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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 2
2 ADMINISTRAÇÃO .................................................................................... 3
3 GESTÃO FINANCEIRA ............................................................................ 7
4 O PAPEL DO GESTOR FINANCEIRO ..................................................... 9
4.1 PRINCIPAIS FUNÇÕES DO GESTOR FINANCEIRO....................................... 11

5 ANÁLISES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA..................... 16


5.1 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA FUTURA DA EMPRESA ................. 21
6 PLANEJAMENTO NA ÁREA DE FINANÇAS ........................................ 23
7 ORÇAMENTO ......................................................................................... 25
7.1 MELHOR FERRAMENTA PARA O ORÇAMENTO EMPRESARIAL ................... 27
8 FINANÇAS .............................................................................................. 28
8.1 RELACIONAMENTO COM A ECONOMIA ................................................... 29
8.2 FATORES MICROECONÔMICOS ............................................................. 29
8.3 FATORES MACROECONÔMICOS ............................................................ 30
9 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E INFLAÇÃO .................................... 31
10 RELACIONAMENTO COM A CONTABILIDADE ................................... 35
10.1 NATUREZA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ................................... 36
10.2 BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................... 37
10.2.1 Como fazer o balanço patrimonial de uma empresa ............. 41
10.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE ........................ 42
10.4 FLUXO DE CAIXA ................................................................................ 44
11 ADMINISTRAÇÃO DA ESTRUTURA DOS ATIVOS .............................. 48
12 ADMINISTRAÇÃO DA ESTRUTURA DOS PASSIVOS ......................... 49
13 INDICES DE LIQUIDEZ .......................................................................... 50
13.1 LIQUIDEZ GERAL ................................................................................. 51
13.2 LIQUIDEZ CORRENTE........................................................................... 51
13.3 LIQUIDEZ SECA ................................................................................... 52
14 INDICADORES DE RETORNO............................................................... 53
14.1 RETORNO SOBRE AS VENDAS (RSV) ................................................... 54
14.2 GIRO DO ATIVO (GA) .......................................................................... 55
14.3 RETORNO SOBRE O ATIVO (RSA) ........................................................ 56
14.4 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RSPL) ................................ 56
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da


sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta,
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ADMINISTRAÇÃO

Fonte: sspet.com.br/wp-content

A palavra administração tem sua origem ligada ao latim ad – direção para,


tendência para; minister – subordinação ou obediência, e significa a função que se
desenvolve sob o comando de outro.
Assim sendo, administrar é obter resultados por intermédio de outros, exerce-
se a função de fazer as coisas através de outras pessoas, com os melhores resultados
possíveis. Chama-se a atenção para o fato de o administrador comandar a ação e não
a realizar.
Para o catedrático Davi S. Bezerra, o velho ditado popular que diz: “de Médico
e Louco todo mundo tem um pouco”, deviria ser alterado para: “de Médico, Louco e
Administrador todo mundo tem um pouco”, pois a Administração é inerente a todos,
qual seja, sem que percebamos temos que usá-la em nossa casa, em nossas finanças
pessoais, enfim, em nossa vida. Podemos observar a Administração atual, que se faz
presente desde o sorveteiro até o um Presidente de uma Multinacional, pois ambos
se utilizam das funções e ferramentas da administração, mas cada um em proporções
diferentes, com o mesmo objetivo: verem seus negócios prosperando.

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Administrar um negócio, seja um modesto empreendimento ou uma grande
sociedade anônima, envolvem muitas funções diferentes, funções estas
imprescindíveis para a organização ter sucesso frente a seus clientes e
concorrentes, mas é finanças que faz com que tudo aconteça. (GITMAN
2002, pag. 3 apud BEZERRA, 2015, p. 3)

Em Administração o conhecimento das técnicas administrativas é de relevante


importância, porém não é o único insumo a uma adequada e bem-sucedida carreira
em administração, também são fundamentais seu modo de agir, de pensar e a sua
personalidade, portanto, sua atitude enquanto administrador é muito significativa no
desempenho de suas funções. A Administração Financeira, enquanto ramo do
conhecimento de administração não foge a essas mesmas premissas.
Em toda a organização que um administrador se propuser a trabalhar,
desempenhar suas funções, ele estará solucionando problemas, coordenando e
liderando equipes, diagnosticando problemas, elencando ameaças e oportunidades
para a empresa, setor ou departamento por ele administrado, tudo isto de forma
particular, único, com características próprias.

As semelhanças dos seres vivos, pode-se dizer que as empresas são


organismos com vida (possuem até uma “cultura interna”) em constante
transformação (evolução das espécies), sujeitos às leis de Mercado (da
natureza). (Tubino, 1999 apud BEZERRA, 2015, p. 3)

Destarte, os problemas e soluções de uma organização, não serão


necessariamente os mesmos de outra organização. Desse modo, um administrador
bem-sucedido em uma organização não será necessariamente bem-sucedido em
outra, pois as oportunidades, ameaças, cultura organizacional, estrutura empresarial,
objetivos, etc. exigem um tratamento particular e diversificado, por isso, pontua
Bezerra, “velhas receitas” não são garantias de sucesso.
Administração é, pois, a tomada de decisão sobre recursos disponíveis,
trabalhando com e através de pessoas para atingir objetivos. É o gerenciamento de
uma organização, levando em conta as informações fornecidas por outros
profissionais e, também, pensando previamente nas consequências de suas decisões.
É, também, a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas para
administrar.

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Gustavo F. Rossés (2014, p.20) destaca como princípios para se administrar
algo: planejar, organizar, dirigir e controlar. E pontua como principais funções
administrativas:
- Fixar objetivos.
- Analisar, conhecer os problemas.
- Solucionar os problemas.
- Organizar e alocar os recursos, tanto financeiros, quanto tecnológicos e
humanos.
- Liderar, comunicando, dirigindo e motivando as pessoas.
- Negociar.
- Tomar decisões.
- Controlar, mensurando e avaliando.
Portanto, o bom desempenho da administração depende de que o profissional
consiga ser um bom líder, capaz de lidar com pessoas, negociando e comunicando,
e, também, apto a tomar decisões, tendo uma visão sistêmica e global da situação
que administra.
Rossés também cita que há quatro áreas básicas de atuação do administrador,
quais sejam: finanças, produção, marketing e recursos humanos, entretanto o
mercado abrange várias áreas do conhecimento. A administração é resultante de um
processo de formação que passa por várias áreas, desde as exatas, como
matemática, até humanas como filosofia.
Esta ciência vem adquirindo cada vez mais importância na formação de
profissionais, para melhor estruturar e impulsionar o funcionamento dos mais diversos
setores das mais diversas organizações. Uma vez que as empresas adquirem
crescente complexidade e tamanho na economia de mercado, é de suma importância
que existam profissionais com competência para administrar. Também ganha valor
diante do mercado financeiro, pois busca entender e sistematizar a administração do
capital, fator essencial na economia atual.
Entre as características da administração há um circuito de atividades
interligadas como: buscar a obtenção de resultados, proporcionar a utilização dos
recursos físicos e materiais disponíveis, envolver atividades de planejamento,
organização, direção e controle.

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Fonte: administrarcompaixao

Percebe-se, assim, que a tarefa da administração é interpretar os objetivos


propostos pela empresa e transformá-los em ação empresarial por meio de
planejamento, organização, direção e controle.

- Planejamento: significa estabelecer planos, métodos e processos que irão


guiar as ações e os objetivos da organização, deixando para trás o empirismo
e os palpites nas decisões administrativas. Tais procedimentos são as linhas
mestras que definirão: O que? Quando? Quem? Como? serão feitas as
coisas.
- Organização: é o processo de alocar, arrumar e/ou distribuir tarefas,
responsabilidades e recursos entre os membros da organização. Significa
adequar a estrutura da organização aos objetivos propostos, isso porque
objetivos distintos requerem adaptações diferentes.
- Direção / Liderança: significa liderar, influenciar e motivar as pessoas a
realizarem tarefas essenciais à obtenção dos resultados. Ao contrário de
planejar e organizar, dirigir é uma atividade concreta, uma vez que envolve
trabalhar com pessoas. Sua função essencial é criar uma atmosfera
adequada para o exercício de todas as funções.
- Controle: finalmente, controle significa verificar, constatar ou certificar-se
da realização das atividades e objetivos conforme estabelecido. Enfim,
controlar visa medir o desempenho das pessoas com relação aos objetivos
previstos para manter a empresa no caminho certo. (ROSSÉS, 2014, p.21-
22)

Estas atividades formam o processo administrativo, que deve adequar o fator


externo à organização, aspirando estabelecer objetivos possíveis a serem
alcançados. Do exercício dessas atividades, depende o alcance dos objetivos que por
sua vez influencia diretamente no sucesso da organização.

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3 GESTÃO FINANCEIRA

Fonte: bomcontrole.com.br

Gestão Financeira é um conjunto de atividades administrativas que envolvem


as bases da administração, planejamento, análise e controle, com o objetivo de
maximizar os resultados econômicos e/ou financeiros gerados pelas operações
empresariais.
Uma organização que queira se inserir no mercado precisa de recursos para
iniciar suas atividades. E a obtenção destes recursos, sejam próprios ou de terceiros,
não é fácil, e quando se alcança, é a logo prazo. Munido dessas informações, o
Administrador Financeiro deve fazer com que estes tão escassos recursos se
multipliquem ou até mesmo sejam constantes em tempos de recessão.

Sem capital que atenda às necessidades da empresa, seja para financiar seu
crescimento ou para atender às operações do dia – a – dia, não podemos
desenvolver e testar novos produtos, criar campanhas de marketing, comprar
alimentos, manter ou construir novas empresas. O papel do administrador
financeiro é assegurar que este capital esteja disponível nos momentos
adequados, no momento certo e ao menor custo, se isso não ocorrer a
empresa não sobreviverá. (Gitman 2002, p. 2 - apud BEZERRA, 2015, p. 4)

Nos dias atuais, com este cenário tão instável onde vários fatores abalam a
economia, como: uma declaração de um presidencial, eleições, guerras no Exterior,

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ou seja, qualquer fato no mundo é imprescindível e de alta relevância para uma
empresa, e é neste contexto que o administrador se depara com a dita globalização.
Onde ele precisa se atualizar constantemente, uma vez que a área de finanças está
mais complexa e desafiante.
Gitman assim explica esse cenário:

A área de Finanças está muito mais complexa e avança a passos mais


rápidos atualmente. Os Mercados financeiros estão voláteis, as taxas de juros
podem subir ou cair acentuadamente, num período de tempo muito curto.
Essas mudanças afetam as decisões financeiras, ademais, há hoje muito
mais estratégias financeiras possíveis, e novos produtos financeiros que
surgem a todo instante. (GITMAN, 2002 - apud BEZERRA, 2015, p. 4)

Milani completa:

Em um Mundo dinâmico, com rápidas mudanças e grandes incertezas com


relação ao futuro, a decisão de como utilizar seus recursos ao longo do
tempo, com o objetivo de garantir a sobrevivência da organização, bem como,
maximizar a riqueza dos acionistas, é de suma importância para as
empresas. (MILANI, 2001 apud BEZERRA, 2015, p. 5)

Daí recair sobre o administrador financeiro a “obrigação” de se especializar


constantemente, pois as ferramentas utilizadas pelos mesmos há seis meses, por
exemplo, podem não mais ser fonte de sucesso e dispor de melhores opções de
recursos. Precisa ser também flexível e generalista, já que deve conhecer as várias
funções e ambientes que o cercam, pois são a cada dia mais exigidos, como em várias
pequenas organizações, onde possuem as funções de proprietário a contador. De
acordo com Gitman (2002 apud BEZERRA, 2015, p. 5), “Embora essas necessidades
tornem as funções do administrador financeiro mais exigente e complexas, podem
propiciar carreiras mais recompensadoras e interessantes”.
O objetivo, portanto, da gestão financeira é melhorar os resultados
apresentados pela empresa e aumentar o valor do patrimônio por meio da geração do
lucro líquido proveniente das atividades operacionais, entretanto nem sempre ocorre
uma adequada gestão financeira na empresa.
Uma gestão correta é o que vai permitir que se visualize a atual situação da
empresa. Registros adequados permitem análises e colaboram com o planejamento
para otimizar resultados. A gestão financeira abrange muitos aspectos dentro
da empresa, tudo necessita de um certo cálculo financeiro.

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4 O PAPEL DO GESTOR FINANCEIRO

Fonte:gestao.tncreate.pt

Como já vimos, o gestor moderno precisa de uma boa formação


generalista, uma visão sistêmica e integrativa de todo o negócio e deve também estar
em contato permanente com todas as áreas da empresa, controlando e fomentando
o negócio com informações estratégicas. A crescente complexidade no mundo
empresarial determinou, ainda, que o responsável pela área financeira desenvolvesse
uma visão mais integrativa da empresa e de seu relacionamento com o ambiente
externo.
O gestor financeiro assim, atua no planejamento financeiro, na organização,
direção, captação e nos investimentos de recursos de uma empresa, seja de pequeno,
médio ou grande porte. Analisa os créditos e os demonstrativos contábeis, avalia a
manutenção de estoques, acompanha faturamentos e fluxos de caixa. Pode atuar
ainda na área de auditoria. Para realizar essa tarefa, o gestor financeiro precisa ter
um sistema de informações gerenciais que permita que ele conheça a situação
financeira da empresa, para que então possa tomar as decisões mais adequadas,
maximizando seus resultados.
As atividades do gestor financeiro têm com base de estudo e análise dados
retirados dos relatórios financeiros, tais como balanço patrimonial, demonstração de

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resultados, análise de contas e principalmente do fluxo de caixa da empresa que
reflete a real situação de seu disponível circulante para financiamento e novas
atividades.
O gestor passou a ter um papel de grande importância, e o mercado espera um
profissional com ampla visão dos ambientes interno (empresa) e externo (mercado).
Destacamos, assim, algumas das características essenciais para um bom
gestor financeiro:
- Ética: Este profissional precisa ter valores bem estabelecidos, sabendo
perfeitamente como se orientar de acordo com os princípios morais referentes à
conduta humana. E um profissional ético deve cumprir seus deveres como cidadão e
saber exatamente o limite entre os seus direitos e o direito dos outros.
- Transparência: É uma das virtudes mais importantes de um bom gestor
Financeiro. Vai além de ser sincero e não enganar os outros, um profissional
transparente sempre busca se revelar como pessoa e como colaborador em seu
ambiente de trabalho. Ele sabe como realizar uma apresentação dos cenários
econômicos da organização, sem que seja necessário inventar ou ocultar as
vantagens e desvantagens que poderiam impulsioná-lo profissionalmente.
- Proatividade: O gestor financeiro deve trabalhar junto aos objetivos e metas
da organização. Consequentemente ele precisa ter atitude e buscar,
espontaneamente, as melhores soluções para uma determinada empresa ou
problema.
- Liderança: Um líder de verdade não teme competições e sempre está
disposto a preparar com afinco os seus sucessores. O gestor financeiro, para ter
sucesso como tal, precisa ter um time forte a sua volta, completo e harmonioso. Por
esse motivo, a habilidade de mobilizar pessoas e caminhar junto com elas em direção
a um determinado objetivo é extremamente importante.
- Comprometimento: Por ser um líder, este profissional precisa se mostrar
sempre muito coerente e de acordo com as metas, objetivos, valores e propósitos da
empresa ou projeto. Somente desta maneira ele irá conseguir transmitir seus ideais
aos seus funcionários e colaboradores, concluindo dessa forma, seu trabalho com
precisão.
- Eficiência: Por causa das súbitas oscilações no mercado financeiro, o
profissional de gestão financeira deve ser eficiente e eficaz em seu trabalho. Nessa

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área, os prazos e deadlines são extremamente fundamentais. Entretanto, tão
importante quanto entregar as demandas em tempo hábil, é encontrar soluções que
sejam verdadeiramente compatíveis com o que foi solicitado. Nesse sentido, o gestor
Financeiro precisa concluir suas atividades com excelência e sempre dentro do prazo
determinado.
- Inteligência Emocional: A maneira como este profissional gerencia suas
emoções possui um papel fundamental em suas atividades, tanto profissionais como
pessoais. Devido ao período de instabilidade pela qual o Brasil tem passado, o gestor
financeiro precisa saber interagir com fornecedores, clientes, colaboradores e
gestores. E os profissionais com inteligência emocional se tornam mais confiantes,
flexíveis e adaptáveis. Pois conseguem trabalhar na direção das metas e, geralmente,
se recuperam mais facilmente dos estresses cotidianos.
- Visão Analítica: O gestor financeiro precisa sempre interpretar informações
e extrair dados dos relatórios e balanços que a empresa fornece. Para alcançar as
soluções ideais para os problemas, o profissional precisa ter um raciocínio rápido e
uma visão bastante analítica, pois um gestor analítico saberá ler os cenários para
reduzir os problemas e assim fortalecer os processos com o intuito de aumentar a
performance do negócio.

4.1 Principais Funções do Gestor Financeiro

Diante o complexo mundo financeiro empresarial, o gestor financeiro necessita


de uma ampla visão de toda estrutura organizacional da empresa, tanto no ambiente
interno como no externo. Porque através da análise de dados e informações é que ele
irá detectar tanto novas oportunidades de negócios e rendas e também ameaças que
possam vir arruinar as finanças.

O papel do gerente financeiro da empresa é viabilizar oportunidades de


negócios, considerando que, para atrair capital e viabilizar um
empreendimento, é necessário prever o montante de capital a ser utilizado,
tendo em vista sua forma de captação, mercado de divida, mercado acionário
ou ambos, em consonância com os planos de investimentos da empresa.
(MARIANO; MENESES, 2012, p. 03 – apud CASAGRANDE, 2014, p. 03)

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O gestor financeiro possui papel fundamental em uma empresa. Assim, o
mesmo deve estar preparado e possuir conhecimento específico sobre sua área de
atuação.
De acordo com Alexandre Assaf Neto (2006, p. 33 apud SANTOS, 2011, p. 10)
as principais funções do gestor financeiro são análise, planejamento e controle
financeiro; tomada de decisões de investimento; tomada de decisões de
financiamento; objetivos e compromissos.

 Análise, Planejamento e Controle Financeiro

Santos explica que, com base nos relatórios financeiros, o profissional pode
identificar alguma discrepância financeira e corrigir eventuais erros a tempo de não
levar a empresa a uma situação crítica, esse posicionamento contribui bastante para
o funcionamento de dados importantes para explicações plausíveis e completas de
vários fenômenos financeiros, tornando mais evidente sua compreensão e ampliando
sua área de atuação e importância.
Avaliar o desempenho financeiro é uma tarefa de relevante importância e deve
se tornar periódica.
Por meio desse planejamento, o gestor consegue identificar as necessidades
de crescimento da empresa, assim como eventuais desajustes futuros. O
planejamento é orientado para resultados, prioridades, vantagens e mudanças.
O planejamento estratégico é fundamental nas organizações, embora possa ter
vida curta, seus benefícios são de longo prazo e produzem efeitos duradouros, além
de melhorar a coordenação.
O primeiro passo para o planejamento é definir os objetivos para a organização.
Objetivos são resultados específicos que se almeja atingir. E uma vez definido, os
programas são estabelecidos para o alcance de maneira sistemática e racional. O
gestor financeiro, ao selecionar os objetivos, tem que considerar sua viabilidade e
aceitação por todo o corpo organizacional.
Existem diferentes departamentos nas organizações, e em que cada um deles
há uma variedade de objetivos, que precisam ser adequadamente coordenados, de
modo que todos, ao se interligarem, alcancem o objetivo geral da organização. Todos
os departamentos, tais como: vendas, produção, marketing etc. necessitam estar em

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sintonia com o departamento financeiro, para que possam estabelecer e validar uma
meta e um percurso comum a todos. Sem essa integração, o planejamento pode não
passar do papel ou das apresentações corporativas. O planejamento também melhora
o controle e a administração do tempo. O controle irá envolver medição e avaliação
dos resultados do desempenho e a tomada de ação corretiva, com o intuito de
melhorar os processos e garantir que os resultados sejam positivos. Desta feita,
administrar o tempo disponível para atender as responsabilidades e aproveitar as
oportunidades é fundamental para o gestor financeiro, que vive em um mundo de
constantes mudanças no ambiente financeiro.
Como principal decorrência do planejamento, Santos pontua os planos que
facilitam a organização no alcance de suas metas e objetivos. Ademais, os planos
funcionam como guias para assegurar os seguintes aspectos:

- Os planos definem os recursos necessários para alcançar objetivos


organizacionais;
- Servem para integrar os vários objetivos a serem alcançados em um
esquema organizacional que proporciona coordenação e integração;
- Os planos permitem que as pessoas trabalhem em diferentes atividades
consistentes com os objetivos definidos. Eles dão racionalidade ao processo,
servem para alcançar adequadamente o objetivo traçado
- Os planos permitem que o alcance dos objetivos possa ser continuamente
monitorado e avaliado em relação a certos padrões ou indicadores a fim de
permitir a ação corretiva necessária quando o progresso não for satisfatório.
(SANTOS, 2011, p.12)

A análise e planejamento financeiro refere-se, portanto, a análise dos dados


financeiros para acompanhar a posição financeira da empresa. Através dessa análise
será possível prever possíveis problemas financeiros e assim desenvolver planos que
garantam recursos para cobrir as despesas.

 Tomada de decisões de investimentos

O processo decisório, como explica Santos, é fundamento básico em finanças


e deve ser estudado sobre várias perspectivas, tais como: a do processo, a do valor
agregado, do retorno esperado, etc.
Em meio a constantes mutações, precisa o profissional ser capaz de tomar
decisões complexas e cada vez mais arriscadas. Com base não só nas análises

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financeiras locais, como também nas análises financeiras mercadológicas, o gestor
financeiro pode decidir onde aplicar os recursos da campanha com a finalidade de
tornar a firma mais competitiva no mercado, analisando de forma criteriosa os fatores
inerentes à empresa e ao mercado onde ela atua, como taxa de juros, inflação,
sazonalidade do mercado, tecnologia, concorrência, qualidade do produto e estrutura
de custos.

As decisões de investimentos criam valor principalmente quando o retorno


esperado excede as expectativas, em outras palavras, a taxa de retorno
exigido pelos acionistas é superada. Pode ser considerada como a mais
importante das decisões, pois leva-se em conta um processo onde serão
identificadas, avaliadas e selecionadas as alternativas de aplicações de
recursos, esperando um benefício econômico no futuro. O gestor financeiro
deve conseguir identificar a melhor estrutura em termos de risco e retorno
dos investimentos empresariais, precedendo a um gerenciamento eficiente
de valores. A gestão dos ativos engloba também as defasagens que podem
ocorrer no fluxo de caixa. (SANTOS, 2011, p.13)

Tomar decisões de investimentos, refere-se, portanto, à alocação dos recursos


financeiros em ativos circulantes e ativos permanentes, realizáveis a curto e longo
prazo, avaliando-se, desta feita, a relação de risco e retorno do capital investido.

 Tomada de decisões de Financiamentos

Nas decisões de financiamento o foco se baseia na escolha das melhores


ofertas de recursos e a melhor proporção a ser mantida entre o capital de terceiros e
capital próprio. O objetivo do gestor está em determinar a melhor estrutura de
financiamento da empresa, para que assim ela possa ter capacidade de pagamento e
dispor de fundos com custos menores em relação ao retorno que se espera de seus
investimentos.
O gestor financeiro, como bem pontua Santos, precisa pesquisar fontes de
financiamentos (fornecedores, instituições financeiras, etc.) sempre que for
necessário, com o intuito de captar recursos para o financiamento das atividades da
empresa que necessitam de capital para a execução de suas metas. Este profissional
deve ser capaz de encontrar a melhor opção oferecida pelas fontes de financiamentos
no que se refere a respeito de juros, garantias exigidas e formas de pagamento,
gerenciando a composição e procurando definir a melhor opção em termos de

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liquidez, redução de custos e risco financeiro, e dessa forma adequar seu passivo às
características de rentabilidade e liquidez das aplicações desses recursos.
Mas, para tanto, deve o gestor financeiro dispor de tempo necessário para
realizar pesquisas e análises minuciosas para a tomada de decisão.
Tomar decisões de financiamento são, desta forma, aquelas decisões tomadas
com o objetivo de captar recursos financeiros para financiamento de ativos. Engloba
a decisão de qual composição vem a ser mais apropriada, se de curto ou em longo
prazo. Tais atividades serão realizadas com base no balanço e nos efeitos que terão
sobre o fluxo de caixa da empresa. Assim, uma boa analise sobre os elementos
financeiros, irá fornecer meios para favorecer tomadas de decisões corretas no
momento mais propício e vantajoso.

 Objetivos e Compromissos

Um gestor financeiro, primeiramente, precisa levar em conta os objetivos dos


acionistas e controladores da empresa, para então alcançar seus próprios objetivos,
pois uma vez que conduzir bem o negócio e cuidar de maneira eficiente e eficaz da
parte financeira, por conseguinte promoverá o desenvolvimento e prosperidade da
empresa, dos seus proprietários, sócios, colaboradores internos e externos e
consequentemente dele mesmo no que diz respeito ao retorno financeiro, e
principalmente a sua realização profissional e pessoal.

Existem diversos objetivos e metas a serem alcançadas, o gestor precisa


administrar da melhor forma possível os recursos financeiros, com o objetivo
de otimizar ao máximo o valor agregado dos produtos e serviços da empresa
a fim de se ter uma posição competitiva mediante a um mercado repleto de
concorrência, proporcionando, deste modo, o retorno positivo a tudo o que foi
investido para a realização das atividades da mesma, estabelecendo
crescimento financeiro e satisfação aos investidores. (SANTOS, 2011, p.14)

O compromisso do gestor financeiro é o de agir sempre pautado na ética


profissional, lealdade, motivação, respeito e legalidade, uma vez que o ambiente de
trabalho que se baseia em mentiras e falsas informações não será propicio ao
sucesso.

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E assim o profissional precisa identificar o objetivo da empresa, e a partir daí
traçar um perfil para sua administração.

5 ANÁLISES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA

Fonte: coachfinanceiro.com

Analisar possui como significado de transformar as demonstrações


contabilísticas em partes de forma que melhor se interprete os seus elementos. Desta
feita, interessa conhecer essencialmente dois aspectos do património, que são, o
económico e o financeiro. A situação econômica diz respeito à aplicação do capital e
seu retorno e a situação financeira diz como a empresa está em relação a seus
compromissos financeiros. (FRANCO 1992, p. 93 – apud MACORE, 2016).
De acordo com o entendimento de Silva (2010, p. 6 - apud MACORE, 2016),
análise financeira “consiste num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis
sobre a empresa, bem como das condições endógenas e exógenas que a afetam
financeiramente, com o objetivo de verificar sua performance econômico-financeira. ”
A análise por meio de índices financeiros é ferramenta ideal para se ter o
controle mais adequado para as tomadas de decisões nas empresas. Através dos

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indicadores financeiros podemos comparar uma organização com outras do mesmo
segmento e até de segmentos diferentes de mercado, estabelecendo critérios de
avaliação do desempenho entre as empresas. Os indicadores também podem ser
utilizados para comparar o desempenho da empresa.
Hoji (2004 apud GUEDES 2010) destaca duas formas de análise de balanços:
a vertical e a horizontal. Na análise vertical o foco é verificar a participação de cada
item na composição de determinada coluna, no caso do Balanço Patrimonial, verifica-
se a participação de itens no Ativo e no Passivo, na DRE e DFC, verifica-se a
participação dos custos na formação do lucro e a participação das saídas na formação
do caixa. Na análise horizontal, o foco é mostrar a evolução dos dados por períodos.
Se utiliza para o agrupamento dos índices financeiros, a classificação descrita
por Hoji, por ser considerada como mais simples e prática, embora a maioria dos
autores utilizem classificação semelhante. Para Hoji (2004 apud GUEDES, 2010) os
indicadores financeiros podem ser divididos em quatro grupos:

- Índices de Estrutura de Capital


Os Índices de estrutura de capital demonstram como o capital está sendo
alocado na empresa, assim como a origem desse capital.

- Índices de Liquidez
Os Índices de liquidez mostram a condição financeira da empresa, e a
capacidade de quitação de suas dívidas.

- Índices de Rotação
Os índices de rotação indicam o giro dos ativos da empresa, são utilizados para
analisar a forma mais eficiente de usar o capital de giro, buscando, dessa forma,
diminuir a necessidade de capital de giro das empresas.

- Índices de Rentabilidade
Os Índices de rentabilidade irão revelar o retorno dos capitais investidos, são
indicadores vitais para a análise do desempenho das empresas, através desses
indicadores é possível saber se as empresas são viáveis operacionalmente.

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A análise por meio de índices consiste em relacionar contas e grupos de contas
para extrair conclusões sobre tendências e situação econômico-financeira da
empresa.
A classificação dos índices pela empresa pode ser como ótimo, bom,
satisfatório ou deficiente, ao compará-los com os índices de outras empresas do
mesmo ramo ou porte.

Sem a análise, planejamento e controle financeiro, as empresas são como


navios sem rumo, não conseguem medir sua velocidade, e muito menos o
rumo certo, podem estar correndo para um abismo sem que sua tripulação
perceba. Esse geralmente é o fim de empresas geridas sem embasamento
financeiro, por mais que conquistem clientes, possuam grandes parcelas de
mercado, marcas reconhecidas e admiradas, funcionários e clientes
satisfeitos, alta produtividade de máquinas e pessoas, sem a análise real da
lucratividade e rentabilidade do negócio, as tomadas de decisão serão
tomadas sem critério, e o barco navegará à deriva. (GUEDES, 2010)

Portanto, para gerir qualquer tipo de negócio, necessário que se faça


primeiramente uma análise, um planejamento e um controle financeiro, dando assim,
segurança ao empreendedor que almeja abrir sua empresa, buscando retorno para o
capital aplicado. O profissional não consegue uma visão abrangente de seu negócio
sem os balanços financeiros. Sendo assim, se verifica que sem o controle de seus
indicadores, o gestor não estará gerindo uma empresa, mas “tocando um barco sem
rumo em um mar altamente turbulento”.

Como calcular e analisar a Análise Horizontal

Renata F. Camargo pontua que a Análise Horizontal (AH) permite verificar tanto
a situação patrimonial da empresa (analisada pelo Balanço) quanto seu desempenho
(analisado pelo DRE ou DFC). Desta feita, a AH, ao apresentar a evolução de cada
conta das demonstrações financeiras, irá permitir que seja realizada uma comparação
para tirar conclusões sobre a evolução da empresa.
Possui o nome de “horizontal” pelo fato de o profissional financeiro se basear
na evolução dos saldos das contas ao longo dos anos. São comparados os mesmos
elementos, porém em exercícios diferentes.

18
Graças à Análise Horizontal, investidores e analistas conseguem avaliar e
determinar como a empresa cresceu. A AH também é utilizada quando se faz
necessário comparar as taxas de crescimento de uma empresa em relação
aos seus concorrentes e indústria. Portanto, com a Análise Horizontal o
controller avalia como ocorreu a evolução dos mais variados itens das
demonstrações financeiras em intervalos de tempo. (CAMARGO, 2018)

Assim, a quantidade de cada item na declaração mais recente será comparada


com o item correspondente em uma ou mais declarações anteriores. A diminuição ou
o aumento da quantidade do item é listado, juntamente com o seu percentual.
O cálculo é simples, apregoa Camargo, e, por se tratar de uma comparação, o
ano mais antigo será considerado o ano base e todos os seus valores serão
equivalentes a 100. Os valores dos anos subsequentes serão um percentual desse
valor base. A fórmula da Análise Horizontal é a seguinte:
AH = [(Valor atual do item/Valor do item no período base) – 1] x 100

Exemplo de um Demonstrativo de Resultado de uma empresa fictícia:

Fonte: media.treasy.com.br

Verifica-se pela Análise Horizontal que, por exemplo em Receita, de janeiro


para fevereiro houve um crescimento de 6,7% e de fevereiro para março, 26,2%. Essa
comparação pode ser aplicada a qualquer linha dentro do DRE ou de qualquer outra
Demonstração Financeira, é só fazer a comparação entre resultados de um mesmo
indicador em relação a períodos anteriores.

19
Como calcular e analisar a Análise Vertical

Na Análise Vertical (AV) ao contrário da Análise Horizontal, serão analisadas


as colunas das demonstrações. Seu objetivo é medir percentualmente cada
componente em relação ao todo de que faz parte, permitindo, assim, que sejam feitas
comparações caso existam dois ou mais períodos.

(...) a Análise Vertical apresenta o quanto cada conta é importante em relação


à demonstração financeira a que pertence. Ao comparar percentuais da
própria empresa em anos anteriores, o controller consegue inferir se há itens
fora das proporções normais. (CAMARGO, 2018)

Possui como principal vantagem a facilidade na comparação de balanços,


demonstrações de resultados e outros relatórios financeiros de empresas dos mais
variados portes. É também uma ferramenta usada para visualizar as mudanças anuais
relativas dentro de uma organização.

Na AV, cada item de linha de uma demonstração financeira é analisado como


uma representação da porcentagem do foco principal da declaração:
- Na demonstração de resultados, cada item de linha pode ser representativo
das vendas brutas, ou vendas líquida, isso depende muito da empresa.
- No balanço, cada item de linha pode ser representativo do total de ativos.
- Na demonstração de fluxo de caixa, cada item de linha pode ser expresso
como uma porcentagem do total de caixa e equivalentes de caixa da
empresa. (CAMARGO, 2018)

Assim, explica Camargo, a Análise Vertical permite que a demonstração


financeira de uma empresa seja representada dentro de um processo padrão em
todas as indústrias. Permitindo, também, uma comparação fácil com períodos
anteriores para a análise da linha de tempo, incluindo o trimestre anual e a análise do
trimestre sequencial, e a análise de períodos de tempo mais longos, como cinco ou
três anos.
A metodologia de cálculo da Análise Vertical consiste em calcular o percentual
de cada conta em relação a um valor base. Na AV de um Balanço se calcula o valor
percentual de cada conta em relação ao total do Ativo. Sua fórmula é:
AV = Conta (ou grupo de contas) /Ativo total (ou passivo total) x 100

Veja um exemplo do DRE com a Análise Vertical:

20
Fonte: media.treasy.com.br

Nessa análise vertical, tudo começa com a receita de vendas, que fica no topo.
A partir dela, ocorrem todas as deduções referentes a impostos, custos de produção
e outras despesas. Na última linha – ou seja, no final da análise vertical – encontra-se
o valor restante. Se for positivo, significa que a empresa ganhou mais do que gastou
e, portanto, está dando lucro.

5.1 Avaliação da Situação Financeira Futura da Empresa

É muito importante que se avalie a evolução financeira de uma empresa, tanto


a nível externo para todos os fornecedores de capital e credores da empresa, quanto
a nível interno, para a formação da estratégia futura. Há grande número de exemplos
de empresas que embarcaram em ambiciosos projetos, mas que posteriormente
descobriram que o seu portfólio de projetos não podia ser financiado em termos
aceitáveis. O que acaba por acarretar nessas situações o abandono do projeto antes

21
mesmo da conclusão do mesmo, tendo já incorrido em consideráreis custos
financeiros e organizacionais para a empresa, distribuidores, colabores e credores.
Quando se pretende avaliar a situação financeira de uma empresa em longo
prazo, deve-se ter dentre os objetivos principais as estratégias de marketing, os
investimentos necessários e as fontes de financiamento estão ajustados.
Cada empresa necessita ter uma missão definida, e esta deverá se realizar
através do seu posicionamento competitivo em determinados mercados. A estratégia
da empresa centra-se precisamente sobre estes posicionamentos. Assim,

(...) enquanto que para alguns negócios, devido a sua maturidade e fraca
rentabilidade, a empresa terá como estratégia abandoná-los, para os outros
representando a maioria, a decisão será de manter a posição atual, ou
fortalece-la em face de concorrência direta. Deste modo a estratégia
competitiva pretende fazer com o crescimento da empresa seja, pelo menos
semelhante ao do mercado onde se encontra a competir, deste modo à taxa
de crescimento das vendas deve acompanhar ou exceder a taxa
de crescimento esperada para o mercado. (BITTENCOURT, 2012)

Dessa forma, esclarece o autor que, o diagnóstico da saúde financeira futura


de uma empresa deve se basear na investigação dos objetivos para a empresa e para
cada um dos seus negócios e/ou produtos, na estratégia delineada para cada negócio
na provável reação da concorrência e no desenvolvimento da posição competitiva e
nas características dos mercados onde a empresa se encontra ou pretende entrar. O
analista financeiro precisa se dedicar especialmente a estas áreas visto que a situação
financeira da empresa é fortemente influenciada pelo enquadramento econômico e
competitivo dos mercados onde opera.
A estratégia e o crescimento das vendas da empresa referentes a cada um dos
produtos/negócios irão determinar em larga medida os investimentos em ativos
necessários para suportar as estratégias estabelecidas. E a eficácia desta combinada
com a resposta da concorrência, determinará a performance competitiva e financeira
da empresa e os excessos aos fundos necessários para o financiamento dos
investimentos em ativos.

22
6 PLANEJAMENTO NA ÁREA DE FINANÇAS

Fonte: media.treasy.com.br

Em todas as áreas de negócios as melhores decisões são sempre aquelas que


foram tomadas de forma planejada. Uma decisão que foi pensada com antecedência
terá uma menor probabilidade de dar errada do que aquela tomada por impulso e sem
nenhum tipo de planejamento.
Assim também ocorre na área financeira. Pode-se dizer, inclusive, que nesta
área o risco é ainda maior, uma vez que envolve recursos financeiros, podendo assim
gerar grandes prejuízos. Uma decisão financeira sem uma análise preliminar, sem
uma reflexão de suas consequências, poderá gerar impactos negativos e dependendo
do volume de dinheiro, envolvido nessa decisão, comprometer seriamente a empresa
podendo levá-la a inadimplência.

O planejamento financeiro procura evidenciar as necessidades de expansão


da empresa, assim como identificar desajustes futuros, por meio dele, é
possível ao administrador financeiro selecionar, com maior segurança, os
ativos 5 mais rentáveis e condizentes com os negócios da empresa, de forma
a estabelecer a maior rentabilidade sobre os investimentos. (ASSAF NETO,
2008)

23
Portanto, o planejamento financeiro, também denominado administração ou
gestão financeira, é a base para qualquer empresa, pois ele gerencia os recursos
disponíveis, podendo melhorar os resultados obtidos pela empresa, aumentando a
sua rentabilidade e o valor do seu patrimônio.
Um planejamento financeiro pode ser iniciado a qualquer momento. Podendo
ser realizado no instante que a empresa está sendo criada, durante a execução de
suas atividades, assim como também pode ser feito quando começam as dificuldades
financeiras.
É de extrema importância que no momento do planejamento sejam levados em
consideração todos os aspectos financeiros que são visíveis e também necessário se
faz observar se não existem aspectos financeiros que são invisíveis. É muito frequente
em finanças a pessoa não se lembrar de tudo que irá gastar. São lembrados,
geralmente, os gastos mais comuns e evidentes, ficando esquecidos aqueles que
lembrados somente na hora de pagar.
Outro ponto também que devemos sempre tomar cuidado é que, na hora de
pesquisar e planejar fica estabelecido um determinado valor e na hora de pagar
acabam aparecendo outros valores.
Para Santos (2011 apud FILHO, 2012, p. 23), o planejamento financeiro
empresarial pode ter início em qualquer etapa do empreendimento. O mais
recomendado é que seja feito mesmo antes de iniciar e fundar o empreendimento e/ou
empresa, deve levar em consideração todos os aspectos financeiros calculados para
o monitoramento.
Segundo Mandelli (2009 apud FILHO, 2012, p. 23), o conceito de planejamento
financeiro deve ser fragmentado em planejamento e finanças. Pelo dicionário,
planejamento é traçar metas, elaborar planos direcionados a peculiaridades do projeto
que se almeja colocar em prática. Já as finanças, pode-se dizer que são um método
de administração dos recursos disponíveis, encaixando-se no meio empresarial ou
particular, discutindo-se a distribuição e aplicação dos recursos.
Devidamente ordenados e avaliados, o orçamento de caixa e de despesas
financeiras providenciam indispensáveis subsídios para a tomada de decisão. No
entanto, se faz necessário para a construção de um planejamento financeiro a análise
dos dados por meio dos indicadores de resultado, onde irão proporcionar um real
diagnóstico da situação financeira da instituição.

24
7 ORÇAMENTO

Fonte: minaspetro.com.br

Um orçamento é uma espécie de antecipação daquilo que vai acontecer nas


finanças da empresa. Todo negócio que está programado deve, durante a sua
programação, possuir a elaboração de um orçamento. Para assim, termos uma ideia
clara daquilo que possivelmente seja recebido e também daquilo que possivelmente
será pago. O orçamento também pode ser definido como uma espécie de “previsão”.
No orçamento você vai definindo os valores do negócio como se ele já estivesse
acontecendo.
O Orçamento Empresarial é, portanto, o ato de planejar e estimar
os ganhos, despesas e investimentos que a empresa terá em um período futuro,
geralmente de 1 a 3 anos, dependendo do setor de atuação, mas que pode chegar
até algumas décadas, como frequentemente acontece em empresas de concessão e
exploração.
Todas as empresas deveriam elaborar o seu orçamento com antecedência.
Anotando quais serão as receitas e os gastos dos períodos futuros. Essa
orçamentação deve ser feita com base em previsões. Podendo também ser usado
aquilo que aconteceu em um período passado, mas jamais se limitando a copiar o que

25
já aconteceu. É fundamental que não se baseie apenas no passado para definir o
futuro de uma empresa.
Outro ponto relevante é que um orçamento deve ser realista e equilibrado. Na
hora do preenchimento os valores devem aproximar ao máximo da realidade. Caso a
diferença seja muito alta, entre aquilo que foi gasto e o valor orçado, significa que o
orçamento foi mal elaborado.
Nascimento (2006, p. 6 apud FILHO, 2012, p. 26) pontua acerca do tema:

Orçamento é um instrumento de formalização. Neste intuito, representa a


quantificação das metas e objetivos da empresa, através de modelos
contábeis prospectivos. Estes relatórios abrangem dados de caráter
financeiro ou de caráter quantitativo, podendo ter um caráter operacional ou
estratégico.

Ponto principal, portanto, do Orçamento Empresarial deve ser estabelecer


metas e objetivos, podendo assim acompanhar e comparar os resultados, tomando
ações corretivas ou preventivas caso necessário.
Pra Gilles B. de Paula (2014), o orçamento de uma empresa geralmente é
composto por:
- Orçamento ou projeção de vendas,
- Orçamento de deduções de vendas e despesas variáveis (fretes, comissões,
impostos, etc.),
- Orçamento de custos da produção,
- Orçamento de RH ou mão de obra,
- Orçamento de despesas operacionais (gastos fixos),
- Orçamento de investimentos.

Após a elaboração do orçamento pelas áreas, com as informações disponíveis


é possível a geração dos três relatórios considerados essenciais para a gestão de
qualquer empresa:
- Projeção de DRE – Demonstrativo de Resultados do Exercício
- Projeção de FC – Demonstrativo de Fluxo de Caixa
- Projeção de BP – Balanço Patrimonial

Gilles, pontua também acerca dos modelos de orçamento, tais como:

26
- Orçamento matricial
- Orçamento histórico
- Orçamento base zero
- Orçamento colaborativo ou participativo
- Orçamento impactado (forecast)

7.1 Melhor Ferramenta para o Orçamento Empresarial

Também de grande importância para Guilles é a escolha de uma ferramenta


adequada à maturidade de orçamento que a sua empresa está.
Empresas em estágio inicial: É comum não existir uma área ou profissional
dedicado ao Planejamento e Controladoria, na maioria dos casos esta função é feita
em “part-time” pelo financeiro ou até mesmo pelos próprios sócios da empresa.
Ter Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), Fluxo de Caixa e Balanço
Patrimonial, é essencial para começar a Gestão Orçamentária, no entanto, empresas
que estão neste estágio geralmente não possuem esses relatórios.
Empresas em estágio intermediário: É comum ter um controller dedicado
para fazer a Gestão Orçamentária, muitas vezes já apoiado por um analista ou um
assistente de controladoria. Gerentes e supervisores estão envolvidos no processo de
elaboração e acompanhamento do orçamento. É comum surgir o pensamento “já está
bom assim, já temos o suficiente”, mas se a empresa está nesse estágio, deve se
focar na melhoria contínua. Então, uma boa opção é buscar uma solução de mercado
para sistematizar este processo para que sua empresa consiga focar no que
realmente interessa e apresenta resultados.
Empresas em estágio avançado: Normalmente já possuem equipes de
Planejamento e Controladoria dedicadas e focadas para fazer a Gestão Orçamentária.
Nesse estágio, as empresas buscam cada vez mais o detalhe do dado, por isso são
essenciais “drill-down” das informações para identificar as causas de qualquer desvio.
Um erro comum nas empresas neste estágio é criar um Dashboard gigante, com
diversos indicadores que não fazem sentido para os negócios da empresa. Isso pode
fazer com que as planilhas virem uma dor de cabeça. Gilles sugere a mesma solução
do estágio anterior, pois automatizar a planilha de Gestão Orçamentária por meio de
um sistema, irá gerar ganhos de produtividade significativos.

27
8 FINANÇAS

Fonte:focalise.com.br

Podemos conceituar Finanças como sendo a aplicação de uma série de


princípios econômicos visando maximizar a riqueza ou valor total de um negócio. Mais
especificamente, maximizar a riqueza significa obter o lucro mais elevado possível ao
menor risco. Na realidade, ninguém sabe quando a riqueza máxima é atingida,
embora ela seja entendida como última meta de cada empresa.

“Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos, ou seja, é todo dinheiro


aplicado em ativos que em contrapartida gera uma quantia igual à aplicada
gerado por algum tipo de financiamento. Finanças nada mais é do que a
grande responsável na manipulação de fontes monetárias, ou seja, tudo que
expressar valor”. Gitman (2002, pag. 4 apud BEZERRA, 2015, p. 10)

Eis que é importante se manter a par dos novos avanços na moderna teoria de
finanças tanto quanto em relação aos desenvolvimentos praticados nos mercados
financeiros. Finanças tem surgido como uma disciplina importante que requer
atualização constante dos antigos conceitos e refinamento dos novos. Os últimos
avanços nos métodos de avaliação podem ajudar a tomar melhores decisões. A
emergência dos novos instrumentos financeiros, tais como futuros financeiros, opções
e outros direitos condicionados sobre passivos, supre os administradores com os

28
métodos mais sofisticados e efetivos para avaliar e, quando necessário, alterar
decisões financeiras.

8.1 Relacionamento com a Economia

Todo administrador deve se atualizar e se inserir inteiramente no mercado


global, ou seja, no mercado econômico. Uma vez que finanças se encontra
diretamente relacionado com acontecimentos mercadológicos.
Segundo a ideia de Gitman (2002 pag. 4 apud BEZERRA, 2015, p. 10), o campo
de Finanças está estreitamente relacionado ao da economia. Visto que a maioria das
empresas opera dentro da economia, o administrador financeiro deve compreender o
arcabouço econômico e estar atento às consequências dos vários níveis de atividade
econômica e das mudanças na política econômica. Ele deve ser capaz também de
utilizar as teorias econômicas como diretrizes para realizar operações comerciais com
eficiência. São exemplos a análise de ofertas e procura, as estratégias de
maximização do lucro e a teoria de preços.

8.2 Fatores Microeconômicos

Os microfatores e os macrofatores são provocadores de situações não


previstas pelos administradores que irão influenciar diretamente nas decisões e
soluções a serem seguidas pelos mesmos. Quando um administrador consegue se
aproximar de algum desses, isto representa um resultado significante, ou seja, quando
eles entendem como responder efetivamente às mudanças na oferta, na demanda e
nos preços (empresa relacionada aos microfatores) tão bem quanto aos mais
abrangentes fatores econômicos (macrofatores), irão entender que responder
adequadamente às mudanças na demanda permitirá aos administradores financeiros
tirarem todas as vantagens das condições do mercado.
Os melhores administradores, desenvolvem e adotam técnicas estatísticas
confiáveis e executáveis que prevejam a demanda e apontem quando as mudanças
de direção devem ser feitas. Todavia, essa tarefa não é das mais fáceis. Os fatores
econômicos não podem ser previstos com precisão e muitas projeções estão sujeitas

29
a grandes erros. Bons administradores, todavia, podem modificar previsões de
demanda e oferta para aproximá-las razoavelmente dos resultados reais.
Microeconomia é a parte que busca entender características
e comportamentos de consumidores e empresas e como eles se relacionam.
Ela mostra, por exemplo, fatores que influenciam os preços, o modo de
consumo, a relação entre oferta e demanda e até mesmo as ações de marketing.
Seu papel é explicar como se dá a fixação de preços e os seus fatores de
produção. Qual seja: é com ela que você poderá entender melhor por que os produtos
têm valores diferentes e qual a influência das ações de atores econômicos como
famílias, empresas e governo no mercado.

8.3 Fatores Macroeconômicos

Os fatores macroeconômicos são aqueles que a empresa não tem controle, ou


seja, são causados por influência de algum fato, sejam eles, econômico, políticos, ou
outro que venha deturpar o ambiente externo. As pessoas desenvolvem um sentido
sobre o ambiente pela leitura de jornais, revistas, pela internet, ouvindo notícias, entre
outros.
Se o ambiente parece estar se deteriorando, os consumidores tendem a cortar
gastos e se tornam mais conservadores em seus hábitos de compras. Inversamente,
quando as condições melhoram, as pessoas tendem a pôr a mão no bolso. Essas
reações às mudanças das forças (macro) econômica externas, tais como o aumento
ou declínio da atividade comercial e alteração tributária, influenciam as decisões
tomadas por uma empresa.
De acordo com Groppelli e Ehsan Nikbakht (1998 apud BEZERRA, 2015, p.
12), quando o comércio está se expandindo, as empresas aumentam seus
investimento e produção; quando elas defrontam com a retração do comércio reduzem
seus investimentos. Uma empresa deve também desenvolver uma estratégia flexível
para enfrentar crescimento demográfico, alterações na legislação tributária e as
pressões causadas por novas tecnologias. Convém aos administradores engajarem
no planejamento financeiro, pois assim eles estarão preparados, com diferentes
alternativas, sob diferentes condições econômicas.

30
9 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E INFLAÇÃO

Fonte: www.efetividade

Conceituamos inflação como o aumento generalizado no nível de preços em


um determinado período de tempo. Isso decorre basicamente por dois motivos:
- Aumento do custo dos insumos de produção, ou seja, matéria prima, energia,
combustível e mão de obra;
- Aumento na demanda (procura) dos consumidores por bens e serviços.
Os empresários não repassam integralmente os aumentos de custos aos
produtos, visto que o consumidor irá procurar aqueles que substituam o que
apresentou maior alta. Originando o conceito de bem substituto, ou seja, aquele que
o consumidor substitui parcialmente as quantidades demandadas por outro quando
ocorre variação no preço.
Como exemplo citamos a carne bovina e de frango. Quando ocorre alta no valor
da carne de boi, acarreta queda nas vendas, e os consumidores irão substituir parte
de seu consumo de carne bovina por de frango.
A inflação, assim, acaba por aumentar o custo dos produtos, e ainda, nos
casos de produtos substitutos, levam as empresas ter redução em suas margens, já
que não conseguem repassar integralmente altas em seus custos.

31
Braga (1995 apud KUHN, 2012, p. 43), caracteriza a inflação por um aumento
persistente e generalizado dos preços na economia, resultando em contínua perda do
poder aquisitivo da moeda. Uma variação de preços anual abaixo de um dígito não
chega a afetar as funções básicas da moeda na economia. Variações maiores
requerem a indexação geral como saída para fazer a economia funcionar.
Tal mecanismo não vem sendo utilizado desde a instituição do plano real. Era
prática muito comum em outros tempos. Este mecanismo de proteção está presente
em contratos de financiamento de longo prazo (atualização de preços).

No período do plano real, ao observarmos os índices gerais de inflação


medidos pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, à exceção dos anos de 1995,
1999, 2002 e 2004, percebemos que as políticas econômicas, especialmente
as afetas à moeda, tem conseguido manter a variação geral de preços abaixo
ou em torno dos 10% ao ano.
Porém, no período de 1980 a 1994, entretanto, a inflação crônica e
exacerbada transformou nossa moeda em mero instrumento legal de
pagamentos. A indexação geral foi a saída encontrada para fazer nossa
economia funcionar com uma moeda que não servia como padrão de medida
e reserva de valor naquele período.
Normalmente, toda reflexão financeira se concentra na pressuposição de
inexistência de inflação e/ou que esta variável esteja inclusa na taxa nominal
“i” normalmente usada. Assim, todos os conceitos consideram a moeda
usada como estável ao longo do tempo. (KUHN, 2009, P.45)

Todavia, esta hipótese é meramente teórica, uma vez que o fenômeno da


inflação existe em todos os países, mesmo que com taxas reduzidas. Em conjunturas
inflacionárias normalmente são usadas as expressões “a valores ou preços
constantes e/ou reais” e “a preços ou valores correntes e/ou nominais”.
A primeira expressão, explica Kuhn, corresponde a informações de uma única
data, geralmente transportados ao início do fluxo de caixa; já a segunda corresponde
a preços e/ ou valores das respectivas datas em que ocorrem os fluxos de caixa, por
isso chamado de valores nominais. A convenção de “preços constantes” para
“correntes” e vice-versa é feita por meio de índices e/ou indexadores, que procuram
refletir a perda do poder aquisitivo da moeda provocada pela inflação, qual seja, pela
variação persistente e generalizada dos preços na economia. Os índices e
indexadores mais usualmente utilizados no Brasil são:

- Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI);


- Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M);

32
- Índice Geral de Preços por Atacado (IPA, na condição DI e M);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC, na condição DI e M);
- Índice Nacional do Custo da Construção (INCC, também na condição DI e M).

Estes índices anteriores, bem como o IGP(10), são elaborados e divulgados


pela Fundação Getúlio Vargas.
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE), sob responsabilidade da
Fundação Instituto de Políticas Econômicas;
- Índice de Custo de Vida (ICV-DIEESE), sob responsabilidade do
Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos;
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC-IBGE), sob responsabilidade
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
- Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), sob responsabilidade
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
- Taxa Referencial (TR), sob responsabilidade do Banco Central; e
- Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), sob responsabilidade do Banco
Central.

O objetivo não é desmerecer ou reforçar qualquer um destes índices ou


indexadores. O propósito único é entender os diversos índices e discutir a pertinência
do uso de cada um. Todos possuem sua metodologia validada, portanto, certamente
expressam a realidade do universo pesquisado e que esta metodologia atinge. Com
exceção a TR e a TJLP, que refletem o momento econômico e a postura estratégica
do Estado em relação à condução de suas políticas econômicas e das contas públicas.
Desta maneira, o que cabe é, para cada situação, fazer uma opção pelo
indexador que melhor expressa a situação em apreciação. A FGV oferece ainda
algumas outras opções de índices, podendo-se citar o IPA-Agro e o IPA-Ind, dentre
outros.
Listam-se a seguir alguns destes índices de preços, com alguns aspectos
metodológicos inerentes.

33
Instituição Orçamento
Índice de Período de coleta de preços Local de pesquisa familiar em Utilização
pesquisa salários mínimos
IGP-DI* FGV Dias 1 a 30 Todo território nacional - Contratos em geral,
deflação/inflação das contas
nacionais.
IGP-M FGV Dias 21 a 20 Todo território nacional - Contratos financeiros.
IPA FGV Dias 1 a 30 e dias 21 a 20 Todo território nacional - Contratos setoriais e composição
do IGP-DI e IGP-M com peso de
60%.
IPC FGV Dias 1 a 30 e dias 21 a 20 Todo território nacional 1 a 33 SM Composição do IGP-DI e IGP-M
com peso de 30%.
INCC FGV Dias 1 a 30 e dias 21 a 20 18 capitais** - Contratos da construção civil e
composição do IGP-DI e IGP-M
com peso de 10%.

INPC IBGE Dias 1 a 30 11 capitais*** 1 a 8 SM Contratos em geral.


IPCA IBGE Dias 1 a 30 11 capitais*** 1 a 40 SM Corrige a UFIR e baliza as metas
de inflação do governo.****
IPC FIPE Dias 1 a 30 SP 2 a 20 SM Contratos em geral.
ICV DIEESE Dias 1 a 30 SP 1 a 30 SM Corrige salários em acordos
trabalhistas.

Principais Índices de Preços - construção de KUHN (2009, p.47)

* O IGP-DI e IGP-M são compostos pelo índice de preços no atacado (peso 0,6), Índice de Preços ao
Consumidor (peso 0,3) e Índice Nacional de Custos da Construção (peso 0,1), dada uma base 1. Ambos
diferem apenas no período de coleta.
** Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia,
João Pessoa, Maceió, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
*** Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro,
Salvador e São Paulo.
**** A partir de junho/99, o Banco Central iniciou a implementação da nova sistemática de controle da
inflação (“inflation targeting” ou metas de inflação), referenciada no IPCA.

Kuhn aponta também que referente ao tratamento dos fluxos de caixa, existem
duas formas de se contemporizar o problema da inflação: o método pré-fixado e o
método pós-fixado.

No caso de adotar-se a sistemática da pré-fixação de variação da inflação,


ela necessita ser estimada a priori e definida no início da operação financeira.
Este método normalmente se baseia na história passada da variação de
preços e projetada a partir desta base. (KUHN 2009, p.48)

34
Nesta situação, os valores expressos são correntes e definidos para datas
futuras, contemplando uma taxa real de juros e uma aparente taxa de inflação, que
pode ser ou não concretizada. Tal método é mais utilizado nas operações de curto e
curtíssimo prazo.
Já o modelo pós-fixado é tradicionalmente utilizado nas operações de médio e
longo prazo. Explica o autor que neste caso se define apenas o indexador que será
adotado para a atualização dos valores e a taxa real de juros que será utilizada. Assim,
a inflação é incorporada a posteriori, ao longo do prazo das operações contratadas,
na medida em que o índice adotado se torne conhecido.
O modelo matemático que expressa essas relações é:

(1+i(n)) = (1+i(cm)) x (1+i(j))

Onde: i(n) = taxa nominal


i (cm) = taxa de variação de preços ou monetária
i (j) = taxa real de juros

10 RELACIONAMENTO COM A CONTABILIDADE

Fonte: st2.depositphotos.com

35
Os contadores são responsáveis pela preparação dos demonstrativos
financeiros que os administradores irão utilizar em suas análises, tais como: sobre a
lucratividade – Demonstrativo de Resultado do Exercício – e sobre a posição
financeira da empresa – Balanço Patrimonial.
De acordo com Groppelli e Ehsan Nikbakht (1998 apud BEZERRA, 2015, p.
12), os demonstrativos financeiros auxiliam os administradores a tomarem decisões
de negócios envolvendo o melhor uso do caixa e a realização de operações eficientes.
Isso deve demonstrar que os administradores de uma empresa têm acesso a muito
mais informações estatísticas detalhadas do que aparece nos demonstrativos
financeiros. Esses dados são principalmente importantes no que se refere ao
desenvolvimento dos conceitos de fluxos de caixa para a avaliação dos méritos
relativos aos diferentes projetos de investimentos. Essas informações permitem aos
administradores determinarem os fluxos de caixa incrementais, capacitando-os assim
a estabelecer uma fixação da taxa de lucratividade mais precisa de investimentos
específicos. Essas informações são inclusas pelos contadores sob orientações dos
administradores, nos relatórios internos, para que possam tomar as melhores
decisões de investimentos possíveis.

Enquanto o contador volta sua atenção para a coleta e apresentação de


dados financeiros, o administrador financeiro analisa os demonstrativos
contábeis, desenvolve dados adicionais e toma decisões, baseado em suas
avaliações acerca dos riscos e retornos inerentes. O papel do contador é
fornecer dados consistentes e de fácil interpretação sobre as operações
passadas, presentes ou futuras da empresa. O administrador financeiro utiliza
esses dados, na forma como se apresentam ou após realizar alguns ajustes,
e os toma como um importante insumo ao processo de tomada de decisão.
(Gitman, 2002:13 apud BEZERRA, 2015, p. 13)
A Administração Financeira e a Contabilidade nem sempre se distinguem
facilmente. Em pequenas empresas, controle frequentemente assume a
função financeira e em grandes empresas, muitos contadores estão
intimamente envolvidos em várias atividades financeiras. (Gitman, 2002, pag.
11 apud BEZERRA, 2015, p. 13)

10.1 Natureza das Demonstrações Financeiras

No processo de análise econômico-financeiro, uma grande variedade de dados


formais ou informais é normalmente revisada e testada conforme sua relevância em
relação ao propósito específico da análise. Tal conjunto de demonstrações,

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normalmente com periodicidade anual, contém balanço patrimonial, demonstração de
resultados e demonstração de fluxo de caixa.
Considerando que demonstrativos financeiros são a fonte de muitos esforços
analíticos, temos que entender primeiro a natureza, a abrangência e as limitações
deles antes que possamos usar os dados e observações, daí derivados, para nossos
julgamentos analíticos. Demonstrativos financeiros refletem os efeitos cumulativos de
todas as decisões administrativas passadas. Porém, eles envolvem uma considerável
ambiguidade. Os resultados da contabilidade financeira publicados, em grande parte,
abertos à interpretação especialmente do seu analista buscam entender o
desempenho econômico da empresa e a base para avaliar os resultados.

10.2 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é a representação padronizada dos saldos de todas as


contas patrimoniais, ou seja, as que representam elementos que compõem o
patrimônio de uma empresa, num determinado momento.
No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio
que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
financeira da companhia.
O Balanço Patrimonial é o mais conhecido e importante indicador contábil de
uma empresa. É por meio dele que a situação financeira da companhia é conhecida
— e exposta — por todos os envolvidos em sua gestão, dos diretores ao contador
responsável pelas informações da demonstração contábil.
De acordo com a Lei 6.404/76, no Ativo, as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes
grupos:
- Ativo Circulante;
O ativo circulante abrange valores realizáveis no exercício social subsequente.
Assim, por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de dezembro,
ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2016, deverá classificar
no Ativo Circulante todos os valores realizáveis até 31 de dezembro de 2017.
Na empresa cujo ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo deste ciclo.

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Raramente, porém, é usado esta classificação mais extensa. De forma que, como
padrão, pode-se adotar a classificação das contas como circulante se forem
realizáveis ou exigíveis no prazo de 1 (um) ano.

-Ativo Não-Circulante
Composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e
intangível.
São incluídos neste grupo todos os bens de permanência duradoura,
destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim
como os direitos exercidos com essa finalidade.

No Passivo, as contas serão classificadas nestes grupos:

- Passivo Circulante
Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se
vencerem no exercício seguinte.
No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício
social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo.

- Passivo Não-Circulante
Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se
vencerem após o exercício seguinte.
No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício
social, a concepção terá por base o prazo desse ciclo.

- Patrimônio Líquido
É a diferença entre o valor dos ativos e dos passivos.
Se divide em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Exemplo de Balanço Patrimonial simplificado conforme a Lei 6.404/76:

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Fonte: www.crcse.org.br (Prof. Francélio Cavalcante)

O professor Francélio Cavalcante (2017, p.8) classifica as contas do seguinte


modo:
- No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício
seguinte;
- No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do
exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia;
- Em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se
destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;
- No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos
com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;

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- No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados
à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido.
O professor também ressalta que, na companhia em que o ciclo operacional da
empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou
longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.

As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de


direitos do ativo não-circulante, serão classificadas no passivo circulante,
quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não-circulante, se
tiverem vencimento em prazo maior, observando que, na companhia em que
o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.
(CAVALCANTE, 2017, p.8)

A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a


parcela ainda não realizada.
Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:
- A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a
parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância
destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações
de debêntures ou partes beneficiárias;
- O produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
- O resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-
capitalizado.
Enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime
de competência, serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, as
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo
e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta
Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na
competência conferida pelo § 3o do art. 177 da Lei 6.404/76.
Continua o professor, pontuando que serão classificadas como reservas de
lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia (Reservas
Legal, Estatutárias, para Contingências, de Incentivos Fiscais e de Lucros a Realizar,
além da reserva para Retenção de Lucros).

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As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da
conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua
aquisição.

10.2.1 Como fazer o balanço patrimonial de uma empresa

1) Determinar o Período do Balanço Patrimonial


Primeiro determine o período em que será feito o balanço patrimonial.
Frequentemente, esta atividade compreende desde a atuação financeira da empresa
(início) até 6 meses. Mas em muitos casos, o balanço patrimonial é anual, até para
se ter uma contabilidade mais sólida e fiel de como a empresa está se saindo, já que,
devido as oscilações de períodos, pode-se ter meses bons e alguns ruins,
conseguindo apenas uma análise congruente de forma anual.

2) Levantamento do Ativo da Empresa


Neste segundo passo, primeiro se deve analisar a quantidade de dinheiro total
que o empreendimento tem em caixa, independente dos valores a serem pagos ou
recebidos.
Posteriormente, o gestor da empresa deve fazer um levantamento de todas as
contas que tem para receber. Ele precisa checar todas as contas, mesmo aquelas
com os prazos de vencimento mais longos. Após ter em mãos todas as contas a
receber, deve então, somá-las para obter o valor total dessa parte do ativo.
Faz-se agora o levantamento do ativo da empresa correspondente ao estoque.
A empresa deve fazer uma soma de tudo que tem em estoque até chegar ao resultado
final. Para facilitar esse processo é recomendado separar os produtos por categorias
e depois somar o resultado de cada categoria.
Logo após e realizada a soma da matéria-prima, que são os recursos que a
empresa tem para que seja possível colocar as suas atividades em prática no
mercado.
A última etapa do elemento ativo é a soma dos valores de todos os veículos
que a empresa possui a sua disposição.
Para concluir, deve ser feita a soma de todos os valores obtidos em todas as
somas anteriores. Conseguindo, assim, o total do ativo do empreendimento.

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3) Levantamento do Passivo da Empresa
Primeiro se realiza o levantamento do passivo da empresa, que é feito através
da soma dos valores que são pagos aos fornecedores. Adiciona o total de cada
fornecedor e posteriormente realiza a soma de todos os resultados.
Em seguida, realize o levantamento do valor das provisões e os salários que
precisam ser pagos aos funcionários do empreendimento.
Somando todos os valores dessa fase, por fim.

4) Levantamento do Patrimônio Líquido


Deve-se fazer o levantamento do patrimônio líquido da empresa como, por
exemplo, o capital social que é todo o dinheiro do negócio e os lucros recebidos dentro
do período de análise.

5) Somar Todos os Elementos do Balanço Patrimonial


E por fim, é realizada a soma de todos os elementos descritos e somados
anteriormente, quais sejam: o ativo, passivo e patrimônio líquido. A partir daí a
empresa tem todas as informações específicas para melhorar a administração das
suas finanças.
Lembrando que é recomendado fazer este balanço patrimonial periodicamente
a fim de mantê-lo atualizado.

10.3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) discriminará (Art. 187 da Lei


6.404/76):
I - A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
II - A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
III - As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV - O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

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V - O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para
o imposto;
VI – As participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como
despesa;
VII - O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
capital social.

Vale ressaltar que na determinação do resultado do exercício serão


computados:
- As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua
realização em moeda; e
-Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos.

A seguir, temos um exemplo simplificado de Demonstração do Resultado nos


moldes legais:

Fonte: www.crcse.org.br (Prof. Francélio Cavalcante)

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10.4 Fluxo De Caixa

O fluxo de caixa é normalmente apresentado como o registro ordenado no


tempo, do total das entradas e saídas de caixa de uma empresa. A sua contribuição
está essencialmente ligada à indicação dos períodos de saldos positivos e negativos
de caixa, especialmente no futuro, o que é da maior importância para a gestão do
negócio, pois possibilita a tomada de ações preventivas para suprir a empresa dos
recursos adequados, ou ajustar as suas realizações à disponibilidade e recursos com
que a mesma pode operar.
Atualmente o fluxo de caixa vem firmando sua autonomia e embora não seja
ainda de publicação obrigatória no Brasil, apesar da nova legislação contábil prever
sua obrigatoriedade, ele se presta a explicar as variações ocorridas nas
disponibilidades da empresa.
Sua importância reside no fato de se constituir em um demonstrativo que, além
de ser de fácil entendimento até mesmo para leigos, retrata o caixa, sendo que este,
segundo Iudícibus (1988 apud KUHN, 2012, p. 75), afeta duas áreas importantes da
firma: a gerência operacional e financeira. Além disso, este demonstrativo se
diferencia dos balancetes contábeis por retratar a situação real do caixa na empresa,
não existindo, portanto, categorias relacionadas ao seu patrimônio físico.
Para Zdanowicz (2004 apud KUHN, 2012, p. 75), o fluxo de caixa é estruturado
levando em consideração dois princípios básicos:
- Considera a competência de caixa e não a do exercício social, e
- Considera apenas os ingressos e desembolsos efetivos de caixa do período.

O fluxo de caixa possui como um de seus objetivos a projeção das


disponibilidades financeiras da empresa, produzindo informações necessárias à
programação da captação de recursos financeiros, otimização das aplicações de
sobras de caixa, gerenciamento de contas a pagar, avaliação do impacto de variações
de custos e preços, dentre outras decisões importantes.
O fluxo de caixa representa um instrumento que se destaca como auxiliar para
a correta gestão dos recursos financeiros. É mediante sua elaboração, aliada à
simultânea projeção do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultado do
Exercício – DRE – que se poderá conhecer previamente o comportamento e evolução

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do caixa e respectivos efeitos sobre o resultado e sobre a estrutura patrimonial.
Possibilitando, assim, uma programação eficiente e permitindo a definição de
estratégias de ação para o perfeito equilíbrio financeiro da organização.
Para que a área financeira possa desempenhar eficazmente sua função, o
gestor deverá ser amparado por sistemas de informações que lhe permitam planejar
suas ações, objetivando manter estável o nível de liquidez e, ainda, contribuir para a
consecução de lucro adequado ao nível dos investimentos realizados.
A projeção do fluxo de caixa, apoiando-nos em Zdanowicz (2004 apud KUHN,
2012, p. 76), depende de vários fatores, como o tipo de atividade econômica, o porte
da empresa, o processo de produção e/ou comercialização, além das fontes de caixa,
que podem ser internas e/ou externas.
Há que se considerar que o fluxo de caixa não deve e não pode ser visto como
um substituto da contabilidade, mas um indispensável complemento para as tomadas
de decisão, até porque os relatórios contábeis serão sempre fontes de informação
para a própria formação do fluxo de caixa.
Os principais objetivos do fluxo de caixa são:
- Saldar as obrigações da empresa na data do vencimento;
- Buscar o perfeito equilíbrio entre ingressos e desembolsos de caixa da
empresa;
- Evitar desembolsos vultosos pela empresa, em época de baixo encaixe;
- Desenvolver o controle dos saldos de caixa e dos créditos a receber pela
empresa.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa irá retratar as alterações ocorridas


durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas
alterações em três fluxos: das operações, dos financiamentos, e dos investimentos.

A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as


demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os
usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma entidade, sua
estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para
alterar os valores e prazos dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às
mudanças nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os
fluxos de caixa são úteis para avaliar a capacidade da entidade gerar
recursos dessa natureza e possibilitam aos usuários desenvolver modelos
para avaliar e comparar o valor presente de futuros fluxos de caixa de
diferentes entidades. A demonstração dos fluxos de caixa também melhora a
comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional para diferentes

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entidades porque reduz os efeitos decorrentes do uso de diferentes
tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos.
(CAVALCANTE, 2017, p.8)

Informações históricas dos fluxos de caixa são utilizadas geralmente como


indicadores do montante, época de ocorrência e grau de certeza dos fluxos de caixa
futuros. São úteis também para averiguar a exatidão das estimativas passadas dos
fluxos de caixa futuros, assim como para examinar a relação entre lucratividade e
fluxos de caixa líquidos e o impacto das mudanças de preços.

Exemplo legal simplificado da DFC:

Fonte: www.crcse.org.br (Prof. Francélio Cavalcante)

A Demonstração dos Fluxos de Caixa se apresenta de duas maneiras distintas:


na forma direta e na forma indireta.
- O método direto: Equivale a realização de uma narrativa das entradas e saídas
de caixa e equivalentes de caixa.
- O método indireto: Consiste em mostrar a variação do caixa e dos
equivalentes de caixa através das variações ocorridas nas outras contas patrimoniais,
com seus respectivos ajustes.
Conforme o CPC 03, “Caixa” compreende numerário em espécie e depósitos
bancários disponíveis. “Equivalentes de caixa” são aplicações financeiras de curto
prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido
de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.

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Modelos simplificados de DFC:

Fonte: www.crcse.org.br (Prof. Francélio Cavalcante)

Fonte: www.crcse.org.br (Prof. Francélio Cavalcante)

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11 ADMINISTRAÇÃO DA ESTRUTURA DOS ATIVOS

Fonte: nexxto.com

Esta função objetiva orientar as decisões quanto à composição das aplicações


de recursos em ativos, canalizando os recursos para as aplicações mais rentáveis.
Esta atribuição denota que o administrador financeiro deve dedicar atenção especial
à destinação dos recursos em investimentos: em ativos circulantes e não circulantes.
Os circulantes representam aqueles ativos aplicados em um período inferior a um ano
e os não circulantes dizem respeito aos realizáveis em longo prazo, aos investimentos
em novos negócios, aos imobilizados e intangíveis. Cabe ao administrador financeiro
o papel de distribuidor dos recursos entre os diferentes usos alternativos que são
apresentados, objetivando retorno máximo sobre o capital investido.
Destaca-se a preocupação em identificar as oportunidades de investimento
cujo retorno em valor para a empresa seja superior ao seu custo de aquisição. Denota,
portanto, uma expectativa com o quanto se espera receber, em termos monetários,
quando se espera recebê-lo e com a probabilidade de que seja recebido. Conforme
Ross, Westerfield e Jordan (1998 apud KUHN, 2012, p. 14), a avaliação da magnitude,
da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do
orçamento de capital, aspecto fundamental a ser considerado na decisão financeira
de um empreendimento.

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12 ADMINISTRAÇÃO DA ESTRUTURA DOS PASSIVOS

Visa orientar as decisões quanto à composição das fontes de recursos da


empresa em termos de recursos próprios e de terceiros, estes últimos podendo ser de
curto e longo prazos. A composição adequada da estrutura do capital é condição
relevante para uma eficácia na busca do retorno. Esta atribuição se ocupa da captação
de recursos das diferentes fontes potenciais de financiamentos existentes: capitais
próprios e de terceiros. Cabe à função financeira o papel de selecionar as fontes de
recursos que sejam mais vantajosas para a empresa.
O objetivo econômico básico da administração financeira é o retorno sobre o
capital investido em longo prazo. No plano estritamente financeiro são identificados
dois objetivos básicos: maximização da rentabilidade sobre o capital investido e
liquidez adequada. Braga (1995 apud KUHN, 2012, p. 16) destaca que “o equilíbrio
entre a liquidez adequada e a rentabilidade satisfatória constitui constante desafio
enfrentado pela administração financeira”.
Podemos definir liquidez como a capacidade que possui um bem de servir
como instrumento de troca, atributo característico do dinheiro. Costuma-se também
definir liquidez como a capacidade que tem um bem de se transformar rapidamente
em dinheiro. Liquidez significa capacidade potencial de cumprimento dos
compromissos financeiros (obrigações) assumidos, em níveis satisfatórios ou
desejáveis, em dado momento e nos prazos acordados.
Para Silva (2005 apud KUHN, 2012, p. 16) “os índices de liquidez fornecem
indicadores de capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação
entre os direitos realizáveis e as exigibilidades”. Braga (1995 apud KUHN, 2012, p.
16), apregoa se as empresas deixarem de liquidar seus compromissos financeiros nas
datas convencionadas, elas sofrerão restrições de crédito e terão dificuldades na
manutenção do ritmo normal de suas operações.
A rentabilidade expressa a otimização da remuneração sobre o capital investido
pelos acionistas, ou a maximização da riqueza dos proprietários. O sucesso sempre
é julgado pelo valor da empresa. Silva (2005 apud KUHN, 2012, p. 16) ainda destaca
que a rentabilidade é medida e quantificada pelos índices de retorno, que, “também
conhecidos por índices de lucratividade ou mesmo rentabilidade, indicam qual o
retorno que o empreendimento está propiciando”.

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13 INDICES DE LIQUIDEZ

Fonte: inepadconsulting.com.br

Os índices de liquidez evidenciam a base da situação financeira da empresa,


isto é, constituem uma apreciação sobre sua capacidade de saldar compromissos a
partir da comparação entre as disponibilidades e os direitos realizáveis com os
compromissos financeiros assumidos na forma de dívidas, mostrando quão sólida é
sua base.
Possuindo bons índices de liquidez, uma empresa tem condições potenciais de
pagar suas dívidas, mas isso também não significa que, necessariamente, ela esteja
fazendo isso. Liquidez se refere à capacidade de pagar obrigações em dia, nos
devidos prazos, ou seja, expressa a possibilidade de pagar os compromissos
determinados.
A forma tradicional de mensuração da liquidez na estática patrimonial é:
- Liquidez Geral: Ativo Circulante mais Realizável em Longo Prazo sobre
Passivo Circulante mais Passivo não circulante;
- Liquidez Corrente: Ativo Circulante sobre Passivo Circulante;
- Liquidez Seca: Ativo Circulante menos Estoques sobre Passivo Circulante.

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13.1 Liquidez Geral

Indica quanto a empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto


e longo prazos, para fazer frente as suas dívidas totais (passivo exigível).

Onde:
LG = Liquidez geral
AC = Ativo circulante
RLP = Realizável a longo prazo (subgrupo dentro do Ativo não circulante)
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo não Circulante

A interpretação desse índice é no sentido de “quanto maior, melhor”, mantidos


constantes os demais fatores.
O índice de liquidez geral, é um indicador que subentende que, se a empresa
fosse parar suas atividades naquele momento, deveria pagar suas dívidas com seu
dinheiro (disponibilidades) mais seus realizáveis, sem precisar envolver o ativo
permanente ou os imobilizados.
O cálculo, em verdade, não expressa uma situação de liquidez, mas de
solvência. Este fato decorre de estarem sendo incluídos no denominador todos os
passivos de curto e longo prazos. Normalmente uma empresa apenas liquida todas
as suas obrigações se estiver sendo cogitada sua extinção, pois se não for essa a
situação o cálculo desse índice deixa de ser significativo.

13.2 Liquidez Corrente

Indica o quanto a empresa possui em dinheiro, mais bens e direitos realizáveis


no curto prazo (próximo exercício ou ano fiscal), comparado com suas dívidas a serem
pagas no mesmo período.

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LC = Liquidez corrente
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante

A interpretação desse índice é “quanto maior, melhor”, mantidos constantes os


demais fatores. Este índice é o mais conhecido justamente porque mede a saúde
financeira das empresas. Como medida isolada, porém, não se pode afirmar que a
liquidez corrente é boa ou ruim, pois tudo depende do tipo de atividade da empresa e,
especialmente, do seu ciclo financeiro, ou seja, do ciclo da necessidade de capital de
giro.

13.3 Liquidez Seca

Indica quanto a empresa possui em disponibilidades (dinheiro, depósitos


bancários à vista e aplicações financeiras de liquidez imediata), aplicações financeiras
a curto prazo e duplicatas a receber, para pagar o seu passivo circulante.
Para simplificar a análise deste índice, é muito comum a utilização da seguinte
fórmula para calcular a liquidez seca, evidenciando a exclusão dos valores do estoque
do ativo circulante:

LS = Liquidez seca
AC = Ativo Circulante
Est = Estoques
PC = Passivo Circulante

A interpretação do índice de liquidez seca segue o mesmo raciocínio dos


índices de liquidez geral e corrente, isto é, “quanto maior, melhor”, mantidos
constantes os demais fatores.
Os três índices de liquidez (geral, corrente e seca) completam-se entre si e
permitem ao analista certo aprofundamento no exame do risco da empresa. São

52
parâmetros cuja observação é necessária, mas não suficientes para conclusão acerca
da robustez financeira da empresa.
Outros índices de liquidez que aparecem na literatura financeira, porém usados
com menor frequência nas avaliações da liquidez das empresas, são o Capital
Circulante Líquido (CCL = AC – PC) e a Liquidez imediata, que relaciona as
disponibilidades e aplicações financeiras com o passivo circulante.
Estes são índices complementares e que podem auxiliar numa análise mais
detalhada da estrutura de liquidez.

14 INDICADORES DE RETORNO

Fonte: jurosbaixos.com.br

A Rentabilidade expressa a otimização da remuneração sobre o capital


investido pelos acionistas, ou a maximização da riqueza dos proprietários. O sucesso
sempre é julgado pelo valor da empresa. Os acionistas sempre preferirão aquela
decisão que aumente o valor de sua ação. Uma das finalidades principais de uma
empresa.
Os mecanismos de avaliação do retorno são diversos e podem ser assim
avaliados:

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- Lucro por Ação;
- Lucro Líquido em relação ao patrimônio líquido médio;
- Lucro Líquido em relação ao ativo total médio;
- Valor Presente Líquido dos fluxos líquidos de caixa;
-Taxa Mínima de Atratividade (TMA) comparada ao retorno do
empreendimento.

Como se sabe, o lucro é o principal estímulo do empresário e uma das formas


de avaliação do êxito de um empreendimento com fins lucrativos. O volume de
atividades da empresa e o resultado decorrente dessa atividade irão interferir nos
demais indicadores da empresa. Os índices de retorno, também conhecidos por
índices de lucratividade e de rentabilidade, indicam qual o retorno que o
empreendimento está propiciando, relacionando os lucros ou resultados em relação
aos diversos tipos de capitais (capital total, capital próprio, capital social, dentre
outros).
Esta avaliação pode ser obtida mediante a análise das demonstrações
financeiras (BP – Balanço Patrimonial e DRE – Demonstração do Resultado do
Exercício) relacionando contas e/ou grupos de contas destas demonstrações. Os
indicadores tradicionais são: Retorno sobre as Vendas, Retorno sobre o Ativo Total e
Retorno sobre o Capital Próprio, conciliados ao giro dos ativos.

14.1 Retorno Sobre as Vendas (RSV)

O índice “retorno sobre as vendas” compara o lucro líquido em relação às


vendas líquidas do período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa está
obtendo em relação ao seu faturamento líquido. Este índice também é conhecido mais
usualmente como margem de lucratividade.

RSV = Lucro Líquido /Vendas Líquidas x 100

A interpretação do índice de retorno sobre as vendas é no sentido de “quanto


maior, melhor”. Alguns comentários gerais acerca do índice:

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- Tanto o lucro líquido do período quanto as vendas líquidas, no caso de uma
economia inflacionária, tendem a estar desatualizados, podendo, portanto, conter
distorções no cálculo do índice se não houver instrumento de atualização monetária
dos valores.
- O lucro líquido pode conter valores expressivos relativos a despesas ou
receitas não operacionais. Cabe então calcular também a lucratividade operacional
ou rentabilidade operacional das vendas.
- O resultado da equivalência patrimonial deve ser investigado para conhecer
sua origem nas controladas ou coligadas.
- O critério de avaliação dos estoques e de apropriação dos custos pode
interferir no valor do CMV ou do CPV e, portanto, no lucro.

14.2 Giro do Ativo (GA)

O giro do ativo é um dos principais indicadores da atividade da empresa.


Estabelece a relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados
na empresa, que são representados pelo ativo total médio.

GA = Vendas Líquidas/Ativo Total Médio

A interpretação isolada do índice de giro do ativo é no sentido de “quanto maior,


melhor”, indicando o nível de eficiência com que são utilizados os recursos aplicados
na empresa, isto é, no ativo total.
Quanto ao giro do ativo, destacam-se algumas observações gerais:
- O ativo total poderá estar subavaliado em função da inadequação ou
inexistência dos índices de atualização monetária do ativo permanente, no caso de
existência de inflação;
- Eventuais reavaliações de ativos podem interferir na variação do giro do ativo
de um ano para outro, bem como na sua comparação com os padrões do ramo de
atividade ou da sua concorrência principal;
- Existência de itens representativos no ativo, que não estejam relacionados
com produção e vendas, possa superavaliar o ativo e prejudicar o significado do
indicador;

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- Empresas em fase de expansão, que adquirem ativos permanentes durante o
período em avaliação, também introduzem imperfeição no índice, uma vez que esses
ativos não foram utilizados no processo produtivo durante todo o período; e
- O ativo total médio é calculado somando-se o ativo total do início do período
com o ativo total do final do período e dividindo-se este somatório por dois.

Caso não tenha havido mudanças expressivas no valor do ativo total, de um


ano para outro, podemos utilizar o ativo total no final do ano que está sendo analisado,
ao invés do ativo total médio. Esta média é requerida, pois estamos relacionando
informações de resultado, portanto de um período, com informações de patrimônio,
ou seja, de um momento.

14.3 Retorno Sobre o Ativo (RSA)

O índice de retorno sobre o ativo indica a lucratividade que a empresa propicia


em relação aos investimentos totais representados pelo ativo total médio.
RSA = Lucro Líquido/ Ativo Total Médio

A interpretação do retorno sobre o ativo é no sentido de que “quanto maior,


melhor”. Este índice tem importância fundamental para iniciar o processo de avaliação
de novos projetos de investimentos. Os comentários a respeito dos índices anteriores
também valem para este.

14.4 Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (RSPL)

O índice de retorno sobre o patrimônio líquido indica quanto de prêmio os


acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em relação aos seus
investimentos no empreendimento. O lucro, portanto, é o prêmio do investidor pelo
risco de seu negócio.

RSL = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido médio x 100

56
A interpretação do retorno sobre o patrimônio líquido é no sentido de “quanto
maior, melhor”.
Comentários gerais a respeito do índice de retorno sobre o PL:
- Os índices de retorno indicam a vitalidade da empresa, que muitas vezes se
deteriora a partir de sua fraca capacidade de gerar lucro.
- O lucro líquido é considerado após a dedução das participações estatutárias
nos lucros. Adicionalmente, no cálculo do retorno sobre o PL poderiam ser excluídos
os dividendos obrigatórios sobre as ações preferenciais, os quais são tão obrigatórios
quanto as participações estatutárias.
- No caso do cálculo do PL, o ideal é corrigir o saldo inicial mais os acréscimos
do período e calcular a média ponderada pelo tempo de permanência dos recursos.
Porém, na maioria das vezes não temos acesso a estas informações, especialmente
se assumimos uma posição de analista externo à empresa.

Outra preocupação importante do administrador financeiro deve ser com a


estrutura do capital das firmas, expressa pela estrutura financeira, ou seja, aquela que
se preocupa com o financiamento do empreendimento. Este olhar nos remete a
analisar os passivos e o patrimônio líquido.

15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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