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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO RIO DE JANEIRO:

Um dos primeiros territórios explorados pelos colonizadores portugueses, durante muito


tempo a cidade do Rio de Janeiro, localizada no estado homônimo, foi a capital do Brasil,
portanto, centro administrativo do país. Mesmo que desde a década de 60 a capital seja
Brasília, o estado ainda sedia muitos órgãos públicos.

Formação do território
Como mencionado anteriormente, o território onde hoje está o Rio de Janeiro foi
um dos primeiros a ser explorado pelos portugueses. Uma dessas missões
exploratórias chegou na Baía de Guanabara em 1º de janeiro de 1502.

Porém, assim como no restante do território, a colonização só teve início, de fato,


a partir de 1532. O local que anteriormente era usado apenas para atividades
extrativistas, passou a sofrer com ameaças das nações que se aventuraram
tardiamente nas grandes navegações.

França, Inglaterra, Holanda e outros, constituíam uma real ameaça, e por isso,
o português Martim Afonso de Souza foi encarregado de vir para o Brasil em
uma missão colonizadora. Por conta da imensidão do território brasileiro, essa
colonização não teve êxito em evitar os ataques, que continuaram a acontecer
deliberadamente.

A próxima tentativa de conter os ataques foi a divisão do país em 15 capitanias


hereditárias, destinando cada uma delas para um donatário, que por sua vez,
ficaria responsável pela proteção e colonização do território que havia sido
designado a ele.

O local onde hoje está o Rio de Janeiro pertencia à Capitania de São Vicente,
que foi entregue ao próprio Martim de Souza em 1534. Uma porção do território
também fazia parte da Capitania de São Tomé, que em 1536 foi doada a Pero
Góis da Silveira.

As capitanias hereditárias também não foram efetivas, e em 1555 a Baía de


Guanabara foi invadida pelos franceses. Com apoio do rei da França, Henrique
II, eles fundaram a França Antártica e trouxeram aproximadamente 300 colonos
calvinistas.

Portugal demorou quase 10 anos para tomar medidas de combate aos


franceses. Uma delas ocorreu em 1º de março de 1565, e foi comandada por
Estácio de Sá. Nesse dia, aconteceu a fundação da segunda cidade brasileira,
São Sebastião do Rio de Janeiro.

A partir daí, entre 1567 e 1568 os portugueses travaram inúmeras batalhas


contra os franceses e indígenas. Além da expulsão dos primeiros, os segundos
foram amplamente dizimados. Porém, os índios que aliaram-se aos lusitanos
foram poupados, e muitas vezes, recompensados.

Em 1574, em mais uma tentativa de frear os ataques ao Brasil, a Coroa


Portuguesa dividiu o país em dois governos, um com sede em Salvador – BA e
outro no Rio de Janeiro – RJ. Somente com essa iniciativa é que ocorreu a
ocupação definitiva do território.
Pouco tempo depois, em 1578, aconteceu a reunificação. No entanto a capital
passou a ser unicamente Salvador. Essa configuração permaneceu até 1808,
ano que em que a família real portuguesa chegou ao Rio de Janeiro, devolvendo
à cidade status de capital brasileira.

Ela assim permaneceu, até que em 21 de abril de 1960 Brasília passou a ser a
capital do Brasil. Essa transferência fez com que a atual cidade do Rio de Janeiro
se tornasse uma cidade-estado independente. Somente em 1975 ela se uniu ao
Estado do Rio de Janeiro, tornando-se uma capital como a conhecemos hoje.

Detalhes do estado do Rio de Janeiro


Um dos três estados da região sudeste, o Rio de Janeiro é representado pela
sigla RJ. O gentílico do estado é o fluminense, enquanto quem nasce na capital
é chamado de carioca.

Como uma área de 43.777,954 km², o estado é quarto menor estado brasileiro.
Ao todo, ele tem 92 municípios, divididos em cinco regiões geográficas
intermediárias e 14 regiões geográficas imediatas, conforme detalhamento a
seguir.
▪ Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Angra dos Reis e Rio Bonito.
▪ Volta Redonda-Barra Mansa: Volta Redonda-Barra Mansa, Resende e
Valença.
▪ Petrópolis: Petrópolis, Nova Friburgo e Três Rios-Paraíba do Sul.
▪ Campos dos Goytacazes: Campos dos Goytacazes, Itaperuna e Santo
Antônio de Pádua.
▪ Macaé-Rio das Ostras-Cabo Frio: Cabo Frio e Macaé-Rio das Ostras.

Além do limitar-se ao oceano Atlântico ao sul e ao leste, seus estados limítrofes


são Minas Gerais ao norte e a oeste, São Paulo a oeste e o Espírito Santo ao
norte.

Rio de Janeiro e as principais cidades


A capital do Rio de Janeiro recebe o mesmo nome que o estado e é conhecida
popularmente apenas por “Rio” ou “cidade maravilhosa”, principalmente por
conta de suas belezas naturais e pontos turísticos. Ela obriga, inclusive, uma das
sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor.

A cidade é um dos centros econômicos mais importantes do Brasil e o polo


turístico que atrai o maior número de visitantes internacionais no país, na
América Latina e em todo o hemisfério sul. É também a capital brasileira mais
conhecida no exterior.

Fundada em 1º de março de 1965, de acordo com dados do Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017 a população estimada era de
6.520.266 habitantes, o que corresponde a quase 40% de todo o território.
Além da capital, que é a maior e mais populosa cidade do estado, conheça outras
dez cidades que se destacam:
▪ São Gonçalo – 1.038.081 habitantes
▪ Duque de Caxias – 882.729 habitantes
▪ Nova Iguaçu – 807.492 habitantes
▪ Niterói – 496.696 habitantes
▪ São João de Meriti – 483.128 habitantes
▪ Belford Roxo – 481.127 habitantes
▪ Campos dos Goytacazes – 460.624 habitantes
▪ Petrópolis – 298.142 habitantes
▪ Volta Redonda – 262.970 habitantes
▪ Magé – 236.319 habitantes

Bandeira do Rio de Janeiro

Um dos símbolos oficiais do Rio de Janeiro, sua bandeira foi adotada em 1965.
Tanto o brasão, quanto a bandeira são de autoria do Dr. Alberto Rosa Fioravanti,
atendendo a um pedido do então governador, General Paulo Torres.

As cores azul e branco representam, respectivamente, o mar e a paz. No brasão,


o café e a cana-de-açúcar representam a importância da atividade agrícola no
estado, enquanto as serras, o pico Dedo de Deus, que é uma formação geológica
da Serra dos Órgãos. Por fim, a águia representa o governo forte e honesto.

População
Durante o período colonial o povoamento do Rio de Janeiro foi bastante lento. O
processo só acelerou a partir do período imperial, principalmente no auge da
cafeicultura. Naquela época, assim como hoje, a população já concentrava-se
na capital.
Segundo dados do IBGE, a população no Rio de Janeiro em 2017 era de 16,72
milhões de habitantes.

Economia
Conforme citado anteriormente, o Rio de Janeiro é um dos maiores centros
econômicos do Brasil. Em 2015, segundo o IBGE, o Produto Interno Bruno (PIB)
do estado era de R$ 659,137 bilhões. Já o PIB per capita era de R$ 39.826,90.
Apesar da crise dos últimos anos, ainda permanece entre os maiores do país.

A principal fonte de renda é a petroquímica, porém, há importantes


representantes em outros setores, como a agricultura, pecuária, indústria e
energia. A industrialização começou a se instalar a partir do século XIX, um dos
motivos pelos quais é tão bem estabelecida atualmente.

Entre 1940 e 1960 houve investimentos pesados na região, que foram os


responsáveis por consolidar a industrialização na capital e em toda a região
metropolitana. Hoje, no Brasil, o Rio de Janeiro ocupa o segundo lugar em
desenvolvimento industrial.

Sobressaem-se, além do petróleo e seus derivados, a construção naval,


siderurgia, metalurgia, indústrias alimentícia e de bebidas, têxtil, de materiais de
construção, fábricas de automóveis, entre outras.

Na agricultura, durante muito tempo o café foi o principal produto fluminense,


entretanto, por conta da característica erosiva do solo e a abolição da escravidão
fizeram com que ele entrasse em decadência.

O Rio de Janeiro é um dos poucos estados brasileiros onde a agricultura é


secundária na economia. A cana-de-açúcar, notória na região dos Campos,
mantém-se como um dos produtos de maior destaque desde o final do século
XX. Laranja, tomate, caqui, banana, arroz, mandioca, milho e feijão também são
fortes na agricultura fluminense.

Em relação a pecuária, a criação de bovinos tem destaque na região do vale do


Paraíba do Sul. Ao final do século XIX ela entrou como atividade substitutiva ao
café, cuja produção já estava decaindo naquele momento. Em menor
quantidade, há criatórios de porcos e galinhas.

A pesca, principalmente de sardinha, também é uma importante atividade


econômica do Rio de Janeiro.

Relevo
O relevo do Rio de Janeiro pode ser dividido em três unidades: baixadas, terras
altas e maciços costeiros.

As baixadas situam-se entre o oceano e o planalto. Elas são muito lembradas


pelo seu nome genérico, Baixada Fluminense. Essa porção ficou restrita ao
território que engloba os municípios de Duque de Caxias, Belford Roxo, São
João de Meriti, Japeri, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados e Mesquita.
Localmente, elas são chamadas de Baixada dos Rios Macaé e São João,
Baixada dos Goytacazes ou Baixada Campista, Baixada de Sepetiba e Baixada
da Guanabara.

Nas terras altas, como o próprio nome diz, abrigam as maiores altitudes do
estado, que estão localizadas nas áreas de planalto. Destaque para a Serra do
Mar, Vale do Paraíba do Sul, o Planalto do Itatiaia e o ponto mais alto do Rio de
Janeiro, o Pico das Agulhas Negras.

Os maciços costeiros, também chamados de maciços litorâneos, são as


elevações que surgem nas áreas de baixada, estendendo-se desde o município
de Cabo Frio até a cidade do Rio de Janeiro.

Clima
O Rio de Janeiro possui climas diversos, dependendo da região referenciada.
Portanto, há áreas úmidas, semi-úmidas e secas.

Na porção ocidental da baixada prevalece o tropical semi-úmido, com chuvas de


verão e invernos secos. O clima de monção aparece nos maciços e encostas
baixas da capital em função das chuvas de relevo.

O tropical úmido com chuvas bem distribuídas durante todo o ano prevalece na
porção mais rebaixada da escarpa do planalto. Já o tropical de altitude, onde os
verões são quentes e as chuvas bem distribuídas a ocorrência é nas porções
elevadas da escarpa. O temperado úmido e suas variáveis está presente no
restante do território.

Vegetação
Mais de 90% do território do Rio de Janeiro era coberto por florestas. Porém, por
conta das atividades agropecuárias boa parte da vegetação original foi
devastada. Delas, restam pequenas manchas, geralmente em locais de difícil
acesso, por serem em terrenos extremamente acidentados.

Em menor quantidade, há manguezais e restingas no litoral, além de campos de


altitude nas áreas mais elevadas.

Fauna
Os pássaros constituem uma parcela importante entre os animais característicos
do Rio de Janeiro. Mas além deles há vários mamíferos de pequeno e grande
porte. Conheça os principais animais do estado:
▪ Biguá
▪ Jacutinga
▪ Bicho-preguiça
▪ Gambá
▪ Cutia
▪ Quati
▪ Tatu
▪ Mico-leão-dourado
▪ Tucano-de-peito-amarelo
▪ Jacu
▪ Onça-pintada
▪ Atobá-pardo
▪ Muriqui

Hidrografia
O principal rio é o Paraíba do Sul, mas no estado há inúmeros rios que correm
para o oceano Atlântico. O Paraíba do Sul vem do estado de São Paulo, corta o
estado no sentido oeste para leste, até desembocar no oceano, nas
proximidades da divisa com o Espírito Santo.

Seus principais afluentes são os rios Piraí, Pomba, Paraibuna, Dios Rios e
Piabanha. Todo o sistema fluvial que nasce no alto da Serra do Mar converge
para o rio Paraíba do Sul.

Além desses e em proporções menores, destacam-se os rios independentes


Macaé, Macacu e São João. Em todo o litoral fluminense, há, ainda, uma série
de lagoas, resultantes do fechamento de baías por cordões litorâneos.

Comidas típicas do Rio de Janeiro


É comum as pessoas pensarem que o estado do Rio de Janeiro não tem uma
culinária própria, ou se a tem, que ela fica restrita apenas a feijoada. Essa ideia
é completamente errada, e pelo contrário, a comida tem características muito
singulares.

Apesar de ter outras influências, na comida típica fluminense, predominam as


características da culinária portuguesa. Um reflexo dos anos em que, durante o
Brasil Império, o estado abrigou a capital do país.
▪ Feijoada
▪ Filé à Oswaldo Aranha
▪ Chuvisco
▪ Pão doce
▪ Biscoito Globo e chá mate
▪ Caldo verde
▪ Frango assado de padaria
▪ Podrão (gíria que dá nome ao cachorro quente feito em barraquinhas de
rua)

Realidade e principais problemas enfrentados


A partir de 2017 o Rio de Janeiro começou enfrentar problemas muito sérios.
Uma crise econômica que afetou praticamente todas as áreas do estado,
seguida de um colapso na Segurança Pública.

Por conta do rombo nos cofres públicos, hospitais ficaram comprometidos por
falta de insumos, até mesmo para atendimentos básicos e delegacias também
tiveram falta de material de trabalho. Houve racionamento de combustíveis e
muitos servidores estaduais ficaram durante meses sem saber ao certo quando
iriam receber seus salários.
O problema que se arrastou durante vários governos aconteceu principalmente
pela confiança depositada dos royalties do petróleo, que acabou entrando em
queda, frustrando todas as expectativas.
Dessa forma, o Rio de Janeiro passou a arrecadar menos impostos, e
menos royalties. Somente entre 2013 e 2016, a receita com tributos despencou
de R$ 47,5 bi para R$ 43 bi, enquanto os royalties caíram de R$ 10 bi para
apenas R$ 3,5 bi. Na contramão, as despesas com previdência foram de R$ 11,8
bi para R$ 15,5 bi.

Ou seja, a conta não fechava. Ainda mais levando em consideração que a


situação no estado se agravou por conta da quantidade de aposentadorias. Ao
ponto de que, para cada servidor na ativa, há um aposentado, a maioria com
salário integral.

Após uma série de medidas, o estado começou a ir no rumo de uma recuperação


da crise, que deve acontecer pelos próximos anos, de forma lenta e gradual.

Principais indicadores socioeconômicos


Uma das principais formas de conhecer uma população é entender seus
indicadores socioeconômicos. Conheça quais são os principais índices do Rio
de Janeiro:
Alfabetização – o Rio de Janeiro tem a segunda melhor taxa de alfabetização
do país, como 97,3%. O estado fica atrás somente do Distrito Federal.
Pessoas com nível superior completo – 10,91% dos fluminenses possuem
graduação superior. O índice coloca o Rio de Janeiro como o terceiro melhor
colocado no ranking.
Mortalidade infantil – o estado registra a oitava menor taxa de mortalidade do
país, são 11,5 óbitos a cada mil nascimentos.
Taxa de natalidade – entre todas as unidades federativas do Brasil, o Rio de
Janeiro tem a segunda menor taxa de natalidade, com 11,9%, fica à frente
apenas do Rio Grande do Sul.
Expectativa de vida – neste quesito, o estado o ocupa a oitava melhor posição,
com expectativa de vida média de 76,2 anos.
Incidência da pobreza – no estado, a incidência da pobreza está entre as dez
menores do Brasil. Com 3,9% da população de extrema pobreza, o Rio de
Janeiro fica em sétimo lugar entre todas as unidades federativas.
Acesso à rede de esgoto – mais de 92% dos municípios fluminenses possuem
rede de esgoto, o que o coloca o estado como o quarto melhor no ranking do
país.

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