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Gestão de

Investimentos Futuros
Profª. Estelamaris Reif
Prof. Péricles Ewaldo Jader Pereira

Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021

Elaboração:
Profª. Estelamaris Reif
Prof. Péricles Ewaldo Jader Pereira

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

R361g
Reif, Estelamaris
Gestão de investimentos futuros. / Estelamaris Reif; Péricles Ewaldo
Jader Pereira. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
176 p.; il.
ISBN 978-65-5663-508-8
ISBN Digital 978-65-5663-507-1
1. Finanças. - Brasil. 2. Educação financeira. – Brasil. I. Pereira,
Péricles Ewaldo Jader. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 332.024

Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Bem-vindo à disciplina de Gestão de Investimentos
Futuros. Este livro é importantíssimo para sua continuação no processo de
formação educacional e profissional. Este foi elaborado de forma que seu
conteúdo conceitual e prático esteja de acordo com o conhecimento profis-
sional atual, proporcionando, dessa forma, qualidade nos seus estudos.

Nesta unidade, vamos conhecer de forma mais acentuada os aspec-


tos teóricos e práticos da Gestão de Investimentos Futuros. Conhecer a Ges-
tão de Investimentos Futuros fará com que você tenha uma base teórica para
continuar com o restante do estudo. É importante destacar que a base teórica
se torna necessária para fundamentar e dar suporte, pois ela é que pode ser
considerada o conjunto de regras a serem seguidas.

Na Unidade 2, vamos compreender e trabalhar os conceitos básicos


de economia e finanças, que consiste em falarmos da educação financeira, da
importância da organização das finanças, além de entender como funciona o
mercado financeiro. Veremos os tipos de investimentos em renda fixa, anali-
saremos o perfil de investidor, entenderemos mais sobre o fundo garantidor
de crédito, bem como os tipos de investimentos públicos e privados.

Por fim, a última unidade deste livro é dedicada aos investimentos de


renda variável e suas diferenças com os de renda fixa

Aproveite! Esses assuntos tornarão você um profissional qualificado


para atuar no mercado de trabalho.

Ótimos estudos.

Prof. Péricles Ewaldo Jader Pereira


Profª. Estelamaris Reif
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!
LEMBRETE

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela


um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro


que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


Sumário
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS...................................................................................... 1

TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FINANCEIRA......................................................................................... 3


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 3
2 MICRO E MACRO ECONOMIA...................................................................................................... 3
3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA.................................................................... 6
4 DIFERENÇA ENTRE PREÇO E VALOR.......................................................................................... 7
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 14

TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA.............................................................................. 17


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 17
2 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA...................................................................... 17
2.1 FINANÇAS NA INFÂNCIA........................................................................................................ 18
2.2 FINANÇAS NA ADOLESCÊNCIA ........................................................................................... 18
2.3 FINANÇAS NA FASE ADULTA................................................................................................. 19
2.4 FINANÇAS NA TERCEIRA IDADE........................................................................................... 19
3 FERRAMENTAS DE ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA.............................................................. 20
3.1 CALCULADORA DO CIDADÃO.............................................................................................. 23
4 METAS E OBJETIVOS (CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO)................................................ 31
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 36

TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO......................................................................................... 39


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 39
2 MERCADO DE CAPITAIS............................................................................................................... 42
3 MERCADO DE CRÉDITO................................................................................................................ 45
4 MERCADO DE CÂMBIO................................................................................................................. 48
5 MERCADO MONETÁRIO............................................................................................................... 51
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 55
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 57

REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 60

UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL.................................. 63

TÓPICO 1 — PERFIL DO INVESTIDOR......................................................................................... 65


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 65
2 PERFIL DE INVESTIDOR................................................................................................................ 65
3 CONSERVADOR................................................................................................................................ 68
4 MODERADO....................................................................................................................................... 70
5 ARROJADO / AGRESSIVO.............................................................................................................. 71
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................. 74
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 76
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 77

TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS.................. 81


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 81
2 O QUE É FGC?..................................................................................................................................... 82
3 INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS...................................................................................................... 88
3.1 BANCOS MÚLTIPLOS................................................................................................................. 88
3.2 BANCOS COMERCIAIS............................................................................................................... 89
3.3 BANCOS DE INVESTIMENTO................................................................................................... 89
3.4 BANCOS DE DESENVOLVIMENTO......................................................................................... 90
3.5 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL............................................................................................... 91
3.6 AS SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO........................ 92
3.7 SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO............................................................................ 92
3.8 COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS............................................................................................... 93
3.9 ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO................................................................ 93
4 INVESTIMENTOS ASSEGURADOS............................................................................................ 95
4.1 LETRAS DE CÂMBIO (LC) ......................................................................................................... 95
4.2 LETRAS HIPOTECÁRIAS (LH) ................................................................................................. 96
4.3 LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (LCI) E LETRAS DE CRÉDITO DO
AGRONEGÓCIO (LCA)................................................................................................................ 97
4.4 DEPÓSITOS A PRAZO COM OU SEM RDB/CDB................................................................... 97
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 100

TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS..................................................... 103


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 103
2 TESOURO DIRETO......................................................................................................................... 104
3 CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO (CDB) ............................................................... 107
4 LCI/LCA.............................................................................................................................................. 109
5 PREVIDÊNCIA/APOSENTADORIA PÚBLICA........................................................................ 111
5.1 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ..................................................................................... 112
5.2 APOSENTADORIA POR IDADE.............................................................................................. 113
5.3 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO...................................................... 114
5.4 APOSENTADORIA ESPECIAL................................................................................................. 114
6 PREVIDÊNCIA/APOSENTADORIA PRIVADA....................................................................... 116
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 119
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 121

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 124

UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL.................................................... 127

TÓPICO 1 — O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL................................................................. 129


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 129
2 RENTABILIDADE............................................................................................................................ 129
2.1 RENTABILIDADE PRÉ-FIXADA.............................................................................................. 131
2.2 RENTABILIDADE PÓS-FIXADA.............................................................................................. 131
2.3 RENTABILIDADE HÍBRIDA..................................................................................................... 132
2.4 CÁLCULO DA RENTABILIDADE........................................................................................... 132
2.4.1 Levar em conta os custos................................................................................................... 132
2.4.2 Definir quanto tempo você pode esperar........................................................................ 133
2.4.3 Aprender a regra dos juros compostos............................................................................ 133
3 RELAÇÃO COM INVESTIDORES............................................................................................... 134
3.1 VISÃO ESTRATÉGICA DE RI.................................................................................................... 134
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 142

TÓPICO 2 — INVESTIMENTOS NA RENDA VARIÁVEL....................................................... 145


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 145
2 AÇÕES................................................................................................................................................ 145
2.1 CUSTOS OPERACIONAIS PARA OPERAÇÕES COM AÇÕES.......................................... 146
2.2 IMPOSTO DE RENDA PARA OPERAÇÕES COM AÇÕES................................................. 147
2.3 EXEMPLO DE TRANSAÇÕES COM AÇÕES......................................................................... 147
3 OPÇÕES.............................................................................................................................................. 148
3.1 VENCIMENTO DE UMA OPÇÃO........................................................................................... 149
3.2 CÓDIGO DAS OPÇÕES............................................................................................................. 150
4 FUNDO DE INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS (FII)............................................................ 151
5 CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS (COE) ................................................ 153
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 155
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 157

TÓPICO 3 — O QUE NÃO É INVESTIMENTO........................................................................... 159


1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 159
2 TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO.................................................................................................. 159
3 CONSÓRCIO..................................................................................................................................... 160
4 CARRO PARTICULAR ................................................................................................................... 162
5 CASA PRÓPRIA............................................................................................................................... 163
LEITURA COMPLEMENTAR........................................................................................................... 168
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................. 173

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 175
UNIDADE 1 —

ECONOMIA E FINANÇAS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender os conceitos de economia;

• entender os conceitos de micro e macroeconomia;

• aprender a importância da educação financeira;

• saber a diferença entre preço e valor;

• aprender os conceitos e as ferramentas da organização financeira;

• distinguir as metas e objetivos de curto, médio e longo prazo;

• aprender sobre o mercado financeiro e suas vertentes.

1
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – EDUCAÇÃO FINANCEIRA

TÓPICO 2 – ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

TÓPICO 3 – MERCADO FINANCEIRO

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, tem se falado muito sobre educação financeira, é comum ouvir-


mos o termo tanto na mídia televisiva como na internet. É de fundamental importân-
cia estar ciente e bem-informado sobre o que está acontecendo ao nosso redor, além
disso, é importante sabermos diferenciar e filtrar as informações que recebemos.

Para tratar desse assunto, é necessário que você leia e releia quantas vezes
for necessário algum parágrafo que não tenha ficado claro, pois como o próprio
nome diz, estamos falando de “Educação Financeira” e isso envolve, em muitos
casos, a boa interpretação do acadêmico sobre o texto exposto.

Aproveite ao máximo o conteúdo desse livro didático e, ao final de cada


tópico, pratique as autoatividades disponibilizadas. Bons estudos!

2 MICRO E MACRO ECONOMIA


Para falarmos de educação financeira precisamos, em primeiro lugar, en-
tender o funcionamento do mercado. Por isso se faz necessário passarmos por
alguns conceitos e o primeiro deles é a economia.

Segundo Vasconcellos (2015), economia pode ser entendida como uma


ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar recur-
sos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los
entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às
necessidades humanas.

O objetivo da economia é estudar como economizar recursos, esse concei-


to é importante quando falamos em educação financeira.

Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização econômi-


ca ou regime político, são obrigadas a fazer opções, escolhas entre alternativas,
uma vez que os recursos não são abundantes. Elas são obrigadas a fazer escolhas
sobre o que e quanto, como e para quem produzir (VASCONCELLOS, 2015). O
Quadro 1 nos mostra como isso acontece:

3
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

QUADRO 1 – O QUE E QUANTO, COMO E PARA QUEM PRODUZIR

O que e quanto produzir Como produzir Para quem produzir


A sociedade deve decidir Trata-se de uma questão A sociedade deve decidir
se produz mais bens de de eficiência produtiva: quais os setores que serão
consumo ou bens de capi- serão utilizados métodos beneficiados na distribui-
tal, ou como num exem- de produção capital-inten- ção do produto: traba-
plo clássico: quer produ- sivos? ou mão de obra-in- lhadores, capitalistas ou
zir mais canhões ou mais tensivos? ou terra-intensi- proprietários da terra?
manteiga? Em que quanti- vos? Essa decisão depende agricultura ou indústria?
dade? Os recursos devem da disponibilidade de re- mercado interno ou mer-
ser dirigidos para a produ- cursos de cada país. cado externo? Região Sul
ção de mais bens de consu- ou Norte? Ou seja, trata-se
mo ou bens de capital? de decidir como será dis-
tribuída a renda gerada
pela atividade econômica.
FONTE: Adaptado de Vasconcellos (2015, p. 3)

Dentro da economia temos a microeconomia e a macroeconomia, vamos


ver como elas funcionam começando pela microeconomia.

Segundo Vasconcellos (2015), a Microeconomia, ou Teoria de Preços, é a


parte da teoria econômica que estuda o comportamento das famílias e das empre-
sas e os mercados nos quais operam. O enfoque da análise microeconômica é par-
cial, concentrando-se em mercados específicos, diferente da macroeconomia, em
que são estudados os grandes agregados (Produto Nacional, Nível Geral de Preços
etc.), dentro de um enfoque de análise global. A microeconomia analisa a formação
de preços no mercado. Os preços formam-se com base em dois mercados:

• mercado de bens e serviços (preços de bens e serviços);


• mercado dos serviços dos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros).

Deve ser observado que a microeconomia não tem seu foco específico na
empresa (não deve ser confundida com Administração de Empresas), mas no
mercado no qual as empresas e consumidores interagem, analisando os fatores
econômicos que determinam tanto o comportamento do consumidor quanto o
comportamento da empresa (VASCONCELLOS, 2015).

Além da microeconomia, existe a macroeconomia – que também nos afeta


e afeta a nossa educação financeira.

A macroeconomia é o ramo da teoria econômica que trata da evolução


da economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos
grandes agregados, como renda e produto nacionais, investimento, poupança e
consumo agregados, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de
moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos (VASCONCELLOS, 2015).

4
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia


não analisa o comportamento específico das unidades econômicas individuais, tais
como famílias e firmas, a fixação de preços nos mercados específicos, os efeitos de
oligopólios em mercados individuais etc. Essas são preocupações da microecono-
mia. A macroeconomia trata os mercados de forma global. Por exemplo, no mer-
cado de bens e serviços, o conceito de Produto Nacional é um agregado de merca-
dos agrícolas, industriais e de serviços; no mercado de trabalho, a macroeconomia
preocupa-se com a oferta e a demanda de mão de obra e com a determinação dos
salários e nível de emprego, mas não considera diferenças em qualificação, sexo,
idade, origem da força de trabalho etc. (VASCONCELLOS, 2015).

Apesar do aparente contraste, não há um conflito básico entre a micro e


a macroeconomia, dado que o conjunto da Economia é a soma de seus mercados
individuais. A diferença é primordialmente uma questão de ênfase, de enfoque.
Por exemplo, ao estudar a determinação de preços numa única indústria, na mi-
croeconomia, consideram-se constantes os preços das outras indústrias. Na ma-
croeconomia, estuda-se o nível geral de preços, ignorando-se as mudanças de
preços relativos de bens das diferentes indústrias (VASCONCELLOS, 2015).

De forma resumida a microeconomia tem um enfoque mais individual enquan-


to a macroeconomia tem um enfoque mais global, conforme demonstrado no Quadro 2.

QUADRO 2 – MACROECONOMIA X MICROECONOMIA

FONTE: <https://bit.ly/321y45f>. Acesso em: 26 mar. 2021.

O Quadro 2, mostrou os focos diferentes tanto da microeconomia como


da macroeconomia.

Após entendermos mais de economia e como ela atinge a nossa vida diária,
iremos para o próximo subtópico, que fala da importância da educação financeira.

5
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA


Para Santos (2018), a educação financeira ajuda na maneira de como cada
indivíduo lida com o dinheiro. Não precisamos ir longe para entender a importân-
cia da educação financeira, basta saber da alta taxa de endividamento no Brasil.

Existe uma estimativa realizada por diversos institutos de pesquisa que,


em 2018, mais de 50% das famílias estavam endividadas e que existiam um total
de aproximadamente 58% das pessoas com o nome negativado nos sistemas de
proteção de crédito (SANTOS, 2018).

Já no ano de 2020, com o problema da pandemia da COVID-19, esses nú-


meros ficaram mais alarmantes. Em agosto daquele ano, o indicador que mede o
endividamento das famílias brasileiras chegou ao recorde histórico de 67,5% das
famílias endividadas (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO, 2020).

A Figura 1, mostra o percentual de endividamento das famílias no perío-


do de novembro de 2019 até novembro de 2020.

FIGURA 1 – ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS

FONTE: <https://bit.ly/39AukMv>. Acesso em: 26 mar. 2021.

No Brasil, muitas, se não a maioria das pessoas tem o entendimento que ga-
nha pouco e que deveria ganhar mais. Para a maioria das famílias brasileiras, o di-
nheiro frequentemente termina antes do final do mês. Em uma situação como essa,
quando o novo salário chega, este já está parcialmente comprometido com as contas
do mês anterior. Com isso, muitos, não vendo saída lançam mão do cheque especial.

6
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Você ganha pouco ou gasta muito? Talvez o problema esteja na falta de


controle das despesas. Toda empresa bem-sucedida tem um orçamento que indica
com clareza os itens que compõem suas despesas e o percentual que elas represen-
tam na receita. Se a receita cai, as despesas, se não eliminadas, devem cair propor-
cionalmente. Por que as pessoas não fazem o mesmo com suas finanças pessoais?

A resistência a planejar e controlar despesas começa pelo fato de que fazer


orçamento não só é chato, como deixa claro que não há dinheiro suficiente para
fazer tudo o que se quer ou precisa. Exige escolher e cortar. Cortar dói e, assim,
não fazemos orçamento e pronto. Compramos primeiro, pensando em dar um
jeito de pagar depois (DESSEN, 2015).

Pode ser uma boa estratégia do ponto de vista emocional. Que tal encon-
trar aquele vestido maravilhoso com desconto de 30%? Jantar num restaurante
famoso, com serviço impecável e comida maravilhosa? Viajar e conhecer o mun-
do? Ter uma bolsa de grife, um carro novo e uma tão cobiçada Harley Davidson?

Do ponto de vista financeiro, isso pode trazer problemas no curto prazo


se a compra não foi planejada. A satisfação imediata e momentânea gerada pelo
prazer da compra será anulada pela preocupação de como arcar com os compro-
missos financeiros assumidos.

Então, qual é a melhor estratégia? O equilíbrio. Gastar de acordo com suas


possibilidades atuais. Planejar com antecedência e escolher com base em prioridades.
Não desista do que não for possível fazer hoje, mas tenha um objetivo, reserve parte
de seu orçamento e acumule os recursos suficientes para atingir o que foi adiado. Um
orçamento familiar permite executar esse planejamento e pode ser seu grande aliado
na construção de seu patrimônio e na realização de seus sonhos (DESSEN, 2015).

Nesse subtópico, o objetivo era passar a importância da educação financeira,


no próximo subtópico, vamos abordar a organização financeira e suas ferramentas
e, continuando o nosso aprendizado, vamos estudar a diferença entre preço e valor.

4 DIFERENÇA ENTRE PREÇO E VALOR


Como consumidores, buscamos sempre uma melhor qualidade de vida e quan-
do fazemos nossas compras precisamos ter em mente a diferença entre preço x valor, ou
seja, o preço monetário que aquele produto ou objeto tem e o valor que ele tem para nós.

Quando estamos falando em educação financeira, esses conceitos passam a


ser ainda mais importantes. Tanto que essa é a mesma dúvida que passa pela cabe-
ça do dono de um empreendimento quando essa precisa precificar o seu produto.

Se colocarmos em uma balança a relação preço x valor qual seria a mais


importante? Qual a relação que existe entre os dois? E, ainda, qual poderia ser a
influência que um exerce sobre outro? Essas perguntas martelam em nossa mente
como um quebra-cabeça.
7
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

FIGURA 2 – QUEBRA-CABEÇA PREÇO X VALOR

FONTE: <https://bit.ly/2PPGt9u>. Acesso em: 26 mar. 2021.

Segundo Teodoro (2021, s.p.), “preço é o custo de determinado produto


ou serviço. Valor é o preço atribuído a algo com estima e valia. O dinheiro está
relacionado ao preço. Benefício está relacionado ao valor. Algumas marcas têm
preço, outras têm valor”.

Temos que colocar na balança o que para nós, consumidores, vale mais a
pena, conforme demonstrado na Figura 3.

FIGURA 3 – BALANÇA DA RELAÇÃO PREÇO X VALOR

FONTE: <https://bit.ly/3dOG0fQ>. Acesso em: 26 mar. 2021.

Como conseguimos perceber essa diferença? Como saber se uma marca


está nos oferecendo preço ou está nos oferecendo valor.

Marcas que ofertam valor ao cliente vão a fundo para conhecê-lo e en-
tender, entre outras coisas, o que ele busca, que benefícios espera, que
produtos e serviços ele quer. Com base nisso, ofertam vantagens que
entregam valor e satisfação e proporcionam uma experiência de com-
pra que reflete toda a sua proposta de valor. Dessa forma, constrói-se
relacionamentos duradouros e o cliente certamente ficará menos sen-
sível ao preço e às investidas da concorrência. A Apple faz isso muito
bem (TEODORO, 2021, s.p.).

8
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Existem as marcas que optam por se posicionar em preço, essas têm uma
visão diferente, segundo Teodoro (2021).
Já o posicionamento pelo menor preço tem dois caminhos: ou é o mais ba-
rato ou não é. Só uma empresa por segmento consegue se posicionar com
o menor preço. E essa é uma estratégia que deve ser muito bem estudada
antes de ser colocada em prática, pois em determinado momento, leva a
empresa a competir com “sangue nos olhos” para sustentar sua operação.
Para manter o menor preço será preciso mudar os processos, o atendimen-
to, rever a cultura corporativa, colocar em risco a reputação da marca e o
relacionamento com fornecedores e clientes na briga por alguns centavos.
Por que as pessoas pagam mais por determinadas marcas? Porque per-
cebem claramente um benefício exclusivo, uma recompensa que pode
ser funcional (tangível), como conveniência, rendimento, qualidade su-
perior, customização; ou uma recompensa emocional (intangível) como
pertencimento, realização pessoal, marca, design, além dos valores que
o produto permite materializar: autoestima elevada, melhor desempe-
nho para atletas ou a união da família (TEODORO, 2021, s.p.).

Ainda, segundo Teodoro (2021, s.p.):


Em tempos de consumidor 3.0, que pesquisa, compara, reivindica, é exi-
gente e comunicativo, em um cenário onde a concorrência está cada vez
mais acirrada, uma marca que busca diferenciação deve vender valor e
não preço. A sua proposta de valor deve ser claramente percebida pelo
cliente, que escolhe a sua marca em meio a tantas outras pelo benefício e
recompensa que oferece. Preço é o quanto o cliente paga. Valor é o que o
cliente leva. E não há dinheiro no mundo que compre valor.

Na sequência, traremos uma leitura complementar sobre preço x valor,


para ajudar a elucidar ainda mais a diferença entre um e outro.

NOTA

Preço é quanto o cliente paga.


Valor é quanto o cliente leva.

9
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

LEITURA COMPLEMENTAR

PREÇO X VALOR: A GUERRA SILENCIOSA QUE ACONTECE NA MENTE


DO SEU CLIENTE

Conheça a receita das empresas que levam multidões às compras

Já se tornou muito comum ouvirmos a associação das palavras "preço" e


"valor" como sinônimos.

Apesar de corriqueira, a aplicação desses termos como sentido semelhan-


te pode causar uma verdadeira confusão para os clientes, principalmente na hora
da venda – o que afeta diretamente no seu faturamento!

Isso porque, ao justificar o preço dado a um determinado produto de va-


lor, o consumidor entra em um cabo de guerra visando unicamente o dinheiro,
justamente por não entender o significado do valor agregado à oferta. Nesse ar-
tigo, você aprenderá:

• O que é preço?
• O que é valor?
• Qual a importância deles para o meu sucesso?
• Como agregar valor ao meu produto?

O que é preço e o que é valor? Para tentar te ajudar a entender essas dife-
renças, vamos usar o exemplo a seguir:

Márcia é apaixonada por bolsas e sempre tem um espacinho no armário


para aumentar a sua coleção. Como presente de aniversário, ela pediu a Lúcio,
seu irmão, o último modelo, recém-lançado, da sua marca preferida.

10
TÓPICO 1 — EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Apesar de Márcia ter vários tipos de bolsa, para ela, ter a coleção completa
dá uma sensação difícil de explicar. Não tem dinheiro que pague!

Para o irmão de Márcia, a compra da nova bolsa é bobagem, afinal, ele não
entende para que tanta bolsa quando ela tem um armário cheio – para não dizer
entupido – de bolsas de todas as cores, tamanhos e modelos.

Nessa situação, Márcia identifica apenas o valor que o produto acrescenta


a ela em particular. Enquanto Lúcio enxerga apenas o preço, pois ele não possui
informação sobre aquele produto.

Vamos analisar a situação inversa?

O irmão de Márcia não liga muito para esses itens da moda. Ele acredita
que quase todas as produções sejam iguais. Apesar de não pagar o preço dos
valores importantes para Márcia, Lúcio desembolsou uma pequena fortuna pelo
lançamento de um videogame de última geração.

Márcia achou um absurdo, afinal, não é adepta aos games e acha que to-
dos os consoles são iguais. Para Márcia, o preço pago pelo valor que seu irmão dá
ao videogame não faz sentido, pois ela não vê graça em jogos.

Já para Lúcio, a satisfação de ter em mãos algo altamente tecnológico e


com gráficos de qualidade superior é indescritível.

Definitivamente, o que importa?

Preços são números e pessoas não querem adquirir números, mas valores.
Quando se compra uma bolsa ou um videogame, na verdade, adquire-se o con-
ceito, o status, o olhar e a experiência que a marca promove.

Nesse cabo de guerra entre valor versus preço, só sairá vencedor quem investir
em valor. São os valores que fazem seus produtos serem reconhecidos e não o preço.

Portanto, se a gente puder te dar apenas um conselho, seria esse: entregue


valor. MUITO valor. E o preço será consequência dele.

11
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

O valor percebido do seu produto ou serviço é diferente do preço que o


seu cliente paga por ele. Quanto mais valor você gera, mais o seu cliente estará
disposto a pagar. Ainda não acredita? Então segura mais esse exemplo:

A Apple lança anualmente uma nova versão do seu maior produto, o


iPhone. A cada ano, o valor do aparelho se torna mais elevado que o valor da
edição anterior.

Apesar disso, em todos os lançamentos há uma multidão de consumido-


res se amontoando em frente às lojas para ter em mãos o seu precioso produto.
Alguns literalmente armam acampamentos na porta das lojas para serem os pri-
meiros a terem um dos aparelhos.

O motivo? Simples: a estratégia da Apple de vender um pacote de sonhos,


experiências personalizadas e status aos usuários que compram seus produtos.
Não é apenas comprar uma excelente peça de tecnologia moderna. Você está le-
vando uma ideologia, um estilo de vida em seu bolso.

Se seus consumidores estão focados exclusivamente em preço, significa que


o seu produto não está transmitindo o real valor atribuído a ele. Quando o cliente
entende o valor acima do preço, então eles não se importam mais com o preço.

Tem gente que abre mão de outras coisas para poder comprar o novo
iPhone. Nesses casos, a pergunta inevitável para construir o valor de algo é: Além
do preço, o que mais realmente importa para o seu cliente?

Algumas perguntas devem ser feitas o tempo todo: quais outros serviços
ou ofertas você fornece ao seu cliente que seria útil? Ele deseja algo personaliza-
do? Algum tratamento preferencial?

Nesse exato momento, você deve estar se perguntando: "É só isso que
preciso fazer para entregar produtos com valor?"

De forma alguma! Cativar clientes através dos valores agregados não é o


suficiente. Se você não qualificar o seu lead, dificilmente, quando se tornar clien-
te, ele vai entender a relevância que seu produto entrega.

Para isso, é preciso educar o seu público, ensinar de verdade no que você
acredita, o valor e a experiência que o seu produto ou serviço entregue ao seu
público. E como fazer isso? Através de conteúdo!

Despertar o interesse através de conteúdo conquista e gera valor para to-


dos os seus clientes.

FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3mByicF>. Acesso em: 29 mar. 2021.

12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Segundo Vasconcellos (2015), economia pode ser entendida como uma ciência
social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos
produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los
entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer
às necessidades humanas.

• A Microeconomia, ou Teoria de Preços, é a parte da teoria econômica que estuda


o comportamento das famílias e das empresas e os mercados nos quais operam.

• A Macroeconomia trata os mercados de forma global. Por exemplo, no mer-


cado de bens e serviços, o conceito de Produto Nacional é um agregado de
mercados agrícolas, industriais e de serviços; no mercado de trabalho, a ma-
croeconomia preocupa-se com a oferta e a demanda de mão de obra e com a
determinação dos salários e nível de emprego, mas não considera diferenças
em qualificação, sexo, idade, origem da força de trabalho etc.

• No Brasil, muitas, se não a maioria das pessoas têm o entendimento que ga-
nha pouco e que deveria ganhar mais. Para a maioria das famílias brasileiras,
o dinheiro frequentemente termina antes do final do mês. Em uma situação
como essa, quando o novo salário chega, este já está parcialmente compro-
metido com as contas do mês anterior. Com isso, muitos, não vendo saída,
lançam mão do cheque especial.

• A resistência a planejar e controlar despesas começa pelo fato de que fazer


orçamento não só é chato, como deixa claro que não há dinheiro suficiente
para fazer tudo o que se quer ou precisa. Exige escolher e cortar. Cortar dói e,
assim, não fazemos orçamento e pronto. Compramos primeiro, pensando em
dar um jeito de pagar depois (DESSEN, 2015).

• Segundo Teodoro (2021, s.p.), “preço é o custo de determinado produto ou


serviço. Valor é o preço atribuído a algo com estima e valia. O dinheiro está
relacionado ao preço. Benefício está relacionado a valor. Algumas marcas têm
preço, outras têm valor”.

13
AUTOATIVIDADE

1 O primeiro conceito que estudamos para entendermos o nosso livro foi


o conceito de economia. Nesse sentido, assinale a alternativa CORRETA
quanto ao objetivo da economia:

a) ( ) O objetivo da economia é estudar como economizar recursos, esse con-


ceito é importante quando falamos em educação financeira.
b) ( ) O objetivo da economia é fazer com que os seres humanos dividam
melhor os seus recursos.
c) ( ) O objetivo da economia é somente satisfazer as necessidades humanas.
d) ( ) O objetivo da economia é ajudar as outras ciências a criarem valor.

2 Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização econômica


ou regime político, são obrigadas a fazer opções e escolhas entre alternati-
vas. Com base no exposto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Os recursos são amplamente distribuídos.


b) ( ) Os recursos estão na mão de uma só nação.
c) ( ) Os recursos não são abundantes.
d) ( ) Os recursos podem ser encontrados em qualquer lugar com enorme
facilidade.

3 Economia pode ser entendida como uma ciência social que estuda como o
indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na
produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pes-
soas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às necessidades
humanas. Quanto às escolhas que a sociedade é obrigada a fazer, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) O que e quanto produzir, como produzir e para quem produzir.


b) ( ) O que gastar, quanto gastar e para quem gastar.
c) ( ) As sociedades não necessitam fazer escolhas visto que os bens são
abundantes a todos.
d) ( ) Somente alguns tipos de regimes políticos precisam fazer escolhas de
como realocar seus recursos.

4 Teoria de preços é a parte da teoria econômica que estuda o comportamen-


to das famílias e das empresas e os mercados nos quais operam. Como ela
também é conhecida?

a) ( ) Economia.
b) ( ) Microeconomia.
c) ( ) Macroeconomia.
d) ( ) Evolução da economia.

14
5 A educação financeira ajuda na maneira de como cada indivíduo lida com o di-
nheiro. Não precisamos ir longe para entender a importância da educação finan-
ceira, basta saber de alguns dados importantes dos últimos anos no Brasil. Sobre
esses dados, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Em 2018, mais de 50% das famílias estavam endividadas.


( ) Em 2015, 95% dos brasileiros estavam com o nome limpo nos sistemas de
proteção ao crédito.
( ) Em 2020, chegou-se ao recorde histórico de famílias endividadas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – V.
b) ( ) V – F – F.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – F – V.

6 Para a maioria das famílias brasileiras, o dinheiro frequentemente termina


antes do final do mês. Em uma situação como essa, quando o novo salário
chega, este já está parcialmente comprometido com as contas do mês ante-
rior. Quanto à prática que as pessoas costumam utilizar quando isso acon-
tece, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Atrasar as contas.
b) ( ) Pedir um aumento.
c) ( ) Arrumar mais um emprego.
d) ( ) Usar o cheque especial.

7 Como consumidores, buscamos sempre uma melhor qualidade de vida. Quando


fazemos nossas compras, precisamos ter em mente a diferença entre preço x valor.
Nesse sentido, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Preço é o valor monetário do produto.


( ) Valor é um fator que não existe na cabeça da população em geral.
( ) Preço e valor não têm nenhuma relação.
( ) Valor é o preço atribuído a algo com estima e valia.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – V – F.
c) ( ) V – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – F.

15
16
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1

ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

1 INTRODUÇÃO

No Tópico 1, vimos os conceitos de micro e macroeconomia, a importân-


cia da educação financeira e a diferença entre preço e valor. Agora, no Tópico 2,
vamos nos aprofundar mais nos conceitos de uma boa organização financeira.

Para haver uma boa organização financeira, é necessário utilizarmos algu-


mas ferramentas que também vamos ver no decorrer deste tópico.

Para fecharmos toda essa parte, vamos entender o que são metas e objeti-
vos. Como devemos nos comportar no curto, médio e longo prazo.

Bons estudos! Vamos lá?

2 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA


Para que as pessoas sejam bem-sucedidas, é indispensável que saibam uti-
lizar o dinheiro de forma produtiva e enriquecedora. Do ponto de vista produ-
tivo, considera-se a realização de investimentos que tragam, em contrapartida, o
aumento do conhecimento e a ascensão na carreira profissional. Do ponto de vista
do enriquecimento, relaciona-se a agregação de riqueza, ou seja, recebimento de
retorno ou remuneração superior ao custo do capital investido para aquisição de
conhecimento nas diferentes etapas do desenvolvimento humano (SANTOS, 2014).

Dessa forma, o conceito de organização financeira vai além de manter as suas


contas em dia, é necessário, também, estar em sintonia com as finanças pessoais. Isso
significa que se deve ter noção do quanto se ganha e do quanto se gasta, para que,
com isso, consiga-se saber para onde está indo o dinheiro (MAG SEGUROS, 2021).

“Entre os benefícios de ter a vida financeira organizada, estão: investir naquilo


que é, de fato, importante; garantir um futuro tranquilo para você e sua família e ter
uma vida mais plena e harmoniosa com quem você ama” (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

Há algumas práticas eficientes para manter as finanças em dia e


impedir que o dinheiro se torne uma doença em sua vida. Elas
incluem atitudes como gastar menos do que ganha, quitar dívi-
das, ter um fundo de emergência, definir seus objetivos financei-
ros e estabelecer metas de despesas (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

17
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

2.1 FINANÇAS NA INFÂNCIA


Até os quatro ou cinco anos de idade, a criança não tem noção do valor do
dinheiro, mas já forma a base das suas futuras atitudes com relação ao valor e ao
dinheiro. Ou seja, por mais que não saiba a diferença entre receber cinco reais da
mãe e cinquenta reais da avó, suas características psicológicas e o exemplo das
pessoas que a cercam começam a estabelecer alguns critérios que nortearão a sua
vida financeira (CHEROBIM; ESPEJO, 2010).

A fase inicial da infância, no sentido financeiro, caracteriza-se pelo fato


de que as crianças não têm o discernimento de quantificar o valor financeiro do
dinheiro. Para elas tudo é fácil, é só pedir qualquer coisa que os pais compram. O
dinheiro não é problema, está sempre disponível, só dependendo da boa vontade
dos pais para eternamente agradá-los (SANTOS, 2014).

Santos (2014) destaca que, para que essa visão enganosa sobre dinheiro
comece a mudar, é importante que os pais comecem a destacar, de forma cada
vez mais frequente, o seu significado, a sua importância, como é obtido, o que ele
compra e o que acontece quando ele acaba.

2.2 FINANÇAS NA ADOLESCÊNCIA


A adolescência é a fase em que se formarão os reais valores do indivíduo com
relação ao dinheiro, “seus benefícios e os problemas que ele traz. É o momento em que os
pais devem estar mais atentos ao comportamento dos jovens” (ORGANIZZE, 2021, s.p.).

Nessa fase, os gastos tendem a aumentar significativamente, em face dos de-


sembolsos maiores para financiar a alimentação, a educação, o transporte, a saúde e
o lazer. Na adolescência, o indivíduo é mais suscetível à pressão de eventos externos,
principalmente relacionados à moda, procurando se enquadrar rapidamente nos pa-
drões de consumo e de atitudes de seus grupos de convívio (SANTOS, 2014).
O estímulo constante da mídia e a pressão dos amigos vão aos poucos mol-
dando a personalidade do adolescente para que ele desenvolva sua forma
particular de lidar com o dinheiro. É nesse momento que os pais ou respon-
sáveis devem ensinar corretamente os princípios do manejo das finanças,
para que problemas futuros sejam minimizados (ORGANIZZE, 2021, s.p.).

Embora a formação escolar já tenha fornecido o aprendizado básico do va-


lor maior ou menor do dinheiro, parte dos adolescentes demonstra interesses por
bens e serviços incompatíveis com a realidade financeira dos pais (SANTOS, 2014).

Santos (2014) ainda escreve que, para evitar atritos e conflitos no relacio-
namento familiar, deve-se, nessa fase, dar continuidade aos ensinamentos passa-
dos na infância, principalmente os relacionados aa sua participação efetiva nos
gastos mensais. A concessão de uma remuneração ou “mesada” seria uma alter-
nativa para conscientizá-lo do quanto consome mensalmente da receita familiar.

18
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

Perceber que o dinheiro é uma contrapartida do trabalho e do esforço in-


dividual contribui para que os jovens consigam ter uma relação saudável e equi-
librada com finanças pessoais. É fundamental que seja desenvolvida a percepção
de que o dinheiro é uma consequência direta do trabalho, e o trabalho, por sua
vez, uma consequência quase direta dos estudos (ORGANIZZE, 2021, s.p.).

2.3 FINANÇAS NA FASE ADULTA



Segundo a Organizze (2021), é na adolescência que os adultos conseguem
conscientizar os mais novos sobre dívidas e taxas de juros, uso do dinheiro e
planejamento de curto e longo prazo. Através de jogos e situações cotidianas da
vida dos pais, estes podem expor aos menores os problemas e discutir soluções
democraticamente com a família.

Na fase adulta, mais precisamente a partir dos 20 anos, espera-se que o


jovem bem orientado na adolescência já esteja estudando em uma faculdade, tra-
balhando e, no mínimo, conseguindo arcar com suas despesas pessoais. Caso isso
ocorra, a destinação dos recursos economizados será direcionada para reforçar as
reservas financeiras da família ou para atender a outras necessidades previamen-
te identificadas como prioritárias (SANTOS, 2014).

Para evitar atritos e conflitos no relacionamento familiar, deve-se, nessa


fase, utilizar todos os ensinamentos passados pela família na infância e na adoles-
cência, além dos adquiridos na formação acadêmica e atuação profissional, para
administrar a situação financeira em curso (SANTOS, 2014).

Santos (2014) também salienta que é importante que a família faça reuniões
no final de cada mês para monitorar, discutir e comparar os resultados alcançados
com os resultados previamente esperados para o resultado líquido do orçamento. O
êxito dessa ação, todavia, depende da condição de que todos os integrantes da famí-
lia tenham conhecimento da real situação financeira vivida e estejam efetivamente
comprometidos para não a deteriorar. Devem ser estabelecidas regras formais de
conduta, deixando claro que aumentos de gastos somente ocorrerão em casos indis-
pensáveis e inesperados, como os relacionados com saúde, educação e moradia.

2.4 FINANÇAS NA TERCEIRA IDADE


Nessa fase, espera-se que o indivíduo bem orientado em todas as etapas
anteriores da vida tenha construído um patrimônio financeiro que financie, no mí-
nimo, suas necessidades básicas para desfrutar de uma aposentadoria saudável.

Segundo Yazbek (2013), em uma pesquisa realizada com 15 mil pessoas


de 15 países, incluindo o Brasil, não reflete esse cenário. Os dados dessa pesquisa
foram divulgados no site exame.com, em 20 de fevereiro de 2013.

19
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

Segundo a pesquisa, 64% dos entrevistados do Brasil nunca pouparam


para a aposentadoria (YAZBEK, 2013).
Pelo estudo também se constatou que os brasileiros se preocupam
mais com o curto prazo do que com o longo prazo. Se tivessem que
escolher entre poupar para as férias ou guardar o dinheiro para a apo-
sentadoria, 49% afirmaram que escolheriam economizar para as férias,
43% poupariam para a aposentadoria e 8% não souberam responder.
Aproximadamente 59% consideram inadequada sua preparação para
a aposentadoria, 41% declararam que não fazem o suficiente e 19%
admitiram que não estão nem se preparando.
Uma parcela de 38% dos entrevistados afirmou que poupa regular-
mente. Dentre os que nunca pouparam para a aposentadoria, 42%
justificaram que não o fazem por causa do alto custo de vida e 24%
responderam que não poupam porque nunca pensaram nisso.
Ao se aposentar, 51% dos brasileiros disseram que pretendem passar
mais tempo com a família e os amigos e 50% afirmaram que preten-
dem viajar (YAZBEK, 2013, s.p.).

Questionados sobre os medos na aposentadoria, as principais preocupações


mencionadas estão relacionadas a problemas financeiros, como não ter condições
de pagar uma assistência médica, já que a saúde tende a estar mais debilitada nes-
sa fase da vida. Como consequência, presume-se que aposentados nessa situação
também sejam mais dependentes de empréstimos para pagar seus compromissos
rotineiros. Por isso, o receio de dificuldades financeiras foi o principal motivo para
poupar para a aposentadoria, segundo 45% dos entrevistados (YAZBEK, 2013).

Para que esse quadro apresentado na pesquisa seja revertido, é indispensá-


vel que o aposentado planeje financeiramente toda a sua movimentação de receitas
e despesas no período, utilizando todos os conhecimentos adquiridos ao longo de
sua vida. Segundo resultados da pesquisa, 42% dos entrevistados declararam que
passaram a poupar mais depois de começar a se planejar financeiramente.

Após entendermos o conceito de organização financeira e verificarmos


como ela se dá em cada fase de nossas vidas, veremos, no próximo subtópico,
algumas ferramentas que podem auxiliar na organização financeira.

3 FERRAMENTAS DE ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA



“O descontrole financeiro não está diretamente atrelado ao nível salarial
do indivíduo, mas sim a sua incapacidade de reagir à esmagadora pressão social
pelo consumo desenfreado” (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

Vivemos em uma sociedade que faz uma hierarquia com relação à relevân-
cia de cada cidadão, de acordo com o que ele tem ou deixa de ter. Nesse sentido, o
endividamento está muito mais ligado a questões que envolvem a nossa cultura e
o nosso psicológico do que razões meramente financeiras (MAG SEGUROS, 2021).

20
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

Em uma pesquisa inédita sobre o tema, feita pelo SPC Brasil, 65,6%
dos entrevistados disseram ter desenvolvido depressão por conta da
falta de organização financeira; 61,8% citam desencadeamento de um
estado imutável de angústia, além de ansiedade (59,8%), baixa estima
(57,8%), estresse crônico (57,8%), bem como culpa (46%) e vergonha
perante família e amigos (43,9%) (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

“A compra não sustentável financeiramente não tarda a devolver ao con-


sumidor a consciência de que o ímpeto do minuto anterior implicará a privação
“a perder de vista” desse libertador estado de prazer. Isso por conta do aprisio-
namento indefinido às parcelas” (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

Veja o exemplo de uma TV que pode ser comprada à vista por R$ 1.399,00
ou financiada em 20 parcelas de R$ 119,00. Esse financiamento esconde uma taxa
de juros de quase 6% ao mês. Como você não tem dinheiro para obter o produto
à vista, embarca em mais uma compra a prazo que vai lhe custar, ao final das 20
parcelas, R$ 2.380,00. Você arcou com R$ 981,00 de juros por sua TV, suficientes
para comprar um belo fogão ou uma máquina de lavar!

Existem algumas estratégias que podem ser usadas para mantermos em dia
a nossa organização financeira, mas antes, vamos ver dois detalhes que acontecem
em nosso dia a dia que podem nos atrapalhar. Um deles é a compra por impulso.
Ceder aos impulsos de consumo é difícil. Não querer estar longe dos ami-
gos naquela balada que todos já confirmaram presença; arrematar aquela
roupa que parece ter sido feita para você (mesmo sem ter planejado a aqui-
sição antes de se deixar seduzir pela vitrine); não ter paciência para juntar
dinheiro antes de trocar de carro – qualquer pessoa, ocasionalmente, pode
se deixar vencer por gastos não programados (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

Segundo Wonders (2021, s.p.), existem alguns fatores que podem servir
de gatilho para as compras por impulso:
• mercadorias que se encontram com preços abaixo da média, em
liquidação;
• problemas emocionais do consumidor;
• a própria habilidade dos vendedores para manipular o cliente;
• produtos atrativos – uma embalagem que chama a atenção, por
exemplo;
• desejo do consumidor de ter um produto apenas porque outra
pessoa comprou e gostou, entre outros.

Esses são somente alguns fatores, mas existem outros para os quais, como
consumidores, sempre devemos estar atentos.
O problema é que resistir à compra de impulso na primeira vez é mais
fácil do que na segunda. Manter-se firme diante da gôndola na quar-
ta vez é mais complicado do que na terceira. Ou seja, nosso sistema
de recompensa cerebral tem uma chave de bom senso, uma espécie
de “válvula da racionalidade” que vai ficando cada vez mais frouxa a
cada derrota diante da vitrine (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

21
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

“Ceder uma vez provavelmente vai facilitar o caminho para que a exceção
se torne regra. E, então, rapidamente, o indivíduo adoece, incapaz de controlar
seus próprios atos de consumo e garantir o mínimo de organização financeira”
(MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

O segundo ponto são as tentações de mercado, o mercado investe todos os anos


milhares de reais para que consiga se conhecer o cliente, portanto, ele sabe o que é ne-
cessário para se tirar o indivíduo dos trilhos quando o assunto é organização financeira.

“É preciso ter consciência de que, atualmente, as estratégias de marketing senso-


rial, usadas amplamente no varejo, buscam estimular seus cinco sentidos para fazer você
se entregar de corpo e alma a uma compra inesperada” (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).
O mercado publicitário também é abundante no acionamento de gatilhos
mentais (inconscientes) para compra: pesquisas mostram, por exemplo,
que 93% dos consumidores são impactados pelo aspecto visual de um pro-
duto. Da mesma forma, a utilização de aromas que remetem a boas sensa-
ções aumenta o tempo de permanência do cliente em 15,9%, ampliando a
possibilidade de compra em 14,8% (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

Além do conhecimento e da precaução contra as estratégias de marketing


do mercado, outro ponto para o desenvolvimento da organização financeira
reside no indivíduo. E, na verdade, essa é a variável mais relevante.
As práticas financeiras recomendadas por especialistas incluem sis-
tematizar suas receitas e despesas em uma planilha, acostumar seu
cérebro que a compra é sempre precedida de pesquisa de preços e
condicionar-se à lógica de “guardar primeiro, comprar depois” (o que
significa fim dos financiamentos) (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

Para adotar esses comportamentos a tarefa não é fácil e exige muita disci-
plina. Existem algumas técnicas recomendadas por Mag seguros (2021) que aju-
dam a manter a organização financeira. São elas:

• Saiba qual é a real situação das suas finanças.


• Não toque em seu cartão sem que isso seja documentado em sua planilha.
• Gaste menos do que ganha.
• Quite suas dívidas.
• Estude… muito.
• Crie um fundo de emergência.
• Defina objetivos financeiros.
• Estabeleça metas de gastos.
• Pesquise preços.

Além dessas técnicas, nos dias de hoje, existem muitas ferramentas que
podem auxiliar a organização financeira. Vamos a elas.

22
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

3.1 CALCULADORA DO CIDADÃO



A calculadora do cidadão é um aplicativo do Banco Central que simula
operações financeiras comuns do dia a dia do usuário, como cálculo de retorno
de investimentos, valor futuro de capital corrigido, simulação de prestações em
financiamentos. A Figura 4 mostra a calculadora do cidadão do Banco Central.

FIGURA 4 – CALCUDORA DO CIDADÃO

FONTE: <https://bit.ly/3cqoMG5>. Acesso em: 26 mar. 2021.

GUIABOLSO

O GuiaBolso é um aplicativo gratuito disponível para iOS e Android


que conta com mais de 1 milhão de usuários no Brasil, e tem uma proposta cla-
ra: auxiliar você a fazer um planejamento financeiro completo e sem estresse.

Começar é fácil: basta se conectar com seu banco através da interface


do app e ele organiza todos os dados automaticamente.

A partir daí, é possível usar diversos recursos, como a possibilidade de


analisar e personalizar transações tiradas do seu histórico, definir metas por
categorias e acompanhar se estão sendo atingidas, adicionar e excluir contas e
observar até mesmo compras em dinheiro.

Outro ponto que chama atenção é a categorização automática de des-


pesas. Com ela, você pode ver exatamente com que está usando seu dinheiro
e perceber se precisa fazer mudanças no orçamento por estar gastando demais
com coisas desnecessárias.

A fim de oferecer uma solução segura aos usuários, o Guia Bolso conta
com a mesma segurança dos grandes bancos e codifica todos os dados recebidos.

23
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

O fato de não ser possível efetuar transações bancárias como pagamen-


to de contas ou recebimento de pagamento pelo app é outro fator que impos-
sibilita a existência de problemas com sua conta bancária. Seu uso é voltado
apenas para observar suas finanças pessoais e auxiliar no controle financeiro.

• Vantagens: além de ser gratuito, o GuiaBolso permite sincronizar todas


as despesas do usuário automaticamente, puxando essas informações do
extrato da conta bancária.
• Desvantagens: para importar as informações do usuário, é necessário for-
necer a senha do banco. A empresa assegura que não traz riscos, porém
isso pode gerar algum desconforto para alguns usuários.
• Para quem é indicado: se você não quer ter que ficar digitando manualmente
suas despesas para tentar controlá-las, o aplicativo é uma ótima opção para você.

FIGURA – APLICATIVO GUIA BOLSO

FONTE: <https://bit.ly/3fZTw2D>. Acesso em: 26 mar. 2021.

YOU NEED A BUDGET (YNAB)

A ferramenta está disponível para desktop, iOS e Android e armazena


todos os dados na nuvem a fim de que você seja capaz de acessá-los de qual-
quer lugar a qualquer momento.

Para cumprir a promessa de permitir que você controle seu dinheiro de


modo efetivo, o app conta com quatro regras básicas.

A primeira, “dê um destino certo a cada receita”, te previne de gastar


dinheiro com coisas desnecessárias e compras por impulso.

A segunda, “guarde dinheiro para despesas maiores”, visa planejar des-


pesas grandes e menos frequentes e economizar para elas com antecedência.

A terceira é “faça ajustes no orçamento”, e te ajuda a não desistir caso você


utilize mais do que o planejado em uma categoria, por exemplo. Nesse caso, basta
tirar dinheiro de outra categoria e continuar acompanhando os resultados.

24
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

A quarta e última é “viva da renda do mês passado”, e ajuda o usuário


a usar apenas o que ganhou mês passado, e usar o dinheiro ganho nesse mês
para as despesas do próximo.

Lembrando que o YNAB está disponível em inglês e possui uma ver-


são de teste gratuita por 34 dias. Após isso, a licença para uso custa US$ 60,00,
pagamento único. Além disso, os aplicativos móveis só podem ser usados se o
usuário tiver a versão desktop instalada.

• Vantagens: o YNAB se baseia numa metodologia própria que para algu-


mas pessoas pode se traduzir em estratégias mais eficazes de controle de
gastos e em economias.
• Desvantagens: até o momento o app não apresenta versão em português,
o que pode dificultar o uso para algumas pessoas. Além disso, após o perí-
odo gratuito de 34 dias, o app precisa ser comprado.
• Para quem é indicado: o aplicativo pode ser uma ótima opção para quem
tem dificuldade em criar o hábito de se controlar financeiramente e que
busca uma metodologia fácil de seguir.

FIGURA – YOU NEED A BUDGET (YNAB)

FONTE: <https://bit.ly/3scdSsg>. Acesso em: 26 mar. 2021.

ORGANIZZE

Disponível para iOS e Android, o Organizze apresenta dois tipos de


conta, uma básica e outra completa, que custa a partir de R$ 8 por mês, caso a
conta seja assinada antecipadamente por um ano.

Ele oferece um resumo geral das suas finanças e mostra de perto tudo
que é necessário para um bom controle financeiro. É muito fácil gerenciar todas
as contas a pagar e receber, administrar contas bancárias e cartões de crédito.

25
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

Você pode consultar e navegar por extratos e faturas com facilidade,


além de controlar melhor seus gastos, inclusive adicionando despesas recorren-
tes como compras parceladas, que são lançadas automaticamente no sistema.

Os relatórios também são um recurso poderoso do Organizze. Eles te


ajudam a analisar a evolução de suas entradas e saídas de forma detalhada,
fazem uma previsão de rendimentos, custos e saldo para o futuro.

Assim como no GuiaBolso, também é usada a categorização de des-


pesas, e nos relatórios do Organizze você identifica rapidamente em quais ca-
tegorias você gasta ou recebe mais e acompanha detalhes da evolução diária,
semanal ou mensal de cada categoria.

Por fim, estão disponíveis as opções de fazer conciliações bancárias em


minutos e definir metas para o futuro. Gráficos mostram se você está alcançan-
do ou excedendo suas metas de gastos e receitas por categoria.

• Vantagens: o Organizze tem seu ponto forte na simplicidade e em seus


relatórios. Outra funcionalidade interessante é o disparo de e-mails pro-
gramado para lembrar do vencimento de contas e pagamentos.
• Desvantagens: da mesma maneira que o YNAB, ele não é gratuito e pre-
cisa ser assinado, mas diferente da opção anterior seu pagamento é contí-
nuo, sendo trimestral, semestral ou anual.
• Para quem é indicado: quem prefere simplicidade, bons relatórios e está
disposto a pagar uma mensalidade para poder contar com isso pode achar
o Organizze uma opção interessante.

FIGURA – APLICATIVO ORGANIZZE

FONTE: <https://bit.ly/2Rqr4wP. Acesso em: 26 mar. 2021.

26
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

MINHAS ECONOMIAS

O site Minhas Economias é um gerenciador financeiro que tem versões


web, iOS e Android. O site também tem diversas informações sobre educação
financeira e um guia de investimentos.

Por meio de gráficos e planilhas simples de usar e entender, o Minhas


Economias permite gerenciar custos e receitas facilmente, acompanhar a evo-
lução desses dados no dia a dia e saber para onde o dinheiro está indo.

Com base nisso, o usuário pode fazer alterações no orçamento e repen-


sar sua estratégia financeira.

• Vantagens: o Minhas Economias é gratuito. Seja para web ou celular, pos-


sui um conjunto de ferramentas gráficas e de planilhas.
• Desvantagens: não sincroniza com os aplicativos dos bancos, mas tem
uma função que permite importar o extrato bancário.
• Para quem é indicado: quem prefere simplicidade no gerenciamento dos
seus gastos, mas não quer pagar pelo serviço.

FIGURA – SITE MINHAS ECONOMIAS

FONTE: <https://bit.ly/3a0ILJH>. Acesso em: 26 mar. 2021.

GRANA

O Grana é outro aplicativo para Android que dá a opção de analisar


seus custos e receitas definindo categorias, a fim de saber onde você está gas-
tando ou ganhando mais.

O grande diferencial dele é a possibilidade de importar mensagens


SMS enviadas pelo seu banco (atualmente disponível para os bancos Itaú, Bra-
desco, Banco do Brasil, Caixa e Santander) em transações financeiras e salvá-
-las automaticamente no app.

27
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

Também é possível exportar seus dados para qualquer planilha finan-


ceira, até mesmo no Google Drive e, assim como no Organizze, definir despe-
sas recorrentes que são adicionadas de modo automático.

Finalmente, a segurança é um ponto importante do Grana, que não


tem acesso direto as suas informações financeiras. Elas ficam guardadas di-
retamente no smartphone, de modo a evitar vazamentos e invasões, além de
deixar o app mais leve de usar.

• Vantagens: o Grana tem uma opção gratuita que funciona sem limitações
e, além disso, é o único que trabalha com as mensagens SMS enviadas
pelos bancos, tornando a experiência automatizada e sem necessidade de
fornecer os dados bancários do usuário.
• Desvantagens: até o momento o app está disponível apenas para a plata-
forma Android. Outra coisa: ele possui anúncio na sua interface (que até
pode ser retirado mediante a compra da opção Premium por R$ 4,99).
• Para quem é indicado: se você usa dispositivos Android e quer ter o melhor da
automatização sem riscos à segurança, o Grana pode ser a sua melhor escolha.

FIGURA – APLICATIVO GRANA

FONTE: <https://bit.ly/3mybDhw>. Acesso em: 26 mar. 2021.

MOBILLS

O Mobills tem se apresentado como uma excelente alternativa nos últi-


mos tempos. Ele tem um bom desempenho e fácil utilização.

Suas funcionalidades são as básicas de um gerenciador de finanças:


controle e categorização de gastos, emissão de relatórios em nuvem, gráficos
de acompanhamento do fluxo de dinheiro, entre outros.

28
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

O que chama a atenção é sua facilidade de operação. Não por menos,


o Mobills foi premiado com o selo de excelência da loja de aplicativos do An-
droid. Ele foi considerado um dos melhores apps da categoria de finanças no
primeiro trimestre do ano de 2018.

O aplicativo calcula todas as transações realizadas em tempo real,


mantendo as informações financeiras sempre atualizadas. Você pode usar fil-
tros determinando categorias, as formas de pagamento utilizadas e um perío-
do específico para verificar as despesas.

• Vantagens: a facilidade no uso é o principal destaque do Mobills. Ele per-


mite que o usuário consiga manter seu controle financeiro de forma prática
e simples. É realmente um dos melhores aplicativos da categoria.
• Desvantagens: o Mobills não traz nenhuma desvantagem relevante. Ele é
gratuito e está disponível para iOS, Android e Web.
• Para quem é indicado: qualquer pessoa pode utilizá-lo, especialmente
quem baixa aplicativos desse tipo pela primeira vez. A adaptação será rá-
pida e o uso é bem prático.

FIGURA – APLICATIVO MOBILLS

FONTE: <https://bit.ly/328DBqB>. Acesso em: 26 mar. 2021.

SPLITWISE

Gerir despesas é uma necessidade até mesmo fora de casa. Sair para
jantar com amigos é ótimo, mas a hora de rachar a conta é uma complicação
e tanta, certo? O Splitwise é uma solução prática, um gerenciador de finanças
que ajuda na hora de dividir as contas!

Ele serve para diversos momentos específicos como viagens ou festas em


que o dinheiro do pessoal só será recolhido depois. O aplicativo permite que você
adicione todos os gastos, definindo quanto cada um dos usuários está devendo.

29
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

A função de rachar a conta é a principal, apesar de ser a mais simples


que a ferramenta oferece. Você pode também emitir alertas de cobrança,
enviando solicitações de pagamento a outras pessoas. Para isso, basta que elas
também tenham o Splitwise instalado no iOS ou no Android.

• Vantagens: além de trazer uma proposta inovadora, o Splitwise também permite


que os respectivos pagamentos sejam feitos diretamente pelo aplicativo.
• Desvantagens: a principal desvantagem é a ferramenta ser toda em inglês.
Ela também não tem funções básicas de um gerenciador de finanças, já que
sua proposta é bem específica.
• Para quem é indicado: o Splitwise é perfeito para ser baixado por grupos
de amigos que estão sempre juntos. Ele cumpre seu papel toda vez que for
necessário rachar uma conta.

FIGURA – APLICATIVO SPLITWISE

FONTE: <https://bit.ly/3uEPOzH>. Acesso em: 26 mar. 2021.

FONTE: Adaptado de DUBARD, C. O seu organizador financeiro: as melhores ferramentas de controle


financeiro para você se organizar! 2019. Disponível em: https://bit.ly/3wLjhty. Acesso em: 29 mar. 2021.

Esses são só alguns dos muitos aplicativos e sites que servem para controle
financeiro de suas despesas. Existem ainda muito mais, existe também a boa e
velha planilha do Excel para aqueles que não gostam de aplicativos ou sites.

30
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

4 METAS E OBJETIVOS (CURTO, MÉDIO E LONGO PRA-


ZO)

Todo ser humano tem anseios, vontades e propósitos e, por isso, cria
metas e objetivos para si. Algumas pessoas acabam confundindo esses
dois termos e, com isso, podem ter problemas em defini-los, princi-
palmente na hora de criar um planejamento pessoal, profissional e até
mesmo empresarial (IBC, 2020, s.p.).

Conforme o Instituto Marcos Tito (IMT, 2021, s.p):


Para construir uma trajetória memorável, por muitas vezes, precisaremos
prever passos que só serão dados no futuro. Essa é uma atitude de grande
impacto para obtermos sucesso no alcance à linha de chegada. Por mais
incerto que pareça ser, o futuro à nossa frente pode – e deve – ser planejado,
para que tenhamos uma vida profissional e pessoal tranquila e equilibrada.
Entretanto, não basta ter força de vontade e entusiasmo para conquistar
o que está nos planos para o futuro. É preciso definir metas e objetivos
de forma que eles sirvam como um mapa, com todas as instruções or-
ganizadas para evitar qualquer desvio que nos faça perder do caminho.

Para o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC, 2020, s.p.):


Assim, definir seus objetivos e mensurar sua produtividade pode contri-
buir para o alcance de suas metas. Ou seja, saber se você ou sua empresa
estão sendo produtivos é o mesmo que saber se estão fazendo aquilo que
foi planejado. Sendo assim, este é o primeiro passo para que você faça um
diagnóstico e entenda o estado atual em que você e sua organização se
encontram e o estado que pretendem estar com o passar do tempo.

Antes de continuarmos, precisamos de algumas definições, pois os termos


apesar de serem parecidos não significam a mesma coisa. Para que nos planeje-
mos adequadamente para atingirmos nossas metas e objetivos, sejam eles finan-
ceiros ou não, temos que ter claro essas diferenças.

Segundo IMT (2021, s.p.):


As metas estão relacionadas aos passos que precisamos dar para alcan-
çar algo proposto. Elas são de curto prazo em relação aos objetivos e
possuem um foco direcionado. [...]. Elas são um importante balizador
para que não percamos o foco daquilo que queremos alcançar, ou seja,
dos nossos objetivos. As metas precisam ser bem definidas, para que
sejam equilibradas com a velocidade em que pretendemos andar em
direção dos nossos planos. Assim, é preciso ter cuidado para que não se-
jam tão difíceis a ponto de frustrar-nos caso não sejam alcançadas, nem
tão fáceis, para que o nosso potencial possa ser despertado ao máximo.

“Já os objetivos são a linha de chegada, aquele lugar em que há um pódio,


para onde andamos enquanto sonhamos. Desse modo, um objetivo tem um prazo
maior que uma meta e ele é composto de várias delas” (IMT, 2021, s.p.).

“Sendo assim, a diferença entre objetivo (que é o que você pretende fazer
e/ou alcançar) e metas (que é a especificação desses objetivos quantitativamente)
31
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

fica claro. O objetivo é o que você quer alcançar, e as metas estipulam os passos e
prazos para a realização do objetivo” (IBC, 2020, s.p.).

Quando estamos falando de finanças e investimentos, as metas e os objeti-


vos se tornam fundamentais. Ter metas e objetivos claros fazem toda a diferença
em nossas vidas.

“Feita a sua lista de objetivos e estipulando grau de prioridade para cada


um deles, você deve dividi-los em metas de curto, médio e longo prazo, para
assim poder se organizar melhor e definir sua estratégia para colocar tudo em
prática” (INFOMONEY, 2021, s.p.). Vamos então ver a diferença entre elas!
• Metas de curto prazo – são aquelas que você pretende realizar
em menos de um ano. Por exemplo: reserva de emergência, uma
pequena reforma da casa, uma festa de aniversário em buffet etc.
• Metas de médio prazo – são os objetivos que você espera con-
cretizar dentro de um a cinco anos. Pode ser a troca do carro, a
reforma da casa ou uma viagem ao exterior, por exemplo.
• Metas de longo prazo – são aquelas que você imagina realizar
em, no mínimo, cinco anos. Alguns exemplos: faculdade do filho,
compra de um apartamento, recursos para a aposentadoria etc.
(INFOMONEY, 2021, s.p.).

Segundo o IMT (2021), existem cinco passos para que se consiga definir
bem as metas e os objetivos pessoais. São eles:
1. Saiba muito bem o que você quer: o primeiro passo é sentar e ano-
tar tudo o que você deseja atingir. Separe um tempinho para uma
reflexão e tente traçar qual é o lugar em que você deseja estar daqui a
alguns anos, o que gostaria de fazer, com quem e como. Essa análise
é essencial para tornar tangível os alvos que pretende atingir.
2. Entenda o seu poder de fogo: o passo seguinte é descobrir como está
a sua preparação para a execução do que você pretende conquistar.
Isso é muito importante, pois só é seguro ir à guerra preparado para
a vitória, ou seja, com armas suficientes. Cada projeto exigirá uma
preparação prévia, e um autoconhecimento sadio, mas isso não deve
atrasar os seus projetos. Muitas pessoas acreditam que, quando pen-
samos demais, tendemos a deixar de fazer. De certo, isso é um dificul-
tador, mas, para o sucesso vir, um passo não pode atrapalhar o outro.
3. Monte um plano de ação: Nada funcionará por intuição e, por mais que
façamos da maneira certa, um planejamento tem peso vital para que a
roda gire de maneira constante, sem engasgos. Quando estruturamos
nossos objetivos, definindo as metas para cada fase, temos uma visão
sistêmica de todo o percurso, descobrindo assim as tarefas que estão re-
cebendo maior atenção e aquelas menos assistidas. Assim realocamos o
tempo e o esforço no que é importante e está produzindo resultados.
4. Crie marcos de avaliação: Uma das estratégias para acompanhar
um projeto é a criação de marcos para avaliação do status de cada
uma das fases. Esses marcos são importantes, pois ajudam a enten-
der o que precisa de atenção.
5. Compartilhe seus objetivos com alguém: Compartilhar com alguém os
nossos sonhos nos ajudam no comprometimento em realizá-los. Quan-
do outra pessoa sabe, sentimos o peso da responsabilidade de cumprir
com as promessas. Mas como dissemos, vá com muito cuidado e não se
exponha mais do que o necessário (IMT, 2021, s.p., grifos do autor).

32
TÓPICO 2 — ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA

Conforme InfoMoney (2021, s.p.):


A principal vantagem de você especificar suas metas e estabelecer prazos
para realizá-las é que consegue, assim, manter seu foco e observar sempre
seus resultados. Procure ser bastante claro e detalhista na hora de definir
seus objetivos, para assim traçar uma estratégia eficiente de realização.

Com a explicação sobre as metas e objetivos encerramos o segundo tópico


da primeira unidade. Esperamos que você tenha gostado do conteúdo. No pró-
ximo e último tópico dessa unidade, abordaremos o mercado financeiro. Até lá!

33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• O conceito de organização financeira vai além de manter as suas contas em dia,


é necessário, também, estar em sintonia com as finanças pessoais. Isso significa
que se deve ter noção do quanto se ganha e do quanto se gasta, para que, com
isso, consiga-se saber para onde está indo o dinheiro (MAG SEGUROS, 2021).

• “Entre os benefícios de ter a vida financeira organizada, estão: investir na-


quilo que é, de fato, importante; garantir um futuro tranquilo para você e sua
família e ter uma vida mais plena e harmoniosa com quem você ama” (MAG
SEGUROS, 2021, s.p.).

• A fase inicial da infância, no sentido financeiro, caracteriza-se pelo fato de


que as crianças não têm o discernimento de quantificar o valor financeiro do
dinheiro (SANTOS, 2014).

• Na adolescência, o indivíduo é mais suscetível à pressão de eventos externos,


principalmente relacionados à moda, procurando se enquadrar rapidamente nos
padrões de consumo e de atitudes de seus grupos de convívio (SANTOS, 2014).

• Na fase adulta, mais precisamente a partir dos 20 anos, espera-se que o jovem
bem orientado na adolescência já esteja estudando em uma faculdade, trabalhan-
do e, no mínimo, conseguindo arcar com suas despesas pessoais (SANTOS, 2014).

• “Os brasileiros, se tivessem que escolher entre poupar para as férias ou guar-
dar o dinheiro para a aposentadoria, 49% afirmaram que escolheriam econo-
mizar para as férias, 43% poupariam para a aposentadoria e 8% não soube-
ram responder” (YAZBEK, 2013, s.p.).

• “O descontrole financeiro não está diretamente atrelado ao nível salarial do


indivíduo, mas sim a sua incapacidade de reagir à esmagadora pressão social
pelo consumo desenfreado” (MAG SEGUROS, 2021, s.p.).

• Para construir uma trajetória memorável, por muitas vezes, precisaremos pre-
ver passos que só serão dados no futuro. Essa é uma atitude de grande im-
pacto para obtermos sucesso no alcance à linha de chegada (IMT, 2021, s.p.).

• Segundo InfoMoney (2021, s.p.)., as diferenças entre as metas são de curto,


médio e longo prazo, a saber:

O Metas de curto prazo – são aquelas que você pretende realizar em menos
de um ano. Por exemplo: reserva de emergência, uma pequena reforma da
casa, uma festa de aniversário em buffet etc.
34
O Metas de médio prazo – são os objetivos que você espera concretizar den-
tro de um a cinco anos. Pode ser a troca do carro, a reforma da casa ou uma
viagem ao exterior, por exemplo.
O Metas de longo prazo – são aquelas que você imagina realizar em, no míni-
mo, cinco anos. Alguns exemplos: faculdade do filho, compra de um apar-
tamento, recursos para a aposentadoria etc.

35
AUTOATIVIDADE

1 Para que as pessoas sejam bem-sucedidas, é indispensável que saibam uti-


lizar o dinheiro de forma produtiva e enriquecedora. Do ponto de vista
produtivo, considera-se que a realização de investimentos traga algo em
contrapartida. Sobre o que pode trazer a realização de investimentos, assi-
nale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O aumento descontrolado das dívidas.


b) ( ) O aumento do conhecimento e a ascensão profissional.
c) ( ) O aumento do prazer nas atividades físicas.
d) ( ) O aumento dos problemas familiares devido à grande quantidade de
dinheiro.

2 O conceito de organização financeira vai além de manter as suas contas


em dia, é necessário, também, estar em sintonia com as finanças pessoais.
Quanto aos benefícios de ter a vida financeira organizada, classifique V
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Investir no que é importante.


( ) Garantir um futuro mais turbulento.
( ) Ter a garantia de uma vida mais plena e harmoniosa.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V.
b) ( ) F – F – V.
c) ( ) V – F – V.
d) ( ) F – V – F.

3 Nesta fase da vida, a principal característica é a de que não se tem o dis-


cernimento de quantificar o valor financeiro do dinheiro. Sobre essa fase,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A fase inicial da adolescência.


b) ( ) A fase inicial da idade adulta.
c) ( ) A fase inicial da maturidade.
d) ( ) A fase inicial da infância.

36
4 Sobre a fase em que se formarão os reais valores do indivíduo com relação
ao dinheiro, seus benefícios e os problemas que ele traz, fase essa em que
os pais devem estar mais atentos ao comportamento dos filhos, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Jovens.
b) ( ) Crianças.
c) ( ) Idosos.
d) ( ) Adultos.

5 Nessa fase, espera-se que o indivíduo, bem orientado em todas as etapas


anteriores da vida, tenha construído um patrimônio financeiro que finan-
cie, no mínimo, suas necessidades básicas para desfrutar de uma vida sau-
dável. Quanto a essa fase, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Jovens.
b) ( ) Crianças.
c) ( ) Idosos.
d) ( ) Adultos.

6 Vivemos em uma sociedade que faz uma hierarquia com relação à relevân-
cia de cada cidadão, de acordo com o que ele tem ou deixa de ter. Nesse sen-
tido, o descontrole financeiro não está diretamente atrelado ao nível salarial
do indivíduo. Com base no que está atrelado esse descontrole, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Razões meramente financeiras.


b) ( ) O fato de ganharmos pouco.
c) ( ) O fato de não sabermos administrar o dinheiro.
d) ( ) Fatores culturais e psicológicos.

7 Sobre o aplicativo do Banco Central que simula operações financeiras co-


muns do dia a dia do usuário, como cálculo de retorno de investimentos,
valor futuro de capital corrigido e simulação de prestações em financiamen-
tos, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Calculadora do cidadão.
b) ( ) GuiaBolso.
c) ( ) Organizze.
d) ( ) Grana.

37
38
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1

MERCADO FINANCEIRO

1 INTRODUÇÃO

Nas atividades diárias, as pessoas compram, consomem, poupam, inves-


tem, emprestam recursos e viajam ao exterior.

Da mesma forma, no desenvolvimento de suas atividades, as organiza-


ções compram, vendem, prestam serviços, contratam, pagam impostos e emitem
títulos no país e no exterior (CARRETE; TAVARES, 2019).

Em todas essas situações, as pessoas e as organizações deverão utilizar


recursos financeiros e/ou os serviços de instituições especializadas que são consi-
derados como agentes econômicos.

O mercado financeiro é o ambiente em que ocorrem as operações e ser-


viços oferecidos pelas instituições financeiras destinadas a possibilitar o fluxo de
recursos monetários entre agentes econômicos.

Para garantir equilíbrio entre todos os participantes, esse ambiente deve ser
regulado e controlado pela autoridade monetária do país. O mercado financeiro
pode ser dividido em quatro principais segmentos: mercado monetário, mercado
de crédito, mercado cambial e mercado de capitais (CARRETE; TAVARES, 2019).

Essa divisão não é rigorosa e, na prática, os agentes do mercado financeiro


podem, em determinada operação, utilizar simultaneamente produtos e serviços
de mais de um segmento. Essa inter-relação entre os segmentos do mercado fi-
nanceiro está representada na Figura 5.

39
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

FIGURA 5 – SEGMENTOS DO MERCADO FINANCEIRO

FONTE: <https://bit.ly/321nknp>. Acesso em: 26 mar. 2021.

Carrete e Tavares (2019) descrevem os mercados como:

• O mercado de capitais envolve as operações de médio e longo prazo com


títulos mobiliários emitidos pelas empresas, em que, em geral, instituições
financeiras especializadas estruturam as operações e proporcionam o “encon-
tro” entre os agentes superavitários e os demandantes de recursos para inves-
timentos tanto em capital fixo como em capital de giro.
• O mercado de crédito abrange as operações de empréstimo e financiamento
para fortalecimento de capital de giro ou investimentos entre os agentes eco-
nômicos e instituições financeiras.
• O mercado cambial compreende as operações de troca de moedas originadas,
principalmente pelas transações comerciais e de remessa de divisas.
• O mercado monetário, que envolve as operações com títulos públicos, tem
como objetivo controlar a liquidez e a taxa de juro básica da economia. Nesse
mercado a autoridade monetária controla os meios de pagamento e conduz
a política monetária, gerenciando as operações de mercado aberto, operações
de redesconto e os depósitos compulsórios.

No Brasil, o mercado financeiro é organizado e controlado pelas institui-


ções que compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN). O SFN é o conjunto de
instituições que propiciam o fluxo de recursos entre os tomadores e os aplica-
dores de recursos na economia brasileira. É composto por todas as instituições
públicas e privadas atuantes no mercado brasileiro (CARRETE; TAVARES, 2019).
Entenda melhor o SFN por meio da Figura 6:

40
TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO

FIGURA 6 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

FONTE: <https://bit.ly/3uGJ18S>. Acesso em: 26 mar. 2021.

Podemos resumir dizendo que o Sistema Financeiro Nacional pode ser


enxergado como a união das instituições que possibilitam a circulação de moeda
no Brasil. O seu papel é garantir que essa circulação de moeda ocorra de maneira
organizada, fiscalizada e saudável para a economia.

Acadêmico, agora que você já conhece o mercado financeiro, nos próxi-


mos itens trataremos de forma mais profunda sobre cada um dos mercados ante-
riormente mencionados. Vem comigo nessa jornada!

41
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

DICAS

Para conhecer mais sobre o mercado financeiro, assista ao vídeo: Como fun-
ciona o mercado financeiro? Disponível em: https://bit.ly/3t91Z7v.

2 MERCADO DE CAPITAIS
O mercado de capitais assume papel dos mais relevantes no processo de
desenvolvimento econômico. É o grande municiador de recursos permanentes
para a economia, em virtude da ligação que efetua entre os que têm capacidade
de poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo
prazo, ou seja, que apresentam déficit de investimento (ASSAF NETO, 2018).

O mercado de capitais está estruturado de forma a suprir as necessidades


de investimentos dos agentes econômicos, por meio de diversas modalidades de
financiamentos a médio e longo prazos para capital de giro e capital fixo.

É constituído pelas instituições financeiras não bancárias, instituições


componentes do sistema de poupança e empréstimo (SBPE) e diversas institui-
ções auxiliares (ASSAF NETO, 2018).

O mercado de capitais, também chamado mercado de valores mobiliários,


é constituído pelas instituições que desenvolvem operações com o objetivo de
proporcionar recursos de médio e longo prazos para implementação de investi-
mentos produtivos.

Esse mercado é responsável por atender às necessidades de grande volume de


recursos financeiros de longo prazo; os investidores, os agentes superavitários, podem
investir nos títulos emitidos pelos agentes deficitários, os tomadores de recursos.

Nesse segmento, os bancos de investimento, os bancos múltiplos com


carteira de investimento, as corretoras de valores e as distribuidoras de valores
mobiliários atuam como prestadores de serviços às empresas emissoras, auxi-
liando-as na colocação dos títulos aos investidores (CARRETE; TAVARES, 2019).

42
TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO

FIGURA 7 – CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DE CAPITAIS

FONTE: <https://bit.ly/2Pxek6y>. Acesso em: 26 mar. 2021.

A Comissão de Valores Mobiliários é o órgão fiscalizador deste mercado e


seus objetivos são (MENESES; MARIANO, 2015):

• Estabelecer padrões de conduta para os participantes do mercado.


• Conceder incentivos às companhias que procedem a abertura de capital.

Se uma empresa, para alavancar um projeto, necessita de dinheiro de ter-


ceiros, ela terá duas alternativas: captar dinheiro de uma instituição bancária ou
criar um mercado cujo custo do dinheiro seja menor que o oferecido pelo banco.

É neste cenário que surge o mercado de capitais, em que, via de regra,


negociam-se riscos de uma empresa para captar dinheiro e alavancar um projeto.
É na alocação eficiente da poupança que o mercado de ações encontra forte justi-
ficativa (MENESES; MARIANO, 2015).

As operações com valores mobiliários se realizam em bolsas de valores ou


no mercado de balcão organizado.

A bolsa de valores é o local onde se compram e vendem os títulos mo-


biliários cujos investidores (compradores e vendedores) são representados por
agentes denominados corretoras de valores. Observe a figura a seguir e entenda
o funcionamento da bolsa de valores:

43
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

FIGURA 8 – FUNCIONAMENTO DA BOLSA DE VALORES

FONTE: <https://bit.ly/3wEFklT>. Acesso em: 26 mar. 2021.

44
TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO

As corretoras de valores são especialistas nas operações do mercado de


capitais por conhecerem as regras das bolsas de valores que garantem a livre con-
corrência, homogeneidade de informações sobre os preços dos títulos, liquidez,
confiança e transparência sobre os preços e quantidades negociadas.

No mercado de balcão, ocorrem as negociações dos títulos não registrados


em bolsa. É formado por um grande conjunto de corretores e distribuidores co-
nectados eletronicamente por telefones e computadores, que realizam transações
com títulos não registrados nas bolsas de valores. O mercado de balcão também é
chamado de over the counter (OTC) (CARRETE; TAVARES, 2019).

A principal função do mercado de capitais é viabilizar a transferência de


recursos dos agentes superavitários (investidores) para os agentes deficitários,
utilizando emissão de títulos e valores mobiliários.

Em geral, as operações no mercado de capitais envolvem elevados volumes


de recursos e são de longo prazo ou prazo indeterminado, como no caso das ações.

As empresas que utilizam o mercado de capitais para captação de recur-


sos do público em geral, são as de capital aberto. Essa captação de recursos ocorre
com a emissão de títulos mobiliários. Os principais títulos negociados no mercado
de capitais brasileiro são as ações e as debêntures (CARRETE; TAVARES, 2019).

NOTA

Ações: títulos de propriedade, que representam a menor fração do capital da


empresa. Seus detentores são denominados acionistas e são os proprietários do negócio.
Debêntures: títulos de dívida. Seus detentores são denominados debenturistas e são cre-
dores da empresa (CARRETE; TAVARES, 2019).

3 MERCADO DE CRÉDITO
O mercado de crédito visa fundamentalmente suprir as necessidades de caixa
de curto e médio prazos dos vários agentes econômicos, seja por meio da concessão
de créditos às pessoas físicas, seja por empréstimos e financiamentos às empresas.

As operações desse mercado, dentro de uma política de especialização do


Sistema Financeiro Nacional, são tipicamente realizadas por instituições financei-
ras bancárias (bancos comerciais e múltiplos) (ASSAF NETO, 2018).

45
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

As atividades dos bancos, que visam principalmente reforçar o volume de


captação de recursos, têm evoluído para um processo de diversificação de pro-
dutos financeiros e também na área de serviços prestados. Muitas vezes, são tam-
bém incluídas, no âmbito do mercado de crédito, as operações de financiamento
de bens de consumo duráveis praticadas pelas sociedades financeiras.

Nessa estrutura, a atuação do mercado torna-se mais abrangente, proven-


do recursos a médio prazo aos consumidores de bens de consumo, por meio de
instituições financeiras não bancárias (ASSAF NETO, 2018).

FIGURA 9 – CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DE CRÉDITO

FONTE: <https://bit.ly/3stqD2f>. Acesso em: 26 mar. 2021.

Carrete e Tavares (2019) abordam que o mercado de crédito é o segmento


do mercado financeiro que abrange as operações de empréstimos e financiamen-
tos entre empresas e bancos e a concessão de prazo para recebimento das vendas,
negociada entre empresas.

O crédito está presente em praticamente todas as operações de compra e


venda de produtos e serviços, facilitando as transações. Quando empresas comer-
ciais e industriais buscam empréstimos e financiamentos junto à rede bancária,
também estão operando no mercado de crédito (CARRETE; TAVARES, 2019).

Para as empresas, a política de crédito influencia o fluxo de caixa e os in-


vestimentos necessários em capital de giro. Uma das funções mais importantes
da área financeira das empresas, portanto, é a avaliação de crédito.

Toda operação de crédito envolve risco. Conceder crédito implica uma re-
lação de confiança entre as partes. Por menor que seja, a probabilidade de perda
está presente nas transações comerciais. Pode-se afirmar que a certeza de recebi-
mento só existirá nas operações realizadas em dinheiro.

46
TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO

Mesmo nas transações liquidadas por cheque, o período de compensação


representa risco para o credor (CARRETE; TAVARES, 2019).

Neste mercado, podemos verificar que há uma relação direta entre o banco e
o público. O banco capta recursos do público por meio de depósitos à vista e a prazo e
fornece empréstimos. Esse fato é uma característica marcante no mercado de crédito.

FIGURA 10 – FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE CRÉDITO

FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3wJ0pvc>. Acesso em: 26 mar. 2021.

Portanto, O mercado de crédito tem como objetivo suprir recursos aos agen-
tes econômicos, pessoas físicas ou jurídicas, nas suas necessidades de consumo, ope-
racionais e de investimentos. O crédito desenvolve-se em dois grandes segmentos:

• Operações comerciais ou mercantis.


• Operações bancárias.

As operações comerciais ou mercantis envolvem decisão de crédito quan-


do é concedido um prazo para pagamento.

Grande parte das operações de compra de mercadorias e serviços entre


empresas industriais ou comerciais, ou mesmo entre o comércio e as pessoas fí-
sicas, não é realizada à vista. Portanto, essas operações envolvem a concessão de
crédito, sem que haja uma instituição financeira envolvida.

A empresa que concede crédito atua como doador de recursos e essa con-
cessão de prazo pode representar um fator estimulante para as vendas.

Quando houver uma instituição bancária ou financeira envolvida na in-


termediação dos recursos, essa instituição estará atuando no mercado de crédito
(CARRETE; TAVARES, 2019).

47
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

4 MERCADO DE CÂMBIO
O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem operações
de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis, ou seja, em que se
verificam conversões de moeda nacional em estrangeiras e vice-versa.

Esse mercado reúne todos os agentes econômicos que tenham motivos


para realizar transações com o exterior, como operadores de comércio interna-
cional, instituições financeiras, investidores e bancos centrais, que tenham neces-
sidades de realizar exportações e importações, pagamentos de dividendos, juros
e principal de dívidas, royalties e recebimentos de capitais e outros valores. No
Brasil, a política cambial é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e
executada pelo Bacen (ASSAF NETO, 2018).

A taxa de câmbio revela a relação entre uma moeda e outra moeda, ou seja,
as unidades de uma moeda em comparação a outra. Por exemplo, a moeda brasilei-
ra (R$) pode ser expressa em relação ao dólar (US$) em R$ 5,50 por US$ 1,00.

Os mercados de câmbio são de suma importância para as empresas e ne-


gócios que envolvam algum tipo de comércio, investimento ou financiamento
com o exterior do país.

Isto porque, nesses casos, sempre se faz necessário, de maneira física ou re-
ferencial, alguma conversão de moedas ou troca de valores entre a moeda local e a
estrangeira ou, ainda, entre duas moedas estrangeiras (CARRETE; TAVARES, 2019).

No Brasil, isso não é diferente. As características de dependência de comér-


cio exterior e de financiamentos e investimento vindos de mercados estrangeiros
sempre foram muito marcantes durante toda a história econômica brasileira.

FIGURA 11 – CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DE CÂMBIO

FONTE: <https://bit.ly/3w32zWl>. Acesso em: 26 mar. 2021.

48
TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO

Se por um lado as trocas de moedas viabilizam negócios com o exterior,


permitindo o atendimento de necessidades e o aumento de eficiência econômica
e empresarial, também, em momentos de crise ou de transição, os mercados de
câmbio são dos mais sensíveis, por traduzir o sentimento e a expectativa dos par-
ticipantes do mercado local e do estrangeiro sobre a economia e o valor da moeda
local (CARRETE; TAVARES, 2019).

Neste mercado, faz-se a troca de moeda de um país pelo outro. Em regra, a taxa
de câmbio define o valor da moeda nacional perante a moeda estrangeira. As operações
do mercado cambial são basicamente de compra e venda de moeda estrangeira, com a
intermediação de instituições financeiras autorizadas (MENESES; MARIANO, 2015).

FIGURA 12 – CÂMBIO

FONTE: <https://bit.ly/3tay8Ma>. Acesso em: 26 mar. 2021.

Do mercado cambial participam os agentes econômicos que têm operações


no exterior, tais como (CARRETE; TAVARES, 2019):

• Operadores de importação e exportação.


• Instituições financeiras que intermediam essas operações.
• Investidores que buscam ganhos nas diferenças de cotações de moedas.
• Recebedores de capital do exterior.
• Agentes que realizam remessa de remuneração sobre capital próprio. Alguns
exemplos de transações comerciais e financeiras que ocorrem no mercado
cambial:
O importadores que procuram operadores de câmbio para comprar moeda
estrangeira para realizar importações;
O exportadores que procuram operadores de câmbio para vender moeda
estrangeira obtida com suas exportações;

49
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

O emissores de títulos de dívida no exterior que recebem moeda estrangeira,


convertem para reais e, periodicamente, devem remeter juros e o principal
da dívida;
O empresas multinacionais que remetem capital da matriz no exterior para a
filial no país;
O empresas multinacionais que convertem reais em moeda estrangeira para
remeter dividendos ao exterior;
O empresas que pagam royalties no exterior;
O viajantes e turistas que convertem moeda para seus gastos pessoais.

Carrete e Tavares (2019) abordam ainda que o mercado cambial se divide


em primário e secundário.

• No mercado cambial primário, os agentes econômicos domésticos, ou seja,


empresas e indivíduos residentes, realizaram operações comerciais e finan-
ceiras envolvendo troca de moedas com agentes no exterior, chamados não
residentes. Nesse mercado, operam os importadores, exportadores e turistas.
As operações do mercado primário alteram o estoque de moeda estrangeira
que constituem as reservas cambiais do país.
• No mercado cambial secundário, também chamado de interbancário, os bancos
e as corretoras negociam entre si as divisas contratadas junto ao mercado primá-
rio. Essa é uma atividade de “soma zero”, ou seja, todas as compras e vendas de
moeda não alteram o estoque de divisas de posse do país. Entretanto, por refletir
as expectativas de escassez ou sobra de divisas no mercado primário, as opera-
ções do interbancário acabam por formar as taxas cambiais ou cotações.

ATENCAO

A taxa de câmbio expressa uma relação entre unidade de uma moeda e outra,
ou seja, entre os valores de duas moedas. Por exemplo, se fosse necessário R$ 5,50 para
se adquirir US$ 1,00, diz-se que a taxa de câmbio é de R$ 5,50 por US$ 1,00. Se, em algum
momento, fossem necessários mais reais para se adquirir a mesma quantidade de dólar,
conclui-se que a moeda nacional se desvalorizou (ASSAF NETO, 2018).

50
TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO

5 MERCADO MONETÁRIO
A ciência da economia pode ser entendida como o estudo das trocas hu-
manas. Trocas entre pessoas, entre empresas, entre países, entre presente e futu-
ro. Tudo nessa ciência se baseia nas trocas, e elas, por sua vez, só são possíveis
na velocidade atual porque criamos um facilitador chamado papel-moeda ou di-
nheiro, como é coloquialmente chamado (CARRETE; TAVARES, 2019).

Antigamente, utilizávamos o escambo, péssimo formato para trocar bens.


Depois, mudamos para as moedas físicas, como ouro, cobre, entre outras, ainda
um formato não apropriado em virtude de sua dificuldade de locomoção, porém,
sua falha essencial é outra, dependência de estoque.

FIGURA 13 – ESCAMBO

FONTE: <https://bit.ly/39Zb8It>. Acesso em: 26 mar. 2021.

O estoque de ouro e outros metais é finito, entretanto, nossa economia não


precisa ser – ela pode ser baseada no crédito – a troca entre presente e futuro. A me-
lhor forma de entender isso é imaginar uma pessoa que tem uma ideia para desen-
volver capital, que lhe permitirá aumentar sua produtividade no futuro, mas não
tem os meios (recursos) para desenvolvê-la agora (CARRETE; TAVARES, 2019).

Outra pessoa, por outro lado, possui os recursos, mas não a ideia. Ela pode
emprestá-los e cobrar uma parcela dos resultados enquanto a primeira pessoa de-
senvolve a ideia. Se ela tiver sucesso, todos ganham, pois um novo capital foi criado
e ela beneficiará a sociedade como um todo, não somente aquele que o criou.

O que possibilita esse acelerado desenvolvimento de capital é justamente o crédi-


to. No entanto, o crédito, por mais fantástico que seja, traz consigo um porém: a liquidez.

51
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

NOTA

Liquidez pode ser entendida como a velocidade com a qual é possível trans-
formar um ativo em dinheiro. Quanto maior a velocidade, melhor para o investidor (CAR-
RETE; TAVARES, 2019).

Meneses e Mariano (2015) escrevem que o mercado monetário também é


conhecido como mercado aberto ou open market. Engloba as operações de curtíssi-
mo prazo. São operações feitas por poucos dias, até de um dia para outro.

FIGURA 14 – CARACTERÍSTICAS DO MERCADO MONETÁRIO

FONTE: <https://bit.ly/3coBaGA>. Acesso em: 26 mar. 2021

Este mercado executa duas funções: primeiro aplica recursos disponíveis


de curto prazo e, segundo, é utilizado pelo Bacen para controlar o nível de
liquidez (mede a capacidade das empresas públicas ou privadas de cumprir com
suas obrigações no curto prazo) da economia por meio de compra e venda de
títulos (MENESES; MARIANO, 2015).

Sendo assim, o mercado monetário é composto, principalmente, pelos


bancos comerciais e pelo Banco Central (Bacen), que executa política monetária e
regula e fiscaliza seu funcionamento.

52
TÓPICO 3 — MERCADO FINANCEIRO

NOTA

O Bacen é o agente que regula, fiscaliza e controla o funcionamento dos ban-


cos, garantindo, assim, o bom funcionamento do ciclo de transações apresentado ante-
riormente. Em outras palavras, é o fiscal do mercado monetário (CARRETE; TAVARES, 2019).

As principais funções desse mercado no sistema financeiro podem ser


resumidas em (CARRETE; TAVARES, 2019):

• Executar a política monetária.


• Garantir transferência de recursos dos agentes superavitários e deficitários.

O Bacen é o principal executor da política monetária, cuja função é pro-


teger o valor e o poder aquisitivo da moeda, e fará isso controlando a oferta de
moeda e a taxa de juros. A política monetária é desenvolvida pela autoridade
monetária com o objetivo de:

• manter expansão econômica, níveis de emprego e renda da população;


• controlar o poder aquisitivo da moeda;
• equilibrar o balanço de pagamentos.

O controle da oferta de moeda deve garantir a liquidez ideal aos agentes eco-
nômicos. Com esse foco, a política monetária trará impactos sobre a demanda por
bens e consumo e, consequentemente, sobre o ritmo de toda a atividade econômica.

Por fim, Assaf Neto (2018) escreve que o mercado monetário se encontra
estruturado, visando ao controle da liquidez monetária da economia e das taxas
de juros fixadas pelas autoridades monetárias.

Os papéis são negociados nesse mercado tendo como parâmetro de referên-


cia a taxa de juros, que se constitui em sua mais importante moeda de transação.

Os papéis que lastreiam as operações do mercado monetário caracteri-


zam-se pelos reduzidos prazos de resgate e alta liquidez. É um mercado de curto
e curtíssimo prazos, sendo ainda responsável pela formação das taxas de juros da
economia (Taxa Selic e Taxa DI).

São negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Tesouro Nacio-


nal, com o objetivo de financiar o orçamento público (exemplo: Notas do Tesouro
Nacional (NTN); Letras do Tesouro Nacional (LTN), além de diversos títulos pú-
blicos emitidos pelos Estados e Municípios.

53
UNIDADE 1 — ECONOMIA E FINANÇAS

São ainda negociados, no mercado monetário, os Certificados de Depósi-


tos Interfinanceiros (CDI), exclusivamente entre instituições financeiras e títulos
de emissão privada, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e debêntu-
res. O mercado monetário é essencial para o estabelecimento do nível de liquidez
da economia, controlando e regulando o fluxo de moeda convencional (papel-
-moeda) e de moeda escritural (depósitos à vista nos bancos comerciais).

Para adequar o volume de moeda com o objetivo de manutenção de liqui-


dez da economia, a autoridade monetária (Banco Central) atua no mercado finan-
ceiro disponibilizando ou retirando recursos da economia (ASSAF NETO, 2018).

54
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• O mercado financeiro é o ambiente em que ocorrem as operações e serviços


oferecidos pelas instituições financeiras destinadas a possibilitar o fluxo de
recursos monetários entre agentes econômicos.

• O mercado financeiro pode ser dividido em quatro principais segmentos: mer-


cado monetário, mercado de crédito, mercado cambial e mercado de capitais.

• No Brasil, o mercado financeiro é organizado e controlado pelas instituições


que compõem o Sistema Financeiro Nacional (SFN). O SFN é o conjunto de ins-
tituições que propiciam o fluxo de recursos entre os tomadores e os aplicadores
de recursos na economia brasileira. É composto por todas as instituições pú-
blicas e privadas atuantes no mercado brasileiro (CARRETE; TAVARES, 2019).

• O mercado de capitais envolve as operações de médio e longo prazo com títulos


mobiliários emitidos pelas empresas, em que, em geral, instituições financeiras
especializadas estruturam as operações e proporcionam o “encontro” entre os
agentes superavitários e os demandantes de recursos para investimentos tanto
em capital fixo como em capital de giro (CARRETE; TAVARES, 2019).

• O mercado de crédito abrange as operações de empréstimo e financiamento


para fortalecimento de capital de giro ou investimentos entre os agentes eco-
nômicos e instituições financeiras (CARRETE; TAVARES, 2019).

• O mercado cambial compreende as operações de troca de moedas originadas


principalmente pelas transações comerciais e de remessa de divisas (CARRE-
TE; TAVARES, 2019).

55
• O mercado monetário, que envolve as operações com títulos públicos, tem
como objetivo controlar a liquidez e a taxa de juro básica da economia. Nesse
mercado a autoridade monetária controla os meios de pagamento e conduz
a política monetária, gerenciando as operações de mercado aberto, operações
de redesconto e os depósitos compulsórios (CARRETE; TAVARES, 2019).

CHAMADA

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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

56
AUTOATIVIDADE

1 Em economia e finanças, mercado financeiro é como se denomina todo o


universo que envolve as operações de compra e venda de ativos financei-
ros, como valores mobiliários, mercadorias e câmbio. Disserte sobre o con-
ceito de mercado financeiro abordado neste livro.

2 Com o objetivo de facilitar o processo de compra do consumidor, da mesma


maneira como você vai à feira ou a um supermercado, em que cada produto
está separado por setor, no mercado financeiro, não é diferente. De acordo
com características próprias, podemos dividir o mercado em quatro seg-
mentos específico, quais são eles?

3 Quanto às instituições do sistema financeiro nacional responsáveis pela co-


brança de regras, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Bacen.
( ) CFC.
( ) Ibracon.
( ) CVM.
( ) Susep.
( ) Preivc.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F – V – V – V.
b) ( ) V – F – V – F – F – F.
c) ( ) F – V – V – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – F – F – V.

4 O SFN, ou Sistema Financeiro Nacional, tem mais relação com seu dinheiro
do que imagina. Ele abrange tudo o que está relacionado à movimentação
de valores entre os brasileiros. Disserte sobre o que vem a ser o Sistema Fi-
nanceiro Nacional (SFN).

5 Sobre o Mercado de Capitais, classifique V para as sentenças verdadeiras e


F para as falsas:

( ) É constituído pelas instituições financeiras não bancárias, instituições


componentes do sistema de poupança e empréstimo (SBPE) e diversas
instituições auxiliares.
( ) É responsável por atender as necessidades de grande volume de recursos
financeiros de curto prazo.

57
( ) A Comissão de Valores Mobiliários é o órgão fiscalizador deste mercado.
( ) As empresas que utilizam o mercado de capitais para captação de recur-
sos do público em geral são as de capital fechado.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) V – V – V – F.
d) ( ) F – F – F – V.

6 Sobre o Mercado de Crédito, classifique V para as sentenças verdadeiras e


F para as falsas:

( ) O mercado de crédito visa fundamentalmente suprir as necessidades de


caixa de longo prazo dos vários agentes econômicos.
( ) As operações desse mercado, dentro de uma política de especialização
do Sistema Financeiro Nacional, são tipicamente realizadas por institui-
ções financeiras bancárias (bancos comerciais e múltiplos).
( ) É o segmento do mercado financeiro que abrange as operações de em-
préstimos e financiamentos, entre empresas e bancos e a concessão de
prazo para recebimento das vendas, negociada entre empresas.
( ) Neste mercado, podemos verificar que não há uma relação direta entre o
banco e o público

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – F – F – V.

7 Sobre o Mercado de Câmbio, classifique V para as sentenças verdadeiras e


F para as falsas:

( ) O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem operações


de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis.
( ) O mercado de câmbio é de suma importância para as empresas e negó-
cios que envolvam algum tipo de serviço nacional.
( ) A taxa de câmbio revela a relação entre uma moeda e outra moeda, ou
seja, as unidades de uma moeda em comparação a outra.
( ) Neste mercado, faz-se a troca de moeda de um país pelo outro.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – V – F – V.

58
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – F – V – V.

8 Sobre o Mercado de Monetário, classifique V para as sentenças verdadeiras


e F para as falsas:

( ) O mercado monetário também é conhecido como mercado nacional ou


National market.
( ) Este mercado executa duas funções: primeiro aplica recursos disponíveis
de curto prazo e, segundo, é utilizado pelo Bacen para controlar o nível
de liquidez da economia por meio de compra e venda de títulos.
( ) São negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Tesouro Nacio-
nal, com o objetivo de financiar o orçamento público.
( ) É essencial para o estabelecimento do nível de liquidez da economia, con-
trolando e regulando o fluxo de moeda convencional e escritural.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) F – V – V – V.

59
REFERÊNCIAS
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CARRETE, L. S.; TAVARES, R. Mercado financeiro brasileiro. São Paulo: Atlas, 2019.

CHEROBIM, A. P. M. S.; ESPEJO, M. dos S. B. Finanças pessoais: conhecer para


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tem 3ª queda seguida e retorna ao nível pré-pandemia, aponta CNC. G1, 1º dez.
2020. Disponível em https://glo.bo/3uDxPtl. Acesso em: 11 jan. 2021.

DUBARD, C. O seu organizador financeiro: as melhores ferramentas de contro-


le financeiro para você se organizar! 2019. Disponível em: https://bit.ly/3wLjhty.
Acesso em: 29 mar. 2021.

DESSEN, M. Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro. São Paulo: Trevi-
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INFOMONEY. Curto, médio e longo prazo: ajuste suas metas para atingir o su-
cesso. c2021. Disponível em: https://bit.ly/3fVgWGA. Acesso em: 9 jan. 2021.

INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING (IBC). Metas e objetivos: diferenças


e exemplos. 2020. Disponível em: https://bit.ly/2PQvm02. Acesso em: 10 jan. 2021.

INSTITUTO MARCOS TITO (IMT). Manual para definir metas e objetivos pes-
soais. c2021.Disponível em: https://bit.ly/3rZU6ju. Acesso em: 11 jan. 2021.

MAG SEGUROS. Organização financeira: 7 dicas para manter uma vida equili-
brada. c2021. Disponível em: https://bit.ly/3e63v4f. Acesso em: 11 jan. 2021.

MENESES, A.; MARIANO, F. Mercado financeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense;


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ORGANIZZE. Como ensinar educação financeira para adolescentes. c2021. Dis-


ponível em: https://bit.ly/2OCoXVJ. Acesso em: 11 jan. 2021.

SANTOS, B. Educação financeira: o que é e qual a sua importância? 2018. Dispo-


nível em: https://bit.ly/323qxmE. Acesso em: 11 jan. 2021.

SANTOS, J. O. dos. Finanças pessoais para todas as idades: um guia prático. São


Paulo: Atlas, 2014.

60
TEODORO, K. Valor x preço. c2021. Disponível em: https://bit.ly/39YX957. Aces-
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VASCONCELLOS, M. A. S. de. Economia: micro e macro. 6. ed. São Paulo: Atlas,


2015. (V. 2).

YAZBEK, P. Brasileiro só poupa metade do que precisa para se aposentar. Exame.


com, 20 fev. 2013. Disponível em: https://bit.ly/2OFO366. Acesso em: 29 mar. 2021.

WONDERS, A. Compras por impulso: o que as geram e como potencializá-las


no varejo? 2019. Disponível em: https://bit.ly/3wLTscM. Acesso em: 10 jan. 2021.

61
62
UNIDADE 2 —

INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA


RESPONSÁVEL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os diversos tipos de investimentos, bem como as carac-


terísticas de cada aplicação;

• identificar as variações nas taxas de juros e nos preços de mercado;

• entender o porquê da criação do FGC e para que ele serve;

• distinguir a diferença entre investir e poupar.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – PERFIL DO INVESTIDOR

TÓPICO 2 – FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E


SEUS ASSEGURADOS

TÓPICO 3 – INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

63
64
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2

PERFIL DO INVESTIDOR

1 INTRODUÇÃO

A participação das famílias no mercado financeiro é de extrema importân-


cia para o país, pois é fonte de captação de recursos para empresas em crescimen-
to e geração de riqueza econômica (BITTENCOURT et al., 2018).

Considera-se o nível de maturidade econômica de um país, dentre outros in-


dicadores, pelo nível de confiança e participação da população no mercado acionário,
que pode ser verificado pela evolução do número de investidores nesse mercado.

Especificamente, no caso brasileiro, existem diversos tipos de investimen-


tos, divididos entre renda fixa, representados principalmente pela poupança e
tesouro direito, renda variável composta, principalmente pelas ações e, ainda,
uma mescla dos dois – os fundos de investimentos (BITTENCOURT et al., 2018).

Bodie, Kane e Marcus (2014) definem investimento como sendo o compro-


metimento de dinheiro ou de outros recursos no presente com a expectativa de co-
lher benefícios futuros, por exemplo, uma pessoa pode adquirir uma cota de ações
prevendo que os futuros resultados monetários dessas ações justificarão tanto o
tempo durante o qual seu dinheiro ficou retido quanto o risco do investimento.

Para investir no mercado financeiro, o futuro investidor precisa conhecer as ca-


racterísticas de cada aplicação, escolhendo aquele que melhor se encaixe no seu perfil.

2 PERFIL DE INVESTIDOR
A teoria dos Mercados Eficientes surgiu em 1952, através dos estudos de
Markowitz. Conforme essa teoria, o mercado financeiro é eficiente e os investidores
tomam decisões racionais, pois todos têm o mesmo acesso às informações, procu-
rando maximizar seu capital e minimizar os riscos envolvidos nas operações.

Markowitz (1952 apud CEREZER, 2017, p. 33) quando publicou seu importante
artigo sobre a moderna teoria de portfólio, “esclarece que os investimentos apresentam
um retorno esperado e uma variância de prováveis resultados. O autor considerou o
resultado como desejável e a variância como indesejável, montando, com isso, um mo-
delo de programação capaz de maximizar os retornos e minimizar a variância”.

65
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

O modelo proposto por esse autor proporciona o cálculo de risco e retorno


das carteiras de investimento, revelando a relação entre essas duas variáveis, uti-
lizando essa relação, seus estudos oportunizam a diversificação de investimentos
e a classificações dos investidores em perfis (BITTENCOURT et al., 2018).

A principal característica que define o perfil de um investidor é o seu


comportamento diante do risco de perda que irá correr em seus inves-
timentos. Cada investidor se comporta de maneira diferente quando
exposto ao risco. Alguns apresentam mais disposição, optando por in-
vestimentos de maior risco, enquanto outros são totalmente avessos ao
risco, buscando investimentos onde o risco seja inexistente. Existindo
também os que se apresentam indiferentes ao risco, dispostos a correr
certo grau de risco (CEREZER, 2017, p. 47).

Também chamado de suitability, o perfil de investidor é uma espécie de


análise que identifica suas preferências e expectativas com relação aos
investimentos. Ao responder perguntas básicas, como “qual sua tole-
rância ao risco” e “por quanto tempo deseja investir”, é possível apontar
qual é o seu perfil de investidor (TORO INVESTIMENTOS, 2019, s.p.).

DICAS

Quer saber qual o seu perfil de investidor? Faça o teste on-line no seguinte link:
https://andrebona.com.br/perfil-do-investidor/.

O perfil de investidor tem como base três requisitos: segurança, liquidez


e rentabilidade. Dessa forma, as perguntas respondidas tentam mapear quais
desses pilares são mais importantes para o investidor. Isso porque, dificilmente,
consegue-se encontrar esses três critérios presentes em altos níveis, em todos os
investimentos do mercado.

O autor Police Jr. (2014 apud CEREZER, 2017, p. 50) explana sobre as cha-
madas APIs (Análises de Perfil de Investidor):
Que são questionários que devem ser obrigatoriamente preenchidos pe-
los investidores que buscam auxílio em instituições financeiras. A finali-
dade desses questionários é medir o perfil do investidor, ou seja, a API in-
dica se o investidor é considerado com um perfil conservador, moderado
ou agressivo. Com a identificação do perfil do investidor, ele saberá quais
os investimentos mais indicados ao seu tipo de comportamento.

66
TÓPICO 1 — PERFIL DO INVESTIDOR

FIGURA 1 – PERFIS DE INVESTIMENTO

FONTE: <https://bit.ly/3dW750E>. Acesso em: 29 mar. 2021.

O comportamento dos investidores é muito mais complexo do que os mo-


delos econômicos e financeiros podem supor, razão que fez surgir as finanças
comportamentais, que visam colaborar para o entendimento da mente do inves-
tidor e porque ele se comporta de maneira irracional no processo de tomada de
decisão (SANTOS; BARROS, 2011).

Dessa forma, segundo a teoria dos mercados eficientes, os investidores


podem ser divididos, conforme sua tolerância ao risco, em dois grupos bem de-
finidos: o primeiro busca uma combinação de ativos que proporcionem um re-
torno maior, mesmo que isso acarrete em uma exposição maior, conhecido como
investidor arrojado. O segundo são àqueles que procuram menor risco, porém o
retorno também é menor, esses são os conservadores. Pode-se ainda perceber um
terceiro grupo, o moderado, que aceita correr um pouco mais de risco que o con-
servador para alcançar uma rentabilidade superior (BITTENCOURT et al., 2018).

De acordo com Calado (2012), para analisar o perfil do investidor deve-se,


além de saber seus interesses e objetivos, realizar coleta de informações por meio
de questionários elaborados para essa finalidade, identificar qual a característica
de investimento é mais adequada a realizar comparação do perfil com a carteira
de investimentos que o indivíduo deseja. Por fim, vale ressaltar que o investidor
deve ter sempre consciência dos riscos assumidos por seus investimentos.

67
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

Observe a Figura 2 e conheça algumas características de cada perfil, po-


rém essas caraterísticas não são regras e podem sofrer alterações.

FIGURA 2 – CARACTERÍSTICAS DO PERFIL DE INVESTIDORES

FONTE: <https://bit.ly/3g3X9oq>. Acesso em: 29 mar. 2021.

Ter o conhecimento sobre o risco que se está correndo é extremamen-


te importante quando o assunto são investimentos, ou seja, a obten-
ção de ganhos ou perda de capital. Quando o investidor toma uma
decisão fundamentada em um falso conhecimento, está trabalhando
com uma análise de risco errada, já quando ele reconhece que não tem
conhecimento, está tomando uma decisão sob incerteza (MACEDO;
KOLINSKY; MORAIS, 2011 apud CEREZER, 2017, p. 47).

3 CONSERVADOR
Oliveira (2014) define o perfil do investidor conservador, destacando como
principal característica não suportar a volatilidade dos mercados com renda vari-
ável, preferindo investimentos de curto prazo. O investidor com o perfil conserva-
dor não aceita perder nenhum centavo do seu dinheiro investido, por isso, tem pre-
ferência em aplicar quase 100% de seus recursos em investimentos de renda fixa.
Esse tipo de investidor prioriza a segurança em suas aplicações. Em sua
diversificação de investimentos, o conservador deve manter a maior
parte da sua carteira de investimentos em produtos de baixo risco como:

68
TÓPICO 1 — PERFIL DO INVESTIDOR

• Tesouro Direto.
• CDB.
• LC.
• LCI/LCA.
• Fundos de renda fixa.
• Debêntures.
Ele ainda pode investir uma pequena parte em aplicações que ofere-
çam níveis de riscos diferenciados, para poder se beneficiar de ganhos
a longo prazo, como:
• Ações pagadoras de dividendos.
• Fundos multimercados.
• Fundos de ações.
• Fundos de investimento no exterior.
• Fundos cambiais.
• Fundos imobiliários (FIIs).
Essas aplicações devem representar uma pequena parcela da carteira
(RICO, 2019a, s.p.).

Barroso (2011) assevera que o investidor conservador tem como objetivo


a preservação dos seus recursos (valor) investidos, preferindo investir em opções
de baixo risco, o que, consequentemente, tornará suas expectativas de rendimen-
to mais limitadas. Este é o perfil de investidor que está em busca de segurança,
não admitindo perder nada dos recursos investidos, tendo como objetivo em seus
investimentos a proteção de seu patrimônio (PEREIRA, 2010).

Para o investidor conservador, quanto mais seguro for o investimento, mais


satisfeito o investido fica, pois ele não tem pressa em obter ganhos, e caso haja per-
da, que seja a menor possível, e que de preferência seja nula (RASSIER, 2009).

FIGURA 3 – COMO GANHAR DINHEIRO SENDO CONSERVADOR

FONTE: <https://bit.ly/3t92zlS>. Acesso em: 30 mar. 2021.

69
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

Slimani (2015) afirma que a segurança é importante para esse perfil, geralmen-
te o investidor conservador investe apenas na poupança, que tem baixo risco e liquidez
diária. Esse perfil tem dificuldade de sair de sua zona de conforto, não procura inves-
timentos diferentes, pois acredita que as demais aplicações envolvem maior grau de
risco, o que o faz perder ótimas oportunidades de investimentos de longo prazo.

“Enfim, a característica principal do conservador é preservar o seu patri-


mônio. Assim, normalmente, ele opta por investimentos com baixíssima oscila-
ção e risco de prejuízo, mesmo que temporário” (RICO, 2019a, s.p.).

A falta de liquidez e rendimento abaixo da média são aspectos que o inco-


moda (RICO, 2019a). “É importante que o conservador entenda os pontos negati-
vos de não aproveitar as oportunidades financeiras” (RICO, 2019a, s.p.).

O conservador costuma ser uma pessoa com patrimônio já construído,


que provavelmente tem mais de 40 anos e busca apenas a solidez do seu capital.
Assim, ele não quer correr mais riscos. Ou, ainda, seja um investidor ainda ini-
ciante que não se sente seguro com os mercados mais dinâmicos.

4 MODERADO
Entre os perfis de investidores conservador e agressivo, Rassier (2009)
aborda que existe uma distribuição de diferentes perfis com níveis di-
ferenciados quanto à preferência ou não em correr risco. No centro
desta distribuição, encontra-se o investidor com perfil moderado, que é
aquele que possui características tanto conservadoras como agressivas,
tendo como finalidade o equilíbrio entre elas (CEREZER, 2017, p. 51).

Ainda, para Cerezer (2017, p. 51):

O perfil moderado é caracterizado por Oliveira (2014), como sendo


aqueles investidores com um pouco mais de disposição em correr riscos
do que o investidor conservador. Esse perfil tem preferência por inves-
timentos de médio prazo, em torno de dois a cinco anos e aplicará, no
máximo, 20% de seus recursos em investimentos de renda variável.

Esse investidor gosta de segurança, mas já possui tolerância a riscos de


longo prazo. Assim, opta por investimentos mais arriscados dependendo da situ-
ação. Ele tem como características a versatilidade, sabendo aproveitar o melhor
de cada investimento, seja sua segurança ou possível lucro acima da média.

“Esse perfil de investidor possui mais conhecimento do mercado e um patrimô-


nio em crescimento, que já é grande o suficiente para diversificar em diferentes prazos).
Assim, o moderado procura equilibrar rentabilidade versus risco” (RICO, 2019a, s.p.).

O investidor moderado também tem como objetivo proteger seu patrimô-


nio, porém é considerado um pouco mais propenso ao risco do que o investidor
conservador, buscando maior rentabilidade em investimentos de médio risco (PE-

70
TÓPICO 1 — PERFIL DO INVESTIDOR

REIRA, 2010). Pode-se assegurar que o investidor moderado, por estar disposto a
assumir um risco considerável em seus investimentos, potencializa um crescimen-
to sustentado do capital investido a médio e longo prazo (BARROSO, 2011).

FIGURA 4 – INVESTIDOR MODERADO

FONTE: <https://bit.ly/3uBsnqW>. Acesso em: 30 mar. 2021.

Slimani (2015) aborda que o perfil moderado é mais aberto a mudanças e


novidades, buscando a diversificação de seus investimentos de forma moderada
e planejada, conseguindo bons resultados a médio e longo prazo.

É um investidor que tem a segurança da renda fixa, mas também aplica parte
de seus recursos em renda variável, buscando retornos acima da média do mercado.

Embora concentre o maior volume de seus investimentos em investimen-


tos conservadores, admite perdas até certo limite. Esse perfil de investidor tem
expectativa de retorno em médios e longos prazos.

5 ARROJADO / AGRESSIVO
O perfil arrojado, também chamado de agressivo, pode ser caracterizado
como sendo aquele investidor que não se preocupa quando o mercado despenca
e suas ações desvalorizam, podendo perder parte ou todo o seu dinheiro investi-
do sem ficar desesperado.

71
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

Este investidor fará investimentos de longo prazo, cerca de 10 anos, aplicando


no mínimo 40% de seus recursos em investimentos de renda variável (OLIVEIRA, 2014).

O investidor de perfil agressivo, de acordo com Cavalcante, Misumi e Ru-


dge (2009), visa obter altos retornos, a composição da carteira de investimentos
para este perfil seria de 20% em renda fixa e 80% em ações.

Esse investidor não sente muito frio na barriga. Ele entende que as perdas a curto
prazo são momentâneas e necessárias para aproveitar lucros mais altos a longo prazo.

FIGURA 5 – INVESTIDOR ARROJADO

FONTE: <https://bit.ly/2ODq8nG>. Acesso em: 30 mar. 2021.

“Normalmente, o agressivo busca crescer o seu patrimônio para cumprir


alguns objetivos da sua vida e, claro, se aposentar mais cedo para viver da renda
de seus investimentos” (RICO, 2019a, s.p.).

Rassier (2009) denomina este perfil como arrojado, caracterizando-o como


o que tem pressa em obter maiores retornos em curto período de tempo, abrindo
mão da segurança e preferindo enfrentar riscos maiores, contanto que obtenha
retornos proporcionais ao risco enfrentando.

O investidor apresenta sangue frio para lidar com as suas emoções nos
momentos de desvalorização de seus investimentos, pois, geralmente, investe
todo seu recurso em investimentos de renda variável, como ações, moeda estran-
geira, debêntures, FIIs, entre outros (SLIMANI, 2015).

Mesmo sendo arrojado, é muito recomendado que o investidor agres-


sivo tenha uma reserva de emergência para situações do cotidiano que
demandem dinheiro a curto prazo. Essa parcela da sua carteira é mais
conservadora para garantir o resgate rápido em cerca de 24 horas, sem
perda de rentabilidade. O Perfil Agressivo possui conhecimento de mer-
cado, busca sempre boa rentabilidade e aceita exposições medianas ao
risco em busca de ganhos maiores que a inflação a médio e longo pra-
zo, mesmo com riscos de prejuízo. Assume posições mais concentradas
com estratégias a fim de alcançar um maior retorno.É o investidor que

72
TÓPICO 1 — PERFIL DO INVESTIDOR

prefere aplicar seus recursos em ações de empresas que oferecem maior


probabilidade de retorno para aumentar seu patrimônio. Possui prepa-
ro técnico e emocional para acompanhar as oscilações do mercado, pois
busca acumular ganhos altos que superam a média de mercado. Sua
perspectiva de retorno é de curto prazo (RICO, 2019a, s.p.).

73
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

LEITURA COMPLEMENTAR

VOCÊ É UM INVESTIDOR CONSERVADOR, MODERADO OU


AGRESSIVO? SAIBA EM SETE PERGUNTAS E DOIS MINUTOS

Hoje em dia, existem muitas opções de corretoras de valores, e nunca foi tão
fácil e prático ser um investidor em aplicações mais rentáveis que a tradicional ca-
derneta de poupança. Muito mais importante que escolher uma corretora, é saber
em qual produto colocar o seu dinheiro. Você está disposto a correr mais riscos?
Quer uma rentabilidade maior? Precisa de dinheiro agora? É sempre bom lembrar
que não existe maneira certa de investir e que cada pessoa tem suas características.

Por isso, formulamos sete perguntas para que você saiba qual é o seu perfil de
investidor. O resultado desse teste dirá se você é conservador, moderado ou agressivo.

1 O quanto você conhece do mercado financeiro?

Antes de entrar de cabeça no mundo dos investimentos, primeiro é preci-


so conhecer em que se pode investir. Existem vários tipos de ativos com as mais
diversas finalidades. Fundos, tesouro direto, ações, todos têm seus riscos, renta-
bilidade e seu tempo de ganho.

2 Em quanto tempo você precisará de dinheiro?

Você acha que vai precisar de dinheiro em seis meses? E em cinco anos?
Dependendo da resposta, você pode encontrar um ativo que dê uma rentabili-
dade maior em um curto período de tempo ou fazer uma reserva de emergência
que renda no longo prazo. Por exemplo, no tesouro direto, que são títulos da dí-
vida pública, é possível comprar papéis que vencem em 2035 ou 2050, e, quanto
maior o tempo, maior a rentabilidade. Em contrapartida, para quem pretende
acompanhar a bolsa dia a dia, pensar em colocar o dinheiro em ações pode dar
um retorno mais imediato.

3 Entre o risco e o retorno, qual você prefere?

Uma dica, não existe rentabilidade que pague sua paz, isto é, se o seu per-
fil de investidor não se encaixa em se arriscar mais para ter mais retorno, não vá
para o mercado de especulação. Por outro lado, se você tem tempo e paciência de
esperar dez anos para ver um ativo render, é mais interessante ir por outro cami-
nho. Existe a possibilidade de perder dinheiro no mercado de investimentos, e é
preciso ter em mente o quanto se está disposto a correr esse risco.

74
TÓPICO 1 — PERFIL DO INVESTIDOR

4 Onde você investe hoje?

Se você já possui alguma modalidade de investimento, é importante saber


o quanto ele rende. A forma de guardar dinheiro mais comum entre os brasileiros é
a poupança, mas, com a inflação e a taxa de juros mais baixos, ela passou a ser me-
nos interessante. Acompanhar a rentabilidade dos lugares onde seu dinheiro está
alocado é uma forma de sempre conseguir um rendimento um pouquinho maior.

5 Quanto você consegue economizar por mês?

Ter os gastos na ponta do lápis é uma das formas de controlar os gastos e


se programar para imprevistos. Portanto, estabelecer um valor para economizar
todo o mês é uma maneira de se manter a disciplina consigo e com seus inves-
timentos. Adicione, na sua lista, o item “economias” e se comprometa a sempre
alocar esse dinheiro em algum lugar que ele vá render para você.

6 Quanto do seu dinheiro você quer ter em produtos financeiros?

A sua reserva financeira deve ser um investimento que te possibilite uma


maior liquidez, que você possa retirar e colocar dinheiro com facilidade, para o
caso de alguma emergência. Agora que você já tem algum tipo de investimento,
que tal diversificar? Tendo em vista o seu perfil de investidor, diversificar a car-
teira é uma maneira de assegurar o dinheiro sempre rendendo. Num primeiro
momento é difícil, mas conforme seu dinheiro for crescendo, é interessante ficar
de olho nos demais ativos disponíveis no mercado.

7 Você tem uma meta?

Traçar um plano para seus investimentos faz com que você tenha um ob-
jetivo a ser alcançado. Seja comprar um carro, uma casa ou planejar uma viagem,
o planejamento faz você ter clareza dos seus movimentos como investidor, até
para se ter uma segurança nos momentos de crise.
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3mBaYMq>. Acesso em: 29 mar. 2021.

75
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• A participação das famílias no mercado financeiro é de extrema importância


para o país, pois é fonte de captação de recursos para empresas em crescimen-
to e geração de riqueza econômica (BITTENCOURT et al., 2018).

• Para investir no mercado financeiro, o futuro investidor precisa conhecer as


características de cada aplicação, escolhendo aquele que melhor se encaixe no
seu perfil.

• “A principal característica que define o perfil de um investidor é o seu com-


portamento diante do risco de perda que irá correr em seus investimentos.
Cada investidor se comporta de maneira diferente quando exposto ao risco”
(CEREZER, 2017, p. 47).

• O perfil de investidor tem como base três requisitos: segurança, liquidez e


rentabilidade. Dessa forma, as perguntas respondidas tentam mapear quais
destes pilares são mais importantes para o investidor.

• O comportamento dos investidores é muito mais complexo do que os mode-


los econômicos e financeiros podem supor, razão que fez surgir as finanças
comportamentais, que visam colaborar para o entendimento da mente do in-
vestidor e porque ele se comporta de maneira irracional no processo de toma-
da de decisão (SANTOS; BARROS, 2011).

• O investidor conservador preserva o dinheiro, foge de riscos, prioriza a se-


gurança em suas aplicações e investe em produtos de baixo riscos, exemplo:
renda fixa e tesouro direto.

• O investidor moderado gosta de segurança, mas tolera riscos a longo prazo,


mesmo com investimentos conservadores.

• O investidor agressivo deve sempre ter um fundo de emergência, pois en-


tende que as perdas a curto prazo são momentâneas e necessárias para apro-
veitar lucros mais altos a longo prazo. E sempre busca boa rentabilidade e
conhece bem o mercado.

76
AUTOATIVIDADE

1 Na hora de escolher no que investir, é fundamental entender que existe um


“tripé de investimentos” que é composto por risco, liquidez e retorno. É pre-
ciso ter em mente que, na maioria das vezes, não é possível ter todos os pila-
res ao mesmo tempo, mas um certo equilíbrio entre eles ajuda na tomada de
decisão consciente. Com base no exposto, disserte sobre o que é investimento:

2 O mercado financeiro é eficiente e os investidores tomam decisões racio-


nais, pois todos têm o mesmo acesso às informações, procurando maximi-
zar seu capital e minimizar os riscos envolvidos nas operações. Quanto à
teoria que aborda esse conceito, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Teoria das finanças públicas.


b) ( ) Teoria da agência.
c) ( ) Teoria das finanças comportamentais.
d) ( ) Teoria dos Mercados Eficientes.

3 Sobre os investimentos e seus investidores, classifique V para as sentenças


verdadeiras e F para a falsas:

( ) Investimentos apresentam um retorno esperado e uma variância de pro-


váveis resultados.
( ) A principal característica que define o perfil de um investidor é o seu com-
portamento diante do risco de perda que irá correr em seus investimentos.
( ) O perfil de investidor é uma espécie de análise que identifica qual o valor
a ser aplicado em cada investimentos.
( ) Cada investidor se comporta de maneira diferente quando exposto ao risco.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – V.

4 Também chamado de suitability, o perfil de investidor é uma espécie de análise


que identifica suas preferências e expectativas com relação aos investimentos.
Ao responder perguntas básicas, como “qual sua tolerância ao risco?” e “por
quanto tempo deseja investir?”, é possível apontar qual é o seu perfil de inves-
tidor. O perfil de investidor tem como base três requisitos, quais são eles?

a) ( ) Segurança, Liquidez e Rentabilidade.


b) ( ) Tempo, Liquidez e Rentabilidade.
c) ( ) Liquidez, Valor de Investimento e Segurança.
d) ( ) Rentabilidade, Tempo e Valor do Investimento.
77
5 Sobre o perfil de investidor conservador, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para a falsas:

( ) Não suporta a volatilidade dos mercados com renda variável, preferindo


investimentos de curto prazo.
( ) O investidor com o perfil conservador aceita perder apenas uma pequena
parte do seu dinheiro investido.
( ) Tem preferência em aplicar quase 100% de seus recursos em investimen-
tos de renda fixa.
( ) Em sua diversificação de investimentos, o conservador deve manter a
maior parte da sua carteira de investimentos em produtos de alto risco.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – V.

6 Sobre o perfil de investidor moderado, classifique V para as sentenças ver-


dadeiras e F para a falsas:

( ) Possui características tanto conservadoras como agressivas, tendo como


finalidade o equilíbrio entre elas.
( ) São aqueles investidores com um pouco mais de disposição em correr
riscos do que o investidor conservador.
( ) Esse investidor possui pouco conhecimento do mercado, mas um patri-
mônio em crescimento.
( ) É considerado um pouco mais propenso ao risco do que o investidor arrojado.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.

7 Sobre o perfil de investidor arrojado/agressivo, assinale V para as sentenças


verdadeiras e F para a falsas:

( ) Entende que as perdas a longo prazo são momentâneas e desnecessárias.


( ) É aquele investidor que não se preocupa quando o mercado despenca e
suas ações desvalorizam.
( ) Este investidor fará investimentos de longo prazo, cerca de dez anos, apli-
cando no mínimo 40% de seus recursos em investimentos de renda variável.
( ) É o investidor que prefere aplicar seus recursos em opções de ações que
oferecem menor rentabilidade porém mais segurança.

78
Assinale a alternativa que representa a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – F – V.

79
80
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2

FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO


E SEUS ASSEGURADOS

1 INTRODUÇÃO
De acordo com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC, 2021a), desde a déca-
da de 1990, por conta da crescente preocupação das autoridades com a estabilidade
do sistema financeiro, começaram a surgir, de maneira formal, os sistemas de ga-
rantia de depósito, o que acabou se tornando uma verdadeira tendência mundial.
O Brasil, por sua vez, não ficou para trás. A estabilidade do sistema financeiro pode
ser entendida como a implementação de instrumentos de acompanhamento e con-
trole que formam espécies de redes de proteção. Empréstimos de última instância,
regulação eficaz, fiscalização eficiente, estrutura legal adequada e proteção direta
a depositantes, por meio de um sistema garantidor, são alguns dos componentes
dessa rede e visam um sistema bancário sólido e saudável. É dentro desse contexto
que, em agosto de 1995, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN)
autoriza a “constituição de entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a ad-
ministrar mecanismos de proteção a titulares de créditos contra instituições finan-
ceiras", segundo termos do documento. Dessa forma, em novembro de 1995, nasce
o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma associação civil, sem fins lucrativos,
com personalidade jurídica de direito privado. Muito mais do que “pagador de
dívidas”, que só surge em cena em momentos dramáticos, o FGC conta com pro-
fissionais preparados para agir de maneira preventiva em todo o sistema bancário
e financeiro, atuando de maneira pontual e, muitas vezes, silenciosa para garantir
um funcionamento fluido e harmônico de todo o sistema.

DICAS

Saiba mais sobre o FGC assistindo ao vídeo: Você sabe o que é o FGC? Dispo-
nível em: https://www.youtube.com/watch?v=DcetUfBalJo&feature=youtu.be

81
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

2 O QUE É FGC?
De maneira mais ampla, o risco no mercado financeiro pode ser entendi-
do como a probabilidade de perda em razão de uma exposição ao mercado.

As perdas no mercado financeiro podem decorrer de diversos eventos,


principalmente aqueles relacionados às variações nas taxas de juros e nos preços
de mercado (ASSAF NETO, 2018).

Desde que o risco não possa ser eliminado, é essencial que sejam adota-
das medidas para minimizá-lo de maneira a permitir que a organização atinja,
da melhor forma possível, seus objetivos estabelecidos. Uma eficiente gestão de
risco é essencial para a competitividade dos bancos e estabelecimento de suas
estratégias de atuação. Além do cumprimento dos objetivos da empresa, a gestão
de risco é importante para:

• identificar a exposição da empresa ao risco e identificar seus aspectos mais


frágeis;
• minimizar perdas financeiras;
• imunizar o capital da empresa.

Os riscos financeiros de um banco podem se originar de suas diversas ati-


vidades operacionais, como créditos concedidos, captações, variações das taxas de
juros de mercado, falhas internas e controle, entre outras (ASSAF NETO, 2018).

Os principais riscos financeiros atualmente enfrentados pelos bancos em


suas atividades de intermediação financeira são classificados da seguinte forma
(ASSAF NETO, 2018):

• Risco de variação das taxas de juros – Uma instituição financeira está exposta
ao risco de variação de taxas de juros quando trabalha descasada de prazos
entre seus ativos (aplicações) e passivos (captações).
• Risco de crédito – O risco de crédito é determinado pela possibilidade de
as obrigações de caixa de uma dívida não serem corretamente liquidadas. O
risco de crédito existe, em outras palavras, pela possibilidade de um devedor
deixar de cumprir com suas obrigações financeiras, seja pela inadimplência
no pagamento do principal da dívida, e/ou na remuneração dos juros.
• Risco de mercado – O risco de mercado está relacionado ao preço que o mer-
cado estipula para ativos e passivos negociados pelos intermediários finan-
ceiros, ou seja, com o comportamento verificado no preço de um bem no dia
a dia. Esse risco exprime quanto pode ser ganho ou perdido quando da apli-
cação em contratos e outros ativos diante de mudanças em seus preços de
negociação. Em outras palavras, o risco de mercado pode ser entendido como
as chances de perdas de uma instituição financeira decorrentes de comporta-
mentos adversos nos índices de inflação, taxas de juros, taxa de câmbio, indi-
cadores de bolsas de valores, preços de commodities, derivativos etc.

82
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

• Risco operacional – A gestão de risco pode ser entendida como um processo


de medição e controle dos riscos presentes nas atividades normais de uma
organização. O gerenciamento envolve pessoas, sistemas e padrões de con-
trole. O risco operacional, por seu lado, é o risco de perdas (diretas ou indi-
retas) determinadas por erros humanos, falhas nos sistemas de informações
e computadores, fraudes, eventos externos, entre outras. Ou seja, é a perda
estimada caso a gestão de riscos não atinja seu objetivo de evitar perdas. No
contexto de atuação de um banco, o risco operacional pode se originar de três
segmentos: pessoas, processos e tecnologia.
• Risco de câmbio – Ao operar com investimentos no exterior, a instituição finan-
ceira expõe-se, além de outros riscos (taxas de juros, crédito etc.), também ao risco
de câmbio. O risco de câmbio surge quando uma instituição que tenha aplicado
no exterior, por exemplo, verifica a tendência de a moeda desse país se desvalo-
rizar em relação à moeda de sua economia, determinando um retorno menor na
operação. Esse risco pode também ser chamado de risco de variação cambial.
• Risco soberano – Ao operar em outros países, uma instituição financeira se expõe
também ao denominado risco soberano, determinado principalmente por restri-
ções que o país estrangeiro pode impor aos fluxos de pagamentos externos. Essas
restrições podem ocorrer em termos de volume máximo de pagamento, tipo de
moeda ou, até mesmo, da decretação de moratória de dívidas. Risco soberano é
entendido como o risco que um investidor corre ao aplicar seus recursos em um
país estrangeiro, de proibições ou limitações internas legais dos residentes em
fazer qualquer pagamento a credores externos, de principal e juros.
• Risco de liquidez – O risco de liquidez está relacionado à disponibilidade ime-
diata de caixa diante de demandas por parte dos depositantes e tomadores (titu-
lares de passivos) de uma instituição financeira. Quando os recursos de caixa dis-
poníveis de um banco são minimizados por não produzirem retornos de juros,
o risco de liquidez aumenta pela possibilidade de retiradas imprevistas dos de-
positantes do banco. Nesses casos, deve a instituição ter a flexibilidade de poder
captar recursos adicionais no mercado sempre que essas retiradas se verificarem.
• Risco Legal – O risco legal vincula-se tanto à falta de uma legislação mais atu-
alizada e eficiente, com relação ao mercado financeiro, como a um eventual
nível de desconhecimento jurídico na realização dos negócios. Outro aspecto
inerente ao risco legal é a falta de padronização jurídica e termos nos contra-
tos financeiros elaborados em diferentes países, dificultando as transações in-
ternacionais. Potenciais perdas decorrentes do risco legal podem também ser
identificadas na incerteza da qualidade da aplicação da lei, descumprimento
de contratos, contratos firmados mal elaborados e confusos, e assim por diante.

Acadêmico, agora que você já sabe os riscos ao qual o mercado financeiro


está submetido, fica fácil entender o porquê da criação do FGC e para que ele serve.

Seu objetivo principal é o de oferecer maior garantia aos agentes de mer-


cado (depositantes e investidores) com recursos depositados/aplicados nas ins-
tituições financeiras na eventualidade de sofrerem intervenção, ser decretada a
liquidação extrajudicial ou a sua falência (ASSAF NETO, 2018).

83
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

FIGURA 6 – IDENTIDADE DO FGC

FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3a2RdZ6>. Acesso em: 30 mar. 2021.

Lembrando que as instituições são interdependentes no mercado finan-


ceiro, ao proteger os investidores, o FGC proporciona estabilidade ao Sistema
Financeiro Nacional (CARRETE; TAVARES, 2019).

Portanto, embora com atuação independente, o FGC integra a rede de pro-


teção do SFN. O FGC tem abrangência nacional e todas as instituições financeiras
autorizadas a funcionar e emitirem depósitos precisam ser associadas ao FGC.

São associados ao FGC: bancos múltiplos, comerciais, de investimento ou


desenvolvimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, socieda-
des de crédito imobiliário, companhias hipotecárias e associações de poupança e
empréstimo e a Caixa Econômica Federal.

O fundo é constituído principalmente pelas contribuições das institui-


ções, calculadas sobre o saldo dos depósitos que são garantidos. Não há recursos
públicos na composição do FGC. As próprias instituições asseguram os recursos
para o pagamento das garantias aos investidores (CARRETE; TAVARES, 2019).

O FGC foi criado pela Resolução nº 2.211/1995 do Conselho Monetário


Nacional e sua atuação se dá em duas vertentes: uma voltada aos depositantes e
investidores e outra voltada às instituições financeiras associadas.

• Depositantes e investidores: nos casos de intervenção ou liquidação de uma


instituição financeira pelo Bacen, o FGC realiza o pagamento às pessoas físi-
cas e jurídicas com depósitos elegíveis de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
• Instituições financeiras associadas: na prevenção de crises sistêmicas, o FGC
presta suporte financeiro às instituições financeiras associadas, incluindo
operações de liquidez (CARRETE; TAVARES, 2019).

84
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

A atuação do FGC tem, portanto, as seguintes características:

• A cobertura fica limitada para risco de crédito.


• Adesão compulsória: todas as instituições financeiras devem estar associadas
ao FGC para emitir depósitos.
• Quem assegura os recursos para o eventual pagamento das garantias é o pró-
prio sistema bancário, por meio de contribuições fixas das associadas sobre os
valores depositados.

​ valor coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é limitado a


O
R$1 milhão por pessoa a cada quatro anos. O limite de garantia ordinária é de
R$250 mil por instituição ou conglomerado financeiro.

Com esse limite total, se um cliente tem recursos distribuídos em vários ban-
cos diferentes e se todos esses bancos forem submetidos a regimes de resolução den-
tro de um período de quatro anos, esse cliente será ressarcido até o valor de R$1 mi-
lhão. Passados quatro anos da primeira cobertura da garantia, o limite é recomposto.

FIGURA 7 – LIMITES DO FGC

FONTE: <https://bit.ly/3uIR5Wm>. Acesso em: 30 mar. 2021.

85
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

O FGC garante ao depositante o valor máximo de R$250.000,00 por CPF


em cada instituição financeira associada, por isso, quando você for planejar alguns
investimentos que sejam cobertos pela garantia do FGC, procure calcular o quanto
irá aplicar no investimento, simule os rendimentos e fique esperto ao limite.

Você deve estar se perguntando, como funciona o pagamento da garan-


tia? Vejamos a explicação feita pelo próprio FGC (2021b, s.p.):
• 1º Passo – O processo de pagamento da garantia inicia-se quando o
Banco Central decreta a intervenção ou liquidação de uma institui-
ção financeira. Então, o interventor ou liquidante – designado pelo
Bacen para administrar a instituição Financeira, sob intervenção ou
liquidação – prepara a relação de credores, bem como os respecti-
vos documentos para pagamento (Termos de Cessão de Créditos),
consolidando os créditos por CPF ou CNPJ dos depositantes e in-
vestidores, informando ao FGC o valor que cada um tem a receber.
• 2º Passo – O FGC, com base na lista de credores, seleciona um
Banco Pagador e agências mais próximas dos depositantes/inves-
tidores de modo a dar maior comodidade e rapidez no pagamento
da garantia. A seleção das agências é feita de acordo com as cida-
des que constarem dos endereços cadastrados pelos depositantes/
investidores na instituição financeira. Caso não exista agência do
Banco Pagador na cidade, o pagamento será feito no município
mais próximo, onde exista uma agência.
• 3º Passo – A informação a respeito do pagamento da garantia estará
disponível no site do FGC e no site da instituição sob intervenção
ou liquidação. Será também divulgada através de edital contendo
o período que o pagamento estará disponível, a documentação ne-
cessária e endereço da agência onde o credor deverá comparecer.
• 4º Passo – O depositante/investidor ou representante legal para
pessoa jurídica deverá comparecer à agência do Banco Pagador
munido da documentação solicitada, descrita no edital publicado.
Se necessário, designar procurador com poderes específicos. (Para
pessoa física, será permitido o instrumento particular com firma
reconhecida. Para pessoa jurídica deverá ser procuração pública).
O depositante/investidor deverá colocar a data e assinar, no ato
do recebimento de seu crédito, todas as vias do Termo de Cessão
de Créditos ao FGC que serão apresentadas pelo caixa do banco,
sendo que uma das vias será entregue ao mesmo neste momento.

E
IMPORTANT

No ato do recebimento na agência, o depositante/investidor poderá optar por


receber o valor, via crédito em conta-corrente, poupança ou pagamento em espécie, sem
qualquer cobrança de tarifa de TED, DOC ou cheque administrativo.

Vamos entender como funciona o FGC por meio de exemplos:

86
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

FIGURA 8 – CENÁRIO 1

FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3a0epas>. Acesso em: 30 mar. 2021.

FIGURA 9 – CENÁRIO 2

FONTE: <https://bit.ly/3a0epas>. Acesso em: 30 mar. 2021.

“O FGC foi uma conquista e um marco na história do SFN, pois com ele
os pequenos depositantes e investidores tiveram a segurança de poder
ter uma reserva financeira em uma instituição sem que este fosse preju-
dicado caso a instituição fosse liquidada” (FERREIRA, 2013, s.p).

87
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

3 INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS
A seguir, caro acadêmico, segue a lista das instituições que são
associadas ao FGC:

3.1 BANCOS MÚLTIPLOS


Criados com o objetivo de racionalizar a administração, os bancos múlti-
plos funcionam como uma espécie de holding de instituições financeiras, porém,
não é qualquer tipo de instituição financeira que pode fazer parte de um banco
múltiplo (ABREU; SILVA, 2017).

Segundo a Resolução CMN nº 2.099, as carteiras que podem compor essas


instituições são:

FIGURA 10 – COMPOSIÇÃO DO BANCO MÚLTIPLO

FONTE: Abreu e Silva (2017, p. 85)

Para constituir um banco múltiplo, será necessário ser composto por, no


mínimo, duas das carteiras listadas, sendo que uma delas, obrigatoriamente, de-
verá ser a carteira de banco comercial ou a de banco de investimento.

Não é possível constituir um banco múltiplo com todas as carteiras lis-


tadas. O motivo deve-se ao fato de algumas carteiras serem obrigatoriamente
públicas, enquanto outras são obrigatoriamente privadas (ABREU; SILVA, 2017).

88
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

3.2 BANCOS COMERCIAIS


Esta instituição financeira tem como objetivo fornecer crédito de curto e
médio prazo para pessoas físicas, comércio, indústria e empresas prestadoras de
serviços. Devem ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas e podem
ser tanto públicas como privadas. Em sua denominação, deve constar a expressão
“banco”, sendo vedada a utilização do termo “central”, que é de exclusividade do
Banco Central do Brasil (BCB) (ABREU; SILVA, 2017).

• Suas principais operações passivas são:


O Depósitos à vista: conta-corrente.
O Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de
Depósito Bancário (RDC).
O Letra Financeira (LF).
O Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).
O Recursos de Instituições financeiras oficiais.
O Recursos externos.

• Suas principais operações ativas são:


O Operações de crédito em geral, de curto e médio prazo,
O Abertura de crédito simples em conta-corrente: cheques especiais.
O Operações de crédito rural.

A maioria dos bancos em operação no país é comercial, mas, como tam-


bém possuem outras carteiras, são classificados como bancos múltiplos, porém
existem alguns bancos operando no País que são apenas bancos comerciais
(ABREU; SILVA, 2017).

3.3 BANCOS DE INVESTIMENTO


Os bancos de investimento são instituições financeiras de natureza priva-
da, especializadas em operações de participação societária de caráter temporário,
bem como no financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital
fixo ou de giro, mediante a administração de recursos de terceiros. Seu surgimen-
to se deu com a promulgação de uma lei nos Estados Unidos, depois da crise de
1929, que impôs uma distinção entre os bancos de investimentos e os comerciais
ou varejistas para proteger os depósitos dos correntistas (ABREU; SILVA, 2017)

Os bancos de investimento podem manter contas sem juros e não movi-


mentáveis por cheque, relativas a recursos de terceiros (como as contas não são
movimentadas por cheques, logo não se cria moeda escritural).

Essas contas, que não são contas-correntes, têm como objetivo o recebi-
mento de recursos destinados à aplicação em títulos e valores mobiliários, assim
como em outros ativos financeiros e/ou modalidades operacionais disponíveis
nos mercados financeiro e de capitais.

89
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

Tais recursos também poderão ser vinculados à execução de suas opera-


ções ativas ou relacionadas com a prestação de serviços (ABREU; SILVA, 2017).

• Suas principais operações passivas são:


O Depósitos a prazo (com ou sem a emissão de certificados): Certificado de
Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDC).
O Recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários.
O Repasse de recursos oficiais.
O Depósitos interfinanceiros.
O Outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil.

• Suas principais operações ativas são:


O Financiamento de capital fixo e de giro.

As operações acessórias são as principais atividades dos bancos de


investimentos, uma vez que eles são os principais prestadores de serviços no
mercado de valores mobiliários (ABREU; SILVA, 2017).

3.4 BANCOS DE DESENVOLVIMENTO


Os bancos de desenvolvimento são instituições públicas que surgiram na dé-
cada de 1940, no esforço de reconstrução pós-guerras mundiais. Desde então, essas
instituições vêm cumprindo papel relevante para o desenvolvimento socioeconômi-
co dos países e regiões onde atuam, conforme os diferentes estágios em que se en-
contram, em cenários tanto de estabilidade quanto de crise (ABREU; SILVA, 2017).

Segundo a Resolução CMN nº 394, de 1976, em seu Art. 1º, os bancos de


desenvolvimento, apesar de serem obrigatoriamente públicos, não podem per-
tencer ao governo federal. Por esse motivo, o Banco Nacional de Desenvolvimen-
to Econômico e Social (BNDES) é caracterizado como uma agência de fomento e
não banco de desenvolvimento.

Seu objetivo é o de proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos


recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazo, de programas e
projetos que visem promover o desenvolvimento econômico e social dos respec-
tivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-lhes apoiar, prioritaria-
mente, o setor privado (ABREU; SILVA, 2017).

Desde 2008, os bancos de desenvolvimento podem prestar assistência a progra-


mas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe a sua área de atuação, desde que seja
em caráter excepcional e que o empreendimento vise benefícios de interesse comum.

Todas as instituições devem ser constituídas sob a forma de uma socieda-


de anônima, devendo adotar, em sua denominação, de forma obrigatória e pri-
vativa, a expressão “banco de desenvolvimento”, seguida do nome do Estado em
que tenham sede (ABREU; SILVA, 2017).

90
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

• Suas principais operações passivas são:


O Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de De-
pósito Bancário (RDC).
O Letra Financeira (LF).
O Operações de crédito, assim entendidas as provenientes de empréstimos
e financiamentos obtidos no país ou no exterior, na forma da legislação e
regulamentação vigentes.
O Operações de crédito ou contribuições do setor público federal, estadual ou
municipal.
O Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, bem como endosso de títulos
hipotecários previstos em lei para o crédito rural.
O Outras modalidades de captação, desde que autorizadas pelo Banco Cen-
tral do Brasil.

• Suas principais operações ativas são:


O Empréstimos e financiamentos.
O Investimentos.
O Arrendamento mercantil.
O Outras modalidades mediante prévia autorização do Banco Central.

3.5 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL


No dia 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II assinou o Decreto nº 2.723,
que fundou a Caixa Econômica da Corte. Junto à criação da Caixa, também veio
a modalidade de investimento mais conhecida e antiga do mercado financeiro, as
cadernetas de poupança, que foram instituídas pelo Art. 1º do decreto assinado
por Dom Pedro II (ABREU; SILVA, 2017).

Nessa época, a finalidade da caderneta de poupança e da Caixa Econômica


era captar os recursos e economias da população mais necessitada. Inclusive era
permitido aos escravos que tinham algum provento, chamados na época de “es-
cravos de ganho”, guardar as suas economias na Caixa Econômica, na poupança,
e essas economias, muitas vezes, serviam para comprar a própria carta de alforria.

Com esse propósito, a Caixa foi crescendo e ganhando novas atividades,


tornando-se, hoje, uma das maiores empresas do governo federal. Importante
destacar que, embora a Caixa exerça atividades similares às oferecidas pelos ban-
cos, legalmente ela não pode ser enquadrada como tal, sendo que é uma empresa
pública federal (ABREU; SILVA, 2017).

A própria Caixa se intitula ser mais do que um banco, haja vista que ela
exerce diversas funções de cunho social que são de interesse do governo federal.

91
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

3.6 AS SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E


INVESTIMENTO
As sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFI), conhecidas
como “financeiras”, são instituições privadas que fornecem empréstimo e finan-
ciamento para aquisição de bens, serviços e capital de giro (ABREU; SILVA, 2017).

• Suas principais operações ativas são:


O Empréstimos e financiamento de bens e serviços a pessoas físicas ou jurídicas.
O Financiamento de capital de giro a pessoas jurídicas.
O Empréstimos consignados.

• Suas principais operações passivas são:


O Letras de Câmbio (LC).
O Depósito a prazo sem emissão de certificado, ou seja, somente com Recibo
de Depósito Bancário (RDC).
O Letra Financeira (LF).
O Recursos de instituições financeiras oficiais.

Em geral, os empréstimos oferecidos por essas instituições financeiras são


do tipo pulverizado, ou seja, muitas operações de valores relativamente peque-
nos para uma grande quantidade de clientes.

3.7 SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO


A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é constituída na forma de so-
ciedade anônima e é supervisionada pelo Banco Central. Deve constar em sua
denominação social a expressão “crédito imobiliário”.

O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações,


na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no financia-
mento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras
de material de construção (ABREU; SILVA, 2017).

• Suas principais operações passivas são:


O Cadernetas de Poupança.
O Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
O Letra Financeira (LF).
O Depósitos interfinanceiros.
O Empréstimos e financiamentos contraídos no exterior.

• Suas principais operações ativas são:


O Empréstimos e financiamentos direcionados ao mercado imobiliário, inclu-
sive ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH)

92
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

Atualmente, somente as SCIs integrantes de bancos múltiplos que captam


depósito junto ao público. As SCIs constituídas isoladamente, desde a década de
1980, não captam mais junto ao público e atuam somente na condição de repassa-
doras (ABREU; SILVA, 2017).

3.8 COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS


As Companhias Hipotecárias são instituições financeiras, supervisionadas
pelo Banco Central do Brasil, que devem ser constituídas sob a forma de sociedade
anônima (S.A.) e devem conter no seu nome a expressão “companhia hipotecária”.

A constituição e o funcionamento de uma CH dependem de autorização


do Bacen. Seu objetivo é a concessão de financiamentos imobiliários residenciais
ou comerciais, garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária e repasses de re-
cursos relacionados a programas imobiliários.

Também podem administrar fundo de investimento imobiliário, porém,


nesse caso, com autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Quando da sua criação, em 1994, as Companhias Hipotecárias não faziam


parte do Sistema Financeiro da Habitação (SFH)1. Em 2009, com a Lei nº 11.977, que
instituiu o Programa Minha Casa Minha Vida, passaram a fazer parte desse sistema.

• Principais operações passivas:


O Letras e Cédulas Hipotecárias.
O Debêntures.
O Empréstimos e financiamentos no país e exterior.

• Principais operações ativas:


O Financiamento destinado à comercialização de imóveis residenciais ou co-
merciais.
O Financiamento destinado à produção ou reforma de imóveis residenciais
ou comerciais.

3.9 ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO


A Associação de Poupança e Empréstimo (APE) é uma instituição criada
para facilitar aos associados a aquisição da casa própria e captar, incentivar e
disseminar a poupança (ABREU; SILVA, 2017).

Os depositantes tornam-se associados da instituição. As APEs atuam no


mercado financeiro oferecendo dois produtos básicos a seus associados:

93
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

FIGURA 11 – FUNCIONAMENTO DA APE

FONTE: Abreu e Silva (2017, p. 101)

A APE atua no mercado imobiliário com a mesma proposta com que as


cooperativas de crédito estão inseridas no mercado de crédito bancário. São cons-
tituídas sob a forma de sociedade civil, em que todos os poupadores são proprie-
tários da associação.

O depositante adquire vínculo societário e a remuneração da poupança fun-


ciona como dividendos adquiridos pelo vínculo societário (ABREU; SILVA, 2017).

• Suas principais operações passivas são (exclusivamente dos seus associados):


O Cadernetas de Poupança.
O Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
O Depósitos interfinanceiros.
O Empréstimos e financiamentos contraídos no exterior.

• Suas principais operações ativas são (exclusivamente dos seus associados):


O Empréstimos e financiamentos direcionadas ao mercado imobiliário, inclu-
sive ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

Atualmente, no Brasil, existe apenas uma APE em funcionamento, que é a


Poupex (ABREU; SILVA, 2017).

DICAS

Mensalmente as instituições associadas enviam ao FGC as informações dos


créditos garantidos, conforme disposto na Circular do Banco Central nº 3.915/2018. Você
tem acesso a essas informações acessando: https://bit.ly/3g32jRG

94
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

4 INVESTIMENTOS ASSEGURADOS
Os investimentos garantidos pelo FGC podem ser encontrados em grandes
bancos. No entanto, eles não possuem um rendimento satisfatório.

FIGURA 12 – INVESTIMENTOS ASSEGURADOS

FONTE: <https://bit.ly/3sbe8HV>. Acesso em: 30 mar. 2021.

Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um dos investimentos, porém


nos aprofundaremos sobre o tema no Tópico 3:

4.1 LETRAS DE CÂMBIO (LC)


As letras de câmbio são emitidas (sacadas) pelos financiados dos contratos
de crédito, sendo aceitas pelas instituições financeiras participantes da operação.

Posteriormente ao aceite, a letra de câmbio é vendida a investidores por meio


dos mecanismos de intermediação do mercado financeiro. Constituem-se, dessa for-
ma, no principal funding das operações de financiamento de bens duráveis (crédito
direto ao consumidor) realizadas pelas Sociedades Financeiras. São títulos nominati-
vos, com renda fixa e prazo determinado de vencimento (ASSAF NETO, 2018).

Através da letra de câmbio, o emitente do título (sacador ou devedor) transfe-


re ao aceitante (sacado ou instituição financeira) ordem de pagamento ao investidor
(tomador ou adquirente da letra de câmbio), de certa quantia em determinada data.

95
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

A letra de câmbio é emitida por conta e ordem do sacador. O lastro do


título é um contrato de financiamento, sendo utilizado pelo aceitante, visando à
captação de recursos para realizar a operação de crédito (ASSAF NETO, 2018).

Basicamente, a tributação que incide sobre a Letra de Câmbio é o Imposto


de Renda. Trata-se de uma tributação regressiva: quanto maior o tempo de inves-
timento, menor será o percentual pago de imposto.

No caso da LC, a taxação é retida na fonte. Desse modo, quando você re-
cebe seu dinheiro de volta, ele já vem com o IR descontado.

NOTA

FUNDING – pode ser traduzido como financiamento, mas não tem a ver com
o financiamento bancário. Consiste em uma forma de captação de recursos em que existe
uma visão mais clara da destinação do dinheiro, que é usado para viabilizar a execução de
um projeto ou para viabilizar as operações de uma startup.

4.2 LETRAS HIPOTECÁRIAS (LH)


As Letras Hipotecárias são títulos emitidos por instituições financeiras
que atuam com crédito imobiliário (ASSAF NETO, 2018).

A prática atual estabelece que essas instituições têm como funding princi-
pal do crédito imobiliário a caderneta de poupança. Somente quando o volume
captado por esse instrumento financeiro for inferior ao total do financiamento
concedido é que se permite a emissão de letras hipotecárias.

Em verdade, os recursos obtidos pela colocação de Letras Hipotecárias


devem lastrear os financiamentos já concedidos, não sendo usual que sejam dire-
cionados a novos investimentos.

A Letra Hipotecária é entendida como captação complementar à caderne-


ta de poupança. As Letras Hipotecárias costumam pagar uma remuneração su-
perior à da caderneta de poupança exigindo, no entanto, um prazo de aplicação
maior (ASSAF NETO, 2018).

É uma captação mais onerosa para a instituição financeira. Para o investi-


dor, além da maior remuneração obtida, as Letras Hipotecárias oferecem ainda a
vantagem de ser isentas de Imposto de Renda.

96
TÓPICO 2 — FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO E SEUS ASSEGURADOS

A remuneração das Letras Hipotecárias costuma ser de três tipos: taxa de


juros mais TR; vinculadas ao CDI; de rentabilidade prefixada (ASSAF NETO, 2018).

4.3 LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO (LCI) E LETRAS DE


CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO (LCA)
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio
(LCA) são títulos de crédito originados a partir de empréstimos concedidos por
uma instituição financeira para o setor imobiliário e/ou agronegócio. Como são
setores da economia que o governo deseja estimular, as operações que “finan-
ciam” esse negócio estão isentas do imposto de renda (DESSEN, 2015).

4.4 DEPÓSITOS A PRAZO COM OU SEM RDB/CDB


Os CDBs e RDBs são títulos de renda fixa, representativos de depósitos a
prazo realizados por pessoas físicas e pessoas jurídicas, e emitidos pelos Bancos
Comerciais/Múltiplos, Bancos de Investimentos e Caixas Econômicas.

Os recursos gerados pela colocação desses títulos são destinados principal-


mente a lastrear operações de financiamento de capital de giro (ASSAF NETO, 2018).

A subscrição de um CDB ou RDB constitui-se numa forma de empréstimo


que um cliente/investidor efetua para o banco, tendo como remuneração os juros
pagos pela instituição financeira tomadora dos recursos.

A principal diferença entre CDB e RDB é a possibilidade do Certificado de


Depósito Bancário ser transferido a qualquer momento a outros investidores por
endosso nominativo. O RDB, ao contrário, é um título inegociável e intransferível
em qualquer data antes de seu vencimento.

Ambos os títulos são emitidos de forma escritural e custodiados na CETIP


(atual companhia aberta e depositária de títulos privados) (ASSAF NETO, 2018). Não
são cobertos pela garantia ordinária os demais créditos, incluindo (FGC, 2021, s.p.):

• Os depósitos, empréstimos ou quaisquer outros recursos capta-


dos ou levantados no exterior.
• As operações relacionadas a programas de interesse governamen-
tal instituídos por lei.
• Os depósitos judiciais.
• Qualquer instrumento financeiro que contenha cláusula de subor-
dinação, autorizado ou não pelo Banco Central do Brasil a inte-
grar o patrimônio de referência de instituições financeiras e de-
mais instituições autorizadas a funcionar pela referida autarquia.
• Os créditos:
O De titularidade de instituições financeiras e demais instituições auto-
rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, de entidades de pre-
vidência complementar, de sociedades seguradoras, de sociedades de
capitalização, de clubes de investimento e de fundos de investimento.
97
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

O Representados por cotas de fundos de investimento ou que repre-


sentem quaisquer participações nas entidades referidas no item
anterior ou nos instrumentos financeiros de sua titularidade.
• Letra Imobiliária – LI.
• A Letra Imobiliária Garantida (LIG), criada pela Resolução CMN
nº 4.598/2017.

Acadêmico, agora que você já sabe quais são os investimentos contempla-


dos pelo FGC e quais não recebem a proteção, é importante refletir sobre os riscos
de aplicar em ativos não assegurados pelo fundo.

98
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• “Em novembro de 1995, nasce o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), uma


associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito pri-
vado destinada a administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos
contra instituições financeiras” (FGC, 2021a, s.p.).

• Os riscos financeiros de um banco podem se originar de suas diversas ativida-


des operacionais, como créditos concedidos, captações, variações das taxas de
juros de mercado, falhas internas e controle, entre outras (ASSAF NETO, 2018).

• O FGC integra a rede de proteção do SFN. O FGC tem abrangência nacional e


todas as instituições financeiras autorizadas a funcionar e emitirem depósitos
precisam ser associadas ao FGC.

• São associados ao FGC: bancos múltiplos, comerciais, de investimento ou de-


senvolvimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, socieda-
des de crédito imobiliário, companhias hipotecárias e associações de poupan-
ça e empréstimo e a Caixa Econômica Federal.

• O fundo é constituído principalmente pelas contribuições das instituições, cal-


culadas sobre o saldo dos depósitos que são garantidos. Não há recursos pú-
blicos na composição do FGC. As próprias instituições asseguram os recursos
para o pagamento das garantias aos investidores (CARRETE; TAVARES, 2019).

• O valor coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é limitado a R$1


milhão por pessoa a cada quatro anos. O limite de garantia ordinária é de
R$250 mil por instituição ou conglomerado financeiro.

• “O FGC foi uma conquista e um marco na história do SFN, pois com ele os
pequenos depositantes e investidores tiveram a segurança de poder ter uma
reserva financeira em uma instituição sem que este fosse prejudicado caso a
instituição fosse liquidada” (FERREIRA, 2013, s.p).

• Os investimentos garantidos pelo FGC são: Conta-corrente; Caderneta de pou-


pança; Certificado de Depósito Bancário (CDB); Letras de Câmbio (LC); Letras
de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA); Letras Hipotecárias (LH).

• Entre os investimentos não segurados pelo FGC estão: Fundo de Investimen-


to; Tesouro Direto; Bolsa de Valores; Debêntures; Certificado de Recebíveis
Imobiliários (CRI); Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA); Letra
Imobiliária Garantida (LIG).

99
AUTOATIVIDADE

1 Se você busca diversificar a sua carteira de investimentos, mas não abre


mão de segurança, mesmo que signifique obter uma baixa rentabilidade,
então precisa conhecer o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Disserte so-
bre o que vem a ser e qual o objetivo do FGC.

2 Sobre os riscos financeiros enfrentados pelo mercado financeiro, associe os itens:


Deriva de comportamentos adversos nos índi-
Risco de Variação das
(1) ( ) ces de inflação, taxas de juros, taxa de câmbio,
Taxas de Juros.
indicadores de bolsas de valores entre outros
Deriva da variação cambial, ou seja, des-
(2) Risco de Crédito. ( )
valorização da moeda nacional.
Deriva da falta de liquidez no banco, ou seja,
(3) Risco de Mercado. ( )
os recursos de caixa não estão disponíveis.
Deriva da falta de legislação sobre deter-
(4) Risco Operacional. ( ) minado assunto ou desconhecimento jurí-
dico de um negócio.
Deriva da falta de sintonia de prazos entre
(5) Risco de Câmbio. ( ) seus ativos (aplicações) e passivos (capta-
ções).
Deriva de restrições geográficas, ocorre
quando o país estrangeiro aplica proibi-
(6) Risco Soberano. ( )
ções ou limitações quanto aos pagamen-
tos externos.
Deriva da falha da gestão de risco, como
erros humanos, falhas nos sistemas de in-
(7) Risco de Liquidez. ( )
formações e computadores, fraudes, even-
tos externos, entre outras.
Deriva da inadimplência do pagamento do
(8) Risco Legal. ( )
principal ou dos juros por parte do devedor.

3 Considerando que o valor coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos


(FGC) é limitado a R$1 milhão por pessoa a cada quatro anos e limite de ga-
rantia ordinária é de R$250 mil por instituição ou conglomerado financeiro,
analise qual a situação do investidor nas seguintes situações:

a)
Banco A – 200.000,00.
Banco B – 300.000,00.
Banco C – 450.000,00.

100
b)
Banco A – 180.000,00.
Banco B – 50.000,00.

4 Sobre as instituições associadas ao FGC, associe os itens, utilizando o códi-


go a seguir:

I- Banco Múltiplos.
II- Bancos Comerciais.
III- Bancos de Investimento.

( ) Tem como objetivo fornecer crédito de curto e médio prazo para pessoas
físicas, comércio, indústria e empresas prestadoras de serviços.
( ) Sua operações acessórias são as principais atividades do banco, uma vez
que eles são os principais prestadores de serviços no mercado de valores
mobiliários.
( ) Para constituir este banco, é necessário ser composto por, no mínimo,
duas das carteiras, sendo que uma delas, obrigatoriamente, deverá ser a
carteira de banco comercial ou a de banco de investimento.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) II – III – I.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) I – II – III.

5 Sobre os investimentos assegurados pelo FGC, classifique V para as senten-


ças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Conta-Corrente.
( ) Certificado de Depósito Bancário (CDB).
( ) Tesouro Direto.
( ) Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA).
( ) Debêntures.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) F – F – V – V – F.
b) ( ) V – V – F – V – F
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – F – F – V – V.

101
102
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2

INVESTIMENTOS PÚBLICOS E
PRIVADOS

1 INTRODUÇÃO

Os investimentos de renda fixa funcionam como um empréstimo do seu


dinheiro ao emissor, como bancos, empresas ou o governo.

No momento da compra, a taxa de rentabilidade já é definida. Por isso, a renda


fixa é nomeada desta forma, por oferecer rendimentos previsíveis aos seus investidores.

O mercado financeiro brasileiro remunera os títulos de renda fixa de três


formas: Prefixada, Pós-fixada e Indexada à inflação (ASSAF NETO, 2018).

A remuneração prefixada define a taxa de juro prometida pelo título no


momento da aplicação, revelando ao investidor exatamente qual será o seu retor-
no. A taxa de juros de um título prefixado mantém-se inalterada mesmo diante de
variações que venham a ocorrer nos juros de mercado, revelando-se mais atraente
em momentos de redução das taxas de juros de mercado.

A taxa pós-fixada expressa, geralmente, a remuneração do título como um


percentual da Selic ou do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI). Essa taxa
acompanha o comportamento do mercado, sendo maior em cenários de alta dos
juros e menor em períodos de redução das taxas de mercado.

A remuneração indexada à inflação, muitas vezes denominada taxa pre-


fixada e pós-fixada, é formada por uma taxa de juro real (líquida da inflação),
previamente definida e acrescida da variação da inflação verificada no período da
aplicação (ASSAF NETO, 2018).

Essa correção da taxa de juro real é calculada geralmente pelo IPCA,


IGPM ou INPC. Essa remuneração é uma mistura de taxa prefixada e pós-fixada,
atrelada a um índice de inflação. Uma vantagem desses títulos é que garantem
ao investidor um ganho real prefixado, líquido da inflação, atuando como uma
proteção contra a perda de poder de compra da moeda (ASSAF NETO, 2018).

103
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

NOTA

IPCA, IGPM e INPC são índices que medem a inflação. Cada índice mede a
inflação de uma cesta de produtos diferentes. E cada um deles reflete com maior precisão
como os preços subiram ou desceram, em média, para determinado perfil de consumidores.

2 TESOURO DIRETO
Você venceu a primeira etapa do planejamento financeiro e mantém o orçamen-
to sob controle. Consegue poupar parte de sua receita, construindo uma saudável reserva
financeira, além de acumular recursos para atingir objetivos futuros (DESSEN, 2015).

É provável que a caderneta de poupança foi seu primeiro investimento. À


medida que você toma gosto pelo hábito de poupar e observa o crescimento do
capital, fruto da disciplina e dos juros recebidos, é natural que cresça seu interes-
se por outras opções de investimento.

Sabemos que não é fácil encontrar um investimento que reúna os três


atributos cobiçados pelos investidores: segurança, rentabilidade e liquidez. Os
títulos públicos são acessíveis a qualquer um de nós e proporcionam uma boa
combinação deles. O canal de negociação é o Tesouro Direto (DESSEN, 2015).
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido
em parceria com a B3 (Bolsa de Valores) para venda de títulos públicos
federais para pessoas físicas, de forma 100% on-line. Lançado em 2002,
o Programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos
públicos, permitindo aplicações a partir R$ 30,00. O Tesouro Direto
é uma excelente alternativa de investimento, pois oferece títulos com
diferentes tipos de rentabilidade (prefixada, ligada à variação da infla-
ção ou à variação da taxa de juros básica da economia – Selic), diferen-
tes prazos de vencimento e diferentes fluxos de remuneração. Além
de acessível e de apresentar muitas opções de investimento, o Tesou-
ro Direto oferece boa rentabilidade e liquidez diária, mesmo sendo a
aplicação de menor risco do mercado (TESOURO DIRETO, 2021, s.p.).

O investidor pode escolher o título mais adequado ao seu objetivo de in-


vestimento, entre os diversos tipos que o governo oferece. Atualmente, o Tesouro
Direto oferece quatro tipos de aplicações, que podem ser visualizadas na Figura 13:

104
TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

FIGURA 13 – APLICAÇÕES DO TESOURO DIRETO

FONTE: <https://bit.ly/3uEaWGn>. Acesso em: 31 mar. 2021.

DICAS

No site oficial do Tesouro Direto, você consegue simular os investimentos e


ver qual o mais adequado para você. Link: https://www.tesourodireto.com.br/simulador/.

Vejamos, no Quadro 1, as principais características do Tesouro Direto.

QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DO TESOURO DIRETO

SEGURO: os investimentos em títulos públicos, por meio do Programa Tesouro


Direto, são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, ou seja, são os investimen-
tos mais seguros do país.
100% DIGITAL: você não precisa sair de casa para investir! Todas as aplicações, res-
gates e acompanhamento dos seus investimentos são feitos pelo site, ou se você pre-
ferir, dá para fazer tudo pelo celular também no aplicativo oficial do Tesouro Direto.
FLEXÍVEL: com o Tesouro Direto, você escolhe os títulos que vai investir, de
acordo com os seus objetivos e necessidades e pode resgatá-los a preços de mer-
cado a qualquer momento. São diferentes tipos de rentabilidade, prazos de ven-
cimento e fluxos de remuneração.

105
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

ACESSÍVEL: com pouco mais de R$ 30 você já pode investir no Tesouro Direto.


Não é preciso nem muito dinheiro para começar a investir nem ser um especia-
lista em investimentos.
FONTE: Tesouro Direto (2020, s.p.)

Você deve estar se perguntando, qual o melhor investimento, poupança


ou tesouro direto?

Investir é diferente de poupar. Ao deixar o dinheiro na poupança, você


está apenas poupando (economizando). Para investir, é necessário ter atitude e
proatividade para sair da zona de conforto e ganhar mais dinheiro.

“Dependendo do momento econômico do país, a rentabilidade da pou-


pança pode ser até menor que a inflação. É por isso que a poupança nem pode
ser considerada um investimento – porque o investidor pode acabar perdendo
dinheiro se ela render menos que a inflação” (DUARTE, PASCOWITC, 2019, s.p.).

FIGURA 14 – POUPANÇA X TESOURO DIRETO

FONTE: <https://bit.ly/2PXD2O7>. Acesso em: 31 mar. 2021.

Por fim, vale lembrar que os títulos públicos são os mais seguros do mer-
cado, apontados como “livres de risco”, considerando-se quase nula a possibili-
dade de o governo federal não resgatar seus títulos (DESSEN, 2015).

106
TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

3 CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO (CDB)


O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é uma obrigação de pagamento
futura de um capital aplicado em depósito a prazo fixo em instituições financeiras
(bancos comerciais ou múltiplos e bancos de investimento e desenvolvimento)
(ASSAF NETO, 2018).

Esses recursos destinam-se, basicamente, ao financiamento de capital de


giro das empresas. As emissões desses títulos são feitas em função do volume de
crédito demandado pelas empresas.

A diferença básica entre o Certificado e o Recibo de Depósito Bancário (RDB)


é que o primeiro pode ser transferido por meio de endosso, sendo, portanto, negoci-
ável no mercado. Os RDB são obrigatoriamente nominativos e intransferíveis, deter-
minando muitas vezes variações nas taxas de juros pagas aos aplicadores.

O CDB pode ser emitido com remuneração prefixada ou pós-fixada. O


título prefixado informa ao investidor, no momento da aplicação, quanto irá pa-
gar em seu vencimento. A taxa de remuneração do título é estabelecida no ato da
compra. Um CDB pós-fixado, ao contrário, tem seus rendimentos formados por
um índice de preços de mercado (IGP-M, IPCA, INPC etc.) mais uma taxa real de
juro pactuada no momento da aplicação (ASSAF NETO, 2018).

FIGURA 15 – DIFERENÇA ENTRE REMUNERAÇÃO PRÉ E PÓS FIXADA NO CDB

FONTE: <https://bit.ly/2PVZffh>. Acesso em: 31 mar. 2021.

107
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

Sobre os rendimentos produzidos pelo CDB incide Imposto de Renda na


Fonte (IRRF), sendo, atualmente, calculado segundo uma tabela regressiva, de-
vendo ser pago pelo investidor no resgate.

Esse título pode ser negociado antes de seu vencimento mediante uma consulta
ao banco emissor. O preço de recompra negociado entre as partes é, geralmente, referen-
ciado nas livres cotações de mercado no momento da transação (ASSAF NETO, 2018).

FIGURA 16 – FUNCIONAMENTO DO CDB

FONTE: <https://bit.ly/2RscjcV>. Acesso em: 31 mar. 2021.

Estes certificados de depósitos bancários são títulos nominativos emitidos


pelos bancos e vendidos ao público como forma de captação de recursos. É carac-
terizado por um investimento de renda fixa e baixo risco.

O CDB possibilita maiores rendimentos, pois a alíquota do imposto de


renda é decrescente ao longo do período da aplicação e a cobrança ocorre apenas
no resgate ou no vencimento (MENESES; MARIANO, 2015).

O principal risco desses títulos é a insolvência da instituição financeira


emitente. Nesse caso extremo, o investidor tem sua aplicação garantida até deter-
minado valor, conforme previsto pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

108
TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

4 LCI/LCA
Conforme Rico (2020), você sabia que a LCI e LCA são investimentos livres de
taxas e tributos? Não por acaso, esses títulos estão cada vez mais no radar dos inves-
tidores. Nos últimos anos, as letras de crédito têm se tornado ainda mais acessíveis.
Então, o que antes era um desejo, agora é realidade. Afinal, quem não quer investir
sem se preocupar com taxas e impostos? Com a LCI e a LCA, isso pode ser viável.

A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é um investimento de renda fixa


emitido pelos bancos.

Os recursos captados pelo emissor são utilizados para o financiamento


das atividades do setor imobiliário. Em troca, ele oferece uma taxa de rentabili-
dade anual, que é definida no momento da compra.

A LCI também possui uma data de vencimento estabelecida. Assim, ao


investir nesse ativo, você já tem uma ideia de quanto o seu dinheiro irá render até
o final do prazo (RICO, 2020).

A Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) é também é um título de renda


fixa emitido pelos bancos.

“A diferença para a LCI é o foco de investimento. Neste caso, a captação


é direcionada para financiar as atividades do setor do agronegócio. Assim como
para a LCI, a taxa de rentabilidade e a data de vencimento são definidas no mo-
mento da compra” (RICO, 2020, s.p.).

109
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

FIGURA 17 – DIFERENÇAS ENTRE LCI E LCA

FONTE: <https://bit.ly/3uLhsLg>. Acesso em: 31 mar. 2021.

Para o investidor, não há diferenças significativas entre investir em LCI e


LCA, a menos que você tenha interesse em aplicar o seu dinheiro em um dos
setores: agronegócio ou imobiliário. Geralmente, a escolha é feita com base
na taxa de rendimento, prazo de aplicação e aporte inicial (RICO, 2020, s.p.).

Liquidez

As LCIs e LCAs, na média, são consideradas investimentos de liquidez


inferior a de outros produtos de renda fixa. Significa que o grau de dificuldade
para transformar os papéis em dinheiro novamente, resgatando os recursos, é
maior do que o dos títulos públicos ou os CDBs.

Em poucas palavras, não dá para sacar a qualquer momento.

Para os interessados nas letras, o primeiro item de atenção é o prazo de


carência. As LCIs e LCAs precisam obedecer a um período mínimo de investi-
mento, determinado por regulação do Conselho Monetário Nacional (CMN).
E a carência varia conforme o tipo de remuneração oferecida pelos papéis.
110
TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

Nas LCIs, via de regra, o prazo mínimo é de 90 dias. Isso vale para
as letras pré e pós-fixadas. No entanto, ele pode ser bem maior quando a re-
muneração do título estiver atrelada a um índice de preços – 12 meses caso a
atualização do título for anual ou 36 meses se for mensal.

Nas LCAs, os prazos são também de 90 dias para as pré e pós-fixadas,


e de 12 meses para as letras atualizadas anualmente por um índice de preços.

[...]

Como escolher uma boa LCI ou LCA

Para que sejam uma boa aplicação, as letras imobiliárias e do agrone-


gócio precisam ter características de acordo com os objetivos de cada investi-
dor. Analisar alguns aspectos desses papéis, portanto, é um passo fundamen-
tal antes de efetivar um investimento.

Se você está interessado nas letras, comece avaliando seu próprio per-
fil de investidor e o que pretende fazer com o dinheiro a ser aplicado. Avalie,
principalmente, os prazos e a possibilidade de precisar dos recursos antes do
vencimento das LCIs e LCAs que estiver estudando.

Embora tenham uma estrutura geral bastante parecida entre si, as le-
tras possuem características bem específicas que devem ser consideradas.
[...]

FONTE: INFOMONEY. LCI e LCA: guia completo para começar a investir. c2021. Disponível
em: https://bit.ly/3s9sLvh. Acesso em: 31 mar. 2021.

5 PREVIDÊNCIA/APOSENTADORIA PÚBLICA
Todos nós sonhamos com a possibilidade de um dia parar de trabalhar
para o merecido descanso depois de anos ininterruptos de trabalho.

Muitos acreditam que o valor da previdência social mais o dinheiro acumu-


lado no Fundo de Garantia serão suficientes para custear essa fase. Entretanto, as
estatísticas do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) são cruéis e
apontam que 46% dos brasileiros que se aposentam dependem de parentes; 25% são
obrigados a continuar trabalhando; 27% dependem de caridade; apenas 2% dos bra-
sileiros conseguem se manter sem nenhuma fonte externa de ajuda (DESSEN, 2015).
A aposentadoria se refere ao valor recebido mensalmente pelo traba-
lhador que encerra as suas atividades profissionais depois de cumprir
as exigências previstas em lei para ter direito ao benefício. Em seu for-
mato mais popular, a aposentadoria é um benefício social, concedi-
do e pago, no Brasil, pelo INSS, o Instituto Nacional de Seguro Social
(RICO, 2019b, s.p.).

111
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

No Brasil, a aposentadoria é um benefício garantido por lei a todo traba-


lhador que completar os requisitos mínimos, propostos pela Lei nº 8.213, de 24
de julho de 1991. Segundo a legislação, ela pode ser concedida por invalidez, por
idade, por tempo de contribuição ou especial.
O Senado Federal aprovou, no dia 22 de outubro de 2019, a propos-
ta de Reforma da Previdência, que altera as regras de aposentadoria
no Brasil. As principais mudanças se relacionam à idade mínima e o
tempo de contribuição exigidos para a concessão do benefício. Com a
reforma, mulheres podem se aposentar com 62 anos (antes, era 60) e
homens com 65. Para ter direito ao benefício, deve se somar à idade, o
tempo de contribuição, que é de 20 anos para os homens e 15 para as
mulheres. Contudo, o valor pago como aposentadoria só será integral
quando o solicitante atingir 35 anos de contribuição (no caso dos ho-
mens) ou 30 anos (para as mulheres) (RICO, 2019b, s.p.).

Ainda, segundo Rico (2019b, s.p.):

A partir da promulgação do texto aprovado no Congresso Nacional,


as regras passam a valer para aqueles que ingressam agora no mer-
cado de trabalho. Os demais trabalhadores estarão sujeitos a regras
de transição. Resumidamente, quanto menor o tempo de contribuição
do trabalhador no momento, por mais anos ele terá que trabalhar (e
contribuir) para poder encaminhar a aposentadoria. Outra mudança é
que não será mais permitido se aposentar exclusivamente por tempo
de contribuição, sem ter atingido a idade mínima (RICO, 2019b, s.p.).

5.1 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


“A aposentadoria por invalidez é um benefício concedido aos contribuin-
tes que estão total e permanentemente incapacitados de exercer as suas atividades
laborais e não podem ser realocados em outras atividades” (RICO, 2019b, s.p.).

O trabalhador deve cumprir os seguintes requisitos para ter direito à apo-


sentadoria por invalidez:
• Ter, no mínimo, 12 meses de contribuição. Contudo, essa regra não
se aplica aos casos de acidente de qualquer natureza, doenças pro-
fissionais ou aquelas citadas no artigo 151 da Lei 8.213/91, incluin-
do hanseníase, tuberculose ativa, cegueira, e doença de Parkinson.
• Estar total e permanentemente incapacitado de exercer sua atividade
laboral, não sendo possível ser transferido para outra atividade, e
• Ser segurado do INSS, ou seja, o trabalhador deve estar contri-
buindo no período que ocorrer o problema, acidente, ou qualquer
situação que agrave o problema (RICO, 2019b, s.p.).

Baseado, ainda, nas considerações de Rico (2019b, s.p.), temos que:


Nesse tipo de aposentadoria, o valor do benefício é integral e corresponde
à média aritmética dos 80% maiores salários do trabalhador a partir de
1994. Além disso, se o aposentado por invalidez necessitar de acompa-

112
TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

nhamento de terceiros, poderá solicitar acréscimo de 25% no valor do be-


nefício. Caso possa voltar a trabalhar, o benefício é cortado imediatamen-
te. Por isso, uma reavaliação deve ser feita a cada dois anos pelo INSS.

FIGURA 18 – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: MITOS E VERDADES

FONTE: <https://bit.ly/3d5tObf>. Acesso em: 31 mar. 2021.

Acadêmico, vamos, agora, ver as principais mudanças após a Reforma da


Previdência, conforme divulga Rico (2019b):
Para quem já está aposentado, nada muda. Para os novos beneficiários,
muda o valor do benefício. O cálculo seguirá a mesma regra aplicada à
aposentadoria por idade. Assim, o valor inicial será de 60% do valor da
média de todas as contribuições, mais 2% a cada ano de contribuição
que exceder os 20 anos para os homens e 15 anos para as mulheres.

5.2 APOSENTADORIA POR IDADE


É o tipo de aposentadoria mais comum. Nela, todos os contribuintes do
INSS podem solicitar o benefício ao atingirem a idade mínima. O trabalhador
pode solicitar o benefício assim que alcançar a idade mínima.

Antes da reforma da previdência, para ter direito à aposentadoria por


idade, é exigido que contribuinte tenha, pelo menos, 60 anos se for mulher e 65
anos se for homem, além de um total de 180 contribuições ou 15 anos contribuindo
com o INSS (RICO, 2019b).

Com a Reforma da Previdência, muda a idade mínima exigida para a


mulher se aposentar, que agora é de 62 anos.

113
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

FIGURA 19 – APOSENTADORIA POR IDADE (ANTES E DEPOIS DA REFORMA)

FONTE: <https://bit.ly/3g1AuJm>. Acesso em: 31 mar. 2021.

5.3 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO


“Modelo em extinção com a Reforma da Previdência, a aposentadoria por
tempo de contribuição não exige idade mínima para que o benefício seja solicita-
do. Como o nome sugere, basta atingir um determinado número de anos enquan-
to contribuinte do INSS para ter direito a ele” (RICO, 2019, s.p.).

Pelas regras antes da reforma da previdência, “pode se aposentar por tem-


po de contribuição a mulher trabalhadora que contribuir por 30 anos com o INSS
e o homem que contribuir por 35 anos. Ou seja, o indivíduo que contribui ininter-
ruptamente entre os 15 e os 50 anos, já pode solicitar o benefício” (RICO, 2019, s.p.).

ATENCAO

Com a Reforma da Previdência, a aposentadoria apenas pelo tempo de con-


tribuição deixou de existir.

5.4 APOSENTADORIA ESPECIAL


“A aposentadoria especial é um benefício concedido ao trabalhador que,
em suas atividades laborais, fica exposto A agentes nocivos, o que pode gerar
algum problema à saúde e integridade física” (RICO, 2019b, s.p.).

114
TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

Conforme Rico (2019, s.p.) nos mostra:


A aposentadoria especial exige comprovar que, durante suas ativida-
des laborais, o trabalhador foi exposto a algum agente nocivo para a
sua saúde, de acordo com a legislação em vigor durante o período de
trabalho. Para ter direito a esse benefício, ele precisa cumprir o perí-
odo de carência de, pelo menos, 180 contribuições ou 15 anos. Além
disso, também é necessário respeitar o tempo de contribuição em ativi-
dade nociva, que pode variar entre 15, 20 ou 25 anos, dependendo do
agente nocivo ao qual esteve exposto. O valor do benefício, nesse caso,
corresponde à a média aritmética dos 80% do período contribuição,
considerando os maiores salários a partir de 1994.

Além da idade mínima, com a Reforma da Previdência, o trabalhador que


solicitar a aposentadoria especial deve cumprir um tempo mínimo de atividade
laboral, atendendo às seguintes regras (RICO, 2019, s.p.):

• Atividade especial de 15 anos: 55 anos de idade.


• Atividade especial de 20 anos: 58 anos de idade.
• Atividade especial de 25 anos: 60 anos de idade.

“Além disso, a aposentadoria especial será de 60% do valor médio dos


salários do trabalhador, mais 2% a cada ano de trabalho que exceder os 20 anos
para os homens e 15 anos para as mulheres” (RICO, 2019b, s.p.).

FIGURA 20 – APOSENTADORIA ESPECIAL (ANTES E DEPOIS DA REFORMA)

FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3saVSy4>. Acesso em: 31 mar. 2021.

A seguir, apresentaremos um texto sobre Aposentadorias do INSS vs


Aposentadorias Privadas.

115
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

Aposentadorias do INSS vs Aposentadorias Privadas

A aposentadoria do INSS corresponde ao formato convencional para


ter uma renda após encerrar a atividade profissional.

Praticamente todo brasileiro já contribuiu com a Previdência Social em algum


momento da vida, como empregado, autônomo e mesmo enquanto empresário.

Assim, quando chega a hora de se aposentar, é natural contar com es-


ses recursos.

Além das regras cada vez mais rígidas, que estendem o prazo para so-
licitar o benefício, seu valor pode não ser atrativo, dificultando a manutenção
do padrão de vida desejado.

É nesse cenário que surge como alternativa a chamada previdência pri-


vada ou complementar, cujo objetivo é, justamente, servir de complemento
aos valores recebidos via INSS.

Não se trata de substituição de um modelo pelo outro, já que é possível


conciliar os dois benefícios para garantir um futuro mais tranquila.

Além disso, você ainda pode usar a previdência privada para se apo-
sentar mais cedo ou alcançar outros objetivos de longo prazo.

Essa forma de aposentadoria é, na verdade, um tipo de investimento.

FONTE: RICO. Aposentadoria: o guia absoluto e as mudanças para 2020. 2019b. Disponível
em: https://bit.ly/3iMfqGa. Acesso em: 30 mar. 2021.

6 PREVIDÊNCIA/APOSENTADORIA PRIVADA
Os tempos mudaram e novos produtos financeiros foram criados para viabi-
lizar a acumulação de dinheiro de forma segura e remunerada, gerando valor para o
capital aplicado, coisa que os tradicionais cofrinhos não fazem (DESSEN, 2015).

Foram criados os planos de previdência privada, produtos destinados à


acumulação de recursos de longo prazo, visando principalmente acolher os depó-
sitos dos que querem juntar dinheiro para o período da aposentadoria, gerando
renda complementar ao da previdência social.

Para incentivar esse hábito, o governo concede incentivos fiscais a esses


produtos que contam com regime de tributação diferenciado das demais alterna-
tivas de investimento (DESSEN, 2015).

116
TÓPICO 3 — INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

Os planos de previdência podem ser utilizados para acumular dinheiro


para a educação dos filhos, netos, sobrinhos e afilhados, concorrendo diretamente
com a boa e antiga poupança, pois agregam alguns atributos que não são encon-
trados em outros produtos financeiros.

É preciso conhecer muito bem o funcionamento desses planos para que


os benefícios sejam explorados corretamente sem gerar perdas ou equívocos por
conta do não entendimento das regras do jogo.

Diferente dos produtos de investimento tradicionais, os planos de previ-


dência são os únicos que oferecem incentivo fiscal para os planos do tipo PGBL e
permitem ao contribuinte escolher o regime de tributação (DESSEN, 2015).

A previdência privada trabalha com duas modalidades, o Plano Gerador


de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

O PGBL é um plano de previdência complementar que é mais indicado


para pessoas que fazem a declaração completa do Imposto de Renda (IR) e contri-
bui para o INSS, pois essa modalidade possui um benefício fiscal cujas aplicações
são dedutíveis da base de cálculo do IR do participante até o limite de 12% da sua
renda bruta anual tributável. Essa dedução irá reduzir o imposto a ser pago ou
aumentar o valor a restituir.

Neste caso, se em algum momento você realizar um resgate do seu plano,


o IR do investimento incidirá sobre o valor total resgatado.

O VGBL é um seguro de vida individual com cobertura por sobrevivência. É ide-


al para pessoas que declaram o Imposto de Renda (IR) no modelo simplificado ou já che-
garam no limite de contribuição dedutível do plano PGBL e desejam aplicar ainda mais.

As contribuições nesse plano não são dedutíveis da base de cálculo do Im-


posto de Renda do participante, porém, no início do recebimento da renda ou no
resgate dos recursos, o IR do investimento incidirá apenas sobre os rendimentos
da aplicação. Veja, na imagem a seguir, as principais diferenças:

117
UNIDADE 2 — INVESTIMENTOS DE RENDA FIXA RESPONSÁVEL

FIGURA 21 – DIFERENÇA PGBL X VGBL

FONTE: <https://bit.ly/2Rj2wWm>. Acesso em: 31 mar. 2021.

“A principal vantagem da previdência privada é promover uma vida fi-


nanceira mais estável após a aposentadoria, já que ela funciona muito bem como
renda complementar para essa fase da vida” (RICO, 2019b, s.p.).

118
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• A renda fixa é nomeada desta forma, por oferecer rendimentos previsíveis


aos seus investidores.

• O mercado financeiro brasileiro remunera os títulos de renda fixa de três for-


mas: Prefixada, Pós-fixada e Indexada à inflação (ASSAF NETO, 2018).

• “O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em


parceria com a B3 (Bolsa de Valores) para venda de títulos públicos federais
para pessoas físicas, de forma 100% on-line” (TESOURO DIRETO, 2021, s.p.).

• “O Tesouro Direto é uma excelente alternativa de investimento, pois oferece


títulos com diferentes tipos de rentabilidade” (TESOURO DIRETO, 2021, s.p.).

• O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é uma obrigação de pagamento


futura de um capital aplicado em depósito a prazo fixo em instituições finan-
ceiras (ASSAF NETO, 2018).

• O Certificado de Depósito Bancário (CDB) são títulos nominativos emitidos


pelos bancos e vendidos ao público como forma de captação de recursos. É
caracterizado por um investimento de renda fixa e baixo risco.

• LCI e LCA são investimentos livres de taxas e tributos. Para o investidor, não
há diferenças significativas entre investir em LCI e LCA, geralmente, a esco-
lha é feita com base na taxa de rendimento, prazo de aplicação e aporte inicial
(RICO, 2020).

• “A aposentadoria se refere ao valor recebido mensalmente pelo trabalhador


que encerra as suas atividades profissionais depois de cumprir as exigências
previstas em lei para ter direito ao benefício” (RICO, 2019b, s.p.).

• “Em seu formato mais popular, a aposentadoria é um benefício social, conce-


dido e pago no Brasil pelo INSS, o Instituto Nacional de Seguro Social. Segun-
do a legislação, ela pode ser concedida por invalidez, por idade, por tempo de
contribuição ou especial” (RICO, 2019b, s.p.).

• “O Senado Federal aprovou, no dia 22 de outubro de 2019, a proposta de Re-


forma da Previdência, que altera as regras de aposentadoria no Brasil” (RICO,
2019b, s.p.).

119
• Os planos de previdência podem ser utilizados para acumular dinheiro para
a educação dos filhos, netos, sobrinhos e afilhados, concorrendo diretamente
com a boa e antiga poupança, pois agregam alguns atributos que não são en-
contrados em outros produtos financeiros.

• A previdência privada trabalha com duas modalidades, o Plano Gerador de


Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

• “A principal vantagem da previdência privada é promover uma vida finan-


ceira mais estável após a aposentadoria, já que ela funciona muito bem como
renda complementar para essa fase da vida” (RICO, 2019b, s.p.).

CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

120
AUTOATIVIDADE

1 Sobre a remuneração dos títulos de renda fixa, associe os itens, utilizando o


código a segui:

I- Prefixada.
II- Pós-fixada.
III- Indexada a inflação.

( ) É formada por uma taxa de juro real (líquida da inflação) previamente defi-
nida e acrescida da variação da inflação verificada no período da aplicação.
( ) Expressa geralmente a remuneração do título como um percentual da
Selic ou do CDI. Essa taxa acompanha o comportamento do mercado.
( ) Define a taxa de juro prometida pelo título no momento da aplicação,
revelando ao investidor exatamente qual será o seu retorno.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) II – III – I.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) I – II – III.

2 A relação entre oferta e demanda sempre provocará aumentos e diminui-


ções de preços em qualquer mercado.

3 Sobre o Tesouro Direto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F


para as falsas:

( ) O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em


parceria com a B3 (Bolsa de Valores) para venda de títulos públicos fede-
rais para pessoas físicas, de forma 100% on-line.
( ) Os investimentos em títulos públicos, por meio do Programa Tesouro Di-
reto, são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, ou seja, são os investi-
mentos mais seguros do país.
( ) Apesar de acessível e apresentar muitas opções de investimento, o Tesou-
ro Direto oferece baixa rentabilidade e liquidez mensal.
( ) Lançado em 2002, o Programa surgiu com o objetivo de democratizar o
acesso aos títulos públicos, permitindo aplicações a partir R$ 30,00.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) F – F – V – V.
b) ( ) V – V – F – V .
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – F – F – V.
121
4 O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é uma obrigação de pagamento
futura de um capital aplicado em depósito a prazo fixo em instituições fi-
nanceiras. Sobre o CDB, assinale a alternativa CORRETA:

a) As emissões desses títulos são feitas em função do volume de crédito de-


mandado pelas empresas.

( ) Sim ( ) Não

b) Sobre os rendimentos produzidos pelo CDB incide Imposto de Renda na


Fonte (IRRF).

( ) Sim ( ) Não

c) O CDB é um dos produtos garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

( ) Sim ( ) Não

5 Disserte sobre o que vem a ser LCI e LCA e sua principal diferença:

6 No Brasil, a aposentadoria é um benefício garantido por lei a todo trabalhador


que completar os requisitos mínimos, propostos pela Lei nº 8.213/1991. Sobre a
aposentadoria, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A aposentadoria por invalidez é um benefício concedido aos contribuin-


tes que estão total e permanentemente incapacitados de exercer as suas
atividades laborais e não podem ser realocados em outras atividades.
( ) Auxílio Doença e aposentadoria por invalidez são a mesma coisa.
( ) O Senado Federal aprovou, em 2020, a proposta de Reforma da Previdên-
cia, que altera as regras de aposentadoria no Brasil.
( ) As regras da Reforma da Previdência passam a valer para aqueles que
ingressaram após a aprovação da proposta.
( ) Com a Reforma da Previdência, a aposentadoria apenas pelo tempo de
contribuição deixou de existir.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F – V – V.
b) ( ) V – V – F – V – V.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – F – F – V – F.

122
7 Previdência Privada é um tipo de investimento de longo prazo (ideal para
mais de seis anos) que serve para você realizar grandes metas como pagar a
faculdade dos filhos, aposentar-se ou ser independente financeiramente. A
previdência privada trabalha com duas modalidades, o Plano Gerador de
Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Qual a
principal diferença entre as duas modalidades?

123
REFERÊNCIAS
ABREU, E. G. de.; SILVA, L. Sistema financeiro nacional. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo, Método, 2017.

ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

BARROSO, B. Tempos complicados soluções simples: aprenda a guiar melhor o


seu dinheiro. Portugal: Oficina do Livro, 2011.

BITTENCOURT, J. A. de. Análise da relação entre o perfil de investidor, a realidade


do mercado de renda fixa e variável e a teoria da aversão à perda. RRCF, Fortaleza, v.
9, n. 2, jul./dez., 2018. Disponível em: https://bit.ly/3wP4nCM. Aceso em: 31 mar. 2021.

BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. Fundamentos de investimentos. 9. ed. Porto


Alegre: AMGH, 2014.

BRASIL. Resolução nº 2.099, de 17 de agosto de 1994. Aprova regulamentos que


dispõem sobre as condições relativamente ao acesso ao Sistema Financeiro Nacio-
nal, aos valores mínimos de capital e patrimônio líquido ajustado, à instalação de
dependências e à obrigatoriedade da manutenção de patrimônio líquido ajustado
em valor compatível com o grau de risco das operações ativas das instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central. Dis-
ponível em: https://bit.ly/3mFKWr7. Acesso em: 30 mar. 2021.

BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Bene-


fícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: https://bit.
ly/2RhFz64. Acesso em: 31 mar. 2021.

BRASIL. Resolução nº 394, de 3 de novembro de 1976. Regulamenta, que define


a competência e disciplina a constituição e o funcionamento dos Bancos de De-
senvolvimento. Disponível em: https://bit.ly/3wQqjx9. Acesso em: 30 mar. 2021.

CALADO, L. Fundos de Investimentos: conheça antes de investir. Rio de Janeiro:


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CARRETE, L. S.; TAVARES, R. Mercado financeiro brasileiro. São Paulo: Atlas, 2019.

CAVALCANTE, F.; MISUMI, J. Y.; RUDGE, L. F. Mercado de capitais: o que é,


como funciona. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

CEREZER, B. F. Perfil do investidor: uma análise comparativa entre os investidores


em fundos de investimentos imobiliários e os demais investidores. 2017. 128 f. Dis-
sertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-graduação em
Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2017.

124
DESSEN, M. Finanças pessoais: o que fazer com meu dinheiro. São Paulo: Trevi-
san Editora, 2015.

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ponível em: https://bit.ly/2OFxtmJ. Acesso em: 30 mar. 2021.

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Disponível em: https://bit.ly/3a2RdZ6. Acesso em: 30 mar. 2021.

FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC). Pagamento de garantia. c2021b.


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FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO (FGC). Sobre a garantia FGC: garantia ordinária


– até r$ 250 mil. c2021c. Disponível em: https://bit.ly/3sbe8HV. Acesso em: 30 mar. 2021.

INFOMONEY. LCI e LCA: guia completo para começar a investir. c2021. Dispo-
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MENESES, A.; MARIANO, F. Mercado financeiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense;


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OLIVEIRA, C. Economizar sem perder o prazer de viver. São Paulo: All Print, 2014.

DUARTE, D.; PASCOWITCH, B. Vale a pena investir na poupança ou no Tesou-


ro Direto? 2019. Disponível em: https://bit.ly/3gftOYr. Acesso em: 31 mar. 2021.

PEREIRA, D. J. Finanças pessoais: estratégias de investimentos. 2010. 52 f. TCC


(Especialização em Finanças) – Programa de Pós-graduação da Escola de Admi-
nistração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

RASSIER, L. H. Entenda o mercado de ações: faça da crise uma oportunidade.


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RICO. Perfil de investidor: veja 3 tipos de investidores e qual é o seu. 2019a. Dis-
ponível em: https://bit.ly/2MlkoNK. Acesso em: 30 mar. 2021.

RICO. Aposentadoria: o guia absoluto e as mudanças para 2020. 2019b. Disponí-


vel em: https://bit.ly/3iMfqGa. Acesso em: 30 mar. 2021.

RICO. LCI e LCA: o que são, rentabilidade, como investir – guia. 2020. Disponível
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SANTOS, J. O. dos; BARROS, C. A. Silva. O que determina a tomada de decisão:


razão ou emoção? Revista Brasileira de Gestão de Negócios, São Paulo, v. 13, n.
38, p. 7-20, jan./mar., 2011.

125
SLIMANI, B. Guia financeiro para profissionais liberais e autônomos. Timburi:
Editora Cia do Ebook, 2015.

TESOURO DIRETO. O seu dinheiro rendendo com segurança! c2021. Disponí-


vel em: https://bit.ly/3a2YIze. Acesso em: 30 mar. 2021.

TORO INVESTIMENTOS. Perfil de investidor: você é conservador, moderado ou


arrojado? 2019. Disponível em: https://bit.ly/2OHYBBG. Acesso em: 30 mar. 2021.

126
UNIDADE 3 —

INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL


OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• aprender as operações características que compõem o portifólio


das instituições financeiras;

• entender mais da rentabilidade e da relação das instituições com


os clientes e com o mercado;

• entrar a fundo nas nuances e particularidades de cada produto da


renda variável;

• mostrar as maneiras mais comuns e usuais de se adotar esse tipo


de investimento.

• compreender conceitos que são tomados como investimentos,


quando na verdade não são.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.

TÓPICO 1 – O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL

TÓPICO 2 – INVESTIMENTOS NA RENDA VARIÁVEL

TÓPICO 3 – O QUE NÃO É INVESTIMENTO

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

127
128
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3

O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL

1 INTRODUÇÃO

Quando ouvimos falar de mercado, principalmente quando estamos fa-


lando do mercado de renda variável, vem a nossa mente um ambiente bastante
complicado e de difícil entendimento.

Devemos lembrar que quando estamos falando em renda variável, estamos


falando de investimentos cujo retorno é imprevisível, pois seu valor vai variar de
acordo com as diversas condições do mercado. O mercado de renda variável é exa-
tamente o oposto do que vimos na última unidade, na qual falamos da renda fixa.

Não dá para negar que o mercado financeiro, principalmente o de ren-


da variável, é um mercado bastante complexo, pois ele é composto por diversos
agentes que têm uma orientação voltada para a obtenção de resultados, agentes
chamados órgãos reguladores, que são orientados ao controle do risco do sistema
e, ainda, existem os agentes econômicos, que são responsáveis pela gestão da
economia como um todo (BRITO, 2020).

Em um cenário como esse, os riscos tanto financeiros como operacionais


acabam se apresentando com bastante evidência, muito em decorrência das opera-
ções características que compõem o portifólio das instituições financeiras. Existe a
necessidade de se conhecer os resultados financeiros, uma vez que são eles que vão
trazer impacto financeiro das carteiras e estratégias de cada instituição que, por sua
vez, são materializadas por meio de diversos instrumentos que são utilizados para
o relacionamento dessas instituições com seus clientes e o mercado como um todo.

Nesse tópico, vamos entender mais sobre essa complexidade falando da


rentabilidade e da relação das instituições com os clientes e com o mercado.

2 RENTABILIDADE
“Saber o que é rentabilidade e como conseguir explorá-la ao máximo é
que torna qualquer investimento bem-sucedido. O dinheiro aplicado precisa dar
retorno. Esse é o objetivo dos investidores e a base de qualquer ativo financeiro
saudável” (RICO, 2017, s.p.).

Na Unidade 2, falamos da renda fixa. Nesse tipo de investimento, conse-


guimos saber quanto será a rentabilidade de um determinado investimento no
momento em que se está investindo. Por exemplo: se comprarmos um determina-
129
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

do título do tesouro direto atrelado à inflação, é possível saber que a rentabilida-


de será a taxa de juros acordada mais a variação do Índice de Preços ao Consumi-
dor Amplo (IPCA) ao longo do tempo combinado que o dinheiro ficará aplicado.

Já na renda variável isso não é possível. Por exemplo, quem compra uma ação
de uma determinada empresa espera ter como rentabilidade a valorização do papel no
decorrer do período, mas é impossível responder se ele vai se valorizar e ainda mais
quanto ele vai se valorizar. Muitas vezes, em determinado período a ação comprada
pode até mesmo se desvalorizar, isto é, valer menos do que quando ela foi comprada.
Vamos entender melhor esse conceito ao longo dessa unidade, mas é importante que já
tenhamos em mente que a renda variável, como próprio nome diz, varia.

É importante saber também que o conceito de rentabilidade é diferen-


te da lucratividade, também é diferente do conceito de liquidez, palavras muito
comuns quando estamos falando de investimentos. Vamos ver alguns exemplos
para um melhor entendimento.

• Rentabilidade: é o retorno sobre o investimento, ou seja, o rendimento.


Se você investiu R$ 10.000,00 e quando foi resgatar esse dinheiro tinha R$
15.000,00, você teve uma rentabilidade de seu investimento. No caso desse
exemplo, a rentabilidade foi de 50%.
• Lucratividade: esse conceito está mais ligado a uma cadeia produtiva. Por
exemplo: se você tem uma loja, digamos que uma floricultura, e vendeu em
determinada data 100 arranjos pelo valor de R$ 50,00 cada um. Desse valor,
desconta-se os impostos, no caso do nosso exemplo, R$ 5,00, o custo dos ma-
teriais para se fazer o arranjo, R$ 10,00, e ainda R$ 10,00 de mão de obra. Nes-
se caso, se fizermos as contas, veremos que a loja faturou R$ 5.000,00 e teve de
custos e despesas R$ 2.500,00. Sobrou R$ 2.500,00. Ou seja, nesse caso, sua loja
teve uma lucratividade de 50%.
• Liquidez: o conceito de liquidez se refere a quão fácil é, ou seja, a facilidade de
se converter um ativo em dinheiro. Quanto mais rápido e fácil for e quanto me-
nor a perda de valor, maior será a liquidez. Vamos a um exemplo: você pode ter
comprado 100 ações de determinada empresa a R$ 130,00 cada, mas por algum
imprevisto, teve que vendê-las uma semana depois e conseguiu só R$ 128,00 por
cada. Nesse caso, você teve um prejuízo de R$ 200,00, mas por outro lado, teve
uma alta liquidez, pois conseguiu vender rápido no momento que precisava.

Vamos acabar entendo essas diferenças com mais profundidade no Tópico


2 dessa unidade. É importante você já ter em mente esses conceitos, pois eles são
fundamentais para entendermos o mercado de renda variável.

Quando estamos nos referindo à rentabilidade, é importante entendermos


também quais são os tipos de rentabilidade existentes.

130
TÓPICO 1 — O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL

2.1 RENTABILIDADE PRÉ-FIXADA


“Quando se sabe de antemão o retorno exato do investimento, fala-se em
rentabilidade prefixada. Esse tipo de rendimento obedece sempre a uma mesma
porcentagem previamente conhecida” (ONZE, 2021, s.p.).

Se o título oferece 6% ao ano, um investimento de R$ 20.000,00 tem um


rendimento de R$ 2.400,00 em dois anos. Vamos aos exemplos:

• Tesouro Direto Prefixado: é uma das modalidades na qual você


empresta dinheiro ao Tesouro Nacional (governo).
• Debêntures Prefixadas: você empresta dinheiro a uma empresa
e se torna credor dela, recebendo, nesse caso, uma porcentagem
fixa (também existe a opção pós-fixada) (ONZE, 2021, s.p.).

Ainda, segundo Onze (2021, s.p.):


A rentabilidade prefixada tende a parecer mais segura, não é mesmo?
Isso não é necessariamente verdade. Por um lado, você sabe exatamen-
te quanto terá ao fim do período de investimento. Por outro, você não
sabe como a economia andará ao longo desse tempo. É possível, por
exemplo, que haja uma mudança macroeconômica e o Banco Central
tenha que alterar o rumo da Taxa Selic (taxa básica de juros da econo-
mia brasileira, ajustada periodicamente pelo Comitê de Política Mone-
tária). Nesse caso, o seu título com rentabilidade prefixada poderia se
tornar menos atraente e não valer tanto a pena.

Por isso, é essencial compreender fatores como a Taxa Selic e a inflação


nos investimentos. Eles fazem toda a diferença no que se refere à rentabilidade.

2.2 RENTABILIDADE PÓS-FIXADA


“O pós-fixado é o investimento que acompanha um indicador, normalmente
a Selic ou o CDI (índice interbancário que segue de perto a Selic)” (ONZE, 2021, s.p.).

Esse tipo de aplicação costuma oferecer maior liquidez (capacidade de


conversão da aplicação em dinheiro sem perda de valor). A seguir, traremos al-
guns exemplos para você, acadêmico:

• Tesouro Selic: opção do Tesouro Direto que acompanha a variação


da taxa básica de juros da economia brasileira.
• CDB: títulos emitidos pelos bancos podem ser pós-fixados. Nesse
caso, costumam seguir o CDI (ONZE, 2021, s.p.).

131
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

2.3 RENTABILIDADE HÍBRIDA


“Esse tipo de Investimento combina as duas modalidades. Por exemplo, o Te-
souro IPCA+ tem uma taxa prefixada mais um acréscimo atrelado à variação do IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial do país)” (ONZE, 2021, s.p.).

Pode ser interessante para se defender de uma possível desvalorização do


real em caso de mudança na economia do país e aumento nos preços.

Também é útil em uma perspectiva de longo prazo, para quem busca pro-
teção e multiplicação do patrimônio para a aposentadoria (ONZE, 2021).

2.4 CÁLCULO DA RENTABILIDADE


O cálculo da rentabilidade é dado por uma fórmula simples:

Rentabilidade = Rendimento descontados impostos e inflação x 100 ÷ Valor


Investido

Apesar de a fórmula ser simples, existem alguns cuidados importantes
que devem ser levados em conta ao se calcular a rentabilidade definidos por
Onze (2021). São eles:

2.4.1 Levar em conta os custos


“Muita gente se esquece de levar em conta os custos de qualquer operação fi-
nanceira. Por exemplo, para investimentos na bolsa de valores, cada corretora tem uma
tabela de corretagem, além das taxas de negociação e liquidação” (ONZE, 2021. s.p.).

Ainda, para Onze (2021, s.p.):

Vale comparar: algumas corretoras fazem pacotes mensais, com di-


reito a determinado número de compras e vendas de ações, e outras
oferecem corretagem grátis. Outro detalhe importante a ser conside-
rado: a incidência de imposto de renda sobre o lucro. Para venda de
um volume de até R$ 20.000,00 em ações, há isenção de IR.Para volu-
mes superiores de venda, a cobrança é de 15% sobre o rendimento em
swing trade (compra e venda de ações em dias diferentes) e 22,5% em
day trade (operação aberta e fechada no mesmo pregão).

132
TÓPICO 1 — O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL

2.4.2 Definir quanto tempo você pode esperar



Na hora de procurar os melhores investimentos para a sua realidade, defina
objetivos claros. Está em busca de uma renda extra para ajudar nos gastos do mês
ou para uma viagem nas férias? Quer aumentar o seu patrimônio de forma gradual
a médio e longo prazo? A partir dessa definição, você poderá fazer os cálculos e
escolher o tipo de aplicação mais adequada para aquele momento (ONZE, 2021).

2.4.3 Aprender a regra dos juros compostos


Os juros compostos são aliados poderosos na sua construção de patrimônio.
A fórmula para calcular está na figura a seguir (ONZE, 2021):

FIGURA 1 – FÓRMULA DOS JUROS COMPOSTOS

FONTE: Adaptada de Onze (2021)

Por exemplo, se você quisesse descobrir quanto renderia um capital de


R$ 30.000,00 aplicado a uma taxa de 0,5% mensais durante um ano, o cálculo está
disposto na Figura 2 (ONZE, 2021).

133
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

FIGURA 2 – TAXA DE O,5% MENSAIS

FONTE: Adaptada de Onze (2021)

“No longo prazo, esses juros começam a trabalhar com mais afinco a seu
favor, e a diferença nos resultados é enorme” (ONZE, 2021, s.p).

Entendido o conceito de rentabilidade, vamos passar a um dos aspectos impor-


tantes da renda variável, a relação das empresas de capital aberto com seus investidores.

3 RELAÇÃO COM INVESTIDORES


“Relações com investidores (RI) é um departamento presente em empresas
de capital aberto – aquelas com ações negociadas na B3, bolsa de valores brasileira.
A atividade do profissional de RI busca gerenciar adequadamente as expectativas
do mercado e construir a credibilidade da companhia” (KANETA, 2019, s.p.).

3.1 VISÃO ESTRATÉGICA DE RI


Acadêmico, a seguir, traremos o texto Relações com investidores: área
estratégica fundamental para as companhias a respeito da visão estratégica de RI.

134
TÓPICO 1 — O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL

O papel da área de relações com investidores vai muito além do que


costuma aparecer em descrições funcionais e definições estritamente regulató-
rias. Para esclarecer as responsabilidades e as atividades do departamento de
RI, é preciso entender a visão estratégica e os pilares funcionais que definem o
seu papel dentro de uma companhia.

A visão estratégica de relações com investidores nasce da intersecção de três


perspectivas de finanças. Essas perspectivas são demonstradas na figura a seguir:

FIGURA – PERSPECTIVAS DE FINANÇAS PARA RI

FONTE: <https://bit.ly/3g0GJNF>. Acesso em: 31 mar. 2021.

Perspectiva corporativa

É formada a partir do entendimento profundo sobre o desempenho da


companhia e as necessidades de financiamento para a execução de seu plano de
negócios. Também contempla a compreensão do engajamento com os agentes do
mercado financeiro para viabilizar as opções de captação de recursos financeiros.

135
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Perspectiva de mercado

É a análise e a assimilação do ambiente geral do mercado financeiro,


tais como fluxo de capitais globais e tendências de liquidez de ativos. Os im-
pactos desses fatores devem ser assimilados não só no desempenho das ações
e títulos de dívida da companhia, mas também na disponibilidade de opções
de captação de recursos financeiros existentes em determinados momentos.

Perspectiva de portfólio

É aquela que estuda a posição da empresa na competição pelo capital,


sob a ótica do investidor. Ou seja, é a visão que analisa como a companhia se
destaca na bolsa de valores frente a tantas alternativas e quais são os pontos
decisivos na definição de um determinado portfólio de investimentos.

Relações com investidores na prática

Para entender a dinâmica e a correlação entre essas três perspectivas,


vamos analisar dois exemplos. Em momentos de restrição de fluxo de capitais,
como aconteceu durante a crise econômica mundial de 2008, há um impacto
grande em fatores que influenciam as perspectivas de mercado e de portfólio.
Logo, a perspectiva corporativa também sofre consequências profundas. Cabe
ao setor de relações com investidores ser capaz de perceber e assimilar essas
mudanças rapidamente e, assim, reformular a sua estratégia e gerir as expecta-
tivas dos stakeholders. Esse processo é especialmente importante para manter
um bom engajamento com stakeholders que, externamente, são os investido-
res e, internamente, os gestores da companhia.

Outro exemplo: uma companhia sofre uma disrupção na sua produção


por causa de um acidente. A área de RI tem de agir de forma rápida e proati-
va para entender como a mudança na perspectiva corporativa pode impactar
a competitividade da empresa no mercado de capitais, trazendo mudanças
drásticas na sua perspectiva de portfólio e, eventualmente, levando a uma ne-
cessidade de engajamento maior com os investidores no curto e médio prazo.

Sem essa visão estratégica unificando as três perspectivas de finanças, a área


de relações com investidores não consegue exercer sua função de maneira plena.

Os pilares da atividade de RI

A atividade de relações com investidores pode ser dividida em quatro


pilares principais, conforme demonstrado na figura a seguir.

136
TÓPICO 1 — O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL

FIGURA – PILARES DE RELAÇÃO COM INVESTIDORES

FONTE: <https://bit.ly/3s7yAcI>. Acesso em: 32 mar. 2021.

Compliance

O profissional de RI deve garantir que a companhia siga as obrigações


regulatórias de uma companhia de capital aberto (regidas pela CVM no Brasil,
SEC nos EUA, FSA no Reino Unido e assim por diante). Além disso, deve en-
tender e assegurar que os princípios de governança corporativa sejam imple-
mentados, tanto nas situações em que há determinações específicas (caso dos
níveis de governança da B3), ou apenas práticas recomendadas.

Comunicação

Cabe ao departamento de RI desenvolver os processos para divulgação de


informações obrigatórias ou adicionais sobre a companhia. O conteúdo mínimo de
informações a serem divulgadas deve obedecer às determinações regulatórias, mas
a boa prática recomenda (e o mercado normalmente exige) que informações adicio-
nais sejam divulgadas voluntariamente, para melhorar o posicionamento competi-
tivo da companhia dentro da perspectiva de portfólio descrita anteriormente.

No pilar de comunicação, também estão inclusos o desenvolvimento


dos canais de distribuição e engajamento (mailing, site de RI, mídias sociais)
com o mercado financeiro e a organização de eventos, como o Investor Day. O
desafio de diferenciação para o público externo ocorre primordialmente nesse
pilar de comunicação, pois o RI deve ser capaz de contar de modo claro, con-
sistente e convincente a história de investimento da companhia.

137
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Inteligência de mercado

Apesar de pouco visível para o público externo, esse é um pilar extre-


mamente importante na atividade de RI, pois serve como base para a elabora-
ção de todo planejamento da área. Inclui:

• análise dos concorrentes setoriais e, de modo mais abrangente, dos concor-


rentes de investimento;
• realização de estudos de benchmarking e auditorias de percepção para enten-
der qual a percepção dos stakeholders sobre a companhia e identificar os even-
tuais gaps na transmissão de mensagens da companhia para o seu público-alvo;
• identificação e análise do perfil de sua base acionária para acompanha-
mento dos maiores compradores e vendedores, adequação do perfil de
acionistas em face da estratégia da companhia e eventual público-alvo
para readequação da base de acionistas, de acordo com o perfil desejado
(por exemplo, busca de investidores de longo prazo para redução de vola-
tilidade no preço da ação), já levando-se em conta a perspectiva corporati-
va e a de mercado esperada.

Feedback estratégico interno

Engana-se quem acredita que o RI é uma atividade essencialmente de


dentro para fora. A função de fora para dentro, de coletar as reações e opiniões do
mercado (dissonantes ou não) relacionadas ao desempenho e ao plano de negó-
cios da companhia, é igualmente importante. A área de relações com investidores
está na intersecção das três perspectivas de finanças citadas e tem a oportunidade
única de interagir e se engajar com vários agentes do mercado que trazem infor-
mações bastante variadas e valiosas sobre as tendências gerais observadas e até
de novidades disruptivas que podem ter passado despercebidas. Por isso, o pro-
fissional de RI deve trabalhar ativamente para servir como um canal de feedback
contínuo do mercado. O RI não deve servir apenas como o ‘hub’ de informações
de dentro para fora – ele deve ser um dos canais estratégicos de coleta de informa-
ções externas para os stakeholders internos da companhia.

Como o próprio nome sugere, a atividade de relações com investidores


é baseada no relacionamento e exige transparência e planejamento dos profis-
sionais da área, além de visão analítica e diligência. O bom RI é o que consegue
trabalhar com os quatro pilares descritos para atingir os objetivos principais
da área: gerir adequadamente as expectativas do mercado e a construir a cre-
dibilidade de maneira consistente e contínua, de modo que o valor atribuído a
empresa reflita de forma fidedigna a realidade da companhia.

FONTE: Adaptado de KANETA, T. Relações com investidores: área estratégica fundamental


para as companhias. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3bgI1A9. Acesso em: 31 mar. 2021.

138
TÓPICO 1 — O MERCADO DE RENDA VARIÁVEL

Encerramos o Tópico 1 da terceira unidade desse livro. Teremos ainda o


resumo de tudo o que foi escrito nesse tópico, bem como as autoatividades a ele
referente. Após isso, passaremos ao Tópico 2, no qual será abordado o assunto
Investimento em Renda Variável.

139
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Devemos lembrar que quando estamos falando em renda variável, estamos falan-
do de investimentos cujo retorno é imprevisível, pois seu valor vai variar de acordo
com as diversas condições do mercado. O mercado de renda variável é exatamente
o oposto do que vimos na última unidade onde falamos da renda fixa.

• “Saber o que é rentabilidade e como conseguir explorá-la ao máximo é que


torna qualquer investimento bem-sucedido. O dinheiro aplicado precisa dar
retorno” RICO, 2017, s.p.).

• Quem compra uma ação de uma determinada empresa espera ter como ren-
tabilidade a valorização do papel no decorrer do período, mas é impossível
responder se ele vai se valorizar e ainda mais quanto ele vai se valorizar. Mui-
tas vezes, em determinado período a ação comprada pode até mesmo se des-
valorizar, isto é, valer menos do que quando ela foi comprada.

• Rentabilidade é o retorno sobre o investimento, ou seja, o rendimento. Se


você investiu R$ 10.000,00 e quando foi resgatar esse dinheiro você tinha R$
15.000,00, você teve uma rentabilidade de seu investimento. No caso desse
exemplo, a rentabilidade foi de 50%.

• O conceito de lucratividade está mais ligado a uma cadeia produtiva. Por


exemplo: se você tem uma loja, digamos que uma floricultura, e vendeu em
determinada data 100 arranjos pelo valor de R$ 50,00 cada um. Desse valor,
desconta-se os impostos, no caso do nosso exemplo, R$ 5,00, o custo dos ma-
teriais para se fazer o arranjo, R$ 10,00, e ainda R$ 10,00 de mão de obra. Nes-
se caso, se fizermos as contas, veremos que a loja faturou R$ 5.000,00 e teve de
custos e despesas R$ 2.500,00. Sobrou R$ 2.500,00. Ou seja, nesse caso, sua loja
teve uma lucratividade de 50%.

• O conceito de liquidez se refere a quão fácil é, ou seja, a facilidade de se con-


verter um ativo em dinheiro. Quanto mais rápido e fácil for e quanto menor a
perda de valor, maior será a liquidez. Vamos a um exemplo: você pode ter com-
prado 100 ações de determinada empresa a R$ 130,00 cada, mas por algum im-
previsto, teve que vendê-las uma semana depois e conseguiu só R$ 128,00 por
cada. Nesse caso, você teve um prejuízo de R$ 200,00, mas por outro lado, teve
uma alta liquidez, pois conseguiu vender rápido no momento que precisava.

• Existem três tipos de rentabilidade: a prefixada, pós-fixada e rentabilidade híbrida.

140
• O papel da área de relações com investidores vai muito além do que costuma
aparecer em descrições funcionais e definições estritamente regulatórias.

• Os pilares da relação com investidores são: compliance, comunicação, inteli-


gência de mercado e feedback estratégico.

141
AUTOATIVIDADE

1 A renda variável é o assunto do momento entre investidores e junto àqueles


que pretendem iniciar no mercado financeiro. Disserte sobre o que vem a
ser renda variável.

2 Sobre Rentabilidade, Lucratividade e Liquidez, associe os itens:


Se refere a quão fácil é, ou seja, a facilidade de se con-
verter um ativo em dinheiro. Quanto mais rápido e fá-
cil for e quanto menor a perda de valor, maior será a
­­­­______________ . Vamos a um exemplo: Você pode ter
comprado 100 ações de determinada empresa a R$ 130,00
(1) Lucratividade ( )
cada, mas por algum imprevisto teve que vende-las uma
semana depois e conseguiu só que por R$ 128,00 cada.
Nesse caso você teve um prejuízo de R$ 200,00, mas por
outro lado teve uma alta _____________ pois conseguiu
vender rápido no momento que precisava.
É o retorno sobre o investimento, ou seja, o rendi-
mento. Se você investiu R$ 10.000,00 e quando foi
(2) Rentabilidade ( )
resgatar esse dinheiro, você tinha R$ 15.000,00 você
teve uma ________________ de seu investimento.
Esse conceito está mais ligado a uma cadeia produti-
va. Por exemplo: se você tem uma loja, digamos que
uma floricultura, e vendeu em determinada data
100 arranjos pelo valor de R$ 50,00 cada um. Des-
se valor, desconta-se os impostos, no caso do nosso
(3) Liquidez ( ) exemplo, R$ 5,00, o custo dos materiais para se fazer
o arranjo, R$ 10,00, e ainda R$ 10,00 de mão de obra.
Nesse caso, se fizermos as contas, veremos que a loja
faturou R$ 5.000,00 e teve de custos e despesas R$
2.500,00. Sobrou R$ 2.500,00. Ou seja, nesse caso, sua
loja teve uma lucratividade de 50%.

3 Os conceitos de liquidez, rentabilidade e lucratividade são importantes


para que se entenda um tipo de mercado. Quanto a esse tipo de mercado,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Mercado de Câmbio.
b) ( ) Mercado de Renda Variável.
c) ( ) Mercado Internacional.
d) ( ) Mercado Brasileiro.
e) ( ) Mercado Doméstico.

142
4 Sobre os tipos de rentabilidade, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Pré-fixada.
II- Pós-fixada.
III- Híbrida.

( ) Esse tipo de Investimento combina as duas modalidades.


( ) É o investimento que acompanha um indicador, normalmente a Selic ou
o CDI (índice interbancário que segue de perto a Selic).
( ) Esse tipo de rendimento obedece sempre a uma mesma porcentagem
previamente conhecida.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) III – II – I.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) I – II – III.

5 Sobre alguns cuidados importantes que devem ser levados em conta ao


se calcular a rentabilidade, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:

( ) Levar em conta os custos.


( ) Definir quanto tempo você pode esperar.
( ) Ter todo o seu dinheiro no Tesouro Direto.
( ) Aprender juros compostos.
( ) Não entender de investimentos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) F – F – V – V – F.
b) ( ) V – V – F – V – F.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – F – F – V – V.

6 Sobre as perspectivas de finanças para relação com os investidores, associe


os itens:
“É aquela que estuda a posição da em-
presa na competição pelo capital, sob a
ótica do investidor. Ou seja, é a visão que
analisa como a companhia se destaca na
(1) Perspectiva de Portfólio ( )
bolsa de valores frente a tantas alterna-
tivas e quais são os pontos decisivos na
definição de um determinado portfólio
de investimentos” (KANETA, 2019, s.p.).

143
“É formada a partir do entendimento pro-
fundo sobre o desempenho da companhia
e as necessidades de financiamento para a
execução de seu plano de negócios. Tam-
(2) Perspectiva Coorporativa ( )
bém contempla a compreensão do engaja-
mento com os agentes do mercado financei-
ro para viabilizar as opções de captação de
recursos financeiros” (KANETA, 2019, s.p.).
“É a análise e a assimilação do ambiente
geral do mercado financeiro, tais como
fluxo de capitais globais e tendências de
liquidez de ativos. Os impactos desses fa-
tores devem ser assimilados não só no de-
(3) Perspectiva de mercado ( )
sempenho das ações e títulos de dívida da
companhia, mas também na disponibili-
dade de opções de captação de recursos
financeiros existentes em determinados
momentos” (KANETA, 2019, s.p.).

144
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3

INVESTIMENTOS NA RENDA
VARIÁVEL

1 INTRODUÇÃO

Diferente do que vimos na Unidade 2, na qual focamos nos tipos de inves-


timentos de renda fixa, nessa unidade, focaremos na renda variável.

Até aqui, você já deve ter percebido inúmeras diferenças entre a renda fixa
e a renda variável.

Você já sabe que na renda fixa tem-se a possibilidade de saber, no mo-


mento em que está fazendo uma aplicação, o valor aproximado que terá ao fim
do tempo combinado, tempo que seu dinheiro ficará aplicado. Na renda variável,
isso não é possível, visto que, como o próprio nome já diz, "variável", ou seja, va-
ria de acordo com diversos fatores.

Sendo assim, já conseguimos concluir que, quando falamos em renda va-


riável, estamos falando de um tipo de investimento que inclui alguns produtos
cuja característica comum entre eles é a de que os rendimentos são imprevisíveis.

Quando falamos em renda variável, temos que ter em mente uma palavra
que comanda esse tipo de investimento, a “imprevisibilidade”.

Nesse tópico, nosso foco não será entrar a fundo nas nuances e particulari-
dades de cada produto da renda variável, mas mostrar as maneiras mais comuns
e usuais de se adotar esse tipo de investimento.

Vamos lá?!

2 AÇÕES
Na visão de Brito (2020), trata-se de valor mobiliário, emitido pelas com-
panhias ou sociedades anônimas, representativo de parcela do capital. O capital
da companhia ou sociedade anônima é dividido em ações, constituindo-se o va-
lor unitário da ação da companhia. Os elementos indispensáveis ao título são:

• denominação da companhia e sua sede;


• valor do capital social, data do ato que o fixou, número de ações em que se di-
vide e valor nominal das ações ou declaração de que não se tem valor nominal;
145
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

• nas companhias com capital autorizado, limite de autorização, em número de


ações ou valor do capital social;
• número de ações ordinárias e preferenciais das diversas classes, se houver,
vantagens ou preferências conferidas a cada classe e limitações ou restrições
a que as ações se sujeitam;
• número de ordem do certificado e da ação, espécie e classe a que pertence;
• direitos conferidos às partes beneficiárias, se houver;
• época e lugar da reunião da assembleia geral ordinária;
• data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação de seus
atos constitutivos;
• nome do acionista;
• débito do acionista e época e lugar de seu pagamento, se a ação não estiver
integralizada;
• data da emissão do certificado e assinaturas de dois diretores ou do agente
emissor de certificados. Nas companhias abertas, os certificados podem ser
assinados por dois mandatários, sendo permitida a autenticação mediante
chancela mecânica (BRITO, 2020).

Comprar ações de uma empresa com capital aberto (as Sociedades Anô-
nimas, ou S.A.) é, na prática, tornar-se um de seus sócios. Por isso, no Tópico 1
dessa unidade, falamos da importância de as empresas terem um setor de relação
com investidores (RI), entendemos como ele funciona e mostramos que ele deve
ser o mais transparente possível.

Existem dois tipos de ações: as preferenciais (Pn), em que o investidor tem


preferência no pagamento dos dividendos (a parcela do lucro) de uma empresa
ou restituição no momento em que ela está liquidada, mas não possui direito a
voto, e a ação ordinária (On), que dá direito a voto ao acionista, porém este fica
em segundo plano na hora da distribuição dos dividendos (SANTOS, 2014).

Ações são investimentos de alto risco. Por isso, é preciso procurar uma
boa corretora de ações e manter-se sempre informado, visto que o desempenho
da bolsa de valores está sujeito às variações do mercado financeiro.

Ao mesmo tempo em que permite um rendimento maior, a renda variável


deixa o investidor sujeito a maiores riscos e perdas, inclusive do patrimônio in-
vestido, em caso de ter de vender as ações em baixa (SANTOS, 2014).

2.1 CUSTOS OPERACIONAIS PARA OPERAÇÕES COM


AÇÕES

O autor Santos (2014) escreve que há custos de corretagem para cada
operação realizada (compra e venda) e que variam de corretora para corretora,
taxa de custódia (para a corretora manter os ativos do cliente sob sua guarda) e
taxa de emolumentos (taxas de liquidação e negociação pela B3 e pela Companhia
Brasileira de Liquidação e Custodia – CBLC).

146
TÓPICO 2 — INVESTIMENTOS NA RENDA VARIÁVEL

2.2 IMPOSTO DE RENDA PARA OPERAÇÕES COM AÇÕES


As aplicações em ações são isentas de tributação de Imposto de Renda (IR)
até o limite de venda mensal de R$ 20.000,00. Ou seja, se o investidor vender me-
nos de R$ 20.000,00 em ações por mês, não paga IR sobre esse investimento. Para
exemplificar, suponha que o investidor tenha comprado ações no montante de R$
10.000,00 e seis meses depois essa carteira apresentava o valor de mercado de R$
24.000,00. Para se beneficiar da isenção, o investidor deveria vender R$ 20.000,00
em um mês e R$ 4.000,00 em outro mês. Se vender todas as ações no mesmo mês,
será calculado IR sobre o lucro de R$ 14.000,00 (R$ 24.000,00 – R$ 10.000,00).

Acima de R$ 20.000,00, há incidência de IR à alíquota de 15% sobre o ga-


nho líquido, isto é, sobre o valor da venda menos o valor da compra, descontados
os custos da operação (taxa de corretagem e emolumentos).

O limite de isenção não é valido para as operações de Day Trade (quando a


compra e venda de ações é feita no mesmo dia), que sofrem incidência de IR à alíquota
de 20%. A tributação ocorre sempre no momento da venda da ação (SANTOS, 2014).

O responsável pelo recolhimento do tributo é o próprio beneficiário e não


a instituição financeira. Assim, o investidor deve, todo mês, calcular e recolher o
IR via DARF até o último dia do mês seguinte à operação. O investidor pode im-
primir a DARF no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br).

2.3 EXEMPLO DE TRANSAÇÕES COM AÇÕES

Suponha que o investidor, que chamaremos aqui de família Silva, faça um in-
vestimento de R$ 13.830,00 em ações ordinárias de uma empresa hipotética, em janeiro
do Ano 2. No momento da venda (dezembro do Ano 6), seu investimento está valendo
R$ 58.640,00. Os custos da operação na compra foram de R$ 69,15 e, na venda, de R$
293,20, resultando em um custo total de R$ 362,35. Com isso, os valores líquidos do
desembolso e do recebimento foram R$ 13.899,15 e R$ 58.346,80, respectivamente.

Segue demonstração do cálculo do Lucro Bruto (LB):

LB = (R$ 58.640,00 – R$ 293,20) – (R$ 13.830,00 + R$ 69,15) = R$ 44.447,65

A família Silva terá que recolher IR sobre os R$ 44.447,65 à alíquota de 15%,


ou seja, R$ 6.667,15 – lembrando que só são isentas as vendas até R$ 20.000,00 no mês.

Valor do IR a pagar: R$ 44.447,65 × 0,15 = R$ 6.667,15

Na venda de ações, a corretora recolhe IR na fonte de 0,005% sobre o valor


da operação. Esse valor pode ser descontado do IR total a ser pago.

147
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Valor do IR retido na fonte: 0,00005 × R$ 58.640,00 = R$ 2,93


Valor do IR a pagar ajustado: R$ 6.667,15 – R$ 2,93 = R$ 6.664,22
O Lucro Líquido (LL) da transação, em dezembro do Ano 6, foi:
LL: R$ 44.447,65 – R$ 6.664,22 = R$ 37.783,43

Vimos um exemplo de operação com ações, no próximo subtópico,


veremos como funciona uma operação com opções.

3 OPÇÕES
Para um investidor que já investe em ações o nome opção não é totalmente es-
tranho, pelo menos em algum momento o investidor já deve ter ouvido falar no assunto.

As opções podem ser utilizadas para fins bem distintos. Servem tanto para
proteger os investimentos quanto para especular em busca de ganhos no curto prazo.
Opções são instrumentos negociados no mercado financeiro. Elas
representam um contrato que dá ao seu titular o direito de comprar
ou de vender um determinado ativo por um valor determinado em
uma data específica do futuro. É um tipo de derivativo, pois o preço
de uma opção “deriva” do preço do ativo a que ela está atrelada.
Existem opções sobre diversos tipos de ativos. No Brasil, o mercado
mais volumoso e conhecido é o de opções de ações, negociadas na
B3 – mas há também opções sobre moedas, sobre contratos futuros de
juros, entre outras (INFOMONEY, 2021, s.p.).

Ainda, conforme InfoMoney (2021, s.p.):


As opções podem ser negociadas na Bolsa ou no mercado de balcão.
Quando são listadas em pregões como o da B3, elas possuem caracte-
rísticas padronizadas e têm data de vencimento estipuladas pela Bol-
sa. As garantias exigidas de quem negocia, como cobertura ou mar-
gem, também são estabelecidos pela B3. Existem também contratos de
opções não padronizadas que são negociados no mercado de balcão.
Nesse caso, os compradores e vendedores é que definem as caracte-
rísticas do contrato, como prazos, valores e inclusive a necessidade
de depósito de garantias. Essas opções são registradas na B3, a quem
cabe apenas assegurar que os envolvidos cumpram o que acordaram.

No mercado de opções existem alguns conceitos ou termos que são bá-


sicos e característicos desse mercado e servem para se entender como é o seu
funcionamento, como elas se formam e como elas podem ser usadas como estra-
tégias de investimentos. O Quadro 1 nos mostra esses conceitos.

148
TÓPICO 2 — INVESTIMENTOS NA RENDA VARIÁVEL

QUADRO 1 – CONCEITOS APLICADOS AO MERCADO DE OPÇÕES

O ativo-objeto de uma opção é o bem, a mercadoria ou o ativo


que está sendo negociado. Opções de ações, por exemplo, têm
Ativo-objeto
ações como seu ativo-objeto. Opções de Ibovespa, por sua vez,
têm o índice de ações como ativo-objeto.
O titular é quem compra a opção e, por consequência, o direito
Titular
de comprar ou vender o ativo-objeto.
Esse é quem vende a opção para o titular, cedendo a ele o direito
de comprar ou vender o ativo-objeto da opção e, em contrapar-
Lançador
tida, assumindo a obrigação de comprar ou de vender o ativo-
-objeto também.
O prêmio nada mais é do que o valor pago por quem está com-
prando uma opção para quem a está vendendo. Nessa transa-
Prêmio ção, o comprador – ou titular – passa a ter o direito de comprar
ou vender o ativo-objeto da opção. Em outras palavras, o prêmio
representa o preço de ter esse direito.
São as opções que dão ao seu titular o direito de comprar o ativo-
-objeto do contrato por um preço prefixado (ou preço de exercí-
Call (opção cio) na data do vencimento (ou exercício). É importante ressaltar
de compra) que o comprador tem esse direito, mas não a obrigação. Caso pre-
fira, pode simplesmente deixar a opção chegar ao exercício sem
nada fazer. Nesse caso, apenas perde o valor pago como prêmio.
Quem possui uma opção de venda tem o direito de vender o ob-
jeto do contrato pelo preço de exercício na data do vencimento.
Put (opção
Também nesse caso não existe a obrigação de realizar a venda.
de venda)
Ao ceder esse direito a outro investidor, quem tem a put recebe
um prêmio por isso.
É o mesmo que preço de exercício. Ou seja, representa o valor
prefixado pelo qual o ativo-objeto poderia ser negociado no
Strike ou exercício da opção. Assim, o investidor que adquire opções de
Strike price compra de uma ação com preço de exercício – digamos – de R$
20, poderia comprar o papel nessa data por esse preço. Nesse
caso, R$ 20 é o strike das opções.
FONTE: Adaptado de InfoMoney (2021)

3.1 VENCIMENTO DE UMA OPÇÃO


“O vencimento de uma opção também é chamado de data de exercício.
Trata-se do último dia em que o titular pode exercer o direito de comprar ou ven-
der o ativo-objeto. Desta data em diante, a opção simplesmente expira, perdendo
a validade” (INFOMONEY, 2021, s.p.).

“É como acontece quando você contrata um seguro para seu carro, por exem-
plo. Você tem o direito de acioná-lo até a data do vencimento da apólice. Se até lá não
acontecer nada que exija o seguro, o contrato simplesmente expira. Para continuar pro-
tegido, será preciso que você faça uma nova contratação” (INFOMONEY, 2021, s.p.).

149
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Em que situação um investidor deve ou não exercer a opção? Em quais


casos faz sentido deixá-la expirar? Isso depende do tipo de opção que o titular
detém e da situação de mercado do ativo-objeto (INFOMONEY, 2021). Assim,
podemos usar as referências a seguir:

• O titular de uma opção de compra deve exercê-la apenas se o ati-


vo-objeto estiver sendo negociado acima do preço de exercício.
Nesse caso, seria vantajoso, porque ele compraria o ativo a um
preço menor do que o praticado no mercado.
• Se o ativo-objeto estiver sendo negociado a uma cotação menor
que o preço de exercício, mais vale deixar a opção expirar, porque
seria mais barato comprá-lo diretamente no mercado.
• Para o titular de uma opção de venda faz sentido exercê-la apenas se o
ativo-objeto estiver sendo negociado abaixo do preço de exercício, por-
que o venderia a um preço mais alto do que o praticado no mercado.
• Da mesma forma, caso o ativo-objeto estiver sendo cotado a um
valor acima do preço de exercício, seria melhor deixar a opção
expirar, já que a venda dele no mercado seria mais lucrativa (IN-
FOMONEY, 2021, s.p.).

3.2 CÓDIGO DAS OPÇÕES


“Para operar com fluência no mercado de opções, é preciso entender
como são definidos os códigos de negociação desses derivativos. Assim, ao bater
o olho sobre um deles, será possível saber das suas características rapidamente”
(INFOMONEY, 2021, s.p.).

Para InfoMoney (2021), o código de uma opção é formado por uma com-
binação de cinco letras e dois números, sendo que as quatro letras iniciais indi-
cam qual é o ativo-objeto da opção. Assim, o código de uma opção de ações da
Petrobras começa com as letras PETR.

A letra intermediária indica se a opção é de compra ou de venda, além


do mês do seu vencimento. As letras de A a L são usadas para identifi-
car uma opção de compra, sendo que A demonstra que o vencimento é
em janeiro, B em fevereiro e assim por diante. Já letras de M a X repre-
sentam opções de venda, com M sendo vencimento em janeiro, N em
fevereiro, assim por diante (INFOMONEY, 2021, s.p.).

Os dois números no final do código representam o preço de exercício da


opção. A Figura 3 explica de maneira mais visual o código das opções.

150
TÓPICO 2 — INVESTIMENTOS NA RENDA VARIÁVEL

FIGURA 3 – CÓDIGO DAS OPÇÕES

FONTE: <https://bit.ly/39ZKnmT>. Acesso em: 1º abr. 2021.

Pela figura anterior, é possível notar que, para cada mês existe um código
representado por uma letra tanto para a opção de compra (CALL), como para a
opção de Venda (PUT).

O mercado de opções pode ser muito útil para os investidores. Pode tanto ser
usado como uma forma de proteção quanto também permite especular em busca de
ganhos rápidos. Como todos os investimentos em renda variável envolvem riscos.

Entendido o significado das opções e como esse mercado funciona pode-


mos então passar para o próximo tópico.

4 FUNDO DE INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS (FII)


Segundo Toledo Filho (2006), os fundos de investimentos são constituídos
como se fossem um condomínio no qual os participantes aplicam seus recursos e
adquirem cotas, cujo valor total corresponde ao patrimônio do fundo. A adminis-
tração desses recursos é feita por uma instituição financeira que cobra do fundo
uma taxa de acordo com seus estatutos. A instituição financeira administradora
deve dispor de um departamento técnico para escolher as melhores alternativas
de aplicação, dentro das características de sua carteira.

A finalidade dos fundos imobiliários é transformar valores imobiliários


em valores mobiliários. Servem como funding para investimentos em imóveis,
como prédios de apartamentos ou comerciais, shopping centers, parques temá-

151
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

ticos ou hotéis. São oferecidos por meio de cotas de investimento, vendidas no


mercado ou a um grupo pré-selecionado de pessoas, empresas ou investidores
institucionais (TOLEDO FILHO, 2006).

Acadêmico, a seguir, conheça as vantagens do produto referente ao Fundo de


Investimento Imobiliário. Essa leitura contribuirá com seus estudos. Vale a pena conferir.

O produto

O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) é uma comunhão de recursos


destinados à aplicação em ativos relacionados ao mercado imobiliário. Cabe ao
administrador, uma instituição financeira específica, constituir o fundo e realizar o
processo de captação de recursos junto aos investidores através da venda de cotas.

Os recursos captados na venda das cotas poderão ser utilizados para a


aquisição de imóveis rurais ou urbanos, construídos ou em construção, desti-
nados a fins comerciais ou residenciais, bem como para a aquisição de títulos
e valores mobiliários ligados ao setor imobiliário, tais como cotas de outros
FIIs, Letra de Crédito Imobiliário (LCI), certificado de Recebíveis Imobiliários
(CRI), ações de companhias do setor imobiliário etc.

Todo FII possui um regulamento que, dentre outras disposições, deter-


mina a política de investimento do fundo. A política pode ser específica e esta-
belecer, por exemplo, que o FII invista apenas em imóveis prontos destinados ao
aluguel de salas comerciais, ou ser genérica e permitir ao fundo adquirir imóveis
prontos em geral ou em construção, os quais poderão ser alugados ou vendidos.

Com a aquisição dos imóveis, o fundo obterá renda com sua locação,
venda ou arrendamento. Caso aplique em títulos e valores mobiliários, a ren-
da se originará dos rendimentos distribuídos por esses ativos ou ainda pela
diferença entre o seu preço de compra e de venda (ganho de capital). Os ren-
dimentos auferidos pelo FII são distribuídos periodicamente aos seus cotistas.

O FII é constituído sob a forma de condomínio fechado, em que não é


permitido ao investidor resgatar as cotas antes de decorrido o prazo de dura-
ção do fundo. A maior parte dos FIIs tem prazo de duração indeterminado, ou
seja, não é estabelecida uma data para a sua liquidação. Nesse caso, se o inves-
tidor decidir sair do investimento, somente poderá fazê-lo através da venda de
suas cotas no mercado secundário (B3, 2021).

Vantagens do produto

• Permite ao investidor aplicar em ativos relacionados ao mercado imobiliá-


rio sem, de fato, precisar comprar um imóvel.
• Não há a necessidade de desembolsar todo o valor normalmente exigido
para investimento em um imóvel.

152
TÓPICO 2 — INVESTIMENTOS NA RENDA VARIÁVEL

• Diversificação em diferentes tipos de ativos do mercado imobiliário (ex.:


shopping centers, hotéis, residências etc.).
• As receitas geradas pelos imóveis ou ativos detidos pelo fundo são perio-
dicamente distribuídas para os cotistas.
• Aumento nos preços dos imóveis do fundo gera aumento do patrimônio
do fundo e, consequentemente, valorização do valor das suas cotas.
• Todo o conjunto de tarefas ligadas à administração de um imóvel fica a
cargo dos profissionais responsáveis pelo fundo: busca dos imóveis, trâmi-
tes de compra e venda, procura de inquilinos, manutenção, impostos etc.

FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/2PTKI3T>. Acesso em: 1º abr. 2021.

Da mesma forma que investir em qualquer outro tipo de fundos de inves-


timentos, os fundos de investimentos imobiliários têm o seu patrimônio dividido
em cotas de valores iguais.

Entendido os fundos de investimento imobiliários, podemos passar para


o próximo e último subtópico que abordaremos aqui, que são os certificados de
operações estruturadas.

5 CERTIFICADO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS (COE)


Segundo Zenaro (2014), por alguns anos, o mercado se movimentou junto
aos órgãos reguladores no sentido de mostrar a demanda para a criação de um
instrumento à semelhança do mercado internacional, que evitasse problemas e,
ao mesmo tempo, tornasse a operação transparente para Banco Central e Comis-
são de Valores Mobiliários (CVM). Fruto desse trabalho, iniciado por volta do ano
de 2009, surgiu o Certificado de Operações Estruturadas (COE), a versão brasilei-
ra das Notas Estruturadas. A previsão legal para a existência do COE surgiu com
a Medida Provisória 472/2009, posteriormente convertida na Lei nº 12.249/2010,
a mesma que criou a Letra Financeira. Posteriormente, foi divulgado normativo
específico, publicado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A regulamentação determina as regras para emissão e distribuição dos


COEs, que deverão contemplar ofertas públicas e privadas. Com relação às inde-
xações, a regulamentação segue em linhas gerais os mesmos ativos subjacentes
autorizados nas operações de derivativos no Brasil, obedecendo à Resolução 3505
do CMN, seguindo a regra de ter série regularmente calculada e de apresentar di-
vulgação pública. Inclui-se aí a possibilidade de indexação a ativos negociados no
mercado internacional, sejam moedas, commodities, ações e mesmo taxas de juros
internacionais. O tipo de COE emitido deve contemplar estruturas de capital in-
vestido protegido ou parcialmente protegido, até o limite de perda total do capital
investido. Também é permitida a modalidade não apenas de liquidação financeira,
mas também com possibilidade de entrega física de ativos, nos moldes da popular
reverse convertible, muito negociada no mercado internacional (ZENARO, 2014).
153
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Além da regulamentação por parte do CMN, há dois passos posteriores


que são igualmente importantes: a contabilização do instrumento e o tratamento
tributário definido pela Receita Federal. A contabilização é importante no sentido
de torná-lo coerente com a contabilização dos instrumentos de hedge das posições
contratadas com o investidor, de forma a não criar algum possível descasamento
que leve a um custo fiscal para o emissor que inviabilize a estrutura. O aspecto tri-
butário também é importante no sentido de não inviabilizar a estrutura, e de tornar
a tributação equivalente às dos instrumentos que a compõem (ZENARO, 2014).

De forma prática, o COE permite que você faça investimentos mais comple-
xos e lucrativos em ativos internacionais, ações, moedas, ETFs, índices e commodi-
ties, como boi gordo, milho, café etc. Tudo isso sem correr os riscos que um investi-
dor de mercado futuro ou de opções corre, o de perder parte do seu capital inicial.

O investidor que optar por uma COE atrelado à soja, não receberá em soja,
assim como o investidor que optou pelo dólar, não receberá em dólar. Em caso de
êxito na operação, o COE remunera uma taxa que pode ser prefixado ou pós-fixado.

Em resumo, o COE reúne diversas características e possibilidades em


um mesmo papel, permitindo que você invista com boas chances de
ganho e sem risco de perder todo o seu capital. O maior risco em ques-
tão é o de perder a rentabilidade do mesmo durante o período, deixan-
do o investidor no zero a zero (RICO, 2018, s.p).

Além dos tipos de investimentos em renda variável passados nesse tópi-


co, existem muitos outros. O objetivo, aqui, não foi esgotar o assunto e sim passar
a você, acadêmico, quais são os investimentos mais comuns em renda variável e
alertar que todo o investimento tem seu risco e que, na maioria das vezes, os ga-
nhos estão diretamente ligados aos riscos que você deseja tomar.

154
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• Quando falamos em renda variável, temos que ter em mente uma palavra que
comanda esse tipo de investimento, a “imprevisibilidade”.

• Comprar ações de uma empresa com capital aberto (as Sociedades Anônimas,
ou S.A.) é, na prática, tornar-se um de seus sócios.

• Existem dois tipos de ações: as preferenciais (Pn), em que o investidor tem


preferência no pagamento dos dividendos (a parcela do lucro) de uma em-
presa ou restituição no momento em que ela está liquidada, mas não possui
direito a voto, e a ação ordinária (On), que dá direito a voto ao acionista,
porém este fica em segundo plano na hora da distribuição dos dividendos
(SANTOS, 2014).

• Ações são investimentos de alto de risco. Por isso, é preciso procurar uma boa
corretora de ações e manter-se sempre informado, visto que o desempenho da
bolsa de valores está sujeito às variações do mercado financeiro.

• As opções podem ser utilizadas para fins bem distintos. Servem tanto para prote-
ger os investimentos quanto para especular em busca de ganhos no curto prazo.

• Opções são instrumentos negociados no mercado financeiro. Elas representam


um contrato que dá ao seu titular o direito de comprar ou de vender um de-
terminado ativo por um valor determinado em uma data específica do futuro.

• “O vencimento de uma opção também é chamado de data de exercício. Tra-


ta-se do último dia em que o titular pode exercer o direito de comprar ou
vender o ativo-objeto” (INFOMONEY, 2021, s.p.).

• “Para operar com fluência no mercado de opções, é preciso entender como


são definidos os códigos de negociação desses derivativos. Assim, ao bater o
olho sobre um deles, será possível saber muitas das suas características rapi-
damente” (INFOMONEY, 2021, s.p.).

• Segundo Toledo Filho (2006), os fundos de investimentos são constituídos


como se fossem um condomínio no qual os participantes aplicam seus recur-
sos e adquirem cotas, cujo valor total corresponde ao patrimônio do fundo.

• “Todo FII possui um regulamento que, dentre outras disposições, determina


a política de investimento do fundo. A política pode ser específica e estabe-
lecer, por exemplo, que o FII invista apenas em imóveis prontos destinados

155
ao aluguel de salas comerciais, ou ser genérica e permitir ao fundo adquirir
imóveis prontos em geral ou em construção, os quais poderão ser alugados
ou vendidos” (B3, 2021, s.p.).

• O COE permite que você faça investimentos mais complexos e lucrativos em


ativos internacionais, ações, moedas, ETFs, índices e commodities, como boi
gordo, milho, café etc. Tudo isso sem correr os riscos que um investidor de
mercado futuro ou de opções corre: perder parte do seu capital inicial.

156
AUTOATIVIDADE

1 Disserte sobre o que vem a ser Ações:

2 Comprar ações de uma empresa com capital aberto é, na prática, tornar-se


um de seus sócios. Quanto aos dois tipos de ações existentes, assinale a al-
ternativa CORRETA:

a) ( ) Preferenciais e ordinárias.
b) ( ) Primárias e secundárias.
c) ( ) Públicas e privadas.
d) ( ) Próprias e de terceiros.

3 Existem custos de corretagem para cada operação realizada com ações e


que variam de corretora para corretora. Existe também a tributação de IR
que são isentas até determinado valor. Referente a esse valor, assinale a al-
ternativa CORRETA:

a) ( ) Até o limite de venda mensal de R$ 40.000,00.


b) ( ) Até o limite de venda mensal de R$ 10.000,00.
c) ( ) Até o limite de venda mensal de R$ 20.000,00.
d) ( ) Até o limite de venda mensal de R$ 30.000,00.

4 Sobre os conceitos aplicados às opções, associe os itens:


Esse é quem vende a opção para o titular, cedendo a
ele o direito de comprar ou vender o ativo-objeto da
(1) Ativo-objeto ( )
opção e, em contrapartida, assumindo a obrigação de
comprar ou de vender o ativo-objeto também.
É quem compra a opção e, por consequência, o direito
(2) Titular ()
de comprar ou vender o ativo-objeto.
É o bem, a mercadoria ou o ativo que está sendo nego-
ciado. Opções de ações, por exemplo, têm ações como
(3) Lançador ()
seu ativo-objeto. Opções de Ibovespa, por sua vez, têm
o índice de ações como ativo-objeto.
O valor pago por quem está comprando uma opção
para quem a está vendendo. Nessa transação, o com-
(4) Prêmio () prador – ou titular – passa a ter o direito de comprar
ou vender o ativo-objeto da opção. Em outras pala-
vras, o prêmio representa o preço de ter esse direito.

157
5 Acerca do significado das letras, associe os itens, utilizando o código a
seguir:

I- A.
II- P.
III- L.

( ) Opção de compra (CALL) com vencimento em dezembro.


( ) Opção de venda (PUT) com vencimento em abril.
( ) Opção de compra (CALL) com vencimento em janeiro.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) III – II– I.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) I – II – III.

6 Sobre algumas vantagens de se investir em fundos imobiliários, classifique


V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Permite ao investidor aplicar em ativos relacionados ao mercado


imobiliário sem, de fato, precisar comprar um imóvel.
( ) Não há a necessidade de desembolsar todo o valor normalmente exigido
para investimento em um imóvel.
( ) Acumular todo o seu dinheiro em um único tempo de investimento.
( ) As receitas geradas pelos imóveis ou ativos detidos pelo fundo são
periodicamente distribuídas para os cotistas.
( ) Não existe a necessidade de entender de investimentos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) F – F – V – V – F.
b) ( ) V – V – F – V – F.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – F – F – V – V.

158
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3

O QUE NÃO É INVESTIMENTO

1 INTRODUÇÃO

Desde a segunda unidade deste livro temos falado de investimentos. Ve-


rificamos uma variedade deles e como eles funcionam.

Na Unidade 2, nosso foco foi nos investimentos de renda fixa, por exem-
plo, o Tesouro Direto, os CDBs, as LCIs, as LCAs. Vimos também como funcionam
os investimentos para previdência, aposentadoria tanto pública como privada.

Já na Unidade 3, no primeiro tópico, focamos em como funciona o merca-


do de renda variável, a rentabilidade e a relação das empresas com seus possíveis
investidores.

No Tópico 2, colocamos o nosso olhar sobre os investimentos mais comuns


em renda variável, como as ações, as opções, os fundos de investimentos imobiliá-
rios e, ainda, vimos como funciona o Certificado de Operações Estruturadas (COE).

Agora, chegamos ao último tópico da Unidade 3, nele, vamos entender


alguns conceitos que, muitas vezes, são tomados como investimentos, só que na
verdade não são.

Esperamos que este livro esteja lhe agregando bastante conhecimento até
aqui. Vamos lá?!

2 TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO
“Apesar de parecer muito tentador ganhar prêmios, se você parar para pensar
as únicas pessoas que levam vantagem ao comprar títulos de capitalização são aque-
las sorteadas (suas chances são pequenas) e claro, o banco” (STUMPF, 2019, s.p.).
Há diversos motivos para você não cair nesta grande armadilha. O
maior problema é que durante o tempo de vigência do título o seu di-
nheiro fica parado, não trazendo nenhum retorno com juros ou outro
tipo de rendimentos. Isso sem falar que muitos títulos têm uma vi-
gência longa chegando a 36 meses e se você precisar retirar o dinheiro
antes do prazo, além de não receber nenhum centavo de juros, é bem
provável que você tenha que pagar multas, perdendo um valor subs-
tancial de tudo aquilo que já foi pago. Se compararmos um título de
capitalização com as aplicações financeiras a opção por um título de

159
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

capitalização é um péssimo negócio levando inclusive uma surra da


Caderneta de Poupança. Se formos levar em consideração bons inves-
timentos como CDBs de bancos médios ou mesmo títulos públicos a
surra é incrível STUMPF, 2019, s.p.).

De acordo com Rico (2018, s.p.):


Ao comprar um título de capitalização de um banco, ele destina parte
da verba para o rateio do sorteio (ou seja, a taxa para concorrer aos prê-
mios), outra para a taxa de administração (a fim de financiar a manu-
tenção da instituição financeira) e, por último, para a capitalização do
seu dinheiro. Lembrando que os valores destinados ao rateio e a taxa
de administração variam de acordo com o mês. Os títulos de capitaliza-
ção podem sortear prêmios ou valores em dinheiro, podendo ser pagos
mensalmente (PM) ou de uma só vez (PU). É importante atentar para os
prazos de pagamento, período em que o titular deve quitar a compra, e
de vigência do título, período em que ele ficará sob a custódia do banco.

Os bancos, na verdade, não podem os oferecer como opção de investi-


mento. Para ter uma resposta definitiva do motivo do título de capitalização não
ser investimento, basta acessar os produtos de investimento do seu banco.

O comércio dos títulos são, regulados, pela Superintendência de Seguros Priva-


dos (SUSEP), e assim como os seguros, precisam de corretoras ou agentes credenciados
para serem negociados. Tal qual os bancos, as empresas que comercializam títulos de ca-
pitalização devem seguir as normas do Código de Defesa do Consumidor (RICO, 2018).

Os títulos de capitalização, na verdade, são um “negócio da China” para a


instituição financeira. “Durante todo o prazo de vigência, o banco sabe que pode
utilizar este recurso concedendo empréstimos a outros clientes sem lhe pagar
nada por esse dinheiro. É esse o grande motivo pelo qual a principal meta dos
bancários é a venda de títulos de capitalização” (STUMPF, 2019, s.p.).

3 CONSÓRCIO
O consórcio é um sistema de autofinanciamento para a compra de um
bem (como carro ou casa), em que várias pessoas se associam para pagar o va-
lor do bem em prestações mensais. O total arrecadado pela administradora do
consórcio é utilizado para a compra desses bens. Só há duas maneiras de ser
contemplado, isto é, receber o bem: por sorteio ou por lance. As contemplações
dependem da disponibilidade de recursos do grupo do consórcio.

A administradora é uma empresa independente, responsável por organi-


zar, controlar e arrecadar os recursos dos diversos participantes. Os recursos de
um grupo não podem ser transferidos para outro nem se misturar com o patri-
mônio das administradoras. Embora as administradoras de consórcios não sejam
instituições financeiras, cabe ao Banco Central, pela legislação em vigor, regula-
mentar e autorizar a administração de grupos de consórcio e fiscalizar operações
dessa natureza (DESSEN, 2015).

160
TÓPICO 3 — O QUE NÃO É INVESTIMENTO

A autora Dessen (2015) escreve que o contrato de adesão é o instrumento que,


assinado por você (consorciado) e pela administradora de consórcio, estabelece a obri-
gação entre as partes e formaliza seu ingresso no grupo de consórcio. Leia com muita
atenção antes de aderir. Ali estão todos os seus direitos e obrigações, riscos e custos.

Quando você opta por um consórcio, não paga juros porque não se trata
de um financiamento. O montante da prestação mensal é definido pela adminis-
tradora do consórcio e deve cobrir os seguintes valores:

• O valor necessário para a aquisição do bem é dividido pelo número de meses


previsto para a duração do grupo, sendo destinado ao fundo comum.
• Uma taxa referente ao fundo de reserva, que será utilizado no caso de alguma
eventualidade, conforme critérios informados com clareza no contrato.
• Os valores decorrentes do seguro, expressos no contrato de adesão.
• A taxa de administração remunera a administradora pela prestação de ser-
viços de gestão e pela administração do grupo. Esse valor, determinado no
contrato de adesão, costuma variar de 10% a 15%. Ela é calculada sobre o va-
lor do bem e dividida pelo prazo de duração do grupo. Assim, a cobrança de
15% em um grupo de 60 meses, por exemplo, representa 3% ao ano, ou 0,25%
ao mês (DESSEN, 2015).

O trabalhador pode usar o Fundo de Garantia para pagar prestações ou


quitar o saldo devedor em consórcios imobiliários. Inicialmente, o FGTS era usa-
do somente para o lance do apresentado para comprar ou complementar a carta
de crédito. Agora, aplicam-se os mesmos critérios para amortizar ou liquidar o
saldo devedor de financiamentos imobiliários. Para saber mais, consulte.

O Banco Central é responsável pela autorização e fiscalização das ad-


ministradoras de consórcio que operam no país, bem como pela normatização
de suas operações. O site informa a situação de cada empresa administradora
com grupos em andamento, a relação das empresas impedidas de constituir no-
vos grupos, entre outras informações. A página Serviços ao Cidadão publica o
ranking de reclamações contra administradoras de consórcios. Consulte também
o Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de sua cidade.

A autora Dessen (2015) nos traz algumas dicas importantes sobre consór-
cio, conforme demonstrado no Quadro 2.

QUADRO 2 – DICAS SOBRE CONSÓRCIO

O consórcio ajuda as pessoas com baixa disciplina a poupar para a aquisição de


casa ou carro.
O consórcio também pode ser utilizado para a aquisição de imóveis e carros
usados.
Utilize o saldo do FGTS para apresentar o lance, complementar a carta de cré-
dito, pagar as prestações ou quitar o saldo devedor em consórcios imobiliários.

161
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Não conte somente com a sorte e esteja preparado para oferecer um lance caso
você tenha necessidade de acessar o bem em pouco tempo.
Os piores cenários são: falta de sorte nos sorteios e falta de dinheiro para ofere-
cer lances. Você somente tomará posse do bem muito tempo depois. Pense na
alternativa de poupar durante algum tempo, receber juros e comprar à vista.
FONTE: Adaptado de Dessen (2015)

4 CARRO PARTICULAR

Acadêmico, vamos pensar sobre o que é realmente um investimento? Aqui,
abordaremos a questão do carro particular que, conforme Coelho (2021, s.p.):
Não importa o quanto você o ama, quanta praticidade o carro trouxe para
você, ou o quanto você gasta em pagamentos mensais, a verdade é brutal:
o seu carro não é um investimento. Muita gente acha que gastar milhares
de reais em um carro ou picape se qualifica como um investimento, mas
isso não é preciso. Vamos pensar sobre o que um investimento realmente é.

Ainda, de acordo com Coelho (2021, s.p.), o carro não é um investimento porque:
Quando você investe em algo, você coloca dinheiro com a expectativa
de receber um lucro. Embora você possa esperar para obter um lucro
de seu veículo, você provavelmente não vai. Isso porque os carros per-
dem o seu valor ao longo do tempo. A regra geral é que algo que perde
valor depois de comprá-lo não é um investimento. Essa é a categoria
em que um carro se encaixa. O carro típico perde uma média de 15 a
20 por cento de seu valor a cada ano, com a maior quantidade de de-
preciação acontecendo no primeiro ano. Vamos dizer que você compra
um carro novo por R$ 0.000 hoje. Em dois anos, o seu carro pode valer
apenas R$ 21.000. Você perderia R$ 9.000 em depreciação. Isso são R$
9.000 que você não irá recuperar se vendê-lo.

Não dê ouvidos ao discurso dos vendedores de que você gastará muito


mais em manutenção se comprar um carro usado. Desde que esteja em bom esta-
do de conservação, um carro usado pode ser uma boa opção para não gastar além
de suas posses e não contrair dívida ao adquirir um produto que se desvaloriza
com o uso. O preço já estará cerca de 30% depreciado e o carro bom o suficiente
para que as despesas de manutenção sejam moderadas. Taxa de licenciamento,
IPVA e seguro também serão mais econômicos.

Pense em uma situação, “se você comparar com uma casa que normal-
mente se valoriza. Você compraria uma casa de R$100.000 se você soubesse que
ia valer apenas R$70.000 em dois anos? Claro que não, porque você percebe que
uma casa é um investimento e os investimentos devem aumentar em valor e não
diminuir” (COELHO, 2021, s.p.).

Entendido que carro não é um investimento, a autora Dessen (2015) nos


traz um pensamento sobre a compra ou não de um carro. Vamos a ele, conforme
demonstrado no Quadro 3.

162
TÓPICO 3 — O QUE NÃO É INVESTIMENTO

QUADRO 3 – VALE A PENA TER UM CARRO?

Calcule as despesas anuais: IPVA de 4% do valor do carro (na cidade de São


Paulo); como o seguro varia bastante em razão do modelo do carro e do perfil
do motorista, vamos imaginar 8%; adicione mais 3% para despesas diversas de
manutenção, licenciamento e multas, totalizando 15% do valor do carro. Supon-
do um carro de R$ 50 mil, o orçamento anual será de R$ 7.500,00, o que equivale
a R$ 625,00 mensais. Agora calcule as despesas mensais: inicie com o valor que
precisa ser poupado todos os meses para pagar as despesas anuais, ou seja, R$
625,00. Adicione o valor da prestação (R$ 799,00), combustível, estacionamento
e pedágios. Chegaremos a cerca de R$ 1.850,00 mensais, bem acima do valor da
prestação que, no dia da compra, José imaginou que caberia em seu bolso. Pla-
neje antes de comprar. Calcule o percentual da renda familiar que as despesas
do carro podem representar. Avalie se o carro é prioridade em detrimento de
outros objetivos pessoais e familiares. Planejamento feito? Vá em frente!
FONTE: Adaptado de Dessen (2015)

O quadro com o exemplo anterior serve para refletirmos sobre a impor-


tância ou não de comprarmos um automóvel. Visto o exemplo, passaremos para
o último subtópico dessa unidade, a casa própria.

5 CASA PRÓPRIA
Para muitos brasileiros, comprar a casa própria é sinal de sucesso na vida,
afinal, você está morando no que é seu! Há um mito na sociedade brasileira de que
uma pessoa só é bem-sucedida quando consegue ter um imóvel próprio, uma casa
para chamar de “sua”, mesmo que tenha sido financiada (RODRIGUES, 2019).

Para um melhor entendimento desse assunto, a autora Rodrigues (2019)


nos mostra como fazer um passo a passo para entender se a casa própria é ou não
um investimento.

Passo 1: devemos sempre nos perguntar o que é um investimento?

Investimento é tudo aquilo que te traz algum lucro, seja no curto ou no


longo prazo. Esse lucro pode vir de variadas fontes, como juros ou mesmo a
venda de algum ativo. O importante é que, para cada real gasto, o retorno deve
ser maior do que o valor pago.

Apesar de a valorização ser algo real no caso dos imóveis e que, de


alguma forma, possa te trazer lucro, há outros fatores que você precisa avaliar
para saber se, efetivamente, está lucrando alguma coisa com um imóvel.

163
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Os custos de manutenção de uma casa, tais como IPTU, condomínio,


reformas e por aí vai, podem acabar retirando boa parte do lucro que você
poderia obter com a valorização desse imóvel.

Além disso, se considerarmos os efeitos da inflação, pode ser que esse


lucro inexista ou, pior, que se torne negativo – ou seja, um prejuízo.

Ainda temos que pensar em um outro fator muito importante, que é


a forma como esse imóvel foi adquirido. Você comprou à vista ou financiou?

Se a sua resposta foi “financiei”, tenho apenas algo a dizer… você pode
ter feito o pior negócio de sua vida.

O financiamento pode até permitir que você realize o sonho da casa


própria, mesmo sem ter todo o dinheiro necessário para comprá-la. No entan-
to, ele cobra o seu preço… e é altíssimo.

Passo 2: financiamento

Sabe quem fica muito feliz quando você faz um financiamento imobili-
ário? O banco, a construtora e as incorporadoras, principalmente.

Infelizmente, por falta de planejamento ou de educação financeira,


muitos brasileiros acabam preferindo comprar um imóvel financiado no lugar
de juntar o dinheiro e comprá-lo à vista, o que seria muito melhor.

O tempo médio de um financiamento imobiliário é de 30 anos e, nesse


período, o imóvel pertencerá ao banco.

Isso mesmo. Aquele apartamento financiado a perder de vista não é seu,


por mais que você seja quem more nele. Ter a posse é diferente de ser o dono.
Você já viu por aí a quantidade de imóveis que estão disponíveis para leilão?

Cada um deles é uma pessoa que realizou o sonho da casa própria, mas
não teve condições de mantê-lo por uma série de motivos.

A parcela de um financiamento pode até não pesar no seu bolso quan-


do você fecha o negócio, no entanto, você já parou para pensar no futuro?

Nossas vidas são dinâmicas, ou seja, hoje você tem um emprego, ganha
bem, tem carro, viaja todo ano e pode se dar ao luxo de comprar a casa própria
financiada. Amanhã isso pode mudar, seja para melhor ou para pior.

Assim, antes de fazer uma dívida tão longa, pense bem se tudo estará
como agora daqui há 20, 25 ou 30 anos.

164
TÓPICO 3 — O QUE NÃO É INVESTIMENTO

Não queremos fazer você desistir dos seus sonhos, mas desejamos sin-
ceramente que você pense bem antes de tomar decisões como essa, para que o
seu sonho não se transforme no seu pior pesadelo.

Um imóvel de R$ 200 mil financiado em 30 anos, depois de contabili-


zadas as taxas e os juros da transação, pode acabar chegando ao dobro desse
valor. Alguns bancos permitem que você faça amortizações ou que pague as
últimas parcelas para reduzir os juros, no entanto, você ainda acabará pagan-
do quase dois imóveis no final das contas.

Passo 3: valorização dos imóveis

Um dos fatores que levam as pessoas a acreditar que casa própria é


um investimento, é o fato de os imóveis sofrerem um processo de valorização.

Aquele apartamento que você comprou na planta por R$ 150 mil, na data
da entrega pode ter o seu valor aumentado entre 10% a 20%, o que é muito comum.

No entanto, o que as pessoas esquecem de levar em consideração é


que esse valor de mercado de um imóvel é apenas uma referência de quanto
efetivamente ele vale.

No atual momento do nosso país, em que várias pessoas têm que re-
duzir aos máximos os seus gastos para conseguir sobreviver, muitos são os
imóveis que estão à venda, você já reparou?

Em cada rua brasileira há, pelo menos, um imóvel à venda. Eu, particu-
larmente, reparo bastante esse detalhe na região em que moro.

Com tanta oferta, devido à baixa demanda, os preços dos imóveis ten-
dem a cair, não em seu valor efetivo, mas na prática.

Vamos a um exemplo: um colega comprou um apartamento que vale


R$ 250 mil por apenas R$ 200 mil à vista. Como ele conseguiu?

Bem, o proprietário do imóvel precisava de dinheiro e já esperava há


mais de dois anos por um comprador para esse imóvel.

Nesse caso em específico, o proprietário tinha duas opções: colocar o


dinheiro no bolso e tirar os seus planos do papel ou continuar esperando até
que aparece alguém disposto a pagar aquilo que o apartamento efetivamente
valia. O que você acha que ele iria preferir?

Assim, comprar um imóvel pensando que ele irá valorizar pode ser como
um lance de sorte. Por um lado, você até pode lucrar algum dinheiro com a venda,
mas também poderá perder dinheiro se ninguém te oferecer o que você pediu.

165
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

Passo 4: imóvel x investimentos: qual é o melhor?

Explicado que casa própria não é um investimento, chega a hora de


conhecermos a diferença entre um imóvel e um investimento de verdade.

Como citado anteriormente, um investimento é aquilo em que você


coloca o seu dinheiro com a expectativa de ter lucro no final.

Ao comprar a casa própria, o seu objetivo não é lucrar imediatamente com


esse imóvel, não é mesmo? O comum é que as pessoas comprem a casa própria
para morar nela, daí o motivo de ela não poder ser considerada um investimento.

Além disso, junto a esse imóvel, chegam outras obrigações que você
precisará cumprir, como cobrir os custos de possuir e manter esse bem.

Mesmo que você venda essa casa após vários anos, talvez não consiga
recuperar nem o que gastou durante esse tempo, mesmo que ela seja vendida
a um valor maior do que o da compra.

Por exemplo, se você compra uma casa por R$ 200 mil hoje e, após 30
anos, consegue vendê-la a R$ 500 mil, desse valor você precisará considerar
tudo aquilo que gastou com o imóvel e, também, o custo da inflação. Dessa
forma, o ganho efetivo com essa venda pode ser menor do que você imagina.

Existem pessoas que compram imóveis com o objetivo de alugá-los e


ter, assim, uma renda. Para eles, esse é um ótimo investimento, afinal, dá até
para pensar em uma aposentadoria tranquila com esse dinheiro.

No entanto, o que muitos se esquecem é que até mesmo os imóveis alu-


gados possuem um custo para o proprietário e, além disso, quem garante que
você terá sempre um inquilino morando ali? Isso é muito relativo.

Já os investimentos, por sua vez, são diferentes dos imóveis. Neles, a


rentabilidade varia de acordo com uma série de indicadores e com o movi-
mento do mercado.

Os produtos de renda fixa, por exemplo, são uma ótima forma de au-
mentar o seu patrimônio financeiro sem correr riscos. A renda variável, por
outro lado, apesar de oferecer alguns riscos, pode aumentar o seu dinheiro
bem mais rápido do que você imagina. Acadêmico, esses assuntos já foram
abordados nas unidades anteriores desse livro.

Uma das principais diferenças entre os imóveis e os investimentos está


justamente na liquidez, que é a facilidade de se transformar um bem em dinheiro.

166
TÓPICO 3 — O QUE NÃO É INVESTIMENTO

Quando você compra um imóvel, mesmo que à vista, o seu dinheiro fica
imobilizado, ou seja, a liquidez é baixa. Isso porque, para retirar algum dinheiro
daquilo que você investiu para comprar esse imóvel, será preciso vendê-lo.

Já no caso dos investimentos, essa liquidez é bem maior, pois, caso


você precise de uma parte do dinheiro aplicado para fazer alguma coisa, po-
derá retirar esse valor sem afetar o restante do valor investido.

Sempre que se analisa a casa própria como sendo ou não um investi-


mento, o assunto acaba se tornando polêmico, pois muitos têm entendimentos
diferentes sobre o tema.

FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/2PXCDv4>. Acesso em: 31 mar. 2021.

Acadêmico, esse foi o último tópico que abordamos nesse livro. Espe-
ramos que as informações nele contidas possam ser de grande valor em sua
caminhada acadêmica.

167
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

LEITURA COMPLEMENTAR

INVESTIR OU NÃO INVESTIR: VOCÊ TAMBÉM JÁ PASSOU POR


ESTE DILEMA?

André Fogaca

Investir ou não investir? Eis a questão! Você também já passou por isso?
Já sofreu em tentar largar um péssimo hábito?

Se você é como eu, apostaria que já teve sérios problemas em se livrar de


alguns destes hábitos nocivos.

E quando esses hábitos prejudicam a forma que lidamos com nosso di-
nheiro e nossos investimentos, o problema pode ter sérias implicações.

Um dos muitos erros que cometi durante o início da minha carreira como
investidor foi ser imprudente com o meu dinheiro.

Podia ser um aumento de salário, um bônus de final de ano ou até mesmo


um presente de família. Eu pegava esse dinheiro extra e investia tudo nas ações
que eu gostava, independentemente da situação do mercado naquele momento.

Para mim, naquela época, dinheiro no banco era considerado uma oportunidade
perdida e todas as chances de “comprar ações agora” eram agarradas instantaneamente.

O questionamento que eu costumava fazer a mim mesmo era:

Por que eu deveria deixar meu dinheiro “parado” na poupança ou em


fundos de renda fixa, que rendem quase nada, quando as ações podem fazer meu
dinheiro crescer muito mais rápido?

Investir ou não investir: por que é tão importante não estar 100% investido?

Ao longo dos anos e depois de aprender minhas lições da maneira mais


difícil, eu encontrei várias razões para deixar algum dinheiro “fora do mercado”
e resolver o dilema do investir ou não investir. Aqui estão as três maiores delas:

1. Se eu não tenho dinheiro fora do mercado, é quase impossível tirar vantagem


das oportunidades que podem se apresentar no futuro.
2. Ter alguma reserva para emergências é sempre uma boa ideia.
3. Por fim, quando o seu dinheiro está parado, sem render nada, e suas ações
estão caindo, render “nada” é melhor do que perder, não concorda?

Algum dinheiro no banco ou em fundos com liquidez me ajuda em situ-


ações de emergência ou mesmo me permite aproveitar grandes oportunidades.
168
TÓPICO 3 — O QUE NÃO É INVESTIMENTO

É mais fácil falar do que fazer

Segurar dinheiro e não ganhar nada sobre ele é, muitas vezes, uma deci-
são dolorosa.

Em uma carta escrita em 2004, o lendário investidor Seth Klarman escre-


veu sobre essa dolorosa decisão de manter o dinheiro que a maioria dos investi-
dores enfrenta. Ele escreveu:

“Os investidores devem escolher entre duas alternativas:

Uma é manter ações a preços historicamente elevados. Se os preços nunca


caírem, causando retornos para níveis mais normais, esta terá sido a decisão certa.

No entanto, se os preços caem, os investidores vão experimentar perdas


potencialmente substanciais, saindo assim consideravelmente pior do que se ti-
vessem sido mais pacientes”.

A alternativa em permanecer com dinheiro é verdadeiramente difícil.


Como Klarman disse:

“A alternativa é permanecer líquido, ignorar as pressões de desempenho,


e esperar que os preços de, pelo menos, algumas ações caiam. Você não precisa
que todo o mercado se torne barato para pôr dinheiro significativo para trabalhar,
apenas um número limitado de ações.

Esse caminho também envolve riscos em que não há certeza sobre se ou


quando isso vai ocorrer. De fato, os preços das ações podem aumentar ainda mais
a partir de níveis elevados de hoje, e tomar a decisão de manter o dinheiro não
investido será ainda mais dolorosa.

E porque é doloroso e, muitas vezes, exige uma enorme paciência, a maio-


ria dos investidores, grandes ou pequenos, irá optar por permanecer 100% inves-
tido, e também investir todo dinheiro novo que aparecer. É difícil escolher entre
investir ou não investir”.

Klarman escreve (e aposto que você vai concordar com ele sobre isso):

“Os seres humanos não costumam ter muita paciência. Poucos são capa-
zes de olhar além dos retornos de curto prazo.

Além disso, dada a sua natureza competitiva orientada para o desempe-


nho relativo, os investidores detestam a possibilidade de mau desempenho ou se
verem sentados nas arquibancadas.

Eles acham que é melhor estar no jogo (a menos, claro, se o mercado cair).
Eles permanecem altamente enviesados em direção à extremidade da ganância (o

169
UNIDADE 3 — INVESTIMENTOS DE RENDA VARIÁVEL

quanto você pode ganhar?) e para longe da extremidade do medo (o quanto você
pode perder?) do espectro das emoções dos investidores”.

Em suma, os investidores continuam em busca de alto retorno sem levar em


conta a probabilidade de realmente alcançá-lo ou para o risco incorrido no processo.

Invista somente quando as chances estão a seu favor

Quando eu falo sobre a importância de se ter algum dinheiro em sua car-


teira quando oportunidades de investimento atraentes são difíceis de encontrar,
um monte de pessoas argumenta que isso é semelhante a fazer timing do mercado.

Quem sabe se o mercado vai cair ou subir a partir de agora?

É o que eles me perguntam.

E se eu guardar dinheiro e o mercado continuar subindo?

Essa é uma pergunta válida, mas a decisão crucial em investir não é normal-
mente responder apenas “sim ou não”. Quem diz que investir significa sempre com-
prar alguma coisa, renuncia, talvez, da ferramenta mais valiosa disponível para ele.

No mundo dos investimentos, estar com as chances a seu favor significa


comprar ações de excelentes empresas por um ótimo preço. Simples assim.

Como Charlie Munger diz:

“Procure mais valor em termos de fluxo de caixa futuro descontado do


que você está pagando. Mova-se apenas quando você tem uma vantagem. É mui-
to básico. Você tem que entender as probabilidades e ter a disciplina para apostar
apenas quando as probabilidades estão em seu favor”.

Em seguida, estão umas palavras clássicas de sabedoria de Warren Buffett:

“Letargia beirando a preguiça continua a ser a pedra angular do nosso


estilo de investimento”.

Você não precisa estar sempre em ação. Segurar dinheiro quando você
não tem nada para comprar é uma boa decisão.

Não saber o que você está fazendo com o seu dinheiro e por que você está
fazendo isso, muitas vezes, acaba sendo péssimo para o seu retorno no longo prazo.

Então, por favor, faça suas escolhas com cuidado quando se deparar com
o dilema de investir ou não investir.

FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3mFFTap> Acesso em: 1º abr. 2021.

170
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• “Apesar de parecer muito tentador ganhar prêmios, se você parar para pensar as
únicas pessoas que levam vantagem ao comprar títulos de capitalização são aque-
las sorteadas (suas chances são pequenas) e claro, o banco” (STUMPF, 2019, s.p.).

• “Se compararmos um título de capitalização com as aplicações financeiras a


opção por um título de capitalização é um péssimo negócio levando inclusive
uma surra da Caderneta de Poupança. Se formos levar em consideração bons
investimentos como CDBs de bancos médios ou mesmo títulos públicos a sur-
ra é incrível” (STUMPF, 2019, s.p.).

• “Os títulos de capitalização podem sortear prêmios ou valores em dinheiro,


podendo ser pagos mensalmente (PM) ou de uma só vez (PU). É importante
atentar para os prazos de pagamento, período em que o titular deve quitar a
compra, e de vigência do título, período em que ele ficará sob a custódia do
banco” (RICO, 2013, s.p.).

• O consórcio é um sistema de autofinanciamento para a compra de um bem


(como carro ou casa), em que várias pessoas se associam para pagar o valor
do bem em prestações mensais. O total arrecadado pela administradora do
consórcio é utilizado para a compra desses bens. Só há duas maneiras de ser
contemplado, isto é, receber o bem: por sorteio ou por lance. As contempla-
ções dependem da disponibilidade de recursos do grupo do consórcio.

• O trabalhador pode usar o Fundo de Garantia para pagar prestações ou quitar


o saldo devedor em consórcios imobiliários. Inicialmente, o FGTS era usado
somente para o lance do apresentado para comprar ou complementar a carta
de crédito. Agora, aplicam-se os mesmos critérios para amortizar ou liquidar
o saldo devedor de financiamentos imobiliários.

• “Quando você investe em algo, você coloca dinheiro com a expectativa de


receber um lucro. Embora você possa esperar para obter um lucro de seu ve-
ículo, você provavelmente não vai. Isso porque os carros perdem o seu valor
ao longo do tempo. A regra geral é que algo que perde valor depois de com-
prá-lo não é um investimento” (COELHO, 2021, s.p.).

• “Investimento é tudo aquilo que te traz algum lucro, seja no curto ou no longo
prazo. Esse lucro pode vir de variadas fontes, como juros ou mesmo a venda
de algum ativo. O importante é que, para cada real gasto, o retorno deve ser
maior do que o valor pago” (RODRIGUES, 2019, s.p.).

171
• “Os custos de manutenção de uma casa, tais como IPTU, condomínio, refor-
mas e por aí vai, podem acabar retirando boa parte do lucro que você poderia
obter com a valorização desse imóvel” (RODRIGUES, 2019, s.p.).

• “Comprar um imóvel pensando que ele irá valorizar pode ser como um lance
de sorte. Por um lado, você até pode lucrar algum dinheiro com a venda, mas
também poderá perder dinheiro se ninguém te oferecer o que você pediu”
(RODRIGUES, 2019, s.p.).

• “Existem pessoas que compram imóveis com o objetivo de alugá-los e ter, assim,
uma renda. Para eles, esse é um ótimo investimento, afinal, dá até para pensar
em uma aposentadoria tranquila com esse dinheiro” (RODRIGUES, 2019, s.p.).

CHAMADA

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172
AUTOATIVIDADE

1 Durante o tempo de vigência, seu dinheiro fica parado não trazendo ne-
nhum retorno com juros ou outro tipo de rendimento. Sobre o produto que
possui essa característica, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Título de capitalização.
b) ( ) Casa própria.
c) ( ) Consórcio.
d) ( ) Carro alugado.

2 Quando estamos falando de Título de Capitalização e comparamos com


alguns tipos de investimento, temos algumas características. Com base no
exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Título de capitalização não é um investimento.


( ) Título de capitalização tem um rendimento muito maior do que o da
poupança.
( ) Ao comprar um título de capitalização você pode concorrer a prêmios.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – V.
b) ( ) F – F – V.
c) ( ) V – F – V.
d) ( ) F – V – F.

3 A administradora é uma empresa independente, responsável por organizar,


controlar e arrecadar os recursos dos diversos participantes. Os recursos de
um grupo não podem ser transferidos para outro nem se misturar com o pa-
trimônio das administradoras. Essa característica representa qual produto?

a) ( ) Título de capitalização.
b) ( ) Casa própria.
c) ( ) Consórcio.
d) ( ) Automóvel.

4 Quando você opta por um consórcio, não paga juros porque não se trata
de um financiamento. O montante da prestação mensal é definido pela ad-
ministradora do consórcio e deve cobrir alguns valores. Referente a esses
valores, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.

( ) O valor necessário para a aquisição do bem é dividido pelo número de me-


ses previsto para a duração do grupo, sendo destinado ao fundo comum.
( ) Os valores decorrentes do seguro, expressos no contrato de adesão.

173
( ) Não existe em hipótese alguma uma taxa referente ao fundo de reserva,
que será utilizado no caso de alguma eventualidade, conforme critérios
informados com clareza no contrato.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – F.
b) ( ) F – F – V.
c) ( ) V – F – V.
d) ( ) F – V – F.

5 Quando você investe em algo, coloca dinheiro com a expectativa de receber


um lucro. Embora você possa esperar para obter um lucro de seu veículo,
provavelmente não irá esperar. Com base no exposto, assinale a alternativa
CORRETA quanto ao porquê de isso não ocorrer:

a) ( ) Os carros aumentam de valor à medida que são usados.


b) ( ) Os carros mantêm o seu valor à medida que são usados.
c) ( ) Os carros perdem o seu valor à medida que são usados.
d) ( ) Os carros não podem ser vendidos enquanto são usados.

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REFERÊNCIAS
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TOLEDO FILHO, J. R. de. Mercado de capitais brasileiro: uma introdução. São


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