalhados na escola (Dessen e Polonia,
2007). A escola precisa contar com a colaboração da família, pois tem grande
influência na aprendizagem do aluno. A participação da família é um processo de
construção coletiva.
Daneluz (2008) destaca que se devem incentivar práticas participativas dentro da
escola que apontem a necessidade da família de participar efetivamente na escola,
de maneira autônoma e com força para lutar e alcançar objetivos comuns.
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Como em todos os processos escolares, são muitas as dificuldades que a escol x


família enfrentam, porém não podemos desistir pois os benefícios não são somente
para a criança, são também para a escola, família e comunidade escolar.
De acordo com Silva (2010) “um bom relacionamento entre família e professores
amplia as possibilidades e cria novas formas de atividade e afetividade”.

2.3 AS DIFICULDADES ENCONTRADAS DURANTE O PROCESSO ENSINO


APRENDIZAGEM E AS INTERFERÊNCIAS QUE PODEMOS TER NELE.
Sabe-se que na escola inclusiva, o aluno é o foco central de todas as ações e
processos educacionais e do processo ensino aprendizagem. E para uma escola
inclusiva esses processos precisam de características específicas para que o aluno
seja acolhido e envolvido sem preconceitos. A escola inclusiva respeita as
diferenças e convive com elas.

Segundo Kunc (1992), o principio fundamental da educação inclusiva é a


valorização da diversidade e da comunidade humana, pois a educação
inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de que as
crianças devem se tornar normais para contribuir para o mundo.

A escola deve ser o espaço que assegure que as crianças aprendam juntas,
independente da dificuldade ou do que as diferencie.

(Declaração de Salamanca,1994). Assim, à medida que a escola torna-se


um espaço plural que valoriza as diferenças e desenvolve um trabalho
cooperativo, acreditamos que será possível a construção de um espaço
verdadeiramente inclusivo.

O papel do processo de aprendizagem da educação inclusiva é atender as


necessidades de todos através de recursos e estratégias que eliminem as barreiras
para sua participação e desenvolvimento, onde serão estimulados a fazer parte de
todo o processo educativo se sentido ativos, autônomos para que desenvolvam cada
vez mais e aprofundem seus conhecimentos, lembrando de levar em conta as
diferenças que existem de um ser humano para outro.

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Para Monteiro (2004), a inclusão de alunos que apresentam necessidades


educacionais especiais na rede regular demanda não apenas a matrícula do aluno
ou a permanência física junto com aqueles considerados normais, mas a
oportunidade de serem revistas concepções e paradigmas, num profundo respeito
pelas suas diferenças, para se aprender a conviver com as diferenças, o que é uma
das maiores dificuldades da humanidade.

Pensando em aprendizagem para alunos com necessidades especiais, a escola


deve buscar estratégias de ensino que devem ser pensadas e analisadas para que
seja possível ter melhorias na inclusão e nos processos de ensino-aprendizagem,
assim como proporcionar capacitação para sua equipe para que esteja preparada
para receber e atender esses alunos.

Para muitos professores, trabalhar com alunos com necessidades especiais é um


grande desafio, e este é o maior motivo de busca de uma qualificação, pois por meio
dela poderá ampliar seus conhecimentos, entender os processos, auxiliar em um
melhor desenvolvimento de todos e elaborar um planejamento mais adequado.
Buscar qualificação não quer dizer que o professor irá aprofundar-se a respeito das
deficiências encontradas, para isso existem os especialistas. Mas ter o
conhecimento sobre a deficiência de seu aluno e de seus direitos como cidadão é
muito importante, pois é através desse conhecimento que ele será capaz de utilizar
às estratégias adequadas que facilitará a aprendizagem de seu aluno.

E de acordo com Zanata (2004, p. 132), a diferenciação e a flexibilidade do


professor em relação à sua prática pedagógica são decorrentes da necessidade
deste adequar o ensino às características do aluno

É nesse momento que pensamos sobre a postura do educador, onde ele deve
acreditar primeiro que toda criança é capaz de aprender, deve refletir sobre quem é
esse aluno, reorganizar suas práticas, quais as dificuldades desse aluno, qual seu
potencial e antes de planejar pensar em como o aluno vai aprender o assunto
trabalhado em classe.

Os professores precisam de oportunidades para refletir sobre as propostas


de mudança que mexem com seus valores e com suas convicções, assim
como aquelas que afetam sua prática profissional cotidiana. Os professores
já estiveram sujeitos a uma avalanche de mudanças, nas quais suas visões
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não foram seriamente consideradas. É importante que a inclusão não seja


vista apenas como uma outra inovação (MITTLER, 2003, p.184).

A escola precisa planejar seu trabalho pra que possa saber quem são esses alunos,
do que eles precisam, sua realidade e suas limitações. Nesse propósito, Silva (2014,
p. 16), afirma que:

No ambiente escolar, todos os seus atores têm papel fundamental na


consecução da educação inclusiva. Esta envolve a possibilidade e a
concretização de significativas interações para todos, tornando possível
construir uma escola em que as relações e práticas pedagógicas sejam
menos discriminatórias e excludentes, em que as diferenças sejam
entendidas como inerentes ao ser humano e como potencialidades para a
aprendizagem de todos os envolvidos.

Segundo Porter (1997, p57), existem quatro princípios norteadores do sucesso da


escola inclusiva: Formação contínua, Diferenciação curricular , Ensino com níveis
diversificados e Equipes de resolução de problemas.

A Formação contínua é muito importante para que o professor possa adquirir


conhecimentos e competências; a Diferenciação curricular é aquela que permite o
acesso de aprendizagem a todos os alunos onde o currículo comum assegura um
ensino diversificado; No ensino com níveis diversificados são preparadas unidades
de acordo com as necessidades desses alunos; e é grande a importância das
equipes de resolução de problemas, pois contribuem para resoluções dos problemas
escolares e fazem um acompanhamento aos professores.

(FREIRE, 2005, p. 58) Atualmente, para construir uma escola que atenda
adequadamente a alunos com características, potencialidades e ritmos
diferentes de aprendizagem, não basta apenas que tenham professores e
demais profissionais que uma escola normal apresenta. Faz-se necessário
que os profissionais e principalmente os professores estejam capacitados
para exercer essa função, atendendo a real necessidade de cada educando.

Sabe-se que a intervenção Pedagógica é de extrema importância para que o


desenvolvimento da aprendizagem das crianças com deficiência seja efetivo e para
que a necessidade individual desses alunos sejam atendidas.

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Segundo Cunha (2014, p. 68), a aprendizagem criativa é uma experiência


consciente, manipulada e transformadora. Cabe ao professor ser o agente, levar em
conta o fator histórico de seu aluno, suas características pessoais, trabalhar com
com o grupo de sala para auxiliar na interação com os colegas, a conviver em
grupo, dessa forma ele estará tendo grande influência no processo ensino
aprendizagem.

(GAZIM et. al, 2005, p.51). O professor é o mediador entre o aluno e o


conhecimento e cabe a ele promover situações pedagógicas em que os
alunos com necessidades educacionais especiais superem o senso comum
e avance em seu potencial humano afetivo, social e intelectual, quebrando
as barreiras que se impõem.

A proposta da educação inclusiva, não se limita apenas no fato dos alunos


portadores de necessidades especiais fazerem parte da escola, mas sim, de
lhes proporcionarem a participação ativa em todas as atividades, utilizando
muito mais do que conteúdos para o ensino-aprendizagem, mas também
de valores e princípios, promovendo assim uma educação integral
(ORLANDA; SANTOS, 2013, p. 06).

2.4 AS DIFICULDADES E OS AVANÇOS NO PROCESSO DE INCLUSÃO


ESCOLAR.

Os pais ou responsáveis pelas crianças com deficiências também se tornam, de


certa forma, pessoas com necessidades especiais, uma vez que precisam de
orientação e acesso aos grupos de apoio, pois são eles que intermediarão a
integração e a inclusão de seus filhos entre a escola e a comunidade em geral
(Maciel, 2000). Conforme Maciel (2000), as crianças que possuem alguma
necessidade educacional especial, ao entrarem para a escola, irão participar de três
estruturas da dinâmica escolar: a integração professor-aluno, a interação aluno-
aluno e o próprio ambiente de aprendizagem.
Para Maciel (2000) a inclusão escolar deve ter inicio a partir da adequação das três
estruturas da dinâmica escolar citadas anteriormente e do levantamento de
alternativas que favoreçam o desenvolvimento dos alunos. É muito importante
analisar o ambiente durante a inclusão, observar se existem barreiras para os alunos
deficientes físicos e visuais, sonoras ou visuais para os alunos deficientes auditivos
e visuais, se existe na escola os recursos audiovisuais, se existe o professor de

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apoio ou se será necessária a presença dele, se a comunidade escolar está


preparada para atender esses alunos e se o currículo está adequado a realidade dos
alunos com qualquer uma das deficiências.
Para Maciel (2000) é importante que os professores tenham conhecimento do

diagnóstico e do prognóstico de seu aluno com necessidade educacional especial.


A escola precisa estar atenta e preparada antes de receber este aluno, realizando
entrevista com os pais e/ou responsáveis para que possa conhecer o histórico do
mesmo e criar estratégias junto com a equipe escolar, família e quando necessário
buscar orientação dos profissionais da área.
Para a inclusão, Budel e Meier (2012) afirmam que é preciso um olhar atento,
conhecer a história desta criança e de sua família, conhecer o contexto em que ela
vive, suas expectativas para a vida escolar, razões pela qual não está aprendendo
ou pelo qual está manifestando tal comportamento.
É importante que na integração o professor esteja livre de preconceitos, onde a
gestão escolar já tenha posicionado e orientado o mesmo sobre a necessidade de
seu aluno, que ele tenha auxílio de especialistas e cursos de capacitação para
aprender a lidar com as diferenças e melhor auxiliar os alunos com necessidades
especiais.

Segundo a educadora Mantoan (2005) afirma que na escola inclusiva


professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina:
respeitar as diferenças. Ressalta ainda, que a inclusão é a nossa
capacidade de reconhecer o outro e ter o privilégio de conviver com
pessoas diferentes. Diferentemente do que muitos possam pensar, inclusão
é mais do que rampas e banheiros adaptados.

A inclusão escolar, conforme mencionam Budel e Meier (2012) implica fazer com
que a criança com deficiência se sinta como sendo uma parte do meio em que está
inserida.

Para Guerbert (2010), incluir trata-se de adequar os espaços para atender


os educandos, e integrar é inserir o estudante especializado no âmbito
escolar, sem objetivo algum, não havendo readequação e reestruturação de
acesso para aqueles que possuem limitações ou dificuldade de se
locomover, como também recursos para atendê-los.

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A escola precisa ir além na sua reflexão, descobrimos que não basta incluir que é
repensar em todos os aspectos estruturais, e planejamentos pedagógicos da escola
para que todos possam usufruir, é necessário também integração, que é fazer parte
integrante, integrar os alunos e aceitação que é estar sem preconceitos, estar
receptivo a esses alunos.

3. METODOLOGIA
Este artigo tem sua base na pesquisa bibliográfica por meio em embasamentos e
leituras de materiais já publicados como livros, textos jornalísticos e artigos, bem
como coleta de dados de pesquisas e materiais disponibilizados na internet.
O artigo busca ressaltar a importância de uma estrutura escolar e ensino de
qualidade para os alunos com necessidades especiais e compreender que
independente da inclusão, educação de qualidade é direito de todos e verificar quais
são as maiores dificuldades que a escola encontra ao trabalhar com alunos que
apresentam necessidades especiais e como auxiliar. Quais as possíveis dificuldades
encontradas na escola durante o processo ensino aprendizagem e quais as
interferências podemos ter nele.
Buscou-se em artigos científicos referências de diversos autores que trazem
discussões teóricas sobre o tema.

O artigo Educação inclusiva e os desafios no ambiente escolar, tem fundamentação


teórica: no Plano Nacional de Educação (2011-2020), nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Básica, em estudos de Dessen, Polonia, Szymansky e
Maciel. Os demais estudiosos elencados neste trabalho seguem a linha das teorias
aqui.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intenção na reflexão sobre a educação inclusiva e seus desafios no ambiente
escolar é mostrar que a inclusão irá propor mudanças, e elas serão em vários
aspectos, no modelo de educação, mudanças de paradigmas, de conceitos, de
estrutura, onde todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem desses
alunos, quer sejam pais, professores ou equipe pedagógica ou de apoio precisem
refletir, modificar, estruturar, capacitar e reiventar.
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Viver com as diferenças desses alunos, respeitando o momento de cada um deles,


saindo do ensino padrão e abrindo espaço para um novo jeito de ensinar e aprender.
Fernandes (2007, p. 37) aponta que: “[...] são necessárias mudanças estruturais que
envolvem a remoção de barreiras físicas e materiais e a organização de suportes
humanos e instrumentais, para que todos possam ter a participação social em
igualdade de oportunidades e condições”.

Realizar essa pesquisa possibilitou compreender as práticas pedagógicas no


processo de ensino/aprendizagem, e a interação que o professor tem com o
contexto de educação inclusiva, assim como compreender a criação e o processo
das políticas públicas para a educação inclusiva.

 Percebe-se que as instituições de ensino obtiveram um grande avanço na inclusão


dos alunos com necessidades educacionais especiais, melhorando a autonomia
desses alunos, tornando-os inclusivos no processo escolar e fazendo com que os
educadores reflitam e busquem novas formas de ensinar.
E como dentro do ambiente escolar o professor é a peça chave, percebe-se também
que a valorização do mesmo deve acontecer, e como sugestão, apresenta-se a
necessidade de políticas públicas atuarem com maior eficaz com esses profissionais, pois
devem e precisam de uma capacitação maior para atender esses alunos, pois é
através dele que os alunos com necessidades especiais aprendem a superar suas
diferenças, a conviver com a diversidade, ao respeito mútuo e conviver com as
diferenças dentro e fora de sala de aula.

REFERÊNCIAS
COSTA, Maria Cristina Sanches da. Sentimentos de professores frente às
dificuldades na prática da educação inclusiva de alunos com deficiência no
ensino fundamental. 2007. 112p. Dissertação. (Mestrado em Psicologia da
Educação) Pontifícia Universidade Católica. São Paulo 2007.

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA


Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=15548-d-c-n-educacao-basica-nova-
pdf&Itemid=30192 > Acesso em 20 de fevereiro de 2020

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INSTITUTO ITARD. O que é Educação Inclusiva? Um Passo a Passo para a


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¹ Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER,


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¹ Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER,


artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso no primeiro semestre de 2020.

² Professora Orientadora pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER.

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