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Rogério Martinez

Wanessa Garcia

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Ensino Médio

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Ensino Médio
Componente '-
curricular
Geografia

Rogério Martinez Wanessa Pires Garcia Vidal


Licenciado em Geografia pela Universidade Licenciada em Geografia pela Universidade
Estadual de Londrina (UEL-PR). Estadual de Londrina (UEL- PR).
Mestre em Educação pela Universidade Estadual Pós-graduada em Avaliação Educacional pela
Paulista (UNESP) - campus Marília. Universidade Estadual de Londrina (UEL- PR).
Atua como professor da rede pública no estado Mestre em Educação pela Universidade Estadual
do Paraná. de Londrina (UEL-PR).
Realiza palestras e assessorias para professores Atuou como professora de Educação Infantil e
em escolas públicas e particulares. Ensino Fundamental na rede particular no
Autor de l ivros didáticos para o Ensino estado do Paraná.
Fundamental e Ensino Médio. Realiza palestras e assessorias para professores
em escolas públicas e particulares.
Autora de livros didáticos para o Ensino
Fundamental e Ensino Médio.

C uinteto 1~ edição \ São Paulo \ 2016


ô uinteto
Copyright 10 Rogério Marmez. Wanessa Pires Garcia Voclal, 2016

Diretor editorial L.auri Cericato


Gerente editorial Flávia Renata P. A. Fugita
Editora Angela Carmela Di Cesare Margini Marques
Editora assistente Teresa Cristina Guimarães
Assessoria Teresa Cristina Guimarães
Gerente de produção editorial Mariana Milani
Coordenador de produção editorial Marcelo Henrique Ferreira Fontes
Coordenadora de arte Daniela Máximo
Coordenadora de preparação e revisão Ulian Semenichin
Supervisora de preparação e revisão Viviam Moreira
Revisão lracema Fantaguci
Coordenador de iconografia e licenciamento de textos Expedito Arantes
Supervisora de licenciamento de textos Baine Bueno
Iconografia Priscila Pavane Massei Kibelkstis
Coordenadora de ilustrações e cartografia MarciaBeme
Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Produção editorial Scriba Projetos Editoriais


Assistência editorial Kleyton Kamogawa, André W. Metz da Costa, Érika F. Rodrigues
Projeto gráfico L.aís Garbelini e Hatadani
Capa Marcela Pialarissi
Imagem de capa Rawin CheasaguVGetty lmages
Edição de ilustrações Rogério Casagrande
Diagramação Leda Cristina Silva Teodorico
Tratamento de imagens José Vitor Elorza Costa
Ilustrações Alexandre Affonso, E. Cavalcante, Estúdio Meraki, Gilberto Alicio,
José Vitor E. C., Leonardo Mari, Luciana Mori, Luiz F. Fogaça,
Marcela Pialarissi, N. Akira, Paula Radi, Poliana Garcia, Renan Fonseca,
Veronezi Studio
Cartografia E. Cavalcante, Gilberto Alicio, José Vitor E. C., Leonardo Mari,
Paula Radi, Renan Fonseca
Revisão Viviane Mendes
Assistência de produção Cristiano J . Silva, Daiana Melo e Tamires Azevedo
Autorização de recursos Erick L. Almeida
Pesquisa iconográfica André Silva Rodrigues
Ed itoração eletrônica Luiz Roberto L. Correa (Beto)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Cãmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Martinez, Rogério
#Contato geografia, 1• ano/ Rogério Martinez,
Wanessa Pires Garcia Vidal. - 1. ed. - São Paulo : Quinteto
Editorial, 2016. - (Coleção #contato geografia)

"Componente curricular: geografia•


ISBN 978-85-8392-087-8 (aluno)
ISBN 978-85-8392-088-5 (professor)

1. Geografia (Ensino médio) 1. Vidal, Wanessa Pires Garcia.


li. Título. Ili. Série.

16-02543 C00-910.712
Índices para catálogo sistemático:
1. Geografia : Ensino médio 910.712

Em respeito ao meio ambiente. as folhas


deste livro foram produzidas com fibras
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610de 19 de fevereiro de 1998. obtidas de árvores de florestas plantadas.
Todos os direitos reservados â com origem certificada.
QUINTETO EDITORIAL S.A.
Rua Rui Barbosa, 156 - Bela Vista - São Paulo-SP Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD SA
CEP 01326-010 - Tel. (0-XX-11) 3598-6000 CNPJ 61.186.490/0016-33
Caixa Postal 65149 - CEP da Caixa Postal 01390-970 Avenida Antonio Bardella, 300
Guarulhos-SP - CEP 07220-020
lei. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
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o~ ciue estudar Geografia?


Estudar1 ••• • ia tem um amr>lo significado, não se resume

Os estudos sobre Geografia nos r>ermitem ar>rende~ a ollia~ o mundo além do


óov10, das ar>arências. Significa desenvolver habilidades e elaoorar conhecimentos
que nos r>ermitem comr>reende~ fenômenos naturais, sociais e suas inter-relações,
realiza~ uma leitura analítica d o mundo e ciuestiona~ a realidade em ciue vivemos.
articir>ar. d
maneira ativa, crítica e consciente na transformação da nossa sociedade, em ous-
ca de um futuro mellior.
Conlieça, a seguir, a organização dessa coleção, de modo gue você r>ossa utili-
zá-la com dedicação e entusiasmo, ar>roveitando-a d a melhor maneira J:>Ossível em
sua formação.

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o mornento inicial do estudo do ten1a

o oi=,rmoramonio lMSó ;OO'lici1,s, das posqJ11,t1, as:w~ •


cinagnitlc.af. polid>lhou a lnirwlç~ dll ~ ci hsllVlllllmOs
~ m a i s ~ a~~ p;rmhlrill'l'I otllot
lrtcll'maçOos INls. ~ e ~ a s a rtspGl!e> c5I) t.JINllho • eia
lotrNI dia- T8tt'lll, ~ como da l'IOSsa ~ - - Súplt!loit.
@ \111,ol iil hõltrlta l~Mlo quet a TMil pou;~ um ft:lffllalO 1~ tnog,,lar ém traz questionamentos que
t.11 OOf!IO oq,io ~ n a lrfwlgom da p,,1glna aoltd:I, ~
1N a p,;anlr ~ -1\ÇQdi:\$ c»:ulas ~ o s ?

@ Dct oco«lo cor. os OGMOClrnlmos ,I' lllcar,çatbt. o que ubemosa


.' conduzi-lo a uma reflexão so •
ou à busca de conhecimentos
• •
sd:lte a dlWNco oe nou.o~ edo - mawlmonios?

••
Explorando
o tema Para tornar as aulas mais dinâmicas e facilitar
sua aprendizagem, alguns assuntos são
abordados por meio de 1a1 .

A seção aprofunda o
estudo sobre um determinado tema e pod
abordá-lo na forma de infográficos, nos
quais você tem a Of)ortunidade de
amf)liar suas habilidades de leitura
interpretação.

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A seção apresenta a modalidade
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ler e interf)retar te1<tos que trazem críticas, -·
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e1<emplo relacionado ao tema é abordado e
analisado, a fim de que você estude a
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realidade tal como se apresenta, tendo


como base os estudos propostos. -
Radioatividade:
propriedade que alguns
elementos químicos têm
de emitir energia e
Para au><iliar sua comf)reensão no decorrer d
os termos técnicos são e><f)licados na forma . . •

• vocabulários inseridos na f)ágina.


partículas de seus átomos
que. assím, mudam sua
composição.
Meteorito: bloco rochoso
proveniente do espaço
sideral e que atinge a
Tipos de nigime No decorrer das páginas de conteúdo, .;;o.;;s...,iií com te><tos e
super fície da Terra. ~ plwlâ: as, dWll.as, o as \oUllff•
irnagens apresentam informações teóricas ou

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sua compreensão sobre os assuntos em questão.
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As ágin~ d.e ativida.d1$ apresentam a .seguinte organização:
•a secão sisteinaíí~~nc1.; a conti~~rm~~io, có~pós ~
ta d~ questões por meio das quais você poderá:
retomar os textos e revisat seus estudos:
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senta diferentes atividades de
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Ampliando seus
conhecimentos

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No final de cada unidade há uma secão com


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Enem rsobre os temas estudados nos capítulos à
sua.d is.posição com materiais selecionados para seus , _______
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momentos de estudos complementares. -·------
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Sumário

Noções espaciais ............................................................................................................................... 10


• A forma da Terra .......................................... 12 Fusos horários no Brasil ............................ 22
Longe de ser uma esfera perfeita .......... 73
• Movimento de translação ................. 23
• Como se orientar e se localizar...... 14 As estações do ano e as
zonas térmicas.............................................. 24
Coordenadas geográficas..........................14
Os lugares e suas Explorando o tema 46it·i4ihB·• ............. 26
coordenadas geográficas .......................... 76
Como as auroras polares se formam
GPS ......................................................................... 17
Ativ idades.........................................................28
Contexto geográfico .................................18
Estudo de caso - O GPS e algumas de Ampliando seus
suas aplicações no cotidiano conheci mentas .............................................. 30
Questões do
• O movimento de rotação -
Enem e Vestibular ....................................... 32
e os fusos horários ................................. 20
Fusos horários................................................. 20

.,
.,,i
e
A Cartografia e suas linguagens.......................................................... 36
:,

• As convenções • Projeção cartográfica: diferentes


cartográficas................................................ 3 8 formas de representar o mundo...... 47
Representação cartográfica Projeções e distorções ................................ 48
do relevo ............................................................. 39
Explorando o tema....................................... 50
• A Cartografia Temática ........................ 40 A ideologia nos mapas
Tipos de mapas temáticos ........................40
Mapas temáticos e suas
Ativ idades............................................................. 52
representações ................................................ 41 Ampliando seus
• Escala cartográfica ................................ 43 conhecimentos ................................................ 54
Trabalhando com Questões do
escalas numéricas......................................... 44 -Enem e Vestibular ......................................... 56

.,,i" A evolução da Cartografia ........................................................................................... 60


§
• Os mapas na Antiguidade .................. 62 Explorando o tema 4Ml·i4EíiG·• ............. 72
Lixo espacial
• Os mapas na Idade Média .................. 64
Atividades............................................................. 74
• Os mapas no Renascimento ............. 65
• A tecnologia moderna e a produção Ampliando seus
dos mapas na atualidade.................... 66 conhecimentos ................................................ 76
As fotografias aéreas .................................. 66 Questões do
As imagens de satélites............................. 68
-Enem e Vestibular ......................................... 78
SIG e geoprocessamento ............................ 71
.,
..
"O
"O
A Litosfera e a dinâmica do relevo ......... ............................................... 80
e
:,

JTerra: planeta dinâmica interna da Terra ................. 92


em transformação .................................. 82 A teoria das placas tectônicas ................ 93
As forças endógenas e as
Explorando o tema ...................................... 84 formas do relevo ............................................ 94
Cálculo e reconstituição
da história geológica da Terra JAs forças exógenas e a
dinâmica externa do relevo ............. 96
Contexto geográfico ................................... 86
lntemperismo e erosão............................... 96
Ponto de vista - Niede Guidon e os
vestígios humanos mais antigos do A ação antrópica no relevo ........................ 98
Brasil
Atividades.......................................................... 100
JA estrutura da Terra ............................. 88 Ampliando seus
As rochas e a
conhecimentos ............................................. 102
composição da litosfera ............................. 90
Questões do
JAs forças endógenas e a
Enem e Vestibular ...................................... 104

Estruturas geológicas e o relevo terrestre ........................... 108

JEscudos, dobramentos JO relevo brasileiro


e bacias ........................................................... 11 O e suas formas ............................................120
JAs formas de Atividades...........................................................122
relevo continental ..................................112
Ampliando seus
JO relevo submarino .................................113 conhecimentos ............................................. 124
JRelevo brasileiro: Questões do
características estruturais ............. 114 Enem e Vestibular .......................................126
JGeologia e mineração no Brasil....... 115
Contexto geográfico ................................. 116
Estudo de caso - Terras raras ...nem tão
raras assim

JEstabilidade tectônica e
altimetria do relevo brasileiro......... 118
Vulcanismo e sismicidade no
território brasileiro ...................................... 119

Machu Picchu.
Hidrosfera e a dinâmica
das águas continentais ................................................................................................. 130
,
• A água na Terra ...........................................132 • Agua: recurso ameaçado .................144
A dinâmica hídrica ...................................... 132
, Explorando o tema....................................146
• Aguas continentais, A geopolítica das águas
redes de drenagem e bacias
Atividades...................................................... 148
hidrográficas .............................................. 134
Tipos de drenagem...................................... 135 Ampliando seus
O regime dos rios ....................................... 135 conheci mentas .......................................... 150
Dinâmica e aproveitamento
das águas fluviais ...................................... 136
Questões do
Enem e Vestibular....................................... 152
• A rede hidrográfica brasileira .......... 138
Águas no Brasil: abundância
ou escassez? .................................................. 142

As águas oceânicas ...................................................................................................................156


• Oceanos: fonte de vida ........................158 • A degradação das
águas oceânicas ..................................... 164
• Características e
dinâmica dos oceanos......................... 160 Contexto geográfico ............................... 166
Temperatura e salinidade ........................ 160 Estudo de caso - Aral, um mar em
Os movimentos agonia
das águas oceânicas ................................... 161
Atividades..................................................... 168
Ampliando seus
1
conheci mentas ............................................170
- Questões do
Navio cargueiro na -
Enem e Vestibular....................................... 172

----··--
lituânia, em 201 5.

.,
-g
"0
e
Atmosfera, tempo e clima .......................................... 176
:,

JA atmosfera terrestre..........................178 Explorando


O aquecimento o tem a f""ffl"'i·i"'4f"" • 19O
·l'!llldi""
·
desigual da Terra ..........................................180 A previsão
do tempo
JA circulação geral
da atmosfera ................................................ 181 Atividades.................... 192
JEl Niiio 4ttil·l4i0[3-•........................................ 182 Ampliando seus
Ventos sazonais: conhecimentos .................. 194
monções e brisas .........................................184
Questões do
JTempo e clima ..............................................185 Enem e Vestibular ..................... 196
Massas de ar, frentes e
mudanças no tempo .................................. 186

.,
..
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Os climas da Terra .................................................................................................................200
e
:,
JOs grandes conjuntos Contexto geográfico................................. 212
climáticos da Terra ............................... 202 Estudo de caso - São Paulo: da garoa
à tempestade
Contexto geográfico ................................ 2 07
Ponto de vista - Interferências no Atividades.......................................................... 214
clima Ampliando seus conhecimentos...... 216
JOs climas do Brasil............................... 208 Questões do Enem e Vestibular ...... 218

As grandes paisagens naturais da Terra ....................................... 222

JNatureza e biosfera ............................ 224 JImpactos nos grandes


Paisagens, ecossistemas domínios naturais do Brasil. ......... 238
e biornas ....................................................... 225 Perspectiva geográfico-espacial
da questão ambiental no Brasil.. ......... 239
Contexto geográfico ................................ 229
Ponto de vista - Quão rara é a Terra? Contexto geográfico .............................. 242
Estudo de caso - Reservas da Biosfera:
Ação antrópica e degradação
patrimônio natural-ecológico
dos grandes biornas ................................. 230

JHotspots: no alvo da Explorando o tema ................................... 243


preservação 4C\i·J4EJitk·• ....................... 232 Política ambiental no Brasil

JOs grandes domínios Atividades....................................................... 244


naturais do Brasil. .................................. 234 Ampliando seus conhecimentos.... 246
Questões do Enem e Vestibular ...... 248

Respostas............................................................................................................................................................ 252
Bibliografia consultada ................................................................................................................................254
Lista de siglas ................................................................................................................................................... 256
O aprimoramento das técnicas, das pesquisas astronômicas e
cartográficas possibilitou a invenção de ferramentas e instrumentos
tecnologicamente mais precisos e modernos, que permitiram obter
informações mais detalhadas e fidedignas a respeito do tamanho e da
forma da Terra, assim como da nossa localização em sua superfície.

@ Você já havia imaginado que a Terra possui um formato tão irregular


tal como o que observamos na imagem da página ao lado, produzi-
da a partir de avançados cálculos matemáticos?

@ De acordo com os conhecimentos já alcançados, o que sabemos


sobre a dinâmica de nosso planeta e de seus movimentos?
IAforma da Terra
Observe, nesta charge, que a tripulação de uma embarcação se depara com
um grande abismo, considerado o "fim do mundo". A charge retrata, de forma
bem-humorada, uma situação imaginada em épocas passadas, quando se acredi-
tava que a superfície do nosso planeta era plana, com mares que terminavam em
enormes precipícios.

BROWNE, Oik. O melhor de Hagar, o horrível. São Paulo: L&PM. 1987. p. 52.

Eclipse lunar· fenômeno Desde os primeiros anos na escola, porém, aprendemos que a Terra tem forma
no qual há um alinhamento
entre o Sol. a Terra e a Lua. arredondada, como os astronautas observaram e comprovaram com as primeiras
e a sombra da Terra se
viagens tripuladas ao espaço, ocorridas há mais de cinquenta anos.
projeta na superfície da
Lua, de modo que a forma A concepção de que o planeta possui forma esférica, no entanto, já era difundida
circular do nosso planeta
pode ser observada. entre os gregos há mais de dois mil anos. Por meio de observações astronômicas
e da ocorrência de certos fenômenos celestes, como os eclipses lunares, o filó-
sofo grego Aristóteles (384 a.e. - 322 a.e.) propôs explicações sobre a esfericida-
de do nosso planeta. O matemático e filósofo também grego Eratóstenes (276 a.e.
- 195 a.e.) chegou inclusive a calcular, em 247 a.e., a distância da circunferência
do globo terrestre. A medida obtida por Eratóstenes, cerca de 46 mil quilômetros,
se aproximou bastante da medida calculada atualmente com recursos tecnológi-
cos muito avançados, que é de 40008 km .
Mas foi em 12 de abril de 1961 que o cosmonauta soviético Yuri Gagarin entrou
para a história como o primeiro ser humano a fazer uma viagem ao espaço sideral,
realizando uma volta completa na órbita do nosso planeta. Nessa viagem, ele
constatou visualmente a forma esférica da Terra e proferiu a famosa frase que o
consagrou pelo feito: "A Terra é azul! ".

Ao lado, representação artística da


nave Vostok 1, em órbita da Terra.

Foi com base nos conhecimentos matemáticos


já dominados na época da Grécia Antiga , há
mais de dois mil anos, que Eratóstenes
calculou o tamanho da circunferência
terrestre com certa precisão.
Pesquise em revistas , livros, enciclopédias,
na internet etc. e verifique as operações e os
procedimentos matemáticos por meio dos
quais Eratóstenes realizou seus cálculos.
Longe de ser uma esfera perfeita ®
superfície
Quando vista do espaço, como foi observada pelos astro- terrestre .............. .,,,-
nautas em suas viagens, a Terra parece uma esfera perfeita.
No entanto, ela possui um leve achatamento nos polos (como
b
mostra a figura A): seu diâmetro equatorial (letra a) é cerca de
42 quilômetros maior que seu diâmetro polar (letra b).
Como a superfície do planeta é bastante irregular devido
aos altos e baixos do relevo terrestre, o modelo físico da
a
forma da Terra assemelha-se ao de um geoide, como pode- •••
~

<
mos observar na figura ao lado. Por conta da distribuição z
desigual da massa da Terra e da força da gravidade exerci-
da diferentemente em sua superfície, o planeta possui esse
formato geoidal.
Para fins geodésicos e cartográficos, a esfera terrestre é Ilustração produzida com
base em: ATLAS geográfico :................ elipsoide
representada como uma figura com superfície teórica regu- escolar. 6 . ed. Rio de
Janeiro: IBGE, 2012. p. 17.
lar, definida pelo nível médio dos oceanos, chamada elipsoide,
como representa a figura 8.

®
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5
~

~
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3
'S
.!!
V
Ilustração conforme: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 17.

Conhecer a forma de nosso planeta e os contornos de sua superfície delinea- Geodésia: ciência que se
dedica ao estudo da forma
dos pelos continentes e oceanos, assim como muitas outras informações que fo - e tamanho da Terra.
ram acumuladas ao longo do tempo, como o desenvolvimento das técnicas de Astrolábio: instrumento
astronômico que mede a
representação cartográfica, a invenção da bússola e do astrolábio, foi vital para altura de um astro em
que o ser humano aprimorasse sua capacidade de se orientar e se localizar na relação à linha do
hor izonte, inventado no
superfície terrestre. século li a.C. por Hiparco,
astrônomo e matemático
grego. Durante séculos,
esse instrumento foi um
A bússola dos mais importantes

As primeiras bússolas inventadas pelos chineses há mais de dois mil anos eram bem
diferentes dos modelos que conhecemos. Por volta do século XII, a bússola foi levada
para a Europa, onde ganhou forma parecida com a que possui hoje. Trata-se de um ins-
que os navegadores
dispunham para
se or ientar nos
oceanos.
9.
meios de orientação de

trumento simples, formado por uma agulha imantada, que, suspensa em uma caixa, pode
girar livremente sempre apontando para a direção do polo norte magnético do planeta.

Astrolábio que
data do século XVI.

indicava a direção sul. Os escritos


sobre a base indicavam as direções
norte, sul, leste, oest e, nordeste,
noroeste, sudest e e sudoeste.
1 Andrea Pagglaro/Shutte<stock.com

Noções espaciais I 13
/Como se orientar e se localizar
Historicamente, o ser humano sempre teve necessidade de se localizar e de se
orientar no espaço geográfico. Essa necessidade remonta aos nossos ancestrais
nômades que, há muitos milhares de anos, precisavam se deslocar constante-
mente em busca de abrigo, proteção ou alimento. Ao
Rosa dos ventos longo da nossa história, surgiram outras necessidades,
Na bússola e em outros instrumentos de orien- como traçar rotas de comércio, conduzir embarcações
taçào e localizaçào (mapas, cartas náuticas e de por mares mais seguros, localizar territórios vizinhos
navegaçào aérea etc.), existe a figura da rosa dos ou dominados por povos hostis, deslocar exércitos em
ventos, que indica as direções cardeais, colaterais campos de batalha etc.
e subcolaterais:
Embora com outras finalidades, a necessidade de
• direções cardeais: norte (N), sul (S), leste (L) e
oeste (O); nos países de língua portuguesa o
se orientar e de se localizar no espaço geográfico nos
leste e o oeste também podem ser represen - acompanha até os dias de hoje, mesmo em situações
tados, respectivamente, pelas letras L e O; corriqueiras do nosso cotidiano. Quantas vezes per-
• direções colaterais: nordeste (NE), sudeste guntamos a um amigo: "Onde fica a sua casa?". Mui-
(SE), noroeste (NO) e sudoeste (SO); tas vezes, as pessoas também nos perguntam: "Onde
• direções subcolaterais: norte-nordeste (NNE), fica a agência bancária mais próxima?". "Há algum
norte-noroeste (NNO}, leste-nordeste (ENE), leste- restaurante aqui por perto?"
-sudeste (ESE}, sul-sudeste (SSE), sul-sudoeste
Nessas situações, em geral, utilizamos pontos de
(SSO), oeste-sudoeste (OSO), oeste-noroeste
(ONO). referência conhecidos para explicar a localização cor-
reta de cada lugar. Por exemplo: "A minha casa fica
N
em frente àquela praça, logo depois da escola". "O
restaurante mais próximo daqui fica logo depois da
NO NNO NNE NE banca de revistas." "Há uma agência bancária na pró-
xima esquina, bem ao lado de um supermercado."
Quando viajamos para lugares distantes, podemos
encontrar a direção correta consultando mapas rodo-
viários, que mostram as estradas, seguindo a sinaliza-
oso ESE o ção indicada nas placas ou pedindo informações.
~
~
,f Mas e quando um amigo nos fala: "Adoraria passar
sso SSE as férias no Canadá, ou quem sabe na Tailândia! Você
sabe onde fica o Canadá? E a Tailândia?". Nesse caso,
Ilustração conforme: ATLAS
geográfico escolar. 6. ed. Rio S podemos localizar esses países consultando um mapa,
de Janeiro: IBGE. 2012. p. 5.
um atlas ou um globo terrestre.

Coordenadas geográficas
Já vimos que existem muitas maneiras de nos orientar e localizar no espaço geo-
gráfico. Mas como localizar um determinado lugar na imensa superfície terrestre?
A superfície do globo terrestre possui aproximadamente 51 O milhões de quilô-
metros quadrados, distribuídos em seis continentes {América, Europa, África, Ásia,
Oceania e Antártida), milhares de ilhas e cinco oceanos (Atlântico, Índico, Pacífico,
Ártico e Antártico). Como saber, então, a localização exata de uma cidade? Ou,
ainda, como encontrar uma ilha pequena e isolada na imensidão de um oceano?
Para que seja possível localizar qualquer ponto nessa enorme superfície do
planeta foi criado um conjunto de linhas imaginárias denominadas como paralelos
e meridianos. Traçadas sobre a representação da esfera terrestre, essas linhas
possuem medidas que funcionam como "endereços" de qualquer lugar. Vejamos
a seguir.

14
Os paralelos e as latitudes
Os paralelos são circunferências imaginárias dispostas perpendicularmente ao No estudo do tema
coordenadas
eixo de rotação terrestre, a partir da linha do equador. A linha do equador é o geográficas, sugere-se
paralelo que circunda o planeta em sua porção mais larga, dividindo-o em dois que o professor resgate
conhecimentos e
hemisférios (do grego hemi = metade e sphaera = esfera): o Norte e o Sul. À medi- noções sobre
coordenadas
da que se distanciam da linha do equador em direção aos polos - Norte e Sul - , os cartesianas , trabalhados
paralelos diminuem de diâmetro. em Matemática.

A distância medida em graus de cada paralelo em relação à linha do equador


determina a sua latitude. E ela pode variar de 0° (zero) grau na linha do equador a
90° Norte no polo Norte e 90° Sul no polo Sul (veja figura A).

Os meridianos e as longitudes
Os meri dianos são semicircunferências imaginárias traçadas de um polo a outro
da Terra, no sentido norte-sul. Por convenção, estabeleceu-se como meridiano 0°
aquele que passa pelo Observatório Astronômico de Greenwich, na cidade de
mesmo nome, próxima de Londres, Inglaterra. Assim , o Meridiano de Greenwich,
também chamado meridiano inicial ou de referência, divide a Terra em dois hemis-
férios: o Leste ou Oriental e o Oeste ou Ocidental.
A distância medida em graus de cada meridiano, a partir de Greenwich, deter-
mina a sua lo ngit ud e. Essa distância pode variar de 0° (Meridiano de Greenwich)
a 180° leste e 180° oeste (veja figura 8). Cada meridiano circunda apenas metade
da esfera terrestre e tem na face oposta do globo o seu meridiano oposto, cha-
mado antimeridiano.
É por meio dessa rede de linhas imaginárias (paralelos e meridianos) que pode-
mos encontrar a localização exata de qualquer ponto na superfície terrestre. Essas
linhas fornecem duas medidas: a latitude (medida dos paralelos) e a longitude (me-
dida dos meridianos), que, em conjunto, são chamadas coordenadas geográficas.
As coordenadas geográficas de cada ponto na esfera terrestre são determinadas
pela interseção (cruzamento) de uma latitude com uma longitude (veja figura C).
© Coordenadas
geográficas
@ Paralelos (latitudes e
(latitudes) longitudes)

Polo Norte 90° N


@ Meridianos
(longitudes)

Polo Sul 90° S Ilustrações produzidas com base em:


ATLAS geográfico escolar. 6. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 18.

Polo Sul 90°5

Noções espaciais 15
Os lugares e suas coordenadas geográficas
Veja a seguir como encontrar a coordenada geográfica de um lugar: ao procurar
no mapa abaixo a coordenada geográfica formada pelo cruzamento da latitude 15º S
(sul) com a longitude 47° O (oeste), encontramos a cidade de Brasília, a capital do
nosso país.
Dizemos que essa localização é aproximada, pois a coordenada geográfica
exata de cada lugar é dada em graus, minutos e segundos, que no caso de Bra-
sília é de 15º 47' 03" de latitude sul e 47º 55' 25" de longitude oeste.
O planisfério abaixo mostra o traçado de alguns paralelos e meridianos, suas
respectivas latitudes e longitudes, e as coordenadas geográficas aproximadas de
algumas cidades do mundo. Observe.

Coordenadas geográficas \
711(/" - ,. 1211' - 80' 60' W P o•

•70'
-

/
60'
~

• 50"


30'

20'

10'
O'

10'
33'55'5
- -'
21)'

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- 30'

40'
!,
)C AdO PA tU C

5'1'-i-+-+-+--1-+-r -+-+-+-it--,:-1-1-+-1-1-1-+-~--+--+--+--1--+--1--1-1-,1
- 1-+--+-+--1--+-- 50"
151' IO'L

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. i" PC : A ~o G l IAC A A , rr, R] /C ,...__
Cir _u~ j'q_ ar nta t[_c - ~ - !-- - - - - - fi#' · - - - -- - - - - - - - !-- -,!-- - - - - - - • ~
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10--+--+--+--+--+---+---+--<---l----+~,- -1-1-+--+-+-""' - Longitude i+--+--+---,t.--t----t---+-1-;-1--+-+-=+-- 70'
--- ;, , ,' + Latitude '
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e
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1 1 , _ ~
2400
1

V
2/J" 40' 60" 80' llll' 1211' l<11" 160' 180'
"'
Fo nte: REFERENCE atlas oi the wo<ld. 9. ed. London: Dor1in9 Kíndersley, 2013. p. XII. 1 atlas. Escalas variam.

Verifique as coordenadas geográficas das demais cidades mostradas no mapa:

Coordenada geográfica
Cidades
Latit ude Lo ngit ude
São Paulo 23º33'8 45o39·0

Nova York 40°45.N 73°57'0


1-

Tóqu io 35°40'N 139°45'L


, ,
33 o55S 151o10 L
1
Sydney
Fonte: REFERENCE atlas oi lhe wor1d. 9. ed. London: Dorlin9 Kíndersley, 2013. p. 295: 3 19; 329; 334.

16
GPS
O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS {sigla da expressão
em inglês Global Positioning System), é um sofisticado sistema de
localização. Ele fornece de maneira muito precisa, por meio de um recep- IL •
tor eletrônico (aparelho chamado GPS), a localização e altitude de qual-
quer ponto na superfície do planeta com pequena margem de erro.
Essas informações, que chegam ao aparelho de GPS por ondas de
rádio, são fornecidas por uma rede de satélites que orbitam o planeta
a cerca de 20 mil quilômetros de altitude (veja figura abaixo).
Desenvolvido na década de 1950 pelo Departamento de Defesa dos
Estados Unidos, o GPS servia inicialmente apenas para fins militares. Ele
ajudava no melhor posicionamento das tropas estadunidenses nos terri-
tórios por elas ocupados, guiando bombas e mísseis em direção a alvos Acima, aparelho de GPS insta lado em um
carro, orientando o t rajeto a ser seguido.
inimigos, entre outras aplicações.

Atualmente, porém, o GPS passou a ter várias outras aplicações. Por exemplo, com
esse sistema a elaboração de mapas e cartas topográficas é muito mais precisa, devi-
do à sua capacidade de informar a posição e a altitude de cada elemento na superfície
terrestre {rios, montanhas, cidades, estradas etc.). Também é utilizado nas atividades do
campo, para delimitar propriedades rurais, zonear as áreas de cultivo, orientar os aviões
agrícolas que fazem a pulverização das lavouras, entre outras aplicações.
Além disso, esse sistema é usado em veículos. Conectado a um computador de
bordo com mapas de rodovias, avenidas e ruas armazenados em sua memória, o sis-
tema fornece orientação instantânea ao motorista, indicando o caminho exato que deve
ser feito para se chegar ao destino desejado. Com dados das companhias de trânsito,
o sistema também fornece informações sobre congestionamentos e indica ao motorista
as vias alternativas mais rápidas. As empresas de transporte o utilizam para o planeja-
mento de rotas e rastreamento de veículos. O GPS também é utilizado no controle dos
tráfegos aéreo e marítimo.

alcance do satélite
deGPSn•2 localização
rejei ta da

••
... •·· · ·· · · ·· · · · · · ··· . ..• alcance do

.. ................
\
..,.. •·•
..••...
··•... ..·.. satélite de

alcance do
satélite de ••
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.•••• • ·••·


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GPS n2 3

•..·· . ..•
•• •• •••• •• • ••
GPS n• 1 ...· •: ··.• ·.•
...· •..• ••-·· ··..



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represen ta o
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: triangulação de
•• : : : informações
• •• • •• •
••
••

..•.. ..•-·· .:••
enviadas por
satélite.
••
•• ••
• •
•• • ••
•• • Ilustração produzida com
•,. •
•• ., •• base em:
•. • •• CHRISTOPHEASON .
• •• Robert W.
•• Geossistemas: uma
••
locali zação • introdução à Geografia
física. Tradução
do receptor Francisco Eliseu Aquino
de GPS et ai. 7. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012. p. 21.

Noções espaciais I 17
Contexto geográfico Estudo de cas~

O GPS e algumas de suas aplicações no cotidiano


Com o desenvolvimento tecnológico, as aplicações do GPS ganharam
novas funções, alcançando uma parcela crescente de usuários. Combina-
da com certos aplicativos (programas) disponíveis na internet, essa ferra-
menta disponibiliza uma série de serviços que podem ser acessados em
aparelhos celulares, tablets e computadores. Veja algumas dessas apli-
cações, por exemplo, no trânsito.

• Existem aplicativos que ajudam os passageiros das grandes cidades


...
a localizar as linhas de ônibus e a posição dos veículos, como mos-
'
• trado ao lado. Com essa ajuda, os usuários podem verificar onde
fica a linha mais próxima ou saber quanto tempo o ônibus levará
- para chegar ao ponto em que se encontram e ao destino.

• Os usuários de táxi podem utilizar aplicativos que permitem buscar


o veículo mais próximo do lugar em que estão, como vemos na ima-
gem ao lado. Ao chamar o táxi, o usuário recebe informações sobre
o modelo e a placa do carro, além do número do telefone celular
para entrar em contato com o motorista. O trajeto do táxi também
pode ser acompanhado em tempo real.
..,.. - I


·-- • Usuários conectados à rede
social podem compartilhar
informações sobre tráfego,
condições das vias de circu -
lação, obras e manutenções
na pista, possíveis acidentes,
tudo em tempo real. Em seu
trajeto, cada usuário também
pode informar sobre a ocor-
rência de semáforos quebra-
dos, vias alagadas, presença
de animais na pista etc.

15:33
5:39h c:3 S35 km
Produtos, empr esas e suas marc.as citados nesta ob-<a

o
não representam recomendação ou indicação
comercial. Eles foram meodonados apenas como

r recurso didático.
Além do trânsito, o GPS alcançou as mais variadas atividades e passou a ser
essencial em algumas delas. Veja as informações do texto a seguir.

1...l
Fora do carro, o GPS pode ter dezenas e centenas de apli-
cações e funcionalidades diferentes. Talvez a mais popular
entre elas seja o uso em trekking e caminhadas. [...]

Trilhas e
o
.s
O uso do GPS em trilhas acabou criando grandes comu-
.••.
m

nidades na internet sobre o assunto, com discussões sobre


equipamentos, melhores caminhos e o aparecimento de
uma oportunidade para aumentar o conhecimento do as-
sunto por parte dos leigos.
1...l
Aos poucos os aventureiros se dão conta da importância
da utilização do GPS em trilhas, passeios e corridas. Dessa
forma, os aparelhos de localização deixam de ser vistos
apenas como perfumaria e artigo de luxo, e se tornam in-
dispensáveis na prática de alguns esportes, seja por ques-
tões de otimização ou por segurança. Mas o uso do GPS
Alpinista utilizando GPS na região de lake
não se limita aos carros e trilhas. A tecnologia é comum Oistrict, localizada no noroeste da Inglaterra,
também na prática da pesca e navegação marinha, além do em 2012.
uso em aviões de pequeno porte.
T.
:
ó~--~~~~d~--~~~--~-----·i:
Pesca ,- leitura do texto, o ,-
!.- GPS pode ser !--
São várias as formas com que o GPS auxilia o pescador, seja profissional ,- considerado um
- ..,
ou apenas por lazer. Obviamente, a primeira delas é a própria orientação :. instrumento de .:.
espacial, ou seja, saber onde está. Mas o uso vai além, principalmente para j orientação e j
traçar rotas seguras, indicação de velocidade, distância percorrida, estima- j localização j
tivas de tempo, identificação de locais perigosos, pontos de interesse, e di- .., revolucionário em :.
.j relação aos .j
versos detalhes extras. Isso tudo apenas com equipamentos simples, que já instrumentos
.j .j
podem ajudar muito o pescador. [...] - utilizados no -
. passado? Justifique .\
Aviação : sua resposta. --
L.............................................
[...] A navegação aérea exige precisão nas
manobras para garantir sempre a segurança
nas operações e procedimentos. E o GPS serve
justamente como uma garantia nesse proces-
so. No entanto, ainda é utilizado como auxílio
secundário na navegação aérea, mas ajuda e
muito os pilotos, principalmente de pequenas
aeronaves.
1...l
RIBEIRO, Gustavo. Existe vida para o GPS fora do carro. Disponível em:
<www.administradores.eom.br/mobiJe/artigos/tecnologia/existe-vida·
para-o -gps-fora-do-carro/29563/>. Acesso em: 25 jan. 2016_

Uso de aparelho GPS em cabine de avião.

Noções espaciais 19
/Omovimento de rotacão
,
e os fusos horários
O movimento de rotação que a Terra realiza em torno do eixo imaginário tem a
duração de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. Esse é o tempo gasto para que
o planeta realize uma volta completa (rotação) em torno dele mesmo. Como esse
movimento ocorre no sentido anti-horário (de oeste para leste), ele produz a im-
pressão de que são os astros, na esfera celeste, que se movem ao redor da Terra.
É o chamado movimento aparente dos
astros, que podemos perceber diariamen-
te observando a posição do Sol, desde o
nascente, no leste, até o poente, no oeste.
O movimento de rotação é responsável
principalmente pela sucessão dos dias e
das noites e, assim, pelas diferenças de ho-
rários que existem na superfície do globo.
No decorrer do movimento de rotação, en-
quanto partes da superfície deixam de ser
iluminadas, tornando-se noite nessas regiões,
outras partes, antes no escuro, passam a
receber os raios solares, tornando-se dia
nessas áreas (veja a imagem ao lado).
Imagem da Terra
mostrando parte
iluminada, onde é Fusos horários
dia, e parte escura,
onde é noite. Para regulamentar as diferenças de horários entre as regiões do planeta, provocadas
pelo movimento de rotação terrestre, foi criado um sistema de fusos horários. Por meio
dele, os 360° (graus) da esfera terrestre foram divididos em 24 faixas, ou fusos horários
(uma faixa para cada hora do dia). Cada fuso horário compreende, então, uma faixa
!-..
__ ._... ,1
imaginária que se estende por 15 meridianos ou 15º de lon-
gitude (360° + 24 = 15º), de um polo ao outro do globo.

i.
Todas as regiões situadas em um mesmo fuso possuem
"'
;;:; a mesma hora, que vai mudando à medida que passamos
z
o
'S
õ:
de um fuso a outro. Como a Terra gira de oeste para leste,
as horas aumentam para leste (direção onde o Sol surge
primeiro no horizonte) e diminuem para oeste (direção
onde o Sol se põe). Por isso, quando os relógios marcam
meio-dia em um determinado lugar, todos os fusos situa-
dos a leste desse lugar têm horas adiantadas em relação
a ele, enquanto os fusos a oeste têm horas atrasadas.
A contagem das horas em todo o planeta tem como re-
ferência o horário de Greenwich. Assim, o fuso horário de
Greenwich, também conhecido como fuso inicial ou fuso
de referência, abrange a faixa que vai do Meridiano de
Greenwich até 7° 30' para o leste e 7° 30' para o oeste.
Veja o mapa na página seguinte.

Turista fotografada na linha do Meridiano de Greenwich, no observatório


de Greenwich, localizado nos arredores de Londres, Inglaterra , em 2015.
Um dos pés está no hemisfério Ocidental e o outro, no hemisfério Oriental.

20
Fusos horários da Terra \_
- 11 -10 -1
ºI + +:! +3 +4 ., ., +10 +11
N
+ - 11

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+10
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«7
Sen ido de
lotarão da erra ., +3

'í'' ,es'o ,so~o ,b~o


• • • '{ t_f 'l 1ls•
, L .
1s0· l ,

Fontes: DIVISÃO $enriço da Hora (DSHO). Disponível em: <http://pcdshOl.o n.br> .


• ] Zonas indicadas W, Zonas com horário fracionado Acesso em: 4 ago. 2015. ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de J ane~o : IBGE,
20 12. p. 35. 1 atlas. Escalas variam.
- l)O( hora inteira - - Limttes entre fusos hOfáriiJs
• GMT (Q"eenwi:h Mean Time): fuso de referencia p;n o horário mundial.

Na prática, muitos países fazem adaptações para ajustar os limites teóricos Linha Internacional
dos fusos horários às suas fronteiras e divisões político-administrat ivas internas. de Data
Isso ocorre na tentativa de se unificar as horas em todo o país ou de acordo
com os limites internos de estados, províncias etc., evitando, por exemplo, que
regiões muito povoadas e com intensas relações econômicas sejam divididas
por dois fusos ou que países de pequenas extensões territoriais possuam mais
de um horário. Alguns países também adotam horas fracio nadas, a exemplo do
,
Irã e da lndia, que, respectivamente, adotam fusos de + 3 h e 30 min e de + 5 h
e 30 min em relação ao fuso de Greenwich.

Onde a Terra "muda" de data +11


_,
Com o objetivo de estabelecer uma base comum para a mudança das datas no plane-
ta, foi criada uma linha imaginária chamada Linha Internacional de Mudança de Data ou
Linha Internacional d e Dat a (LID). Cruzar essa linha implica uma mudança obrigatória na Eou.id r
data do calendário. Se um navio ou avião cruzar essa linha no sentido leste-oeste, passa-se
um dia: deixa o lado leste na manhã de sábado (dia 5, por exemplo) e chega ao lado oeste, + 1

"' ,.
na manhã de domingo (já no dia 6}. Se a viagem for feita no sentido contrário, de oeste '
para leste, haverá diminuição de um dia. + 2

Por conveniência, a Linha Internacional de Data foi estabelecida em uma das regiões n, - 10
menos povoadas do planeta, atravessando o oceano Pacífico no meridiano de 180º (anti -
meridiano de Greenwich), com alguns desvios estabelecidos para que certas ilhas não
tenham parte de suas terras em uma data e parte em outra (ver mapa ao lado).
2 70 m
-•li
"•~
,... 165~0
1
f o w~

Fontes: DIVISÃO Serviço da Hora (DSHO). Disponível em: <http://pcdsh01 .on.br>. Acesso em: 4 ago. 2015 . 1 .,, Linha Internacional de Data 1
ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE. 20 12. p. 35. 1 atlas. Escalas variam . '-·,,,.
_ _ _ _ __ _ _ __, I

Noções espaciais 21
Fusos horários no Brasil
Devido à sua grande extensão territorial no sentido leste-oeste, o Brasil apresen-
ta quatro fusos horários. Por estar localizado totalmente no hemisfério Ocidental,
todos os fusos horários brasileiros possuem horas atrasadas em relação ao horá-
rio de Greenwich.
Com duas horas de atraso em relação ao horário de Greenwich, temos o fuso
que abrange algumas de nossas ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha e Atol
das Rocas. Os outros três fusos do país estão na parte continental, incluindo o fuso
de Brasília, adotado como hora oficial ou hora legal brasileira. Observe o mapa.

\
Fusos horários do Brasil - 2014
- 5 horas• 4 nilras• - 3 horas• - 2 horas• Com as diferenças de horário
H
entre as regiões do país, as

0
8elêm
0
º*'s E.quador

emissoras de televisão possuem
programações em horários
diferenciados de acordo com os
fusos do território nacional. Assim,
São Luis rortaJeza
0 ,. Fernando de
quando uma partida de futebol
MA 0 CE Noronha começa a ser transmitida
PA Teresina atai
simultaneamente para todo o país
PI PE • Recife a partir da cidade de São Paulo
Palmas
0 às 16 horas (horário de Brasília),
TO nas cidades de Cuiabá, Manaus e
8A
11T 0 Porto Velho, os relógios marcam
Salvador
OCEANO 15 horas (1 hora a menos). No
ATLANTlCO mesmo instante, na cidade de Rio
MG Branco, que está dois fusos a
Belo Horizonte ES oeste, os relógios estão marcando
0
OCEANO f Vilória 14 horas. Mas, para quem mora
PACIFICO SP
RJ em Fernando de Noronha, que
. # RI-
--- - - -- - -0-
São Paulo J .
u u ~ aneiro T, · ·
- .. - -- - 0.P'et1
- - tte- Ca · . tem hora adiantada em relação a
. - PR
1° curitiba ----
_ Pnc.orn;
0
Brasilia, a partida se inicia quando
se 0florian6polis
~~
...... ..~~.'.6.~i~·s··: .~r~~.r~: .. ~~-·~~~~
RS , rto Alegre

~
Fonte: DIVISÃO Serviço da Hora
450km
• Em relação ao horári (DSHO). Disponivel em: <http://pcdsh01 .
de Greenwich 51)• o o n.br>. Acesso em: 4 ago. 2015.

Durante alguns meses do ano, geralmente entre outubro e


Horário de verão - 2015 ' fevereiro, o governo brasileiro adota o horário de verão em
N

O*Ls Equador
vários estados do país. A medida consiste em adiantar os re-
lógios em uma hora, com o objetivo de promover a economia
de energia elétrica, aproveitando ao máximo a luz solar.
o•
Com os relógios adiantados em uma hora e o dia escure-
PA MA cendo mais tarde nessa época, as pessoas não precisam
acender lâmpadas e ligar chuveiros e demais aparelhos elétri-
cos justamente no chamado horário de pico, aquele no qual o
consumo de energia é maior.
A economia de energia nos horários de maior consumo
• Estados que pode evitar sobrecargas nos sistemas de produção e distribui-
adotam o horário
de verão ção, riscos de grandes apagões ou, ainda, o racionamento de
• Estados que não energia. O mapa ao lado mostra os estados que adotam o
adotam o horário horário de verão.
de verão
675km
Fonte: DIVISÃO Serviço da Hora (DSHO). Disponivel em:
<http://pcdsh01.on.br>. Acesso em: 14 out. 20 15.

22
/ Movimento de translacão
,
Denomina-se translação o movimento que a Terra realiza Elipse: figura geométrica em forma de um
drculo oval formada pela inter seção de um
em torno do Sol. A trajetória ao redor dessa estrela perfaz uma plano oblíquo (inclinado) na figura de um
órbita em forma de elipse. Uma translação completa do plane- cone, tal como mostra a imagem ao lado.
Ilustração produzida com base em: ROONEY,
ta ao redor do Sol demora 365 dias e 6 horas. Esses 365 dias Anne. A história da Matemática: desde a
criação das pirâmides até a exploração do
correspondem ao período de um ano no calendário que utiliza- Infinito. Tradução Maria Fecchio. São Paulo:
M. Books do B<asil, 2012. p. too.
mos. As 6 horas que sobram são acrescidas, a cada 4 anos,
em um dia a mais no mês de fevereiro. Quando isso ocorre, o Polo Norte
Plano de órbita
ano fica com 366 dias e é chamado ano bissexto. (ou plano orbital): plano
.;
imaginário sobre o qual
Como o eixo da Terra é inclinado cerca de 23° 27' em relação ao um planeta ou astro,
w
E
seu plano de órbita, a incidência dos raios solares sobre a superfí- neste caso a Terra. >
,:
descreve sua órbita. ~ -"f• - · .li
cie do planeta varia de acordo com a época do ano, conforme a
posição do globo em relação ao Sol. Essas diferenças na incidência PdoSú
Ilustração pr odu2Jda com base em: CHRISTOPHERSON, Robet"t W.
dos raios solares sobre a superfície terrestre ao longo do ano dão Geossistemas: uma introdução à Geografia flslca. Tradução Fraf'lcJsco
EUseu AquJno et aL 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. p. 53.
origem às estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.

Estações do ano

Entre 20 ou 21 de março, ocorre o início da primavera


no hemisfério Norte e do outono do hemisfério Sul.
É quando os raios solares incidem
perpendicularmente sobre a linha do equador,
iluminando por igual os hemisférios Norte e Sul. São
os chamados equinócios (de primavera no
hemisfério Norte e de outono no hemisfério Sul).

Entre 21 e 23 de junho, ocorre o início do verão no


hemisfério Norte, quando os raios solares atingem
perpendicularmente o Trópico de Cãncer - é o
chamado solstício de verão. Nesse mesmo período,
ocorre o início do inverno no hemisfério Sul, quando
os raios solares atingem com menor intensidade
esse hemisfério - é o chamado solstício de inverno.

Entre 22 ou 23 de setembro, ocorre o início do


outono no hemisfério Norte e da primavera no
hemisfério Sul. É quando os raios solares incidem
perpendicularmente sobre a linha do equador
iluminando por igual os hemisférios Norte e Sul.
São os chamados equinócios (de outono no
hemisfério Norte e de primavera no hemisfério Sul).

Entre 21 e 23 de dezembro, ocorre o início do inverno


no hemisfério Norte, quando os raios solares atingem
com menor intensidade esse hemisfério - é o
chamado solstício de inverno. Nesse mesmo período,
ocorre o início do verão no hemisfério Sul, quando os
raios solares atingem perpendicularmente o Trópico
de Capricórnio - é o chamado solstício de verão.

Ilustrações produzidas com base em: LUHA. James F. (Ed.). Earth: lhe defínitive visual guide. New York: Oorling Kinderaley, 2007. p. 48. Esse sfm boto lndka
que as Imagens est~o :;;I
";;;";;;
" ,;;:,
1

fora de proporçao.
~ ............................................................................................................................................................................,
, • No campo da Astronomia, a evolução do conhecimento científico foi marcada por duas \
teorias: a Geocêntrica e a Heliocêntrica. Pesquise em revistas, livros, enciclopédias, na
internet etc. informações sobre essas teorias e descreva suas principais características.
Ilustre, por meio de desenho, o modelo astronômico de cada teoria. ...-
:...................................................................................................................................................................................·

Noções espaciais 23
As estacões
, do ano e as zonas térmicas
As estações do ano se sucedem de maneira inversa entre os hemisférios Norte
e Sul da Terra. Assim, a mesma data que marca a chegada do inverno no hemis-
fério Norte (solstício de inverno) assinala também o início do verão no hemisfério
Sul (solstício de verão). O mesmo ocorre com os equinócios: a chegada da prima-
vera no hemisfério Norte (equinócio de primavera) coincide com o início do outono
no hemisfério Sul (equinócio de outono) e vice-versa.
,
E importante ressaltar, porém, que as estações do ano são mais
Zonas térmicas
N marcantes nas regiões temperadas, que se localizam entre os trópicos
e os círculos polares, como pode ser observado na ilustração ao lado.
Devido ao formato esférico da Terra, a superfície do
~

~ planeta não é aquecida de maneira uniforme pelos raios


solares. As regiões localizadas próximas ao equador são
atingidas pela energia solar de maneira perpendicular. No
.... .... .t entanto, conforme nos distanciamos da região equatorial,
a mesma quantidade de raios solares passa a incidir com
outro ângulo de inclinação em áreas cada vez maiores da
superfície terrestre, acarretando menor aquecimento
dessas superfícies. Esse aquecimento desigual da su-
perfície do planeta é responsável pela existência de dife-
,- .... ... .... rentes zonas térmicas: zona tropical, zona temperada e
zona polar.
• • • • • •••••••••••• • ••••••••• • • • •• ••••• ••••••••••••••••••••••••••••••• • ••••• ••• • • ••••• • ••••••••••••••••••••••••••••••••••• •••• •••• •••

s
Ilustração produzida com base
em: PICAZZIO. Enos (Ed.). O céu Sol da meia-noite
que nos envolve: introdução à
Astronomia para educadores e
iniciantes. São Paulo: Odysseus, O sol da meia-noite é um fenômeno natural que
2011. p. 72. Disponível em:
<www.astro.iag.usp.br/ ocorre somente durante o verão nas regiões polares
OCeuOueNosEnvolve.pdf>.
Acesso em: 8 set. 2015. dos hemisférios Norte e Sul do planeta. A explica-
ção para esse fenômeno está na inclinação do eixo
da Terra em relação ao seu plano orbital.
Com o fim da primavera e o começo do verão, as
horas de Sol vão aumentando dia após dia, até a
chegada do solstício (dia que marca a chegada do
verão). Nessa data, o Sol permanece visível no céu
durante as 24 horas do dia, daí o nome sol da meia-
-noite.

~··~·~~~r~~'i'·~;~~i;~··~. i~~ô~;~~··d~··;:;~i'·d~..............:
! meia-noite" utilizando uma lanterna e um globo 1

j terrestre. Em um ambiente escuro, projete o [


1 foco de luz da lanterna diretamente sobre um ,
dos trópicos (solstício de verão) e simule o
. movimento de rotação do globo. Você vai
, observar que, durante o movimento de rotação
· do planeta, um dos polos permanece sempre
. iluminado (sol da meia-noite), enquanto o outro
. polo permanece escuro, onde se tem a
chamada "grande noite polar". _...
: ...................................................................................................

24
{O
. As estações do ano na zona tropical
..


As regiões tropicais, situadas entre os trópicos de Câncer (hemisfério Norte) e de


• Capricórnio {hemisfério Sul), recebem grande intensidade de luz e calor do Sol ao


•• longo do ano todo (veja novamente a figura na página ao lado). Assim, as temperaturas

• se mantêm constantemente elevadas ao longo de todas as estações do ano, inclusive
..

... durante o inverno. Nessas regiões, como ocorre em grande parte do território brasileiro,
• as estações do ano são geralmente marcadas por uma estação mais chuvosa e outra



•• mais seca.





.•

{G
.
As estações do ano nas zonas temperadas
..
.• Nas reg iões temperadas do globo, situadas entre os trópicos e os círculos polares, a
..•. quantidade de insolação varia muito ao longo do ano. Nessas regiões, as temperaturas
.. são baixas durante o inverno, inclusive com a ocorrência frequente de neve; no outono e
.•
..• na primavera, as temperaturas são amenas (nem muito frio nem muito calor); e, no verão,
..
.. as temperaturas se elevam. fazendo bastante calor. Por isso, nessas regiões, as quatro
.. estações do ano apresentam características bem marcantes.
.•.
..
..
{G As estações do ano nas zonas polares
•• /r-·····...................··········;

•.. Nas regiões polares, situadas nas latitudes mais elevadas, os raios solares chegam de
. ( • Por quais zonas !
..

forma bastante inclinada, o que torna a insolação muito reduzida e mantém as
térmicas se


temperaturas sempre muito baixas, em geral, abaixo de O ºC. Isso explica por que grande


estende o território
•• parte das regiões polares fica permanentemente coberta por extensas geleiras. Mesmo
•• brasileiro? _.--
.. no verão, quando as temperaturas aumentam um pouco, em média, elas raramente ; ..........................................
.• ultrapassam O ºC.


•• •••..•..••.... ....•.. •

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Fotocomposição que apresenta a

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..: ··":r-~ .
.
posição do Sol em diferentes
momentos do dia em Vesteralen, na
Noruega, em 2009, onde no verão se
observa o Sol à meia-noite.

Noções espaciais 25
••
••


• ••

••
••
~----------------···················-
· Ventos solares: As au roras são fenômenos óticos e luminosos que podem ser
conj un to carregado
de par tículas e observados nas noites das regiões polares, na forma de luzes co-
sub par tículas
emitidas
loridas no céu. São provocadas pelo c hoque de partículas elétri -
cont inuamente pela cas dos ventos solares com as moléculas de gases presentes na
coro a solar
(envol tório atmosfera, principalmente o nitrogênio e o oxigênio.
l uminoso do Sol).

Como as auroras
polares se formam
Após viajarem cerca de 150 m ilhõe§ de quilô-
metros, as partículas elétricas originárias do
Sol são desviadas em d ireção aos dois polos e
atraídas pelo campo magnético da Terra. Ao se
chocarem com os gases atmosféricos provo-
cam fenômenos luminosos na alta atmosfera,
entre 80 e 500 quilômetros acima da superfície.


,,
•,, ,, ,,
,,
,, ,, ,, ,,
,,
,, ,, ,,
,, ,, ,,
,,


•• ,,
,, ,, ,, ,,

,, ,,
"' ,, ,,
""
... ... - ...
... ... O campo magnético ·da Terra func iona

-- como um escudo protetor contra os ven -


tos solares (alta radiação). Se não fosse
esse campo magnético, a alta radiação
chegaria à superfície causando séri os
proble.mas de saúde.
··•,.:;.

r ·.............................. . . ....
: • Pesquise sobre o tema magnetismo
terrestre e ventos solares como forma
de aproveitar os conhec imentos da ,,.
Física que explicam a ocorrência das
auroras polares.
-\·•
Ilustrações produzidas com base em: AGÊNCIA
Espacial Americana (NASA}. Disponível em:
<http:// nasasearch.nasa.gov/search/news?affifiat ·
e= nasa&channel=704&query: polar+aurora&s0 ;
rt_by=date>. Acesso em: 14 dez. 2015 . .
.•.

Atividades ..•••••• •..
•• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :
/: ~-1 •
('!:-
Anote as respostas no caderno.

1. Que características conferem à esfera Veja o exemplo: Nova York: 40° N - 75° O.
terrestre o formato de um geoide? a) Santiago; e) Moscou;
2. Defina: b) Cairo; d) Los Angeles .
a) paralelos; e) meridianos; 5. Por que os limites práticos dos fusos não
b) latitude; d) longitude. coincidem com os limites teóricos que
3. Quando nos deslocamos de oeste para estabelecem as 24 faixas horárias na
leste, passando de um fuso para outro, superfície terrestre?
as horas aumentam ou diminuem? Ex- 6. Qual é o principal fator que define e d i-
plique por que isso ocorre. ferencia as quatro estações do ano no
4. Observe novamente o mapa de coorde- planeta Terra? Explique.
nadas geográficas, na página 16, e es- 7. O que são solstícios e equinócios?
creva a coordenada geográfica aproxi-
mada das c idades indicadas a seguir.
8. Por que as estações do ano ocorrem de
maneira invertida ent re os hemisférios
Norte e Sul da Terra?
~
00 / Expand indo o conteúdo

9. Leia o texto, analise a imagem e realize uma produção de texto.


Embora em épocas passadas chegou-se a acreditar que a superfície terrestre fosse
plana, algumas situações vividas no d ia a dia mostravam outra realidade, ou seja, evi-
denciavam que o planeta possuía o formato esférico. A figura a seguir most ra um des-
ses indícios, que Aristóteles, em 322 a.e., utilizava para argumentar que a Terra tinha
formato esférico. Explique esse argumento com base na figura.

(D ® ®
Ilustração produzida com base
em: MATSUURA. óscar T.
Atlas do universo. São Paulo:
Scipione. 1996. p. 10.

- ~

----l

28
10. Leia o texto e responda às questões.

[...)
Em poucas décadas a partir de 1280, o mundo viu um crescimento extraordinário do
comércio e, com ele, maior prosperidade para potências marítimas como Veneza, Espa-
nha e Grã-Bretanha. Uma única invenção - a bússola magnética - tornou isso possível. A
bússola foi o primeiro instrumento a permitir a navegadores no mar, em terra e - muito
mais tarde - no ar determinar sua direção de modo rápido e preciso a qualquer hora do
dia e da noite e sob praticamente quaisquer condições. Isso permitiu que mercadorias
fossem transportadas de maneira eficiente e confiável através dos mares e abriu o mundo
para a exploração marítima. A Terra nunca mais poderia ser vista da mesma maneira.
[ .1
ACZEL, Amir O. Bússola: a invenção que mudou o mundo. Tradução Maria
Lciza X. de A. Borges. Rio de Jane~o: Jorge Zahar. 2002. p. 7.

a) Como funciona uma bússola?


b) Explique a afirmação do tex to que diz que a bússola "abriu o mundo para a explo-
ração marítima".
e) O texto deixa entender que a bússola foi inventada somente por volta do século XIII.
Pesquise dados que confirmem, ou não, essa informação e registre suas conclusões.

11. Analise a imagem e responda à questão.


Considerando que I está localizado sobre o 75° 60° 45° 30° 75° 0° 75° 30° 45° 60° 75°
1
Meridiano de Greenwich, imagine que você 1 :;;:
1 "' • B
está na cidade A e precisa conversar, por 1 5:
videoconferência, com outras três pessoas. • D "o • A
1 :,
1 a.
Uma delas está na cidade B, outra, na cidade ' "'
1 ,,,.

C, e a terceira, na cidade D. O horário com-


binado para a conversa é 14 horas, no horário •e
·~
1 "'

•n
"'

1 :,-
1
de Greenwich. Qual será a hora local da video-
Oeste leste
conferência para cada um dos participantes? 1
1

12. Leia os textos e responda às questões.

Governo estuda ampliar horário de Hospital das Clínicas orienta sobre


- para economizar
verao . energia . como se adaptar ao horário de verão
• • • • • •

ALISKI, Ayr. Governo estuda ampliar horário de verão para HOSPITAL das Oinicas orienta sobre como se adaptar ao horário
economizar energia. O Estado d e S. Paulo. São Paulo, 6 fev. de verão. O Estado de S . Paulo , São Paulo, 15 out. 2010.
2015. Disponível em: <http://economia.estadao.eom.br/noticias/ Disponível em: <Www.estadao.com.br/noticias/vidae,
geral,govemo-estuda- ampliar-horario-de-verao-para-economizar- hospital-das-clinicas-Oíienta-sobre-como•se-adaptar-ao-
ene,gia,1630237>. Acesso em: 31 ago. 2015. horario•de•ve<ao.625292.0 .htm>. Acesso em: 31 ago. 2015.

a) O que é o horário de verão? Qual é o objetivo do governo ao adotá-lo?


b) Quais vantagens ou desvantagens sobre o horário de verão as manchetes comentam?
e) Em sua opinião, o horário de verão é uma medida interessante? Justifique sua resposta.

13. Realize a pesquisa a seguir.


Atualmente, o GPS possui diversas aplicações desenvolvidas pelo ser humano. Pesqui-
se algumas dessas utilidades, escolha uma delas e redija um texto-resumo, explicando
como esse sistema é aplicado em uma determinada atividade. O texto também deve
conter as possíveis vantagens ou melhorias proporcionadas pelo GPS a essa atividade.

Noções espac:iais I 29
•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

Geografia, ciência e cultura ~ ' - - - - - - - - -

Estudos indicam que a civilização pré-colombiana maia possuía grandes conhe-


cimentos astronômicos e matemáticos. Leia o texto a seguir e saiba um pouco
mais sobre o conhecimento dos maias.
Como os maias sabiam tanto sobre astronomia?
Enquanto estiveram no auge, entre os anos 200 e 900, os maias, que habitaram a
r.c~-~-;~-~t~~~~~t~~--! América Central, foram uma das civilizações mais cabeças do planeta. Seus conheci-
simples e de fácil
mentos matemáticos e de astronomia estavam não apenas à frente de todos os outros
acesso, como
lunetas amadoras, povos vizinhos, mas também dos chineses e dos europeus. [...] Eles também eram
é possível realizar excelentes observadores do céu. Em várias cidades maias, como Palenque, Sayil e
observações Chichén Itzá, os centros astronômicos ocupavam áreas centrais. [. ..]
noturnas do céu,
Cruzando a matemática com a observação, os maias conseguiram conhecer, com uma
como forma de
investigar os precisão espantosa, a duração dos ciclos lunar, solar e do planeta Vênus. Eles calcularam
astros que que Vênus passa pela Terra a cada 583,935 dias - algo espantosamente próximo do nú-
aparecem na mero considerado correto hoje, que fica entre 583,920 e 583,940. Também definiram que
abóbada celeste. ...- o ciclo lunar dura 29,53086 dias (atualmente os astrônomos falam em 29,54059). Os maias
: .........................................·
registraram que o Sol completa seu ciclo em 365,2420 dias, enquanto que na atualidade
esse número está definido em 365,2422. Com base nesses conhecimentos, eles criaram
um conjunto de calendários complexos e interligados que, juntos, formavam um dos sis-
temas de contagem do tempo mais precisos de sua época.
Documentos queimados
Hoje sabemos que os maias estavam certos em seus cálculos. Mas como foi possível
que eles avançassem tanto sem usar nenhum tipo de lente? Entre os europeus, a as-
tronomia só começou a avançar mais rápido lá pelo século 17, quando Galileu Gali-
lei se apropriou da invenção do telescópio [...]. É difícil saber como os maias chega-
ram a essas conclusões porque, enquanto Galileu localizava manchas no Sol e identificava
o planeta Júpiter, os espanhóis se empenhavam em destruir a civilização maia. Como os
maias não tinham um reino unificado, foi um pro-
~ -~ _ cesso lento, em que cada cidade-Estado caiu
il:'f;-\ sozinha. A última, Tayasal, foi derrotada em
Em observatórios, como o de
Chichén ltzá, localizado em _. â:;,~ _;~_:-1 ~J
1697. Todas elas foram saqueadas e tiveram
. ,~f~ .~ ;{~~ . bibliotecas e templos queimados.
14i.:.
Yucatán, México, cujas ruínas
observamos na fotografia ao lado, . . , 1 .,., []

de 2012, os maias observavam a cr, . • ·-·


CORDEIRO, T iago. Como os maias sabiam tanto sobre
movimentação dos corpos celestes. J .,
astronomia?. Superinteressante. São Pau'°: Abril.
n. 240a. jun. 2007. Disponível em: <http://super.abril.com.
br/historia/como-os- maias-sabiam-tanto-
sobre -astronomia>. Acesso em: 27 out. 2015.
T iago Cordeiro. Abril Comunicações S.A .

• 1
1
"
1492: a conquista do paraíso
A Geografia no cinema

O filme narra a viagem do navegador e explorador genovês Cristóvão Colombo,


que pretendia chegar às Índias pelo Oeste ou Ocidente, vislumbrando ampliar os
mercados europeus e traçar uma nova rota para o comércio de especiarias.
Utilizando instrumentos para a navegação, como bússola, astrolábio e mapas,
,
ele chega à terra firme, mas muito mais distante do que as lndias: havia alcançado
o "Novo Mundo", a América.

• Título: 1492: a conquista do


·' paraíso
. Diretor: Ridley Scott
. Principais atores: Gérard
Depardieu, Sigourney
Weaver, Armand Assante,
Michael Wincott, Kevin Dunn
Ano:
. Duração: 156 minutos
• Origem: Estados Unidos,
~ la terra, França e Espanha

Capa do filme: 1492: a


conquista do paraíso

e Paraler

• ACZEL, Amir D. Bússola: a invenção que mudou o mundo. Tradução Maria Lui-
za X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
• CHERMAN, Alexandre; VIEIRA, Fernando. O tempo que o tempo tem: por que
o ano tem 12 meses e outras curiosidades sobre o calendário. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2008.
• RAMOS, Fábio Pestana. No tempo das especiarias: o império da pimenta e do
açúcar. São Paulo: Contexto, 2004.
• SIMAAN, Arkan; FONTAINE, Joelle. A imagem do mundo: dos babilônios a
Newton. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

e Para navegar

• FUNDAÇÃO Planetário da Cidade do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://


tub.im/t8txoy>. Acesso em: 31 ago. 2015.
,
• OBSERVATORIO Nacional. Disponível em: <http://tub.im/eqt6td>. Acesso em: 31
ago. 2015.
• PORTAL do professor: estações do ano. Disponível em: <http://tub.im/qht6aq>.
Acesso em: 31 ago. 2015.
• PORTAL do professor: Sistema de Posicionamento Global - GPS. Disponível
em: <http://tub.im/hj7yre>. Acesso em: 31 ago. 2015.
• WORLD Time Zone. Disponível em: <http://tub.im/b773mq>. Acesso em: 31 ago.
2015.

Noções espaciais I 31
...
... ........
. ..
Questões do Enem e Vestibular
. _.: " 1
.................................................................................... .Anote as r espostas no caderno •

1. (UEL-PR) Durante séculos, houve controvérsias janelas dos quartos não devem estar voltadas,
sobre a forma do planeta e sua representação. respectivamente, para os pontos cardeais: A.
A ideia do contorno da Terra, na Grécia Clás- a) norte/sul. d) oeste/leste.
sica, foi influenciada por concepções filosófi - b) sul/norte. e) oeste/oeste.
cas acerca da esfera, considerada a mais e) leste/oeste.
perfeita das formas. No medievo, o uso das
sagradas escrituras como fonte de conheci- 3. (ENEM-MEC) Leia o texto abaixo.
mento sobre o planeta gerou críticas severas
O jardim de caminhos que se bifurcam (. .. )
aos defensores de concepções pagãs. No Uma lâmpada aclarava a plataforma, mas os ros·
século XVI, a primeira circum-navegação com- tos dos meninos ficavam na sombra. Um me per-
provou a esfericidade do planeta, passível de guntou: O senhor vai à casa do Dr. Stephen Al·
visualização desde 1960, com a corrida espa- bert? Sem aguardar resposta, outro disse: A casa
cial e o desenvolvimento da televisão. Com fica longe daqui, mas o senhor não se perderá se
base no texto e nos conhecimentos sobre o tomar esse caminho à esquerda e se em cada
tema, considere as afirmativas a seguir. encruzilhada do caminho dobrar à esquerda.
1. O conhecimento especulativo produzido na (Adaptado. Borges. J. Ficções. Rio de Janeiro: Globo, 1997. p. 96).

antiguidade clássica e no medievo possibilitou


Quanto à cena descrita acima, considere que
concepções tanto aproximadas quanto distan-
1 - o sol nasce à direita dos meninos; li - o
tes da forma real do planeta.
senhor seguiu o conselho dos meninos, tendo
li. As representações cartográficas produzidas na encontrado duas encruzilhadas até a casa.
Europa medieval eram descoladas da menta- Concluiu-se que o senhor caminhou, respec -
lidade da época, na qual predominava uma t ivamente, nos sentidos: A.
cosmografia baseada em expedições voltadas a) oeste, sul e leste.
ao conhecimento do mundo natural. b) leste, sul e oeste.
Ili. As representações da superfície da Terra, a e) oeste, norte e leste.
partir do Renascimento, tinham estreitas rela- d) leste, norte e oeste.
ções com conhecimentos experimentais e
e) leste, norte e sul.
ampliaram a concepção predominante na
antiguidade clássica sobre a forma do planeta. 4. (UFBA-BA) Cada ponto do espaço geográfico
IV. A imagem da Terra vista do espaço, sintetizada possui uma localização que pode ser rigoro -
na frase de Yuri Gagarin: "a Terra é azul", con- samente determinada.
tribuiu para aprofundar a ideia da fragilidade
e finitude do planeta.
Estão corretas apenas as afirmativas: B.
a) lell. d) l,llelll.
b) li e IV. e) 1, Ili e IV.
e) Ili e IV.

2. (ENEM-MEC) "Casa que não entra sol, entra


médico." Esse antigo ditado reforça a impor-
tância de, ao construirmos casas, darmos
orientações adequadas aos dormitórios, de
forma a garantir o máximo conforto térmico e
salubridade. Assim, confrontando casas construí- Com base na afirmação, na análise do mapa
das em Lisboa (ao norte do Trópico de Câncer) e nos conhecimentos sobre a localização geo-
e em Curitiba (ao sul do Trópico de Capricór- gráfica dos lugares e suas relações espaciais,
nio), para garantir a necessária luz do sol, as pode-se afirmar: (02), (04), (08) e (16). Total: 30.

32
(01) 1 e li situam-se em hemisférios contrários, 6. (UEAL-AL) Cada uma das 24 partes iguais em
em função de suas respectivas posições que foi d ividido o globo terrestre, segundo os
longitudinais, porém apresentam ambien- meridianos, é denominada fuso horário. Teori-
tes climáticos semelhantes. camente, cada fuso horário t em uma distância
(02) Ili apresent a, pela sua posição geográfi ca, longitudinal correspondente a: E.
menor grau de latitude em relação a I e a) 25º. e) 10°. e) 15°.
maior grau de longitude em relação a li. b) 24°. d) 30°.
(04) A int ersecção entre as coordenadas geo- 7. (UNEMAT-MT) Um investidor da bolsa de valo -
gráficas - latitude e longitude - , medi- res resident e na cidade de Tóquio (Japão),
das em graus, permite a localização de localizada no fuso horário de 135 E, lembrou,
qualquer lugar na superfície terrestre. às 23:00 horas daquela cidade, que precisaria
(08) O Sist ema de Posicionament o Global comprar soja no horário de pico do pregão da
Bolsa de São Paulo, localizada no fuso de
(GPS) calcula a posição dos satélites por
45 W, pois, de acordo com informações da
meio de sinais e determina, com exatidão,
meteorologia, as cond ições de t empo que
a localização de qualquer ponto na su -
seguiria no Brasil contribuiriam para a diminui-
perfície da Terra, fornecendo a altitude do
ção da o ferta do produto e, consequentemen-
lugar e as coordenadas geográficas.
te, elevariam sensivelmente os preços . Consi-
(16) As relações entre os diversos lugares do derando os mecanismos geográficos dos di-
espaço geográfico ocorrem por meio de ferent es fusos horários no planeta Terra, daria
fluxos e/ou de redes, que se espalham tempo para o investidor proceder à referida
por todo o p lanet a, em escalas hierárqui- transação econômica? o.
cas e densidades diferenciadas. a) em função do movimento de Revolução da
(32) O controle do continent e asiático pelo Terra, com giro de sul para norte registrava-
imperialismo europeu, no século XIX, foi - se naquele mesmo instante 17 horas em
dificult ado devido ao desconhecimento, São Paulo, port anto, tempo hábil para o
por parte dos exploradores, das técnicas investidor proceder t al operação financeira.
e dos equipamentos necessários à orien- b) em função do movimento de Rotação da
tação geográfica. Terra, com giro observado de lest e para
5. (PUC-MG) Observe as coordenadas geográficas oest e, naquele mesmo instante registrava-
. - se 11 horas em São Paulo, portant o, tem-
a seguir.
po háb il para o investidor proceder tal
operação financeira.
e) em função dos moviment os de Translação
•2 4•
10' 20• N e Rotação da Terra acontecerem conco-
•1 s.
o mitant emente, e possuírem a mesma ca-
-o
20' 10• li
!!
racterística quant o ao ângu lo dos seus
•3 6 •
,,.,• movimentos, já se fazia noite nas duas ci-
=
10• 20• 20• 10°
"' dades mencionadas.
d) em função do movimento de Rotação da
Assinale a afirmativa INCORRETA. o.
Terra, com giro de oeste para leste, naque-
a) Os pontos 4, 5 e 6 est ão localizados a Oes- le mesmo instante registrava-se 11 horas em
te do Meridiano de Greenwich. São Paulo, port anto, tempo hábil para o
b) Os pontos 3 e 4 estão localizados nas mais investidor proceder à operação financeira.
altas latitudes represent adas. e) em função do movimento de Translação da
e) Os pontos 1, 2 e 3 estão localizados no Terra, com giro de norte para sul, registra-
Hemisfério Sul. va- se naquele mesmo inst ante 17 horas,
d) Os pontos 2 e 4 estão localizados nas la- portanto t empo háb il para o investidor
titudes mais próximas do Equador. proceder à operação financeira.

Noções espaciais 33
8. (PUC-RS) Considerando que na cidade de Tor- países da Europa e América do Norte, que
res, litoral do Rio Grande do Sul, o sol nasce, encontram -se em latitudes mais elevadas
pela manhã, em média, 30 minutos antes que que o Brasil.
na cidade de Uruguaiana, situada na margem Estão corretas apenas as afirmações: A.
esquerda do rio Uruguai, no mesmo estado, é a) 1, li e IV. d) 1, li e Ili.
correto afirmar que: e.
b) 11 e IV. e) 1 e li.
a) a cidade de Torres encontra-se na mesma
e) Ili e IV.
long itude que a cidade de Uruguaiana,
porém em latitude d iferente. 10. (PUC-RS) Três jovens amigos estão localizados
b) a cidade de Uruguaiana está situada ales- em pontos diferentes da Terra: Paulo está a
te de Torres, na região da Depressão Peri- 165º Leste de Greenwich; Pedro permanece a
férica. 45º Oeste de Paulo, e Clara está a 2º Oeste
e) a cidade de Torres está situada numa longi- de Greenwich. Sabendo que no Meridiano
tude a leste da c idade de Uruguaiana, com Inicial são 18 horas do dia 5 de janeiro, a hora
uma distância longitudinal inferior a 15º. legal e o dia em que Paulo, Pedro e Clara
d) a c idade de Torres está situada ao sul da estão são, respectivamente, E.
cidade de Uruguaiana, numa distância lati- Paulo Pedro Clara
t udinal superior a 15º, portanto em outro a) 4h - d ia 6 2h - dia 6 16h - d ia 5
fuso horário. b) 5h - dia 6 3h - dia 6 5h - dia 5
e) ambas estão situadas na mesma latitude, e) 17h - dia 5 15h - dia 5 18h - d ia 6
porém devem estar separadas por uma d) 7h - dia 6 9h - dia 5 18h - d ia 6
distância de 15º de longitude. e) 5h - dia 6 2h - dia 6 18h - d ia 5

9. (UTFPR-PR) Por possuir uma grande extensão 11. (UTFPR-PR) Durante a translação da Terra e em
no sent ido leste-oeste, o Brasil abrange três função da sua obliquidade e esfericidade, o
fusos horários, sendo que o horário de Brasí- ângulo de incidência dos raios solares se modi-
lia é adotado como a hora legal do país. A fi ca durante o ano. Assinale a única alternativa
esse respeito analise as afirmações abaixo: correta sobre os fenômenos observados quando
1. A hora de Brasília encontra-se 3 horas defasa- ocorrem os equinócios durante o ano. A.
da em relação à hora de Greenwich, sendo a) A incidência do Sol é vertical sobre o equa-
que durante o horário de verão, no Brasil, essa dor e mais oblíqua perto dos polos.
d iferença diminui para 2 horas. b) A inc idência do Sol é perpendicular ao
trópico de Câncer e oblíqua no equador.
li. Geralmente, o horário de verão é adotado ape-
e) A incidência do Sol é perpendicular ao trópi-
nas nos estados brasileiros mais distantes da
co de Capricórnio e oblíqua na latitude 23°S.
linha do equador porque, nos locais mais ao
norte do país, a variação do fotoperíodo (par- d) A duração do d ia é maior que a duração
da noite no Hemisfério Sul.
te do dia iluminado pela luz solar) é pequena
entre as estações. e) A duração do dia é menor que a duração da
noite no Hemisfério Sul.
Ili. Durante a vigência do horário de verão de
2006/2007, os relógios dos Estados do centro- 12. (UERJ - RJ)
-sul foram adiantados em 1 hora. Logo, se os
relógios em Brasília marcassem 14 horas, 1 República Popular da China (2013) \

nessa situação, no Acre seriam 15 horas e, Superfície terri torial 9600000 km 2


nos estados da região nordeste, mais ao leste,
Longitude do ponto
seriam 12 horas. extremo oeste do território
74° leste

IV. O horário de verão apresenta muitos benefícios Longitude do ponto 134°30' leste
em relação à economia no consumo de ener- extremo leste do território
gia, e por isso é adotado também em muitos Fonte: IBGE

34
Apesar de ser um país mais extenso do que 15. (UFRGS- RS) Como consequência dos movi-
o Brasil, a China possu i apenas um horário mentos de rotação e translação, realizados
oficial para todo o território nacional. pelo planeta Terra, há uma variação na inci-
Caso os chineses adotassem o sistema inter- dência dos raios solares sobre a superfície
nacional baseado no horário de Greenwich, o terrestre, no decorrer do ano.
número aproximado de f usos horários que
haveria no país seria de: B. A esse respeito, considere as seguintes afir-
-
maçoes.
a) 2
b) 4 1. Os raios solares atingem a superfície da Terra
e) 6 durante o dia e, à noite, a superfície se resfria.
d) 8 li. A incidência de radiação solar diminui em dire-
13. (UEM-PR) É CORRETO afirmar que, devido ao ção às regiões de alta latitude.
movimento de translação da Terra, B. Ili. A incidência da radiação solar, nas reg 1oes
a) o globo terrestre foi dividido em 24 fusos localizadas em zonas temperadas, varia muito
horários e quinze meridianos. ao longo do ano.
b) só há duas ocasiões em que os dois he- Quais estão corretas? E.
misférios recebem a mesma quantidade
média de insolação, essas épocas do ano a) Apenas 1.
são conhecidas como equinócios. b) Apenas li.
e) quando é solstício de primavera no hemis-
e) Apenas Ili.
fério norte, é equinócio de outono no he-
misfério sul, pois, nessa época do ano, a d) Apenas li e Ili.
Terra encontra-se inclinada em relação ao
e) 1, li e Ili.
plano de sua órbita.
d) na calot a polar su l, na latitude 90º S, a 16. (UFSJ-M G) "Uma lua espetacular durante boa
noite dura 12 meses. parte do dia. Não havia mais dia e eu não
e) d ias de solstícios e de equinócios apresen- havia percebido. O céu avermelhado e cris-
tam a mesma duração do dia claro, pois o talino por algumas horas e uma longa noite
sol encontra-se perpendicular à linha do em seguida. Pôr e nascer do sol reunidos num
Equador nesses dias. único e breve esforço de luz, próximos ao
meio dia verdadeiro. (. .. ) Manhã e entardecer
14. (UFRGS- RS) Um menino que mora em uma
eram agora próximos".
c idade localizada sobre a linha do equador
Amir Klink, Parati: entre dois polos. São Paulo.
(latitude Oº) quer construir uma casa para a Companhia das Letras, 1998, p. 108.
morada de pássaros, de forma que possa
aproveitar melhor a entrada de raios de Sol. O O fenômeno descrito indica que o barco de
menino deve colocar a entrada da casa orien- Amir Klink se encontrava em uma região D.
tada no sentido E.
a) norte, pois assim terá Sol na maior parte do a) localizada da Zona Tropical sob influência
ano. do Sol da Meia-Noite.
b) oeste, pois terá sempre o Sol da manhã b) de baixa latitude e exposta a clima frio e
nas estações de inverno e verão. noites maiores que os dias.
e) sul, pois terá sempre o Sol na estação do
'
inverno, mas nao- no verao.
- e) sob o domínio do Solstício de verão e sujei-
t a a pequenas variações entre o dia e a
d) norte, pois terá sempre o Sol na estação
noite.
do inverno, mas não no verão.
e) leste, pois sempre terá o Sol da manhã nas d) de latitude elevada, com grande variação
estações de inverno e verão. da iluminação solar ao longo do ano.

Noções espaciais 35
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• 11 .
·.-; tí - ·
. .. L _; 1
Ao longo da história, as representações cartográfi-
cas têm evoluído, acompanhando o desenvolvimento
tecnológico da nossa civilização. Novas técnicas e ferra-

= mentas foram e continuam sendo desenvolvidas e podem ser


utilizadas na confecção de mapas e cartas cada vez mais
diversos, fidedignos à realidade e de fácil entendimento.
• Muitas pessoas consultam mapas em diferentes ocasiões.
'
Algumas utilizam essas representações como ferramen-
ta de trabalho. Como os mapas podem ser úteis em situa-
ções do dia a dia? O que um mapa precisa apresentar para
ser interpretado e compreendido?

..

~
' '

37
/ As convenções cartográficas
Como forma de comunicação gráfica que representa a realidade em um plano
bidimensional, os mapas possuem uma linguagem visual própria - chamada lin-
guagem cartográfica - , que se distingue de outras formas de representação grá-
fi ca. Essa linguagem, criada com o objetivo de facilitar a leitura e compreensão
das informações dos mapas, abrange um variado sistema de signos (linhas, cores,
símbolos, figuras geométricas, desenhos, texturas etc.). Esse sistema se expressa
na forma de legenda - parte do mapa que contém o significado de toda a simbo-
logia utilizada em sua representação.
É por meio dessa simbologia que conseguimos identificar, por exemplo, a loca-
lização de cidades, portos e aeroportos, o traçado de rodovias e ferrovias, o curso
de rios, o tipo de clima ou vegetação de certa área, o tipo de lavoura cultivada em
uma região, a movimentação dos fluxos migratórios em um território etc.
Embora não exista uma padronização obrigatória para cada informação repre-
sentada em um mapa, existem várias convenções básicas que, de acordo com a
simbologia utilizada, auxiliam o leitor a compreender imediatamente o fenômeno
representado. Um exemplo clássico de convenção é o uso da cor azul para repre -
sentar rios, lagos, mares e oceanos.
O quadro abaixo apresenta algumas das convenções cartográficas mais utiliza-
das nos mapas.

•u
~
e

Linhas ___,..... Rio permanente ....r-- Ferrovia /v Oleoduto .f


e
!
.... ,- .. Rio temporário ___,..... Rodovia /v Gasoduto "'•
...,.-= Trecho de rio ---·- Limite interestadual - Fluxo aéreo
navegável ___,..... Limite internacional - Fluxo marítimo
Altitude em metros Uso do solo Habitantes por km 2
• Floresta • Mais de 100
Cores/ 1200 • Lavoura • oe 26 a 100
texturas 800
500 • Pastagem • oe 6 a 25
200 • Áreas congeladas • oe 3 a 5
o • Região montanhosa • Menos de 3

• Diamante Capital federal


l!l :X Aeroporto
Figuras • Cobre @ Capital estadual ., Porto
• Ferro • Cidade • Hidrelétrica
• Ouro o Povoado • Termelétrica
Ilustração produzida com base em: MARTINÉLLI, Marcelo. Mapas da Geografia
e Cartografia Temática. 5. ed. São Paulo: Contexto. 2010. p. 40-41.
.

Ainda que as possibilidades de representação dos fenômenos sejam muitas, dada a


. quantidade e variedade de convenções existentes, a escolha da simbologia utilizada em um
. mapa é muito c riteriosa. Muitas vezes, o próprio fenômeno representado determina essa
.l escolha. Assim, no caso de fenômenos representáveis por uma linha, como o traçado das
: rodovias e ferrovias em um terreno, são utilizadas linhas com determinadas cores e
~ essuras para representá-los e identificá-los.

38
• Representação cartográfica
@
do relevo
A Cartografia d ispõe de algumas técnicas
para representar as altitudes existentes no rele-
vo. Uma delas é a elaboração de mapas e car-
tas topográficas traçadas com base nas curvas
de nível.
As curvas de nível são linhas que unem os
440
pontos do relevo de mesma altitude (figura A),
tendo como referência o nível do mar (O metro de 400

altitude). Observe a sequência de imagens ao 350


'' '
lado, que mostra esse tipo de representação car- @ L,--c=
~
325
'
300
tográfica. '' ' ' ''
O traçado das curvas sobre o relevo represen -
'' '' '' '' ~ 250
' '' ' '
ta a união dos pontos de mesma altitude, man- '' '•' '' ''
200
tendo entre si sempre a mesma distância vertical '' '' '' '
'' '' '' '''
(figura 8). '' '' '' ''
''' ''' ''' ' '
Os mapas hipsométricos (do grego húpsos, '' '' '' '''
'' ' '
"altura, elevação"; e métron, "medida") represen - '' ' ' '
tam as alt itudes do relevo por meio de uma con- 50
~
venção de d iferentes tonalidades de cores,
previamente estabelecidas, para representar o
relevo conforme as diferentes faixas de altitude.
©
As tonalidades de cores frias (verde e amare-
lo, por exemplo) são utilizadas para representar
as altitudes mais baixas; já as tonalidades de
cores quentes (laranja, vermelho e marrom), para Altltude
em metros
indicar as altitudes mais elevadas (figura C). É
pela maneira como as curvas de nível estão dis-
postas em um mapa que identi ficamos os pon-
tos altos e baixos do terreno e podemos ler as
variações altimétricas do relevo. Assim, se as
curvas de nível estiverem mais próximas umas
das outras, significa que a declividade do terre- @
no é maior; portanto, mais íngreme é o relevo
(próximo ao ponto 8). Se as curvas de nível es- Perfil topográfico \
\.
Altitude
tiverem mais distantes umas das outras, a decli- em metros
vidade do terreno é menor; portanto, mais plano 450 +-- - - - - - - - - - - - - - - - - -
e suave é o relevo (próximo ao ponto A).
Por meio das curvas de nível de uma repre-
sentação cartográfica (mapa ou carta) é possível
traçar um perfil topográfico (figura D) e com isso
visualizar a forma do relevo de uma determina-
da área.
O perfil topográfi co mostrado ao lado foi ela- A
200
B j
borado com base no traçado da reta A8, indica-
Ilustrações conforme: FERREIRA. Graça Maria lemos. Atlas geográfico: espaço
da na figura C. mundiaJ. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 15. 1 atlas. Escalas variam.

A Cartografia e suas linguagens 39


/Acartografia Temática
Desde os primeiros anos na escola, aprendemos que os mapas são represen-
tações gráficas, em tamanho reduzido, de um espaço real. No entanto, o espaço
geográfico é repleto de informações que podem ser mapeadas, daí a dificuldade
de se representar todas essas informações em um único mapa. Por exemplo, um
mapa que represente vários fenômenos de uma só vez, como o clima, o relevo, a
vegetação etc., teria a sua leitura prejudicada e talvez até fosse incompreensível.
Por isso a necessidade de se elaborar mapas com temas específicos, os cha-
mados mapas temáticos, que fornecem informações sobre um determinado tema
ou fenômeno específico, como os mapas agrícolas, climáticos, geológicos, econô-
micos, populacionais etc.

• Tipos de mapas temáticos


r.id-~~titi~~~-~-~------- ·i
: -
De acordo com o tema abordado, os mapas temáticos podem ser agrupados
mapa os da seguinte maneira:
.j
. principais • mapas demográficos: representam fenômenos como distribuição da popula-
elementos da ção, fluxos migratórios, religiões, grupos étnico-linguísticos etc.;
represen tação
cartográfica: • mapas físicos: mostram fenômenos naturais, como clima, vegetação, relevo,
título, legenda, estrutura geológica, hidrografia, correntes marítimas etc.;
escala, orientação ! • mapas econômicos: representam fenômenos econômicos, como espacializa-
e fonte de .i ção da produção agropecuária, industrial e de mineração, fluxos comerciais,
informação_ .,
........................................·.'' redes de transportes etc.;
• mapas históricos: mostram
\ fatos históricos, como o pro-
Brasil: principais grupos indígenas - 1500
cesso de ocupação ou colo-
N
nização de um país ou
O*L s Equador
continente, o domínio territo-
rial e a distribuição geográfi-
o• ca de determinados povos
em épocas passadas (ver
exemplo ao lado) etc.

. _,, .. Atual limite do território brasileiro


··----·-- Atual divisão político-administrativa
• brasileira
- Tupi-guarani - Pano
- Jê - Tucano
- Aruaque - Charrua
- -----
-Trópico de capricómío __ • cariba - Outros grupos
- Cariri
OCE, IXO
OCE.li\'O
P ICÍFICO ,lTLi.\'T!CO

360 km Fonte: GIRARDI. Gisele: ROSA.


50° 0 Jussara Vaz. Atlas geográfico do
estudante_ São Paulo: FTD. 2011_
p. 20. 1 atlas. Escalas variam.

40
Mapas temáticos e suas representações
Ao representar a localização espacial de um fenômeno, os mapas respondem a
uma pergunta crucial: onde esse fenômeno ocorre? Muito mais do que mostrar
a posição de algo no espaço, os mapas fornecem respostas para várias questões
importantes. Observe o quadro abaixo e os exemplos a seguir.

Ao representar o aspecto qualitativo de um


fenômeno, os mapas indicam: O quê? Qual? ..
Ao representar quantidades (aspecto quantitativo de
um fenômeno), os mapas indicam: Quanto? .. -
Ao representar determinada ordem (aspecto ordenado
de um fenômeno), indicam: Em qual sequência?

Ao representar certa dinâmica (aspecto dinâmico de


um fenômeno), respondem: Que movimento realiza
no espaço e em que tem p o?

Ilustrações produzidas com base em: MARTINELLI, Marcelo. Mapas da Geografia e


Cartografia Temática. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2010. p. 36.
MARTINELLI, Marcelo. Grâficos e mapas: construa·os você mesmo. São Paulo: Moderna, 1998. p. 110.

Representações qualitativas: As representações qua- Austrália: recursos minerais ,


litativas expressam fenômenos que se diferenciam pela N

sua natureza (tipo), indicando sua localização ou exten- "'[J!J ~ ' ® O


*L

são no espaço. O mapa ao lado, que mostra a distribui-
ção dos recursos minerais e energéticos no continente
• •
~
OCEANO
PACIFICO
~
australiano, é um exemplo de representação qualitativa. r.::'I~
l!!J
- - -:1 - - - ~ -- ----
Nele, as figuras são diferenciáveis pelo símbo-
Tipos de minerais
"tm fJD @
lo dos elementos químicos que representam a ~
[e!] Aluminio 1§1 Ouro @
localização pontual dos diversos tipos de mi-
~ Chumbo ~ Prata
nerais encontrados naquele território. ~ Cobalto ITIJ Titânio QC[ANO
~ Cobre ~ Tungstênio IHOIC[1

~ Estanho[[) Urânio 710 km


~ Ferro ~ Zinco
~ Manganês • Diamantes
Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas 9eo9ráfico do
estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 130. 1 atlas. Escalas variam. @ Niquei B
Carvão e linhito

Região Sul: estrutura geológica \


Representações ordenadas: As representações !!
e
SP

--
~
ordenadas expressam fenômenos que variam con- Eon Era Idade O* LMS ~
forme certa ordem ou hierarquia de grandeza (ta- -~ Cenorolca - -s - - ds c,p,;,:.,,..
- - - - -
i
V

~ 65Ma ..;

--
Mesozoica
manho, intensidade), ou determinada sequência 1 Paleozdca
250Ma PR
540Ma
temporal (do mais antigo ao mais recente). Por Neo· 25"5
·S pr01erozoica


exemplo, os mapas que mostram a relação hierár- g Paleo- 1000 Ma
õ prO!ef'Oldca
d:

-
quica das cidades em uma determinada rede urba- 2
2500Ma

na. Outro exemplo é o mapa ao lado, que apresenta !!


~
a estrutura geológica de uma área e sua datação. RS
U.::.Ul\O
Observe que a estrutura geológica dos terrenos da- ATlÃNT.ICO

tam de eras e períodos diferentes, de modo que


podemos perceber quais são os mais antigos e
quais são os mais recentes.

Fonte: ATLAS geográfico escolar.


190km
6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
p. 96. 1 atlas. Escalas variam. r.r o

A Cartografia e suas linguagens / 41


América do Sul:
pluviosidades médias \.
N Representações quantitativas: As representações quanti-


--.--~
O*l s
tativas expressam fenômenos que se diferenciam em quanti-
dades ou ordens de grandeza. Um exemplo é o mapa ao
lado, que mostra a quantidade de chuvas na América do Sul.
Nele, a quantidade de chuvas está representada por cores
que variam do verde-claro (áreas menos chuvosas, conse-
quentemente, mais secas) ao azul (áreas mais chuvosas,
portanto, mais úmidas).
Representações dinâmicas: As representações dinâmi-
cas expressam mobilidade espacial ou temporal de um fenô-
OCfANO
PACÍFICO
meno no espaço geográfico. Os movimentos populacionais
(fluxos migratórios), os fluxos de mercadorias (petróleo, car-
vão, minérios, produtos agrícolas etc.) e os fluxos de infor-
•• mações e de capitais são alguns exemplos de fenômenos
OC[A/>JO
ATLÂNTICO que se manifestam de maneira dinâmica no espaço. Como
exemplo, temos os mapas que mostram a direção e a in-
o Dezembro
a fevereiro (mm) tensidade dos fluxos migratórios que ocorrem no interior de
• 2400 um país ou mesmo entre países e continentes, como em
1800
1200 um mapa de fluxos de mercadorias (veja abaixo). Nessa re -
600 presentação, as setas indicam tanto a direção (origem e
300
destino) dos fluxos de mercadorias quanto a intensidade
desses fluxos, indicada pela largura de cada uma (setas
850km mais largas indicam fluxos mais intensos).
Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 59.
1 atlas. Escalas variam.

Mundo: fluxos de mercadorias - 2014 \


~ ~ ·~~··········" ·,eo• •
/
dinâmico, o OC.E.lNO
mapa ao lado PACIFICO ' ,. •• ,
também .

representa ••
um fenômeno
quantitativo,
por meio da
espessura
das setas.

l
l
\
\
\
',
\ ..

OCEANO \ ,

, \TLÀ.NrlCO \'··,,.,,•

..•,._
Comércio de mercadorias
'·-. . .-,
····· ·-....,~.. 11 43 , , . OCEANO
Fonte: WORLO Trade (em bilhões de dólares)
Organization (WTO). -------..+--•-·-··-···- - ,.
África INL>JCO
Oisponivel em: ~ lntrarregional
<www.wto.org/
english/res_e/statis_e/
its2015_e/its2015_e.
••• lnter·regiooal
2230 km
pdf>. Acesso em:
9 nov. 2015.

42
/ Escala cartográfica
Sabemos que todo mapa constitui a representação gráfica de um espaço real
em tamanho reduzido. A representação desse espaço, seja uma cidade, seja um
país ou continente e, até mesmo, toda a superfície terrestre, exige que suas di-
mensões reais sejam reduzidas para caber em um pedaço de papel. Essa redu -
ção se expressa por meio de uma escala - parte do mapa que indica a relação de
proporção ent re as suas dimensões e as dimensões reais da área representada. A
escala de um mapa pode ser representada de duas maneiras: na forma numérica
ou na forma gráfica.
Escala numérica: representada na forma de fração (por exemplo, ~ : lê-se um
10 00
sobre dez mil) ou na forma de razão (1 : 10000: lê-se um para dez mil). Veja abaixo.


[. numerador: indica
: a medida no mapa
-- J
' ................................................................................................................................................. :

1 denominador: indica a medida .j


na realidade (em centímetro). i
:

[ (em centímetro) 10000 Neste exemplo, a escala indica l


. que a distância real foi
ou
: reduzida 10 mil vezes
1 : 10000 .....
-· .............................................................................................................................................. .

Escala gráfica: representada por meio de uma reta graduada em segmentos


iguais (semelhante a uma régua), que expressa as medidas reais correspondentes
a cada segmento da representação. Essa escala tem a vantagem de informar as
medidas reais representadas de maneira direta. Veja o exemplo.

o 5 10 15 km Essa esca la informa. por exemplo. que cada centímetro na


representação equivale a S quilômetros na realidade.

A escala cartográfica
Simplificando escalas é uma relação
matemática entre as
Com o uso de um esquema de conversão de unidades (figura abaixo), podemos trans- dimensões do objeto
formar a medida de uma escala numérica (dada em centímetros) e encontrar sua medida real e as do desenho
(mapa] representado
correspondente em metros ou quilômetros. em um plano. Por
isso, sugere-se
explorar noções e
x10 x10 x10 x10 x10 x10 conhecimentos
~~~~~~ trabalhados em
Matemática, para
km hm dam m dm cm mm l auxiliar os alunos na
compreensão deste
quilômetro hectômetro decâmetro
' metro decímetro centímetro milímetro conteúdo .

+ 10 + 10 + 10 + 10 + 10 + 10

Para transformar centímetros em metros, temos que deslocar duas casas decimais da
direita para a esquerda e colocar uma vírgula. Por exemplo, em uma escala de 1 : 200 000
(1 centímetro= 200000 centímetros), temos:

200000 centímetros • 2000,00 = 2000 metros

Para transformar essa mesma escala (1 : 200 000) em quilômetros, basta deslocar cinco
casas decimais para a esquerda e colocar a vírgula. Nesse caso, temos:

200 000 centímetros • 2,00000 = 2 quilômetros

A Cartografia e suas linguagens 43


Trabalhando com escalas numéricas
A escala numérica de um mapa é expressa pela seguinte fórmula matemática:

E= D/d
em que: E = escala
D = distância real
d = distância no mapa

Vamos imaginar a seguinte situação: um motorista quer saber a distância real


(O) entre duas cidades. Em um mapa rodoviário na escala (E) de 1 : 2 000 000, ele
verifica com uma régua que a distância no mapa (d) entre essas duas cidades, em
linha reta, é de 8,5 centímetros. Nesse caso, ele pode calcular a d istância real
aproximada entre essas cidades da seguinte maneira:
O = d x E (Distância real = distância medida no mapa x escala)
D = 8,5 x 2 000 000 cm
D= 17000000 cm

l convertendo temos: D= 170 km

Sabendo a distância real (O) entre essas duas cidades e também a distância
entre essas cidades no mapa (d), podemos calcular a escala do mapa da seguin-
te maneira:
E = D .;. d (Escala = distância real .;. distância no mapa)
Utilizando o mesmo exemplo acima, temos:
E = 17 000 000 cm .;. 8,5 cm = 2 000 000

l então: E =1 : 2 000 000

Sabendo a escala do mapa (E) e a distância real (D), também podemos calcular
a distância entre essas c idades no mapa (d) da seguinte maneira:
d = D .;. E (distância no mapa = d istância real .;. escala)
Utilizando novamente o exemplo acima, temos:
d = 17 000 000 cm .;. 2 000 000 cm

l então: d= 8,5 cm

O taman ho da escala
A escala determina não apenas o tamanho da área representada em um mapa,
como também a riqueza de detalhes existentes na representação. Para represen -
tar áreas muito extensas da superfície, temos de utilizar escalas que reduzem
bastante os elementos representados. Os planisférios, por exemplo, são elabora-
dos em escalas muito pequenas (1 : 100 000 000, 1 : 150 000 000, 1 : 250 000 000).
Mas elas não permitem representações muito detalhadas da superfície. Em um
planisfério, não é possível encontrar as ruas nem os bairros de uma cidade, e uma
metrópole pode se torn ar apenas um ponto.
Para representar pequenas áreas, devemos utilizar escalas que não reduzam tan-
to o espaço representado. As plantas de uma cidade, por exemplo, são elaboradas
em escalas grandes (1 : 5 000, 1 : 1O000, 1 : 20 000). Essas escalas permitem a re -
presentação de áreas com alto grau de detalhamento e podem mostrar até mesmo
o traçado das ruas e dos bairros de uma cidade. Veja o quadro na página seguinte.

44
Paris: diferentes escalas \
escala pequena

1'-l
N
Quanto maior o denominador:
• menor a escala do mapa
• menor a riqueza de detalhes
q
.. • ~ Paris

1
ou 1: 50000000
50000000
1 : 31 000000
1
ou 1: 100000000
100000000 tJCEANO
,\TLÁN/"ICO

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185 km Afrd,terrànro

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OCEANO
ATLÀ~'f/CO

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, • Sabendo a relação entre a l
: escala e o nível de detalhes j
'
no mapa, para representar : 1: 14000000
os pontos turísticos de uma ~ Paris
. cidade você elaboraria um ..
mapa em escala grande ou
: em escala pequena? .
: Justifique sua resposta. ...,. 85km
................ ................ .. .............................

~Paris

Quanto menor o denominador: 1: 6000000


• maior a escala do mapa
• maior a riqueza de detalhes
1
ou 1: 10000 35km
10000

1
ou 1: 50000
50000
s

1: 3000000

-Quentin-e

Fonte dos mapas: LACOSTE,


w.,_.,--
Yves (Org.). Atlas 2000. Paris:
Melu
Nathan, 1999. p . 12. 1 atlas. 18 km
Escalas variam. _ ,,,,__ escala grande

A Cartografia e suas linguagens 45


Mapas, cartas e plantas
A palavra mapa, provavelmente de origem cartaginesa, surgiu na época das
grandes navegações europeias. Ao discutir as rotas de comércio, os caminhos e as
localidades geográficas, os comerciantes e navegadores rabiscavam essas informa-
ções em toalhas de mesa, conhecidas como mappas. A palavra carta, por sua vez,
vem de um termo egípcio que significa papel, derivado do papiro. Nos dois casos,
foi o material utilizado na confecção das representações que deu nome a elas.
Para além da origem etimológica, a diferença entre mapas, cartas e plantas
pode ser assim resumida:
• mapa: representação gráfica, em uma superfície plana e rigorosamente situada
em um sistema de coordenadas geográficas, dos diferentes aspectos naturais
e culturais de uma parte ou de toda a superfície terrestre (de outro planeta ou
de um satélite natural). Em geral, é elaborado em escala pequena e, por isso,
sem grande detalhamento dos elementos do terreno;
• carta: representação dos aspectos naturais e culturais da superfície terrestre,
geralmente elaborada em escala média ou grande, que mostra com precisão e
grande riqueza de detalhes os elementos do terreno, como a carta abaixo;
• planta: representação cartográfica geralmente em escala muito grande (maior
que a das cartas e dos mapas), destinada a fornecer informações muito deta-
lhadas e minuciosas do terreno, como a planta de uma casa, de uma rua ou
de um bairro .

..
, ...
Floresta, mata e bosque
« - Mangue
- ·•·~ Curso de água intermitente
~ Lago ou lagoa Intermitente
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- - Estrada pavimentada
= = Estrada sem pavimentação
• - - • caminha

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\ Reprodução da carta que mostra parte do município de Paranaguá, Paraná, na qual se observam detalhes
~ mo o traçado das ruas e diferentes construções.

46
!'Projeção cartográfica: diferentes
formas de representar o mundo
O globo geográfico pode ser considerado a representação mais fiel do nosso
planeta, pois conserva com certa exatidão tanto a forma esférica como as dimen-
sões da superfície terrestre. Devido a sua forma tridimensional, seu manuseio re -
quer prática e seu formato esférico não permite que toda a superfície terrest re
seja observada de uma só vez.
Os planisférios, por sua vez, têm a vantagem de mostrar toda a superfície ter-
rest re ao mesmo tempo, além de serem simples de manusear. Sua elaboração, no
entanto, esbarra em um problema crucial: qualquer tentativa que se faça para re -
presentar uma superfície esférica (tridimensional) em uma superfície plana {bidi-
mensional) causa, inevitavelmente, as chamadas distorções. Elas são alterações
que ocorrem nas formas, nas áreas ou nas distâncias da superfície terrestre quan-
do transpostas para representações bidimensionais.
Essas distorções, no entanto, variam con forme o tipo de projeção cartográfica
utilizada na elaboração do mapa. São as projeções cartográfi cas que, apoiadas
em cálculos matemáticos, permitem t ranspor a superfície esférica do globo sobre
uma rede plana de paralelos e meridianos na qual se pode traçar o mapa.
Temos, assim, a possibilidade de projetar a superfície tridimensional do nosso
planeta na superfície de uma figura geométrica plana. Conforme a figura geomé-
trica utilizada em sua elaboração, as projeções cartográficas podem ser agrupa-
das em três categorias principais: cilíndricas, cônicas e planas ou azimutais.

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-~~-~ ~-~

paralelos e os meridianos
são projetados sobre a figura
de um cone, com um dos
paralelos alinhado a um dos
paralelos da esfera terrestre.

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1 Projeção p lana ou .
azimutal: os paralelos e os
meridianos são projetados
a partir de um determinado
ponto que tangencia a
superfície terrestre.

(;~;~~-~~--~;;; ~-i~~;. . . . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . .... . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . .. .. . . . . . . . . . . . .


~-~ -~~

paralelos e os meridianos são


projetados sobre a figura de
um cilindro, que serve como
base para planificar a esfera.

Ilustrações produzidas com base em: ATLAS


geogrãfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2012. p . 21 . 1 atlas. Escalas variam.

A Cartografia e suas linguagens 47


Projeções e distorções
De acordo com as distorções que apresentam, seja na forma, no tamanho ou
nas distâncias das áreas representadas, as projeções também podem ser classi-
ficadas em conformes, equivalentes ou equidistantes.
Projeções conformes: Essas projeções preservam as formas da superfície terres-
tre (continentes e ilhas), mas apresentam distorções no tamanho das áreas repre -
sentadas. Nelas, todos os ângulos da representação se mantêm exatamente iguais
aos do globo. A mais conhecida desse tipo de projeção é a de Mercator, elaborada
pelo geógrafo e cartógrafo belga Gerardus Mercator, em 1569 (observe abaixo).
Nessa projeção, as distorções que ocorrem nas áreas representadas são míni-
mas na região equatorial, mas aumentam consideravelmente em direção aos po-
los. Observe, por exemplo, que a Groenlândia, no extremo norte do continente
americano, parece ser muito maior que o Brasil, quando na realidade é cerca de
quatro vezes menor que o nosso país .

Projeção de Mercator
1(j(}" 140° 120° 100° 80" 60° 40° 20° Oº 20º 40° 60º 80° 100• 120° 140° 160°
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60º
Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p . 23. 1 atlas. Escalas variam.

Projeções equivalentes: As projeções equivalentes preservam o tamanho das


áreas da superfície terrestre (continentes e ilhas), mas apresentam distorções
nas formas representadas. Nelas, os ângulos da representação ficam deforma-
dos em relação aos do globo. Entre as projeções equivalentes mais conhecidas,
destaca-se a de Peters, elaborada pelo cartógrafo alemão Arno Peters, em 1974
(página seguinte) .
Nessa projeção, as formas da superfície parecem visivelmente distorcidas,
como se os continentes tivessem sido mais alongados no sentido norte-sul e mais
achatados no sentido leste-oeste, conforme podemos perceber ao observarmos
os contornos do continente americano.

48
Projeção de Peters '
160° 140' 120· 100• 80° 60° 40• 20° 20· 40- 60º BOº 100- 120- 14[)"
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Fonte: ATLAS des colléges. Paris: Hachette, 1996. p. 100. 1 atlas. Escalas variam.

Projeções equidistantes: As proJe- Mundo: Brasil ao centro


ções equidistantes preservam as dis-
tâncias lineares a partir de um ponto
tomado como centro da projeção a
qualquer outro lugar, daí a denomina-
-
ção equidistante. No entanto, provocam
distorções nas formas e também nas
áreas representadas. São muito utiliza-
das para fins geopolíticos e estratégi-
cos, uma vez que permitem representar OLtA.',-'V
ArL-\.VllU)
qualquer país no centro da projeção e •• •
• OCfAN( PAC(/.-ICO
enfatizar sua posição privilegiada como :
• •
se fosse o centro do mundo. 1•
1 •

Ao lado, temos uma projeção equi- ;
distante em que o Brasil aparece re- '
presentado ao centro.
••
\

Fonte: OLIVEIRA. Cêurio de. Curso de Cartografia


moderna. 2. ed. Aio de Janeiro: IBGE. 1993. p. 63.

. ....
- - 3525km

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, • Observe novamente as projeções representadas nesta página e na página anterior e compare a forma e a j
j extensão do território brasileiro e da Groenlândia que aparecem destacados. Com base nessa observação, (
j imagine que você precise de uma projeção que apresente menos distorções em relação ao tamanho real j
j das áreas representadas. Qual das projeções mostradas anteriormente melhor atenderia ao seu interesse? _)
; ..................................................................................................................................................................................................................-·

A Cartografia e suas linguagens 49


••
• ••
Explorando o tema ••
• • •••

-------······················· A ideologia nos mapas


Muito mais do que transmitir informações sobre as características naturais, huma-
nas, econômicas ou culturais da superfície terrestre, os mapas também são instru-
mentos políticos e ideológicos que expressam e disseminam ideias, valores e
concepções de mundo. Para compreender melhor o papel ideológico deles, tomemos
como exemplo o caso das projeções cartográficas que estudamos anteriormente.
Desde que foi criada, no século XVI, a projeção de Mercator tornou-se a mais
utilizada na elaboração de planisférios, ainda hoje amplamente divulgados em livros
e atlas. Elaborada em plena expansão marítima, em que as potências europeias se
lançavam na conquista de novos territórios além-mar, a projeção que Mercator ideali-
Eurocentrismo:
expressão que se zou tinha a intenção de facilitar a navegação pelos grandes oceanos do planeta,
refere a uma tarefa até então muito perigosa e arriscada. A partir dessa projeção, contudo, os
determinada maneira
de ver o mundo. na cartógrafos puderam desenhar mapas que indicavam a direção e a rota corretas a
qual a Europa constitui
serem seguidas pelos marinheiros em suas longas viagens ultramarinas.
o centro, sendo todo o
resto sua per iferia. Por representar a Europa na parte superior do mapa (como se fosse o centro
Dessa maneira,
a cultura, os do mundo) e com dimensão exageradamente maior do que seu tamanho, a proje-
acontecimentos e os
ção de Mercator passou a expressar o que muitos estudiosos chamam de "visão
interesses europeus
aparecem como sendo eurocêntrica" do mundo. Essa visão é tão disseminada entre nós que, ainda hoje,
superiores aos demais.
e referência de
achamos estranho observar um mapa-múndi em que a Europa não esteja no centro

qualidade. e na parte superior do mapa, com a América situada a oeste e a Asia, a leste.

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OCEANO PACÍFI CO ~
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2080 km
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Fonte: ATLAS 9eo9rático escolar. 6. ecl. Rio ele Janeiro: IBGE, 2012. p. 33-34. 1 atlas. Escalas variam.

Mas essa visão eurocêntrica de mundo passou a ser muito criticada a partir da
década de 1970, sobretudo após a divulgação da projeção de Arno Peters. Ao
representar as dimensões reais da superfície terrestre, Peters teve a intenção de
destacar a importância dos países menos desenvolvidos do hemisfério Sul, até
então muito marginalizados no cenário político e econômico mundial.

50
Leia o texto a seguir, que trata desse assunto.
1...]
Além de finalidade técnica, como obter a conformidade, equivalência e
equidistância, por exemplo, os mapas podem ser usados também com fins
ideológicos, estratégicos ou políticos, para isso contribuindo com o sistema
de projeção adotado. Alguns mapas da Idade Média, do tipo Orbis Terrarum,
traziam o Oriente, com a Terra Santa, na parte superior. Não era o norte que
ficava para cima e sim o leste, significando que a luz divina, representada
pelo Sol, que nasce no leste, escorregaria de cima para baixo e atingiria
todos os continentes. Além disso, há também a ideia de que o que fica para
. .
cima e superior.
.
Fato semelhante também pode ser interpretado com o uso intenso da
Projeção de Mercator de 1569, tendo em vista que as acentuadas deforma-
ções das áreas em altas latitudes fazem com que a Europa, além de estar no
centro do mundo e na parte de cima (hemisfério norte), também apareça
maior do que é na realidade. Ora, a Europa, como "conquistadora do mun-
do", esparramaria, então, de cima para bai xo, toda sua influência cultural,
por exemplo. Por sua vez, o hemisfério sul, que fica na parte de baixo dos
mapas, seria algo secundário, submisso, de menos importância , ainda mais
porque nele está situada grande parte do "terceiro mundo". [...) Há inclusive
a questão: estaria errado um mapa que mostrasse o hemisfério sul para
cima? Claro que não. É só uma questão de ponto de vista. Obviamente que
muitas pessoas iriam dizer que o mapa está de cabeça para baixo, por já
terem fixado uma outra imagem do mundo, mas não estaria errado o hemis-
fério sul ficar sobre o hemisfério norte. Em tal caso, os hemisférios ocidental
e oriental também mudariam de posição: o primeiro ficaria à direita, e o
segundo à esquerda. São modos diferentes de ver o mundo por meio dos
mapas, quebrando com certos estereótipos e criando uma outra perspectiva
sob a qual a Geografia pode ser estudada. [...).
DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos de Cartografia. 2. ed. Florianópolis: Ed. UFSC, 2002. p. 109· 110.

Mundo - Divisão política


,( • AFRICA ARGENTINA
DO SUL
AUSTRAi.iA
-'J,õpicõ·de- CãpflêÓnÍio- - - - - - - - - - - - - - ~.- - - - -
. . -- T- -~- - -- - - - - -- --- -- - ------ -~- ~~~-- - --
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INIÍOAÉSIA

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DEM. DO
BRASIL
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OCEANO
PACÍFICO
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ATLÂNTICO 1-..

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INOIA
--- -------
Trópico de Câncer ----~
, • --
EGITO

JAPÃO
CHINA IRÃ
.- ESTADOS
UNIDOS
F ÇA
..• . \

.REINO
Alasca

RÚSSIA UNIDO
(EUA) __
Cirt:t1/o PoTar ArtJea·.,._...,.___
- Fonte: ATLAS des colléges. Paris: Hachette. 1996. p . 100. 1 atlas. Escalas variam.

A Cartografia e suas linguagens I 51


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Atividades ..•••••• •..
•• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :
/: ~-1 •
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Anote as respostas no caderno.

-
D / Sistematizando o conhecimento

1. Qual é o principal objetivo das conven- des aparecem em certo mapa d istantes
ções cartográficas? Cite dois exemplos 20 centímetros uma da outra, descubra
dessas convenções. a escala aproximada desse mapa.

2. Expliq ue a convenção de cores utilizada 7. Dê exemplos de escalas em que a repre-


na representação das altitudes do relevo sentação apresente:
terrestre. a) menor riqueza de detalhes;
b) maior riqueza de detalhes.
3. O que é mapa temático? Dê exemplos.
8. Com base no que você estudou, explique
4. Qual é a diferença entre escala numérica
esta afirmação: A escala não determina
e escala gráfica?
apenas o tamanho da área representada
5. Ao consultar um mapa rodoviário você em um mapa, mas a riqueza de detalhes
verifica que a distância entre duas cida- existentes na representação.
des, medida no mapa em linha reta, é
9. Com base nos textos estudados e nas
de 12 centímetros. Sabendo que a es-
representações cartográf icas apresen-
cala do mapa é de 1: 300 000, calcule a
tadas, escreva um texto sobre a utiliza-
distância real aproximada ent re essas
ção das representações cartográf icas
duas cidades.
como instrumentos políticos e ideológi-
6. Sabendo que a distância real entre duas cos, e explique por que a projeção de
cidades é de 180 km, e que essas cida- Mercator é conhecida por transmitir uma
visão eurocêntrica do mundo.
~
DO/ Expand indo o conteúd o
Sudeste: altitudes do relevo ,
10. Observe ao lado o mapa de altitudes
( BA e responda às questões .
a) Em que faixa de altit ude est á
DF localizada a nascente do rio Je-
GO quitinhonha? E o Tietê?
b) De que maneira os pontos mais
elevados da área foram repre -
a
MG sentados?
c) Quais porções da área represen -
tada apresentam terrenos mais
MS j.
ES íngremes?
~ d) Como é possível identifi car a
~
------
(28~ )
SP declividade em uma carta topo-
s ·---- • Altitude emmetros
\ gráfica?
- 1200
800
500
200
100
PR o
Fo nte: ATLAS geográfico escolar.
OCf.ANO ,...._., Rios permanentes 6. ed. Aio de Janeiro: IBGE. 2012.
.4TI.ÁNTICO 220km .l Px:o p. 88. 1 atlas. Escalas variam.
45°0

52
11. Leia o texto a seguir, observe o mapa e responda às questões. Comente com os alunos que no
primeiro parág rafo do texto o autor se
refere à linha do equador e não ao
[...1 país localizado na América Latina.
Tradicionalmente, a cartografia oferece uma imagem do planeta focalizada no Equador
'
e centrada na Europa e Africa. Essa imagem, reproduzida à exaustão nos planisférios,
tende a perpetuar determinadas noções simplistas ou mesmo enganosas. Esses mapas
"marginalizam" especialmente as molduras continentais e insulares do oceano Pacífico
[...]. Elas também criam a falsa impressão de que a América do Norte e a Ásia estão mui-
to distantes entre si.
A geopolítica opera com mapas e projeções cartográficas menos usuais, capazes de
revelar determinadas realidades pouco enfatizadas. Uma delas é a extraordinária proxi-
midade entre as superpotências nucleares (os Estados Unidos e a Rússia, herdeira militar
da União Soviética) e a importância estratégica do Polo Norte e das terras geladas que o
circundam. O simples uso de uma projeção polar-norte mostra os motivos que determi-
nam a instalação de uma série de bases militares na parte setentrional da Rússia, no
Canadá, Alasca e Groenlândia.
[...)
SCALZARETTO, Reinaldo: MAGNOLI. Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1996. p. 7.

Polo norte: bases militares


180° Tóquio
Í!)
JAPÃO
OCE.A1'/0
PACÍ FI CO
** **
ESTADOS
UNIDOS

*
*
Boston

* Bases mllttares da Otan

*
OCEANO ou dos Estados Uníoos
Bases mllttares da antiga
União Sovíética
Congelamento
lon parte do ano ~

'
1280 k.m
fOº '
_______
D
.__
Congelamento
permanente ___, -
i
..-~
Fonte: SCALZARETTO, Reinaldo; MAGNOLI. Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1996. p. 7.

a) Como o texto caracteriza as represen- d) Com base na escala do mapa, calcule


tações tradicionais da Cartografia? a distância aproximada, em linha reta,
b) O mapa acima foi confeccionado com entre Moscou (Rússia) e Boston (EUA).
base em qual projeção? e) Cite possíveis vantagens na visualiza-
e) Em qual porção esse tipo de projeção ção de alguns fenômenos represen-
apresenta maiores distorções e em tados em mapas elaborados com
qual apresenta menores distorções? base em projeções menos usuais.

A Cartografia e suas linguagens I 53


•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

Geografia, ciência e cultura ~ ' - - - - - - - - -

Desde épocas passadas, o globo terrestre exerce verdadeiro fascínio nas pessoas.
Quando nos deparamos com um globo terrestre, normalmente temos vontade de to-
cá-lo, manuseá-lo. É muito comum observarmos pinturas e gravuras de épocas pas-
sadas e encontrarmos nelas um globo terrestre, transmitindo a ideia de sabedoria,
domínio e conquistas. O texto e as imagens a seguir são exemplos disso.

O globo terrestre é muito mais do que um objeto escolar.


É um ícone desde a Idade Moderna e assim permanece em
nossa época, tal o número de vezes em que ele aparece em
nossa vida. É um símbolo que nos traz muitas mensagens
silenciosas mas permanentes.
Examinando [... ] pinturas famosas [...] percebemos que
os globos terrestres são apresentados sempre como sinôni-
mo de conhecimento e progresso do homem. Expressa status
e cultura de quem ao seu lado se encontra; ou seja, um
ig globo serve mais do que apenas para encontrar lugares ou
o
• ensinar Geografia. [...]
õ
'~"
"' [...] o globo terrestre, desde sua primeira construção,
iiÍ
•E não mais hipoteticamente, mas como forma real da Terra
~
>
~
(século XVI), é sempre visto como conhecimento, sapiên-
•e
li
~
cia, domínio do homem sobre a natureza, da humanidade
.2
sobre o mundo. Note que representar algo nos dá a sensa-
ção de que o conhecemos e dominamos.

1. l
A Geografia, com seus símbolos - globo, mapa, ban-
deira - , ajuda a construir a noção de pertencimento.
Veja como é comum, quando um esportista vence uma
competição, comemorar com a bandeira de seu coração!
Se não fosse tão incômodo, poderiam utilizar o mapa
do país!?
Repare como a Geografia sempre se relaciona com o
Estado, com o poder, com a política. A ideia de civismo,
de amor à pátria é muito explorada pelos governantes por
meio da manipulação dos símbolos de caráter geográfico.
1. l
SCHÃFFER, Neiva Otero et ai. Um globo em suas mãos: práticas
para a sala de aula. Porto Alegre: Ed. UFRGS. 2003. p. 21 -23.

Ao lado são apresentadas duas telas nas quais se ob-


serva a presença do globo terrestre.

A presença do globo nas telas O astrônomo, de


1668 (imagem A) , e O pintor em sua oficina,
de 1647 (imagem B), registram , por meio
dessas expressões artísticas, a importância
desse instrumento de representaçâo e
localizaçâo há séculos.

54
A Geografia no cinema ~ Dersu Uzala

No fim do século XIX, o capitão do exército ~ Título: Dersu Uzala


russo Vladimir Arseniev, junto com uma peque- Diretor: Akira Kurosawa
na tropa, é enviado pelo governo soviético para Atores principais:
Maksim Munzuk, Yuri
realizar o mapeamento topográfico de algumas
Solomin, Svetlana
áreas da Sibéria. Danilchenko, Dmitri
Korshikov, Suimenkul
Durante a expedição, Vladimir Arseniev en-
. Chokmorov, Vladimir
contra Dersu Uzala, um caçador mongol que Kremena, Aleksandr
vive nas florestas. O capitão percebe que Dersu Pyatkov
conhece bastante o local e, para facilitar sua Ano: 1975

expedição, sugere que se junte à tropa até o : Duracão: 141 minutos

fim da m issão. ~ ge,m: Japão e Rússia

Para assistir

• INSTRUMENTOS de Geografia. Realização: TV Ontário. Canadá, 1993. Exibi-


ção no Brasil: TV Escola.
Série de seis programas que apresentam a história e a importância dos mapas e
explicam os principais conceitos da Cartografia. 1. Os símbolos dos mapas
(9'1 O"). 2. A escala dos mapas (8'47").
• TECENDO o saber. Realização: Fundação Roberto Marinho/Fundação Vale do
Rio Doce/Instituto Paulo Freire. Brasil, 2006. Exibição no Brasil: Canal Futura;
TV Cultura; TV Globo.
Série de episódios que tratam de diversos assuntos, entre eles a Cartografia.
No episódio "Mapas, artes e empadinhas", são abordados temas ligados à Car-
tografia, entre eles, escala, croqui e maquete.

Para ler

• IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.


• GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. Rio de
Janeiro: FTD, 2011.
• BANQUERI , Eduardo. Guias de campo: orientação e mapas. São Paulo: Esca-
la Educacional, 2007.
• MARTINELLI, Marcello. Mapas, gráficos e redes: elabore você mesmo. São
Paulo: Oficina de Textos, 2014.

Para navegar

• GIRARDI, Eduardo Paulon. Atlas da questão agrária brasileira. Disponível em:


<http://tub.im/jix9g8>. Acesso em: 2 set. 2015.
• GRUPO de Estudos: Dinâmicas Ambientais e Geoprocessamento - UERJ -FFP.
Disponível em: <http://tub.im/urm5gz>. Acesso em: 2 set. 2015.
• MUNDOGEO. Disponível em: <http://tub.im/dwvgni>. Acesso em: 2 set. 2015.
• LE MONDE Diplomatique. Mapas variados. Disponível em: <http://tub.im/qviwcb>.
Acesso em: 2 set. 2015.

A Cartografia e suas linguagens 55


...
...........
..
Questões do Enem e Vestibular
.................................................................................... _.:: " 1 .Anote as r espostas no caderno •

1. (UFAL-AW Observe atentamente a figura a seguir. 2. (UFG-GO) Para atingir o objetivo de ler e interpre-
Trata-se de um esboço de curvas de nível. tar mapas, o leitor necessita identificar e analisar
os elementos de representação cartográfica.
10...___-- --... Dentre esses, a escala cumpre um papel impor-
_ __..20
,,--.30 tante, visto que é a partir dela que se tem: E.

40
a) a localização de um fenômeno na superfície
terrestre.
b) a apresentação da superfície esférica no
.!i
~ plano.
~
e) os diferentes fusos horários no globo.
L- ~---.. : : : ==:::::::::=:::=::::::_ _J ~ d) a identificação dos diferentes hemisférios
Identifique qual a forma de relevo que mais se
terrestres.
aproxima do que está representado pelas
e) o nível de detalhe das informações repre-
curvas de nível no trecho XY. o.
sentadas.

3. (FATEC-SP) Considere um mapa a ser usado


em sala de aula para representar diferentes
temas geográficos. Assinale a alternativa que
relaciona, corretamente, a escala, a área ma-
peada e o exemplo. e .

Escala / Area Mapeada / Exemplo
a) 1 : 5 000 / Grande / Brasil.
b) 1 : 500 000 / Pequena / Parque do lbira-
puera, SP.
e) 1 : 150 000 000 / Grande / Planisfério.
o- - - - - - - - - - - - -~y d) 1 : 250 000 / Pequena / Praça da Sé, SP.
X
e) 1 : 100 000 / Grande / Região Sudeste.

4. (CEFET-GO) Considere dois mapas do Brasil ,


sendo que o mapa "A" tem escala
de 1/ 1O 000 000 e o mapa "B", escala de
1/50 000 000. Assinale a alternativa correta.
a) Ambos os mapas apresentam a mesma ri·
queza de detalhes. e.
d) 60 b) O mapa "A" apresenta menor riqueza de
detalhes que o mapa "B".
40
e) O mapa "A" apresenta maior riqueza de
20 detalhes que o mapa "B".
d) O mapa "B" é proporcionalmente cinco
o
X y vezes maior que o mapa "A".
e) Os dois mapas possuem o mesmo tamanho.
e) 60 0
:li
;;
40
.9 5. (UFPR-PR) Para se orientar na superfície do
~
B.
i!i
globo, o Homem criou uma série de noções
~
20 ,o espaciais, entre elas a chamada Rosa dos
~
s
;;
, Ventos, que dá as direções pelos pontos car-
o =
X y deais, colaterais, subcolaterais e intermediários.

56
Utilizando-se de uma Rosa dos Ventos para li. Na representação, a Europa está situada ao Sul
,
analisar o alinhamento AB marcado no carta- da Africa, valorizando a situação do continente
grama abaixo, no qual 1 cm gráfico representa africano frente aos out ros continentes.
90 km de terreno, é correto afirmar que a dire- Ili. A Groenlândia tem a sua área representada
ção do alinhamento e a escala numérica fracio - proporcionalmente às áreas de outros países,
nária do cartograma são, respectivamente: E. apesar de sua forma ter sido alterada.
,
IV. A Africa e a Europa estão localizadas no He-
misfério Ocidental, e o Brasil no Hemisfério
Oriental.
As afirmativas corretas são, apenas,B.
a) le ll. d) l,lllelV.
b) 1 e Ili. e) 11, Ili e IV.
e) li e IV.

7. (ENEM-MEC) Existem diferentes formas de re -


presentação p lana da superfície da Terra
o 90 180km
(planisfério). Os planisférios de Mercator e de
Peters são atualmente os mais utilizados.
a) SSE para WNW (Su -sudeste para Oes -
noroeste) - 1/90. Mercator Peters
b) SE para NNW (Sudeste para Nor-noroeste) -
1/9 000.
e) SSE para NW (Su-sudeste para Noroeste) -
1/900000.
d) ESE para NW (Es-sudeste para Noroeste) -
1/90 000. . . --- - .. ··; ;-
· ._....,,...,,....,.----.-:~-
:....:.
·

e) ESE para WNW (Es-sudeste para Oes-no -


roeste) - 1/9 000 000. Apesar de usarem projeções, respectivamen-
te, conforme e equivalentes, ambas utilizam
6. (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Responder à questão
como base da projeção o modelo: e.
com base no planisfério de Peters e nas afirma-
tivas que tratam da representação cartográfica.
d) o l
••
.f o

\;·-'
.•' '
-
;,_ i\
o•
o
b) e)

- - - - -':,-
Tr6picr,d~CJJ1at

e)
1. O mapa foi construído através da projeção
cartográfica cilíndrica e equivalente, em uma O>-+-+-+-+-...., L

escala pequena, pois a área representada é


muito grande.

A Cartografia e suas Linguagens 57


8. (UPM-SP) b) Os mapas do tipo temático contêm infor-
mações sistematizadas e selecionadas.
.. '
...,~ ..
"" ... ~ "-' ~··#~ , li .
e) Os mapas p rimitivos eram g ravados em
"{ - ~ pedra ou argila.
~
1 ., '

-- -
'I
- ' r r,
\,
',;

~ r,.
.- -- - - --

\,. "\
~

r
,

;
-~- - I - ;; - - - -

1
d) Os mapas medievais eram confeccionados
sob forte influência religiosa e representa-
vam o céu e a terra.
'\ j
... ·;,.
I"\.
.... 1' é'\'
': \
e) O mapa-múndi é uma representação carto-
.
f ,, gráfica que possui uma escala grande, pois
-- - - -- - - - - - -- } - -- - -- - -
neste tipo de mapa são reunidas muitas
,J '-" V-
. 'ô J informações.
4~6 km i . .
- !!: 11. (FEJAL-AL) Assinale, entre as alternativas a
seguir, o sistema de p rojeção indicado no
A projeção acima possui formas distorcidas, mapa reproduzido adiante. B.
mas suas áreas são mais preservadas. Segun-
do alguns analistas, essa projeção passa uma
ideia de igualdade, valorizand o as nações
. -
.
711'

. ....,,.
~

pobres e quebrando a visão de superioridade .,.


das nações ricas situadas no hemisfério norte. - . --' ~

Identifique a nomenclatura correta da projeção


apresentada. B .
a) Mercator.
b) Peters.
d) Azimutal equidis-
tante.
· •
1-t-:f:-_t;;.-Pi-± 1:-_
.,
,_~ ,J J'l\ .
__:-l::-nf:-_iM'\.t-,:::Y._:t-f-:l_f:-_ -1\-f:~#~H-_+l+ _t-_M _+_--t-"l-l_l'<_
'.
!--"l*.-1. ,,,.
.
0

l-+--1-++++-+-Hf-l!-+"9'+-+-HH-Hi:,~-H-+f-+++H:,fd-f-l-++-I"'
e) Mollweide. e) Equidistante. l~
~
~
;i1-+--1-++++-+-Hf-+oF++-+-HH-+-+++-H-++-++..1: :f1=1:I-HFitl-+c,;i"'H,,,.
,vl-+--f-++++f-Hf-'7'+++-f-HH-f-+++-H-+f-nal1à k~" af-,H-"f-+-1"1'

9. (PUC-RS) Um cartógrafo, ao mapear um alinha- :~ . - .


.. . ' . - "' ... .. .. . . ..
:J
.. ... .. .. ... . . ... .. .. ... .
:4
&. !11,
... r -
.,.,.

t&Y lf(/' 120· t(J(f 80' ~60' ,O' 20' o· 20· 40' 61J" 8<f ,ar ,ar ,cr 1&1 1t!lf' : :
menta montanhoso, precisou calcular a represen-
tação numa escala de 1 : 12500000. Observando
outro mapa do mesmo local, percebeu que o
a) Azimutal. e) Policônico.
alinhamento estava redu zido a 1,5 na escala b) Cilíndrico. d) Ortográfico.
de 1 : 1O000000. Qual será a representação
12. (EsPCEx-SP) Sobre escala cartográfi ca, leia as
no mapa desse alinhamento na escala de
afirmativas abaixo:
1 : 12 500 000, em cm? A .
a) 1,2. d) 12.
1. Existem dois tipos de escala cartográfica: a
numérica e a geográfica;
b) 1,5. e) 18.
e) 1,8. li. Na escala 1 : 5 000, podemos visualizar mais
detalhes do que na escala 1 : 500 000, portan-
10. (UFAM-AM) A palavra mapa, de provável ori- to a primeira é mais adequada para represen -
gem cartag inesa, sig nifica "toalha de mesa". tar grandes superfícies terrestres, como, por
Os navegadores e comerc iantes, ao discutir exemplo, uma região ou país;
sobre rotas em locais públicos, rabiscavam
Ili. Em um mapa de escala 1 : 2 000 000 a distância
d iretamente nas toalhas (mapas), surgindo daí
gráfica de 3 cm entre dois pontos, em linha reta,
o documento gráfico tão conhecido atualmen-
corresponde a uma distância real de 60 km;
te. Com relação aos mapas e às escalas
assinale a alternativa que reúne informações IV. A escala 1 : 500, muito utilizada na construção
INCORRETAS: E. de plantas urbanas, é maior do que a escala
a) Para representar a realidade em um mapa, 1 : 1 000 000, que é utilizada, por exemplo, para
é preciso estabelecer uma correspondência representar um continente ou mesmo o Mundo.
entre as d imensões do terreno e as dimen- Assinale a alternativa que apresenta todas as
sões do papel. afirmativas corretas. E.

58
a) 1 e li. d) li e Ili. e) As projeções podem ser classifi cadas, quan-
b) 1, li e Ili. e) Ili e IV. to ao método ut ilizado, na elaboração dos
e) 1, li e IV. mapas como sendo cilíndricas, cônicas e
azimutais (ou planas).
13. (ULBRA-RS) A cartografi a é a parte da ciência d) A projeção c ilíndrica equivalente de Peters
que trata da concepção, produção, difusão, é uma das mais famosas do mundo, pois
utilização e estudo das representações carto- essa projeção mostra o etnocentrismo eu-
gráficas. Identifique com V (verdadeiro) ou F ropeu, deixando a Europa destacada no
(falso) as afirmações abaixo. cent ro do mapa.
Em um mapa de escala 1 : 5 000 000, a distân- e) Ourante a Guerra Fria as projeções ma,s
cia no terreno entre dois pontos é de 50 km, utilizadas foram as cônicas, pois estas re -
o que correspondente a 1 cm no mapa. presentam de forma adequada todo o glo-
• Em todas as projeções cilíndricas, os meri- bo terrestre.
d ianos e os paralelos são representados por
segmentos de reta, sendo que os meridianos 15. (UFPR-PR) Utilizando o celular e um programa de
são linhas que representam os valores de acesso a mapas on-line, você localizou um pon-
to de interesse a aproximadamente 2,5 cm de
longitude.
distância do local onde se encontrava. Conside-
• A rede cartográfica ou geográfica dá-nos a
rando que o programa indicava a escala aproxi-
indicação das coordenadas geográficas.
mada de 1 : 3 000, calcule a distância a ser per-
• Os meridianos são linhas semicirculares, isto
corrida em linha reta até esse ponto de interesse.
é, linhas de 190º, que vão do Polo Norte ao
a) 125 m. e) 75 m. e) 35 m. e.
Polo Sul e cruzam com os paralelos.
b) 120 m. d) 65 m.
A sequência correta das afirmações, de cima
para baixo, é a seguinte: E. 16. (UCS-RS) Os mapas representam as superfícies
a) V-V-V-V. d) F-V-V-V. terrestres. A fim de que se possa visualizá-las
b) V-F-V-V. e) V-V-V-F. numa folha de papel ou na tela de um compu-
tador, usamos escalas. Uma escala const itui
e) F-F-V-V.
a relação de redução ent re as d imensões
14. (Unioeste-PR) As projeções cartográficas per- apresentadas no mapa e seus valores reais
m item a elaboração de representações, em correspondentes no terreno representado.
um plano, das mais diversas informações da Considere que, em uma planta urbana a dis-
superfície terrestre. Sabe-se que é um trabalho tância entre dois bairros é representada por
complexo, pois a Terra tem um diâmetro equa- 20 cm. Sabe-se que a d istância real em linha
torial de 12 756 km, montanhas com mais de reta entre eles é de 4 km. Com base nessas
8 000 m de altura e fossas abissais com mais informações, pode-se deduzir que a escala
de 11 000 km de profundidade. Representar neste caso corresponde a: o.
todas essas variações em um mapa ou carta a) 1 :5. d) 1 :20000.
é uma atividade que exige o uso de técnicas b) 1 :80. e) 1 :8000000.
adequadas para os objetivos desejados. Com
e) 1 : 2 000.
relação às projeções cartográficas, assinale a
alternativa correta. e. 17. (UFRGS-RS) Um geógrafo precisa representar
a) Ao confeccionar um mapa o cartógrafo deve uma porção da superfície terrestre de 10 km
adotar a projeção cartográfica adequada de largura por 20 km de comprimento numa
para seus objetivos, pois nenhum mapa folha de papel de 22 cm por 44 cm.
deve apresentar distorções, já que todos Qual escala permite representar de forma
os mapas são exatos. adequada e legível essa superfície numa folha
b) As projeções equidistantes mantêm as for- dessas dimensões? e.
mas da Terra, mas distorcem as distâncias a) 1:10000. d) 1 : 250 000.
entre os pontos, especialmente em áreas b) 1: 25000. e) 1 : 500 000.
próximas aos polos. c) 1:50000.

A Cartografia e suas Linguagens 59


Os mapas são artefatos cultu-
rais, assim como as ferramentas,
as embarcações ou as canções. Os
diferentes grupos humanos, ao regis-
trarem o espaço, os recursos, os domí-
nios e trajetos por meio da confecção
de mapas, marcaram boa parte da his-
tória de seu povo nas representações
cartográficas, que se tornaram expres-
sões culturais de cada época.
• A imagem desta página mostra a
importância que o registro das ca-
racterísticas do espaço tem para o
ser humano. Você conhece outros
exemplos disso, ocorridos ao lon -
go da história e na atualidade?

Map_a_construído no s éculo passado , com


grave_tos de palmeiras e conchas qul!
•/representam as Ilhas Marshall, na Oceania.
,..,. . • ~ Por meio des se tipo de representacão,
-~ "f' ~-;~·~tilizada há'êe 11tenas de anos, muitos povos
.•" dos arquipélagos do Pacífico registravam a
~ - ,,. lóca l_§~ç~o das) lh~s util!zando~c'!~chas e a
direcão'das
•;tJliit- . --
correntes marítimas com
. - - ......, .
..
•Jr"1!, • ,,,. -

gravetos, a !_
if'.' ~e fac:ilitar a 1,1ayegaçãc,:if•··· ':,.
-"',•.•·. W°" - -. . ;i.. .
'< é • ,. :.m-·
/ os mapas na Antiguidade
A arte de produzir mapas é uma das formas de representação gráfica mais an-
tigas da humanidade, e provavelmente foi desenvolvida antes mesmo da escrita.
Por isso, podemos dizer que a história dos mapas se confunde com a própria
história humana. Estudos e documentos históricos encontrados em várias partes
do mundo comprovam que os mapas fizeram parte da cultura de muitos povos
antigos, como dos árabes, babilônios, romanos, egípcios, chineses, indianos, en-
tre tantos outros. Cada um desses povos, porém, desenvolveu uma expressão
cartográfica própria que, com maior ou menor grau de complexidade, foi produzi-
da de acordo com as necessidades, os domínios técnicos e os materiais disponí-
veis em cada cultura.
Embora os registros cartográficos dos povos de épocas tão remotas, em ge-
ral, tenham sido produzidos de maneira rudimentar, se comparados aos padrões
atuais, a produção dos primeiros mapas pode ser considerada o marco inicial de
uma longa jornada de conhecimentos em direção ao que hoje chamamos de
Cartog rafia.
O aperfeiçoamento das técnicas de representação cartográfica ao longo da his-
tória permitiu que os seres humanos ampliassem cada vez mais o conhecimento
sobre o mundo, alargando as possibilidades de ocupação e apropriação do espa-
ço geográfico, como veremos no decorrer desta unidade.

Babilônios: povo da
Babilônia, império fundado GA-SUR: entre os mais antigos
em 1867 a.e. e localizado
entre os rios Tigre e Elaborado há cerca de 4 500 e 2 500 a.e. pelos babilônios, o mapa de Ga-Sur está
Eufrates, onde hoje se entre os mais antigos de que se tem conhecimento. Trata-se de um esboço rústico, gra-
localiza o Iraque.
vado em uma pequena placa de argila cozida (8 cm x 7 cm), que representa o curso de
um rio, provavelmente o atual Eufrates, entre duas cadeias de montanhas de uma região
no norte da Mesopotâmia, atual Iraque. Observe na imagem que as direções cardeais
(Norte, Leste e Oeste) estão indicadas nas partes laterais.

Norte montanhas
.
.
..
'

e.
.
1 .
"'31~,1
N
.
E
<.>
00

.e·--· i.
..
..
Oeste rio Leste

f-- - - - - - - - 7cm - - - - - - -~
Imagem do mapa de Ga-Sur representado
em suas proporções originais.

62
No mundo oriental, os chineses, precursores da Cartografia, se destacaram na
elaboração de mapas desde o século Ili a.e., muito antes que a produção carto-
gráfica se desenvolvesse na Europa. Naquela época, eles já utilizavam mapas não
só como meios de orientação e localização, mas também para fins de delimitação
de fronteiras, administração e controle do território, cobrança de impostos, est ra-
tégia militar, definição de rotas de comércio e de navegação etc.
Por volta dessa mesma época, os egípcios, que já dominavam métodos de me-
dição de áreas e distâncias por meio de instrumentos e cálculos matemáticos,
faziam registros cadastrais de suas terras em documentos parecidos com cartas
geográficas.
No mundo ocidental foram os gregos que mais se destacaram e contribuíram
para o desenvolvimento da Cartografia. Com os seus conhecimentos astronômi-
cos, matemáticos e geodésicos, eles foram os pioneiros na utilização de métodos
científi cos nos registros cartográfi cos. Muitos desses conhecimentos gregos,
como a concepção esférica da Terra (unidade 1), a criação dos primeiros sistemas
de coordenadas, a introdução das latitudes e longitudes que formam a rede de
coordenadas geográficas e a idealização dos mais antigos sistemas de
projeções, determinaram o processo evolutivo da Cartografia ocidental
durante séculos, possibilitando a produção de mapas cada vez mais
precisos e fidedignos.
;-:-:- ...................................................................................................................................................................................
1 ~~ dos nomes mais famosos da Cartografia grega foi o do matemático e astrônomo ,
Cláudio Ptolomeu (90 a 168 d.C.}, que viveu em Alexandria, no Egito (veja imagem ao ·
lado}. Sua vasta obra foi escrita em vários volumes, sendo que um deles, dedicado
exclusivamente à Geografia, reunia uma coletânea de mapas e é considerado o
primeiro atlas da história. Entre esses mapas, há um mapa-múndi com coordenadas
geográficas traçadas a partir de uma projeção. Os mapas originais de Ptolomeu se
perderam, mas foram reconstituídos com base nas explicações registradas com
detalhes em sua obra.
Cláudio Ptolomeu.

-
.."
<
1-

Representação do mapa do mundo de Ptolomeu (90 a 168 d.C.) que foi reconstituído de acordo com
suas descrições, no século XV.

A evolução da Cartografia 63
/ os mapas na Idade Média
Idade Média: período que Na Idade Média, houve um retrocesso na produção cartográfica europeia. Os
se estendeu da queda do
Império Romano, no avanços científicos até então alcançados no campo da Cartografia foram postos
século V, à tomada de
de lado e os mapas, influenciados pela expansão do cristianismo, passaram a ser
Constantinopla pelos
turcos- otomanos, no elaborados com base em concepções religiosas, muitas vezes de acordo com
século XV.
Iluminura: elaborada
explicações bíblicas.
ilustração feita nas
páginas e nas letras
Um exemplo desse retrocesso foi a produção de mapas muito simplificados
maiúsculas iniciais dos quanto aos elementos e à simetria das terras representadas. Em geral, esses ma-
textos medievais.
pas colocavam Jerusalém - a terra santa cristã - no centro, como se estivesse no
centro do mundo.
Nessa época, muitos dos mapas difundidos por religiosos cristãos representa-
vam o mundo na forma de um anagrama circular bastante simples, formado por
duas letras: um "T" inscrito dentro de um "O", daí a denominação de mapas
as, ·a, T-0 (Orbis Terrarum, ou globo terrestre). A letra "T" simbolizava as águas
que dividiam as terras conhecidas: a Ásia, na parte superior, onde também
,
estaria o paraíso terrestre, a Europa e a Africa, na parte inferior; todas rode-
adas por um grande oceano representado pela letra "O".

Ao lado, observamos um exemplo de mapa T-0 bastante


simplificado, elaborado pelo bispo espanhol Isidoro de
Sevilha (560 d.C.- 636 d.C.).

Mapas e religiosidade
Para ilustrar um livro de salmos, produzido pro-
vavelmente em Londres no século XIII, figura a ima-
gem de um mapa conhecido como Mapa do salmo.
Trata-se de uma iluminura baseada na perspectiva
dos mapas medievais do estilo T-0, com detalhes
que revelam concepções religiosas e bíblicas do
mundo. As terras estão assim representadas: a
Ásia, na parte superior; a Europa, no canto inferior
,
à esquerda; e a Africa, no canto inferior à direita.
Veja algumas explicações da leitura desse mapa.

O Jerusalém, a cidade santa, como


centro do mundo.

O Rostos de Adão e Eva.


e Crist o com os braços abertos
"guardando" o mun do.

e Arca de Noé, simbolizando a história


bíblica do dilúvio.

0 Roma.

O Mar Mediterrâneo.
f) Rio Nil o.

( ) Mar Vermelho.

64
/ os mapas no Renascimento
As viagens mediterrâneas no final da Idade Média e o avanço das Grandes Grandes Navegações:
conjunto de viagens
Navegações deram novo impulso ao desenvolvimento de uma Cartografia euro- marítimas realizado
principalmente por
peia com bases científicas. Foi o fim do longo período medieval em que a produ- por tugueses e espanhóis,
ção de mapas permaneceu praticamente "adormecida" pelos propósitos religiosos entre os séculos XV e XVI,
que tinha como objetivos
e teológicos. principais expandir o
comércio. obter uma
Entre os séculos XIII e XVI, a produção cartográfica foi marcada pela elabora- quantidade cada vez maior
ção dos chamados mapas portulanos - cartas náuticas elaboradas com o objeti- de metais preciosos e
ampliar os domínios
vo de orientar e tornar mais segura a navegação marítima. Isso era cada vez mais territoriais.
indispensável, pois os europeus se lançavam na conquista de territórios e riquezas O estudo do tema
além-mar. Com as anotações de rotas feitas pelos mestres navegantes, somadas sugere que o professor
contextualize o avanço
ao imenso volume de descrições de terras encontradas pelos exploradores que das técnicas de
acompanhavam as expedições, os mapas portulanos puderam ser atualizados, representação
cartográfica com os
aperfeiçoados e difundidos, o que permitiu que os europeus retomassem a van- conhecimentos
históricos. A produção
guarda da produção cartográfica naquele período. cartográfica europeia
desse período histórico,
Mas foi somente no século XVIII, com o surgimento das ciências especializadas, compreendido entre os
séculos XV e XIX,
que a Cartografia alcançou o status de ciência. A partir de então, começaram a esteve intimamente
surgir os primeiros mapas temáticos (cartas geológicas, climáticas, agrícolas, ur- ligada às navegações
além-mar e à conquista
banas etc.), tendo como base o traçado de mapas já existentes. de domínios coloniais.

Os mapas portulanos
Os portulanos eram mapas manuscritos desenhados em pergaminhos, geralmente em
pele de carneiro. Não dispunham de um sistema de coordenadas geográficas (latitudes e
longitudes), mas apresentavam um conjunto de retas direcionais, também chamadas li-
nhas de rumo, traçadas a partir de uma rosa dos ventos desenhada na própria represen- Representação
tação. Por meio dessas linhas e com o auxílio de uma bússola, os navegadores puderam portulana que
registra os contornos
traçar a rota correta de suas viagens e conduzir as embarcações com maior segurança
litorâneos
nas longas jornadas além-mar. Veja um desses mapas abaixo. conhecidos, em 1544.
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litorais eram
representados de .'
maneira detalhada, ..
por serem as áreas ..
mais conhecidas
pelos navegadores.
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regiões mais
interioranas dos
continentes são
menos detalhadas
nessas
representações. Por
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caracterizadas? ...·
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As áreas interioranas eram
menos conhecidas na época.
Elas eram decoradas com ,
brasões e bandeiras dos reinos r
conquistadores ou ilustradas ,;._,.,-
com figuras de rios, montanhas, · ~
povos, animais e plantas
conhecidos dessas áreas.

A evolução da Cartografia .1 65
/Atecnologia moderna e a produção
dos mapas na atualidade
O enorme progresso técnico-científico ocorrido a partir de meados do século XX
promoveu uma verdadeira revolução na Cartografia. Com o desenvolvimento das
novas tecnologias da informação (informática, satélites espaciais, telecomunicações
etc.) ampliaram-se as possibilidades técnicas de coleta, armazenagem, transmissão
e processamento de dados e informações da superfície terrestre. Muitos dos méto-
dos tradicionais utilizados na elaboração dos mapas, que até então dependiam di-
retamente de pesquisas realizadas em campo, foram substituídos pelas novas tec-
nologias do sensoriamento remoto.
Sensoriamento remoto é o nome dado ao conjunto de tecnologias utilizadas na
obtenção à distância de imagens e outros tipos de dados e informações sobre a
superfície terrestre. Esses dados e informações são captados em diferentes níveis
de altitudes por meio de sensores instalados principalmente em aviões ou em sa-
télites orbitais artificiais. Entre os equipamentos mais utilizados para isso estão os
radares e as câmeras fotográficas especiais, instalados em aviões, e vários tipos
de sensores eletrônicos, como os scanners acoplados a satélites artificiais. Esses
dispositivos são capazes de captar a energia refletida pela superfície terrestre e
registrar os elementos existentes no terreno por meio de fotografias aéreas ou
imagens orbitais.

As fotografias aéreas
As primeiras fotografias aéreas foram tiradas com o auxílio de balões em mea-
dos do século XIX, ainda de maneira rudimentar. Nas primeiras décadas do sécu-
lo XX, com o advento da aviação militar, a produção dessas imagens teve um
Aerofotogrametria: grande impulso, embora seu uso ainda fosse restrito a fins militares, sobretudo
conjunto de técnicas por durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
meio das quais se
registram informações Desde então, muitos progressos técnicos e novos processos foram desenvolvi-
fidedignas (forma.
dimensão e posição) dos dos e incorporados aos levantamentos da aerofotogrametria. Com isso, a quali-
elementos sobre a dade das imagens melhorou e suas possibilidades de usos e aplicações se diver-
superfície terrestre por
meio de fotografias aéreas. sificaram. Veja, a seguir, o processo de obtenção de uma fotografia aérea.
·········'.'.' ........... '.' ..............'' ............. ''''' ............'.'' . ~

..
~
.
·-.. -- linha de voo
A aeronave sobrevoa a área a ~er 1
fotografada com uma câmera fotográfica
de alta resolução acoplada a um
compartimento na sua parte inferior. A
câmera recebe os comandos de um
computador instalado dentro do avião,
para produzir fotografias sequenciais e
parcialmente sobrepostas da superfície
terrestre. Como resultado, imagens aéreas
registram os elementos do terreno, em
uma visão vertical {esquema ao lado}.

Ilustração produzida com base em: MOREIRA,


Mauricio A. Fundamentos do sensoriamento
remoto e metodologias de aplicação. 3. ed.
Viçosa: Ed. UFV. 2007. p. 150.

l'""'"I

66
Ao fornecer informações que mostram, com alto grau de detalhamento, as dife-
rentes formas de ocupação do espaço e uso do solo, as fotografias aéreas torna-
ram -se muito importantes, sendo utilizadas para fins de mapeamento {elaboração
de plantas, cartas e mapas). planejamento e gestão territorial.
As fotografias aéreas tornaram-se ferramentas imprescindíveis para elaborar os
mais diferentes tipos de mapas, como os que mostram o traçado da rede hidro-
gráfica, o uso do solo, a ocupação do espaço urbano, a rede de transportes etc.
Essas fotografi as também são empregadas na elaboração de cartas topográficas,
conhecidas como cartas-base, que most ram o conjunto dos elementos artificiais
(construções, cidades, lavouras, estradas, pontes etc.) e naturais (vegetação, rios,
lagos, morros, montanhas etc.) existentes no espaço geográfico.

Veja, ao lado, o exemplo de


uma fotografia aérea que
mostra uma área rural em
Wiltshire em 2012, na
Inglater ra, e verifique os
elementos que podem ser
observados na imagem.

e ······································································································
1 uutra grande vantagem das fotografias aéreas é que elas
permitem identificar e mapear as formas do relevo. Isso é
possível quando sobrepomos duas fotografias aéreas
tiradas em sequência e observamos essas imagens por
meio de um estereoscópio, aparelho que permite a visão
tridimensional do relevo (imagem ao lado). Esses
aparelhos, no entanto, também podem ser substituídos
por sofisticados programas de computador que executam
a mesma função, porém a um custo bem elevado.

A evolução da Cartografia 67
As imagens de satélites
Outro marco que mudou radicalmente os rumos do sensoriamento remoto foi a
conquista espacial ocorrida a partir da década de 1960. Desde então, o lançamen-
to de satélites artificiais ao espaço e o desenvolvimento da informática tornaram
possível a obtenção sistemática de imagens orbitais de toda a superfície do plane-
ta, inclusive dos lugares mais remotos e de difícil acesso aos seres humanos.
Essas imagens são obtidas por meio de sensores ultrassensíveis que, acopla-
dos aos satélites artificiais que giram em torno da Terra, são capazes de captar
a radiação solar refletida pelos elementos da superfície do globo. Veja o esquema
abaixo.

F-õ"~~;~~-;;;~··""""""f
explica como
ocorre o
processo de
obtenção das
imagens de
satélites. Observe \
o destaque dado
aos diferentes
energia solar refletida
tipos de . energia solar incidente
cobertura do
solo. .,•
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Ilustração produzida
com base em:
ATLAS 9eo9rálico
escolar. 6. ed. Rio
de Jane~o: IBGE,
2012. p. 26.

Cada elemento da superfície terrestre (construção, lavoura, água, solo,


floresta} absorve e reflete essa energia em diferentes comprimentos de
onda, conforme suas características físicas, químicas e biológicas. Devido
a essas variações, cada elemento ou objeto da superfície vai sendo
registrado na forma de sinais elétricos, de acordo com a quantidade de
energia refletida.
Toda essa variação de energia refletida é, então, captada pelos sensores
dos satélites, capazes de registrar não apenas as ondas da luz visível ao
olho humano, mas também as ondas que se propagam em outras
frequências, como na faixa do infravermelho e do ultravioleta. Esses sinais
: são convertidos em dados numéricos e transmitidos às estações de
~ cepção em terra.

68
Os sensores orbitais captam imagens da superfície terrestre em diferentes tipos
de canais. Os canais pancromáticos, por exemplo, geram imagens em tons de
cinza que variam do branco ao preto. Em geral, os elementos da superfície que
absorvem mais energia aparecem na imagem em tons escuros, enquanto os ele-
mentos que refletem mais energia aparecem em tons claros.
As imagens coloridas, por sua vez, são geradas a partir de sensores que cap-
tam as cores primárias (azul, verde e vermelho}. Essas cores podem ser combina-
das de diferentes maneiras para realçar cada um dos elementos que aparecem na
imagem e, assim, facilitar a sua leitura e interpretação.
Outra característica que difere os sensores orbitais diz respeito à sua resolução,
ou seja, a capacidade que o sensor possui de "enxergar" os elementos da super-
fície terrestre. Os sensores de alta resolução, por exemplo, são utilizados para
gerar imagens bem detalhadas da superfície, como as ruas e as construções do
quarteirão de uma cidade (imagem A). Já os sensores de baixa resolução forne-
cem imagens de áreas bem mais extensas da superfície, porém com menor nível
de detalhamento (figura 8).

Imagem dos arranha -céus na área da


Marina Bay em Singapura obtida a partir
do satélite lkonos. A imagem está na cor
natural e com grande resolução espacial,
o que permite a visualização detalhada
dos elementos da superfície, como
construções, es t radas, embarcações etc.

Imagem de Singapura obtida a partir do


satélite Landsa t. A imagem foi
processada na faixa do in fravermelho
O círculo em destaque em que a vegetação verde aparece em
indica a área mostrada laranja, as florestas, em marrom, as
na imagem A.
construções , em azul e cinza e a água,
em preto. Como a resolução espacial é
mais baixa, o nível de detalhamento da
superfície é bem menor.

A evolução da Cartografia 69
As imagens de satélites e suas aplicações
As imagens fornecidas pelos satélites orbitais são produtos da mais avançada
tecnologia de sensoriamento remoto de que dispomos atualmente. Entre as vanta-
gens dessa tecnologia estão a grande nitidez com que as imagens são produzidas
e também o imenso volume de imagens fornecidas, já que os satélites operam
continuamente durante vários anos até serem desativados.
Além de servirem de base para a elaboração e atualização de mapas precisos
e detalhados de toda a superfície do planeta, as imagens de satélites possuem
inúmeras outras aplicações.
As imagens de satélites de recursos terrestres, como os das séries Landsat e
Imagens do satélite
lkonos (norte-americanos), o Spot (francês) e o CBERS (do consórcio sino-brasilei-
Landsat mostram o rio
Jamari (imagem A, em ro), por exemplo, são muito utilizadas no monitoramento de extensas áreas da
1984) e as alterações em superfície terrestre. Elas podem fornecer informações sobre desmatamentos e fo-
seu entorno, com a
cos de queimadas em florestas, degradação de matas ciliares e nascentes de
construção da barragem
de Samuel e o rios, alterações em geleiras e glaciares, existênc ia de jazidas minerais no subsolo,
crescimento do município processos de ocupação e expansão de áreas urbanas, modificações em ambien-
de Candeias do Jamari
(imagem 8, em 2011). tes costeiros etc.

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Os satélites meteorológicos, como os norte-americano_s I


das séries GOES e NOAA e o europeu Meteosat,
fornecem imagens sobre movimentação das massas de
ar, nebulosidade e formação de nuvens, deslocamento
de frentes frias etc. Com isso, as previsões
meteorológicas estão se tornando cada vez mais
precisas. Pode-se saber, por exemplo, a ocorrência de
chuvas ou secas mais prolongadas com antecedência,
assim como a formação de grandes tempestades
(furacões, ciclones, tornados). Essas informações
auxiliam a população a se prevenir e ajudam a amenizar
os impactos que esses fenômenos costumam provocar.
Ao lado, imagem do satélite GOES-13 mostrando a
circulação das massas de ar sobre a
América do Sul em 17/11/2015.
SIG e geoprocessamento
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, a Car- poços
tografia vem incorporando novos métodos e técnicas. O
geoprocessamento é um desses exemplos, pois em-
prega técnicas matemáticas e de computação para co-
letar, organizar e interpretar de maneira simultânea o
conjunto das d iversas informações geográficas.
Os Sistemas de Informações Geográficas - SIGs -
- casas

são as ferramentas (hardwares, softwares, bancos de


dados informatizados etc.) que integram e operam o
p
...a 4-
imenso volume de informações e dados geográficos co-
ruas
letados pelos pesquisadores. Com isso, as informações
coletadas pelos sensores nos satélites podem ser sinte-
tizadas e interpretadas na forma de vários tipos de ma-
pas (digitais ou nâo), relatórios, gráficos estatísticos,
entre outros documentos e registros. A figura ao lado
ilustra o processo de elaboração de um mapa com a
superfície
sobreposição de vários tipos de informações geográfi-
cas contidas em um SIG.
As possibilidades de aplicações de um SIG são cada
vez mais abrangentes, principalmente para fins de pla-
nejamento territorial (urbano e rural) e para estudos e aná-
lises ambientais, demográficas, socioeconômicas etc. Os
órgãos públicos podem utilizar as informações de um
SIG para, por exemplo, combater epidemias ao mapear
focos de doenças, como a dengue. Ilustração produzida com base em: LENG, Laura. Managing
natural resources w ith GIS. 3. ed. New York: ESRI. 2001. p. 4 .

A pesquisa espacial brasileira


A busca por meios mais eficazes e econômicos de observar a Terra motivou o homem a
desenvolver os satélites de sensoriamento remoto. Mas os altos custos dessa tecnologia tor-
nam os países em desenvolvimento dependentes das imagens fornecidas por equipamentos
de outras nações. Na tentativa de reverter esse contexto, os governos do Brasil e da China
assinaram em 06 de julho de 1988 um acordo de parceria envolvendo o lnpe (Instituto Nacio-
nal de Pesquisas Espaciais) e a Ca st (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial) para o de-
senvolvimento de um programa de construção de dois satélites \.
avançados de sensoriamento remoto, denominado Programa
CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite, Satélite Sino-Brasi-
leiro de Recursos Terrestres). [...) A união entre os dois países é um
esforço bilateral para derrubar as barreiras que impedem o desen-
volvimento e a t ransferência de tecnologias sensíveis impostas pe-
los países desenvolvidos. A parceria conjunta rompeu os padrões
que restringiam os acordos internacionais à transferência de tec-
nologia e o intercâmbio entre pesquisadores de nacionalidades d i-
ferentes.
INSTITUTO Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Disponível em: <www.cbers.inpe.br/>. Acesso em: 11 set 2015.

Representação do satélite CBERS 4,


produzido pela parceria sino-brasileira.

A evolução da Cartografia I 71


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Lixo espacial
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GRANDES AMEACAS
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catalogados.

Fo nte: AGÊNCIA Espacial Americana (NASA). Disponível em:


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<Www.nasa.gov/mission_pages/station/
news/orbital_debris.html>. Acesso em: 29 jan. 2016. ,. . .-.., .,..... ...
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O que se pode fazer?
· Há maneira s diferent es de se tratar o problema. Uma
delas seria trazer esse lixo para a Terra e eliminá-lo.
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desses objetos, retirando -os da órbita da Terra

... . . ... .........


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e da trajetória dos satélites, a fim

. . • . ..... . . . ~ .... .
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• • . • "'):,ê°·;.: •• • , - .• ' de evitar danos. Veja.
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VELA SONDA ESPACIAL CABO
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Como nos barcos,
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a vela se
A sonda entra em
colisão com o
Um cabo arrasta
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A NASA vem estudando modelos de foguetes que

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36.000 km - Nessa órbita funcionam
os satélites espiões e há considerável
• •• • quantidade de lixo espacial.

A evolução da Cartografi
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Atividades ..•••••• •..
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Anote as respostas no caderno.

1. Precursores da Cartografia, os chineses 4. O que eram os mapas portulanos? Qual


se destacaram na produção de mapas a importância deles para os europeus
desde o século IV a.e. Quais eram as entre os séculos XIII e XVII?
utilidades dos mapas para os chineses
já naquela época? 5. Quando e como foram obtidas as primei-
ras fotografias aéreas de que se tem
Z. Cite algumas contribuições da Cartogra- registro?
fia desenvolvida pelos povos gregos que
levaram a uma produção de mapas mais 6. Quais as vantagens das fotografias aé-
fidedignos. reas em relação ao mapeamento das
altitudes do relevo?
3. Caracterize a estagnação da produção
cartográfica na Idade Média. 7. O que é sensoriamento remoto?

8. Como são obtidas as imagens de satélite?

9. Analise a imagem de satélite e responda às questões.

Imagem de satélite da localidade de Joso, no leste do Japão, em 2015.

a) Identifique os elementos que podem ser visualizados nessa imagem.


b) O que aparece representado, respectivamente, pelas letras A, B, C e D?
e) Descreva a configuração do espaço urbano (concentração de moradias e tamanho
da aglomeração) e do espaço rural (tamanho das propriedades e provável atividade
econômica desenvolvida).

74
10. Leia o texto, responda às questões e pesquise.

As pesquisas espaciais e você


A pesquisa espacial produz mais do que foguetes , satélites e veículos lançadores. Vários
materiais, inicialmente desenvolvidos para uso específico dos sistemas espaciais, passa-
ram a fazer parte do nosso cotidiano. São os chamados spin-offs. Velcro, lentes com proteção
UVA/UVB, microchips e teflon são exemplos de materiais inicialmente desenvolvidos para
uso dos sistemas espaciais e acabaram encontrando aplicações na Terra. Spin-off é a ex-
pressão inglesa usada para denominar casos nos quais as tecnologias, desenvolvidas no
contexto dos programas espaciais, são usadas em atividades fora desse setor. A produção
de lançadores em países desenvolvidos, por exemplo, possibilitou o aparecimento de vários
produtos, como materiais carbonosos para altas temperaturas hoje utilizados como isolan-
tes nas centrais nucleares para geração de energia elétrica e nos discos de freios de todos
os aviões militares, comerciais de grande porte e nos carros de Fórmula 1. Foi a partir da
pesquisa espacial, também, que surgiram as camadas antirreflexão para televisores; óculos
com proteção solar; aços de ultra-alta-resistência utilizados em blindagens, grandes eixos,
trens de pouso de aviões e de helicópteros e roupas com proteção para altas temperaturas
e para manuseio de produtos químicos de alta toxicidade. [. ..]
AGÊNCIA Espacial Brasileira (AEB). Disponível em:
<Www.aeb.gov.br/o-espaco- em•nossa-reaJidade>. Acesso em: 11 set. 2015.

Observe abaixo outros exemplos das pesquisas espaciais em nosso dia a dia.

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Espuma de viscoelástico, que hoje é Comida desidratada foi desenvolvida Tecidos antichamas, com os quais
utilizada na fabricação de travesseiros, para alimentar os astronautas no são confeccionadas as roupas dos
foi desenvolvida para dar mais conforto espaço, por ser mais leve e ter maior astronautas, hoje são utilizados para
aos astronautas. durabilidade. Hoje estão presentes em as roupas de bombeiros e pilotos de
qualquer supermercado. carros de corrida.

a) De acordo com o texto, as pesquisas científicas espaciais não estão restritas em sua
aplicabilidade. Explique essa ideia e dê exemplos.
b) Você considera importante a transposição do resultado das pesquisas c ientíficas
para outras áreas? Por quê?
e ) Amplie seus conhecimentos sobre as Pesquisas Espaciais Brasileiras, visitando o site
<http://tub.im/r73iz5>, com destaque para o link "Programa Espacial Brasileiro". Elabo-
re um texto resumindo as informações mais importantes e interessantes sobre esse tema.

A evolução da Cartografia I 15
•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

A beleza artística das imagens de satélite


Geografia, ciência e cultura

Desde 1972, após o lançamento do primeiro satélite do programa Landsat, o


Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), em parceria com a Agência Espa-
cial Americana (NASA), coleta imagens orbitais para fins de monitoramento e pes-
quisa científica.
As imagens registradas atraíram a atenção também por sua beleza artística, uma
vez que retratam paisagens inusitadas da Terra, como mares, rios, desertos, flores-
tas, áreas de pastagem, áreas cobertas de gelo, entre outros. A partir disso, foi
criada a coleção "A Terra como arte" (Earth as Art, em seu título original), que já está
em sua terceira edição. Veja abaixo algumas imagens selecionadas da coleção.

A imagem ao lado, de 2005, retrata o redo r da ilha sueca de


Got land, loca lizada no mar Báltico. A imagem lembra a pintura
A noite estrelada (1BB9), de Van Gogh. Esse efeito ocorre
quando correntes profundas levam nutrientes para a superfície,
contribuindo com o crescimento e a reprodução de grandes
quantidades de fitoplâncton.

A imagem acima, capturada em 2002, se assemelha a


vasos sanguíneos de um órgão. A fotografia retra ta os
tortuosos caminhos das águas do delta do rio Yukon, que
percorre parte do território canadense, atravessa o Alasca
e deságua no mar de Bering, no oceano Pacífico.

Esta imagem de satélite, de 2001, mostra a formação geológica


denominada estrutura de Richat, também conhecida como "Olho
da África". De acordo com pesquisas científicas, essa estrutura
geológica, localizada em meio ao deserto do Saara, na Mauritânia,
África, é o resu ltado de erupções vulcânicas ocorridas no período
Cretáceo e que, ao longo do tempo, foram erodidas.

76
A Geografia no cinema ~ Inimigo do Estado
O advogado Robert Dean, sem saber, leva consigo
a prova do assassinato do congressista Phillip Ham-
mersley. Essa prova envolve o nome de importantes
políticos do governo dos Estados Unidos. Ao longo do
filme, ocorre uma impressionante perseguição que en-
volve a monitoração por meio de imagens de satélite.

( Título: Inimigo do Estado
. Diretor: Tony Scott
Principais atores: Will
: Smith, Gene Hackman
· Ano: 1998
; Duracão: 132 minutos
~ ge.m: Estados Unidos
Para assistir

• CARTOGRAFIA e novas tecnologias (Cartografia na escola). Ministério da Educa-


ção. TV Escola - Salto para o Futuro. 50 min. Disponível em: <http://tub.im/w83tic>.
Acesso em: 11 set. 2015.
Apresentando o tema "Cartografia e novas tecnologias", o vídeo mostra a Cartogra-
fia produzida pelo INPE e pelo IBGE, e como os trabalhos gerados por eles podem
ser utilizados em sala de aula.

• RONDON e a Cartografia TV Universidade - Universidade Federal de Mato Grosso.


15:31 min. Disponível em: <http://tub.im/t2f58p>. (Parte 1). 15:21 min. Disponível em:
<http://tub.im/h7uimg>. (Parte 2). Acessos em: 11 set. 2015.
Documentário apresentado em duas partes e produzido pelo jornalista Cacá de
Souza, que foi financiado pela Lei de Incentivo à Cultura. Este documentário retrata
as contribuições de Marechal Cândido Rondon para a Cartografia.

Para ler

• DUARTE, Paulo A. Fundamentos de Cartografia. Santa Catarina: UFSC, 2008.


• FLORENZANO, Teresa Gallotti. Imagens de satélite para estudos ambientais.
2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
• KNAUSS, Paulo et ai. Brasil: uma cartografia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 201 O.

Para navegar

• CARTOGRAFIA Histórica (Biblioteca Digital da USP). Disponível em: <http://


tub.im/brsx4g>. Acesso em: 2 set. 2015.
• CENTRO de Sensoriamento Remoto (Ministério do Meio Ambiente). Disponível
em: <http://tub.im/j2akgx>. Acesso em: 2 set. 2015.
• EMPRESA Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Monitoramento por sa-
télite. Disponível em: <http://tub.im/b4mvim>. Acesso em: 2 set. 2015.
• INSTITUTO Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Disponível em: <http://tub.
im/beywtn>. Acesso em: 2 set. 2015.
• NATIONAL Aeronautics and Space Administration (NASA). Disponível em: <http://
tub.im/9ya5ha>. Acesso em: 2 set. 2015.

A evolução da Cartografia 77
...
...........
..
Questões do Enem e Vestibular
.................................................................................... _.:: " 1 .Anote as r espostas no caderno •

1. (UFPR-PR) Observe a imagem do mapa de sentação simbólica da presença europeia


Waldseemüller e leia o texto a seguir. B. no continente pela primeira vez na Era
Moderna.
e) Afirmar que Vespúcio foi o responsável pela
"descoberta do Novo Mundo" significa eviden-
ciar um traço da mentalidade greco-romana
da Antiguidade, que prescrevia a experimen-
tação científica como método para obter o
conhecimento da verdade das coisas.
d) A verificação empírica da verdade dos "des-
cobrimentos" possibilitou, ao longo do século
XVI, uma nova epistemologia para as ciências
humanas, que passou a fundar-se no teste-
(Martin waldseemüller. 1507.) m unho d ireto dos acontecimentos como
critério para o estabelecimento dos fatos.
"Este mapa é de fundamental significação e) Pelo relato sobre os "descobrimentos", ex-
na história da cartografia. Sintetizou a revolu- plicitado no texto, fica evidente que havia,
ção dos vinte anos precedentes na geografia e no período da pub li cação do mapa de
ampliou a imagem contemporânea do mundo, Waldseemüller, uma nítida separação entre
proporcionando uma visão essencialmente a perspectiva de análise geográfico-carto-
nova do mesmo. [....] Seu histórico é conhecido gráfica e a abordagem histórica dos even-
indubitavelmente a partir do tratado geográfi· tos da expansão marítima.
co Cosmographiae Introductio que acompa-
2. (UTFPR-PR) No século XX surgiram novas
nhou sua publicação em 1507. [...] Este mapa
tecnologias que revolucionaram e dinamizaram
tem uma importância histórica única. Nele o
a cartografia, nas formas de aquisição de da-
Novo Mundo recebe o nome de América pela
dos e representação espacial das superfícies.
primeira vez. Colombo aparentemente nunca
Das novas tecnologias e suas características,
abandonou sua convicção de que as ilhas das
, é INCORRETO afirmar que: o.
Indias Ocidentais que descobriu eram próxi·
a) o sensoriamento remoto constitui-se num
mas à costa leste da Ásia. Vespúcio, entretan-
importante sistema aéreo ou espacial de
to, descobriu a verdade, ou seja, que era um
informações.
novo mundo. Waldseemüller aceitou esta visão
e propôs - para honrar Vespúcio - conceder b) o GPS (Sistema de Posicionamento Global)
seu nome à nova terra." é um sofisticado sistema eletrônico, que se
(WHITIFIELD, Peter. The image oi lhe world: 20 centuries oi World Maps.
apoia em uma rede de satélites e permite
San Francisco: Pomegranate Artbooks & Br itish Library. 1994. p . 48- 49.) a localização instantânea em qualquer pon-
to da Terra.
Com base no mapa, no texto e nos conheci·
mentos sobre a epopeia dos descobrimentos e) o geoprocessamento é a tecnologia que
,
na Epoca Moderna, é correto afirmar: abrange o conjunto de procedimentos de en-
trada, manipulação, armazenamento e aná-
a) O mapa de Waldseemüller foi elaborado para
lise de dados espacialmente referenciados.
reforçar a concepção bastante d ifundida
d) no sensoriamento remoto, capta-se a res-
durante a Idade Média de que a Terra era
posta espect ral das superfícies e com
plana, contribu indo assim para afirmar a
objetos apenas na região visível do espec-
tese da impossibilidade de atingir o Orien-
tro eletromagnét ico para, entre outras fina-
te navegando para o Ocidente.
lidades, estudar o ambiente terrestre.
b) O uso da expressão "descoberta da Amé·
e) o SIG (Sistema de Informação Geográfica)
rica", para designar o ocorrido em 1492,
constitui-se por softwares que têm como
revela uma construção a posteriori da his·
finalidade integrar bancos de dados, pro-
toriografia, que assim estabelece uma repre-
cessar e analisar dados georreferenciados .

78
3. (UEM-PR) O sensoriamento remoto realizado por d) Trata-se de uma projeção c ilíndrica, que
sensores a bordo de plataformas orbit ais evidencia uma visão de mundo eurocêntri -
constitui um importante sistema de aquisição ca e privilegia a forma dos continentes.
espacial de informações. Baseado nessa in - e) O mapa-múndi de Peters pretende demons-
formação, assinale a alternativa incorreta. o. trar uma visão geopolítica dos países sub-
a) A energia captada pelos sensores são ondas desenvolvidos, pois representa um retrato
eletromagnét icas. mais fiel do tamanho das áreas, apesar de
b) A radiação eletromagnética captada pelos comprometer a forma dos con tinentes.
sensores não necessita de um meio para
se propagar. 5. (CEFET-MG) Os chamados Sistemas de Infor-
e) A energia capt ada pelos sensores pode mação Geográf icas auxiliam na solução de
ser de uma fonte externa ao alvo (por exem- diversos problemas referentes à análise do
plo: reflexão a luz solar) ou interna (por espaço geográfico na sociedade contemporâ-
exemplo: energia térmica emitida pelo alvo). nea. Nesse contexto, lista- se: e .
d) As diferentes formas de ocupação do solo 1. Avaliação de recursos naturais.
na Terra podem ser captadas pelos senso-
res, devido ao fato de emitirem ou de ab- li. Medição da fertilidade do solo.
sorverem radiação eletromagnética com Ili. Determinação do hipocentro de terremotos.
diferentes velocidades de propagação.
IV. Planejamento de rota da coleta do lixo urbano.
e) O sensoriamento remoto permite a detecção
de alterações na superfície da Terra como, As atividades que não se aplicam a essa geo-
por exemplo, aquelas causadas pela ação tecnologia são:
ant rópica, auxiliando no planejamento de a) 1 e IV. e) li e Ili.
políticas ambientais. b) le lll. d) li e IV.
4. (IFBA-BA) A projeção cartográfica é a base para
6. (IFCE-CE) Os sistemas de informações geo-
a elaboração dos mapas. De acordo com o
gráficas (SIGs) são o resultado da utilização
mapa abaixo, é correto afirmar: E.
conjunta de mapas dig itais, crescentemente
ANTÃRTIOA • elaborados com ajuda do sistema de posicio-

AM!RICA
'*º •
1i6,iUdt~
- - - - - :;t._,' - -
~ ~~.
namento global (GPS) e de bancos de dados
informatizados, para coletar e processar da-
dos sobre a geografia do planeta. Com rela-
DO SUL
' ção à aplicação e à utilização dos SIGs, são
feitas as seguintes afirmações. e.
1. Planejar a d istribuição e calcular os custos dos
serviços prestados pela prefeitura no território
municipal. Ex .: gerenciamento dos resíduos
sólidos urbanos.
a) O mapa, elaborado pelo historiador alemão
Arno Peters, indica uma projeção cilíndrica li. Melhorar a qualidade do sistema de transporte
equivalente, que aumenta as distorções nas coletivo e do tráfego urbano. Ex.: t rajetos ur-
áreas situadas nas baixas latitudes. banos mais rápidos para circulação de trans-
,
b) E um mapa-múndi físico, que possui os me- portes de passageiros.
rid ianos como linhas convergent es e os Ili. Executar a arrecadação das taxas e dos im -
paralelos como linhas retas, o que explica a postos. Ex.: Imposto Predial e Territorial Urbano.
centralidade do continente africano.
Está(ão) correta(s):
e) Foi concebida no século XVI pelo belga
a) Apenas 1. d) Apenas li e Ili.
Mercator, e se caracteriza por ser uma
projeção equidistante, bastante utilizada b) Apenas li. e) 1, li e Ili.
nas Grandes Navegações. e) Apenas I e li.

A evolução da Cartografia 79
A litosfera e a
dinâmica do relevo

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...
A Terra é um planeta ativo. Tanto em suas cama-
das mais internas quanto em suas porções externas,
nada é estático. Essa dinâmica da Terra lhe confere as
diferentes feições que possui atualmente, e continua alte-
rando suas formas de relevo.
As erupções vulcânicas e os terremotos são exemplos de
como ocorre esse processo de alteração. Por isso, o ser hu-
mano tem observado esses fenômenos cada vez mais de per-
to a fim de compreender a complexa dinâmica da litosfera.

• Observações, análises e muitos outros estudos são ne-


cessários para que o ser humano compreenda fenôme-
nos como o mostrado nesta imagem. Assim, tem amplia-
do seus conhecimentos sobre a litosfera, principalmente,
sobre como ela funciona internamente. O que você sabe
sobre a dinâmica interna da Terra? O que mais gostaria de
compreender?

Pesquisador coletando
informações nas proximidades
de uma erupção ocorrida na
Islândia, em 2014.
/ Terra: planeta em transformação
Desde a sua formação, o nosso planeta já passou por grandes mudanças decor-
rentes de processos e fenômenos naturais, ocorridos ao longo de milhões de anos.
Alguns desses fenômenos naturais são facilmente percebidos, como os inten-
sos terremotos que sacodem a crosta terrestre e as grandes erupções vulcânicas
que lançam lavas na superfície do planeta, capazes de causar transformações
repentinas e significativas nas paisagens terrestres.
Força da gravidade: força
de atração mú tua que os
Várias outras transformações, ao contrário, são provocadas por processos na-
corpos (matéria) exercem turais que atuam continuamente desde épocas muito remotas. Durante milhões de
uns sobre os outros e
sobre a Terra. anos, por exemplo, as forças provenientes do interior do planeta criaram grandes
cordilheiras de montanhas; já as forças externas, como as das chuvas e dos ven-
tos, atuam permanentemente na superfície, modelando diferentes aspectos do re-
Ilustração conforme: REES,
Martin (Ed.). Universe: the
definitive visual guide. New
levo terrestre. Alguns desses processos, no entanto, ocorrem tão lentamente que
York: Dorling Kindersley. são perceptíveis apenas depois de muitos anos.
2008. p. 116-117.
~

l! Todas as grandes transformações naturais ocor-



.E
ridas desde a formação da Terra fazem parte de
sua história geológica, iniciada há alguns bilhões
de anos (veja tabela na página ao lado).
····················· ..······················· ............................................................... ~

As teorias científicas mais aceitas atualmente, segundo 1


a hipótese nebular, sustentam que todos os corpos
celestes do Sistema Solar, do qual a Terra faz parte,
teriam se formado há 4,6 bilhões de anos. Essa
formação teria ocorrido a partir de resíd uos de uma
nebulosa solar primitiva, uma nuvem concentrada de
matéria interestelar composta, basicamente, de gases
(hidrogênio e hélio) e poeira cósmica (rochas,
ferro e gelo), como representa a imagem ao lado.
(iilliiiil

Formação e evolução da Terra


Ao se formar, a Terra era extremamente quente. Os elementos mais pesados existentes
no planeta, como o ferro e o níquel, migraram para o seu interior, formando o núcleo. Os
Ilustração conforme: PALMER,
Douglas. Young Earth. ln: materiais mais leves flutuavam em sua superfície incandescente. Os gases gerados pelo
PAEHISTORIC life: the
definitive visual history of life on
impacto dos materiais que colidiam com a Terra eram retidos à sua volta pela força da
Earth. New York: Dorling gravidade, originando uma atmosfera primitiva.
Kindersley, 2009. p. 14-15.
~

l! Ao longo de milhares de anos, a Terra foi len-



.E tamente se esfriando. Há cerca de 4 bilhões de
anos, a superfície do planeta começou a enrije-
cer, dando início à formação de sua crosta,
constituída, em seus primórdios, por blocos ro-
chosos, embriões dos primeiros continentes.
Com o esfriamento, a crosta terrestre se tor-
nou mais espessa e uma grande quantidade de
gases e vapores foi lançada do seu interior por
intensas e ininterruptas erupções vulcânicas. Os
gases e vapores se condensaram, se transfor-
mando em chuvas que caíram durante muito
tempo sobre a superfície, dando origem aos pri-
meiros oceanos. Há cerca de 3,5 bilhões de
anos, o planeta já possuía uma crosta rochosa,
os primeiros oceanos e uma atmosfera primitiva.

82
A tabela do tempo geológico apresenta os principais eventos da história geoló-
gica da Terra. Ela deve ser lida de baixo para cima, seguindo a ordem cronológica
dos eventos, isto é, dos mais antigos aos mais recentes.

1Tempo ge ológico \
, , •uma proposta de
Idade (milhões pesquisa que aborde
Eon Era Período Epoca
de anos) conhecimentos da
Recente ou Biologia pode ser
sugerida para
Quaternário j
Holoceno 1 0 ,01 complementar o estudo
Pleistoceno 1 sobre o surgimento da
1,6 vida na Terra. Nessa
Plioceno pesquisa os a lunos
Cenozoica ~ 5 podem investigar as
Neogeno Mioceno
24 teorias já propostas
Terciário Oligoceno para explicar a origem
~ ;.. 37
Eoceno da vida em nosso
Paleogeno 58 planeta. São exemplos
Paleoceno as seguintes teorias:
66 abiogênese, biogênese,
Cretáceo cosmozoica e de
Fanerozoico 144 Aleksandr Oparin (uma
Mesozoica Jurássico
Triássico
Permiano
r 208
245
das mais recentes) .

Carbonífero
LPensilvaniano 1
286
320
Mississipiano
360
Paleozoica
- Devoniano
Siluriano
408
438
Ordoviciano
505
- -- Cambriano .... 545
o Proterozoico
e
f1l
1 .... 2500 Fonte: WICANDER. Reed;
'<lJ .o A rqueano MONROE, James S.
ct E Fundamentos de Geologia
f1l r 4 ººº Tradução Harue O. Avritcher.
u Hadeano São Paulo: Cengage
' 4 600 Learning, 2009. p. 2 1.

Quando comparamos a longa história geológica da Terra ao período de 365 dias


do nosso calendário, podemos ter uma ideia da dimensão de cada uma das gran-
des eras geológicas. Observe essa comparação representada a seguir. Realize
também uma leitura comparada dessa representação e da tabela acima. ·

r.;."·· · · ·····
, • O surg imento
. · · ·············
. :
i
Pré-Cambriano Era Paleozoica Início da Era
Cenozoica : dos primeiros i
.!. ancestrais i..
••• Surgimento e extinção .., humanos, :..
dos dinossauros
.: ocorrido .i
Surgimento das
pr1meiras rochas
Era
.
: provavelmente i.
Mesozoica
.;. entre 1 e 4 :.
.
: milhões de anos :
atrás, é
considerado um
fato recente ou
"\,
~
~
- ❖
{to
antigo na história .
~ " ' geológica da :
~..,. ~

-
@ ~ '-\.. Terra? Observe a
Mais antigas figu ra e elabore
evktt!ncias de vida - - 'j (
Surgimento das Stxgimento sua conclusão. .··
plantas terrestres dos anfíbios
~ ........'' ' ...... ' .. '' ....... ' ... ' .... ,•·
Ilustração produzida com base em: TEIXEIRA, Wilson et ai {Orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo:
Oficina de Textos, 2000. p . 558·559 .

A litosfera e a dinâmica do relevo 83


Explorando o tema Cálculo e reconstituicão
, da
história geológica da Terra

Radioatividade: Com a descoberta da radioatividade, somente a partir do início do século pas-


propriedade que alguns
elementos químicos têm sado, foi possível calcular com maior precisão a idade da Terra e reconstituir os
de emitir energia e
partículas de seus átomos
principais eventos ocorridos ao longo de sua história geológica. Os cientistas des-
que, assim, mudam sua cobriram que determinados elementos químicos presentes nas rochas (urânio, tó-
composição.
Meteorito: bloco rochoso
rio e rádio) se desintegram no decorrer de milhões de anos, originando outros
proveniente do espaço elementos. A cada 713 milhões de anos, por exemplo, metade dos átomos de
sideral e que atinge a
superfície da Terra. urânio 235 existentes em uma rocha transforma-se em chumbo 207. Conhecendo
o número de átomos desses dois elementos, é possível calcular a idade dessa
rocha com bastante precisão.
As rochas mais antigas encontradas por meio da datação radi oativa foram des-
cobertas no noroeste do Canadá e datam de mais ou menos 4 bilhões de anos.
Assim, os c ientistas concluíram que o planeta teria se formado cerca de 500 ou
600 milhões de anos antes, proporcionando o tempo necessário para que a su-
perfície do planeta se esfriasse e ocorresse a solidificação das primeiras rochas.
Abaixo, cratera Os fragmentos de meteoritos que colidiram com a superfície do nosso planeta
l ocalizada no estado do também ajudam os cientistas a estimar a idade da Terra. Amostras de meteoritos
Arizona, Estados
datam de aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Como os cientistas supõem que
Unidos, em 2015. Foi
formada pela queda de todos os corpos do Sistema Solar teriam se formado na mesma época, essa po-
um met eorito com deria ser a idade do nosso planeta.
cerca de 100 mil
toneladas, que se O estudo dos fó sseis, restos ou vestígios de animais e plantas que viveram há
chocou com a Terra há milhões de anos e fi caram preservados em meio às rochas, também ajuda os
aproximadamente 50
cientistas a reconstituir a história geológica da Terra. Como os fósseis são encon-
mil anos. O impacto
formou uma depressão trados em camadas de rochas que se formaram pela deposição de sedimentos
com 200 metros de nas partes mais baixas do relevo, os cientistas utilizam o princípio da sobreposi-
profundidade e 1200
ção para deduzir a idade relativa dessas rochas e fósseis.
metros de diâmetro.
Por meio desse princípio, as camadas rochosas mais profundas se depositaram
primeiro, sendo, portanto, mais antigas do que as rochas mais superficiais, que se
depositaram posteriormente. As-
sim, os fósseis que são encon-
até 180 milhões
trados nas camadas rochosas
mais profundas indicam que es- •
de anos
, . ' ,
sas espec1es viveram em epocas
anteriores aos fósseis que estão 180 a 250 milhões .
nas camadas superiores (como de anos
mostra o esquema ao lado).

250 a 280 milhões


de anos

Ilustração produzida com


base em: PALMER, Douglas.
Young Earth. ln:
PREHISTORIC life: the
definitive visual history of life
335 a 540 milhões
on Earth. New Yor1c Dorling
Kindersley, 2009. p. 39.
de anos

De osso a rocha
A maioria dos esqueletos de dinossauro que você vê poder de permanência. Elas permanecem após o desapa-
em museus existe devido às rochas sedimentares. Esses recimento dos materiais orgânicos, criando um mineral
fósseis começaram a surgir quando um dinossauro mor- frágil e poroso no formato do osso original.
reu em um ambiente que tinha muito sedimento móvel, Outros minerais reforçam esse osso, fundindo-o em um
como um oceano, Jeito de rio ou lago. Um local assim é fóssil. [ .]
uma zona bêntica: a parte mais profunda de um corpo-
Com o passar de milhões de anos, o sedimento ao redor
-d' água. Esse sedimento rapidamente enterrou o dinossau-
desses ossos reforçados se torna rocha sedimentar. A ero-
ro, oferecendo ao seu corpo proteção contra a decomposição.
são, as marés e outros processos naturais continuam a de-
Enquanto as partes macias do dinossauro eventualmente se
positar mais sedimento, e esse sedimento também se tor-
decompuseram, suas partes duras (ossos, dentes e garras)
na rocha. Enquanto eles podem reter a pressão da rocha
permaneceram.
circundante, os ossos permanecem ocultos e preservados
Mas um osso enterrado não é a mesma coisa que um de forma segura. Após milhões de anos, algum processo
fóssil. Para se tomar um fóssil o osso precisa se tornar natural, como a mudança gradual da superfície do planeta,
rocha. As partes orgânicas do osso, como as células san- pode revelar essas camadas e os fósseis que elas contêm.
guíneas, colágeno (uma proteína) e gordura, eventualmente,
[... ]
se decompõem. Mas as partes inorgânicas do osso, ou as
partes compostas de minerais como o cálcio, têm mais WILSON, Tracy. How stutf works: Como tudo funciona UOL. Disponível em:
<http://ciencia.hsw.uol.eom.br/fossil2.htm>. Acesso em: 16 set 2015.
-,!/
Formação de fósseis
~
•~:t. ,i :j,..:-"'°=~ ~Jô."......

--~ J. , ~
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---·- Í'! ·
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-
Ilustração conforme: LUHR, James F. (Ed.). Earth: the definitive
visual guide. New York: Oo~ing Kíndersley, 2007. p. 23.

A litosfera e a dinâmica do relevo I as


Contexto geográfico Ponto de vist~

Niede Guidon e os vestígios humanos


mais antigos do Brasil
Em 1973, a brasileira Niêde Guidon, então pesquisadora do Centre National
de La Recherche Scientifique (CNRS) em Paris, era assistente da grande
arqueóloga francesa Annete Emperaire, que procurava vestígios do homem
mais antigo das Américas. Annete já havia estado na Patagônia e , em solo
brasileiro, seu maior interesse era a região de Lagoa Santa, nos arredores de
Belo Horizonte, onde se acreditava estarem os resquícios mais antigos de ocu-
pação humana em terras nacionais. "Detesto essa pesquisa para ver quem
é o mais antigo. Gosto do Piauí por causa das pinturas (rupestres), que são
muito bonitas", disse então Niêde a Annete. "Preparo tudo para você ir a
Lagoa Santa, mas vou para o Piauí." Foi e nunca mais saiu da região de São
Raimundo Nonato, no sudeste do estado. Para sua surpresa, além de incon-
táveis manifestações de arte pré-histórica em mais de mil sítios arqueoló-
gicos descobertos, deparou "que ironia" justamente com o que dizia tanto
odiar: indícios de presença humana no Nordeste muito mais antigos do que
Niede Guidon, em 2011. jamais alguém esperaria achar.
Segundo Niêde, o material arqueológico resgatado até agora no Piauí "alvo
de controvérsias entre os estudiosos" indica que o homem chegou à região há
cerca de 100 mil anos. A pesquisadora acredita que o Homo sapiens deve ter
vindo da África por via oceânica, atravessando o Atlântico. Houve uma
grande seca na África e o homem teria ido para o mar procurar comida.
Tempestades o empurraram oceano adentro. "O mar estava então 140 me-
tros abaixo do nível de hoje, a distância entre a África e a América era
muito menor e havia muito mais ilhas", disse Niêde [... ] As teses de Niêde

A teoria do estreito de Bering

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Ártica
--------
ASIA
67 mil anos
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,J 20 mil anos OCEANO
,ITLÁNTICO
Jf(!Pf.CO_11!
Cãncer 00 mil anos f------------------------ OCEANO

Equador
ÁFRICA PACIFICO

o•
OCEANO
OCEANO
ATLÂNTICO

. ! ~11! - - -
I NDICO
A S'fR.llLIA. 13 mil anos
Gapricomio ~ !r.! - ~ ----------------------

40 mi.l - 60 mil ~ os A ÉRICA


• DO SUL
..
2230 km
o•
Fonte: INSTITUTO Ciência Hoje. Disponível em: <http://cienciahoje.uoLcom.br/especiais/genetica-e-arqueologia-de-maos-dadas/
homem-modemo-nasceu-na-africansearchterm=None>. Acesso em: 4 ago. 2015.

86
se chocam com a arqueologia mais tradicional, dominada pela visão dos Datação por
carbono 14: método por
norte-americanos, que situam a chegada do homem nas Américas há cerca meio do qual se identifica
de 13 mil anos, vindo da Ásia via estreito de Bering. o número de isótopos de
carbono 14, que decaem
1...l em um ser vivo a partir de
sua morte, e compara- se
As pesquisas nos sítios pré-históricos do Piauí levaram a arqueóloga a de- com o número de isótopos
fender ideias polêmicas, mas instigantes sobre a evolução humana. "Estamos de carbono 12, que se
mantêm constantes
demonstrando que o homem, em um determinado momento, começa a inven- mesmo após a mor te do
organismo. Por meio dessa
tar as mesmas tecnologias, seja aqui, seja na Europa, na Ásia ou na África", comparação e tendo
comentou. "Não podemos esquecer que o Homo sapiens apareceu na África conhecimento de outras
informações, é possível
por volta de 130 mil anos, período em que esse continente passou por uma calcular, de maneira muito
seca muito grande, que quase dizimou integralmente nossa espécie. Foi aí que aproximada. há quanto
tempo um organismo
eles começaram a migrar. Por mar, onde foram buscar alimento", diz Niede. esteve vivo, dentro de um
perfodo máximo de 50 mil
Empurrados por tempestades, parando de ilha em ilha, numa época em anos passados.
,
que Africa e América estavam mais próximas, os primeiros humanos se Glaciação: perfodo durante
espalharam pelo globo. Essa é a hipótese de Niede. A descoberta de vestí- o qual a temperatura da
Terra cai, congelando as
gios muito antigos do Homo erectus, "hominídeo extinto que é um dos an- águas superficiais e
provocando o aumento das
tepassados do Homo sapiens", no México e na Ilha das Flores, na Indonésia,
calotas polares e das
indica que a navegação é mais antiga do que se pensa, segundo a arqueó- geleiras das altas
montanhas.podendo
loga. Uma das dificuldades dos pesquisadores é datar as ossadas humanas cobrir grandes extensões
encontradas na serra da Capivara. Quase não há matéria orgânica nos es- do planeta. A última
glaciação teve inicio há
queletos, um entrave para a datação por carbono 14. Novos métodos de cerca de 100 mil anos.
análise, no entanto, podem em breve contornar esse obstáculo. "Paleontólo-
gos que trabalham no Acre descobriram macacos que passaram da África
para o Brasil há 20 milhões de anos", disse. "Se os macacos passaram, será
que o Homo sapiens não foi capaz de passar?"
1...l
PIVÊTTA, Marcos. Niêde Guidon. Pesquisa Fapesp on-line. São Paulo, 15 iun. 2008. Disponível em:
<http://revistapesquisa2.fapesp.br/2008/06/01/niede-guidonl>. Acesso em: 16 set. 2015.

De acordo com essa teoria, o Homo sapiens, ancestral do Homo


sapiens sapiens, como é classificado o homem moderno, teria se
~. ~-i~--~-~~ã;·;~;~~~~-i~··· · ·1.
, 1 duas teorias sobre a
deslocado da Africa para outros continentes e alcançado a América por j chegada da espécie
volta de 20 mil anos atrás, pelo estreito de Bering. Nessa época, o es- i humana na América.
treito estava congelado, pois a Terra encontrava-se em um período de ! A teoria do estreito de
glaciação, o que formou uma espécie de ponte, permitindo a passagem Bering é a mais aceita
· pela comunidade
desses ancestrais provenientes do continente asiático, conforme indica- científica. O que a
do no mapa. teoria defendida por
Niêde Guidon muda na
.: e, história do ser humano
principalmente, do
: homem americano?
:
;.,. , , , ...............................................
....-

Ao lado, pintura rupestre


encontrada no Parque da
Serra da Capivara, que
pode datar de 30 mil anos,
em Foto de 2013.

A litosfera e a dinâmica do relevo 87


/Aestrutura da Terra
Vimos que, no início de sua história geológica, a superfície da Terra era coberta
por material incandescente, que lentamente foi se esfriando e se solidificando, até
dar origem às primeiras rochas da crosta terrestre. A crosta terrestre, também
chamada litosfera, o manto e o núcleo formam a estrutura interna da Terra. Essas
três partes se diferenciam , principalmente, quanto à profundidade, temperatura e
composição química e mineralógica, como veremos a seguir.

crosta continental
Crosta terrestre: camada superficial e
Estrutura interna da Terra
rígida do planeta com profundidade média
variando entre 30 a 80 km, sendo mais
espessa nos continentes e mais fina sob o
assoalho oceânico. Quanto à composição
químico-mineralógica, a crosta divide-se
em crosta superior ou continental, com descontinuidade
predomínio de rochas compostas de silício de Mohorovicic
(Si) e alumínio (Al); e crosta inferior ou
oceânica, com predomínio de rochas
formadas por silício (Si) e magnésio (Mg).
Manto: camada inter mediária - entre a
crosta e o núcleo - com cerca de 2870 km
de espessura e temperaturas que chegam
a 2 000 °C. Devido ao in tenso calor, os
minerais que compõem o manto, como
ferro, magnésio e silício, são fundidos,
tornando o magma fluido. Na parte
superior do manto, chamada astenosfera,
ocorrem movimentos de convecção (veja
explicação na página 93): o magma mais
aquecido do interior é impulsionado em
direção à parte in ferior da crosta ,
retornando para o interior do planeta à
medida que fica menos quente. descontinuidade
Núcleo: parte central do planeta formada de Gutenberg
basicamente por níquel (Ni) e ferro (Fe).
núdeo
Divide-se em duas partes: núcleo externo, externo
com espessura média de 2255 km e
temperaturas que chegam aos 3000 °C,
em estado plástico; e núcleo interno, com 5 100 km
cerca de 1220 km de raio e que, mesmo núcleo
com temperaturas em torno de 5000 °C, interno
Ilustração produzida com base em:
encontra-se em estado sólido em razão TEIXEIRA, Wilson et ai (Orgs.).
da grande pressão. Decifrando a Terra. São PauSo:
6400 km Oficina de Textos. 2000. p. 85.

Análises químicas mostram que as rochas da cros-


Composição química da Terra
ta terrestre são ricas em dióxido de silício, também co-
nhecido como sílica. As rochas da crosta continental
apresentam maior concentração de alumínio, sódio e
potássio, enquanto as rochas da crosta oceânica,
mais densa, são ricas em ferro, cálcio e magnésio.
• Dióxido de silício
• Óxido de alumínio
Amostras de materiais trazidos do interior do planeta
• Ferro e óxidos de ferro pelos vulcões mostram que essa região é formada
• Óxido de cálcio principalmente por magnésio e ferro, minerais que,
• óxido de magnésio
a óxido de níquel por serem mais densos, se separaram da camada su-
• 0u1ros perficial da crosta, pela ação da gravidade. Embora
não existam amostras de materiais disponíveis para análi-
se, acredita-se que o núcleo do planeta seja formado
principalmente por ligas de ferro e níquel, composição
semelhante à dos meteoritos que se formaram junto
Fonte: LUHR, James F. (Ed.). Earth: lhe definiti11e visual
guide. New York: Do ~ing Kinderstey, 2007. p. 55. com o Sistema Solar.

88
Onda sísmica propagação,
I As investigações sobre o interior do planeta no solo, da energia
liberada por um sismo.
Até hoje, a perfuração mais profunda já realizada pelo ser humano atingiu apenas Sismógrafo: aparelho que
12 km abaixo da superfície. Por isso, o conhecimento dos cientistas sobre o interior do registra a ocorrência e a
intensidade dos sismos.
nosso planeta provém de investigações indiretas, que se baseiam, principalmente, no mo-
nitoramento das ondas sísmicas provocadas pelos terremotos.
A energia liberada pelos tremores emite ondas que se propagam em várias direções
pelo interior do planeta e podem ser captadas por sismógrafos instalados em diferentes
pontos da superfície. Ao comparar a ocorrência de um tremor registrado simultaneamen-
te por vários sismógrafos, os cientistas conseguem detectar variações na velocidade e na
direção das ondas sísmicas que percorrem o interior do planeta.
Essas variações, provocadas por mudanças na temperatura, densidade e composição
dos materiais, revelam que a Terra possui estruturas internas diferentes (veja esquema
abaixo). As variações na velocidade das ondas indicam o que os cientistas chamam de
descontinuidades e assinalam o limite entre uma camada e outra. O limite entre a crosta e
a parte superior do manto, por exemplo, é marcado pela descontinuidade de Morohovicic
(Moho), a uma profundidade de 100 a 150 km. Já o limite entre o manto inferior e o núcleo Imagem de sismógrafo
superior é determinado pela descontinuidade de Gutenberg, a 2900 km de profundidade. registrando atividade
sísmica na ilha de
Sumatra, Ásia, em 2014.
Ondas P Ondas S

As ondas primárias (P) propagam -se no As ondas secundárias (5) se propagam no


sentido longitudinal do plano, no qual são sentido t ransversa l do plano, no qual
exercidas forças compressivas (impulsos provocam deformações ou cisalhamento do
de compressão e distensão) no material. As material devido ao movimento perpendicular
ondas primárias se propagam em matéria em relação à direção do deslocamento da
sólida, líquida e gasosa, com elevadas onda. A onda secundária se propaga somente
velocidades, e, por isso, são as primeiras a em matéria sólida e possui m enor velocidade
serem detectadas pelos sismógrafos. que as ondas primárias.

Ilustrações conforme: LUHR. James F. (Ed.). Earth: the demitive


visual guide. New Yoóc Dorling Kindersley, 2007. p. 57.
Propagação de ondas sísmicas
nas camadas internas da Terra

Ilustração produzida com base em:


LUHR, James F. (Ed.}. Earth: the
definitive visual guide. New York:
Oorling Kindersley, 2007. p. 57.

A litosfera e a dinâmica do relevo 89


As rochas e a composição da litosfera
A crosta terrestre é formada por uma diversidade de rochas, entre elas, basalto,
arenito, granito, mármore e argila. Uma rocha pode ser definida como um agrega-
do natural de um ou mais minerais, que são elementos químicos geralmente sóli-
dos e de composição química definida, formado por processos inorgânicos. De
acordo com as propriedades físico-químicas dos minerais que compõem as ro-
chas, algumas características as diferenciam: cor, brilho, textura, dureza. Segundo
a origem ou o processo de formação, as rochas podem ser classificadas em:
magmáticas ou ígneas, sedimentares e metamórficas.

Formação de rocha magmática Rochas magmáticas ou ígneas:


São as rochas mais abundantes da crosta terrestre, formadas
pela solidificação do magma proveniente do manto, podendo ser
intrusivas ou extrusivas. As rochas magmáticas intrusivas são for-
madas pela solidificação do magma ainda no interior da crosta ter-
restre. Nesse caso, o magma se esfria e se solidifica de maneira
mais lenta, com tempo suficiente para que os minerais se agrupem
e formem cristais, que podem ser vistos a olho nu (imagem A). As
rochas magmáticas extrusivas, também chamadas vulcânicas, são
formadas pela solidificação do magma na superfície do planeta. Ao
atingir a superfície, o magma se esfria e se solidifica rapidamente ao
entrar em contato com a água ou ar, de modo que nesse tipo de
rocha não conseguimos distinguir, a olho nu, os minerais que a
compõem (imagem B).

O granito (rocha magmática


® intrusiva), visto na foto A, e o
basalto (rocha magmática
extrusiva), vis to na foto B, são
considerados rochas maciças e
muito utilizadas na construção
civil. No caso do granito, o uso é
ornamental, e o basalto, quando
britado, é utilizado para calçamento
e na composição do concreto.
Formação de rocha sedimentar

Rochas sedimentares:
São rochas formadas por sedimentos e detritos de rochas preexis-
tentes. Ao serem erodidos e transportados pela água e pelo vento,
os sedimentos de rocha se depositam nas partes mais baixas do
relevo em sucessivas camadas. À medida que os sedimentos vão
se acumulando, ao longo de milhões de anos, as camadas mais
profundas são pressionadas para o interior da crosta. Submetidos
à pressão das camadas superiores, os sedimentos são compacta-
dos, solidificam-se, passando pelo processo de litificação, e se
transformam em uma nova rocha (imagens C e O).

© @ O arenito (foto C), o calcário, a


areia e o ca rvão mineral são
exemplos de rochas sedi mentares
Litlficação: processo economicamente importantes. O
tambêm chamado de carvão mineral (foto O) é uma
diagênese, no qual
materiais não consolidados rocha sedimentar formada pelo
se transformam em r ochas acúmulo de sedimentos orgânicos
sólidas e coesas. (restos de plantas).

90
Rochas metamórficas: Formação de rocha metamórfica
Tanto as rochas magmáticas quanto as sedimentares podem
ser submetidas, por processos geológicos diversos, a condições
de intensa temperatura e pressão, diferentes daquelas nas quais
se formaram, de modo que os minerais das rochas podem sofrer
alterações em suas propriedades físico-químicas originais (cor,
textura, estrutura, composição mineralógica etc.) e dar origem a
uma nova rocha (imagens E e F).

® O mármore (foto E) é
uma rocha derivada do
metamorfismo do calcário
(rocha sedimentar). Já o gnaisse Ilustrações produzidas com base
(foto F) é uma rocha derivada em: LUHR, James F. (Ed.). Earth: lhe
definrtive visual guide. New York:
do metamorfismo do granito Dortin9 Kindersley, 2007. p. 80·81.
(rocha magmática intrusiva).

O ciclo das rochas


As rochas vêm sendo continuamente formadas, transfor- As rochas sedimentares, por sua vez, quando sub-
madas e destruídas por fenômenos e processos geológicos metidas ao aumento de temperatura e pressão, podem
oriundos do interior do planeta (endógenos) e também por se transformar em rochas metamórficas (3).
aqueles que atuam na superfície terrestre (exógenos). Se essa rocha metamórfica for empurrada para o inte-
Uma rocha magmática, por exemplo, fica exposta ao rior da crosta, pode se fundir e novamente se transformar
processo de intemperismo, que provoca a decomposi- em magma (4) e depois dar origem a uma nova rocha
ção química e física de seus minerais (1). Os materiais e ígnea. Ocorre, assim, o ciclo das rochas. Do mesmo
as partículas desagregados dessa rocha são, então, modo, se por soerguimento essa rocha metamórfica for
transportados pelos agentes erosivos (ventos, chuvas, exposta à decomposição na superfície, pode dar origem
rios e geleiras) para as áreas mais baixas dos terrenos, a uma nova rocha sedimentar e o ciclo da rocha se re-
onde se acumulam em pequenos ou em grandes depó- pete. O esquema abaixo ilustra essas e outras possibili-
sitos que, ao serem compactados, dão origem às ro- dades de efetivação desse ciclo.
chas sedimentares (2).

lntemperismo:
conjunto de
processos que
atuam sobre as
---- rochas. provocando
a decomposição
química dos seus

, •:,,.
minerais e sua
desagregação física.

@
IBflHfi+M

Ilustração conforme:
NATURAL History: lhe
ultimate visual guide to
everythin9 on Earth.
New York: Dorlin9
Kindersley. 2010. p. 62.

A litosfera e a dinâmica do relevo 91


/ As forças endógenas e a dinâmica
interna da Terra
Em 1915, o geógrafo e climatologista alemão Alfred Wegener lan-
Deriva dos continentes
çou uma teoria revolucionária, conhecida como Teoria da Deriva
De acordo com a teoria de Continental. Segundo ela, ao longo da história geológica da Terra, os
Wegener, a Terra passou pelas
continentes nem sempre ocuparam a mesma posição e configuração
seguintes alterações:
que ocupam hoje.
Ainda de acordo com essa teoria, as massas continentais estiveram
unidas há cerca de 200 milhões de anos, formando um supercontinen-
te chamado Pangeia. Desde então, a Pangeia começou a se fragmen -
tar em continentes menores, que se separaram até atingir a distribuição
e a configuração atual. Para sustentar essa teoria, Wegener apoiou-se
Há 250 milhões de anos em um conjunto de evidências geográficas e geológicas, entre elas:
(final da Era Paleozoica).
• o encaixe quase perfeito da costa leste da América do Sul e da
costa oeste da África;
• a existência de fósseis de animais e de plantas semelhantes nes-
ses continentes;
• a ocorrência de certos tipos de rochas, depósitos minerais e for-
mações geológicas semelhantes em certas regiões da América
Há cerca de 200 milhões do Sul e da África;
de anos (final do Triássico).
• a evidência de que uma glaciação, ocorrida há cerca de 300 mi-

lhões de anos, teria atingido o sudeste do Brasil, o sul da Africa,
a Índia, a Antártida e o oeste da Austrália.
Observe, a seguir, as áreas de ocorrência dos fósseis de plantas e
animais que se tornaram evidências da teoria de Wegener.

Fóssil de
Há cerca de 65 milhões de Mesosourus.
anos (início do Terciário).
Fóssil de
Cynognogthus.

..
ÁFRICA ..
Configuração atual ..
..
dos continentes. ..• .•
Ilustração produzida com
base em: NATURAL AMÉRICA <.)
History: the ultimate visual OOSUL
guide to everything on
AUSTRÁLIA '!'.
.g
Earl h. New Yo rk Dorling ..,>
Kindersley. 2010. p. 25.

ANTÂRTIO-A
-g

••
Nova configuração dos •
• •
•• •
continentes na Terra, ••
•• ..
em aproximadamente • . •
50 mil hões de anos. •
•• • ••• ••
. •.•••••••••••••••••••
Ilustrações produzidas com base em: PRESS.
Frank et ai. Para entender a Terra. Tradução
Rualdo Menegal e! ai. 4. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006. p. 67. TEIXEIRA. Wilson e! ai
(Orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo: Fóssil de pl anta
Oficina de Textos. 2000. p. 98-99. Glossopteris. Lystrosourus.

92
A teoria das placas tectônicas
Apesar das evidências encontradas por Wegener, sua teoria não foi aceita por -
grande parte dos cientistas de sua época. Faltava encontrar explicações científi-
cas para responder à principal interrogação da teoria: afinal, que mecanismos ou
forças seriam capazes de mover os continentes?
Uma explicação plausível para essa questão surgiu somente na década de 1960,
mais de trinta anos após a morte de Wegener, a partir do desenvolvimento da cha-
mada Teoria da Tectônica de Placas. Segundo essa teoria, a crosta terrestre não é
uma camada rochosa inteiriça, mas é formada por várias partes, chamadas placas
tectônicas ou litosféricas, que se estendem pelos continentes e pelo fundo dos ocea-
nos. Essas placas se movimentam de forma lenta e contínua em diferentes direções
sobre o manto terrestre, distanciando-se e aproximando-se umas das outras e, às
vezes, resvalando umas nas outras. Veja o planisfério a seguir.
Estudos indicam
que o calor
Placas tectônicas da Terra \ _ _ existente no interior
oc~o GLACIAL ARTICO .."'
do planeta provoca
+-,_,)'_ r - a movimentação de
' grandes correntes
de massas
Placa pastosas, chamadas
Euroaslállca
..... .... correntes de
2,3 convecção. Elas
circulam de maneira
r---.:~ -'-'~~~ E'.'.:J 3,7
Ir'!Pi§o_d~ fâl!.C!.f ~

Placa do
~y'\li' muito lenta e
ininterrupta em
movimentos
ascendentes e
Pacifico Placa
Equador Africana descendentes no
8,8
:.---
10,5
interior do manto,
como ocorre com a
: água no
Placa ~ erimento acima.
18.3 lndoaos11allana

~
OCEANO
PACIFICO
~,__

10,3
-
7,4

-+ -ti-
Placa
Sul-Americana
lf

3, ~
..
Fontes: ATLAS geográfico escolar.
6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
cê Placa 3,3 ' p. 12. 1 atlas. Escalas variam.
~ 7•7 Antártica _ _ _ ___,.......,\..,..~.,,. - Limite enlra as placas fltosfélicas ~ .7

3 ___ ___ ,....., ____ _ TEIXEIRA. Wilson et ai (Orgs.).

w
.fi!cl!Jo_~l'!!1fl!Pt!!"";. -Í,- _ 2230km . ____ I ___ -.. O~eçãoevelocidadeemcm/anodomovimento
la::- enlra as placas tectoocas ,__ __.__ ' Decifrando a Terra. São Paulo:
Oficina de Textos, 2000. p. 102.

O movimento das correntes de convecção, em contato com a parte inferior da


crosta, produz forças que deslocam as placas tectônicas em várias direções,
como mostra a ilustração a seguir.
..• . . . . . . . . . . . ........ .................. . . . . . . . . . . ... . ...... .... .... ......... .. . . . . . . . . . . . . . ....................... . . . . ... . . . . . .. . . . ....... ... .............. . . .

-::O O ciclo de convecção começa com o desequilíbrio térmico
-.. entre a parte mais profunda (mais aquecida) do núcleo e
--. a sua parte superior (menos aquecida) da crosta.
--. Devido a essa diferença térmica, as massas
-•
-•• quentes e pastosas tendem a subir para a parte


• externa e menos aquecida do manto.

{O Ao atingirem a parte superior, essas massas
-.• perdem calor e se tornam mais densas,
.
-•• formando uma corrente descendente em
: direção ao interior da Terra.

·:'G Quando atingem as partes mais profundas
( do manto, são novamente aquecidas e
: impulsionadas para cima, dando Ilustração conforme: WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos de Geologia.
; continuidade ao ciclo. Tradução Harue O. Avritcher. São Paulo: Cengage Leaming. 2009. p. 15.

A litosfera e a dinâmica do relevo 93


As forças endógenas e as formas do relevo
As bordas ou faixas de contato entre as placas litosféricas, sujeitas às forças
provocadas pelas correntes de convecção, constituem zonas de grande tensão e
instabilidade tectônica. Essas zonas são afetadas por intensas atividades geológi-
cas, como erupções vulcânicas, terremotos e movimentos tectônicos. Essas ativi-
dades atuam na formação e t ransformação do modelado terrestre, criando novas
formas de relevo e transformando as que já existem . Verifique, a seguir, os fenôme-
nos geológicos e tectônicos que ocorrem nas zonas de contato entre as placas.

Movimentos convergentes
Quando as correntes de convecção realizam movimentos convergentes, as
placas tectônicas colidem uma com a outra, como ocorre entre a placa Sul-Ame-
ricana (continental) e a de Nazca (oceânica). Nesse caso, a placa oceânica, mais
fina e mais densa, é empurrada para baixo e mergulha em direção ao manto, onde
se funde devido às altas temperaturas. Esse fenômeno, conhecido como subduc-
ção, origina as chamadas fossas oceânicas, como a do Peru-Chile, na costa pa-
cífica da América do Sul.
Fossa oceânica:
rebaixamento resultante A placa continental, por sua vez, mais espessa e menos densa, é pressionada
do encontro entre placas
tectônicas. ocorrido no para cima, formando grandes dobramentos orogênicos (montanhas) na crosta,
fundo oceânico.
acompanhados por intensas at ividades vulcânicas e sísmicas em sua borda de
Orogênese: processo de
soergu imento e formação contato. Foram esses dobramentos, iniciados no final da era Mesozoica, há cerca
de grandes montanhas,
ocorrido em tempo
de 70 milhões de anos, que deram origem às grandes cadeias montanhosas do
geológico recente. planeta (veja esquemas e fotos abaixo).

RosaBetancourt O people lmages/Alamy Stock Photo/ladnstock

A cordilheira dos Andes,


na América do Sul, é
for mada por dobramentos
ocasionados pelo encontro
Ilustração produzida com base
de placas. Ao lado, vista em: PALMER. Douglas. Young
panorâmica dos Andes, no Earlh. ln: PREHISTORIC life: lhe
definitive visual history of life on
parque Torres del Paine, Earth. New York: Oorling
no Chile, em 201 4. Kindersley, 2009. p. 20.

Phíllp Game/Alamy Stod Photo/Latlnstock

A cordilheira do Himalaia
também é formada por
dobramentos orogênicos.
Ao lado, vista de Ilustração produzida com base
mon tanhas da Cordilheira em: NATURAL History: lhe
ultimate visual guide to
do Himalaia, no Nepal,
eve,ything on Earth. New York:
em 2013. Oorting Kíndersley, 2010. p . 14.

94
Movimentos divergen tes
Quando as correntes de convecção realizam movimentos divergentes, as pla-
cas tectônicas se afastam uma da outra. Como as bordas dessas placas estão
localizadas, em geral, no fundo dos oceanos, onde a crosta é mais fina, a pressão
do magma abre fendas no assoalho oceânico, aflorando com as intensas ativida-
des vulcânicas.
Ao longo de milhões de anos, o acúmulo do magma forma grandes cadeias
montanhosas submarinas, chamadas de dorsais. A dorsal mesa-Atlântica, por
exemplo, se formou com a expansão do assoalho oceânico provocado por movi-
mentos divergentes, como o que ocorre entre a placa Norte-Americana e a Euroa-
siática (veja esquema e foto a seguir).
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V
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Linha da falha
Ilustração produzida com
base em: NATURAL divergente no
History: the vltimate visual Parque Nacional
guide to everything on
Earth. New YO<k: Dorling
Th ingvellir, na
Kindersley, 2010. p. 14. Islândia, em 2014.

Movimentos conservativos
Quando duas placas são pressionadas uma contra a outra, elas também po-
dem realizar movimentos horizontais, deslizando lateralmente em direções opos-
tas. Esse tipo de movimento, também chamado conservativo, provoca grandes
fissuras e falhas ao longo da zona de contato entre as placas.
Quando conseguem romper a resistência das rochas, as placas se deslocam
produzindo vibrações (terremotos), às vezes de grande intensidade, que se propa-
gam na forma de ondas sísmicas (estudadas na página 89) pelo interior da crosta.
A falha de San Andreas, que se estende por mais de 1200 quilômetros pela
costa oeste dos Estados Unidos, constitui uma zona de contato entre as placas
Norte-Americana e Pacífica, que se deslocam lateralmente em direções opostas
(veja esquema e foto abaixo).

Falha de San
Andreas, localiza da
Ilustração produzida com
base em: NATURAL no estado da
History: the ultimate visual Califórnia, nos
guide to everything on
Earth. New York: Dorling
Estados Unidos,
Kindersley. 2010. p. 14. em 2014.

A litosfera e a dinâmica do relevo 95


/ As forças exógenas e a
dinâmica externa do relevo
A fisionomia do relevo terrestre também é modelada pela ação de forças exó-
genas, ou externas, que atuam de maneira contínua sobre o relevo, esculpindo-o
e dando novas feições ao modelado terrestre ao longo do tempo geológico. As
ações dos ventos, da água das chuvas, dos rios, dos oceanos e das geleiras são
exemplos dessas forças exógenas.

lntemperismo e erosão
A ação dos agentes exógenos na superfície terrestre se manifesta por meio dos
processos de intemperismo, que ocorrem em três fases: desagregação (decom-
posição), transporte e deposição (sedimentação).
O intemperismo abrange o conjunto de processos físicos, químicos e biológi-
cos que atuam na desagregação ou decomposição das rochas expostas na su-
perfície da crosta.
O intemperismo físico ocorre principalmente pela variação de temperatura,
provocando a dilatação e a contração dos materiais constituintes das rochas. À
medida que elas esquentam e esfriam, repetidamente, seja pela sucessão dos
dias e das noites, seja ao longo das estações do ano, os minerais se fragmentam
e as rochas vão se decompondo.
Outro tipo de intemperismo físico ocorre pela quebra das rochas provocada
pela pressão das raízes das plantas que penetram e crescem em suas fissuras
(veja foto A). Alguns estudiosos preferem utilizar o termo intemperismo biológico
para se referir a esse processo, por ser causado pela ação de seres vivos.
O intemperismo químico, por sua vez, ocorre, por exemplo, pela ação da água das
chuvas, que se infiltra e percola as rochas. Em contato com a rocha, a água dis-
solve os minerais nela presentes, provocando a decomposição química dos elementos
que a formam (veja foto 8).

Exemplo de in temperismo físico ocasionado pela ação da Exemplo de intemperismo químico em rocha calcária.
vegetação.

96
Depois de decomposto, o material intemperizado (sedimentos e pequenos frag- Os p rocessos de
intemperismo e de
mentos de rochas que originam os solos) fica sujeito à ação de outros processos erosão podem ser
percebidos com base
erosivos. Assim, podem ser transportados de um lugar para outro pela ação dos em uma atenta
ventos (erosão eólica), das águas das chuvas (erosão pluvial), dos rios (erosão flu- ob servação do meio.
Solicite aos alunos que
vial) e oceanos (erosão marinha) ou, ainda, da neve e das geleiras (erosão glacial). relacionem tais
processos aos
Quando a força desses agentes erosivos não é mais suficiente para continuar o deslizamentos de terra,
como os que
transporte do material intemperizado, os sedimentos se acumulam nas partes geralmente ocorrem em
mais baixas do relevo, em áreas de deposição, também chamadas bacias de várias regiões do país
após chuvas mais
sedimentação. intensas, e também ao
assoreamento de lagos
Dessa maneira, se por um lado a remoção dos materiais modifica as formas da e cursos de rios.
superfície, provocando o rebaixamento e o aplainamento do modelado, por outro, a
acumulação desses materiais cria novas formas de relevo em outros lugares, como
as planícies fluviais formadas pela deposição de sedimentos transportados pelas
águas dos rios. As imagens a seguir mostram como ocorrem esses processos.

1 A fo rmação do solo
Os solos formam -se pelo pro-
cesso de decomposição das rochas.
Esse processo é desencadeado
pela ação química e física conjunta
da energia solar, da água, dos ven-
tos e dos microrganismos (fungos e
bactérias), além de animais como
minhocas e formigas.

" ·-
.
-.. .- .
part e do solo rica
em microrganismos rocha
• .. - .... .. .. e matéria orgânica decomposta
-- .. . .•
..• '.
~

As formações rochosas conhecidas como arcos resultam da ação dos ventos ao


longo de milhões de anos. Os ventos t ransportam muitas partículas sólidas
(areia e poeira), que colidem contra o relevo, desgastando-o e esculpindo -o.
Acima, formação de arcos em Utah, Estados Unidos, em 2013.

-
~,
~

'
..."'o-
"e '
" "'~
•e

'B
~

rocha em rocha não


fragmen tação desagregada

Ilustração produzida com base em: NATURAL


History: the ultimate visual guide to everything on
Earth. New York: Dorling Kindersley. 2010. p. 15.

Nas áreas de maior declividade, as águas dos rios fluem com maior velocidade,
desgastando mais intensament e o modelado terrestre. Quando os rios passam por
áreas de menor declividade, a velocidade de suas águas diminui e os sedimentos por
ela transportados acumulam-se nas planícies, dando origem, por vezes, aos
meandros. Acima, rio de planície em Araguaiana, Mato Grosso, em 2014.

A litosfera e a dinâmica do relevo 97


A ação antrópica no relevo
A ação humana ou antrópica também interfere diretamente na transformação do rele -
vo terrestre. Essas transformações tornaram-se mais intensas com o aprimoramento de
técnicas e ferramentas de trabalho que ampliaram a capacidade humana de modificar o
espaço geográfico. Assim, essas transformações estão ligadas ao desenvolvimento das
atividades humanas praticadas tanto nas áreas agrícolas, quanto nas áreas urbanas.
No desenvolvimento das atividades agrárias, por exemplo, a ação antrópica
pode acarretar desmatamentos predatórios e a degradação dos solos pelo uso de
técnicas inadequadas de cultivo, acelerando a ação dos processos erosivos com
a formação de ravinas ou voçorocas, como mostrado a seguir.
r ............................... .
1 As ravinas consistem na formação
de pequenas fissuras no solo
causadas pelo escoamento
superficial da água das chuvas em
áreas desmatadas e expostas à
ação de enxurradas. Também
formadas pela ação erosiva da
água das chuvas, as voçorocas são
enormes valas que cortam o solo
formando paredes íngremes e que
podem alcançar vários metros de
profundidade. No fundo das
voçorocas pode ocorrer o
afloramento de água, quando essas
valas atingem o lençol freático.
Ao lado, voçoroca em Cacequi,
Rio Grande do Sul, em 2015.

Entre outras interferências provocadas pela ação humana no relevo podemos


destacar também o aplainamento de terrenos, a construção de aterros, a abertura
de túneis em obras de engenharia, o desmonte de morros e serras para a esca-
vação de jazidas minerais etc.
Algumas dessas interferências, no entanto, podem acarretar a ocorrência de
sérios problemas socioambientais, a exemplo dos d eslizamentos de terra (veja
próxima página) provocados pela ocupação desordenada de encostas de morros
em áreas urbanas.

Ao lado,
construção de
túnel por onde
deve passar
uma rodovia
em Sanya,
China, em 2015.

98
Deslizamento de terra
O ser humano vem interferindo cada vez mais intensamente no espaço geográfico. Os
deslizamentos de terra são consequências dessa interferência, resultados de ocupações
desordenadas, observadas em muitas cidades brasileiras. A ocorrência de tais deslizamen-
tos pode causar catástrofes, com perdas de vidas e de bens materiais. Veja no esquema
abaixo como os deslizamentos podem ocorrer e como é possível percebê-los.

.... ........... ........ -~ ...............................' :'............................................................... .........................................................•,


,
•,
'• '•
Áreas de encostas · Em geral as encostas · Além disso, as construções
: indevidamente ocupadas possuem solo pouco profundo · red uzem as áreas de
que, com chuvas intensas, é
.; são alteradas com retirada
rapidamente encharcado,
. escoamento e infiltração, e
da vegetação, cortes e · as enxurradas tendem a
,. aplainamento do terreno. tornando a área pouco estável. ser mais intensas.

..........................................................•,..
'
:······............. '''' .............. ''' .........................,,
•,.
O solo encharcado, pesado, A grande quantidade de terra e
desliza para as áreas mais lama deslocada pode somar
baixas, carregando consigo . dezenas de toneladas e soterrar
partes do terreno, casas e : construções e cursos de água
árvores. nas áreas mais baixas do relevo.

Sinais do deslizamento:

Inclinação anormal Rachaduras nas Formação de minas Rebaixamento


de árvores. construções. de água no terreno. do terreno.

A litosfera e a dinâmica do relevo 99


.•.

Atividades ..•••••• •..
•• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :
/: ~-1•
('!: -
Anote as respostas no caderno.

1. Os primeiros ancestrais do ser humano 6. Em quais evidências geográficas e geo-


surgiram no planeta Terra entre 1 e 4 mi- lógicas Alfred Wegener se apoiou para
lhões de anos atrás. Por que é correto defender a teoria da Deriva Continen-
afirmar que o tempo de sua história é tal? Por que, apesar das evidências
insignificante em comparação ao tempo encontradas por ele, sua teoria não foi
da história do planeta? aceita pela maioria dos cient istas de
sua época?
2. No caderno, escreva o nome das eras
geológicas nas quais ocorreram os se- 7. O Brasil está localizado em qual placa
guintes fenômenos: tectônica? Sabendo que o Brasil está
1 - surgimento dos dinossauros; localizado no centro dessa placa, expli-
li - surgimento dos seres humanos. que por que não há ocorrênc ias de
vulcões e terremotos intensos em nosso
3. Caracterize as partes que compõem a território.
estrutura interna da Terra.
8. A formação das grandes cadeias monta-
4. A perfuração mais profunda na crosta nhosas do mundo, também chamadas
atingiu quantos quilômetros abaixo da dobramentos modernos, como os Andes
superfície? (América do Sul), os Alpes (Europa) e o
,
Himalaia (Asia), está associada a quais
S. Quanto ao processo de formação, como
movimentos tectônicos? Explique.
as rochas podem ser c lass ifi cadas?
Caracterize os três tipos de rochas que 9. Caracterize intemperismo e erosão.
resultam dessa classificação.

10. Analise a imagem e responda às questões.


a) Compare esta imagem ao mapa das placas
tectônicas da página 93.
b) Identifique a placa mostrada no centro
da imagem ao lado.
e) Nesta imagem, os pontos amarelos
representam as áreas de ocorrência
de terremotos e os pontos verme-
lhos, as áreas de ocorrência de vul-
cões. Por que as bordas ou faixas
de contato entre as placas são con-
sideradas zonas de tensão e instabi-
lidade tectônica?
d) Pesqu ise o nome dado à área que
c ircunda essa grande placa devido à
intensa atividade sísmica e vulcânica que
apresenta.

100
11. Leia o texto, analise as imagens e realize a atividade proposta.

[.. I O dinamismo da superfície da Terra é fruto da atuação antagônica de duas forças ou


de duas fontes energéticas - as forças endógenas ou internas e as forças exógenas ou ex-
ternas. Do jogo dessas duas forças opostas resulta toda a dinâmica da crosta terrestre ou
litosfera. As pressões exercidas pelo manto e núcleo da Terra modificam as estruturas que
compõem a litosfera e que sustentam as formas superficiais desta, ou seja, as formas do
relevo ou modelado terrestre. Em contrapartida, as forças externas, ou seja, a energia solar
através da atmosfera, exercem o papel de desgaste e de esculturação das formas produzi-
das pelas ações das forças endógenas. Esse processo de criação de formas estruturais pelas
forças endógenas e de esculturação pelas forças exógenas é permanente ao longo do tempo
e do espaço. Desse modo, agora e durante a história da origem e evolução da Terra, esses
mecanismos de natureza estrutural vêm alterando permanentemente as fisionomias do re-
levo terrestre com velocidade e instabilidade ora maiores, ora menores.
[ ..)
ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Ed. USP, 1995. p. 17-18.

,..

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I
.,. ... ,.,.
... .I'.
'
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' --

Em 26 de dezembro de 2004, uma onda gigante, denominada tsunami, atingiu o litoral de diversos lugares banhados pelo
oceano fndico. Essa onda foi ocasionada por um maremoto, ou seja, um abalo sísmico ocorrido em subsolo oceânico.
As imagens acima mostram a paisagem da cidade de Lhoknga, locali zada no oeste da ilha de Sumatra, na Indonésia.
A imagem A, de 10 de janeiro de 2003, mostra a paisagem antes do avanço da onda gigante. A imagem B, de 29 de
dezembro de 2004 (3 dias após o tsunami), mostra Lhoknga transformada. No centro dessa imagem, podemos
reconhecer uma mesquita, que se manteve intacta.

Os terremotos e vulcões, assim como a força das águas, realizam transformações na


superfície terrestre. Elabore um texto explicativo que estabeleça a relação entre as
afirmações do texto do geógrafo Jurandyr L. Sanches Ross e a ocorrência de fenômenos
como o exemplificado acima.

A Litosfera e a dinâmica do relevo I 101


•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

Geografia, ciência e cultura ~ ' - - - - - - - - -

A humanidade sempre explorou a litosfera terrestre em busca das rochas e de


. .
seus m1nera1s.
A utilização desses recursos naturais possibilitou a realização de diversas ativi-
dades humanas, como a construção de moradias, a fabricação de utensílios do-
mésticos e até mesmo a confecção de joias e monumentos artísticos.
Um dos mais imponentes monumentos históricos da humanidade, o Taj Mahal,
localizado na Índia, foi construído todo em mármore, rocha metamórfica abundan-
te na superfície terrestre. Além do mármore, esse monumento possui ornamentos
feitos com jade, rubi e corais. Leia o texto abaixo e conheça um pouco mais sobre
essa grandiosa construção.

Taj Mahal: uma joia de palácio


[...] Totalmente construído em mármore branco incrustado com pedras
preciosas e de uma simetria impecável, é difícil acreditar que o imponente
Taj Mahal seja um mausoléu. Quase todos os grandes monumentos do mun-
do são produto da fé religiosa ou da vaidade de um povo, mas o Taj Mahal
constitui exceção - é um monumento ao amor. Quando sua esposa preferi-
da, Mumtaz Mahal, morreu ao dar à luz o seu décimo quarto filho, o impera-
dor Shah Jahan mandou construir um monumento que superasse em beleza
tudo o que o mundo pudera contemplar. Após vinte anos, essa joia talhada
em mármore estava pronta para guardar a tumba de sua amada.
O destino reservaria ainda algumas desilusões para o imperador. O seu
desejo era construir um mausoléu em mármore negro na outra margem do
Rio Yamuna, para guardar a sua própria tumba. Mas seu ambicioso filho,
Aurangzeb, sedento pelo poder, mandou matar seus próprios irmãos e apri-
sionou Shah Jahan no Forte Vermelho, de onde este passou os últimos anos
de sua vida apenas contemplando à distância o majestoso Taj Mahal.
1. .l

J.
J 1 CARRETA, Álvaro Antônio. Na Índia, todos os sêculos agora.
Clube Mundo. São Paulo. ano 4. n. 5. p. 10. set. 1997.

Taj Mahal, Índia,


em 2015.
1
- • l
l )
t

-- -
- - ,
A Geografia no cinema ~ O inferno de Dante

O geólogo Harry Dalton investiga uma série de evidências geológicas


ocorridas na tranquila cidade de Dante, nos Estados Unidos. Essas evidên-
cias levam o geólogo e a prefeita local a acreditarem que um vulcão ador-
mecido há muitos anos possa entrar em erupção a qualquer momento e
destruir a cidade.
Buscando alertar os cidadãos de Dante sobre a possível catástrofe, o
geólogo enfrenta as barreiras impostas pelos interesses econômicos de em-
presários que vivem na cidade.

e Para assistir
• Título: O inferno de
• TERREMOTO: a falha de San Andreas. Direção: Brad Peyton. Warner Bros, Dante
2015. A cidade da Califórnia é atingida por um terremoto e um bombeiro per- Diretor: Roger
corre o estado com um helicóptero para resgatar a filha, que tenta sobreviver Donaldson
em São Francisco. Atores principais:
j Pierce Brosnan,
• VOLCANO: a fúria. Direção: Mick Jacksons. Fox Filmes, 1997. · Linda Hamilton e
Ninguém poderia imaginar que a cidade de Los Angeles seria abalada por uma Charles Hallahan
erupção vulcânica. Nesse interessante filme você conhecerá a luta de um téc- Ano: 1997
nico da defesa c ivil que busca salvar a vida de milhões de pessoas em meio a Duração: 108 minutos
essa catástrofe natural. j ~~:gem: Estados
~ dos

Para ler
• BRANCO, Samuel M.; BRANCO, Fábio C. A deriva dos continentes. São Paulo:
Moderna, 2004.
• FRANÇA, George Sand. Tremores em casa. Ciência Hoje, São Paulo, v. 53, n. 316,
p. 4, 23 jul. 2014. Disponível em: <http://tub.im/xobofo>. Acesso em: 16 ago. 2015.
• MALIN, Stuart. História da Terra. Barueri: lmpala, 1991.
• TEIXEIRA, Wilson et ai (Orgs.). Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Nacional, 2009.
• WICANDER, Reed; MONROE, James S. Fundamentos da Geologia. Tradução
Harue Ohara Avritcher. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
• WINCH ESTER , Simon. Krakatoa: o dia em que o mundo explodiu. Rio de Ja-
neiro: Objetiva, 2004.

Q Para navegar
• BRASIL. Ministério de Minas e Energia (Companhia de Pesquisa de Recur-
sos Minerais). Disponível em: <http://tub.im/hf54mm>. Acesso em: 8 set. 2015.
• U.S. Geological Survey (USGS). Disponível em: <http://tub.im/8i4mws>. Aces-
so em: 8 set. 2015.
,
• OBSERVATORIO Sismológico. Disponível em: <http://tub.im/pmg24h>. Acesso
em: 8 set. 2015.
• INSTITUTO Brasileiro de Mineração. Disponível em: <http://tub.im/ybixee>. Acesso
em: 8 set. 2015.
• MUSEU de Geociências - USP. Disponível em: <http://tub.im/a5mg9x>. Acesso em:
8 set. 2015.

A litosfera e a dinâmica do relevo 103


...
...........
..
Questões do Enem e Vestibular
_.:: " 1
.................................................................................... .Anote as r espostas no caderno •

1. (FURG-RS) Relacione as eras geológicas com li . Rochas desse tipo podem se formar lenta-
os eventos da coluna à d ireita. e. mente no interior da terra a partir do res-
friamento do magma.
1 Mesozoico. 1 · A formação das grandes
Ili . Estas rochas podem se formar a partir dos
bacias sedimentares
li Cenozoico. processos de metamorfismo sofridos por
brasileiras.
Ili Arqueozoico. 2 • Surgimento dos seres out ros tipos de rocha.
IV Paleozoico. humanos. Assinale a opção que relaciona corretamente
3 • Origem da vida. os tipos de rochas às suas características.
V Cenozoico-Quaternário.
4 · Origem das Angiospermas.
a) 1- ígneas; li - metamórficas; Ili - sedimen-
5 · Surgimento dos
tares.
desdobramentos modernos.
b) 1 - sedimentares; li - íg neas intrusivas;
Assinale a alternativa que apresenta todas as Ili - metamórficas.
relações corretas. e) 1- metamórficas; li - magmáticas; Ili - se-
a) 1-3, li· 1, 111 -4, IV-5 e V-2. dimentares.

b) 1-1 , 11-2, 111-3, IV- 4 e V-5. d) 1 - magmáticas; li - sedimentares extrusi-


vas; Ili - metamórficas.
e) 1- 4, 11-5, 111-3, IV-1 e V-2.
d) 1-5, 11· 2, 111- 4, IV-3 e V-1. 4 . (UEL-PR) Sobre a classificação das rochas, é
e) 1- 4, 11-5, 111-1, IV-2 e V-3. correto afirmar: o.
1. As rochas metamórficas resultam de uma
2. (UEM-PR) Sobre a crosta terrestre, sua cons-
rocha preexistent e (protó lito) no estado
tituição e dinâmica, assinale o que for correto.
sólido.
01) O Pangeia, segundo o modelo proposto
11 . As rochas sedimentares são formadas pelos
pela tectônica de placas , era um único
agentes de intemperismo e pedogênese.
cont inente cercado por um oceano, o
111 . As rochas metamórficas são formadas pelo
Pantalassa. A (01), (04) e (08).
acúmulo de material sedimentar.
02) A litosfera corresponde à base sólida da
IV . As rochas ígneas são formadas pelo resfria-
crosta, de constituição basáltica no con-
mento de material rochoso fundido.
tato com o manto superior.
04) A falha de San Andreas é o resultado do Assinale a alternativa correta.
deslocamento tangencial entre a placa do a) Somente as afirmativas I e li são corretas.
Pacífico e a placa Norte-Americana. b) Somente as afirmativas I e Ili são corretas.
08) A teoria da deriva continental e a desco- e) Somente as afirmativas Ili e IV são corretas .
berta da expansão dos fundos oceânicos d) Somente as afirmativas 1, li e IV são corretas.
levaram à elaboração da Teoria das Pia· e) Somente as afirmativas 11, Ili e IV são corretas.
cas Tectônicas.
5. (PUC-RJ) Terremotos são gerados pelos movi-
16) A crosta terrestre é relativamente uniforme
ao longo de sua extensão, variando entre mentos naturais das placas tectônicas da
Terra, que causam ajustes na crosta terrestre,
15 e 20 quilômetros de espessura, tanto
afetando a organização das sociedades. Em
na parte continental quanto na oceânica.
relação aos sismos naturais, é correto afirmar
a) 13. b) 24. e) 28. d) 15. e) 19.
que eles são causados por: A.
3. (UECE-CE) Analise as descrições a seguir, a) forças endógenas incontroláveis.
considerando os tipos de rocha, seus proces- b) energias exógenas excepcionais .
sos de formação e ambientes de ocorrência. e) forças antrópicas descontroladas.
1. Estas rochas podem ser formadas por pro- d) energias antrópicas excepcionais.
cessos diagenéticos e a partir dos frag - e) forças endógenas e antrópicas.
mentos de outras rochas. B.

104
6. (FUVEST-SP) O vulcanismo é um dos processos 8. (UFAM-AM) Os agentes internos que participam
da dinâmica terrestre que sempre encantou e na formação do relevo são: o.
amedrontou a humanidade, existindo d iversos a) os abalos sísmicos, os solos e a ação dos
registros históricos referentes a esse processo. ventos.
Sabe-se que as atividades vulcânicas trazem b) o vulcanismo, o intemperismo e os abalos
novos materiais para locais próximos à super- sísmicos.
fície terrestre. A esse respeito, pode-se afirmar e) o tectonismo, o clima e a ação da água.
corretamente que o vulcanismo: o.
d) o t ectonismo, o vulcanismo e os abalos
a) é um dos poucos processos de liberação de sísmicos.
energia interna que continuará ocorrendo
e) o tectonismo, os abalos sísmicos e os solos.
indefinidamente na história evolutiva da Terra.
b) é um fenômeno tipicamente terrestre, sem 9. (PUC-RS) A superfície terrestre apresenta uma
paralelo em out ros planetas, pelo que se infinidade de paisagens com d istintas feições,
conhece atualmente. como planaltos, vales, planícies, morros tes-
e) traz para a atmosfera materiais nos estados temunhos, colinas, falésias.
líquido e gasoso, tendo em vista originarem- Um dos agentes endógenos que auxiliam no
-se de todas as camadas internas da Terra. modelado terrestre é: o.
d) ocorre quando aberturas na crosta aliviam a) a ação da chuva. d) o vulcanismo.
a pressão interna, permitindo a ascensão b) a ação dos ventos. e) o intemperismo.
de novos materiais e mudanças em seus e) a erosão glacial.
estados físicos.
e) é o processo responsável pelo movimento 10. (PUC-CAM PI NAS) A construção civil sofreu
das placas tectônicas, causando seu rompi - grande evolução durante o século XX no sen-
mento e o lançamento de materiais fluidos. tido de produzir edificações cada vez mais
seguras, principalmente, nas regiões sujeitas
7. (UFPE- PE) A atividade vulcânica compreende a abalos sísmicos frequentes em áreas: e.
todos os fenômenos associados com o derrame a) com fortes processos de intemperismo físico-
sobre a superfície terrestre dos materiais mag- -químico que tornam as rochas do subsolo
máticos procedentes do interior da Terra. Sobre mais susceptíveis a fraturas e decomposição.
esse assunto, é INCORRETO afirmar que: B.
b) com latossolos pouco consolidados que,
a) o vu lcanismo é um fenômeno endógeno submetidos a pressões internas do núcleo
exclusivo de áreas de colisão de p lacas terrestre, acabam sofrendo movimentos de
litosféricas, em face da ação das correntes acomodação de camadas.
de convecção do manto. e) de contato de placas tectônicas que, ao en-
b) além da erupção de gases aquecidos e lavas trarem em atrito, provocam movimentação
fundidas, procedem dos vulcões vastas mais ou menos intensa na crosta terrestre.
quantidades de materiais fragmentados que d) onde, no passado, ocorreram glaciações
são produzidos pela expansão de gases. que recobriram a litosfera por milhares de
e) o magma, ao se solidificar nas fissuras ro - anos; o degelo há poucos milhares de anos
chosas preexistentes, origina d iques mais desequilibrou a crosta terrestre.
ou menos espessos. e) onde a litosfera apresenta grande espessu-
d) as erupções variam muito de caráter, de ra e, por tanto, maior possib ilidade de
acordo com a pressão e a quantidade de gás apresentar fraturas e falhas tectônicas.
e a natureza da lava posta em liberdade.
e) no Estado de Pernambuco, há evidências 11. (CEFET- SP) E os Andes petrificados como bra-
de atividades vulcânicas, ocorridas em ços levantados .. . representam uma verdadeira
épocas pretéritas, na Zona da Mata; os muralha no oeste da América do Sul. Sobre a
solos dessas áreas vulcânicas são, em Cordilheira dos Andes, são feitas as afirma-
geral, bons para a agricultura. ções a seguir: B.

A litosfera e a dinâmica do relevo 105


1. Ergueram-se na era Cenozoica, a partir da b) Na formação do solo a ação do intempe-
movimentação das placas tectônicas, e por rismo químico, físico e biológico é simultâ-
isso representam a forma de relevo mais nea e uniforme em profundidade, distinguin-
recente do continente; constituem-se em do-se os diferentes horizontes dos solos.
uma região de forte instabilidade, sujeita a e) A ação e os efeitos do intemperismo sobre
terremotos e vulcanismo. as rochas e os solos na superfície terrestre
li. Exercem forte influência sobre os climas não variam mediante as d iferentes zonas
regionais, pois representam um dos fatores climáticas, altitude e formas de relevo.
do aparecimento do clima desértico no d) Os solos são formados por uma série de
Atacama. camadas sobrepostas, de aspecto e consti-
Ili. A constituição geológica da região andina tuição diferentes, aproximadamente parale-
possibilitou o aparecimento de grandes las à superfície e denominadas de regolito.
reservas de cobre, ouro e prata. e) O material de origem é a matéria-prima a
IV. Representam uma área anecumênica encra- partir da qual os solos se desenvolvem,
vada na porção central do continente. podendo ser de natureza mineral ou orgâ-
nica. Os Latossolos são solos profundos,
Está correto somente o que se afirma em:
de origem mineral e correspondem aos
a) 1 e li. solos de maior ocorrência no Brasil.
b) 1, li e Ili.
c) lelll. 14. (UDESC-SC) A Teoria da Deriva dos Continen-
tes foi enunciada pelo c ientista alemão Alfred
d) 11, Ili e IV.
Lothar Wegener, em 1912. Segundo este autor
e) Ili e IV.
a Terra teria sido formada inicialmente por um
12. (CEFET-MG) A morfologia externa da crosta único e enorme supercontinente que foi se
terrestre é constantemente transformada pelos fragmentando e se deslocando continuamen-
agentes de relevo. Sobre essa d inâm ica, é te desde o período Mesozoico, como se fosse
INCORRETO afirmar que os agentes: A. uma espéc ie de nata f lutuando sobre um
magma semilíquido e passeando em d iferen tes
a) modeladores atuam de forma contínua ao
direções. E.
longo do tempo.
b) internos influenciam na formação da Cor- Assinale a alternativa que contém o nome com
dilheira dos Andes. o qual foi batizado este supercont inente inicial.

e) exógenos arquitetam a litosfera, dobrando a) Gaia.


est ruturas geológicas. b) Placas Tectônicas.
d) externos geram impactos sobre as rochas, e) Folhelhos de Wegener.
modificando seus aspectos. d) Riftis.
e) endógenos correspondem a processos cons- e) Pangeia.
trutores do modelado da superfície da Terra.
15. (UFRGS -RS) Observe o mapa abaixo. B.
13. (Un ioeste -PR) O solo é a camada superficial ,2tr

da crosta terrestre que resulta da ação simul-


tânea e integrada do clima e organismos sobre
um material de origem que ocupa determinada
paisagem ou relevo, durante certo período de
tempo. Sobre esse tema assinale a alternativa

..: .
correta. E.
a) A argila, o silte e a areia são as partículas
minerais que formam a maioria dos solos 4455 km
brasileiros. Nos Latossolos Vermelhos da Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar, 2004. p. 66.
região Oeste do Paraná, formados a part ir
das rochas magmáticas extrusivas básicas, Assinale a afirmação correta com relação aos
a fração areia é a partícula mais comum. pontos de 1 a 5 que constam no mapa.

106
a) O ponto 1 situa-se entre as placas tectôni- a) às áreas de contacto das placas tectônicas.
cas Sul-Americana e Nazca. b) à presença de est ru turas geológicas muito
b) O ponto 2 localiza-se numa área de sepa- antigas.
ração de placas tectônicas, responsável e) à formação das bacias sediment ares.
pela formação de uma dorsal oceânica. d) aos escudos cristalinos ou maciços antigos.
e) O ponto 3 localiza-se numa área de colisão e) aos dobramentos antigos.
entre as placas Africana e Indo-Australiana.
d) O ponto 4 localiza-se numa área de expan- 19. (Cesg ranrio-RJ) O relevo das terras emersas é
são do assoalho oceânico, responsável ext remamente diversificado. Nesse relevo, o
pela formação da Cordilheira dos Andes. que se denom ina de DOBRAMENTOS MO-
e) O ponto 5 localiza-se numa área de forma - DERNOS OU RECENTES corresponde a: D.
ção de arco de ilhas, que corresponde a a) depressôes absolutas.
uma zona de subducção. b) depressôes relativas.
e) bacias sedimentares .
16. (UESC -BA) Os conhecimentos sobre o tecto-
nismo e sua atuação possibilitam af irmar: A. d) cadeias montanhosas.
a) As correntes de convecção são responsá - e) dorsais submarinas.
veis pelo deslocamento das placas conver-
20. (FJF-MG) Leia o fragmento de texto a seguir:
gentes que, quando se chocam, dão ori- e.
gem às falhas ou aos dobramentos. Tais mudanças nas partes superficiais do
b) As dobras se formam quando as pressões globo pareciam, para mim. improváveis de
verticais atuam sobre as rochas de maior acontecer se a Terra fosse sólida até o centro.
resistência. Desse modo, imaginei que as partes internas
e) O vulcanismo é o fenômeno exógeno que poderiam ser um fluido mais denso e de densi-
ocorre no interior das placas tectônicas, d ade específica maior que qualquer outro sólido
at ua na formação do relevo, mas só dá que conhecemos, que assim poderia nadar no
origem às depressões. ou sobre aquele fluido. Desse modo, a superfície
d) A ausência de falhas geológicas no sul e d a Terra seria uma casca capaz de ser quebrada
no sudeste brasileiro pode ser explicada e desordenada pelos movimentos violentos do
pela formação antiga do relevo. fluido sobre o qual repousa
Benjamin Franklin. 1782, em uma carta para o geólogo francês Abbé J. L
e) As falhas geológicas dão origem a várias Giraud-Soutavie in PRESS, Frank et ai. Para entender a Terra. 4. ed.
Porto Alegre: Bookman. 2006.
formas de relevo, como escarpas e vales
amplos e abertos . Sobre a estru tura interna da Terra, pode-se
AFIRMAR que:
17. (UEL-PR) O Himalaia, os Andes e as Rochosas a) a crosta é uma camada única constituída de
são exemplos de cadeias montanhosas: A. uma placa tectônica, dividida em duas se-
a) originadas de dobramentos de idade cena- çoes .
.
zo1ca. b) a litosfera é a camada mais densa e se
b) resultantes de blocos falhados de idade mantém em movimento devido às correntes
proterozoica. convectivas.
e) originadas de dobramentos de idade paleo- e) as camadas da Terra são separadas umas
.
zo1ca. das outras por áreas denominadas descon-
d) resultantes de falhamentos do cristalino de tinuidade.
idade mesozoica. d) ela é formada por camadas alternadas, de
e) originadas de fraturamentos e diaclasamen- densidades semelhantes, que diminuem da
tos de idade cenozoica. superfície para o centro.
e) o núcleo divide-se em duas partes: superior
18. (U PM- SP) As zonas sísmicas do globo estão
e inferior e seu material é o magma.
associadas: A.

A litosfera e a dinâmica do relevo 107


-

'
~1
A dinâmica do nosso planeta também está expres-
sa nas mais diversas formas de relevo que observamos
.
nas paisagens.
As forças internas e externas da Terra atuam continuamen-
te, esculpindo as formas de relevo continental e submarino do
nosso planeta. No entanto, a exploração de recursos e a
transformação do espaço promovidas pelo ser humano têm
interferido cada vez mais na configuração do relevo terrestre.
Ao observar as formas de relevo na imagem surgem as
seguintes questões: como essas formas surgiram? Ao
longo de quanto tempo vêm sendo transformadas?
Quais forças atuam em sua modelagem? Com os cole-
gas, tente responder a essas questões.
/ Escudos, dobramentos e bacias
De acordo com sua origem e formação geológica, o relevo continental apresenta
três grandes estruturas ou províncias geológicas, sendo elas: escudos cristalinos
ou crátons, dobramentos orogênicos modernos e bacias sedimentares. Observe o
mapa a seguir e verifique as características dessas estruturas.

Mundo: estruturas geológicas \' - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

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!!!n Quaternário
• Dobramentos jovens (alpinos)
• Dobramentos antigos Cfrcuto Polar Alllárlico
(caledonianos e hercinianos) -
Plataformas e escudos 1950 km
• Pré-cambriano
- Direção das cadeias
- Falha Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 57. 1 atlas. Escalas variam.
- Fossa submarina

Escudos cristalinos ou crátons: são as formações rochosas mais antigas da


crosta, surgidas no Pré-cambriano, entre 550 milhões e 4,5 bilhões de anos atrás.
Por serem muito antigas e estarem localizadas em áreas de grande estabilidade
tectônica, os escudos apresentam terrenos intensamente desgastados pelos pro-
cessos erosivos e altitudes moderadas, abrigando depressões e planaltos relativa-
mente baixos e maciços arredondados.
Dobramentos modernos ou cadeias orogênicas: grandes cadeias montanhosas,
formadas pela movimentação das placas tectônicas, como os Andes, na América
do Sul, o Himalaia, na Ásia, e os Alpes, na Europa. Como essas montanhas come-
çaram a ser soerguidas há apenas 65 milhões de anos (início do período Terciário),
tempo muito recente na história geológica do planeta, elas também são chamadas
de dobramentos modernos ou dobramentos terciários. Por estarem localizadas nas
bordas de contato entre as placas, são terrenos de grande instabilidade tectônica,
com intensas atividades vulcânicas e sísmicas, dobramentos e falhamentos.
Bacias sedimentares: grandes depressões do relevo, com superfícies relativamen-
te planas, preenchidas por espessas camadas de sedimentos rochosos ou de origem
orgânica - estes últimos podem formar depósitos de carvão e petróleo. Essas bacias
Subsidência: movimento
descendente (rebaixamento) começaram a se formar nos últimos 540 milhões de anos pela intensa deposição de
de blocos rochosos na sedimentos de origem continental, marinha e glacial nas partes mais baixas do relevo,
crosta terrestre que ocorre
durante eventos tectônicos. associada principalmente aos processos de subsidência do terreno.

110
Devido ao fato de serem constituídas por rochas de diferentes t ipos e idades,
essas estruturas geológicas condicionam a grande variação nas formas e nas al-
titudes do relevo terrestre.
Os terrenos de idade geológica muito antiga, como os escudos cristalinos, fica-
ram muito mais expostos ao intemperismo e aos processos erosivos, o que explica
suas formas mais rebaixadas, arredondadas e aplainadas, a exemplo dos Montes
Apalaches, nos Estados Unidos, dos Cárpatos, na Europa, dos Montes Urais, na
Rússia, e dos planaltos existentes no território brasileiro.
Os terrenos de idade geológica mais recente, como os dobramentos modernos,
ainda em processo de formação e pouco desgastados pela erosão, apresentam
as maiores elevações do relevo continental. Como exemplo, temos a cordilheira
do Himalaia, na Ásia, a cordilheira dos Andes, na América do Sul, os Alpes, na
Europa, e as montanhas Rochosas, na América do Norte. O mapa hipsométrico
abaixo apresenta as altitudes do relevo continental.

Mundo: altimetria \

Altitude em metros
4800
·3000
1800 ~rópicgde
1200
600
300
150
o
Profundidade em metros
-o
-- 1000
- 2000
- 4000
2080 km
.ti Pico

Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE. 2012. p. 33. 1 atlas. Escalas variam.

\
Perfil topográfico \
\.
r.;· · ·' . . . ' ' ·············'' ' · :
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Alitude (me1ro$) -·
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mesma área no
1
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® ® e suas bases

Ilustração produzida com base em: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Aio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 33. ... ''''' ~-~~-l-~~i~-~5.~ '''' '' ..........

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 111


/ As formas de relevo continental
As formas do relevo continental são constantemente modeladas (formadas e
transformadas) pela ação conjunta e contínua dos fenômenos e processos endó-
genos e exógenos, que ocorrem no planeta ao longo do tempo geológico. De
Escarpa: rampa ou
aclive íngreme de acordo com as características morfológicas e altimétricas do modelado terrestre,
terrenos, que ocorre
nas bordas de
o relevo continental apresenta quatro formas principais: cadeias montanhosas,
pl analtos e serras. planícies, planaltos e depressões.

Cadeias montanhosas: constituem as maiores ele-


vações do relevo terrestre. Podem se originar de movi-
mentos tectônicos (dobramentos e falhamentos) ou de
atividades vulcânicas. Suas vertentes, muito íngremes,
sofrem intensos processos erosivos e geram grandes
quantidades de sedimentos, que vão para as áreas
mais baixas do relevo situadas ao seu redor.

Paisagem das montanhas Atlas,


~...._. no Marrocos, África , em 2015.

Planícies: são formas de relevo relativamente planas,


de origem sedimentar, que recebem grande quantidade
de materiais erodidos dos terrenos situados em maiores
altitudes. Constituem áreas de deposição, nas quais os
processos de sedimentação superam os de erosão. Em
geral, as planícies são formadas pela deposição de se-
dimentos trazidos pelas águas dos rios (planícies flu -
viais) ou dos oceanos (planícies marítimas ou costeiras).

Paisagem do Pantanal em Poconé,


Mato Grosso, em 201 4.

Planaltos: são formas de relevo com altitudes varia-


das, geralmente delimitadas por escarpas íngremes,
podendo apresentar diferentes formas, como serras,
chapadas, morros ondulados etc. Neles, os processos
de degradação (erosão) superam os de agradação (se-
dimentação), ou seja, os planaltos fornecem grande
quantidade de sedimentos para as áreas ao redor,
como planícies e depressões.

Paisagem de planalto em Cunha Porã,


Santa Ca tarina, em 2015.

Depressões: são formas de relevo rebaixadas em


relação ao nível dos terrenos vizinhos. Muito desgasta-
das pelos processos erosivos, em geral, as depres-
sões possuem superfícies planas ou onduladas. Elas
podem estar localizadas tanto abaixo do nível do mar
{depressão absoluta). quanto acima do nível do mar
{depressão relativa).

Paisagem de r elevo de depressão em


Venturosa , Pernambuco, em 2012.

112
/Orelevo submarino
Assim como o relevo continental, o relevo do fundo dos oceanos possui formas
diferenciadas. As principais são: plataforma continental, talude e planície abissal,
que se distinguem conforme a profundidade, a distância da costa e a configura-
ção do fundo do mar. A seguir, esquema que representa o relevo submarino.
planície plataforma
ilha vulcân ica cadeia abissal continental
meso-oceânica
monte
fossa oceânica submarino
1

Plataforma continental: superfície relativamente plana, que se estende do litoral ao talude, formada Fossa marinha: área mais
profunda do oceano. com
por rochas sedimentares. Possui cerca de 70 km de largura e profundidade média de 200 metros. forma alongada e estreita
Talude: relevo muito inclinado, que mergulha abruptamente da borda oceânica até a e declividade muito
profundidade máxima de 2 000 metros.
I acentuada. Algumas
fossas chegam a ter mais
:~nície abissal: porção mais profunda da crosta oceânica. Nela, encontram-se formas de
de 10000 metros de
~ evo variadas, como as dorsais meso-oceânicas e as fossas marinhas. profundidade. Elas são
formadas nas regiões onde
uma placa tectônica oceânica
mergulha sob outra.
Perfil do relevo submarino

Profundidade (km)
.i
margem continental margem continental :;
o
--L.: plataforma continental plataforma continental ,-l.::==~---1! ~
talude continental nível do mar
1
1

o
/ talude continental ,
1
1
1
Ilustrações produzidas com base
em: WICANDER. Reed; MONROE.
1 James S. Fundamentos de
cadeia oceânica 1 Geologia. Tradução Harue O.
2
sopé continental~ Avrrtcher. São Paulo: Cengage
Learning, 2009. p. 363.
4
SCROGGIE, Justin et ai. Planeta
6 Terra e o universo. Tradução
Cláudio Coutinho de Biasi. Rio de
8 Janeiro: Reader·s Oigest. 2005. p.
112-113. (Enciclopédia interativa do
10 saber. v. 3).
o 500 1 000 1 500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
Distância (km)

Formas do relevo litorâneo


Veja algumas das principais formas que compõem o relevo litorâneo.
·e
o
:;
~
e
••3
V

Ilustração produzida c om base em: ATLAS geogràlico escolar. 6. ed. Aio de Janeiro: IBGE. 2012. p. 98. 1

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 113


/ Relevo brasileiro: características
estruturais
O relevo brasileiro remonta ao Pré-Cambriano, com a formação de antigas es-
truturas geológicas marcadas por formações litológicas com mais de 4 bilhões de
anos, à exceção das bacias sedimentares recentes, como a do Pantanal Mato-
-grossense. Por serem tão antigas, essas estruturas foram intensamente desgas-
tadas e esculpidas por processos erosivos, os quais carregaram grandes quanti-
dades de sedimentos que foram depositados nas bacias sedimentares.
Assim, podemos dizer que as estruturas e formações geológicas do território brasi-
leiro são muito antigas, mas as formas do relevo, do ponto de vista geológico, são mais
recentes, pois vêm sendo criadas e recriadas permanentemente nos últimos milhões de
anos pelos agentes erosivos externos, como a água, os ventos, as chuvas etc.
O mapa abaixo mostra a estrutura geológica do relevo brasileiro.

\
Brasil: estrutura geológica

Os crátons ou escudos
cristalinos (das Guianas e
do Brasil) cobrem cerca de
36% do território do país e
s apresentam grande
complexidade de rochas,
com predomínio das muito
antigas (metamórficas,
magmáticas intrusivas e
sedimentares). Algumas
formações são do Pré-
-Cambriano e início do
® Paleozoico (há mais de
SOO mil hões de anos);
nelas, predominam rochas
como gnaisses e granitos.

® Os dobramentos antigos,
formados em diferentes
1
idades do Pré-Cambriano,
• Crátons pré-brasilianos
1 - Amazônico OCEANO dividem-se em três
, cinturões orogênicos
2 - São Francisco ATlANTICO
(Atlântico, Brasília e
3 - Sul-rio-grandense
Paraguai-Araguaia), que
• Coberturas sedimentares s se encontram
correlalivas ao brasiliano
intensa mente
Faixas de dobramentos do
ciclo brasiliano -- - - - - _r,~ _,._Cep,k:ánio
- - ... -
desgastados, embora
ainda guardem
4 - Brasília características
5 - Paraguai-Araguaia montanhosas. Esses
6 -Atlântico terrenos passaram por
• Bacias sedimentares várias fases de
fanerozoicas dobramentos, o que
7 - Amazônica acarretou metamorfismos

1!

V
8 - do Maranhão e intrusões em algumas
õ
~
9 - do Paraná 365km áreas, alternados por
'-'
w so•o longos períodos de
Fonte: ROSS, Jurandyr L S. (órg.). Geografia do Brasil. São Paulo: Ed. USP. 1995. p. 47. intenso processo erosivo.

As bacias sedimentares ocupam boa parte do território brasileiro e são formadas por espessas camadas de sedimentos
provenientes do desgaste das rochas, de organismos vegetais ou animais ou mesmo de camadas de lavas vulcânicas solidificadas,
que se depositaram durante um longo período de tempo, do Paleozoico ao Cenozoico. A disposição horizontal e pouco inclinada
desses depósitos evidencia a ausência de movimentos orogenéticos expressivos desde tempos geológicos remotos.

114
/ Geologia e mineração no Brasil
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de miné-
A mineração é uma das mais importantes
rios. Grande parte da nossa riqueza mineral está concentra- atividades econômicas do Brasil. Segundo
da em terrenos de origem cristalina (escudos e crátons), com informações do Departamento Nacional de
destaque para as jazidas de ferro, manganês, cobre, chum- Produção Mineral (DNPM), o nosso país é o
bo, zinco, estanho e ouro. Essas jazidas minerais se origina- sexto maior em mineração do mundo.
ram em rochas plutônicas, formadas a partir da solidificação O território brasileiro possui grande po-
do magma no interior da crosta. tencial em jazidas minerais ainda não des-
As bacias sedimentares, por sua vez, abrigam importantes cobertas, além daquelas que já estão sendo
depósitos de carvão mineral, petróleo e gás natural. Muitos exploradas, como as de ferro, bauxita,
deles se concentram em sucessivas camadas de sedimentos ouro e estanho.
que, ao longo de milhões de anos, se acumularam nas áreas Os desafios da mineração no Brasil são:
rebaixadas das bacias brasileiras. Os depósitos de carvão baixar os custos; ampliar o acesso à ener-
mineral existentes no Sul do país, por exemplo, tiveram ori- gia gasta na exploração mineral; ampliar os
gem em antigas florestas e pântanos cobertos por extensas investimentos em pesquisa geológica e em
geleiras, que se formaram na região há cerca de 300 milhões infraestrutura, como estradas, portos e ga-

de anos, entre o Carbonífero e o Permiano. Veja, a seguir, sodutos; buscar um modelo de mineração
compatível à sustentabilidade ambiental.
mapa da distribuição desses recursos no território brasileiro.

Brasil: recursos minerais e petróleo \


Rochas plutõnicas:
também chamadas rochas
intrusivas. ou seja. que se
formam por intrusão de
magma em meio a outras
Equador rochas preexistentes.

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Principais recursos minerais


li!fil Chumbo ~ Manganês • Bauxita
§1 Cobre ~ Niôbio • CaNào
@11 Cromo @] Niquei • Diamante
1§ Esranho ~ Ouro 745km
~ Ferro [ill Urânio 350km
Fonte: PETROBRAS. Disponível em:
60"0 <www.petrobras.eom.br/pt/quem·
Fontes: GIRARDI. Gísele: ROSA, Jussara Va2. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTO, 2011. p. 35. 1 atlas. Escalas variam. somos/principais-operacoes>.
ATLAS nacional do Brasil d igital. 2. ed. Río de Janeiro: IBGE. 2005. (CD-ROM). Acesso em: 5 ago. 2015.

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 115


Contexto geográfico Estudo de cas~

Terras raras ... nem tão raras assim


Há dezessete elementos químicos que, pela dificuldade de serem encontrados
em elevada concentração na superfície terrestre, são chamados terras raras. Atu-
almente, esses elementos são indispensáveis para a indústria de alta tecnologia.
Ainda que sua exploração seja questionada pela viabilidade econômica e am-
biental, tem ocasionado uma corrida entre países do mundo, na qual a China está
bem à fren te.
Esses elementos não são tão raros, pois podem ser encontrados em diferentes
partes da Terra e podem ser mais abundantes do que outros minerais, como ouro
e cobre. Sua famosa raridade está no fato de que, muitas vezes, são encontrados
associados a outros minérios como ferro e bauxita, inclusive no rejeito da extração
desses minerais, e a dificuldade e o custo de sua separação são tão elevados que
acaba sendo inviável sua exploração em larga escala.
Na imagem, vemos amostras de alguns desses elementos e, no quadro na pá-
gina seguinte, algumas informações sobre suas reservas e usos.

Gadolínio (Gd)
Utilizado na fabricação de
lâmpadas fluorescentes,
chip s de memória, agente
de contraste em imagens
de ressonância magnética.

Samário (Sm)
Elemento utilizado em
ímãs e lasers, aumentando
a eficiência na
transmissão de energ ia.

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116
✓ Sob o domínio da China não estão apenas as maiores reservas do mundo,
mas o complexo processo de extração desses minerais que em geral se en-
contram associados a outras elementos.

✓ A descoberta de uma mina com 22 milhões de toneladas em Minas Gerais


coloca o Brasil como detentor da segunda maior reserva do mundo de terras
raras.

✓ As terras raras são utilizadas em prod utos de alta tecnologia, inclusive aque-
les que já se tornaram necessidades da vida moderna, como celulares, lâm-
padas fluorescentes etc.

✓ Bastam alguns gramas desses elementos para colocar em funcionamento um


aparelho celular. Já na construção de turbinas eólicas, são utilizadas duas
toneladas de terras raras.

Praseodímio (Pr)
Muito importante na
fabricação moderna de Cério (Ce)
ímãs, lasers, aditivos em
Agentes oxidantes, telas
lentes de soldagem,
de LCD, disco rígido de
motores elétricos híbridos.
computadores,
catalisadores de fluidos
em refinarias de petróleo.

Lantânio (la)
Muito importante no refino
do petróleo, além de
utilizado na fabricação de
vidros de alto índice de
refração, eletrodos de
baterias, lentes de câmeras.

Neodímio (Nd)
Utilizado na fabricação de a) Pesquise quais são os 17 elementos químicos que
turbinas eólicas e compõem o conjunto de terras raras no mundo, suas
responsável, entre outras p rincipais propriedades e seu aproveitamento industrial.
funções, por fazer os b ) Com base no texto, comente a seguinte afirmação:
smartphones vibrarem. "A evolução tecnológica passa pela mineração".

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 117


/ Estabilidade tectônica e altimetria
do relevo brasileiro
O territóri o b rasileiro está localizado na porção cen tral da p laca Sul-Americana,
bem distante de suas bordas de contato. Essa localização confere ao nosso país
uma relat iva estabilidad e tectônica, pois as áreas fortement e afet adas pelas ativi-
dades vulcânicas e sísmicas são as que se encont ram nas bordas de contato das
p lacas tectônicas.
A ausência de movimentos orogênicos recentes, ou seja, de dobramentos moder-
nos, associada à idade muito antiga do modelado brasileiro, já bem desgast ado pe-
los processos erosivos, explica o predomínio de baixas altitudes no nosso relevo.
Cerca de 41% das terras brasileiras encontram-se em altitudes inferiores a 200 metros,
e menos de 1% do território possui altitude acima de 1200 metros. As maiores elevações
do relevo brasileiro se situam nas regiões serranas do extremo Norte, como o pico da
Neblina, no estado do Amazonas, e nas serras e nos planaltos das regiões Sul e Sudes-
Brasil: altimetria te, como a serra do Mar. De maneira
• geral, as serras e os planaltos mais


O
*L
elevados do nosso país são faixas de

11" -
dobramentos e falhamentos orogêni-
cos muito antigos e, portanto, já bas-
tante desgastados pela erosão.
Observe o mapa hipsométrico ao
lado, que mostra as altitudes do relevo
brasileiro.

OCE:ANO
.-ITLÂNTICO
OCL.~NO
~IIClFICO '

,,.,, ~ . -
_ , , ( f e ~-
- -
Altitude em metros
1200
800
500
200
.!i O relevo escarpado da serra do Mar se originou
~
...... o
100
= o
400km
.,•
~
a partir de grandes falhamentos ocorridos em
épocas geológicas recentes, provavelmente no
"'- Rios permane11tes Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de
período Terciário. Acima, vista dessa serra no
• Pico Janeiro: IBGE, 2012. p. 88. 1 atlas. Escalas variam. estado do Paraná, em 2014.

Perfil topográfico
Altitude (metros)
Serra Parima
1200 --1
1-------------------- -lkls- -Serra
Serra - ela-~ Sêrra
~~ dã ~
1
PilnetJS canastra Mantiqueira
800
"'",V "--" ~ arnaiba
500
RloXlngu
\fµoSu1
Ilustração produzida com base
200 OCEANO
ATLÂNTICO em: ATLAS geográfico escolar.
o 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE,
A B 2012. 1 atlas. Escalas variam.

118
Vulcanismo e sismicidade no território brasileiro
A relativa estabilidade tectônica do território brasileiro explica a ausência de ativida- Sill: corpo intrusivo
magmático entre duas
des vulcânicas e sísmicas de grande intensidade no Brasil. Ainda assim, pequenos camadas. ou
derramamento de lavas
tremores de terra têm sido registrados com certa frequência em várias regiões do
em forma de lençol.
país. Muitos desses tremores, quase sempre imperceptíveis para as pessoas e regis- Também conhecido por
filão.
trados apenas por sismógrafos, resultam de movimentos e acomodações das rochas
nas partes superficiais da crosta. Alguns abalos sísmicos mais intensos também já
atingiram o nosso país, sem causar, no entanto, maiores danos. Eles ocorreram devi-
do à propagação de fortes tremores ocorridos na região dos Andes.
Já em relação às atividades vulcânicas, os últimos derrames de lava em território
brasileiro ocorreram entre o final do período Terciário e início do Quaternário, dando
origem a algumas de nossas ilhas oceânicas, como a de Fernando de Noronha. No
final da Era Mesozoica, ocorreram outros derrames de lava, como os de Serra Ne-
gra (São Paulo), Cabo Frio e Itatiaia (Rio de Janeiro) e Lajes (Santa Catarina). Porém,
foi no final do período Cretáceo que ocorreu o maior derramamento de lava conhe-
cido da história geológica da Terra. O texto a seguir trata desse episódio.

O vulcanismo na Bacia do Paraná


Vista do Parque dos
Aparados da Serra, no Rio
Os derrames e sills básicos da Forma ção Serra Geral Grande do Sul, em 2014.
da Bacia do Paraná representam um dos mais volumo-
sos vulcanismos continentais do planeta, com uma área
superior a 1200 000 km 2, abrangendo regiões do Sul e
Centro-Oeste do Brasil e do Paraguai, Uruguai e Argen-
tina, e também uma contraparte na África, áreas boje
separadas pelo oceano Atlântico. Os derrames foram
gerados entre 133 e 129 milhões de anos atrás, sendo
constituídos notadamente por lavas basálticas. Em cer-
tos locais, os derrames sucessivos de lavas basálticas
possuem centenas de metros de espessura, fato verifi-
cado na região central da Bacía do Paraná, onde uma
perfuração atravessou 1 700 m de basalto (Presidente
Epitácio, SP). [ .]
A origem do vulcanismo Serra Geral é aínda debatida,
sendo creditado à presença de anomalias térmicas no
manto (plumas), seguidas por ruptura da crosta conti-
nental, ou ainda à existência de fissuras profundas na
crosta. Esse vulcanismo, por sua vez, associou-se à frag-
mentação do supercontinente Gondwana, que culminou
com a formação do assoalho do oceano Atlântico, proces-
so que continua até hoje. As ilhas de Fernando de Noro-
nha (12,3 milhões de anos) e Trindade (3,5-2,5 milhões de
anos) são alguns dos marcos vulcânicos, hoje afastados
do eixo da Cadeia Meso-Atlântica, que ilustram a expan-
são do assoalho oceânico.
A beleza da paisagem dos derrames da Formação Ser-
ra Geral pode ser desfrutada numa visita aos paredões
de rocha basáltica [...] que afloram no sul do Brasil, no
litoral de Torres, nos canhões do Parque dos Aparados
da Serra, ou ainda nas cataratas do rio Iguaçu, que têm
sua origem na erosão diferencial dos basaltos.

TBXEIAA, Wilson et ai (Orgs.). Decifrando a Terra.


São Paulo: Oficina de Textos. 2000. p. 367.

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 119


/Orelevo brasileiro e suas formas
A grande diversidade de formas do relevo brasileiro reflete os intensos proces-
sos de erosão e sediment ação transcorridos em tempos geológicos mais recentes
(Era Cenozoica), associados a fenômenos tectônicos (dobramentos e falhamentos
do período Terciário) ocorridos em estruturas geológicas formadas por rochas
muito mais antigas.
A classificação mais atual do relevo do nosso país leva em consideração os
processos que originaram o modelado brasileiro, e distingue a existência de três
formas principais de relevo: planaltos, planícies e depressões. Essa classificação
considera três importantes critérios ou fatores para explicar as formas de relevo:
morfoestrutural, que considera a origem geológica dos terrenos; morfoclimático,
que considera a ação dos climas pretéritos; e morfoescultural, que considera a
influência dos agent es erosivos externos. De acordo com essa proposta, o relevo
brasileiro apresenta 28 compartimentos agrupados em três unidades geomorfoló-
gicas distintas. Veja o mapa abaixo.

Unidades do relevo brasileiro (Jurandyr L. S. Ross)

• Planaltos
Bacias sedimentares
1 - Planalto da Amazónia oriental
2 - Planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba
3 - Planaltos e chapadas da bacia do Paraná
Intrusões e coberturas residuaís de plataforma
4 - Planaltos e chapada dos Pareeis
5 - Planaltos residuais norte-amazônicos
6 - Planaltos residuais sul-amazônicos
Cinturões orogênicos
7 - Planaltos e serras do Atlântico leste-sudeste
8 - Planaltos e serras de Goiás-Minas
9 - Serras residuais do Alto Paraguai
Núcleos cristalinos arqueados
1O- Planalto da Borborema
11 - Planalto sul-rio-grandense

• Depressões
12 - Depressão da Amazónia ocidental
13 - Depressão marginal norte-amazônica
14 - Depressão marginal sul-amazônica
OCE.1.\0 15 - Depressão do Araguaia
,11LÍ1\il!CU 16 - Depressão cuiabana
17 - Depressão do Alto Paraguai-Guaporé
18 - Depressão do Miranda
OCL.~\'O 19 - Depressão sertaneja e do São Francisco
I'. \C/f/CO 20 - Depressão do Tocantins
21 - Depressão periférica da borda leste da
bacia do Paraná
22 - Depressão periférica sul-rio-grandense

• Planícies
23 - Planicie do no Amazonas
24 - Planície do rio Araguaia
25 - Planicie e pantanal do rio Guaporé
26 - Planície e Pantanal Mato-grossense
27 - Planicie das lagoas dos Patos e Mirim
365km 28 - Planícies e tabuleiros litorâneos
60º 0
Fonte: ROSS. Jurandyr L. S. (Org.).
Geografia do Brasil
São Paulo: Ed. USP, 1995. p. 53.
Planaltos: superfícies irregulares e intensamente desgastadas pela erosão, em geral, com altitudes
acima de 300 metros. Podem apresentar formações diversas, como serras e chapadas.
Planícies: superfícies bastante planas, geralmente com altitudes abaixo de 200 metros, formadas
pelo acúmulo de sedimentos de origem lacustre, fluvial ou marinha, depositados em épocas
geológicas recentes.
Depressões: terrenos de inclinação suave, reba ixados em relação ao seu entorno, mais planos que
os planaltos, em geral, com altitudes entre 200 e 350 metros.

120
Perfis topográficos
\_
A-8
Altitude (metros)
l
Plana11Ds resil1Jais
3000 none-amazomc:os
.
2000- • Planalto da Planaltos residuais

1000 - \ _
Amazõnlaorieo1al
Rio A~azonas
suf.amazõnicos

ºA B

C-0
Altitude (metros)
3000

2000
Planal1Ds e cllapadas da baáa do Parnaíba Planalto da
Borborema Tabuleicos
1000
Rio Pêl"paiba - \... Depressão sertaneja . /
~~
ºe D

E-F
Altitude (metros)
2000
- ,.

-
Planattos e chapadas da bacia do Paranâ Planattoseserras
do leste-sudeste
Oeoressão noriférica
1000 ma~v-vrossense E
Rio Paraná
'
' ~

.. Oceano

Ilustrações produzidas com base em: ROSS, Jurandyr L S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Ed. USP. 1995. p. 54-55; 63.

Outras classificações @ Unidades do relevo brasileiro (Aroldo de Azevedo)


do relevo brasileiro
Antes da proposta elaborada por Jurandyr
Ross, outras classificações do relevo brasilei-
• Plillalto das Guianas
ro foram utilizadas. Na década de 1940, por • Planalto Central
exemplo, Aroldo de Azevedo classificou as - Planalto Meridiooal
- Planalto Atlãnlico
unidades do relevo considerando suas formas • Plri:ie Amazônica
• Plri:ie Costeira
e principalmente suas variações altimétricas. - Plri:ie do Pantanal
Assim, definiu as planícies como superfícies OCU..\'i..
.1:11.ANTKO
planas e com altitudes inferiores a 200 me-
tros, e os planaltos como formas de relevo
mais irregulares situadas acima de 200 me-
------
a terra e o homem.
tros de altitude. Sua classificação dividiu o São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1970.
território brasileiro em seis grandes unidades 830km V. 1. p . 186.
de relevo, empregando terminologias geo-
morfológicas (planaltos e planícies) para cada
@ Unidades do relevo brasileiro (Aziz Ab'Sáber)
uma delas (mapa A).
Já na década de 1950, Aziz Ab'Sáber pro-
pôs outra classificação baseada no critério
,,
morfoclimático, que explica as formas do rele- • Planalto das Q.ianas
• Planalto Brasioro
vo a partir da ação do clima. Além disso, os • Planicies
...--.... SUbdi\lsões. do
conceitos de planaltos e planícies foram defi- Planalto Brasieiro

nidos com base nos processos de erosão e


sedimentação. Segundo Ab'Sáber, os planal-
tos são terrenos nos quais os processos de
erosão superam os de sedimentação, e as
planícies são terrenos em que os processos Fonte: ATLAS
geográfico escolar.
de sedimentação superam os de erosão São Paulo: Companhia
(mapa B).
\ 830km
Editora Nacional, 2006.
p. 107. 1 atlas. Escalas variam.

Estruturas geológicas e o relevo terrestre / 121


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Atividades ..•••••• •..
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Anote as respostas no caderno.

1. Quais são as t rês grandes estrut uras página 113 e pesquise em revistas, li-
geológicas do relevo continental da Ter- vros, enciclopédias, na internet etc. as
ra? Descreva as principais característi- principais características de cada uma
cas de cada uma delas. dessas formas. Registre o resultado de
sua pesquisa na forma de um resumo.
2. Aponte a relação que existe entre a idade
das estruturas geológicas e as altitudes 5. "Podemos dizer que as estru turas geoló-
do relevo continental. gicas do território brasileiro são antigas,
mas as formas do relevo, do ponto de
3. Compare a altimetria do relevo continen-
vista geológ ico, são mais recent es."
tal, most rada no mapa da página 111,
Justifique essa afirmação.
com a estrutura geológica representada
no mapa da página 110. Com base nes- 6. Que fatores explicam o predomínio de
sa comparação, responda: baixas altitudes no relevo brasileiro?
a) As grandes cadeias de montanhas 7. Com relação aos processos de erosão e
estão associadas à formação de qual deposição, diferencie planícies e planaltos.
estrutura geológica?
8 . A mais atual classificação do relevo bra-
b) As coberturas sedimentares do perío-
sileiro considera três importantes crité-
do Quaternário estão associadas às
rios para explicar as formas do relevo.
estru turas geológicas mais antigas ou
Quais são esses critérios? O que eles
mais recentes?
levam em con ta?
4 . Observe novamente as formas do rele-
vo litorâneo most radas na imagem da

9. Observe as imagens e responda às questões.

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Paisagem da cordilheira dos Andes, no Peru, Paisagem de relevo de planalto em Aiuruoca, Minas
em 2013. Gerais, em 2013.

a) Qual dessas formas de relevo é mais antiga: os planaltos brasileiros ou a cordilheira


dos Andes?
b) Quais evidências geológicas podem confirmar essa afirmação?

122
10. Observe, compare o mapa e o perfil topográfico e responda às questões.

Perfil topográfico
Altilude (metros)
B00~- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
600 •

400

200 •

O- ' - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -_,
Ilustração produzida com base em: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 170.

Bahia: altimetria ' '-==- ~~- ------= a) As cartas hipsométricas e os perfis

O
*l
N

PI
topográficos são formas bastante
MA
s usuais de representação do relevo.
Al
Quais informações são privilegiadas
TO em cada uma dessas representa-
E SE
ções?
b) Qual segmento do mapa correspon-
de ao perfil topográfico acima?
e) Quais dos segmentos indicados no
. .
®Salvador mapa passam por uma maior varie-
dade de altitudes?
GO
D
Altitude em metros
1200
800 MG
500
200
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100 OCE.~.~O
o ATLÂNTICO
~
,,..__, Rios pemi<M1entes
" Pico
ES Fonte: ATLAS geogrâtico escolar.
120km
6. ed. Rio de Janeiro: IBG.E. 2012.
4Z"O p. 170. 1 atlas. Escalas variam.

n. De acordo com o que você estudou sobre as formas do relevo brasileiro, associe cor-
retamente as formas de relevo mostradas nas fotografias aos respectivos números in-
dicados no mapa acima.

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Serra do Sincorá, m unicípio Vista geral de planície Chapada Diamantina, Depressão do rio São Francisco,
de !bicoara, Bahia. litorânea em Prado, Bahia. município de Palmeiras, Bahia. m unicípio de Paulo Afonso, Bahia.

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 123


•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

As ilhas artificiais de Dubai


Geografia, ciência e cultura

A utilização de técnicas cada vez mais avançadas tem possibilitado que o ser
humano transforme intensamente as paisagens terrestres, produzindo o espaço
geográfico.
,
A cidade de Dubai, uma das maiores dos Emirados Arabes Unidos, país locali-
zado no Oriente Médio, possui alguns exemplos disso. Quem observa sua paisagem
em meio ao deserto da Arábia tem a impressão de estar vendo uma miragem,
formada pelo contraste entre o deserto e a extensa área ocupada por diferentes
construções, permeada por edifícios modernos e luxuosos.
Em Dubai, parte da riqueza acumulada pela exploração do petróleo vem sendo
investida na construção de edifícios gigantescos, que chegam a ter 100 andares.
Além dessas impressionantes obras arquitetônicas, o que se destaca em Dubai
é a construção de arquipélagos artificiais em meio às águas do Golfo Pérsico.
Esses verdadeiros relevos artificiais são o resultado de técnicas de engenharia
moderna que extraem milhares de toneladas de areia do fundo do oceano que
são depositadas, gradativamente, em lugares estratégicos, dando origem às ilhas.
As ilhas artificiais de Dubai são projetadas para abrigar moradias, construções
Imagem de Dubai comerciais e, principalmente, imponentes complexos hoteleiros de luxo, que pre-
mostrando parte do tendem atrair milhares de turistas todos os anos.
arquipélago artificial
com formato de A imagem abaixo mostra parte das ilhas artificiais construídas em Dubai.
palmeira, em 201 4.
---------------------------------------------~ .!!
~
e
=
A Geografia no cinema ~ Limite vertical

Após um terrível acidente ocorrido em uma es- • Título: limite vertical


Diretor: Martin
calada, no qual perdeu seu pai, o a lpinista Peter
Campbell
Garrett abandonou sua profissão. Principais atores: Chis
Porém, três anos depois do acidente, a equipe O'Oonnell, Robin Tunney
e Bill Paxton
de alpinistas liderada pela irmã de Peter passa d i-
Ano:2000
ficuldades ao escalar o K2, a segunda maior mon- : Ouracão: 124 minutos
tanha do mundo. A mais de 8 mil metros de altitude ~ ge,m: Estados Unidos
e com temperaturas extremamente baixas, a equi-
pe não consegue retornar.
Urgentemente, Peter Garrett precisa formar uma
equipe e enfrentar novamente uma perigosa esca-
lada para salvar sua irmã.

e Para assistir

• EVEREST. Direção: Baltasar Kormákur. Universal Pictures do Brasil, 2015.


Dois grupos de alpinistas, no ano de 1996, resolvem escalar o monte Everest, mas a
vida de todos é colocada em risco por uma grande nevasca. Todos lutam para man-
ter-se vivos em meio a muitos obstáculos quase impossíveis de serem superados.
• O INGLÊS que subiu a colina e desceu a montanha. Direção: Christopher Monger.
Touchstone, 1995.
O filme retrata a história de dois cartógrafos que recebem a missão de descobrir se
a elevação do relevo existente em uma pequena cidade consiste em uma montanha
ou apenas uma colina.

G Para ler

• KRAKAUER, Jon. Na natureza selvagem. Tradução Pedro Maia Soares. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.

• GUERRA, Antonio J. Teixeira; CUNHA, Sandra B. (Org.). Geomorfologia do Brasil.


Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

• LONDON, Jack. O chamado selvagem. Tradução Luiz Antonio Aguiar. São Paulo:
Melhoramentos, 1996.

• COMPANHIA de Pesquisa de Recursos Minerais - Serviço Geológico do Brasil


(CPRM). Disponível em: <http://tub.im/sfh5x9>. Acesso em: 9 set. 2015.

• GEOMORFOLOGIA. Disponível em: <http://tub.im/a3eevm>. Acesso em: 9 set. 2015.

• UNIÃO da Geomorfologia Brasileira (UBG). Disponível em: <http://tub.im/nj4uww>.


Acesso em: 9 set. 2015.

• 1NSTITUTO Oceanográfico (IOUSP). Disponível em: <http://tub.im/jevss3>. Acesso


em: 9 set. 2015.

• SOCIEDADE Brasileira de Geofísica (SBGF). Disponível em: <http://tub.im/u97xk4>.


Acesso em: 9 set. 2015.

• BRASIL em relevo. Disponível em: <http://tub.im/cd5jpz>. Acesso em: 9 set. 2015.

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 125


...
.• ..........
..
Questões do Enem e Vestibular
....................................................................................
••
•••
~
~3
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Anote as respostas no caderno .

1. (Fuvest-SP) Do ponto de vista tectônico, núcleos (02) A região pelágica corresponde à crosta
rochosos mais antigos, em áreas continentais continental propriamente dita, que é
mais interiorizadas, tendem a ser os mais está- geologicamente d istinta da crosta oceâ-
veis, ou seja, menos sujeitos a abalos sísmicos nica. Nessa região, onde ocorre encontro
e deformações. Em termos geomorfológicos, de placas transcorrentes, surgem as gran-
a maior estabilidade tectônica dessas áreas des cordilheiras nas bordas cont inentais,
faz que elas apresentem uma forte tendência ent re elas, podem-se destacar as cordi-
lheiras dos Andes e do Himalaia.
à ocorrência, ao longo do tempo geológico,
de um processo de: A. (04) A plataforma continental é relativamente
plana e constitui a continuação da estru-
a) aplainamento das formas de relevo, decor-
t ura geológica do continente abaixo do
rente do intemperismo e da erosão.
nível do mar. Por apresentar profundidade
b) formação de depressões absolutas, gerada média de 200 metros, recebe luz solar,
por acomodação de blocos rochosos. propiciando o desenvolvimento de vege-
e) formação de canyons, decorrente de intensa tação marinha, bem como a concentração
erosão eólica. de cardumes, o que favorece a pesca.
d) produção de desníveis topográficos acen- (08) O fiorde é a mais notável ação erosiva do
movimento das águas oceânicas no litoral.
tuados, resultante da contínua sedimenta-
Sua origem está relacionada aos impactos
ção dos rios.
das ondas, diretamente contra formações
e) geração de relevo serrano, associada a fa- rochosas crist alinas ou sedimentares ,
tores c limát icos ligados à glaciação. muito comuns no Nordeste brasileiro e no
litoral do Rio Grande do Sul.
2. (UTFPR-PR) As estruturas geológicas da crosta
(16) As barras são barreiras próximas à praia
terrestre refletem os processos que as origi-
que diminuem ou bloqueiam o movimento
naram e ajudam a reconstituir a história do
das ondas. Sua origem pode ser biológi-
planeta. Em relação a esse assunto é correto
ca, quando constituídas por carapaças de
afirmar que: s . animais marinhos, ou arenosas, quando
a) Os escudos crist al i nos constit uem o formadas por uma restinga que se con-
embasamento fundamental das terras emer- solida em rochas sedimentares.
sas, pois se originaram de dobramentos
4. (UEM-PR) Sobre as relações entre estruturas
modernos. geológicas e o relevo, assinale o que for correto.
b) As bacias sedimentares resultam da ação (02), (08) e (16). Total: 26
(01) O relevo de serras que caracteriza a região
combinada dos processos des trutivos
Sul do Brasil foi produzido por choque
de erosão e dos processos const rutivos de entre as placas tectônicas sul-americana
acumulação ou sedimentação. e africana.
e) O núcleo da Terra encontra-se em estado (02) Dois tipos de estruturas geológicas com-
pastoso. põem o relevo brasileiro: escudos crista-
d) O manto é o envoltório rochoso da Terra. linos e bacias sedimentares.
e) Os vulcões são gerados por violentos mo- (04) No território brasileiro, ocorrem duas
vimentos de massas no interior do núcleo. grandes bacias sedimentares, caracteri-
zadas por movimentos orogên icos que
3. (UEM-PR) Com relação ao relevo submarino e à ocorreram durante o Terciário.
morfologia litorânea, assinale o que for correto. (08) A Cordilheira dos Andes é um exemplo de
(01) e (04). Total: 05
(01) Na margem continental sul-americana, no dobramentos modernos que ocorrem nas
Oceano Pacífico, o encontro das crostas bordas convergentes das placas tectônicas.
oceânica e continental coincide com o (16) Os escudos cristalinos são constituídos
encontro convergente das placas Su l- por rochas muito antigas, que foram, ao
-Americana e de Nazca. Nessa borda, longo do tempo, modeladas pelo intem-
ocorre a formação de fossas marinhas.
. -
pensmo e erosao.

126
5. (Unicamp-SP) Rocha é um agregado natural b) Os planaltos são áreas onde predominam
composto por um ou vários minerais e, em os processos de erosão sobre a deposição
alguns casos, resulta da acumulação de ma- de sedimentos, podendo ser classificados
teriais orgânicos. As rochas são classificadas em planaltos cristalino e sedimentar como
como ígneas, metamórficas ou sedimentares. os Planaltos Residuais Norte-Amazônico e os
a) Quais são os processos de formação das Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.
rochas metamórficas? e) Nas depressões caracterizadas por serem
b) A Região Sul do Brasil destaca-se na pro- áreas baixas, circundadas por regiões de
dução de carvão mineral, que é extraído de relevo mais elevado, onde predom ina o
rochas sedimentares do período Carboní- processo de sedimentação, como nas pla-
fero. Que condições ambientais permitiram nícies, causado pelo desgaste do relevo no
a acumulação desse material orgânico e entorno.
que processos levaram à posterior forma - d) O relevo brasileiro, na c lassificação de Ju-
ção do carvão mineral? randyr Ross, é constituído, predominante-
Respostas na página 252. mente, por planaltos e depressões, estando
6. (UEM-PR) Sobre os recursos minerais do Brasil as planícies restritas a vales de importantes
e a sua utilização, assinale o que for correto. rios e à extensa faixa costeira.
(02), (08) e (16). Total: 26
(01) O Brasil se destaca mundialmente pela
8. (UEL-PR) O relevo corresponde ao conjunto de
importância das suas reservas de prata,
formas apresentadas na superfície terrestre.
cobre, urânio e chumbo.
Essas formas são definidas pela est rutura
(02) As indústrias da construção civil, siderúrgi- geológica combinada com as ações da dinâ-
ca e metalúrgica utilizam os minerais como mica interna e externa da Terra. Em 1985, o
fonte importante de matérias-primas. professor Jurandyr Ross elaborou uma classi-
(04) O Brasil detém o primeiro lugar em reservas ficação do relevo brasileiro com base em três
de minério de ferro no mundo, mas ocupa fatores geomorfológicos: Respostas na página 252.
o sexto lugar na produção mundial, dado o 1. morfoest rutura - origem geológica;
baixo teor de ferro presente nesse minério.
2. paleoclima - ação de antigos agentes climá-
(08) O alumínio é um metal extraído da bauxita
ticos;
e muito empregado na produção de di-
versos itens, como carros, aviões, janelas 3. morfoclima - influência dos atuais agentes
etc. O Brasil é o segundo maior produtor c limáticos.
mundial de bauxita. Essa classificação associa o passado geoló-
(16) A Vale do Rio Doce é a maior companhia gico e o passado climático com os atuais
mineradora que at ua no país. Ela possui agentes escultores do relevo.
capitais públicos e privados nacionais e Com base nesta associação, o professor Ross
a participação de diversas empresas es- identificou três tipos de relevo.
trangeiras. a) Indique cada tipo de relevo e descreva suas
características .
7. (UFU-MG) O território brasileiro é formado, ba-
sicamente, por duas unidades geológicas: os b) De que forma essas características influen-
escudos cristalinos e as bacias sedimentares, ciam a vida nas c idades?
cuja ação dos agentes modeladores deu origem
9. (UNIFESP-SP) Observe o mapa.
a três formas básicas de relevo denominados
de planaltos, planícies e depressões. e.
Sobre a estrutura geológica e modelado bra-
sileiro, assinale a alternativa correta.
·+. .. -
a) As planícies, ao contrário dos planaltos, são
áreas onde predominam os processos de
sed imentação sobre a erosão, sendo o •- Depresdo

acúmulo de sedimentos realizado pela ação o...-


da água dos rios, mares ou lagos. São
exemplos no Brasil a Planície do Rio Ama- (Ross. 2000. Adaptado.)
1050 km

zonas e as Planícies e Tabuleiros Litorâneos.

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 127


Assinale a alternativa que contém as formas e) apresentarem áreas arrasadas pela erosão,
de relevo predominantes em cada porção do que originaram a maior planície do país.
território brasileiro indicada, de acordo com a d) possuírem em sua extensão terrenos c ri s-
c lassificação de Ross. e. talinos ricos em reservas de petróleo e gás
a) Faixa litorânea: depressões. natural.
b) Amazônia Legal: planícies. e) serem esculpidas pela ação do intemperis-
mo físico, decorrente da variação de tem-
e) Fronteira com o Mercosul: planaltos.
peratura.
d) Região Sul: planícies.
e) Pantanal: planaltos. 12. (FGV-RJ) Sobre a formação geológica do territó-
rio brasileiro, assinale a alternativa correta: A.
10. (UFG-GO) O relevo terrestre é dinâmico. Ele se a) O Brasil não apresenta dobramentos moder-
forma e modifica-se em virtude de fatores in-
nos, mas apresenta vestíg ios de antigos
ternos e externos . Considerando a d inâmica
dobramentos do Pré-Cambriano.
do Planalto Central brasileiro, constata-se que
b) As p rovíncias Mantiqueira, Borborema e
a transformação desse relevo ocorre por causa:
Tocantins resultam de processos orogené-
a) do soerguimento da crosta terrestre produ- ticos ocorridos no Cenozoico.
8
zido pelo tectonismo. ·
e) As camadas rochosas da bacia sedimentar
b) dos processos erosivos mais intensos do do Paraná atestam a ocorrência de exten-
que os de deposição de materi ais provo- sos derrames vulcânicos durante o Pré -
cados pelo intemperismo. -Cambriano.
e) do rebaixamento do relevo em virtude de d) As províncias Guiana Meridional, Xingu e
movimento das placas tectônicas . São Francisco figuram entre as principais
d) da sedimentação de materiais em detrimen- bacias sedimentares brasileiras.
to dos processos de degradação oriundos e) A Serra do Mar foi formada pelo ciclo oro-
de atividade fluvial.
genético ocorrido no Quaternário.
e) dos falhamentos formados em decorrência
de um sistema de fraturas ocorrido na 13. (UFPR-PR) No dia 11 de março de 2011 , ocorreu
crosta terrestre. na região central da Serra do Mar paranaense
um conjunto de escorregamentos, desencadea-
11. (ENEM-MEC)
dos em virtude de elevados índices pluviomé-
As plataformas ou crátons correspondem tricos concentrados nesse dia, associados à
aos terrenos mais antigos e arrasados por mui- umidade acumulada dos dias antecedentes. Os
tas fases de erosão. Apresentam uma grande escorregamentos, predominantemente, situa-
complexidade litológica, prevalecendo as ro- ram -se nas posições superiores e íngremes das
chas metamórficas muito antigas (Pré-Cam- encostas. O volume de material desprendido
briano Médio e Inferior). Também ocorrem nesse episódio, por meio dos escorregamentos,
rochas intrusivas antigas e resíduos de rochas consistiu de blocos rochosos, solo e troncos
sedimentares. São três as áreas de plataforma de árvores, que foram transportados e segui-
de crátons no Brasil: a das Guianas, a Sul- ram caminho de fluxo em direção às áreas de
-Amazônica e a do São Francisco. planície, resultando em mortes e grandes danos
ROSS, J . L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp. 1998. por destruição total ou parcial de casas, ruas,
As regiões c ratônicas das Guianas e a Sul- estradas, pontes e lavouras. Sobre esse even-
-Amazônica têm como arcabouço geológico to ocorrido na Serra do Mar do estado do
vastas extensões de escudos cristalinos, ricos Paraná, identifique as afirmativas a seguir como
em minérios, que atraíram a ação de empresas verdadeiras (V) ou falsas (F): e.
nacionais e estrangeiras do setor de mineração Os solos nas posições superiores das en-
e destacam-se pela sua história geológica por:A. ! costas da Serra do Mar paranaense apre-
a) apresentarem áreas de intrusões graníticas, sentam-se pouco espessos, característica
ricas em jazidas minerais (ferro, manganês). que contribuiu para os escorregamentos,
b) corresponderem ao principal evento geoló- levando a uma rápida saturação hídrica pelo
gico do Cenozoico no território brasileiro. evento de chuva, o que promoveu o desen-
cadeamento dos processos.

128
• Um dos fatores que agravou a ocorrência ou cadeias de morros com topos em crista,
dos escorregamentos nesse evento na Serra características das regiões Sudeste e Sul do
do Mar paranaense foi a ocupação urbana Brasil.
nas áreas mais elevadas, pois exercem gran- • Planaltos são superfícies planas com altitu-
de peso nas encostas. des acima de 1 000 metros, formados pela
• A declividade da encosta afeta diret amen - acumulação recente de material de origem
te na sua estabilidade frente aos processos marinha e fluvial, ocupando quase um terço
de escorregamento, motivo pelo qual a do território brasileiro.
maior part e deles ocorreu nas áreas mais • Depressões são superfícies com 100 a 500
declivosas. metros de altitude, situadas abaixo do nível
• Consensualmente, sabe-se, no meio cientí- altimétrico das regiões adjacentes, como as
fico, que, devido ao aquec imento global colinas e morros da Depressão Central do
promovido pela ação do homem, os valores Rio Grande do Sul.
de precipitação aumentarão na Serra do Mar, Tabuleiros são superfícies com 20 a 50 me-
ampliando cada vez mais a ocorrência des- tros de altitude, em contato com o oceano,
ses processos e a sua área de influência. a 1
geralmente com topo plano e limite abrupto
Identifique a alternativa que apresenta em direção ao mar, típicos da região costei-
sequência correta, de cima para baixo. ra do Nordeste brasileiro.
a) V - F - V - V. A sequência correta das afirmações, de c ima
b) F - V - V - V. para baixo, é:
e) V - F - V - F. a) F - V - F - V.
d) F - F - F - V. b) V - F - F - V.
e) V - V - F - F. e) F - F - V - V.
d) F - V - V - F.
14. (UFRGS-RS) A combinação de chuvas fortes
com moradias inseguras já tornou rotineiras as e) V - V - F - F.
tragédias nas grandes cidades brasileiras. Os
16. (PUC-MG) A ideia propagada, por muito tempo,
deslizamentos nas encostas, muit as vezes de o território brasileiro ser absolutamente
responsáveis por tais tragédias, são condicio-
estável geologicamente e, portanto, livre de
nados por fatores geomorfológicos , ent re
terremotos, é errônea. A sismicidade brasileira
outros. o. é modesta se comparada à da região andina,
Considere os seguintes fatores geomorfológicos. mas é significativa, visto que aqui já ocorreram
1. declividade e forma da encosta vários tremores com magnitude acima de 5° na
2. relevo com porções côncavas na convergên- Escala Richter, como os eventos em Pacajus
cia dos fluxos de água (CE, 1980) e em João Câmara (RN, 1986).
Esses fatos indicam que o risco sísmico em
3. relevo com porções convexas na divergência
dos fluxos de água nosso país não pode ser ignorado. Explica a
baixa sismicidade brasileira em relação à re -
Quais estão relacionados aos deslizamentos
gião andina: A.
das encostas?
a) a distância em relação às bordas leste e
a) Apenas 1. oeste da Placa Tectônica Sul-Americana.
b) Apenas 2.
b) a baixa altitude média do relevo brasileiro,
e) Apenas 3. formado predominantemente por planícies.
d) Apenas 1 e 2. e) a inexistência de atividade vulcânica, cau-
e) Apenas 1 e 3. sadora dos abalos sísmicos de maior inten-
sidade.
15. (UFRGS-RS) Identifique com V (verdadeiro) ou
d) a causa desses tremores ser justificada pela
com F (falso) as afirmações abaixo, referentes
atividade mineradora no território brasileiro.
às formas do relevo brasileiro. e.
• Chapadas são superfícies com no máximo
100 metros de altitude, formadas por morros

Estruturas geológicas e o relevo terrestre 129


A água atua de maneira muito impor-
tante na dinâmica da Terra, por exemplo,
na modelação do relevo, nos aspectos cli-
máticos, nas diversas atividades desenvolvi-
das pelo ser humano, como produção de ali-
mentos, navegação, geração de energia etc.
No entanto, a água precisa ser cada vez mais
valorizada e cuidada pelo fato de ser fundamen-
tal para a nossa existência, assim como de mui-
tas outras formas de vida em nosso planeta.
Em muitos lugares do mundo há pessoas
desprovidas de água para beber, cuidar da hi-
giene ou produzir alimentos.

@ Na região em que você mora, há problemas


com falta de água?

@ Na sua opinião, esse é um problema que


não vai atingir você e sua família?

Esta imagem retrata a


essencialidade da
água para um ser
humano. O nosso
organismo, composto
de 70% de água,
resiste a apenas três
dias sem esse
precioso líquido.
/Aágua na Terra
A água é certamente uma das substâncias mais singulares da natureza. Sua
origem na Terra remonta à própria formação do planeta, ocorrida há cerca de 4,6
bilhões de anos. A partir do resfriamento progressivo da Terra, ainda nos seus
primórdios, os vulcões expeliram grandes quantidades de vapor de água e gases
durante centenas de milhões de anos, dando assim origem a uma atmosfera pri-
mitiva (veja figura A).
À medida que as temperaturas foram lentamente baixando, o vapor de água da
atmosfera se condensou e formou as nuvens e as chuvas abundantes, que caíram
durante muito tempo na superfície terrestre (veja figura 8). Essas chuvas molda-
ram as rochas e deram origem aos oceanos, mares, rios, lagos e depósitos sub-
terrâneos, além de permitir a vida na Terra {veja figura C).
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Ilustrações conforme:
PLANETA Terra. Rio de
Janeiro: Abrü, 1996. p. 6.
(Ciência e Natureza).

?.; ........................................................................................................................................................................... '


, • Contrapondo a teoria de que a água estava presente na Terra já no início de sua j
.j formação, outras hipóteses sugerem que a água pode ter sido trazida por corpos celestes .j
.j (asteroides, cometas. meteoritos) que se chocaram com nosso planeta nos primórdios de .j
· sua história. Pesquise em revistas, livros. enciclopédias, na internet etc, sobre essas
teorias, escolha a que você considerar mais interessante e traga para os colegas de sala. .-·'
~-''.' ............' .. '' ..............' ... ' ...............................'' ..............' ... ' .................. ' ...............................'' .................. ' .............•·

A dinâmica hídrica
Ponto de saturação: A água está em constante movimento na natureza, participando ativamente da trans-
quantidade máxima de
vapor de água que o ar formação e modelagem das paisagens terrestres {veja imagem na página seguinte).
pode conter a
determinada pressão e Em razão do calor emitido pelos raios solares, parte da água da superfície ter-
temperatura. restre é aquecida e evapora para a atmosfera (1). O vapor de água da atmosfera
se condensa e forma nuvens carregadas de gotículas de água (2). Quando as
nuvens atingem o ponto de saturação, elas se precipitam para a superfície na
forma de chuva, neve, granizo etc. (3). Ao atingir a superfície, a água segue, por
força da gravidade, para as partes mais baixas do relevo, alimentando córregos,
rios, lagos e oceanos (4). Uma parte dessa água se infiltra no solo e abastece os
lençóis freáticos ou subterrâneos, também chamados aquíferos (5). Parte da água
da superfície é novamente aquecida pela radiação solar. evapora e retorna para a
atmosfera, dando continuidade ao ciclo da água.

132
Ciclo da água na natureza

G)
.

Anualmente, cerca de 119 mil km 3 de água se precipitam sobre os continentes. Desse total, Ilustração conforme: PRESS,
Frank et ai. Para entender a
aproximadamente 72 mil km 3/ano retornam à atmosfera por meio da evapotranspiracâo. D restante Terra. Tradução Rualdo Menegat
do volume de água, ou seja, 47 mil km3, denominado excedente hídrico, está distribuído entre as águas et ai. 4. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006. p. 3 15.
continentais superficiais e subterrâneas. O volume de águas subterrâneas, bem maior que o volume
de águas superficiais, corresponde a cerca de 96% de toda a água doce líquida encontrada na Terra.

Onde está a água


Desde o seu surgimento, o volume total de água no planeta permanece praticamente o Evapotr anspiração:
mesmo, algo em torno de 1,36 bilhão de quilômetros cúbicos. Todo esse volume de água processo simultâneo de
perda de água pelo solo
está distribuído de maneira desigual pela hidrosfera, na forma de oceanos, mares, rios, por evaporação e de perda
lagos, geleiras, depósitos subterrâneos etc. Veja, nos gráficos abaixo, como está distri- de água das plantas pela
transpiração.
buída a água na Terra.

Terra: distribuição da água , Terra: água doce Água doce per copito (m 3)
\

2,5% águas doces rios e lagos outros reservatórios ]


0,3% - - 0,9%

geleiras
68,9%

,!:
e

...,, i
lesti!daÂda Eurq:rae
..,, "°'•
Nl'li!ltal.ali'la OrleateMêào Sulda Afrlca
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e P.dko Asla. Cenlral e Caibe eAtrlca <10 r~orte .Asla Si.osaatana

Fonte: TEIXEIRA. Wilson et ai (Orgs.}. Fonte: TEIXEIRA, Wilson et ai (Orgs.). Fonte: WORLD watch: a dynamic visual guide packed with
Decifrando a Terra. São Paulo: Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina fascinating facts about the world. 2. ed. Harper Collins
Oficina de Textos, 2000. p. 422. de Textos, 2000. p. 422. Publishers: Hong Kong. 2012. p. 91.

F.. .. ········ ······· ............................... .........,....... ......... '. . ········ ·················............ ········ ···· . . '............................. !
, • Identifique as duas maiores fontes de água doce no planeta Terra. O que se pode concluir l
!' sobre a maior ou menor disponibilidade de água doce entre as regiões do mundo? -~
' ...............................................................................................................................................................................
.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 133


/ Águas continentais, redes de
drenagem e bacias hidrográficas
Ainda que as águas continentais representem apenas 2,5% do volume total de
água existente no planeta, elas constituem um recurso de inestimável importância
econômica e social. Essas águas, encontradas na forma de rios, lagos, aquíferos
e geleiras, estão distribuídas em re des ou sistemas de drenagen s que se organi-
zam na forma de bacias hidrográficas (veja ilustrações abaixo). Situada entre di-
visores de água, como são chamadas as porções mais altas do relevo (morros,
colinas, serras e montanhas), cada bacia hidrográfica capta a água que se preci-
pita sobre suas vertentes ou encostas, encaminhando-a para o interior da bacia,
tanto pela superfície quanto pelo subsolo, em direção aos vales e canais fluviais
(córregos, riachos e rios) situados nas partes mais baixas do relevo.
Além das águas das chuvas, também chamadas águas pluviais, os rios e lagos
que compõem as redes hidrográficas são abastecidos pelas águas subterrâneas,
quando o lençol freático atinge a superfície formando nascentes. Em regiões de
clima árido e semiárido, ocorre o contrário, ou seja, são os rios que se formam
durante os curtos períodos chuvosos que transmitem água ao subsolo. Em regiões
de climas frios, os rios e lagos também são abastecidos pelas águas provenientes
do derretimento de neve ou geleiras.
Veja abaixo o esquema de uma bacia hidrográfica e conheça suas principais
partes.

Esquema de uma bacia hidrográfica

.... divisor Enquanto a rede de drenagem


............ de águas ® é o conjunto de rios
interligados que drenam as
águas de uma porção da
superfície terrestre
(imagem A), a bacia
hidrográfica corresponde à
rede de drenagem mais a área
drenada pelo rio principal e o
conjunto de seus afluentes
(imagem B).

Ilustração produzida com base em: CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas: uma introdução à Geografia física.
Tradução Francisco Biseu Aquino et aJ. 7. ed. Porto Alegre: Bookman. 2012. p. 432- 433.

134
Tipos de drenagem
As águas dos rios escoam pela superfície terrestre sempre
das partes mais altas para as partes mais baixas do relevo até
encontrar e lançar suas águas em outro rio, lago ou oceano.
Quando a rede de drenagem se dirige do continente ao oceano,
ela é chamada exorreica (em grego, exo signifi ca fora). Nesse
caso, a água drenada pelos rios da bacia se dirige para o mar l12
- é isso o que ocorre com todos os rios brasileiros. Mesmo os •e
••ã5
rios que correm para o interior, como o Tietê, que deságua no rio
Paraná, por exemplo, têm como destino final o oceano.
Mas se a rede de drenagem, por motivo geográfico ou climático,
se dirigir para o interior do continente e não chegar ao mar, ela é
chamada endorreica (em grego, endo significa dentro). Esse é o
caso, por exemplo, do rio Volga, o maior rio da Europa, que nasce
no norte da Rússia e deságua no mar Cáspio, isolado na Ásia Cen-
tral. Outro exemplo desse tipo de drenagem é a do rio Okavango
(veja foto ao lado), que nasce no interior de Angola e dispersa suas
águas em um grande pântano localizado na borda do deserto do
Kalahari, em Botsuana, no sudoeste africano. Delta do Okavango, Botsuana, em 2015.

O regime dos rios


As características naturais de uma região, como as feições 1
Tipos de regime
do relevo, a est rutura geológica, os tipos de vegetação e as
Regime pluvial: as cheias e as vazan-
condições climáticas, interferem diretamente na dinâmica de
tes dependem basicamente da quantida-
uma bacia hidrográfica. de de chuvas, ou seja, as cheias ocorrem
As condições climáticas, por exemplo, provocam alterações na estação chuvosa e as vazantes, na
no regime dos rios, também chamado regime fluvial, o que estação seca.
causa variação sazonal no volume e no nível de águas ao longo Regime nival: as cheias ocorrem pelo
do ano. Essa variação pode ocorrer principalmente pela quan- derretimento de neve. É mais comum em
regiões de clima frio, com a ocorrência
tidade de chuvas ou pela água proveniente do degelo de neve
de neve no inverno e degelo no verão.
ou geleiras, como ocorre em regiões de clima frio ou de gran-
Regime glacial: as cheias ocorrem pelo
des altitudes (veja quadro ao lado). derretimento de geleiras, caso comum
Assim, durante certas épocas do ano, o volume de água que dos rios localizados em latitudes elevadas,
abastece uma bacia aumenta, e os rios atingem o nível mais com inverno rigoroso e verão curto.
alto, ocasionando o período das cheias. Em outras épocas do Regime misto: os rios recebem tanto
ano, porém, o volume de água que alimenta a bacia diminui, e águas das chuvas como de derretimento
os rios atingem o nível mais baixo, período das vazantes.
I de neve ou geleiras.

Pedro S. Werc,ed(/RW Cine




---

No Brasil, a maioria dos r ios possui regime


pluvial, apresentando cheias nos períodos
, ,1 •

chuvosos e vazantes nas estações de seca.


O r io Amazonas , no entanto, possui regime
misto, pois seu curso é abastecido pelas
abundantes chuvas que caem na região e
também pelo degelo de neve da cordilheira
dos Andes , onde estão localizadas suas
nascentes e as de vários de seus afluentes.
Ao lado, laguna Mclntyre, nascente do rio
Amazonas, nos Andes, Peru, em 2009.
Dinâmica e aproveitamento das águas fluviais
Eclusa: obr a de Os rios drenados em regiões com chuvas regulares mantêm seu curso perene
engenharia construída no
curso de um r io ou em durante o ano todo e nunca secam . Já os rios que percorrem regiões áridas e
canais marítimos, para semiáridas costumam secar nos períodos de longas estiagens - por isso, são
permitir a movimentação
de embarcações em chamados temporários.
trechos com desníveis do
nível da água, formados Existem alguns rios que, mesmo atravessando reg1oes semiáridas ou desérti-
por corredeiras e
cachoeiras.
cas, mantêm seu curso perene, pois são abastecidos pelas chuvas que caem em
sua nascente, localizada em regiões chuvosas. No Brasil, por exemplo, o rio São
Francisco atravessa grande parte do sertão semiárido, mas seu curso se mantém
perene devido às chuvas que caem na região de sua nascente, em Minas Gerais.
O mesmo acontece com o rio Nilo, na África, que mantém seu curso regular o ano
Esquema de eclusa todo, ainda que a maior parte dele atravesse extensas áreas do deserto do Saara.
O relevo também interfere diretamente nas características
dos cursos fluviais. Os rios drenados em terrenos mais planos
apresentam pouca declividade e desnível em seu curso, sen-
do, por isso, mais favoráveis à navegação. Isso ocorre com os
rios localizados na região Amazônica, por exemplo, onde de-
..
--•---,
sempenham um papel importante no t ransporte de pessoas e
mercadorias.
1-
l l Já os rios que fluem em terrenos irregulares apresentam des-
válvula de válvula de níveis acentuados em seu curso e possuem maior potencial
dreno enchimento
para a geração de energia elétrica em usinas hidrelétricas.
Nesse tipo de rio, a navegação pode ser realizada somente nos
trechos em que não há cachoeiras ou corredeiras, nas represas
formadas pelos reservatórios de hidrelétricas ou com a constru-
-----,
.. . '
., ção de eclusas.
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"'!'!•,
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Ilustração produzida com base em: DEPARTAMENTO

-
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t t -
Nacional de Infraestrutura de Transportes (ONIT).
Disponível em: <WWW1.dnit.gov.br/hidrovias/eclusa.htm>.
2 Acesso em: 30 set. 2015.
válvula de válvula de
dreno enchimento

-•·.fi

stt~

As imagens acima mostram o rio Tapajós, em Santarém, Pará , com nível elevado (foto A), em agosto de 2014, e no período da
vazante (foto B), em novembro de 2014. Nessas imagens, as construções podem ser usadas como ref er ência para
percebemos a di ferença do nível das águas entre uma época e outra.

136
1
A fisionomia e os tipos de canais fluviais
A declividade do relevo, a estrutura geológica, o solo, o clima e a vegetação interferem
diretamente na fisionomia dos cursos fluviais, sobretudo na largura, na profundidade e na
forma dos canais ao longo do rio. Veja os exemplos.

Canal retilíneo: comum em regiões em que o relevo apresenta desníveis


acentuados e as águas dos rios escoam com maior velocidade sem apre-
sentar grandes desvios. Muitas vezes, esses canais se formam em terrenos
com formação rochosa homogênea, que oferece resistência à erosão fluvial
(veja imagens A e A').

Canal meandrante: em terrenos planos e com pouca declividade, as


águas dos rios escoam com pouca velocidade, o que favorece a formação
de leitos com curvas sinuosas e semelhantes entre si, chamadas meandros.
Nesse tipo de canal, há grande deposição de sedimentos e formação de
bancos de areia em sua margem convexa, onde as águas fluem mais lenta-
mente (veja imagens B e B ').

Canal anastomosado: em regiões planas e geralmente úmidas e alaga-


das, nas quais as águas do rio não têm energia para transportar os sedimen-
tos mais grossos e pesados, esses materiais se acumulam no leito e formam
ilhas assimétricas e barras arenosas. Com isso, as águas se dividem em '
múltiplos canais, que se ramif icam e se cruzam de maneira assimétrica
(anastomosada) (veja imagens C e C').

Canal entrelaçado: em algumas regiões, em geral de condições climáti-


cas mais secas, em terrenos com maiores declividades e onde as margens
são facilmente erodidas, as águas dos rios transportam grande quantidade
de sedimentos que obstruem a corrente e ramificam-na, formando canais
entrelaçados (veja imagens D e D').
Ilustração produzida com base em: TEIXEIRA, Wilson et ai (Or95.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. p. 197.

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Rio com canal retilíneo no Paraná, em 2014. Rio com canal meandrante na França, em 2014.

Rio com canal anastamosado no Amazonas, em 2013. Rio com canal entrelaçado no Nepal, em 2013.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais I 137


/Arede hidrográfica brasileira
Pluviosidade média no Brasil O Brasil se destaca como um dos países que de-
N têm abundantes reservas de água doce, com ex-
O
*Ls Equ/Idor
tensos rios, lagos e depósitos subterrâneos. Essa
disponibilidade hídrica deve-se, principalmente, ao
o•
predomínio de climas úmidos e chuvosos (equato-
MA rial, tropical e subtropical) em grande parte do ter-
PI
ritório brasileiro. Por outro lado, o clima semiárido
, atua em extensas áreas do nosso país, sobretudo
11T 8A no sertão nordestino, que apresentam carência hí-
Precipitação média
anual emmm~ drica em razão dos baixos índices pluviométricos
OCEANO
2700
MG
ATIÀ1'71CO (veja mapa ao lado).
2400
ES
2100 MS O predomínio de climas chuvosos e as caracte-
1800
1500 rísticas da estrutura geológica do nosso território
1200
900 favorecem o escoamento superficial do excedente
600
• Considerarm o periooo
hídrico, formando uma das mais extensas redes
f de 1931-1990. hidrográficas do mundo. As águas dos rios brasi-
~
~ OCEANO leiros são utilizadas no abastecimento da popula-
S PACTFICT) 575km
w ção, na irrigação de terras agricultáveis, na atividade
Fonte: G IRARDI. Gisele; ROSA. Jussara Vaz. Atlas geográfico do
estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 25. 1 atlas. Escalas variam. pesqueira, no transporte de mercadorias e pessoas,
e também na geração de energia hidrelétrica.

Regiões hidrográficas do Brasil ' ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -


N

O
*L s
O Conselho Nacional de Re-
cursos Hídricos (CNRH) divide a
rede hidrográfica brasileira em
12 regiões hidrográfi cas, deli-
o•
mitadas com o intuito de facilitar
a aplicação de políticas públicas
voltadas aos recursos hídricos.
Cada uma dessas regiões
abrange uma ou mais bacias hi-
drográficas, como mostra o mapa
ao lado. Observe a área de cada
uma dessas regiões e conheça
suas principais características.

OCT.-t...\1(.)
Região hidrográfica Ail.ÀNTJCO
• Amazônica
• rocantins-Araguaia ,F.;,····················································;
• Atlântico Nordeste Ocidental , • Comparando os mapas j
Parnaiba j desta página, que .
• Atlântico Nordeste Oriental j conclusões podemos
• São Francisco j estabelecer em relação à
• Atlântico Leste \ disponibilidade hídrica
• Atlântico Sudeste
• Paraguai
j entre as regiões
• Paraná
j hidrográficas brasileiras? .··
................. '''''''''''' ...........................' ..
• Uruguai
• Atlântico Sul 385km
50" l)

Fo nte: AG~CIA Nacional das Âguas (ANA). Disponível em: <www.ana.gov.br/


bibliotecavirtual/arquivos/20061 107162314_Brasil_ AegioesHidrograficas_nivel01_
imagem.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2015.

138
Região hidrográfica da Amazônia: ocupa cerca de 45% do território brasileiro e im-
pressiona pela presença de rios extensos, entre eles o rio Amazonas, o mais extenso e
volumoso do mundo. A enorme vazão desse rio se explica pelo clima chuvoso da re-
gião e pela presença de afluentes que, por estarem nos dois hemisférios, captam duas
cheias anuais: as cheias do hemisfério Norte, que enchem os afluentes da margem
esquerda, e as do hemisfério Sul, que abastecem os afluentes da margem direita.
O relevo predominantemente plano da região favorece a navegação, muito utili-
zada para o transporte de pessoas e mercadorias. A região também apresenta ele-
vado potencial hidrelétrico, pois mui- -
~
a

-
~

tos afluentes do Amazonas possuem '•e


nascente em planaltos elevados, tanto -
~
00

"' "'•
2
ao sul (planalto Central} quanto ao nor- t
E
te (planalto das Guianas), que tem sido w

explorado com a construção das usi-


nas de Jirau, Santo Antônio e Belo
Monte. Boa parte desses rios também
é explorada pela atividade pesqueira,
voltada para a subsistência das popu-
lações ribeirinhas e para o abasteci-
mento regional.

Encontro dos rios


Região hidrográfica do Tocant ins -Araguaia: ocupa cerca de 11 % do território do Negro (águas escuras)
país. Seus principais rios correm do sul para o norte em relevos de p lanaltos irregu- e Solimões (águas
mais cla ras), próximo
lares, o que facilita o represamento de suas águas para a geração de energia elétrica.
a Manaus, no
Parte desse potencial é explorada pela Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a segunda Amazonas, em 201 4.
maior do país, instalada no baixo curso do rio Tocantins, no estado do Pará.
Com o avanço da fronteira agrícola na região, sobretudo com o cultivo de grãos,
muitos dos seus rios representam grande potencial para a formação de polos e pro-
jetos de irrigação agrícola ao longo de suas margens. Mesmo com extensos trechos
navegáveis utilizados para escoar parte da produção agrícola, a movimentação de
cargas pelos seus rios encontra dificuldades naturais, como a diminuição do volume
das águas durante os períodos de seca e a descontinuidade dos trechos navegáveis,
em razão da existência de cachoeiras e corredeiras. Vista do vertedouro da
Usi na Hidrelétrica de
Tucuruí, em Tucuruí,
Pará, em 2014.
Região hidrográfica do São Francisco: ocupa cerca de 7,5% do território bra-
sileiro. Seu principal rio, o São Francisco, nasce na serra da Canastra, em Minas
Gerais, e atravessa extensas áreas do sertão semiárido, mantendo-se perene.
Suas águas são muito utilizadas para a geração de
energia, com várias usinas hidrelét ricas instaladas
em seu curso, entre elas as de Sobradinho e o
complexo de Paulo Afonso. Também são utilizadas
para a irrigação, sobretudo, no sertão semiárido,
região marcada por períodos de seca e reduzidos
índices pluviométricos. Destaca-se também para a
navegação, com mais de 1 300 quilômetros de tre-
chos navegáveis. No entanto, o tráfego de embarca-
çôes está sendo prejudicado pelo assoreamento
do seu leito, provocado pela devastação das matas
ciliares e erosão causada pelo manejo inadequado
das lavouras cultivadas no entorno.
1rrigação agrícola com a
utilização das águas do Região hidrográfica do Paraná: abrange cerca de 10% do território brasileiro e
Rio São Francisco em apresenta rios típicos de planalto, com excelente potencial hidrelétrico. As usinas
Petrolina, Pernambuco,
em 2014.
instaladas nesses rios geram cerca de 48% da energia produzida no país, atenden-
do à demanda dos estados mais populosos e industrializados. A instalação dessas
usinas, no entanto, provocou alterações signifi cativas na dinâmica dos cursos flu-
viais devido aos imensos reservatórios que se formaram com a construção das
grandes barragens. Nessas barragens, as eclusas possibilitaram a formação de ex-
tensas hidrovias, como a do Tietê-Paraná, muito utilizada para o transporte de car-
gas, especialmente de produtos agrícolas. Localizada em uma das regiões de maior
produção agrícola do país, as águas desses rios também são muito aproveitadas na
irrigação de lavouras.

Barcaça transportando
cargas pelo r io Tie tê
(hid rovia Tie tê-Paraná)
em Barbosa, São Paulo,
em 2013.

Região hidrográfica do Paraguai: essa região, que ocupa cerca de 4,3% do território
nacional, drena a maior planície inundável do planeta, o Pantanal. Devido ao relevo bas-
tante plano, muitos dos seus rios possuem curso em meandros e fluem com baixa velo-
cidade, transportando grande carga de sedimentos. Esses rios compõem um complexo
sistema fluvial, caracterizado pela ocorrência cíclica de cheias e vazantes ao longo do
ano. Durante as cheias, os rios transbordam e alagam extensas áreas da planície. Com
as vazantes, as águas dos rios baixam e se formam inúmeras lagoas de água salobra,
conhecidas como baías ou salinas.

140
Região hidrográfica do Atlântico Sudeste: ocupa áreas da região mais indus-
trializada e urbanizada do país. As águas de seus principais rios são aproveitadas
principalmente para o abastecimento urbano e industrial, entre eles o Paraíba do
Sul, que abastece a região do Vale do Paraíba, localizada entre São Paulo e Rio
de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras.

Complexo industrial e
ocupação urbana nas
margens do Rio Paraíba do
Sul, em Barra Mansa, Rio
de Janeiro, em 2013.

Regiões hidrográficas do Nordeste Ocidental, Parnaíba e Atlântico Leste: em


conjunto, essas três regiões hidrográficas abrangem cerca de 8% do território na-
cional e abastecem toda a porção setentrional e oriental do Nordeste brasileiro.
Muitos dos seus rios nascem e correm por extensas áreas do sertão semiárido,
apresentando, por isso, cursos temporários, o que explica o baixo potencial hidre-
létrico deles. As águas desses rios são utilizadas, principalmente, para o abaste-
cimento da população e para a irrigação de lavouras.
Regiões hidrográficas do Uruguai e Atlântico Sul: em conjunto, essas regiões
hidrográficas drenam boa parte do extremo sul do Brasil, apresentando rios com
regime pluvial, com precipitações médias anuais em torno de 1 500 mm. Os rios
que têm direção para o oeste, rumo ao interior, desembocam no rio Uruguai e atra-
vessam importantes áreas agroindus-
triais, com destaque para as lavouras
de arroz e a prática da pecuária, prin-
cipalmente suinocultura e avicultura.
Já os rios que têm direção contrária,
para o leste, despejam suas águas no
oceano Atlântico e atravessam impor-
tantes áreas urbano-industriais, como
a Grande Florianópolis, Joinville, Blu-
menau e ltajaí, em Santa Catarina, e a
Grande Porto Alegre, no Rio Grande
do Sul.

Vista aérea do Ca is Mauá e da Usina do


Gasômetro, na margem do Rio Guaíba, em
Porto Alegre, Rio Gr ande do Sul, em 2014.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 141


,
Aguas no Brasil: abundância ou escassez?
Do ponto de vista dos recursos hídricos, sabemos que o nosso país ocupa uma
posição privilegiada e conta com uma rede hidrográfica bastante extensa e ex-
pressivas reservas subterrâneas de água. Entretanto, a distribuição desses recur-
sos é bastante desigual no território, visto que certas regiões apresentam excesso
na oferta de água, caso da Amazônia equatorial, e outras sofrem com graves
problemas de escassez de água, como o sertão semiárido do Nordeste.
Além disso, existe uma grande disparidade entre os recursos hídricos e a distri-
buição da população no território brasileiro. O maior potencial hídrico do país está
na região Norte, a menos populosa, enquanto as regiões mais densamente povoa-
das, justamente as que possuem maior demanda por água, como o Sudeste, o
Nordeste e o Sul, apresentam menor potencial hídrico (veja o gráfico a seguir).
Ainda que a escassez de água na região do semiárido brasileiro seja decorrente
de seus baixos índices pluviométricos, o problema agrava a estrutura social e eco-
nômica que prevalece na região, dificultando que grande parte da população tenha
acesso à água.

Brasil: disponibilidade hídrica \

o 1 2 3 4 ~ r.;.,~·;~;;i;;~··;·............................[
• ' ' Potencial hídrico ~•

Norte
1
' 1 1 1 1
(em mil kffil/ano) ! disponibilidade hídrica e a
distribuição da população
,_ brasileira entre as regiões
Nordeste do país, que conclusões
,_ , podem ser estabelecidas? .)
~.'''''' ...................... ' ........................... •'
~ Centro-

·5,
Q) -Oeste
a:

Sudeste

Fontes: REBOUÇAS, Aldo da C.: BRAGA, Benedito;


Sul TUNDISI. José Galizia (Orgs.). Águas doces no Brasil:
1 capital ecológico. uso e conservação. São Paulo:
População Escrituras. 2006. p. 3 1.
o 10 '
20 30 40 50 60 70 80 90 (em milhões) INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
População Disponível em: <Www.ibge.gov.br/home/estatistica/
- Potencial hídrico populacao/trabalhoerendimento/pnad2014/brasil_
detauttxls_unidades.shtm>. Acesso em: 22 set. 2015.

Já nas regiões mais populosas do país, como o Su-


Principais problemas e desafios hídricos
nas regiões brasileiras deste, os problemas de acesso à água estão ligados
ao excessivo consumo e aos altos níveis de degrada-
Região Norte: problemas com saneamento bási-
ção dos recursos hídricos, que limitam o volume de
co e manejo da biodiversidade terrestre e aquática.
água potável disponível para a população. Devido à
Região Nordeste: escassez de água e salinização
intensa poluição e contaminação dos rios Tietê e Pi-
de mananciais, doenças transmitidas pela água e de-
sigual distribuição dos recursos hídricos disponíveis. nheiros e seus afluentes, nos trechos que atravessam
Região Sudeste: baixa disponibilidade de água
a capital paulista, por exemplo, boa parte da água que
per capita e problemas com o tratamento de recu- abastece a Grande São Paulo precisa ser captada em
peração dos mananciais disponíveis. bacias hidrográficas distantes. No entanto, isso não
Região Sul: desafios de proteção dos recursos impede a constante ameaça de racionamento de água
hídricos em razão da intensa urbanização e do uso na capital paulista, ao mesmo tempo que encarece o
agrícola. preço final desse recurso ao consumidor.
Região Centro-Oeste: desafio de proteção da O quadro ao lado apresenta uma síntese dos princi-
biodiversidade, com vistas à sustentabilidade dos pais problemas e desafios da gestão dos recursos hí-
I recursos disponíveis. dricos em cada uma das grandes regiões brasileiras.

142
Aquífero Guarani
Aquífero Guarani
Os aquíferos, como são chamados os reserva- BRASIL
MT 0
tórios de água subterrânea, constituem a maior Cuiabã
~
reserva de água em estado líquido do planeta. O
maior desses aquíferos, o Guarani, localiza-se BOLMA \
parcialmente em território brasileiro e é mais um
MS campo
dos fatores que contribuem com a abundância de / 0 OliT11J/i"
Grande •
água doce em nosso país. SP
PARAGUAI
Ele concentra cerca de 32 mil km 3 de água (volu-
me equivalente à água de todos os rios do mundo) e
- - - - ...
ocupa mais de 1,087 milhão de km 2 em extensas nçjio
ARGENTINA
áreas da bacia do Paraná, no Brasil, estendendo-
-se também pelos territórios da Argentina, do Pa-
raguai e do Uruguai (veja mapa ao lado).
RS

0Port0Alegre
OCW/0
AllAIITICO

IIRUGU l • Atea do Aquffero Guarani


Fonte: AGÊNCIA Nacional das Águas (ANA). Disponível em: Ml!li tevidéll
<www.ana.gov.br/bibliotecavirtuaVarquivos/201002231 72711_
PEA_GUARANI_Port_Esp.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2015. -
5 5'0
275km

O aquífero está localizado em uma camada de rochas areníticas (sedimentares), que


possuem alto poder de absorção de água. Suas águas não fluem como em um imenso
reservatório líquido, mas ocupam os poros e as fendas de uma camada de rochas arení-
ticas que fica encharcada, semelhante a uma esponja.
O arenito está recoberto, em quase toda a área do aquífero. por uma espessa camada
de basalto. proveniente da Formação Serra Geral. Nas bordas do aquífero ocorrem as
áreas de afloramento do arenito, por onde penetram as águas das chuvas, que contri-
buem para a alimentação desse reservatório de águas subterrâneas.

Seção hidrogeológica \,

BOOm
_ _. . . . ~~
Campo Grande
=-._
. .-__________________-1____..,....,_s_ Olímpia

nível BAURU
domar Om
SERRA GERAL ~
.!!
o
- BOOm GUARANI

~

MG
Campo MS
A Grande
--0----- -
-
Fonte: AGÊNCIA Nacional das
135km • Area do Aquífero Guarani ./ Águas (ANA). Disponível em:
<www.ana.gov.br>.
Acesso em: 11 ago. 2015.

A grande quantidade de águas do aquífero Guarani tem despertado interesses mundiais,


por ser considerada a maior reserva de água doce disponível para uso futuro. Assim, os
países por onde ele se estende já têm se organizado, por exemplo, com a assinatura do
Projeto Aquífero Guarani. Tal projeto visa controlar a extração das águas, desenvolver pes-
quisas de modo a formar um banco de dados comum sobre o aquífero e prevenir a conta-
minação desse manancial.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 143


,jÁgua: recurso ameaçado
Embora a água seja um dos recursos naturais mais abundantes do nosso p laneta,
a ponto de cobrir três quartos de sua superfície, esse recurso está no foco das gran-
des preocupações que assolam o mundo atual. A razão para isso é que a água po-
t ável - própria para o consumo humano - tem se tornado um recurso cada vez mais
escasso em muitas regiões do p laneta. Estudos de organizações internacionais,
como a ONU, calculam que cerca de 700 milhões de pessoas em todo o p laneta,
cerca de 10% da população mundial, a maioria vivendo em países menos desenvol-
vidos economicament e, enfrent am problemas de acesso à água pot ável em quanti-
dade suficiente para garantir saúde e desenvolvimento social e econômico.
Teoricament e, a quantidade de água disponível para o consumo humano seria
suficient e para abastecer e satisfazer as necessidades de toda a população mun-
dial. Ocorre, no entant o, que a água se encontra distribuída de maneira desigual
pelo mundo, ou seja, enquant o algumas regiões apresent am grande disponib ilida-
de e até excesso de água, outras regiões são marcadas pela irregularidade e falta
de chuvas, como as áreas dominadas por climas desérticos e semiáridos, que
sofrem com a escassez crônica de água.
Disponibilidade de água no planeta \

O
+L
N

-- -- s

.;
TrOj:I ICO de Câ/fCIJf - - - - - - --k.,.,,.----------r
·-•
OCEANO PACIFICO
~.. • OCEl\!1,0

.. 1i
. ,!

Troptco de tapacom10 e
"
:l ..
--------------------- -------- ..,
"'°' --
.!l.., DO SUL
,,,.
Fonte: LE MONDE ::;
1
Diplomatique.
Cartes. -
Disponível em:
<WWW.monde·
diplomatique.fr/
Disponibilidade de água (m'ianolhab.) dCEA1'0 CLJ!CIAL 1\NTARTJCO Cltcultt Pol1rr Antartlet1
~-----·, . - --
cartes/ 2080 km
O 1000 1700 2500 6000 15000 70000 684000 Dados não dispooíveis
disponibiliteeau:>.
Acesso em:
7 ago. 2015. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __

Consumo doméstico de água


..... ..
'''''' '' ...... ' ...... '' .. ' ................... '.''' ................. ''' ...............'' .... '' ..............' .. '.''' .. ···········~
Ainda que fatores de ordem natural, como a falta de chuvas e cer~as 1
condições geográficas, limitem a disponibilidade de água em várias
regiões do planeta, a escassez de água potável no mundo está ligada a
fatores de ordem política, econômica e social. Um desses fatores diz
respeito ao aumento excessivo da demanda doméstica ocasionado tanto
pelo crescimento da população mundial, que triplicou ao longo do
século passado, quanto pela utilização crescente da água na agricultura
10'11,
cozlnfla e e na indústria.
âgua de beber
O gráfico ao lado mostra, de modo geral, como é composto o consumo

~
.
I doméstico de água para os padrões de um país industrializado.
~
.•
V

V
~
5%
II01JOza
Fonte: CLARKE. Robin: KING. Jannet. O atlas da água. Tradução
..; Anna Maria Ouirino. São Paulo: Publifolha. 2005. p. 31 .

144
O aumento na demanda tem levado a uma intensa exploração dos recursos hí-
dricos disponíveis, como rios, lagos e lençóis subterrâneos.
Mas o aumento do consumo de água também está ligado ao desperdício que
ocorre tanto no campo quanto nas cidades, provocado por maus hábitos ou téc-
nicas ineficientes. No campo, por exemplo, o desperdício ocorre principalmente
na irrigação de lavouras. Boa parte da água lançada nas plantações, sobretudo
em dias ensolarados e de muito calor, acaba evaporando antes mesmo de alcan-
çar as plantas e molhar o solo (veja foto A). Já nas cidades, o desperdício da água
ocorre na forma de vazamentos domiciliares e nas redes de distribuição, além de
hábitos como lavar calçadas, tomar banhos demorados, deixar as torneiras aber-
tas desnecessariamente, entre outros.
A disponibilidade de água potável também vem diminuindo devido à intensa po-
luição e degradação dos recursos hídricos. Nos últimos cinquenta anos, a poluição
dos mananciais reduziu as reservas hídricas em cerca de um terço. Nas regiões
mais urbanizadas e industrializadas do planeta, os mananciais vêm sendo contami-
nados pela descarga de esgotos domésticos e resíduos industriais tóxicos, que são
lançados diretamente e sem qualquer tratamento nos cursos de água.
Com o crescimento desordenado das grandes cidades, parte da população
acaba se instalando em loteamentos irregulares às margens de córregos, rios e
represas, sem rede de esgoto. A formação desses aglomerados, além de destruir
as matas ciliares que protegem a nascente dos mananciais, aumenta os níveis de
contaminação e poluição das águas, a exemplo do que ocorre com as grandes
represas que abastecem a cidade de São Paulo (veja foto 8).
No campo, os agrotóxicos e os produtos químicos (inseticidas, herbicidas e
fungicidas), lançados em quantidade excessiva nas lavouras, contaminam o solo e
chegam aos lençóis subterrâneos, contaminando suas águas. Os rios e os len-
çóis, por sua vez, têm sido explorados de maneira muito intensa, principalmente,
para irrigação e dessedentação do gado bovino.
Em resumo, o aumento exponencial do consumo, o desperdício e a degradação
dos recursos hídricos são fatores que têm provocado a escassez de água potável
em várias regiões do planeta.

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Uso de água em irrigação no espaço rural de São Gonçalo do Ocupação das margens da represa Billings, em São Paulo,
Abaeté, Minas Gerais, em 2014. em 2013.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 145


Explorando o tema
A geopolítica das águas

A expressão geopolítica da água designa as rivalidades políticas sobre a reparti-


ção e a exploração dos recursos hídricos. Tais rivalidades existem não somente entre
países cujos territórios são atravessados por um mesmo rio, mas também no interior
de um mesmo Estado, gerando tensões entre regiões que buscam tirar proveito dos
recursos das bacias hidrográficas mais ou menos próximas.
As "rivalidades hidráulicas" se exacerbaram pela combinação de uma série de fato-
res: o expressivo incremento da população e das áreas irrigadas, o grande desperdício
de água e o aumento da poluição dos mananciais. Contribuíram também os enormes
avanços dos meios tecnológicos postos à disposição das sociedades pelas empresas de
engenharia civil, que permitiram a realização de grandes obras. como barragens e ca-
nais. pelas quais se modificou sensivelmente os cursos dos rios e seus débitos.
No mundo atual, 260 bacias hidrográficas são reconhecidas como internacionais.
As águas de 13 delas são utilizadas em conjunto por cinco ou mais países. Quase
metade da população mundial vive numa bacia hidrográfica dividida entre dois ou
mais países. Alguns exemplos: a bacia do Danúbio drena territórios de 11 Estados, a
do Nilo banha 10, as do Níger e Congo, 11, e a do Amazonas, 7.
Existem zonas potencialmente hidroconflitivas em todos os continentes, mas elas
apresentam situações mais dramáticas nas áreas onde a água é naturalmente escas-
sa - isto é , em regiões áridas e semiáridas. Um dos melhores exemplos são as ten-
Rios Tigre e Eufrates
sões que se verificam na região da Me-
sopotâmia envolvendo as bacias dos
rios Tigre e Eufrates. cujas águas são
de grande interesse para Turquia, Síria
e Iraque.
Os dois rios têm suas nascentes nas
úmidas regiões montanhosas da Anató-
lia oriental, no sudeste da Turquia (veja
mapa ao lado). O Tigre. ao deixar o terri-
tório turco. atravessa o Iraque. enquanto
o Eufrates cruza áreas do território sírio
antes de drenar terras do Iraque. Pouco
antes do estuário, no Golfo Pérsico, as
águas de ambos os rios se juntam for-
mando o canal de Chatt-el-Arab.

O mapa ao lado apresenta uma


1
das principais áreas de conflito
30°}) geopolítico envolvendo a
questão da água.
Fonte: Elaborado com base em ATLAS geográfico
escolar. 6. ecl. Rio de Janeiro: IBGE. 2012.
p. 48. 1 atlas. Escalas variam.

146
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Vista do canal de água


corrente captada do rio
O curso dos rios tem implicações geopolíticas. A Turquia, que exerce soberania so- Eufrates e levada para a
bre o alto vale dos dois rios, beneficia-se de uma situação hídrica muito mais favorável região semidesértica do
que a de seus vizinhos situados a jusante. Dados sobre determinados usos desses rios leste da Síria, em 2010.
iluminam alguns aspectos das questões hídricas que envolvem os três países.
A Turquia controla 98% do débito do Eufrates e 45% do débito do Tigre. Quanto
à dependência de água, isto é, dos recursos hídricos gerados fora do país, os núme-
ros indicam que a Síria possui um índice de 80%; o Iraque, de 53% e a Turquia,
apenas 1% . Em relação ao uso da água no setor agrícola a Síria, com 95%, e o Ira-
q ue, com 92% , colocam-se bem acima da média mundial, que é de 70%. Já a Tur-
quia, com 74% está próxima da média. A Síria é o país que mais usa água para
produção hidrelétrica (41%), enquanto os números para a Turquia e Iraque são, res-
pectivamente, 25% e 1%.
O Eufrates e seus afluentes são as principais fontes de água da Síria e neles está
depositada a esperança do país de aumentar a produção de alimentos para sua cres-
cente população. Mais de 80% da população do Iraque depende do uso da água dos
dois rios. As reivindicações dos três países, praticamente incompatíveis, se tornam
Civilização suméria:
mais complicadas por conta de conflitos étnicos e reminiscências históricas. civilização mais antiga de
Sírios e iraquianos reivindicam direitos ancestrais sobre os recursos hídricos. Os que se tem registro e que
desenvolveu no sul da
primeiros alegam que o Eufrates é um curso fluvial internacional e que as disputas Mesopotâmia, atual sul do
Iraque e do Kuwait.
que o envolvem deveriam ser negociadas internacionalmente. Os iraquianos, por
Historiadores modernos
sua vez, advogam os mesmos direitos que incluiriam a anterioridade do uso dos afirmam que os sumérios
se fixaram na região por
recursos hídricos, tomando como referência a longínqua civilização suméria. volta de SSOO anos a.C.
1. .1
OUC, Nelson Sacie. A questão da água na Mesopotãmia. Revista Pangea. São Paulo, 21 jun. 2010. Disponível em:
<www.clubemundo.eom.br/pages/revistapangea/show_news.asp?n=378&ed=4>. Acesso em: 23 set. 2015.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais I 147


.•.

Atividades ..•••••• •..
•• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :
/: ~-1•
('!: -
Anote as respostas no caderno.

1. Relacione a origem da água na Terra com a) descreva as principais características


o processo de formação do nosso pla- de uma dessas bacias hidrográficas;
neta. b) descreva como você, no dia a dia, se
beneficia de forma direta ou indireta
2. Explique a importância da energia solar
das águas dessa região hidrográfica.
para a dinâmica do ciclo hidrológico na
Terra. 7. "A disponibilidade de água na Terra seria
suficiente para abastecer toda sua po-
3. Diferencie bacia hidrográfica de rede de pulação, mas isso não ocorre devido a
drenagem. Dê exemplos. dois impor tantes fatores." Justifique a
4. Quais são os tipos de canais fluviais mais afirmação acima identificando os dois
fatores a que ela se refere.
propícios à acumulação de sed imentos?
Justifique sua resposta. 8. Explique a evolução do consumo de água
doce no planeta entre o século passado
5. Quais são os fatores naturais que contri -
e o atual.
buem para que o Brasil tenha abundan-
t es reservas de água doce na maior 9. A expressão "estresse hídrico" caracteri-
parte de seu território? za a sit uação em que a demanda de
água por habitante é maior que a oferta
6. Observe o mapa da página 138, identifi- das reser vas hídricas. Ob serve nova-
que a(s) região(ões) hidrográfi ca(s) do mente o mapa da página 144 e descre-
estado em que você vive e, em seg uida: va a localização das regiões do mundo
que apresentam maior estresse hídrico.

10. Leia o texto, analise-o e responda às questões.

Brasil exporta cerca de 112 trilhões de litros de água doce por ano
A atuação no mercado de commodities coloca em pauta a exportação indireta de recur-
sos hídricos.
Contêineres saem diariamente de portos na costa brasileira abarrotados de carne bovina,
soja, açúcar. café, entre outros produtos agrícolas exportados para o mundo. Mas dentro
deles há um insumo invisível, cujo valor ultrapassa cálculos estritamente econômicos. Ao
longo do ano, o Brasil envia ao exterior cerca de 112 trilhões de litros de água doce, segun-
do dados da Unesco - o equivalente a quase 45 milhões de piscinas olímpicas ou mais de
17 mil lagoas do tamanho da Rodrigo de Freitas. Tantos litros são o total dos recursos hídri-
cos necessários para produzir essas commodities. E colocam o país como o quarto maior

t

••



,
Agua X Produçao
-

exportador de "água virtual", atrás apenas de Estados Unidos 1kg de


(314 trilhões litros/ano), China (143 trilhões litros/ano) e Índia '
(125 trilhões litros/ano). carne bovina ~
A exportação desse recurso, ainda que indiretamente,
-
-
15400l ::;
~
tende a crescer num cenário de escassez global, pressionan- ..•
~

~
i
do o país a pensar em políticas públicas voltadas à gestão
hídrica. [...] Pegada hídrica: quantidade
de água consumida por uma
"A alocação dos recursos hídricos, além de ambiental, é
pessoa. grupo ou empresa
u ma questão econômica, porque quando a água é escassa é para produzir algum bem
(produto) ou serviço.
preciso destiná-la para onde haverá maiores benefícios para
a sociedade. Mas sendo a água um bem público, o mercado
não é o único determinante. A água deve ser usada para pro-
duzir alimentos para a população, para culturas ligadas a
biocombustíveis ou para plantações de commodities para
exportação? Isso é u ma escolha política", aponta Arjen carne de frango O ......••
••

• •
Hoekstra, criador do conceito de "pegada hídrica" [. .. ]. ••

•••
A p e g ada hídrica tem ajudado a mudar o entendimento de •'•
que a água é algo finito e gratuito. O desafio agora, segundo
especialistas, é melhorar a precisão dos números para, assim, ovo~ .........•


•••
adotar o conceito no comércio formal. .•
••
•••
[.. 1 •• ••
LOBO, Thais. Brasil exporta cerca de 112 trilhões de litros de agua doce por ano. O G lobo.
Rio de Janeiro. 11 set. 2012. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/brasil·
exporta-cerca-de·112- trilhoes-de-litros-de-agua-doce-por-ano-6045674>. Acesso em: 23 set. 2015.
pão t!:, ••• •• •
.•• .••
.•
•• ••
••
••

:•. .:•
a) O que o texto q uer dizer quando menciona que a colo-
.• .•
.:• :•.
cação do Brasil no ranking dos exportadores de água .. ... •...
•••
arroz@ .• • •.
virtual não se deve a questões internas, mas, sobretudo, •
•• •••

•.••
à escassez d e água no mundo?
.•. .•
••

•• •• - 4330l
b) Você concorda com a afirmação de que o Brasil dispõe milho ..: .... •.
de água em abu nd ância e não precisa se preocupar
.:•• :.• ..:•• •• ••

com a água embutida nas commodities que exporta? ..• .. ..


• • •
• •
- 3300 L
Verifi que, no gráfico ao lado, a quantidade de água .
• •

gasta na produção de alguns produtos. leite \i]


. .•
e) Em sua opinião, a água utilizada tem sido pensada, em .' -- ,. 1670l
1827 l
nosso país, como um insumo? Justifique sua resposta.
..... -- 1020l
1220 L

~~
• '
.
d) Visite o site <http://tub.im/3wtc9p> e saiba um pouco
mais sobre esse conceito. Como será a sua pegada
cana-de-açúcar ,. .
hídrica?
\1
- 210 L
Ilustração produzida com base em: WATER Footprint Network. Oisponivel em:
<Www.waterfootprint.org/?page=files/productgallel"J>. Acesso em: 11 ago. 2015.


Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 149

•••


••
Ampliando seus conhecimentos ..... •

,-----------·······················································
O tema abordado nesta
página pode ser
Geografia, ciência e cultura ~ A água retratada na Arte
complementado com
um trabalho envolvendo
a disciplina de Arte.
Como sugestão, peça
aos alunos que
pesquisem outras obras A água já foi o tema de muitas obras de arte produzidas por artistas de diferentes
de arte (p inturas,
escultu ras etc.) que lugares do mundo. Paisagens formadas, por exemplo, por rios, mares e neve já fo-
tenham a água como ram retratadas em telas, letras de músicas, poesias, entre outras expressões artís-
tema central. Outra
possibilidade de ticas. Talvez isso aconteça porque, além de constituir a substância mais abundante
trabalho é a realização
de uma atividade na superfície terrestre, a água é essencial para o desenvolvimento de qualquer tipo
prática para que os de vida. A seguir veja dois exemplos de expressão artística que têm a água como
alunos produzam obras
de ar te que tenham a tema principal.
água como tema
inspirador.

Tela intitulada Regatta at


Argenteuil, na qual Claude
Monet (1840-1926) retrata
parte do rio Sena em
Argenteuil, na França.

Tela de Vincent van Gogh


(1853-1890). Este exemplar faz
parte de uma série de telas
resultantes de sua estadia em
Saintes-Maries-de-la-Mer,
li toral sul da França.

150
Erin Brockovich: uma mulher de talento
A Geografia no cinema
t 11\( l ll t

Sozinha e mãe de três filhos, Erin Brockovich tra-


balha em um escritório de advogacia.
"Um 1iiunfol"
·-
Nesse trabalho, Erin descobre que várias doenças
desenvolvidas pelos habitantes de uma pequena c i-
• Título: Erin
dade têm relação com os crimes ambientais cometi- ·' Brockovich: uma
'
dos por uma grande empresa, entre eles a poluição : mul her de t alento
'
Diret or : Steven
das águas.
' Soder ber gh
O filme retrata a luta incessante de Erin a favor At ores p rincipais:
Julia Roberts, Al bert
dos moradores e contra a empresa poluidora. it: ..,...._ Finney e Aaron

~
,,!
....._....
'8 <......
;,n 'ICM,t.. ,
,.
« , .....
Eckhar t
Ano: 1999
: Duração: 131 minutos

e Para assistir
,
"•
~ GJ
J ~~i;g em: Estados
C dos

• HISTORIAS do Rio Negro. Direção: Luciano Cury. Downtown Filmes, 2007.


O filme retrata a estreita relação entre a população ribeirinha, o Rio Negro e a
Floresta Amazônica. Ao longo do documentário, diversos aspectos do modo
de vida e da cultura dos ribeirinhos são mostrados por meio de uma grande
riqueza de imagens.
• AS MONTANHAS da Lua. Direção: Bob Rafelson. Carolco Pictures, 1990.
No final do século XIX dois exploradores britânicos procuram a localização da
nascente do rio Nilo, na África. O filme mostra as aventuras dessa jornada.

e Paral

• AGUIAR, Laura; SCHARF, Regina. Como cuidar da nossa água. São Paulo:
Bei, 2010.
• BRANCO, Samuel M. Água: origem e preservação. São Paulo: Moderna, 2005.
• CLARK, Robin; KING, Janet. O atlas da água. Tradução Anna Maria Quirino.
São Paulo: Publifolha, 2005.
• PEREIRA, Luís Fernando. Faces do sertão: Brasil de pedra, seca e água. São
Paulo: Escala, 2007.

• ASSOCIAÇÃO Brasileira de Águas Subterrâneas (ANA). Disponível em:


<http://tub.im/anon3u>. Acesso em: 23 set. 2015.
• ASSOCIAÇÃO Brasileira de Rec ursos Hídricos (ABRH). Disponível em: <http://tub.
im/kkm9xy>. Acesso em: 23 set. 2015.
• BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Disponivel em: <http://tub.im/zk5o-
zi>. Acesso em: 23 set. 2015.
• WORLD Water. Disponível em: <http://tub.im/wzdqr6>. Acesso em: 23 set. 2015.
• INTERNATIONAL Union of Geological Sciences (IUGS). Disponível em: <http://
tub.im/3io isw>. Acesso em: 23 set. 2015.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 151


...
...........
..
Questões do Enem e Vestibular
_.:: " 1
.................................................................................... .Anote as respostas no caderno •

1. (Unlcamp-SP) Ao considerar a influência da infil· Assinale a alternativa que contém a associação


tração da água no solo e o escoamento super- correta.
ficial em topos e encostas, é correto afirmar que: a) 1-A· 11 -C· Ili-D· IV-8· V-E
1 , ' 1

a) a maior infiltração e o menor escoamento b) 1- 8; li-D; 111-C; IV-A; V-E


superficial retardam o processo de intem- e) 1- C· li-A· Ili-D· IV-8· V-E
1 1 1 1

perismo físico e aceleram a erosão. o. d) 1- 0; li-A; 111 -8; IV-E; V-C


b) a menor infiltração e o menor escoamento e) 1-E; 11-C; Ili-D; IV-8; V-A
superficial inibem a erosão e favorecem o
intemperismo químico. 3. (FGV-SP) O aquífero Guarani, representado na
e) a menor infiltração e o maior escoamento fi gura abaixo, tem sido divulgado como impor-
superficial aceleram o intemperismo físico tante reserva estratégica internacional de água
e químico e retardam o processo de erosão. doce. Porém, suas características físicas, fun-
d) a infiltração e o escoamento superficial damentais para o planejamento de sua explo-
aceleram, respectivamente, os processos ração e conservação, são menos difundidas. e.
de intemperismo químico e de erosão.
\ ............ ,
,-" v-.- - .. •..·:
o : !
2. (UEL-PR) Entende-se por rede de drenagem o '
BACIA 00,~ARPWI
traçado produzido pelas águas fluviais, mode- ....,-,-........ •,'
lando a topografia.
PARAGUAI
,'
I
.,/
...,.,..,_
,. _ _.

1
! São Paulg>
\
Associe as figuras da coluna da esquerda, que '··,
representam redes de drenagem, com as res -
.............._,-
pectivas nomenclaturas, à direita. e.
1.

(A) Radial OCEANO


ATLÂNTICO

- A!k>'amenlO do Sislema
e• URUGUAI Aqui!ero Guarari
~

11. t 275km I!!


- Sistema Aquílero Guarani
em coolinamento
. ; t...:::====-----l.._- - --====~
'-'

(8) Centrípeto Sobre essas características, assinale a alter-


nativa mais correta:
a) É constituído basicamente de condutos
cársticos que não apresentam propriedade
111.
filtrante, o que representa maior ri sco de
(C) Dendrítico contaminação.
b) É alimentado a partir da liberação da água
decorrente da fusão das rochas que com-
põem o manto litosférico.
IV. e) É constituído basicamente de arenitos de
(D) Anastamosado porosidade intergranular e é alimentado,
principalmente, a partir das superfícies das
depressões periféricas.
d) É constituído de grandes lagos subterrâ-
V. neos intercalados entre camadas de rochas
argilíticas e basálticas.
(E) Paralelo
e) Trata-se de um aquífero de fraturas, em que
as águas se armazenam nas fissuras das
rochas.

152
4. (UEL-PR) Sobre as grandes bacias hidrográficas e) Os rios são correntes líquidas que resultam
brasileiras, é correto afirmar que: E. da concentração de água em vales. Eles
a) A bacia do Amazonas é a que apresenta podem se originar de fontes subterrâneas
maior índice de poluição. que se formam com as águas das chuvas,
b) A bacia do Tocantins possui o maior núme- do transbordamento de lagos ou do derre-
ro de usinas hidrelétricas. t imento de neves e geleiras.
e) A bacia do Paraná possui número reduzido 7. (CEFET-GO) A hidrografia brasileira, basicamente
de hidrelét ricas. constituída de rios e lagos, pode ser considera-
d) A bacia do São Francisco apresenta o maior da a mais densa do mundo. Dentre as caracte-
índice de poluição. rísticas descritas, assinale a alternativa incorreta.
A.
e) A bacia do Atlântico Sul, trecho Norte - a ) Os padrões de drenagem dos rios brasileiros
-Nordeste, apresenta escassez hídrica. são endorreicos e arreicos.
5. (UFG-GO) Os divisores de água constituem uma b) O regime de alimentação dos rios brasilei-
importante referência para a delimitação de ros é pluvial e não registra regimes nival ou
uma bacia hidrográfica. Ao utilizar como pa- glacial. Somente o rio Amazonas depende,
râmetro a distribuição das bacias hidrográficas em parte, do derretimento da neve na cor-
brasileiras, nota-se que os rios formadores das dilheira dos Andes.
bacias amazônica e tocant ins-araguaia são e) A grande maioria dos rios é perene, isto é,
originários de três divisores de água principais. nunca seca totalmente. Apenas alguns rios
Esses divisores são os seguintes: A. nordestinos são intermitentes.
a) Cordilheira dos Andes, Planalto das Guianas d) O padrão de drenagem dos rios brasileiros
e Planalto Brasileiro. .co.
e' exorre1
b) Serra do Espinhaço, Serra Geral e Chapa- e) A hidrografia brasileira é bastante utilizada
da Diamantina. como fon te de energia, mas muito pouco
e) Planalto da Borborema, Planalto Meridional para a navegação.
e Serra da Mantiqueira.
8. (UTFPR-PR) Considerando os aspectos da hi-
d) Serra da Canastra, Planalto Meridional e
drografia do Brasil, analise as proposições a
Planalto Atlântico.
segu ir e assinale a alternativa que contém
e) Planalto Atlântico, Planalto da Borborema e
todas as corretas. e.
Serra do Espinhaço.
1) A estrutura geológica e o relevo do território
6. (UTFPR-PR) Com relação aos recursos hídricos, brasileiro fazem com que a hidrografia do
a alternativa INCORRETA é: o. país seja rica em rios, mas pobre em lagos.
a) Os fatores meteorológicos determinam o li) O padrão de drenagem dos rios brasileiros
ciclo hidrológico, responsável pela constan- é exorreico, ou seja, eles deságuam no mar.
te circulação e reabastecimento de água. 111) As estimativas efetuadas em 2005 indicam
b) Uma bacia hidrográfica corresponde a um que as reservas de água subterrâneas já
conjunto de terras drenadas pelas águas descobertas e mapeadas no Brasil consti-
de um rio principal e seus afluentes. tuem uma reserva grande para uso futuro.
e) As bacias hidrográficas podem ser separa- IV) No Brasil, o consumo de água per capita
das por morros, cristas ou elevações, cha- mult iplicou -se por mais dez ao longo do
mados de divisores de água, que delimitam século XX, acompanhando a industrializa-
uma ou mesmo duas bacias hidrográficas. ção e a urbanização do país, permitindo
d) O curso de um rio pode ser dividido em três que a grande maioria dos c idadãos brasi-
partes: curso superior, próximo à foz, onde leiros tenha acesso à água tratada.
o rio tem o seu início; curso médio, onde V) A utilização intensiva dos rios brasileiros
predominam o trabalho de transporte e de provocou esgotamento do potencial hidráu-
modelado das vertentes; curso inferior, onde lico, restando poucos rios de planalto a se-
predominam os processos de sedimentação. rem explorados para a geração de energia.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 153


Estão corretos somente: 11. (ENEM-MEC) Em nosso planeta a quantidade
a) 111, IV e V. de água está estimada em 1,36 X 106 trilhões
b) 11, IV e V. de toneladas. Desse total, calcula-se que
cerca de 95% são de água salgada e dos 5%
e) 1, li e Il i.
restant es, quase a metade está retida nos
d) 1, 111 e V.
polos e geleiras. O uso de água do mar para
e) 11, Ili e IV. obtenção de água potável ainda não é reali -
dade em larga escala. Isso porque, entre
9. (PUC-MG)
, outras razões, A.
"E um rio de planície; seu imenso volume
a) o custo dos processos tecnológicos de
d'água sofre interferência da dinâmica climática
dessalinização é muito alto.
e dos afluentes caudalosos. Seus formadores
apresentam particularidades que os diferen- b) não se sabe como separar adequadamen-
ciam: um nasce em área de relevo mais des- te os sais nela dissolvidos.
gastado, carreando dominantemente resíduos e) comprometeria muito a vida aquática dos
orgânicos; o outro nasce em relevo de forma- oceanos.
ção mais recente e transporta grandes cargas d) a água do mar possui materiais irremoví-
de sedimentos." ve1s.
Identifique o rio especificado no texto e assi- e) a água salgada do mar tem temperatura de
nale a opção correspondente. A. ebulição alta.
a) Amazonas .
12. (UFAM-AM) A região Amazônica conta com
b) Paraná. inúmeros pequenos cursos de água que rece-
e) São Francisco. bem denominações locais. Os cursos de água
d) Paraguai. est reitos que possibilitam "varar", ou seja,
estabelecer ligação entre rios ou os ligam aos
10. (ENEM-MEC) "Águas de março definem se falta lagos, denominam-se: B.
luz este ano. "
a) riachos.
Esse foi o tít ulo de uma reportagem em jornal
b) igarapés.
de c irculação nacional, pouco antes do início
do racionamento do consumo de energia elé- e) furos.
trica, em 2001. No Brasil, a relação entre a d) paranás-mirins.
produção de eletricidade e a util ização de e) brejos.
recursos hídricos, estabelecida nessa manche-
13. (ENEM-MEC) Algumas medidas podem ser
te, se justifica porque: A.
propost as com relação aos problemas da
a) a geração de eletricidade nas usinas hidre- ,
agua: c .
létricas exige a manutenção de um dado
fluxo de água nas barragens. 1) Represamento de rios e córregos próximo
b) o sistema de trat amento da água e sua às cidades de maior porte.
distribuição consomem grande quantidade
li) Cont role da ocupação urbana, especial-
de energia elétrica.
mente em torno dos mananciais.
e) a geração de eletricidade nas usinas terme-
létricas utiliza grande volume de água para Ili) Proibição do despejo de esgoto industrial
refrigeração. e doméstico sem t ratamento nos rios e
d) o consumo de água e de energia elétrica represas.
utilizadas na indústria compete com o da
IV) Transferência de volume de água entre
agricultura.
bacias hidrográficas para atender as cida-
e) é grande o uso de chuveiros elétricos, cuja
des que já apresentam alto grau de polui-
operação implica abundante consumo de - em seus mananc1a1s.
çao
água.

154
As duas ações que devem ser tratadas como a) O Brasil depende de tecnologia estrangeira
prioridades para a preservação da qualidade relacionada ao t ratamento adequado da
dos recursos hídricos são: água, o que eleva o custo da gestão dos
a) 1 e li. e) li e Ili. e) Ili e IV. seus recursos hídricos.
b) 1 e IV. d) li e IV. b) A alta concentração da demanda em algu-
mas regiões e a insuficiência de saneamen-
14. (ENEM-MEC) Considerando a riqueza dos re - to ambiental no País.
cursos hídricos brasileiros, uma grave crise de
e) As recentes alterações climáticas, sobretudo
água em nosso país poderia ser motivada por:
E. o aquecimento global.
a) reduzida área de solos agricultáveis.
d) A ausência de leis e instituições que regu-
b) ausência de reservas de águas subterrâneas.
lamentem e amparem a gestão dos recur-
e) escassez de rios e de grandes bacias hidro-
sos hídricos.
gráficas.
e) A falta de higiene e o desperdício, indicando
d) falta de tecnologia para retirar o sal da água
que a mortalidade infantil e a escassez de
do mar.
água ocorrem por questões culturais e pelo
e) degradação dos mananciais e desperdício •
baixo nível educacional.
no consumo. •

17. (UFPR-PR) Nas últimas décadas, foi deflagrada
15. (ENEM-MEC) A falta de água doce no Planeta a crise mundial da água, ocasionada pela di-
será, possivelmente, um dos mais graves pro-
minuição da disponibilidade de água por ha-
blemas deste século. Prevê-se que, nos pró-
bitante e pela poluição. As afirmativas a seguir
ximos vinte anos, a quantidade de água doce
abordam esse assunto. A.
disponível para cada habitante será drastica-
mente redu zida. Por meio de seus diferentes 1. O rio Amarelo, que atravessa a maior região
usos e consumos, as atividades humanas in- agrícola japonesa, está poluído por produtos
terferem no ciclo da água, alterando: B. químicos agrícolas, pelos esgotos urbanos e
a) a quantidade total, mas não a qualidade da pelos resíduos industriais.
água disponível no Planeta. li. As bacias do rios Nilo, Tigre e Eufrates e rio
b) a qualidade da água e sua quantidade dis- Jordão (Oriente Médio) têm sido motivos de
ponível para o consumo das populações. d isputas e tensões em áreas de escassez de
e) a qualidade da água disponível, apenas no chuva e água.
subsolo terrestre. Ili. A agricultura é o setor que mais utiliza os re -
d) apenas a disponibilidade de água superfi- cursos hídricos, principalmente para a irriga-
c ial existente nos rios e lagos. ção. O crescimento popu lacional requer o
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade aumento da produção de alimentos e, conse-
de água disponível no Planeta. quentemente, da produção agrícola. Portanto,
maior consumo de água.
16. (FGV-SP) O clima tropical úmido e uma estrutu-
ra tectônica favorável contribuem para que o IV. A cidade do México, construída sobre o aquí-
Brasil disponha das maiores reservas de água fero Guarani, apresenta problemas na estabi-
doce superficiais e subsuperficiais do planeta. lidade de edifícios, provocado principalmente
A despeito deste fato, os índices de mortalida- pela extração em excesso da água do aquífero.
de infantil, ainda altos no país (cerca de 25%, V. O uso inadequado, a d istribuição desigual dos
segundo o IBGE), associam -se, em grande recursos hídricos sobre a Terra e as diferenças
parte, com a qualidade da água ou o acesso de consumo entre países e setores econômi-
insuficiente a ela. Além disso, algumas regiões cos deixam preocupação em relação ao abas-
estão sob constante risco de racionamento. tecimento de água para as gerações futuras.
Assinale a alternativa que melhor explique o a) li, Ili e V. e) li e V. e) li, Ili e IV.
contexto descrito. s. b) l,llleV. d) l e lll.

Hidrosfera e a dinâmica das águas continentais 155


A imensa massa de água que forma os
oceanos e mares da Terra sempre impressio-
nou e desafiou o ser humano por causa de sua
dinâmica e riquezas.
Para adentrar em águas desconhecidas e avançar
por "mares nunca dantes navegados", o ser humano
formulou muitas perguntas e hipóteses, e encontrou
respostas que ampliaram o conhecimento da nossa
civilização a respeito de navegação, de localização e
de orientação, da vida marinha e da exploração de re-
cursos minerais em subsolo oceânico.

@ O que você sabe sobre as águas dos oceanos e


mares?

@ O que lhe chama mais a atenção a respeito das


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1/ •
/ oceanos: fonte de vida
Os oceanos cobrem, aproximadamente, 70% da superfície terrestre e concen-
tram cerca de 97,5% do volume de água existente no planeta. Toda essa água
desempenha um papel essencial na regulação e manutenção dos ciclos naturais
que condicionam a existência da vida na Terra. Segundo pesquisas científicas, os
primeiros organismos vivos do nosso planeta (bactérias e algas unicelulares) sur-
giram nos oceanos.
Historicamente, o ser humano se fixou próximo às regiões costeiras para aproveitar
as águas dos oceanos e mares para diversas finalidades, como pesca, navegação
etc. Atualmente, cerca de metade da população mundial, aproximadamente 3,7 bi-
lhões de pessoas, vive em áreas litorâneas ou em suas proximidades. Entre outros
fatores, as águas oceânicas são importantes porque:
• apresentam um imenso potencial econômico
para o desenvolvimento da atividade pesquei-
ra em várias regiões do planeta (veja foto A).
Além da pesca, que providencia grande quan-
tidade de peixes e de outras espécies mari-
nhas para o consumo de milhões de pessoas,
os oceanos fornecem sal, dissolvido em suas
águas, e também recursos minerais, como
petróleo e gás natural, encontrados em depó-
sitos no substrato oceânico;
• constituem vias de transportes por onde circu-
lam navios cargueiros que transportam grande
parte das mercadorias, como matérias-primas
(minerais, gêneros agrícolas) e produtos indus-
trializados, comercializados atualmente entre
vários países de diferentes continentes (veja
foto B);
• representam um enorme potencial para o de-
senvolvimento do turismo, sobretudo em re -
giões costeiras, que se destacam pela beleza
de suas praias. Nessas regiões, a atividade
do turismo gera muitos empregos e movi-
menta intensamente a economia local.

Atividade pesqueira na Tailândia, em 2015 (foto A),


e t ransporte de carga no Mar Báltico, próximo à
Li tuânia, em 2015 (foto B).

Estreito: canal natural de água


que une dois mares ou oceanos Os mares
separados por duas massas de
terra. Entre os estreitos mais Os mares são porções do oceano localizadas próximo ao litoral ou no interior
conhecidos estão o de Gibraltar. dos continentes. Conforme sua localização geográfica, os mares podem ser:
que liga as águas do Oceano
Atlântico ao mar Mediterrâneo; o • ab ertos ou costeiros: aqueles que possuem extensa ligação com os ocea-
estreito de Bering, entre o nos vizinhos, como o mar do Caribe, o mar do Norte e o mar da China.
extremo norte do continente
americano e o leste da Ásia; o
• interiores: aqueles que se ligam ao oceano por meio de est rei tos , ou canais
estreito de Bósforo, que liga as artificiais. Por exemplo,, o mar Mediterrâneo, entre a Europa e a Africa, e o
águas do mar Negro ao mar de mar Vermelho, entre a Africa e o Oriente Médio.
Mármara, limite da Europa com a
Ásia na Turquia; e o estreito de • fechados: aqueles que se encontram no interior do continente, sem ligação
Dover, no canal da Mancha. entre direta com o oceano, como o mar Cáspio e o mar de Aral.
a Inglaterra e o norte da França.

158
Ao observarmos um mapa-múndi ou um globo terrestre, podemos perceber
que os cinco oceanos que cobrem a superfície terrestre: Atlântico, Pacífico, Índi-
co, Ártico e Antártico, apesar dos nomes diferentes, estão todos interligados e
formam uma imensa massa de água. Esses oceanos, no entanto, apresentam
águas com características distintas de salinidade, temperatura e movimentos.

Oceanos e mares da Terra


O CEANO G LACIAL•
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Circulo Polar Anair/íco
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ÓCEÂNÕ GLÃélÃL ANiÃk'f1éó -

2400km

Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Aio de Janeiro: IBGE. 201 2. p. 33. 1 atlas. Escalas variam.

I Águas oceânicas e o equilíbrio da vida na Terra


As águas oceânicas atuam no equilíbrio térmico do
globo, distribuindo parte do calor acumulado nas regiões
equatoriais e do frio existente nas regiões polares. Elas
também retêm bastante calor irradiado pelo Sol e
transmitem parte desse calor para a atmosfera terres-
tre, regulando o clima em todo o planeta.
Além disso, essas águas são ricas em fitoplâncton,
minúsculas plantas unicelulares (algas) que flutuam na
superfície dos oceanos. Esses seres vivos microscópi-
cos desempenham um papel vital na manutenção dos
complexos sistemas naturais que regulam e sustentam
a vida no nosso planeta.
Ourante seu ciclo de vida, os fitoplânctons produ-
zem a energia de que necessitam por meio da fotos-
síntese, capturando gás carbônico (C02 ) e liberando
oxigênio para a atmosfera. Assim, a renovação e a ma-
nutenção dos níveis de oxigênio na atmosfera terrestre
dependem, em grande parte, dos fitoplânctons, sem
os quais a quantidade de C02 também seria maior.
Na imagem de satélite ao lado, do Mar Amarelo (veja
localização no mapa acima), as manchas em tons de
azul mais claro revelam a presença de fitoplânctons
nas águas oceânicas, em 2015.

As águas oceânicas 159


/ Características e
dinâmica dos oceanos
As águas oceânicas possuem temperatura e salinidade própri as que as diferen-
ciam das águas continentais. O movimento dessas águas também lhes confere
uma dinâmica que as faz atuar em diferentes aspectos da Terra.

Temperatura e salinidade
A temp eratura das águas oceânicas varia de acordo com a profundidade, sendo
mais aquecidas na superfície, onde recebem diretamente a radiação solar, e menos
aquecidas conforme a profundidade vai aumentando. Abaixo dos três mil metros de
profundidade, a temperatura se estabiliza próximo a O ºC (zero grau Celsius).
A temperatura dessas águas também varia conforme a latitude, sendo mais ele-
vada na região equatorial, acima de 25 ºC, e mais baixa nas zonas polares, variando
entre O ºC e 3 ºC.

Composição química das águas oceânicas* A salinidade média das águas oceânicas é de
aproximadamente 35 gramas de sais para cada
bicarbonato litro de água (veja gráfico ao lado). No entanto, a
0,14 g
quantidade de sais diluídos nas águas oceâni-
água
965,6 g cas varia conforme a latitude. Nas regiões tropi-
cais, por exemplo, a salinidade aumenta devido
sódio
ao processo de evaporação, que é intenso por
10,5 g causa da maior insolação. Já nas latitudes mais
elevadas, a salinidade diminui devido aos baixos
índices de evaporação e ao derretimento de
f "lntonnações referentes água doce das geleiras. Na foz dos grandes
~ a 1 rrtro de água.
rios, como do Amazonas, por exemplo, a salini-
~,..l_______________________ dade também diminui em razão do grande volu-
Fonte: GAARISON. Tom. Fundamentos de Oceanografia. me de água doce despejado no mar.
4. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. p. 130.
Há duas hipóteses prováveis para a origem da
Na composição das águas oceânicas, está presente, salinidade das águas oceânicas. Uma delas su-
principalmente, o cloreto de sódio (NaCI), mais conhecido gere que a salinidade decorre da dissolução de
como sal de cozinha. Outros sais minerais, como sulfato,
i magnésio, cálcio e potássio, também estão dissolvidos sais minerais contidos nas rochas continentais,
~ ssas águas, porém, em pequenas quantidades. que chegam até os oceanos carregados pelas
águas dos rios. Outra hipótese sustenta que a
a -plus lmage bank/Alamy Stock Photo/Latinstod:
salinidade seria proveniente da incorporação da
água juvenil, ou água magmática, que foi libera-
da do interior da Terra pelas intensas atividades
vulcânicas ocorridas durante o resfriamento do
planeta, nos seus primórdios.
• ··
As águas do mar Morto, na fronteira entre Israel, Jordânia e
Cisjordânia , possuem salinidade dez vezes superior à de
qualquer outro mar ou oceano do m undo. Isso se deve,
principalmente, à pouca quantidade de água que esse mar
recebe de suas fontes alimentadoras e à intensa evaporação
de suas águas, ocasionada pelas altas temperaturas da
regiâo em que se l ocaliza. Por causa da elevada salinidade,
poucos microrganismos conseguem sobreviver em suas
águas, daí sua denominação. Mar Morto, visto ao lado, em
Israel, em 2014.

160
,
Aguas oceânicas: água de beber?
Hoje, existem técnicas sofisticadas de dessalinização
da água do mar para torná-la própria ao consumo humano.
Ela pode ser realizada por meio de diferentes técnicas, en-
tre elas, a destilação e a osmose reversa. Na destilação, a
água é aquecida até se transformar em vapor, que é desti-
lado como água doce. Na osmose reversa, empregam-se
membranas semipermeáveis para reter o sal e obter água
potável. Essa é a técnica mais empregada por ser econo-
micamente mais vantajosa.
Ainda assim, a dessalinização da água é um processo
muito caro, o que explica sua reduzida utilização, mesmo
em regiões que enfrentam escassez severa de água e dis-
põem dessas fontes hídricas. Entre os países que mais se
destacam na produção de água dessalinizada
,
estão o Ca-
zaquistão, a Arábia Saudita, os Emirados Arabes Unidos, o
Kuwait e os Estados Unidos. Ao lado, usina de dessaliniza-
ção em Arrecife, Espanha, em 2014.

Os movimentos das águas oceânicas


As águas oceânicas interagem diretamente com os processos atmosféricos,
atuando como mecanismo regulador das temperaturas no nosso planeta. Em meio
r.c~·;;~·-~~-.. .. ... '""[
correntes que
aos oceanos, existem gigantescas porções de água salgada, denominadas cor- passam pelo
rentes marítimas, que se diferenciam principalmente pela temperatura (quente ou litoral brasileiro
fria) e salinidade de suas águas. Essas correntes se deslocam sempre na mesma influenciam as
direção e com a mesma velocidade. águas litorâneas
do nosso país? ,•·
O planisfério a seguir mostra as principais correntes marítimas e a direção em ...........................................
que elas se movimentam.

~ - Correntes quentes
- Correntes frias

Fonte: STRAHLER. Alan: STRAHLER. Arthur. lntroducting Physical Geography. 4. ed. New Jersey: John Wiley & Sons. 2006. p . 175.

As águas oceânicas 161


As correntes marítimas quentes se formam nas regiões tropicais e se deslocam
em direção às zonas polares, onde se resfriam. Já as correntes marítimas frias se
formam nas zonas polares e se dirigem para os trópicos, onde se aquecem.
A direção das correntes marítimas é determinada pela ação conjunta dos ven-
tos e do movimento de rotação da Terra. Nas proximidades da linha do equador,
os ventos alísios que sopram de nordeste (hemisfério Norte) e sudeste (hemisfério
Sul) conduzem as correntes de leste para oeste. Já nas regiões de latitudes mé-
dias, os ventos sopram de oeste para leste, conduzindo as correntes marítimas
nessa mesma direção.

As correntes marítimas e o clima


Impulsionadas pela ação dos ventos, pelo movimento de rotação do planeta e
pelas características das próprias massas líquidas (temperatura, salinidade, den-
sidade e pressão), certas correntes marítimas carregam as águas quentes das
regiões tropicais para as regiões mais frias do planeta, aumentando suas tempe-
raturas. Por outro lado, há correntes que trazem águas frias de áreas de latitudes
elevadas para as regiões mais aquecidas dos trópicos.
A corrente do Golfo, por exemplo, leva águas aquecidas do golfo do México
para o litoral europeu, amenizando o rigor do inverno no norte da Europa. A cor-
rente de Humboldt, também chamada corrente do Peru, por sua vez, traz águas
frias e ricas em nutrientes (plânctons) para a costa oeste da América do Sul, o
que, além de amenizar as elevadas temperaturas tropicais da região, também
contribui para tornar as águas da região ricas em peixes.
Além das correntes marítimas, as águas oceânicas realizam outros movimentos,
entre eles, as ondas e as marés. As ondas são movimentos das águas oceânicas
A baixa temperatura
impulsionados pelos ventos que sopram na superfície dessas águas. O tamanho
da corrente de
Humboldt reduz a das ondas varia principalmente de acordo com a profundidade das águas, ou
evaporação e, seja, quanto menor a profundidade, maior o tamanho da onda. Também varia com
consequentemente, a
a velocidade dos ventos, pois as altas velocidades produzem ondas maiores.
umidade da massa de
ar que atua na costa Já as marés são provocadas pela força gravitacional que a Lua e o Sol (este em
do Chile. Essas menor escala) exercem sobre a Terra. Nos períodos em que a água do mar avan-
condições influenciam
na formação do clima
ça sobre o litoral, ocorrem marés altas ou preamar; e nos períodos em que ela
seco do deserto do recua, ocorrem marés baixas ou baixa-mar. As marés altas e baixas ocorrem em
Atacama , como intervalos de seis horas e seus movimentos mudam as paisagens litorâneas.
observamos na
paisagem de 2014.
A dinâmica das águas na
modelacão
, do relevo litorâneo
Em conjunto, esses movimentos tornam os ocea-
nos grandes agentes transformadores do relevo lito-
râneo, exercendo um duplo trabalho sobre o relevo
das regiões costeiras.
De um lado, o movimento das águas oceânicas
provoca o desgaste e a erosão (ou abrasão) do rele-
vo litorâneo, criando diferentes formas ao longo da
costa. As falésias, como são chamados os paredões
rochosos abruptos à beira-mar, são formadas pelo
choque das ondas sobre o relevo, o que causa o
solapamento de sua base e o desmoronamento do
material sobrejacente.
Ao mesmo tempo, as águas oceânicas transportam
sedimentos que se depositam ao longo da costa, rea-
lizando um intenso trabalho de acumulação marinha,
criando praias arenosas (foto ao lado), entre outras
formações.

Vista aérea de parte da orla da cidade de Natal, Rio Grande do


Norte, em 2014, com destaque para a praia do Forte em primeiro
plano. Observe o processo de abrasão das ondas marinhas no
desgaste das formações rochosas (A) e também o processo de
acumulação de sedimentos marinhos depositados na praia (B).
O estudo do tema
ressurgência pode ser
ampliado com noções
Ressurgência e piscosidade sobre cadeia alimentar,
nível trófico e
Quando as correntes marítimas profundas e de temperatura fria ascendem para a su- ecossistemas, abordados
na disciplina de Biologia.
perfície dos oceanos, ocorre o fenômeno oceanográfico da ressurgência, também co- Se possível, sug ira aos
nhecido como aflorament o (ou upwelling, na língua inglesa). Esse fenômeno, que acontece alunos que pesquisem
sobre os efeitos da
em certas regiões costeiras, ocorre principalmente pela ação de ventos constantes, que degradação das águas
afastam grandes volumes de águas superficiais da costa, possibilitando a subida de cor- oceânicas sobre os
fitoplânctons e as
rentes subjacentes frias que circulam em maior profundidade (figura abaixo). consequências que isso
representa para as
Por isso, as águas oceânicas em que ocorre o fenômeno da ressurgência, a exemplo re lações bióticas dos
da costa do Peru, na América do Sul, da Califórnia, nos Estados Unidos, e do Marrocos, ecossistemas aquát icos .

Senegal e Namíbia, na Africa, estão entre as mais piscosas do mundo. No Brasil, o fenô- Ilustração produzida
com base em:
meno ocorre na região de Cabo Frio, litoral do Rio de Janeiro. PLANETA Terra. Rio
de Janeiro: Abril.
Como as águas mais profundas e frias dos oceanos são ricas em nutrientes, elas esti- 1996. p. 121.
(Ciência e NatUteza).
mulam o desenvolvimento de fitoplânctons, que servem de alimento aos
pequenos animais e peixes, que, por sua vez, vão alimentar os pei- vento terra firme
xes maiores, e assim por diante.
Em biologia marinha dá-se o nome de fi toplâncton corr nte
ao conjunto de organismos aquáticos microscó- fria
. . -
pios que vivem em suspensao nas aguas
,

oceânicas e doces, e que, assim como as temperatura


da água
plantas terrestres, possuem capacidade fo-
(em ºC)
tossintética. Como os fitoplânctons estão na
lii~'~":.I io
base da cadeia alimentar dos ecossistemas 1:'
aquáticos (nível trófico dos produtores), eles
servem de alimentos aos animais maiores,
..,.,,,,. ~
~

desempenhando papel vital na manutenção


da vida aquática.

As águas oceânicas 163


!Adegradação das águas oceânicas
Os oceanos têm sido utilizados como imensos depósitos de detritos e rejeites
gerados pelas diversas atividades humanas. A maior parte da poluição que atinge
os oceanos p rovém das descargas dos rios, que transportam vários tipos de po-
luent es em suas águas - de esgotos doméstico s e industriais sem tratament o,
agrot óxicos e fertilizant es químicos aplicados em excesso nas lavouras a resíduos
altamente tóxicos, como mercúrio, chumbo, cobre, níquel, entre outros metais pe-
sados, originários de processos industriais diversos.
Além disso, os oceanos também recebem uma imensa quantidade de p oluen-
Lixo jogado no mar e tes atmosféricos, levados dos continentes pelas correntes de ventos, e de resíduos
carregado pelas
correntes marinhas que
sólid os, como plásticos, latas, garrafas, vidros e embalagens, lançados nas regiões
se acumulou em uma costeiras. Parte desses poluentes acaba sendo carregada pelas correntes maríti-
praia da Espanha, mas e afeta lugares bem distantes de onde foi lançada. Os sinais da degradação
em 2013.
que atingem os oceanos já podem ser observados nas águas do
Ártico e da Antár tica, porções menos habitadas do p laneta.
Outro grave problema ambient al que afeta o ecossist ema mari-
nho é a poluição gerada pelo p etróleo. Essa poluição t em sido
causada tanto por acidentes de grandes navios petroleiros, vaza-
mentos em portos de embarque e desembarque e em p lat aformas
de extração localizadas no oceano, como pela descarga intencio -
nal de petróleo durante a lavagem dos t anques e equipament os
dos navios.
O int enso processo de poluição das águas oceânicas provoca da-
nos significativos ao ecossistema marinho. Em cert as zonas costei-
ras, a degradação de manguezais e recifes, considerados verdadeiros
e
"berçários" dos oceanos, compromete a reprodução de inúmeras
o
:;
espécies da fauna marinha, como peixes, moluscos e crustáceos,

:s
tf gerando desequilíbrios em toda a cadeia alimentar oceânica.

Poluição das águas oceânicas

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Pduição da água -.

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Atea de pollição sev«a
Atea de pollição constne • •••
= Are,,s com m.1l1Ch3s de óleo
• Locais de deml!IMlenlo •
de óleo signlllcanvo
.....__ Alos poluídos
• Reofos de corais em osco
2010 km

Fo nte: WORLO watch: a dinamic visual guide packed w ith fascinating facts about the world. 2. ed. Hong Kong: Harper Collins Publishers, 2012. p. 86.

164
I Poluicão
, na Baía de Todos-os-Santos
Passava um pouco de 11 horas da terça-feira 16 de outubro quando o barco pilotado pelo
químico Jailson Bittencourt de Andrade parou junto a um banco de areia no canal que liga a
baia de Aratu à imensidão de águas cor de esmeralda da baía de Todos-os-Santos. Na faixa
de areia exposta pela maré baixa cerca de 40 mulheres e algumas crianças [...] andavam de
cócoras olhando para o chão. Elas mariscavam. Com uma colher ou apenas com os dedos,
desenterravam um pequeno molusco que chamam de chumbinho ou papa-fumo, pouco maior
que a unha do polegar. (...]
Atualmente, porém, é recomendável consumir com moderação os peixes e frutos do mar
apanhados em Aratu, Itapagi, Suba e em outras áreas mais industrializadas da baía de To-
dos-os-Santos. Eles estão contaminados. Concentram alguns metais em níveis superiores aos
aceitos por autoridades da saúde como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Muitos
desses metais são elementos químicos que, em concentrações bem baixas, são essenciais
para uma boa saúde, mas, em níveis altos, podem ser tóxicos. [...)
[...] A análise química demonstrou que ao menos quatro elementos (arsênio, zinco, selênio
e cobre} aparecem em concentrações relativamente altas em mariscos e ostras. Os moluscos
mais contaminados, segundo artigo publicado em 2011 no Marine Pollution Bulletin, haviam
sido apanhados em Aratu, próximo ao local em que as marisqueiras trabalhavam naquela
manhã de outubro, e no estuário do rio Subaé, a noroeste dali.
Era até de se esperar que fosse assim. A baía de Aratu, localizada cerca de 20 quilômetros
ao norte de Salvador, abriga um dos três portos mais movimentados da baía de Todos-os-San-
tos. Aratu está cercada por indústrias químicas, petroquímicas, metalúrgicas e de alimentos,
entre outras. A menos de 50 quilômetros a nordeste dela, está instalado o polo petroquímico de
Camaçari, o maior da América do Sul. Já no estuário do rio Subaé, no extremo noroeste da baía
de Todos-os-Santos, a principal fonte de contaminantes foi por um longo período a mineradora
Plumburn. Desativada em 1993, ela lançou por quase três décadas quantidades apreciáveis de
chumbo, cádmio, arsênio e zinco no Subaé.
[...] Baía de Todos-os-Santos
Não é de hoje que as águas e o ambiente no N

entorno dessa baía pagam um preço alto por ela


ter servido de porta de entrada para o Brasil. Des-
de que a expedição do navegador português Gas- Bahia
O
*L s
par de Lemos aportou ali em 1Qde novembro de
1501, Dia de Todos os Santos na tradição católica,
houve sucessivas alterações. A fundação de Salva-
dor em 1549 por Tomé de Souza, enviado do rei de
Portugal para criar uma cidade-fortaleza e iniciar
a ocupação das terras do Novo Mundo, forneceu os Salvador
braços e os machados que transformaram em le- • 1a•s
nha e madeira a exuberante mata atlântica, abrin-
do espaço para a cana e os engenhos de açúcar, a
unidade agroindustrial mais avançada do Brasil co- BAÍA DE
TODOS-OS-SANTOS
lonial. A mudança mais intensa, porém, ocorreria
mais tarde, com a descoberta de petróleo no Recôn-
cavo Baiano e a instalação em 1950 da refinaria OCEANO ATLANTJCO
Landulpho Alves, no município de Mataripe, que
levariam o governo da Bahia a apostar na petroquí-
mica como modelo de desenvolvimento econômico. 55 km
1...l 39"0
ZORZETTO, Ricardo. A saúde da baia. Pesquisa Fapesp o n-line, Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Aio de
São Paulo. nov. 2012. Disponível em: Janeiro: IBGE, 2012. p. 170. 1 atlas. Escalas variam.
<hltp://revístapesquisa.fapesp.br/2012/11/12/a·saude·da·baia/>.
Acesso em: 7 out. 2015.

As águas oceânicas 165


Contexto geográfico Estudo de cas~
Aral, um mar em agonia
Quando a ecologia for disciplina de primeiro grau nas escolas do mundo, os peque-
nos alunos com certeza aprenderão sobre a tragédia que se abateu sobre o mar de Aral.
Dificilmente se encontrará um exemplo tão didático e revoltante da capacidade do
homem de intervir desastrosamente na natureza quanto o da agonia desse que che-
gou a ser o quarto maior lago do mundo.

Mar de Ar al Localizado na Asia Central, entre duas antigas repúblicas so-
- nrL
viéticas - o Cazaquistão e o Uzbequistão - . o Aral ocupava ori-
ginariamente uma área de 68 300 km2 , o equivalente a duas
CAZAQUISTÃO
Holandas. Suas águas salgadas eram abastecidas principalmen-

Layo te por dois extensos rios. o Syr Darya e o Amu Darya, cujas ba-
<&..o
>;jl.. Bdfff3sh cias hidrográficas se estendem por outros países vizinhos - o
BEQUISTÃO ~
Tadjiquistão, o Quirguistão e o Turcomenistão, além do Afega-
nistão e do Irã - , cobrindo uma área total que beira os dois mi-
~ ~ ~_(- '-- --- --
QUIRGUISTÃO
lhões de quilômetros quadrados. [veja mapa ao lado]
É uma região de terras áridas e semiáridas, e por isso mesmo
TURCOMENISTÃO "" TAOJIQUISTÃO CHINA 40°N
a irrigação artificial lá é muito antiga: há indícios de que ela já
11_ era usada há mais de dois mil anos, sempre de forma sustentá-
AFEGANISTÃO
PAQUISTÃO
vel. Mas a grande mudança nesse sentido começou na década
290 km
de 1930, quando os governantes soviéticos decidiram transfor-
Fonte: STUDENT atlas. 4. ed. mar a área, economicamente inexpressiva, numa grande produ-
London: Dorling Kíndersley, 2006.
p. 83. 1 atlas. Escalas variam. tora de algodão. A fibra, chamada na época de "ouro branco", era
fonte certa de divisas numa época difícil da economia mundial.
As práticas de plantio tradicionais da região deram lugar a uma agricultura de irri-
gação intensiva, graças à construção de grandes canais - o maior deles, o Kara Kum,
foi aberto em 1956 para desviar parte das águas do Amu Darya (foto a seguir). [...!
Não se pode negar que houve algum sucesso: entre 1960 e 1980, a área respondeu
por um aumento de 70% na produção total de algodão da União Soviética, e até hoje
o Uzbequistão se destaca como potência algodoeira. Mas o custo social, econômico
e ambiental desse feito é incalculável.
Até 1960, a situação se manteve relativa-
mente estável, mesmo com a irrigação to-
mando dos rios (e desperdiçando a maior
parte no deserto, por deficiências estrutu-
rais das obras e pela evaporação) quase
50% do fluxo de suas águas.
A partir daí, porém, o nível médio do mar
começou a cair [...].
Nos anos 1990, a sangria contínua fez o
mar dividir-se em dois, com um aumento
drástico na salinidade das águas: antes de
10 gramas por litro, ela subiu para 45 gra-
mas por litro - e, em algumas partes do
Aral Sul, chegou a espantosos 98 gramas
por litro. A média atual gira em torno de 33
gramas por litro.
Canais de irrigação retirando água do rio Amu Darya, no Uzbequistão,
já no início da década de 1990.

166
Hoje em dia, a bacia do Aral é assolada pela desertificação (que atingiu mais de
30000 km2 do leito do mar) e por constantes tempestades de poeira tóxica. A redução
do nível do mar pôs à mostra imensos bancos de sal, que os fortes ventos levam até
o Himalaia, e a água remanescente da irrigação formou lagos contaminados por agro-
tóxicos [. ..].
A profunda devastação afetou a antes próspera indústria pesqueira, que na pri-
meira metade da década de 1960 empregava cerca de 60 mil pessoas. Diante da vi-
são de várias embarcações encalhadas longe da margem, as autoridades abriram
canais para levá-las ao mar aberto - e nada conseguiram, porque o nível do Aral
baixava mais rapidamente do que sua capacidade de escavar as valas. Com isso, a
atividade pesqueira esgotou-se em 1982, e as fábricas de processamento de peixe
congelado trazidas de outras regiões para manter os pescadores locais empregados
foram fechadas em 1991.
O desastre ambiental provocou também um profundo impacto na população local.
Com a contaminação da água pelo sal e substâncias existentes nos fertilizantes e
pesticidas utilizados nas plantações, a tendência de os moradores da região apresen-
tarem câncer de garganta é nove vezes maior do que a média mundial, e a mortali-
dade infantil ali observada é a maior entre as antigas repúblicas soviéticas. [. ..)
Por enquanto, as ações tomadas (ou a falta delas) indicam que o Aral continuará a
encolher na sua parte sul. Já na parte norte, aparentemente o governo do Cazaquis-
tão está empenhado em manter sua fração do lago. De qualquer forma, o que resta é
um retrato melancólico do poder de destruição que a humanidade pode exercer sobre
a natureza.
1.. 1
ARAIA, Eduardo. Aral, um mar em agonia. Revista Planeta, São Paulo, ed. 424, jan. 2008. Disponível em:
<http://revistaplanetaterra.eom.br/secao/unesco-planeta/aral-um-mar-em-agonia>. Acesso em: 25 set. 2015.

1973 1987 1999 2014

As imagens de satélite acima mostram a gradativa diminuição do mar de Aral, ao longo de mais de 40 anos.

r-.. . . . . . ' ' '. . . . . . . . .' ' '. . . . . . .,.. . . . . . . . . . . . . . . . . . .' ' '. . . . . . . . ' ' ' . . . . . . ,.. . . . . . . . . . . . . . . .
i a) Localize em um atlas a extensão da bacia hidrográfica que alimenta o mar de Aral.
!
j
. .
:. b) Quais foram os principais impactos ambientais causados no mar de Aral nos últimos
. .l.
..j quarenta anos? Que reflexos socioeconómicos resultaram desses impactos?
..l
: e) De acordo com o texto, quais são as perspectivas futuras para o mar de Aral? )
: .......................................................................................................................................................................................

Barcos encalhados no leito seco do


mar de Aral, no Uzbequistão, em 2011.
p•
.•.

Atividades ..•••••• •..
•• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :
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Anote as respostas no caderno.

1. Qual é a porcentagem da população 6. Consulte o mapa da página 161 e escreva


mundial que vive nas áreas litorâneas ou o nome de duas correntes marítimas frias
em suas proximidades? Há uma expli- e duas correntes marítimas quentes. Des-
cação histórica para essa ocupação? creva também em que regiões do mundo
essas correntes atuam.
2. Cite três exemplos que comprovam a
importância econômica das águas oceâ- 7. Descreva a relação entre áreas de res-
nicas para o desenvolvimento das ativi- surgência e a piscosidade das águas
dades humanas. onde esse fenômeno ocorre.
8. Defina o que são ondas e marés. Dê
3. Qual é a importância dos oceanos para
exemplos de alterações do relevo cos-
o equilíbrio térmico da Terra?
teiro dos continentes promovidas pela
4. Se alguém dissesse que os oceanos são ação conjunta dessa dinâmica das
• ft •

o pulmão do mundo, como você poderia aguas ocean1cas.


justificar essa comparação? 9. O mar de Aral é considerado fechado,
5. Descreva as duas hipóteses que explicam aberto ou de interior? Justifique sua res-
a salinidade das águas oceânicas. posta.
10. Destaque três causas que têm provocado
a degradação das águas oceânicas.

Correntes de Humboldt e do Brasil


,!'!:
00 / Expandindo o conteúdo

11 . Analise o mapa e responda às questões.


El/tJador
o• a) Descreva a localização geográfica das cor-
rentes marítimas em destaque no mapa.
b) Caracterize essas correntes quanto à ori-
gem e temperatura.
e) Quais as possíveis interferências da cor-
rente de Humboldt no clima da costa
oeste do continente americano, de acordo
com suas características?
Corrente
de Humboldt d) Na região onde você mora, qual fator
ou do Peru
climático exerce maior influência sobre
OCE..~NO
o clima: a continentalidade ou a mariti-
ATL~,'ITICO midade? Descreva também se alguma
corrente marítima influencia o clima da
sua região.
OCEilNO
P.-ICIFICO
Fonte: STRAHLER. Alao: STRAHLER,
Arthur. lntroducting Physical
Geography. 4. ed. New Jeraey: John
O • Corrente quente Wiley & Sons. 2006. p. 175.

O • Corrente fria 60"0

168
12. Leia e interprete as manchetes e os textos a seguir.

Estudo encontra poluição de plástico Pulmão do mundo, oceanos


em 88% da superfície dos mares são o maior desafio ambiental
• • • • • •
ESTUDO enco ntra poluição de plástico em 88% da superfície dos PULMÃO do mundo, oceanos são o maior desafio
mares. G1. Rio de Janeiro, 1º jul. 2014. Oisponivel em: ambiental. O Globo, Rio de Janeiro, 5 jun. 2012.
<http://g1.globo .com/natureza/noticia/2014/07/estudo -encontra- Disponível em: <http://oglobo.globo.com/cieocia/
poluicao-de-plastico-·em-88-da-superticie-dos-mares.html>. pulmao-do-mundo -oceanos-sao-maior-desafio -
Acesso em: 7 out. 2015. ambiental-5122196>. Acesso em: 7 ou!. 2015.

Toneladas de lixo plástico sufocam


oceanos do mundo, dizem pesquisadores
• • •

[...) Nos últimos anos, especialistas vêm alertando para a maneira como a poluição
plástica está matando uma enorme quantidade de pássaros e mamíferos marinhos e
outras criaturas, e ao mesmo tempo maculando os ecossistemas oceânicos.
Alguns objetos de plástico, como redes de pesca descartadas, matam ao prender
golfinhos, tartarugas marinhas e outros animais. Fragmentos plásticos também se alo-
jam na garganta e no trato digestivo de animais marinhos.
Os pesquisadores disseram que o lixo plástico chega aos oceanos pelos rios e pelas
regiões costeiras densamente povoadas, assim como pelas embarcações que navegam
em rotas comerciais. [...)
OUNHAM, Will. Toneladas de lixo plástico sufocam oceanos do mundo. dizem pesqlisadores. O Globo. Rio de Janeiro.
Disponível em: <http:l/oglobo.globo.com/mundo/toneladas-de-lixo-plastico -sufocam-oceanos-do-mundo -dizem-pesquisadores- 14798724>.
Acesso em: 7 ou!. 2015

a) Que tema é comum às manchetes e ao texto?


b) De acordo com o texto, como está a situação ambiental dos nossos oceanos? Iden-
tifique palavras -chave q ue permitam chegar a essa conclusão.
e) O autor do texto concorda com a maneira como o ser humano vem tratando os ma-
res e os oceanos? Justifique sua resposta.
d) Como a poluição oceânica pode inter ferir na atmosfera terrest re?

13. Reflita sobre o tema a seguir e produza um texto.

A Terra possui uma imensa quantidade de água nos oceanos


e mares, mas, ainda assim, muitas pessoas morrem de sede e
conflitos ocorrem por causa de água.

Depois dessa reflexão, produza um texto que comente as razões d essa contraditória
questão, tendo como base o seguinte roteiro:
exponha a questão da desigual distribuição e acesso de água potável na Terra, dan-
do exemplos;
explique a contradição entre a abundância de águas oceânicas e o fato de essas águas
serem impróprias para consumo direto do ser humano;
relacione as razões que impossibilitam ao ser humano usufruir das ág uas oceânicas;
por meio de exemplos, descreva a atual postura do ser humano em relação à situação
das águas continentais e das águas oceânicas na Terra, explicando como suas ativi-
dades têm degradado os oceanos e mares;
aponte as principais preocupações a respeito do futuro desse precioso elemento na
Terra e como o ser humano pode ser prejudicado pela maneira como tem utilizado as
'
aguas ' .cas e seus recursos.
ocean1

As águas oceânicas I 169


•••

••

Ampliando seus conhecimentos ..... •

,-----------·······················································
Sugere -se que o professor
aproveite a oportunidade - - - - - - - - - - - - - - - - , Mokens: os ciganos do mar
para promover uma Geografia, ciência e cultura ~ \
discussão sobre a
diversidade e p luralidade
étnica-cultural, como Habitantes do arquipélago de Megúria, na Tailândia, os mokens construíram sua
forma de ampliar o
entendimento sobre o identidade cultural atrelada às águas oceânicas. Muitos afirmam que os membros
tema cultura .
desse povo podem ser considerados verdadeiros nômades dos oceanos. Isso porque,
a bordo de suas casas flutuantes, chamadas kabang, os mokens chegam a passar
meses seguidos sem ancorar em terra firme. Leia o texto a seguir e conheça um pou-
co mais sobre esse povo.

[. ..] A maior parte do povo moken ainda pratica os ritos e costumes da


sua antiga cultura. São, desde sempre, nômades que navegam em águas
calmas e, até recentemente, cheias de peixes e mariscos - a base da sua
dieta. Eles trocam as sobras de suas pescarias por outros produtos que
lhes são necessários, à medida que passam de ilha em ilha percorrendo o ar-
quipélago de Megúria. Durante seis meses, o vento os leva ao sul; durante os
outros seis, ao norte. E assim os mokens sobrevivem há mais de 3500 anos.[. ..]
Seu kabang é construído com a madeira dura de uma árvore que cresce
na Ilha Surin. O tronco deve ter um diâmetro específico, nem mais nem
menos. Dois homens abraçam a árvore escolhida. Se suas quatro mãos se
juntam, significa que o tronco tem o tamanho ideal para a construção de
um casco de kabang. Muito forte, essa madeira resiste a séculos de nave-
A pesca é uma atividade gação nos mares tropicais. Dezessete tipos diferentes de madeira, além do bambu,
muito importante para
fornecem os materiais principais para a construção do convés, do mastro e do timão,
os mokens.
tudo sustentado por cordas de fibras vegetais. [. .. ]
O kabang é a casa e a identidade dos mokens. Segundo documentos históricos e
lendas dos nômades do mar, há milhares de anos vê-se esse barco velejar nas águas
asiáticas até o litoral da Austrália, sugerindo que o povo moken é, na verdade, origi·
nário da China. Sua língua atual possui palavras e expressões similares às dos indí·
genas australianos. Apesar da sua vida nômade, os mokens têm pouco contato com
os habitantes do litoral da Tailândia ou da Birmânia (atual Mianmar). São, no entan·
to, bem conhecidos como nômades do mar, que passam suas vidas em seus kabangs
e só desembarcam para enterrar seus mortos em santuários situados sobre as colinas
ou para cuidar da manutenção de seus barcos. [...]
Mokens em uma ilha
PALMERS. Ane. Os moken. nômades do mar. Revista Planeta. São Paulo, dez. 2010. Disponível em: <http://revistaplaneta.terra.eom.br/
ao sul da Tailândia, secao/reportagens/os•moken-nomades-do-mar>. Acesso em: 25 set 2015.
em 2014.

----
A Geografia no cinema ~ O mundo em duas voltas
No século XVI, o navegador português Fernão de Ma- •. Título: O mundo
s vol tas
galhães realizou uma grande expedição ultramarina que
resultou na primeira circum-navegação da Terra. ..· Diretor: David
Schürm ann
Em 1997 a família Schürmann, a bordo de uma embarca- . Ano: 2007
ção, decide realizar a mesma viagem realizada há séculos, I
C
~~;ração: 92 minutos
gem: Brasil
pelo navegador português.
Com grande riqueza de imagens e informações, o fil-
me retrata essa fantástica expedição realizada pelos
Schürmann.

Para assistir

• IMENSIDÃO azul. Direção: Luc Besson. Fox Filmes, 1988.


Baseado em fatos verídicos, o filme retrata o desafio de dois amigos em se
tornarem exímios mergulhadores submarinos.
• OCEANOS. Direção: Jacques Perrin e Jacques Cluzaud. Playarte Pictures, 2010.
Documentário que retrata, por meio de imagens fascinantes, a beleza dos
oceanos da Terra. Mistérios do fundo dos oceanos e os desafios da sobrevi-
vência da vida marinha também são abordados ao longo deste documentário.

Para ler

• SKINNER, Brian J.; TUREKIAN, Karl K. O homem e o oceano. São Paulo: Ed-
gard Blücher, 1988.
• ANTUNES, Celso. Os rios, os mares e os oceanos. São Paulo: Scipione, 1995.
• HIDDEN depths: atlas of the oceans. Londres: Harper Collins, 2007.
• GARRISON, Tom. Fundamentos de Oceanografia. Tradução Cíntia Miyaji et ai.
4. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
• KLINK, Amyr. Cem dias entre céu e mar. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Para navegar

• UNITED Nations (UN). Atlas of the Oceans. Disponível em: <http://tub.


im/2di9zo>. Acesso em: 11 set. 2015.
• INSTITUT Océanographique. Disponível em: <http://tub.im/yoz2zb>. Acesso
em: 11 set. 2015.
• WOODS Hole Oceanographic lnstitution (WHOI). Disponível em: <http://tub.
im/25heos>. Acesso em: 11 set. 2015.
• CENTROS de Estudos do Mar - Universidade Federal do Paraná (CEM -
UFPR). Disponível em: <http://tub.im/wteceu>. Acesso em: 11 set. 2015.

As águas oceânicas 171


...
...........
. ..
Questões do Enem e Vestibular
. _.: " 1
.................................................................................... .Anote as r espostas no caderno •

1. (UESB-BA) Os oceanos e mares ocupam papel b) totalmente coberto por gelo permanente,
importante no equilíbrio dos subsistemas que que não derrete no verão; um território cuja
compõem a Terra, executam movimentos com disputa terri torial foi suspensa por um tra -
características peculiares e absorvem calor da tado internacional.
superfície terrestre. Em relação aos oceanos e) cercado pelas águas confluentes dos ocea-
,
e mares, pode-se afirmar: os. nos Atlântico, Pacífico e Indico; habitado
(01) Possuem temperatura uniforme, devido à por quatro milhões de pessoas, além de
igual radiação do Sol na superfície das ursos, baleias e focas.
águas oceânicas. d) possuidor de um subsolo cheio de lagos,
(02) Apresentam uma movimentação constan- como o Vostok; possuidor de uma paisa-
te, sendo o movimento horizontal das gem dominada por pinguins, focas e pás-
marés o mais importante. saros.
(03) Têm salinidade variável, sendo mais baixa e) localizado nas terras e mares entre a Ásia e
nas regiões tropicais do que nas demais a América do Norte; habitado por pesqui-
zonas térmicas, devido ao elevado índice sadores que ocupam temporariament e
pluviométrico. bases cient ífi cas mantidas por diversas
(04) Possuem verdadeiros rios nas suas águas, -
naçoes.
que são as correntes marítimas, cuja ori-
gem está relacionada ao movimento de 4. (UEPG-PR) A respeito das águas oceânicas e
translação da Terra e ao relevo oceânico. sua ação sobre o planeta, assinale o que for
(05) Possuem correntes marítimas que se mo- correto. (01), (02), (04), (08) e (16). To tal: 31 .
vimentam no sentido ant i-horário, no He- (01) O fluxo de águas quentes das regiões
misfério Sul, e no sentido horário, no t ropicais para as de altas latit udes e o
Hemisfério Norte, podem ser frias ou fluxo de águas frias das regiões polares
quentes e influenciam o clima de algumas em d ireção ao equador contribuem para
regiões do planeta. o equilíbrio térmico do globo.
(02) As regiões oceânicas oferecem condições
2. (UECE-CE) No que se refere à importância dos
para a formação de massas de ar que
oceanos e mares, pode-se afirmar, correta-
influenciam nas características c limáticas
mente, que: B.
do globo, a exemplo das massas Tropical
a) A vida no mar é abundante e diversificada,
marítima (Tm), Equatorial marítima (Em) e
localizando-se, principalmente, nas regiões
Polar marítima (Pm).
abissais e no talude.
b) Eles são a fonte primária de água que che- (04) O fenômeno denominado EI Nino, que
ocorre na região do Oceano Pacífico t ro-
ga aos continentes sob a forma de chuva
ou neve. pical a intervalos irregulares, afetando o
, comportamento climático em grande par-
e) E insignificante o papel dos oceanos e dos
te do planeta, é um fenômeno oceânico.
mares na dinâmica do ciclo hidrológico.
(08) A proximidade e o d istanciamento dos
d) O Brasil não tem interesse na exploração
dos recursos energéticos localizados na oceanos são fatores influenciadores na
plataforma continental, por absoluta escas- distribuição geográfica das chuvas sobre
sez desses recursos . áreas continentais , embora as correntes
marítimas frias contribuam para a estabi-
3. (UFPEL-RS) É correto afirmar que os espaços lidade da atmosfera e o surgimento de
geográficos denominados Ártico e Antártico áreas desérticas.
são caracterizados, respectivamente, como E. (16) A evaporação das águas dos oceanos é
a) portador de grande reserva petrolífera; es- a principal fonte da umidade do ar atmos-
palhado pelo território de diversos países e férico, pois eles cobrem por volta de 71%
por águas internacionais. da superfície do globo terrest re.

172
5. (UFPB-PB) Observe o mapa. A. rente marítima. Compunha tabelas de tempe-
ratura do mar e media a velocidade da maré.
[...] Aimé descobriu novas plantas sem grande
quantidade, que o compensaram pela sua es-
cassez nos planaltos. Descobriu buganvílias de
seis metros de altura, cujas folhas envolviam
toda a árvore numa cor de rosa brilhante, deli-
cado, eclipsando as florinhas pouco vistosas. E
reconheceu uma zigófila, cujas folhas de delica-
do tecido se fechavam à aproximação da chuva.
THOMAZ, M . Z. As viagens de Alexandre Von Humboldl.
Os mares podem ser classificados pelo menos São Paulo: Melhoramentos, 1957, p. 178.

em três tipos: os mares abertos, os mares


Alexandre Von Humboldt foi o primeiro pesqui-
interiores e os mares fechados. Os mares in-
sador a caracterizar a corrente marítima prove-
teriores, também denominados de continentais
niente do Pacífi co, por isso ela recebeu o seu
como o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro, in-
nome. Sobre essa corrente, é correto afirmar:
dicados no mapa, comun icam -se com os
a) É considerada a corrente mais fria do mundo.
oceanos através de abertura denominada:
a) Estreito. d) Desembocadura. b) Trata-se de uma corrente fria, originada no
b) Foz. e) Fiorde. continente ártico.
e) É intensificada em períodos de EI Nino.
e) Estuário.
d) A temperatura de suas águas é igual à do
6. (ENEM-MEC) Por que o nível dos mares não Atlântico.
sobe, mesmo recebendo continuamente as e) Esta corrente é conhecida como Nazca.
águas dos rios? A.
Essa questão já foi formulada por sábios da 8. (UFF-RJ)
Grécia antiga. Hoje responderíamos que: "Energia das ondas"
a) a evaporação da ág ua dos oceanos e o Não só os surfistas desfrutam das grandes
deslocamento do vapor e das nuvens com- ondas no Brasil. Se tudo caminhar bem, o Bra-
pensam as águas dos rios que deságuam sil vai inaugurar no segundo semestre de 2006,
no mar. no Estado do Ceará, a primeira central elétrica
b) a formação de geleiras com água dos ocea- da América, a partir do aproveitamento da for-
nos, nos polos, cont rabalança as águas dos ça das ondas do mar, produzindo 500 quilo-
rios que deságuam no mar. watts de energia e contemplando 200 famílias.
e) as águas dos rios provocam as marés, que Estima-se que a potencialidade total dos
as transferem para outras regiões mais oceanos do planeta é de um a dois terawatts, o
rasas, durante a vazante. suficiente para atender toda a demanda ener-
d) o volume de água dos rios é insignificante gética mundial. Usar de 10 a 20% "já seria co-
para os oceanos e a água doce d iminui de lossal", afirma o especialista Segen Estefen.
volume ao receber sal marinho. Adaptado de JB Ecológico. ano 3, no 26.
e) as águas dos rios afundam no mar devido
Acerca da ocorrência de marés e de ondas do
a sua maior densidade, onde são compri-
mar, assinale a alternativa correta. e.
midas pela enorme pressão resultante da
a) As diferenças de temperatura, entre as
coluna de água.
águas superfic iais e aquelas profundas,
7. (UEL-PR) Leia o texto a seguir e responda às provocam os movimentos de maré.
questões. A. b) As correntes marítimas, tanto as frias quan-
- . . .
to as quentes, sao as pnnc1pa1s responsa-
,
Todos os dias Alexandre remava mar afora,
desejoso em descobrir os segredos da fria cor- veis pela ocorrência de ondas.

As águas oceânicas 173


e) O principal fator causador das ondas é o Sobre esse fenômeno, pode-se afirmar que: e .
vento, enquanto o das marés é a força a) os gravíssimos derramamentos de petróleo
gravitacional da Lua.
nos oceanos recebem muita at enção da
d) A produção de eletricidade a partir da ener-
mídia e das pessoas, pois são eles a prin-
gia das ondas já é uma realidade, sendo
cipal causa da poluição oceânica.
apenas projeto quanto às marés.
e) A formação de grandes ondas é decor- b) uma usina nuclear é uma fonte geradora de
rência direta das marés altas, facilitando a energia adequada para as reg iões litorâ-
produção de eletricidade. neas, porque sua produção não apresenta
risco de contaminação oceânica.
9. (UEL-PR) Leia o texto a seguir.
e) boa parte da complexa mescla que compõe
Água também é mar
os resíduos industriais acaba nos oceanos,
E aqui na praia também é margem.
porque a consciência sobre isso ainda é
Já que não é urgente, aguente e sente, precária.
aguarde o temporal
d) uma fonte de poluição oceânica foi atenua-
Chuva também é água do mar lavada no
' . da com altos investimentos em insumos
ceu imagem
agrícolas biodegradáveis, que antes eram
ANTUNES, A.; MONTE, M .; BROWN, C. Água também é mar.
Memórias, crõnicas e declarações de amor. EMI. 2000. contaminantes persistentes.
Esse trecho faz menção ao ciclo hidrológico, e) o oceano resiste bem à poluição terrestre,
sendo a chuva apresentada como "água do
em razão de sua capacidade regeneradora.
mar lavada". Com a tecnologia dos tempos
Sua dimensão é enorme se comparada à
atuais, a água do mar pode ser tratada em
escala da ação humana.
grande escala a ponto de tornar-se potável.
Com relação à possibilidade de dessaliniza- 11. (PUC-RJ) A "crise ambiental oceânica" é resul-
ção, assinale a alternativa correta. E. tado de uma série de fatores, dentre eles o
a) A principal consequência do processo de desaparecimento da vida marinha.
dessalinização de águas é a salinização Nesse sentido, surgem "zonas mortas", uma
de solos produtivos.
das contribuições para a extinção dos ecos-
b) A salinidade é menos elevada em águas sistemas marinhos.
mais quentes, fator que favorece a dessa-
Assinale a única alternativa CORRETA para as
linização no Oriente Médio.
origens e causas das zonas mortas. o.
e) Devido à grande disponibilidade hídrica em
todo o território, é desnecessário ao Brasil a) A contaminação das águas litorâneas pelo
recorrer ao processo de dessalinização. excesso de chorume (fósforo e oxigênio)
d) O processo de dessalinização tem por contido nos depósitos de lixo litorâneos.
objetivo principal a retirada de vírus e bac- b) As zonas mortas concentram-se, principal-
térias das águas por meio de técnicas es- mente, nos litorais do Atlânt ico e do Pací-
pecíficas.
fico dos EUA; dos países africanos; do
e) O processo de dessalinização pode ser rea-
litoral antártico e dos países banhados pelo
lizado em águas do mar e também em
Mar de Aral, isto é, onde as at ividades in-
águas continentais salobras.
dustriais e agrícolas são mais marcantes.
10. (PUC-SP) e) Nos últimos cinquenta anos, a população
"Os oceanos recebem todo o impacto dos mundial dobrou, enquanto o consumo de
desperdícios humanos, seja por descarga deli- frutos do mar aumentou c inco vezes.
berada, ou por arraste natural. Ao menos 83%
A natureza não está conseguindo repor os
de toda a poluição marinha deriva de ativida-
estoques pesqueiros além da capacidade
des realizadas em terra firme."
Norman MYERS. Gaia: el atlas de la gestion dei planeta.
de recuperação das populações.
Londres: Gaia Books Limijed. 1993. p. 78.

174
d) Essas zonas são causadas pela redução 14. (UPM-SP)
do oxigênio decorrente da decomposição
de algas, que proliferam devido aos resí- A tragédia ecológica
duos orgânicos, ao fósforo e ao nitrogênio do Mar de Aral
despejados no mar pelas atividades indus-
O Mar de Aral, um lago terminal alimentado
triais e agrícolas .
por dois rios principais (Sirdaria e Amudaria),
e) Uma zona morta surge quando a concen- forma uma fronteira natural entre o Cazaquis-
tração de nitrogênio é insuficiente para a
tão e o Uzbequistão. Era o quarto maior lago
manutenção da vida, exceto pela presença
mundial em 1960; hoje, está em vias de desa-
de algumas bactérias.
parecer em um pequeno e sujo poço. A des-
12. (UESPI-PI) Nas áreas costeiras, a direção dos truição do Mar de Aral é um exemplo de como
ventos muda, em geral, radicalmente no de- uma tragédia ambiental e humanitária pode
correr do d ia. Esse fenômeno é explicado por ameaçar rapidamente toda uma região. Tal
dois fatores, a saber: A. destruição constitui um caso clássico de de-
a) as diferenças barométricas e de tempera- senvolvimento não sustentado. Vale a pena
tura entre o continente e o mar. estudá-lo, pois, de certa forma, prefigura o que
b) as interferências do relevo costeiro e a poderá acontecer a nível planetário, se a hu-
homogeneidade das isóbaras . manidade continuar a desperdiçar recursos fi-
e) as diferenças de salinidade entre oceanos nitos como a água.
e rios, e as diferenças barométricas. Rama Sampath Kumar.

d) as influências das correntes marinhas e as


Considerando o texto, a respeito do "Mar de
interferências do calor latente.
Aral", assinale a alternativa correta. e.
e) as d iferenças baromét ricas sazonais e a
cobertura vegetal de áreas costeiras. a) O desmatamento das áreas periféricas e
um forte assoreamento determinaram o
13. (UEPG-PR) Sobre recursos marinhos e ameaças problema ambiental em questão, d iminuin-
à preservação dos mesmos, assinale o que for
do o nível de salinidade do Mar.
correto. (01), (02), (04) e (08). Total: 15.
b) O Mar de Aral recebe detritos orgânicos e
(01) Embora as ondas e marés sejam utilizadas
químicos, devido ao crescimento desorde-
para geração de energia, a vida nos ocea-
nos tem sido ameaçada e alguns dos nado da industrialização e da urbanização
fatores que para isso contribuem são o não planejada na reg ião, acelerando o
despejo de lixo atômico e lançamento de processo de degradação.
materiais plásticos ao longo de décadas e) Os principais problemas se devem ao uso
nas bacias oceânicas. de suas águas para a irrigação, principal-
(02) O lançamento de esgotos não t ratados e mente das lavouras algodoeiras; a área foi
poluentes químicos indust riais, agrícolas reduzida à metade e a sua salinidade tri-
e domésticos no solo e rios, que acabam plicou.
chegando aos mares, dificulta a sobrevi-
d) O Mar possui dois rios principais que o
vência de espécies marinhas.
alimentam. Com o passar dos anos, algu-
(04) O derramamento de óleo por navios pe-
mas hidre létricas foram construídas ao
troleiros em acidentes, que ocorrem nos
longo desses rios, reduzindo, substancial-
mares, é uma das causas da degradação
mente, o nível de suas águas.
dos ambientes marinhos.
(08) Os desflorest amentos nos continentes e) O desastre ecológico ocorreu devido à
fazem com que os rios despejem uma ocupação ilegal das áreas de mananciais
quantidade maior de sedimentos nos ma- próximas ao Mar, dando lugar à especula-
res, que vão assorear as bacias oceânicas ção imobil iária, e ao aparecimento de
ameaçando os ecossistemas marinhos. condomínios de alto padrão.

As águas oceânicas I 175


Sempre curioso, para estudar e conhecer ainda mais a
atmosfera terrestre e seus fenômenos, o ser humano passou
a fazer observações meteorológicas e a pesquisar essa esfera
de maneira mais sistemática e científica. Aventurar-se pelos céus
também foi uma de suas conquistas.
As ciências que estudam a atmosfera evoluíram muito, reunindo
conhecimentos profícuos sobre fenômenos atmosféricos. Nas pre-

._
,

• e; - -
-• • visões do tempo houve grandes avanços, ampliando-se o nível de
exatidão. Atualmente, essas previsões prestam um grande serviço
..
r- ,. - ...
à humanidade, seja auxiliando a realização de atividades econô-
micas, seja alertando as populações sobre a ocorrência de fenô-

• ·
menos extremos, a fim de protegê-las.

@ Os fenômenos atmosféricos interferem em suas atividades


cotidianas? Como?

@ Você faz uso de previsôes meteorológicas? Já refletiu sobre


a importância dessas previsões na prevenção de catástrofes?

' ·;,,. .
.Jl.ll..'. (. ., ... '
~~:~-~.)..~:; ~- '.._ .,, .
~

,.. . · ·;:, •~ ·' ' Balão sobrevoando a


Capadócia, região da Turquia,
·•
• ,.~,, 'i-.
-.. ___ ...."-.::\ r::..
. t .. \.., .,. ·,. . em 2009. Nessa região, os
·r-- ~ ,• . - _- .
passeios em balões atraem
turistas do mundo todo .
/Aatmosfera terrestre
1 A Terra é envolvida por uma camada de gases chamada at-
A origem da atmosfera
mosfera, que se mantém presa ao redor do planeta por causa
Estudos indicam que a atmosfera da força da gravidade. Em sua composição química, predomi-
da Terra formou-se à medida que a
nam nitrogênio (78% do total) e oxigênio (21%} - os principais
Terra foi se esfriando, há cerca de 4
gases que respiramos e q ue são indispensáveis para a existên-
bilhões de anos.
cia da vida na Terra.
Grande parte dos gases e vapores
de água liberados nesse processo de Outros gases estão presentes na atmosfera em proporções
resfriamento desprendeu-se para o bem menores, entre eles, argônio, neônio, hélio, ozônio, hidrogê-
espaço sideral. Outra parte foi se nio e dióxido de carbono. Além dos gases, a atmosfera também
aglomerando em torno do planeta, apresenta vapor de água e aerossóis.
aprisionada pela força da gravidade.
Grande parte dos gases e materiais que compõem a atmosfera
Os gases dessa atmosfera primi- encontra-se mais próxima da superfície terrestre e, portanto, em
tiva tinham uma composição quími-
baixas altitudes. Conforme a altitude aumenta, a concentração de
ca diferente, eram tóxicos. Foi o
gases na atmosfera vai se tornan do mais rarefeita, diminuindo
processo de fotossíntese, iniciado
com o surgimento de plantas mari- gradativamente, até se confundir completamente com o espaço
nhas, que alterou esses gases da cósmico, a cerca de 750 quilômetros de altitude.
atmosfera e há milhões de anos Da superfície terrestre ao espaço exterior, a atmosfera pode
possuem as características atuais. ser dividida em camadas, q ue se diferenciam principalmente por
Aerossóis: partículas de poeira e suas características físico-químicas, como espessura, massa,
microrganismos em suspensão, fuligem composição, temperatura etc., conforme mostrado no esquema a
proveniente do escapamento dos veículos, das
chaminés das fábricas e de queimadas. seguir. Realize a leitura desse esquema de baixo para c ima.
Os aerossóis podem ser de origem natural ou
produzidos pelas atividades humanas.

.:.••· · · · ·• A partir da porcão superior desta camada, inicia-se o espace sideral.


' '
A exosfera é composta basicamente de molécul as de gás hélio e
j hidrogênio, e sua temperatura pode atingir mais de 1700 •e.
725
..
...-
exosfera • • • • ••

500
.:.-···· · ····• Em r azão da intensa absorcão dos raios ultravioleta ocorridos
'
nessa camada, a temperatura aumenta continuamente com a

: altitude. A porção da termosfera onde estão concentradas as
: maiores quantidades de elétrons é denominada ionosfera. Essa
: camada é importante na radiocomunicação, uma vez que pode
absorver ou refletir ondas de rádio.
120 .
termosfera • •.-·
... ..... · · ·• Nesta camada, a temperatura diminui conforme a altitude e pode
100 : atingir aproximadamente -90 •e na sua porção mais elevada.
..
-E
--g
-"
..... ·· ·• Na estratosfera, a temperatura aumenta progressivamente com a

.....
G> 80
altitude. A cerca de 22 km de altitude, concentra-se o gás ozônio,
mesosfera •• .·• responsável por filtrar a radiação ultravioleta do Sol. Esse gás, por
<(
• absorver parte da radiação solar, é o principal causador do
60 ••
.
.. aquecimento da temperatura nesta camada .

.•••

40 : .•··• A temperatura média em torno de 15 ºC e os gases que compõem
: ( esta camada da atmosfera favorecem o desenvolvimento da vida.
estratosfera · · · · ·•
.·· : Nesta camada, a temperatura, em geral, diminui cerca de 6,5 •e a
.
: cada quilômetro que se distancia do solo e nela ocorre grande
20
: parte dos fenômenos atmosfér icos.
.•
~
- •
•e
.9
u , -1 -100 -50 O 50 100 150 Ilustração produzida com base em: AYOADE, J. O. Introdução ã Climatologia para
~ _ _.....__ _________.....,___.....___ os trópicos. Tradução Maria Juraci Z. dos Santos. São Paulo: DIFa. 1986. p. 20-22.
Temperatura (ºC)

178
Em contato direto com a superfície terres- A radiação solar e a atmosfera terrestre
tre e com ela interagindo intensamente, a tro-
posfera é a camada da atmosfera que possui
maior importância para os estudos geográficos.
2 5% •·· . ····················. ········· ·:..
É nela que ocorre a maioria dos fenômenos
reflet id a pelas
nuvens
..
... 5%
meteorológicos (ventos, chuvas, tempesta-
des, secas, geadas, nevascas etc.), que inter-
25o/o
absorvida pela
...
...
.. refletida pela
superfície
terrestre
. •..
ferem diretamente na vida e nas atividades atmosfera ...
.
humanas. • .•
..





..


Além disso, a atmosfera atua no aqueci- •




mento do planeta, pois absorve, difunde e re -
••
• ...•

flete o calor dos raios solares, mantendo a •


temperatura média na superfície do globo em
torno de 15 °C. Sem a atmosfera, as tempe-
raturas do planeta seriam bem mais baixas
(em torno de - 20 °C), o que limitaria, e muito,
o desenvolvimento da vida. 45% •···········"·
O esquema ao lado mostra, de maneira absorvida pela
simplificada, o destino da radiação solar que superfície
ter restre
incide sobre a Terra.

Albedo
A fração da radiação solar que uma superfície reflete em relação
ao que recebe denomina-se albedo. O albedo pode ser maior ou
menor, podendo variar entre 0% e 100%, de acordo com a cor, a
composição química e o estado físico dos elementos da superfície
terrestre. Assim, quanto maior o albedo, maior é a quantidade de
energia refletida por uma superfície, e vice -versa. Uma geleira, por
exemplo, apresenta albedo elevado, pois sua cor branca reflete
muita radiação solar. Já uma floresta tropical possui albedo menor,
pois a cor verde-escuro absorve muita radiação e reflete pouca.
Veja abaixo os índices de albedo de algumas superfícies.

gel o nas floresta dunas


mon t anhas tropical de areia
albedo: albedo: albedo:
50a70% 7 a 15°/4 30a60%

..
.••"•·-·
.....
..
,;
'
lavoura asfalto
'\

' 1

cidade
~. ..
solo
-
.!!
.!!
~

.;
~
?
l"'.,"'I
Ilustração produzida com base
em: LUHR, James F. (Ed.).
de milho arado (nu)
albedo: albedo: "'
~
Earth: the definitive visual
guide. New YO<k: Oorling
albedo: albedo: ~

20 a 25%
Sa15% 14 a 18%
7a20% ""
~

.i!
Kinderaley. 2007. p. 442.

Ilustrações produzidas com base em: MENDONÇA. Francisco: DANNl·OLIVEIRA, Inês Moresco.
Climatologia; noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007, p. 35.

Atmosfera, tempo e clima 179


O aquecimento desigual da Terra
Os diversos climas que se manifestam na superfície terrestre, assim como os
fenômenos meteorológicos que ocorrem na troposfera (chuvas, ventos etc.), estão
intimamente ligados à distribuição desigual da radiação solar no planeta.
Como vimos, a Terra tem a forma de um geoide - uma esfera levemente acha-
tada nos polos - e, por esse motivo, os raios solares não atingem toda a sua su-
1 As temperaturas
perfície com a mesma intensidade. Outros fatores, como a inclinação do eixo da
variam de maneira
Terra e o movimento de translação, que o planeta realiza ao redor do Sol, também
inversa conforme a
atuam d iretamente na distribuição desigual da insolação na superfície do globo.
latitude:
Como se sabe, o eixo imaginário em torno do qual a Terra realiza seu movimento
Menor latitude =
de rotação possui uma inclinação de 23° 27' em relação ao plano de órbita ao
maior temperatura
redor do Sol. Por causa dessa inclinação, a incidência dos raios solares sobre o
Maior latitude = planeta também varia ao longo do ano, o que dá origem às quat ro estações: pri-
menor temperatura
mavera, verão, outono e inverno (veja novamente as páginas 23 a 25).
Em virtude desse aquecimento desi-
Atmosfera: dispersão de energia gual a Terra recebe mais energia entre os
Polo trópicos e menos nas regiões polares ao
Norte longo do ano. Isso ocasiona um desequi-
---------j •
As transferências 90" ' e~ líbrio que impulsiona a circulação das
déficit de de energia são i massas de ar e dos ventos atmosféri-
iii
energia
polar
realizadas por
ventos, correntes •
~ cos, transferindo o excedente de energia
marítimas e sistemas dos trópicos para os polos (veja o esque-
meteorológicos,
como os ciclones.
ma ao lado).

Nas baixas latitudes equatoriais, por exemplo,


os raios solares incidem de maneira quase
perpendicular, atingindo a superfície dos
continentes e oceanos de maneira direta e com
transporte
do excedente maior intensidade, causando maior aquecimento
de energia O" nessas regiões do globo (A). Nessas áreas há
em direção um excedente de energia, pois há mais energia
aos polos ganha do que perdida.
À medida que a latitude aumenta em direção aos
polos (norte e sul), a luz solar incide de maneira
cada vez mais inclinada e difusa, diminuindo
assim o aquecimento. Além disso, essas regiões
refletem muita energia por conta das superfícies
claras (gelo e neve possuem albedo elevado) e
passam boa parte do ano recebendo pouca
insolação. Isso explica por que as zonas polares
déficit de
apresentam as temperaturas mais baixas do
energia-4-. planeta, tomando-se regiões onde há mais perda

~~--~~~-=~~~~--~~-~~~~i~·--~~~'.~~~~~-~-~:.f~~~~.~
polar
_, ...

Ilustração produzida
com base em:
CHRISTOPHERSON.
Robert W.
Geossistemas: uma
Além dos ventos atmosféricos, as correntes marítimas também contribuem
introdução à Geografia
física. Tradução
para a circulação do calor na Terra. As correntes que se formam nas regiões tro-
Francisco Eliseu
Aquino et ai. 7. ed.
picais levam calor em d ireção aos oceanos gelados das lat itudes polares, ameni-
Porto Alegre:
Bookman. 2012. p . 98.
zando as temperaturas e os rigores do clima nessas regiões. Já as correntes que
se formam nas regiões polares trazem águas geladas para as regiões das baixas
latitudes tropicais, evitando que essas áreas se aqueçam demasiadamente. Veja
como isso ocorre, observando novamente o deslocamento das correntes maríti-
mas frias e quentes pelo globo mostrado no mapa da página 161.

180
/Acirculação geral da atmosfera
A movimentação dos ventos em escala planetária segue um padrão regular denomi-
nado circulação geral da atmosfera. Ela funciona da seguinte maneira: nas áreas mais
aquecidas pela radiação solar, o ar se dilata, torna-se menos denso e, portanto, mais
leve, criando áreas de baixa pressão atmosférica. O ar mais leve é, então, impulsionado
Ilustração produzida com base
em movimentos ascendentes até atingir cerca de 10 mil metros de altitude, deslocando- em: LUHR, James F. (Ed.).
Earth: the definitive visual guide.
-se para o norte e para o sul, na forma de grandes correntes de ventos. Deslocando-se New York: Dorting Kindersley,

em altas altitudes, o ar fica cada vez mais frio, tornando-se mais ® 2007. p. 460.

denso e mais pesado, e volta a soprar em direção à superfície terres-


tre, originando áreas de alta pressão (veja as figuras ao lado).

A- As áreas de baixa pressão, também chamadas ciclones , são regiões


receptoras de ventos. Nelas, os ventos são convergentes e ascendentes.
8- As áreas de alta pressão, também chamadas anticiclones, são regiões
dispersaras de ventos. Nelas, os ventos são descendentes e divergentes.

A circulação geral da atmosfera segue padrões de ascensão e


.••
•,.
descida de ventos que sopram constantemente na forma de @
grandes correntes circulatórias, denominadas células. Temos três
grandes células em cada hemisfério: as de Hadley, as de Ferrei e
as polares. Nas células de Hadley (ou células tropicais) os ventos
circulam entre o equador e os trópicos. Nas células de Ferrei {ou
células de médias latitudes) os ventos circulam entre os trópicos •
e os círculos polares. Nas células polares os ventos sopram dos
polos, onde a pressão atmosférica permanece sempre mais ele-
vada por causa das baixas temperaturas. Essas células, por sua
vez, formam três correntes de ventos superficiais: os ventos alí-
sios, os ventos de oeste e os ventos polares (veja a figura abaixo).

Dinâmica global da atmosfera

-- • Ventos alísios:
sopram dos trópicos em
direção às baixas latitudes
- ................... célula polar

equatoriais; no hemisfério
................... célula de Ferrel
Norte, tem-se os chamados
alísios de nordeste, e no
hemisfério Sul, os alísios de
sudeste. Os alísios carregam
................ célula de
muita umidade, causando as
chuvas intensas e tão
\ --...- _..,.. Hadley

comuns que ocorrem na


região equatorial.
- • Ventos de oeste: .... ' .. ······• célula
Hadley
de
sopram dos trópicos em
direção aos polos, na direção
contrária aos ventos alísios.
~---+• Ventos polares: ............. célula de Ferrel
j sopram dos polos em
~ direção às regiões
t
-e.
subpolares (em torno Ilustração conforme: CAVALCANTI,
lracema Fonseca de A et ai (Orgs.).
--=~~--,~';--;.}:_-:.:. ··························•
-....
'::
célula polar
~ de 60" de latitude).
=, .___ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __, Tempo e clima no Brasil. São Paulo:
Oficina de Textos, 2009. p. 17.

Atmosfera, tempo e clima 181


s El Nifio
l+-
' IU Conhecido há séculos e relacionado a diferentes acontecimentos naturais, o estudo do
~
o.o fenômeno E/ Nino tem demonstrado à ciência como um evento local, que se inicia com
~ o aquecimento das águas do oceano Pacífico, pode influenciar o clima a nível global e,
e:
- portanto, quão complexo é o sistema climático da Terra. Tais estudos têm ampliado o
conhecimento sobre a previsibilidade de novos eventos, o que até recentemente era
considerado impossível. Também tem sido possível conhecer cada vez mais os efeitos
negativos e positivos do E/ Nino .

Basicamente, o fenômeno do E/ Nino se manifestá como.


um aquecimento incomum das águas superficiaisno
oceano.Pacífico na costa sul-americana, onde a água é
geralmente mais fria entre junho e novembro. De acordo
com estudos, é um fenôrneno ,cíclicq sê répet~ éÍ . qu~
cada 2 e 7 anos.

..
.! '' - . ii.
~
-
I
,. . ·'
·4 ,~
••
~
:.





~---'·..

...• •


- ... . .
...,.\,,.
•• •
~··

: -- :\o" "

Até o momento as pesquisas


científicas não conseguiram
Como se forma , estabelecer uma relação
comprovada entre o El Nifío
o El Nino .,, - •' •·· .. · le o aquécimento global.
A ocorrência do EI Nifío está profundamente ligada ,
a um fenômeno chamado Oscilação do Sul, em que :
a pressão atmosférica do_Pacífico Ocidental e do
Pacífico Oriental
-_'a.·-:-.-- -,_-,,.•e·-,--
sobe e desce alternadamente.
.- -·,-·.-e ,._-_-,.-_e,; C,-:•·,·<··c -··:·e.-:,;--·,,·.,

Situacão
', . normal
. - ._-•·-·
Durante o El Nino
circulação dos ventos
Área de
Área de alta
pressão: pressão: intensas
atrai os emite ventos.

ventos .

-
ãgua quente
dg >o
direção da corrente quente
água fria
nível do mar •·........... . Termoclina:
limite a partir
do qual a
nível do mar

temperatura da
A pressão atmosférica é mais baixa na Oceania e no água baixa Na Oceania e no Sudeste da Asia a pressão
Sudeste da Asia do que no Pacífico Oriental. Os bruscamente. atmosférica é maior ou igual à do Pacífico
ventos que sopram na direção oeste carregam a Oriental. Os ventos não conseguem mover a água
água quente para a Oceania, provocando chuvas quente na direção oeste, impedindo que se
significativas e elevação do nível do mar. No elevem para a superfície as águas frias
Pacífico Oriental, ou seja, na costa sul-americana, profundas ao longo da costa da América do Sul.
sem a presença das águas quentes superficiais, as Nessas condiçôes ocorrem tempestades na
águas frias muito ricas em nutrientes ascendem porção leste do Pacífico.
das partes mais profundas do oceano .
A necessidade de prever
sensores e
de umidade I r • sensores de o fenômeno
temperatura Por causa de sua influência no clima global ,
prever o fenômeno traz enormes benefícios.
Onde as consequências são negativas,
a prevenção pode auxiliar na redução
das perdas. Nas regiões em que as consequências
são positivas, elas podem ser potencializadas.

·sensores de
temperatura

a função de monitorar as
propriedades da água,
como velocidade das
correntes, salinidade,
temperatura em
profundidades distintas, a
umidade do ambiente
é, aproximadamente .
externo. entre outras.
o númer o de boias de deriva
Essas informações são
em funcio namento nos
emitidas para os satélites.
mares do mundo.
a)
QI
't:S
111
't:S
Boias de deriva Observadores Satélite Argos e
Estações :::>
maregráficas voluntários
São espalhadas pela Lançado em 1999, em
Espalhadas por todo o superfície do oceano e Tripulações que, em órbita da Terra a 830
oceano Pacífico, ficam à deriva das suas embarcações km de altitude, é o
detectam variações correntes marítimas. navegam pelo principal coletor de
em seu nível. um Coletam informações sobre Pacífico, transmitem dados enviados pelas
importante parâmetro as propriedades da água , informações de boias . Esses dados são
para detectar a como as boias fixas, e as qualquer anomalia encam inhados para os
formação do El Nino. transmitem para os satélites . obser vada . centros de análise.

EFEITOS POSITIVOS E
NEGATIVOS DO El NINO 4,9 milhões
Há poucos anos, o fenômeno era associado
apenas a eventos naturais catastróficos. Hoje,
porém, com estudos sobre o fenômeno, sabe-se
de dólares
É o custo anual do sistema de
que a sua ocorrência também pode ser benéfica. monitoramento do fenômeno El Nino.

BENEFÍCIOS INCONVENIENTES
• Maior umidade • Grandes enchentes
As regiões áridas e de baixos rendimentos A ocorrência de precipitações intensas
agrícolas podem tornar-se mais produtivas e consequentes enchentes se intensi-
com o aumento da precipitação. fica em anos de atuação do El Nino.

• Menos furacões • Secas prolongadas


Os pesquisadores concordam que nos anos • Grandes incêndios florestais
de atuação do El Nino há redução na quan-
• Tornados
tidade de tempestades tropicais no Caribe.
• Vida silvestre
• Vida silvestre A alteração nos padrões de temperatura
Assim como em algumas comunidades o traba- e umi dade afeta diretamente as comuni-
lho e a renda são prejudicados. em outras. como dades que vivem de recursos primários,
em comunidades que vivem da pesca e o extrati- como a pesca e o extrativismo.
vismo vegetal. ocorrem coletas extraordinárias.
Ilustrações conforme: INSTITUTO Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE): Centro de Previsão do
Tempo e Estudos Climâticos(CPTEC). Oisponivel em:
<http://enos.cptec.inpe.br>. Acesso em: 23 mar. 2016.

Atmosfera, tempo e clima I 183


Ventos sazonais: moncões
, e brisas
O modelo de circulação geral da atmosfera, descrito anteriormente, determina o
padrão dos diferentes tipos de c limas que atuam na superfície do planeta. Porém,
um conjunto de vários outros fatores, como a distribuição das massas continen-
tais e oceânicas, as correntes marítimas, as altitudes do relevo, criam padrões
secundários de ventos que atuam regular e sazonalmente em determinadas regiões
do planeta. Entre os exemplos mais clássicos estão as chamadas monções, que
ocorrem em extensas regiões tropicais do globo, sobret udo na Ásia.

As monções resultam das diferenças térmicas


Ilustração confOíme:
STRAHLER. Alan: STRAHLER. e de pressão entre os continentes e oceanos
Arthur. lntroducing Physical conforme as estações se sucedem ao longo
Geography. Nova Jersey: J ohn
Wiley & Sons, 2006. p. 167. do ano. No verão, os continentes se aquecem
mais rapidamente que os oceanos adjacentes,
transformando-se em centros de baixa
pressão. Nessa época do ano, os ventos
oceânicos carregados de umidade sopram em
direção aos continentes, formando as
monções quentes e chuvosas de verão (veja
imagem A).
No inverno a situação se inverte e os
continentes ficam relativamente mais frios que
os oceanos. Assim, os continentes
transformam-se em centros de alta pressão e
os ventos secos passam a soprar em direção
aos oceanos, formando as chamadas
monções secas de inverno (veja imagem 8 ). 1
-... ·••·.....................................................................................................................................J

O aquecimento diferencial das massas continentais e oceânicas, principal cau-


sa do fenômeno de monções, também é responsável pela formação diária das
brisas marítimas e terrestres. O mecanismo das brisas funciona da seguinte ma-
neira: durante o dia o calor do Sol incide ao longo da costa, aquecendo tanto o
continente quanto o mar. Porém , como as terras se aquecem mais rapidamente que
as águas, formam -se centros de baixa pressão atmosférica sobre o continente e,
assim, os ventos sopram dos oceanos em direção ao continente (veja imagem C).
'
A noite a situação se inverte, pois as terras se esfriam mais rapidamente do que
Ilustrações produzidas com base
em: CHRISTOPHERSON, Robert as águas, formando centros de alta pressão sobre os continentes. Assim , os ven-
W. Geossistemas: l.STia
introdução à Geografia física. tos passam a soprar em d ireção ao oceano (veja imagem D).
Tradução Francisco Eliseu Aquino
et al. 7. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2012. p . 160.

e ar frio ar quente . D ar quente



ar frjo

brisa • brisa
marítima terresfre
alta

baixa baixa alta
pressão · pressao -
pressao

~-~-=------ -~ -- .-
- -- ~

i
oceano continente oceano continente J!
-----------------------
184
/ Tempo e clima
-~--------
,-
-

;
-
V

~
-------- ~~--------,
AGORA NAO VAI DEMOllJIIL SEMPRE CHOVE NO MESMO
COMO EU SfI DISSO.
~ - - , -----...,...----,,
QUE lllAIÇOcIRO! F-õ~·~~. ;. . . . .. . .... . .i
:~r----.;:1.l;-----::~--1 POSSO ME ABRIGAR
.
.. fj.
HORÁRIO, TODA TARDE ...
personagem
V,. . ,..
ANTES DE COMEÇAR."
"'~ -
~l
"'> ~
~ Snoopy chama
~_;
"' !!!
\1t) w de traiçoeiro: o
tempo ou o
•º
~;:;
OJ clima? Justifique
,., .,
..,
~ J

.,;-~
-o > ,
sua resposta. ..
e :!! -·..... .......... ........... ........ .. .. ....
:o;g
~ SCHULZ, Charles M. Snoopy, doces ou travessuras? Tradução Cássia Zanon. Porto Alegre: L&PM. 2010. p. 64.

A charge acima faz uma menção humorística sobre o tempo atmosférico, embora
muitas pessoas possam interpretar que a fala do personagem faz referência ao cli-
ma. As palavras "tempo" e "clima" possuem significados bem diferentes, embora
sejam empregadas, muitas vezes, como sinônimos.
Quando falamos do tempo (atmosférico), nos referimos ao estado momentâneo
da atmosfera em determinado lugar e instante, ou seja, se está chovendo ou não,
se está fazendo frio ou calor, se o céu está limpo ou nublado, se está ventando etc.
As condições do tempo variam muito de um lugar para o outro, de modo que pode
estar ensolarado e quente onde estamos e chuvoso em outros lugares, próximos ou
distantes. As condições do tempo também são dinâmicas e podem mudar rapida-
mente. Quem já não foi surpreendido por uma chuva repentina?
O c lima, por sua vez, pode ser entendido como a sucessão habitual dos tipos de •
tempo meteorológico que predominam em determinado lugar, em cada época do
ano. O clima expressa, portanto, as condições atmosféricas mais marcantes ao lon-
go do ano (meses mais quentes ou mais frios, meses mais chuvosos ou mais secos
etc.). Assim, quando dizemos que Manaus e Belém possuem clima quente e chuvo-
so, é porque essas cidades apresentam temperaturas elevadas e chuvas ao longo
dos meses do ano. Porém, o comportamento do clima pode apresentar variações
consideráveis ao longo do ano ou mesmo de um ano para o outro. No caso de Na imagem abaixo. vista
de comunidade ribeirinha
Manaus e Belém, por exemplo, certos meses do ano podem ser bem mais chuvo- em período de cheia
sos ou bem mais secos do que o esperado para aquela época. do rio Amazonas,
Manaus, em 2015.
Massas de ar, frentes e mudanças no tempo
As mudanças nas condições do tempo atmosférico decorrem , principalmente,
do deslocamento de massas de ar que circulam pela troposfera. As massas de ar
são gigantescas porções de ar que apresentam características semelhantes de
temperatura, umidade e pressão.
Elas se formam quando o ar atmosférico fica estacionado sobre uma porção
homogênea da superfície, como uma floresta, um deserto, um oceano ou uma
geleira, e adquire as condições atmosféricas que predominam nessa área. Assim ,
uma massa de ar que se forma sobre um deserto quente e árido apresentará as
características próprias desse lugar, ou seja, pouca umidade, temperatura elevada
e baixa pressão. Já uma massa de ar que se forma sobre uma geleira polar terá
umidade redu zida, temperatura muito baixa e alta pressão.
Levando-se em consideração a região de origem e suas características originais, as
massas de ar podem ser classificadas em três tipos principais. Veja o quadro abaixo.

Massa de ar Subtipo Região de origem Característica original

Áreas continentais Quente e geralmente úmida


Equatorial continental (Ec) localizadas nas baixas (quando formada sobre
latitudes equatoriais florestas equatoriais)
Equatorial (E)
Oceanos situados nas baixas
Equatorial marítima (Em) Quente e úmida
latitudes equatoriais
-
Áreas continentais localizadas
Tropical continental (Te) Quente e seca
nas regiões dos trópicos
Tropical (T)
Oceanos situados nas regiões
Tropical marítima (Tm) Quente e úmida
dos t rópicos

Antártida e áreas continentais


Polar continental (Pc) Fria e seca
p róximas aos polos
Polar (P)
Oceanos situados nas zonas
Polar marítima (Pm) 1 Fria e úmida
polares e suas p roximidades
' '
Fonte: AYOADÊ, J. O. Introdução à Climatologia para os trópicos. Tradução Maria Juraci Zani dos Santos. São Paulo: Difel, 1986. p . 100.

Nos mapas meteorológicos, as frentes frias são representadas por linhas contínuas e I
triângulos azuis que indicam a direção em que a frente se desloca. ,,JJ, • ~
J á as frentes quentes são representadas por linhas contínuas e semicírculos vermelhos
I que indicam a direção em que a frente se desloca. __,. e ~

Ao se deslocarem, as massas de ar carregam consigo suas características origi-


nais, modificando as condições do tempo pelas regiões por onde passam. Uma
massa de ar polar, por exemplo, provoca queda acentuada das temperaturas nas
regiões por onde se desloca. Já uma massa de ar quente e úmida leva calor e chu-
vas por onde passa.
Quando duas massas de ar com diferentes características físicas se encontram te-
mos a formação das chamadas frentes de transição, que podem ser frias ou quentes.
As frentes frias formam -se quando uma massa de ar frio, com alta pressão,
avança e ocupa o lugar de uma massa de ar mais quente. A passagem de uma
frente fria sobre uma região provoca queda acentuada da temperatura e chuvas,
geralmente acompanhadas por trovoadas e ventos mais intensos.

186
As frentes quentes se formam quando uma massa de ar quente se desloca e
ocupa o lugar de uma massa de ar mais frio. A passagem de uma frente quente
também acarreta modificações nas condições do tempo atmosférico, porém com
chuvas menos intensas e ventos moderados. As figuras abaixo ilustram a forma-
ção das frentes frias e das frentes quentes.

"'" @•D km
9 -t:"'""":""-="'~i::---~ - ~ 9

8 8
7 7

6 6
Sl.\•~
5 ~


3
2

1
o o
FRENTE FRIA FRENTE QUENTE

Ilustração produzida com base em: CHRISTOPHERSON. Robert W.


Geossistemas: uma introdução à Geografia tisica. Tradução Francisco
Eliseu Aquino et ai. 7. ed. Porto Alegre: Bookman. 2012. p. 214-215.
Os fatores climáticos
Na superfície terrestre existem climas com características bem distintas, alguns
deles bem quentes, outros muito frios, alguns bastante chuvosos, outros extrema-
mente secos. Essa grande diversidade climática (que estudaremos mais adiante)
decorre, em grande parte, da atuação de diversos fatores que interferem princi-
palmente na temperatura e na umidade do ar atmosférico, influenciando direta- •

mente as características c limáticas de cada região. Vejamos alguns desses fatores


e como eles atuam sobre o clima.
• Al titude: a distância vertical de um lugar em relação ao nível do mar (sua altitu-
de) também interfere diretamente em suas características climáticas. À medida
que a altitude aumenta, o ar atmosférico vai se tornando cada vez mais rarefei-
to e sua capacidade de reter o calor irradiado da superfície terrestre também
diminui, tornando-se cada vez mais frio. Por isso, quanto maior a altitude de
um lugar na superfície terrestre, menor será sua temperatura média {a cada
100 metros de altitude que nos elevamos, a temperatura do ar diminui, em
média, cerca de 1 ºC). Isso explica por que as montanhas mais altas do mun-
do, mesmo aquelas localizadas nas regiões
mais quentes dos trópicos, apresen-
tam seus cumes permanentemen-
te cobertos por geleiras.
-~ ~ :,.
- =--- Vulcão Cotopaxi, com
cume nevado por causa
da altitude de 5 897
metros, no Equador,
localizado entre os
Denominam-se
• Latitude: de maneira geral, as temperaturas na superfície do planeta variam de
isotermas ("iso", de forma inversa de acordo com a latitude, ou seja, a temperatura diminui confor-
igual + "termo", de me a latitude aumenta e vice-versa. Isso ocorre pela incidência diferenciada dos
calor) as linhas traça- raios solares sobre a superfície esférica da Terra.
das em mapas e car- Como já estudamos no início desta unidade, a insolação é mais intensa nas bai-
tas meteorológicas
xas latitudes equatoriais, onde os raios solares incidem perpendicularmente à
que unem os lugares
superfície, diminuindo gradativamente conforme as latitudes aumentam em dire-
da superfície terrestre
que apresentam a ção aos polos (observe novamente a figura na página 180).
mesma temperatura O mapa a seguir mostra como a temperatura média do ar na superfície do
ambiente em deter- globo varia de acordo com as latitudes. Observe e verifique como as tempe-
minado período. raturas diminuem gradativamente da região equatorial em direção aos polos.

\
lsotermas: temperaturas médias em janeiro
OCEANO GLACIAL ÁRTICO N


----- --- ~ ---
L

, •'

, OCEANO
--------------
....
OCEANO
-------------
PAdFICO

ATLÂNTICO
Equador
\
- OCEANO PACIFICO
' r"f OCEANO INDICO
i
\

--------- 1 -U--~------------ '


-----
!!
Temperatura (ºC)
"'
-ê!
- Acima de 30º 8
- Oe20ºa30º .!l!

- Oe 10ºa 20º
.,
',:J
'C

::;;; OCEANO GLACIAL ANTÂJgJCO


-- Oe 0° a 10º
Oe - 10-aOº
111911
~
-
-
Oe - 20ºa - 10º
Abaixo de - 20° ----------------------------------------~ O" 1 1cm ,
Fonte: REFERENCE atlas of lhe world. 9. ed. London: Dorfing Kindersley. 2013. p. XX. 1 atlas. Escalas variam.
;;

• Correntes marítimas: as extensas correntes


marítimas que se movimentam pelos oceanos
podem exercer grande influência sobre o clima
de regiões situadas no interior dos continentes.
Ao se deslocarem, as correntes marítimas são ca-
pazes de alterar as características das massas de
ar, podendo provocar o aumento ou a diminuição
da temperatura e da umidade atmosférica. As
correntes marítimas quentes, por exemplo, levam
calor e umidade às regiões por onde passam, en-
quanto as correntes frias provocam quedas de
temperatura nas áreas por onde circulam.

A corrente fria de Humboldt, que se desloca pela costa do Chile


e do Peru, provoca quedas nas temperaturas e a ocorrência de
chuvas nas áreas litorâneas desses países. Com isso, as
massas de ar que sopram do oceano chegam extremamente
secas ao continente, dando origem ao deserto do Ataca ma,
visto ao lado, no Chile, em 2014.

188
• Maritimidade e continentalidade: a maior ou menor
distância de um lugar em relaçâo ao oceano tam-
Norfolk e Lincoln: amplitude
térmica anual \ ~----
bém interfere em seu clima. Isso ocorre porque a
capacidade de reter calor da água é maior que a da
terra. Os oceanos, por exemplo, demoram mais
para se aquecer, pois o calor proveniente da radia-
Lincoln
º*' •
13 •e
ção solar se propaga até grandes profundidades. •
• Norfolk
Esse calor contido na água é liberado lentamente e 10.2 •e

faz que a amplitude térmica nas regiões litorâneas


e)(: tNt 1
seja menos acentuada: é o chamado efeito de ma- llL \N lt O

ritimidade. As regiões localizadas no interior dos


980km
continentes, por sua vez, se aquecem mais rapida - ,oa-o

Fonte: WOALD Meteorological
mente, pois o calor se concentra próximo à super- Or9anization (WMO). Disponível
em: <http://wor1dweather.wmo.
fície. Como a terra se esfria mais rapidamente, a amplitude térmica nas regiões int/093/m093.htm#N>.
Acesso em: 3 ago. 2015.
interioranas é mais acentuada: é o chamado efeito de continental idade.
Veja o exemplo de duas cidades dos Estados Unidos no mapa acima. Amplitude térmica:
diferença entre a
• Vegetação: as características climáticas que atuam em certas regiões do pla-
temperatura máxima e a
neta também são influenciadas pelo tipo de vegetação natural ali existente. mínima registrada em um
local em um determinado
Em uma floresta tropical úmida, por exemplo, a radiação solar que incide di- período de tempo.
retamente sobre a copa das árvores aumenta o calor, fazendo com que as
plantas absorvam, por meio de suas raízes, grande quantidade de água con-
tida no solo.
Esse mesmo calor faz as plantas transpirarem, liberando a água de seu interior •
na forma de vapor. Na atmosfera, o vapor se condensa formando nuvens carre-
gadas, que se precipitam na forma de pancadas de chuvas - são as chamadas
chuvas de convecção. Assim, a própria floresta tropical é responsável, em grande
parte, pelo clima chuvoso que atua sobre ela.

Ao processo de evaporação da água contida no solo e nas superfícies hídricas (rios, lagos, mares, oceanos), combinado com a
perda de água contida nas plantas pela t ranspiração, dá-se o nome de evapotranspiração. Acima , vegetação exuberante da
floresta Amazônica e vapor de água liberado formando nuvens, próximo a Parintins, no Amazonas, em 201 4.

Atmosfera, tempo e clima I 189


Explorando o tema
Já nos acostumamos a acompanhar as prev1soes do tempo
/ meteorológico em boletins divulgados nos mais diversos meios
de comunicação: televisão, rádio, jornais e internet. Com essas
previsões, ficamos sabendo se teremos chuvas ou não, se fará
muito calor ou se teremos quedas de temperatura, se haverá ris-
cos de tempestades e vendavais. Fornecidas diariamente pelos
serviços meteorológicos, as previsões nos ajudam a organizar
melhor as tarefas cotidianas, como a escolha de uma roupa mais
adequada às condições do tempo, a programação de uma ativi-
dade esportiva ou um passeio ao clube ou à praia.
Embora as previsões do tempo estejam cada vez mais confiá-
veis e seguras, essa é uma tarefa extremamente complexa para
os meteorologistas. Isso porque a atmosfera é um sistema muito
dinâmico e instável e, como tal, seu comportamento pode variar
inesperadamente. Mesmo assim, as previsões realizadas atual-
mente alcançam índices de acerto bastante elevados, so-
bretudo no caso das previsões fei tas de um d ia para o
outro. Isso se explica pelo avançado aparato tecno-
lógico empregado no monitoramento das condi-
ções do tempo em todo o globo .
• •• ••
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• •

• •


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\
1. Satélite de órbita polar
2. Radares aéreos
3. Radares marítimos
4. Boia meteorológica
5. Estação de recepção de satélites
6. Estação de superfície
7. Balão meteorológico
8. Centro meteorológico
9. Estação automática
10. Radar meteorológico
11. Satélite de órbita geoestacionária
Satélites artificiais, aviões, balões e radares meteorológicos, estações me-
teorológicas (terrestres e marítimas) espalhadas pelo planeta, entre outros re-
cursos, fornecem um vasto conjunto de dados e informações sobre tempe-
ratura, umidade, ventos, pressão atmosférica etc. que, ao serem pro-
cessados em supercomputadores, asseguram uma maior precisão
nas previsões do tempo meteorológico.
Atualmente, a previsão do tempo desempenha um pa-
pel imprescindível para o desenvolvimento de muitas ativi-
dades econômicas. Na agricultura, por exemplo, as previsões
meteorológicas são utilizadas para o planejamento do plantio,
para a colheita de certas lavouras e na prevenção de intempéries,
como a ocorrência de secas, geadas, granizo etc. As previsões tam-
bém são fundamentais para a navegação aérea e marítima, infor-
mando as condições meteorológicas e ocorrências de fenô-
• •
menos como tempestades e vendavais, que auxiliam • • •

as tripulações de aeronaves e embarcações a tra- • • •
çarem rotas mais seguras. A previsão de fu- • •


racões, tempestades e outros fenôme- • • •
nos meteorológicos de grande • • •
magnitude pode amenizar • • •

seus impactos sobre a • •

• ?
população. • • • /
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• •
•• Ilustração p roduzida com
base em: FERREIRA.
Artur G. Meteorologia
prática. São Paulo:
Oficina de Textos.
2006. p. 25.

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Atividades ..•••••• •..
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Anote as respostas no caderno.

-
D / Sistematizando o conh ecimento

1. Descreva, resumidamente, a formação da rio brasileiro. Registre no caderno o re-


atmosfera terrestre. sultado de sua pesquisa.

2. Qual é a camada atmosférica de maior 6. Explique como são formadas as monções


importância para os estudos geográfi- de verão e as de inverno, e quais as
cos? Justifique sua resposta. interferências no clima dos locais em
que elas ocorrem.
3. Defina o albedo e explique as diferenças de
sua ocorrência entre os vários tipos de 7. Em certo experimento, um termômetro foi
superfície. inserido em recipiente com água enquan-
to outro termômetro foi inserido em reci-
4. A circulação geral da atmosfera é respon- piente idêntico com a mesma quantidade
sável por amenizar as extremas tempe-
de areia. Após os recipientes serem dei-
raturas da Terra, tornando as regiões xados expostos ao Sol, observou-se que
tropicais menos quentes e as regiões o termômetro colocado na areia registrou
polares menos frias. Explique como isso
temperatura maior que o termômetro
ocorre.
deixado na água. Esse experimento ilus-
5. Pesquise em livros, revistas, jornais, na tra a ocorrência de qual fator climático?
internet etc. informações sobre os efeitos Justifique sua resposta. Realize esse
que o fenômeno E/ Nino acarreta no clima experimento e confirme sua resposta.
e nas condições atmosféricas no territó-

~
DO/ Expandindo o conteúd o
8. Analise as informações da tabela e a figura ao lado para responder
às questões.
ESTADOS UNIDOS
São Francisco• • Oenwer Amplitude
Altitude Temperatura
Cidade (país) Latitude térmica média
média média anual

-
.!:
e
,.•
V
mensal
,.,l ~
Cuiabá (MT) 170 m 15° 30' S 11,9 ºC 26,6 ºC
BAASIL
"' oc1: ..1.:..·c.,

P.-ICIFICC1 •
CUiabá
Salvador Salvador (BA) Om 13° O' S 5 4 ºC 25,4 ºC
'
Denver (EUA) 1600 m 39º 45' N 15,4 ºC 10,1 ºC

São Francisco (EUA) Om 37° 35' N 9 2 ºC 14,7 ºC


'
Fontes: GEOP~DIA. Rio de Janeiro, São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil
Fonte: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. Aio de
Publicações Ltda. 1990. v. 2. p. 222, 226, 343. 351 .
Janeiro: IBGE. 2012. p. 32. 1 atlas. Escalas variam.
WOALD Meteorological Organization (WMO). Disponível em: <http://worldweather.wmo.in1>.
Acesso em: 14 ago. 2015.

a) Cuiabá e Salvador possuem médias de temperatura anuais próximas e estão em latitudes


próximas. Que fator climático explica a diferença de amplitude térmica entre essas duas
cidades?
b) O mesmo se aplica para as cidades de Denver e São Francisco, nos Estados Unidos.
Que outro fator atua na diferenciação das médias térmicas dessas cidades?
c) Explique como a maritimidade e a continentalidade podem influenciar o clima de um lugar.
d) Mesmo sob o efeito da continentalidade, as c idades de Cuiabá (MT) e Denver (EUA)
apresentam médias térmicas bem distintas. Que outros fatores c limáticos também
explicam as diferenças de temperatura entre essas duas cidades?

192
9. Leia as manchetes a seguir.

@ Frente fria provoca chuva ®


Antártida já foi paraíso
e queda na temperatura tropical, diz cientista
no Rio de Janeiro
• • •
• • •
FRENTE fria provoca chuva e queda na temperatura no Rio ANTÁRTIDA já foi paraíso tropical, diz cientista. O Estado de
de Janeiro. G1 - Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 24 fun. 2015. S. Paulo, São Paulo. 20 jlA. 2011. Disponível em,
Disponivel em: <http,//91 .globo.com/rio-de-janeiro/ <www.estadao.eom.br/noticias/geral,antarüda-ja-foi-paraiso-
noticia/2015/06/frente-fria-provoca-chuva-e -queda-na- lropical·diz-cientista,747346.0.hlm>.
temperatura-no-rio.html>. Acesso em: 30 set. 2015. Acesso em: 30 set. 2015.

a) Qual das manchetes trata de tempo e qual trata de clima?


b) Diferencie tempo e clima.
e) Evidencie a importância da previsão meteorológica para o ser humano, dando exem-
plos de suas diversas aplicabilidades.

10. Leia o texto e responda às questões.


[.. ]
A seca devastou plantações por todo o mundo neste ano, incluindo milho e soja nos Estados
Unidos, trigo na Rússia e na Austrália, e soja no Brasil e na Argentina. Isso contribuiu para um
aumento de 6% nos preços globais dos alimentos de junho a julho, segundo dados da ONU.
,
A India está experimentando sua quarta seca em doze anos, aumentando a preocupação
com a confiabilidade da principal fonte de água doce do país, as chuvas das monções que
geralmente caem de junho a outubro. ..

Alguns cientistas alertam que essas calamidades fazem parte de uma tendência que pro- •
vavelmente se intensificará nas próximas décadas, devido às mudanças climáticas causadas
pela liberação humana de gases do efeito estufa. [...) E a Organização Meteorológica Mundial,
uma divisão da ONU, alertou recentemente que a mudança climática deverá "aumentar a
frequência, intensidade e duração das secas, com impactos sobre muitos setores, em particu-
lar alimentos, água e energia".
Os cientistas dizem que, além do aumento das temperaturas, a mudança climática parece
estar tornando a Índia e seus vizinhos, Paquistão, Sri Lanka e Bangladesh, mais vulneráveis a
monções erráticas.
Estudos usando 130 anos de dados mostram grandes mudanças nas chuvas nas últimas dé-
cadas, disse B. N. Goswami, diretor do Instituto Indiano de Meteorologia Tropical, uma organi-
zação de pesquisa apoiada pelo governo. Os modelos climáticos sugerem que, apesar de as
chuvas deverem aumentar nas próximas décadas, a região pode esperar períodos de seca mais
longos e chuvas mais intensas [...].
"As chuvas pesadas normalmente têm duração curta, portanto a água escoa", disse
Goswami, que acrescentou que mais pesquisa é necessária para uma compreensão plena
do impacto da mudança climática nas monções. "Chuvas fracas são importantes para re-
carregar as águas subterrâneas."
[.. ]
BAJAJ, Vikas. Seca na lndia devasta plantações e agricultores e piora situação econômica do país.
UOL Notícias, São Paulo, 9 sei. 2012.
Disponível em: <http://m .noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2012/09/09/seca-na-india-devasta-
plantacoes-e-agricultores-e piora-situacao-economica-do-pais.htm>. Acesso em: 30 sei. 2015.

a) O texto estabelece relações ent re o c lima e qual atividade humana? Copie o trecho
do texto que confirma sua resposta.
b) O primeiro parágrafo do texto trata de uma escala geográf ica de análise, estabele-
c ida entre o local e o global. Descreva essa relação.
e) Como as monções têm se alterado, de acordo com o texto acima?
d) De que maneira essas alterações podem prejudicar a Índia e os países que depen -
dem desse sistema de monções?

Atmosfera, tempo e clima I 193


•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

Geografia, ciência e cultura ~ Os sons do vento

O vento é um dos fenômenos da natureza mais imprevisíveis que já conhecemos.


Ao longo de sua história na Terra, o ser humano nunca conseguiu dominar a sua força.
De acordo com sua intensidade, o vento pode passar por você como uma leve
brisa, assobiando e balançando as plantas do jardim, ou então transportar silen-
ciosamente grãos de areia a quilômetros de distância, esculpindo as mais inusita-
das formas de relevo terrestre. Mas, quando se desloca velozmente, com seu uivo
misterioso, ele pode destruir o que estiver em seu caminho.
No texto abaixo, retirado da obra Os trabalhadores do mar, Victor Hugo des-
creve os sons e os temores dos ventos.
Pã: deus da mitologia [... ]
grega que, na maioria das
vezes em que é Os ventos correm, voam, abatem-se, expiram, revivem, pairam, assoviam,
representado, carrega e
t oca um tipo de flauta.
rugem, riem: frenéticos, lascivos, desvairados, tomam conta da vaga irascível.
Têm harmonia esses berradores. Tornam sonoro todo o céu. Sopram nas nu-
vens como num metal; embocam o espaço, e cantam no infinito, com todas
as vozes amalgamadas dos clarins, buzinas e trombetas, uma espécie de tan-
Nesse t recho do livro Os
t rabalhadores d o mar, geres prometeanos. Quem os ouve, ouve Pã. O que mais assusta é vê-los as-
considerado um clássico sim. Têm uma colossal alegria composta de sombra. Fazem nas solidões a
da literatura universal, o
escritor francês Victor batida dos navios. Sem tréguas, noite e dia, em todas as estações, no trópico,
Hugo destaca o uso dos como no polo, tocando a trombeta delirante, vão eles, por meio do travamento
sentidos na percepção da
paisagem (sons, ru idos e da nuvem e da vaga, fazendo a grande caça negra dos naufrágios . São os
barulhos, sentimentos de donos das matilhas. Divertem-se. Fazem ladrar as ondas, que são os seus
alegria e de solidão,
delírios etc.). Aproveite a cães, contra as rochas. Combinam e desunem as nuvens. Amassam, como se
oportunidade oferecida
pelo texto e estimule os tivessem milhões de mãos, a flexibilidade da água imensa.
alunos a promoverem
uma interpretação 1. .l
sensitiva da paisagem do HUGO, Victor. Os trabalhadores do mar. Tradução Machado de Assis. São Paulo: Nova Cultura, 2002. p. 176· 177.
lugar onde vivem .

.w~•., .• -. ••
.(',~
Twister
A Geografia no cinema

Uma equipe de pesquisadores aventureiros viaja pelo interior dos Est ados Uni-
dos em busca de t ornados.
O objetivo do grupo é colher o máximo possível de informações c ientíficas so-
bre esse fenômeno atmosférico e, assim, conhecer melhor as suas origens.
Por meio de ricos efeitos visuais e sonoros, o filme retrat a a destruição que os
tornados podem acarretar por onde passam.

9 Para assistir

• VENTOS diabólicos. Direção: Gilbert M. Shilton. Estados Unidos, 2003. 90 min. . Títu l o: Twis ter
Após perder sua família em um furacão, o personagem do filme enfrenta seu passa- Jan De Bon t
Atores principais:
do ao saber que uma onda de tornados pode atingir o município onde mora, em : Helen Hunt, Bill
Oklahoma. Paxton
. Ano: 1996
Duração: 114 minutos

e Paraler
I
C
~:i;gem: Estados
dos

• BANQU ERI, Eduardo. O tempo. São Paulo: Escala Educacional, 2007. {Coleção
Guias de campo).
• BEER, Raquel. O EI Nino cresceu. Veja, São Paulo, ano 48, n. 2440, p. 98-101, 26
ago. 2015. Para visualizar o artigo, acessar o link: <http://tub.im/oaorjm>.
• CHORLEY, Richard J.; BARRY, Reger G. Atmosfera, tempo e clima. 9. ed. Tradução
Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Bookman, 2013.
• DANIELS, P.; FALLOW, A.; KINNEY, K. Tempo e clima. Rio de Janeiro: Abril Livros, 1995.
• SACHS, Julian P.; MYHRVOLD, Conor L. Faixa de chuvas em transição: mapeando
precipitações equatoriais desde 800 d.C., cientistas projetam como o clima tropical
deve mudar nos próximos 100 anos. Scientific American Brasil, São Paulo: Moder-
na, ano li, n. 13, p. 34-39. Para visualizar o artigo, acessar o link: <http://tub.im/
pqv439>.
• STEINKE, Ercílía Torres. Climat ologia fácil. São Paulo: Oficina de Textos, 2012.
• TOLENTINO, Mário; FILHO, Romeu Rocha; SILVA, Roberto Ribeiro da. A atmosfera
terrestre. São Paulo: Moderna, 2004.

e Para navegar

• INSTITUTO Nacional de Pesquisas Espaciais {I NPE). Disponível em: <http://tub.im/


beywtn>. Acesso em: 14 set. 2015.
• CENTRO de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos {CPTEC). Disponível em:
<http://tub.im/e76gn2>. Acesso em: 14 set. 2015.
• WORLD Meteorological Organization {WMO). Disponível em: <http://tub.im/t8g86t>.
Acesso em: 14 set. 2015.
• CLIMATEMPO. Disponível em: <http://tub.im/n6n2tq>. Acesso em: 14 set. 2015.
• INSTITUTO Nacional d e Meteorologia {I NMET). Disponível em: http://tub.im/ctbei7>.
Acesso em: 14 set. 2015.

Atmosfera, tempo e clima 195


...
Questões do Enem e Vestibular .• ...........
~
••
•• e-=
...................................................................................: ~- Anote as respostas no caderno .

1. (UEM-PR) Sobre a atmosfera, a dinâmica cli- 3. (PUC-MG) Dentre os fatores que interferem na
mática e a representação dos fenômenos distribuição desigual da radiação solar, desta-
meteorológicos, assinale o que for correto. ca-se o albedo, que se define como: A.
• _ . (04) e (08). Total: 12.
(01 ) 1so1etas sao hnhas que, num mapa, unem a) a capacidade que os diferentes componen-
os pontos do globo terrestre que apre- tes da superfície terrestre têm de refletir
parte da radiação solar e não absorvê-la.
sentam o mesmo valor de pressão, em
determinado período de tempo. b) os diferentes comportamentos da terra e
da água do ponto de vista térmico.
(02) O oxigênio, gás essencial para vida na
e) a quantidade da insolação na atmosfera nos
Terra e para a fotossíntese das plantas,
d iferentes períodos do ano.
constitui-se por 78% dos gases da atmos-
d) o volume de radiação que o Sol envia para
fera, seguido pelo gás carbônico, com
o sistema atmosférico e que é recebido
21% e 1% de nitrogênio e demais gases.
pela superfície da Terra.
(04) A chuva orográfica é causada por barrei-
e) a maior ou menor insolação decorrente da
ras de relevo que levam as massas de ar
duração dos d ias ou das noites.
a atingirem e levadas altitudes, o que
causa a queda da temperatura e a con- 4 . (UEM - PR) A c irculação geral da atmosfera é
densação do vapor em regiões com ocor- responsável pela existência das grandes zonas
rência de serras e de chapadas. climáticas. As correntes convectivas, que cons-
(08) A umidade relativa do ar é a relação exis- tituem um mecanismo de circulação geral, dis-
tente entre a umidade absoluta e a quan- tribuem calor e umidade na superfície terrestre,
tidade máxima de umidade que esse ar gerando regiões de alta e de baixa pressão. Às
poderia conter a uma determinada tem- latitudes correspondentes ao equador, ao Tró-
pico de Capricórnio e ao Trópico de Câncer
peratura.
associam-se, respectivamente, áreas de: A.
(16) Frentes são as áreas de transição causa-
a) baixa pressão, alta pressão e alta pressão.
das pelo deslocamento d ivergente entre
b) baixa pressão, baixa pressão e alta pressão.
duas ou mais massas de ar com carac-
terísticas semelhantes. e) alta pressão, baixa pressão e baixa pressão.
d) alta pressão, alta pressão e baixa pressão.
2. (UFRR-RR) A Atmosfera envolve e acompanha e) baixa pressão, alta pressão e baixa pressão.
a Terra em seus movimentos no espaço, e se
formou logo após o surgimento do planeta, há 5. (Unicamp-SP) No período das grandes nave-
4,6 bilhões de anos. Ela filtra raios solares gações, os marinheiros enfrentavam sérios
' problemas quando as caravelas entravam em
fazendo com que as temperaturas na super-
zonas de calmaria. Em relação ao tema, pode-
fície terrestre sejam amenas, possibilitando o
-se afirmar que: B.
desenvolvimento da vida, e ainda nos protege
a) As caravelas possuíam estoque alimentar
contra choques de corpos celestes errantes
suficiente para permanecer vários meses
que frequentemente colidem com a Terra. Esta
est acionadas, para o caso de entrarem
proteção gasosa é dividida em camadas, sen-
inadvertidamente em áreas de calmaria
do que aquela onde ocorre a maior parte dos '
que correspondem a porções de baixa
fenômenos atmosféricos (calor, ventos, chuva)
pressão atmosférica.
é chamada de: B.
b) As áreas de calmaria correspondiam a
a) Estratosfera. porções de alta pressão atmosférica, típi-
b) Troposfera. cas das latitudes próximas aos trópicos, e,
e) Mesosfera. consequentemente, as caravelas permane-
d) Termosfera. ciam estacionadas, agravando as condi-
e) Magnetosfera. ções de vida dos marinheiros .

196
e) O oceano era conhecido como Mar Tene- a) Os ventos alísios dirigem-se das áreas tropi-
broso, em razão da crença na existência de cais para as equatoriais, em sentido horário
monstros marinhos, mesmo sabendo-se no hemisfério norte e anti-horário no hemis-
que o mar era seguro nas áreas de calma- fério sul, graças à ação da Força de Corio-
ria das porções equatoriais. lis, associada à movimentação da Terra.
d) A viagem atrasava meses quando se atingia b) Os ventos alísios dirigem-se das áreas de
uma área de calmaria, pois as células de
alta pressão, característ icas dos t rópicos,
alta pressão não se deslocam ao longo do
em direção às áreas de baixa pressão,
ano, o que causava problemas de desabas-
próximas ao equador, movimentando-se em
tecimento e doenças temidas pelos nave-
sentido anti-horário no hemisfério norte e
gadores, como o escorbuto.
em sentido horário no hemisfério sul.
6. (UEM-PR) Sobre a c irculação atmosférica e o e) Os ventos contra-alísios dirigem-se dos tró-
clima, assinale o que for correto. ~~l~1 2 e <15). !º,J. picos em d ireção ao equador, movimentan-
(01) Na superfície terrestre, a circulação do ar do-se em sentido horário no hemisfério
atmosférico produz trocas de massas de norte e anti-horário no hemisfério sul, gra-
ar entre as altas, as médias e as baixas
ças à ação da Força de Coriolis.
latitudes.
d) Os ventos contra-alísios dirigem-se da área
(02) A Zona de Convergência Intertropical
tropical em d ireção aos polos, provocando
(ZCIT) apresenta deslocamento sazonal.
quedas bruscas de temperatura e eventual-
Fica sobre o equador no outono e na pri-
mavera, mas migra para o Hemisfério mente queda de neve, movimentando-se
Norte, quando é inverno no Hem isfério em sentido anti-horário no hemisfério sul
Sul, e vice-versa. e em sentido horário no hemisfério norte.
(04) A variação longitudinal promove o aqueci-
8. (UT FPR- PR) A zona de convergência intertro -
mento desigual da superfície terrestre. Esse
pical - ZCIT está inserida numa região onde
aquecimento, combinado com o movimen-
ocorre a interação de características marcan-
to de translação do planeta, condiciona a
tes atmosféricas e oceân icas. Identifique a
circulação geral das massas de ar.
alternativa que contém somente proposições
(08) As grandes cidades produzem na sua
corretas a respeito. e.
área cent ral uma zona de alta pressão.
1) Zona de confluência dos Alísios .
Dela d ivergem os ventos que espalham
os poluentes por uma área maior que a li) Na escala planetária , está localizada no
do perímetro urbano. sistema de altas subtropicais.
(16) O circuito produzido pelos ventos alísios e Ili) Zona de máxima temperatura da superfície
contra-alísios redistribui calor e umidade do mar.
entre as áreas equatoriais e subtropicais. IV) Zona de mínima convergência de massa.
V) Zona de máxima cobertura de nuvens con-
7. (Unicamp-SP) Observe o esquema abaixo, que
vectivas, todas in teragindo próximas à
indica a circulação atmosférica sobre a super-
faixa equatorial.
fície terrestre, e indique a alternativa correta.
A. P04o
a) 1, 11 e IV. d) 111, IV e V.
Norte
b) 11, Ili e V. e) 1, li e Ili.
ro,i:,-""-----:::--~:;-..
e) 1, 111 e V.
so-
...(.{..( /
·..._pressao ...•
/ ( .......
··• ..P.res~_...
........••/ / / ...... 9. (UEL-PR) Sobre o "E/ Niiio" é correto afirmar
// / / / /1/ ;✓ ~
l---=----=--::....::....--::'----::-~"::----1 o
que: o.

"'\. .........'\. '\.'\. :::: ::::.....,.,.....'\.'0. !


O'

a) É um grande causador de Tsunamis, junta-


•••• 8113 , ' ·, •• , .a ·• mente com os ciclones no continente
'- ·•, ..p,essão .•••
30"
.....:Ç... "-."-. "' .\;;...
·•. p,essao ..•

asiático .
.,,.
Atmosfera, tempo e clima I 197
,
b) E causado pelo resfriamento das águas do (02) O mistral é um vento úmido e quente, mais
Pacífico. frequente no outono e no verão, que so-
,
e) E causado pelo aquecimento anormal das pra da zona de convergência intertropical
águas do oceano Atlântico norte e sul. (ZCIT), do Pacífico em direção à Oceania.
,
d) E causado pelo aquecimento anormal das Esse vento causa fortes chuvas, princi-
águas do oceano Pacífico central e oriental. palmente na Austrália e Nova Zelândia.
,
e) E causador de Tsunamis e ciclones extra- (04) Monções são ventos periódicos que se
tropicais. manifestam com maior intensidade na
Ásia. Durante o verão, o vento sopra do
10. (UNIRIO- RJ) No continente asiático, a c ircula- oceano Índico para o Sudeste asiático e
,
ção atmosférica apresenta uma situação sin- lndia, trazendo nuvens e chuvas para o
gular, como mostra o mapa a seguir: o. continente. Já no inverno, as monções
secas sopram do continente para o mar.
(08) O siroco é um ven to frio, muito úm ido,
que sopra das altas latitudes do hemisfé-
rio norte em direção aos países da penín-
sula escandinava, na Europa, e para o
Norte da Sibéria, na Ásia. Esse vento
- causa fortes chuvas no curto verão nes-
3465km
, 3465km ~ sas reg1oes.
(16) O vento minuano é o nome dado à cor-
rente de ar que tipicamen te avança em
Sobre o regime das monções, podemos afir- direção ao Rio Grande do Sul e Sul de
mar que: Santa Catarina. É um vento frio de origem
a) está associado à circulação das massas de polar. Ocorre após a passagem das fren -
ar de origem oceânica, que transferem tes frias de outono e de inverno, geral-
calor para os continentes. mente depois das chuvas.
b) é explicado como um mecanismo normal
12. (PUC- MG) Em relação à dinâmica das massas
de regulação climática, devido ao aqueci-
de ar: E.
mento das águas superficiais do oceano.
1) As massas estão sempre em movimento e,
e) é explicado pela diferença de insolação nas
progressivamente, ocorrem mudanças em
áreas próximas ao equador, o que provoca volume e nas suas características físicas.
grandes diferenças térmicas no con tinente.
li) As massas polares, ao se deslocarem para
d) está associado à "gangorra" dos centros
o domínio tropical, sofrem aumento de tem-
de pressão, que se alternam sazonalmente
peratura e redução de sua densidade, até
entre o oceano e o continente. perder suas características e desaparecer.
e) é explicado pela radiação solar, que trans-
Ili) Ao se deslocarem, as massas entram em
forma energia radiante em calor, ao aquecer
contato umas com as outras, apresentando
diretamente a atmosfera.
linhas de descontinuidade.
11. (UEM-PR) Sobre os ventos que ocorrem no pla- a) se for correta apenas a afirmativa 1.
neta, assinale o que for correto. (01), (0 4) e (16). b) se forem corretas apenas as afirmativas I e li.
Total: 21 .
(01) As brisas são ventos que se originam a e) se forem corretas apenas as afirmativas I e Ili.
partir da diferença de temperatura entre d) se forem corretas apenas as afirmativas li
a terra e o mar. Durante o dia, a terra se e Ili.
aquece mais rapidamente, formando um e) se forem corretas as afirmat ivas 1, li e Ili.
cent ro de baixa pressão, fazendo com
que a brisa marinha sopre do mar para a 13. (UFPE-PE) Observe as proposições a seguir: B.
terra. Durante a noite, essa situação se 1. As zonas de alta pressão atmosférica são cha-
inverte, ou seja, a brisa con tinental sopra madas áreas anticiclonais. São áreas para
da terra para o mar. onde convergem ventos e massas de ar.

198
2. A pressão atmosférica é menor nas regiões 15. (UFPR-PR) Quanto ao atributo temperatura,
de baixas latitudes em função das maio- assinale a alternativa que apresenta os dois
res temperaturas aí existentes. fatores climáticos que são determinantes na
3. A velocidade do vento é inversamente pro- existência de gradientes térmicos. A.
porcional à diferença de pressão do ar a) Altitude e latitude.
atmosférico entre dois lugares. b) Maritimidade e massas de ar.
4. Quando dizemos que a velocidade do vento e) Massas de ar e continentalidade.
é de, por exemplo, 2 m/s, significa que d) Maritimidade e altitude.
qualquer partícula desse ar, localizada no
e) Altitude e continentalidade.
nível de observação considerado, percor-
re uma distância de dois metros a cada 16. (EsPCEx- SP) Na configuração do deserto do
segundo. Atacama, na costa do Chile e do Peru, é cru-
5. O movimento de rotação terrestre, que gira c ial a ação do seguinte fator c limático: A.
no sentido oeste-leste, interfere na circu- a) corrente marítima fria.
lação geral da atmosfera, pois os ventos b) elevada temperatura.
sofrem um desvio ocasionado pela força
e) baixa amplitude térmica.
de Coriolis . No hemisfério su l o vento
d) efeitos da continentalidade.
tende a se desviar para a direita e no
hemisfério norte para a esquerda. e) baixa latitude.

Estão incorretas: 17. (UTFPR-PR) Analise as proposições, relaciona-


a) 1, 2 e 3. das aos ciclones e furacões, e assinale a al-
b) 1, 3 e 5. ternativa que indica as INCORRETAS. A. ..

e) 2, 3 e 4. 1) Os ciclones orográficos desenvolvem -se •
d) 3 e 4 apenas. em níveis elevados (troposfera superior) e
e) 2, 4 e 5. propagam-se para níveis inferiores até a
superfície e ocorrem com mais frequência
14. (UFC-CE) Cada lugar ou região da Terra possui e intensidade no outono e no inverno.
um clima próprio, isso porque cada um desses li) Os c ic lones extratropicais formam-se ao
locais ou regiões apresenta uma conjugação sul do Trópico de Capricórnio, assolando
d isti nta dos fatores climáticos. Quanto aos
o mar em fren te ao litoral das regiões Sul
fatores climáticos e seus efeitos é correto
e Sudeste.
afirmar que: A.
Ili) Os tornados são movimentos ciclonais de
a) a grande variação latitudinal do território
menor porte que os ciclones e geralmente
brasileiro é um importante fator na diferen-
acontecem no continente. Não passam de
c iação climática regional.
1 km de extensão, com pequena força, não
b) a variação na altitude é o principal fator de
provocando grandes danos nos locais por
d iferenciação nas zonas c limáticas - polar,
onde passam.
temperada e tropical.
IV) Os ciclones t ropicais recebem diferentes
e) quanto maior a latit ude, de um lugar ou
denominações regionais, como é o caso
região, maiores são as temperaturas mé-
do furacão (hurricane), para os que se for-
d ias anuais deste local ou região.
mam no Atlântico Norte; tufão (typhoon),
d) a maritimidade é o principal fator de dife-
no Pacífico Norte.
renciação climática, em cidades brasileiras
a) le ll.
litorâneas de igual altit ude, nas regiões
Norte e Sul do Brasil. b) 1, li e IV.

e) as massas de ar oceânicas são secas, e as e) li e IV.


continentais são úmidas, as massas tropi- d) 1 e IV.
cais e equatoriais são frias, e as tempera- e) 11, Ili e IV.
turas polares, muito frias.

Atmosfera, tempo e clima 199


Os climas
QI
"CJ
111
"CJ
da Terra -· - - i =
·-e
::s

Os alpinistas necessitam de
conhecimentos profundos sobre o
clima e o tempo das altas montanhas
que escalam, sem os quais podem
arriscar a vida. Na imagem, alpinista
escalando na Nova Zelând ia.

200
Cada tipo climático é resultado da combinação de
diversas características naturais e antrópicas do nosso
planeta.
O relevo, por exemplo, é constantemente esculpido pela ação
dos ventos e das chuvas, que são fenômenos atmosféricos. Por
outro lado, a altitude e as formas de relevo podem interferir no
sistema climático em determinadas regiões do p laneta.
Conhecer, estudar e compreender os diferentes tipos cli-
máticos da Terra faz parte da trajetória humana ao longo do
tempo e nos mais diversos lugares do planeta.

• Você observa as características do c lima no lugar onde


vive? Quais delas mais interferem em seu dia a dia?

l -__

201
/Os grandes conjuntos
climáticos da Terra
As características de todos os conjuntos climáticos que atuam na superfície
terrestre são influenciadas pela maneira como os d iversos fatores climáticos,
como latitude, altitude, correntes marítimas e vegetação, combinam-se em cada
região do planeta. Essas características também são influenciadas pela dinâmica
das massas de ar e da circulação dos ventos em escala global.
Considerando-se as regiões que apresentam condições climáticas semelhan-
tes, é possível estabelecer classificações para d istinguir os diferentes tipos de
climas encontrados no mundo. O mapa abaixo representa uma classificação cli-
mática do mundo, elaborada a partir da proposta do geólogo e climatologista ale-
mão Wladimir Kóppen (1846-1940), que considera as médias (mensal e anual) de
temperaturas e precipitações e suas variações sazonais.
Observe o mapa e conheça, nas páginas seguintes, as principais características
de cada um desses climas.

Mundo: climas \

-,
OCEANO
ATLANTJCO
_q.. _________ _ _ _
- Trópico
- - - '-:de
' - Câncer
-- - ..------- - - ~

-~-
-<:'"' - - - - - - - - - - -

.
-

1
,
OCEANO
J",\Clf ICO .
.!i
o
• E uador
!"' OCEANO PACÍT/CcJ
JI • •
l!J Brasília I) OCEANO fNDJCO • ••
IfPf!!Cp ge_ t:.P(!(lf!t/.!tJJO_ - - - - - - - - - - - - - __Jl _: ___________ _ '
mBuenos Aires Wellíng!on.
l!J

______ C/fcu/o Polar Antán1co_ _ ' _ QÇE:_A2✓p_G_Lf\Ç Aj.._A}JI,1/iTJÇCt ___ -,,.......=--....-.,.-~ -~ -=..;-:....:- ____ _
ANTARTIDA
1950km

• Clima mediterrâneo • Clima tropical • Clima semiâriclo • Clima de altas montanhas • Clima frio
• Clima subtropical • Clima equatorial • Clima deséroco • Clima temperado • Clima polar

Fonte: REFERENCE atlas oi the world. 9. ed. Loodon: Do~ing Kindersley, 2013. p. XX·XXI. 1 atlas. Escalas variam.

Por se tratar de uma classificação climática de grande escala, o mapa acima


mostra apenas os climas que atuam nas grandes regiões do planeta, não conside-
rando, portanto, as diferenças climáticas encontradas no interior de cada região,
decorrentes de fatores locais, como grau de urbanização, cobertura vegetal, alti-
tudes, formas de relevo etc.

202
Clima equatorial: ocorre nas regiões quentes SingaRura
das baixas latitudes equatoriais {entre 10° N e
P(mm) T(•C)
10° S), dominadas pela ação das massas de ar 400 ~ ~~-~~-.--..--.....--,.-~-.---.--.-~ 40
quentes e muito úmidas. Apresenta temperatu-
ras constantemente elevadas (médias térmicas
30
mensais em torno de 27 °C) e reduzida amplitu-
de térmica anual, ou seja, a diferença entre a
200 20
temperatura máxima e a mínima varia pouco ao
longo do ano. As precipitações são elevadas e
100 10
bem distribuídas ao longo do ano, com média
pluviométrica anual superior a 2 000 mm, che-
gando a mais de 3 000 mm nas áreas mais chu- o o
jan fev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez
vosas. Observe o climograma de Singapura. Meses


Fo nte: WOALD Meteorological Organizalion (WMO).
Disponível em: <http://wofldweather.wmo.int/en/city.
html?cityld=234>. Acesso em: 11 ago. 2015.
- •
-- t

Clima tropical: domina extensas áreas com- Brasília (BrasiQ \ ~


preendidas entre os trópicos sob a influência
de massas de ar quentes (tropicais e equato- P {mm) T (•C)
400 ~ ~~-..--.....--.--.-~-~~-,.-~-.--~ 40
riais). Apresenta duas estações bem definidas
ao longo do ano: uma mais chuvosa e mais
300 -+-+--+-+---l---f-+--l--l--+--l--+--1-- 30
quente, no verão, e outra mais seca, no inver-
no. Em geral, os índices pluviométricos variam
entre 2 000 mm e 3 000 mm. As temperaturas 200 20

se mantêm elevadas quase o ano todo, com


médias térmicas superiores a 18 ºC e baixa 100 10
amplitude térmica anual. Veja o climograma de
Brasília. o o
jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez
Meses

Fo nte: Climatempo. Disponível em: ~~-


<http://climatempo.eom.br/climatologia/ .--..,_....:::;;:.
, ·~•,.:::-=~
y- ._.
•tãd:(~ ~- - -r:
!~
~

6 1/brasiíia-df>. Acesso em: 11 ago. 2015. ...,. W, 1, ....._ i


w

Clima subtropical: ocorre predominante- Buenos Aires (Argentina) \


mente nas regiões situadas em latitudes mé-
dias dos trópicos (entre 25° N e 35° S). P (mm) T ("C)
400 -.-~~-~~-.--..--.....--,.-~-.---.--.-~ 40
Caracteriza-se pela ocorrência de chuvas re -
gulares e bem distribuídas ao longo do ano,
com índices pluviométricos em tomo de 1 250 mm
e 2 000 mm. As temperaturas oscilam bastan-
te ao longo do ano, com acentuada amplitude
térmica. No verão, as temperaturas aumentam
e as máximas ultrapassam 30 °C, mas dimi- 100 10
nuem muito no inverno, com a proximidade
das massas polares, as temperaturas mínimas o o
jan tev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez
podem ficar abaixo de O ºC. Nessa época, é Meses
comum a ocorrência de geadas e pode até
mesmo nevar em certas regiões. Observe o Fonte: WOALD Meteorological Organization (WMO). ,._ 'Ili-


.... !,
e
4

,1
V

~
Disponível em: <http://worldweather.wmo.int/en/
city.html?cityfd=294>.Acesso em: 11 ago. 2015.
climograma de Buenos Aires. '-'
..;

Os climas da Terra I 203


Clim a temperado: típico de regiões situadas em médias latitudes , principalmen-
t e entre os trópicos e os círculos polares . Apresenta as quatro est ações do ano
muito bem definidas pelas variações térmicas: invernos frios, verões quentes, p ri-
mavera e outono amenos. As características desse clima vari am bastante confor-
me a maior ou menor proximidade com os oceanos, como podemos observar nos
climogramas abaixo.

Wellington (Nova Zelândia) Kiev (Ucrânia)


'C 'C
~ ~
'e P(mm) T (ºC) P(mm) T (ºC) 'e
•e •e
0
~• 400 40 400 30 0
~

o -10
jan fev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez jan fev mar abr maio jun jul ago sei oul nov dez
Meses Meses

Fonte: WORLD Meteorological Organi.zation (WMO).


Disponível em: <http://worldweather.wmo.inVen/city.
html?crtyld=298>. Acesso em: 11 ago. 2015.
-
='----::--- - - - - - - .
'
.. ~
t',-,

"
3
Fonte: WORLD Meteorological Organi.zation (WMO).
Disponível em: <http://wOíldweather.wmo.int/en/city.
html?crtyld=207>. Acesso em: 11 ago. 2015.

..;

Nas reg1oes litorâneas, temos o clima temperado oceânico (climograma de


Wellington), que, influenciado pelo efeito de maritimidade, apresent a chuvas regula-
res e bem distribuídas entre os meses, com reduzida amplitude térmica ao longo do
ano (verões relativamente frescos e invernos suaves). J á nas áreas mais interioranas,
t emos o clima temperado continental (climograma de Kiev), marcado por variações
térmicas bast ante acentuadas (inverno com frio intenso e muita neve e verão mais
quente e relativamente chuvoso), em razão do efeito da continentalidade.

____ _ ____
Istambul_,Turquia
__,_ \
Clima mediterrâneo: típico das regiões cost ei-
P (mm) T (ºC)
ras localizadas em latitudes médias (entre 30º N e
400 ~-~~-~~~-~~-~~~-~~~ 40 45º S), encontrado principalmente nas áreas litorâ-
neas banhadas pelo mar Mediterrâneo e em áreas
próximas ao seu entorno, daí sua denominação.
Apresenta duas est ações do ano bem distint as:
verões q uentes e secos, invernos mais b randos e
chuvosos. Os índices p luviométric os anuais, no
ent anto, são moderados e variam entre 350 mm e
10
900 mm. As médias térmicas anuais são pouco
acentuadas, oscilando entre 18 °C e 25 °C, mas a
o o amplitude térmica é relativamente elevada e pod e
jan fev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez ,.i
Meses o
~
chegar a 40 °C no verão e abaixo de O °C no in-
e
~ verno. Veja o climograma de Ist ambul.

------ - - - - - - ~
Fo nte: WORLD Meteorological
Organization (WMO). Disponível
r em: <http://wortdweather.wmo.
inVen/city.html?cityld=47>.
Acesso em: 11 ago . 2015.

204
Clima semiárido: caracteriza-se por chuvas Denver (Estados Unidos) \ _ _ _ _ __
escassas e mal distribuídas ao longo do ano,
com precipitação média anual que varia entre
P (mm) T (ºC)
500 mm e 750 mm. Pode ser encontrado tanto 400 ~ -.--.--,.--.---,--,.--,---,----,,--,---,-~-.- 30
nas baixas latitudes dos trópicos, onde as tem-
peraturas se mantêm elevadas o ano inteiro,
quanto nas médias latitudes das zonas tempe-
radas, onde as temperaturas dim inuem bast ante
no inverno pela influência das massas de ar que
sopram dos polos. Observe o climograma de
Denver.

~
t -- ,. w_i
:::;...~
, = - -~ ,- ~'--~ - - o
.,,,,, r jan fev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez
!
w

-
i
- "
~
'-:, Meses

Fonte: WORLD Meteorological Organization (WMO). Disponível em: <http://


worldweather.wmo.int/en/city.html?cityld=271>. Acesso em: 11 ago. 2015.

Clima desértic o ou árido: marcado por chu-


Riad (Arábia Saudita) \ ' - - - - - - -
vas muito escassas (índice p luviométrico sempre
inferior a 250 mm anuais) e acentuada amplitude
térmica. Durante o dia, por exemplo, as tempera- P(mm) T (ºC)
400 40
turas são muito elevadas, chegando com fre-
quência aos 40 °C, diminuindo rapidamente à ,,,,. .......
I'-
noite, tendendo a ficar abaixo de O °C. Essa va- 300 • 30
/ '
riação térmica acentuada se explica pela int ensa
aridez atmosférica e falta de veget ação, fatores 200
I \ 20
que intensificam o efeito de continentalidade, fa- ~
V
"" ...
zendo com que essas áreas se aqueçam muito 100 10
ao longo do dia e se esfriem bastante durante a
noite. Os desertos podem ser quent es quando
apresentam temperatura média anual superior a
o -- -
jan lev mar abr maio jun jul ago sei oul nov dez ---- o

l
Meses
18 °C, como é o caso do Saara, na África, ou
frios como os que apresentam temperatura mé- ~
. . . . ~
Fonte: WORLD MeteorologicaJ Organization (WMO}, =
'""=w_ _ _ _~ J ---.,. ~
..
dia anual abaixo de 18 °C, como o da Patagônia, Disponível em: <http://worldweather.wmo.int/en/city. \ \ ~
html?cityld=216>. Acesso em: 11 age. 2015. • v
na América do Sul. Veja o climograma de Riad. ....

Clima frio: predomina em reg1oes situadas Anchorage (Estados Unidos) 'C


entre os paralelos de 55° e 60° de latitude, áreas io
frequen temente dominadas pela ação de mas-
P(mm) T (ºC)
..
~
o
~
sas de ar polares. Apresent a invernos muito ri- 400 ...-...--.--,--,--,--,.--,---,--,.--,---,----,,-,- 30
gorosos e temperaturas negativas em boa
parte do ano. As t emperaturas variam de acor- 300 -t--l--1----1--1--l----l-+--l--t--l--l--t- 20
do com a latitude (quanto maior a latitude, me-
nores são as temperaturas médias). Durant e
alguns meses, no ápice do verão, as tempera-
turas se elevam um pouco, mas permanecem
amenas. As precipitações são regulares, com
índices p luviométricos inferiores a 500 mm
anuais, e chuvas concentradas no verão. Nos o -10
jan lev mar abr maio jun jul ago sei oul nov dez
meses mais frios do inverno, as precipit ações Meses ·~ ✓--• a as er::
!!
ocorrem na forma de neve. Observe o c limo-
grama de Anchorage.
Fonte: WORLD Meteorological Orgas,ization (WMO).
Disponível em: <http://wortdweather.wmo .int/en/city.
·-
=~~-~ ..- - - - , -
e
e
5
....
html?cityld=716>. Acesso em: 11 age. 2015.

Os climas da Terra 205


Clima frio de montanha: típico das cadeias montanhosas mais elevadas do
,
planeta, como o Himalaia (Asia), os Andes (América do Sul) e os Alpes (Europa).
De maneira geral, esse clima apresenta temperaturas baixas ao longo do ano, o
que se explica pelo ar rarefeito que impede a propagação do calor em grandes
altitudes, como já estudamos na página 187. As precipitações são regulares (aci-
ma de 1 000 mm anuais) e ocorrem na forma de chuvas nas regiões mais baixas
e quase sempre na forma de neve nas altitudes elevadas. Isso explica a existência
\
Erdenet (Mongólia) das geleiras que cobrem permanentemente o topo
das montanhas mais altas. As características tér-
P(mm) T (ºC)
400 ~~~-~~~-~~-~~~-~~~ 20
micas e pluviométricas desse clima, porém, podem
variar bastante de um lugar para outro, de acordo
com a altitude e a localização das montanhas em
relação às zonas latitudinais e a maior ou menor
proximidade com os oceanos. Observe o climogra-
ma de Erdenet.

.. ,l
,....,. • • .!:
e

jan fev mar abr maio jun


--.......-......._._ -20
jul ago sei out nov dez
=·-~-~--- -• ~-!-:·'~--_,., -..e
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S
.. ~
V
( ..;
Meses
Fonte: WORLD Meteorological Organization (WMO}. Disponível em:
<http://worlclweather.wmo.int/en/city.html?cityld:1149>. Acesso em: 11 ago. 2015.

Clima polar: ocorre nas latitudes elevadas das regiões polares do Ártico (no ex-
tremo norte) e da Antártica (no extremo sul). Caracteriza-se pelo frio intenso com
temperaturas extremamente baixas durante boa parte do ano, nunca ultrapassando
10 °C, mesmo no verão, como podemos observar nos climogramas abaixo. O frio
bastante intenso, por sua vez, reduz drasticamente a evaporação, o que limita a
ocorrência de precipitações (menos de 200 mm anuais), que, em geral, ocorrem
na forma de neve e se concentram no verão.

Antártida \ Tiksi (Rússia) \


'C
~
o
a!
i! P(mm) T (ºC) P (mm) T (ºC)
o
!: 400 -10 400 ~~~-~~~-~~-~~~-~~~ 10

320

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I -40

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jan fev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez o -40

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jan fev mar abr maio jun
Meses
jul ago sei out nov dez

Fonte: ATLAS national geographic: a


Terra e o Universo. São Paulo: Abril,
= - • V'>;
Fonte: WORLD Meteorological Organization
(WMO). Disponível em: <http://worldweather.
2008. p. 27. V. 12. wmo.int/en/city.html?cityld:1040>.
Acesso em: 11 ago. 2015.

206
Contexto geográfico Ponto de vist~

Interferências no clima
Duas novas expressões - gerenciamento do clima e geoengenharia - estão apare- O desenvolvimento da
energia nuclear, para
cendo com mais frequência nos debates internacionais sobre a ciência e a política das fins pacíficos ou para a
mudanças climáticas. Uma das razões é o fracasso nas tentativas de implementação de fabricação de
poderosos armamentos,
políticas efetivas de redução de emissões de gases estufa. O que há de novo é que não pode ser aproveitado
é mais utópico pensar em intervir no clima regional ou mundial para evitar a contínua como exemplo para
ilustrar o lado positivo e
elevação da temperatura média global, as secas ou inundações intensas que se tornam o lado negativo que o
mais frequentes à medida que as alterações climáticas se intensificam. Já pode ser desenvolvimento
tecnológico pode nos
viável usar aviões, balões ou canhões para espalhar partículas de aerossóis na estra- oferecer.
tosfera ou aumentar a nebulosidade do planeta semeando nuvens. Essas intervenções
poderiam refletir parte da radiação solar de volta para o espaço e resfriar o planeta
como forma de reduzir os efeitos das crescentes concentrações de gases do efeito es- r.o~·~~~·~;;;~·~·~~······i
tufa como o dióxido de carbono (CO). . o texto, os riscos
.
[...] A geoengenharia ou engenharia climática, como é chamada a intervenção delibe- de grandes
rada e de ampla escala no clima, oferece outras possibilidades. As mais simples incluem intervenções no
clima do planeta
o aumento da refletividade das superfícies das construções e o reflorestamento em larga
pela engenharia
escala, já que as plantas absorvem muito C02 enquanto crescem. Possibilidades mais
climática podem
refinadas consistem no espalhamento de íons de ferro no oceano para aumentar a fertili- superar os seus
dade de algas marinhas, que sequestrariam C02 e o levariam para o fundo dos oceanos. benefícios?
[...] Os adeptos da geoengenharia - um grupo que inclui a indústria de combustí- Justifique sua
resposta e utilize
veis fósseis e alguns cientistas que acham que o problema climático é tão urgente
argumentos
que requer intervenções drásticas - argumentam que existe a possibilidade de redu- sobre os efeitos
zir a temperatura do planeta de propósito, não como panaceia, mas como medida positivos e
paliativa, enquanto outras medidas mais demoradas são colocadas em prática. negativos que os
Riscos - Alan Robock, pesquisador da Universidade Rutgers, Estados Unidos, tem avanços
tecnológicos
alertado que os riscos podem superar os benefícios, mesmo que a geoengenharia funcio-
, podem oferecer. ....-
ne como esperado. Segundo ele, mudanças propositais no clima global poderiam ameni- .........................................

zar a pressão social pela adoção de medidas de redução da emissão de gases do efeito
Abaixo, avião emitindo
estufa, além de descontrolar o clima ainda mais - um dos efeitos previstos é a redução óxido de cálcio para
, ,
das chuvas anuais - as monções - sobre a Asia e a Africa, ameaçando a produção de formar chuva na
alimentos para centenas de milhões de pessoas. Tailândia, em 2015.
O intuito é amenizar a
1...1 seca que remonta a 1987
FIORAVANTI, Carlos. Os donos da chuva. Revista Fapesp online, São Paulo. 20 ago. 2011 . Disponível em: <http:// e assola algumas
revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/201 1/08/036-037-186.pdf>. Acesso em: 30 set. 2015. províncias do país.

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Os climas da Terra 207


/ os climas do Brasil
Grande parte do território brasileiro se situa nas baixas latitudes das reg1oes
tropicais. Devido a essa posição geográfica, no nosso país predominam climas
quentes, que se diferenciam principalmente pelo maior ou menor volume de chu-
vas. Somente o extremo sul está na faixa de transição para a zona temperada e
apresenta temperaturas mais baixas em relação ao restante do país, sobretudo
durante o inverno.
Além da latitude, as características climáticas do território brasileiro são influen-
ciadas diretamente pela ação das massas de ar que atuam no país. Os mapas a
seguir mostram a ação dessas massas de ar nos meses de verão e de inverno.

Massas de ar: Verão ' Massas de ar: Inverno



4• , N

Equador
RR AP
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IJ'
RR AP

,
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•Etioador

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PA MA CE RN

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AC TO AC TO sudeste
SE Alisios de
nordeste
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8A 8A

DF OCIANO
MG ATLÁNTICO GO

UCLANtJ ES
PACIFICO RJ
,!; Tr6/IIC!! dB CaDficóm1q_ --- fl'Ól)ÍC!) de Capnct)(IIIO
PR
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~
RS
OCEANO
IHLANTJCO
~ Massas de ar atuantes Massas de ar atuantes
~ no verão no inverno 575km
;;;
2 50'0
575 km Pa
- Ec - EquatOIÍ<II continental - Ec . Equatorial continental
- Ea - Equatorial atlântica - Ea -Equatorial atlântica
- Te - Tropical continental - Ta - Tropical atlântica
- Ta -Tropical atlântica - Pa - Polar atlântica

Fonte dos mapas: GIRAROI, Gisele: ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 25. 1 atlas. Escalas variam.

--t•• Massa equatorial continental (mEc): quente, úmida e instável; provoca chuvas
constantes na região Amazónica, principalmente entre o verão e o outono; no verão,
carrega umidade para quase todo o país, ocasionando chuvas em outras regiões; no
inverno, sua ação se restringe à parte ocidental da Amazónia, sua região de origem.

-111•• Massa equatorial atl ântica (mEa): quente e úmida; atua, sobretudo, no litoral das regiões
Norte e Nordeste, provocando chuvas, mas perde umidade ao avançar para o interior.

--t•• Massa tropical continental (mTc): quente e seca; tem origem na depressão do Chaco
paraguaio e argentino, atuando em partes do centro -sul do nosso país, com maior
intensidade no verão; quando mais intensa, essa massa de ar forma um bloqueio
atmosférico que impede, por vários dias, o avanço das frentes frias na época do inverno.

-111•• Massa tropical atlântica (mTa): quente e úmida; traz muita umidade oceânica e chuvas
significativas em quase toda a faixa litorânea {do Nordeste ao Sul do país), avançando
também para o interior do território.

-at•• Massa polar atlântica (mPa): fria e úmida; atua principalmente nos meses de inverno,
quando atinge a região Sul na forma de frentes frias, causando chuvas e quedas acentuadas
das temperaturas; quando mais intensas, chegam a provocar queda de neve nas áreas
serranas e mais frias da região.

208
Uma das c lassificações c limáticas Brasil: climas "
mais utilizadas atualmente reconhece
a existência de cinco tipos de climas
no Brasil: equatorial, tropical típico,
tropical úmido, semiárido e subtropi- ..
cal. Essa classificação, baseada na
metodologia proposta pelo geógrafo
estadunidense Ar thur Strãhler, leva em
consideração a dinâmica e as caracte-
rísticas das massas de ar que atuam
no território brasileiro. Observe o
mapa, verifique a área de atuação de
cada um desses climas e conheça as
OCEANO
suas principais características. ATLA NTICO

- .. - - -- --
- Clima equatorial
~~:::::::::>-;,r - Clima tropi:al ~ico
1 a Clima tropi:al úmido
• Clima semiárido
Fonte: ATLAS geográfico escolar. OCEANO\ - Clima subtropical
6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. PACIFI CO J 480km
p. 99. 1 atlas. Escalas variam.

Clima equatorial úmido: controlado principalmente pela Macapá (AP) \


massa de ar equatorial continental (quente e úmida). 'C

P(mm) T ('C) :.•


Apresenta temperaturas elevadas o ano todo, com mé- 500 -.-..--.---,--,-..--,---,--,-..--,---,--,-,- 50 ~
•g
dias térmicas em torno de 24 °C e 26 °C. As chuvas são •
~

abundantes, com médias pluviométricas que passam de 400 - -1--1- 40


3 000 mm anuais nas regiões mais chuvosas, índice que
diminui um pouco nas áreas que apresentam uma curta 300 30
estação seca. Observe o climograma de Macapá.

100 ,o

o Jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez
o
Fonte: Climatempo. Disponível em: <www.
climatempo.com.br/climatologia/39/ Meses
macapa-ap>. Acesso em: 29 jun. 2015.

Clima tropical típico: controlado pelas massas de ar Goiânia (GO) \


tropical continental e tropical atlântica. Também recebe \. 'C
~
a influência da massa equatorial continental no verão e, P(mm) rrCJ o
11
às vezes, das massas polares mais intensas que chegam 400 ~ - - - - - - - - - - - - - - ~ 40 ~
o

~

durante o inverno. Apresenta duas estações bem defini-


das: uma mais chuvosa (de outubro a abril) e outra mais 30

seca (de maio a setembro). As temperaturas são eleva-


das com médias térmicas em torno de 26 °C. Os índices
pluviométricos atingem cerca de 2 000 mm anuais, nas
áreas mais secas, e 3 000 mm anuais, nas mais chuvo- 100 ,o
sas. Veja o climograma de Goiânia.

Fonte: Climatempo. Disponível em:


<www.climatempo.eom.br/climatologia/88/
goiania-go>. Acesso em: 29 jun. 2015.
l o jan fev mar abr maio Jun ]ui ago set ou! nov dez
Meses
O

Os climas da Terra 209


Salvador (BA) ' Clima tropical úmido: controlado principalmente
\_ pela ação das massas de ar equatorial marítima e tro-
pical marítima. Os ventos úmidos que essas massas
~o~---------------~~
P (mm} T (°C)
trazem do oceano tornam o clima chuvoso, com índi-
ces pluviométricos elevados, em torno de 2 000 mm
anuais. As temperaturas também se mantêm elevadas
praticamente o ano inteiro, com médias térmicas em
torno de 25 °C e 28 °C. Observe o climograma de Sal-
vador.
100 10

o o
jan fev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez Fonte: C limatempo. Disponível em: <www.climatempo.eom.br/
Meses climatologia/56/salvador-ba>. Acesso em: 29 jun. 2015.

Petrolina (PE) ' \ Clima tropical semiárido: ocorre no sertão nordesti-


no, região marcada por temperaturas elevadas (médias
P (mm) T ('C)
~o- ---------------~ 40
térmicas em torno de 27 ºC) e chuvas escassas e mal
distribuídas ao longo do ano, como visto no climograma de
300 30 Petrolina. Os baixos índices pluviométricos, cerca de 750 mm
anuais, decorrem da dinâmica das massas de ar que a-
200 -l--+--+---1--1---1---f.-+--+--+-l----l---+--I- 20 tuam sobre a região. As poucas chuvas, que se concen-
tram entre os meses de dezembro e abril, são provocadas
-+--l---+--+-l--+--l--l-1- 10 pela entrada da massa equatorial que vem da Amazônia
e chega ao sertão já com pouca umidade. No inverno, a
o o influência maior fica por conta das massas tropical atlân-
jan fev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez
Meses
tica e equatorial atlântica, que, após provocarem chuvas
orográficas nas áreas litorâneas, também chegam bas-
Fonte: Climatempo. Disponível em: <www.climatempo.eom.br/
cfimatologia/258/petrolina-pe>. Acesso em: 29 jun. 2015. tante secas à região.

Bagé (RS) Clima subtropical: predomina em todo o extremo sul


\ do país, região influenciada pela ação das massas pola-
P (mm} T ('C) res que chegam principalmente durante o inverno. Apre-
~o -,--,---,---,,-,---,---.--,---,--,--,--,--,---.- 40 senta temperatura média de 14 °C a 22 °C com grande
amplitude térmica, fato que caracteriza nitidamente cada
uma das estações do ano: verões quentes, primaveras e
outonos amenos, e invernos frios, com ocorrência de
geadas frequentes e até mesmo de neve em certas áreas.
As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano, com
100 10 pluviosidade anual de 1 250 mm a 2 000 mm. Observe o
climograma de Bagé.
o o
i! jan tev mar abr maio jun jul ago sei out nov dez
i Meses
"s --------l
Fonte: Cfimatempo. Disponível em: <www.cfimatempo.com.
=~ - - - - - - - bt/climatologia/349/bage-rs>. Acesso em: 29 iun. 2015.

Chuva orográfica:
também chamada chuva de As estações meteorológicas do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) fornecem
relevo, ocorre quando uma dados sobre temperatura e pluviosidade de localidades espalhadas por todas as regiões
massa de ar úmida encontra
uma elevação do terreno
do país. Veja alguns desses dados:
(serra. montanha). Ao ser • São Joaquim (SC), temperatura média anual de 18,9 ºC;
conduzida para altitudes mais • Apodi (RN), temperatura média anual de 34,1 ºC;
elevadas, a umidade contida
no ar se condensa, formando • Taracuá (AM). pluviosidade média anual de 3 637,6 mm;
nuvens que provocam chuvas • Petrolândia (PE), pluviosidade média anual de 428,1 mm.
sobre o relevo.

210
Ilhas de calor e microclima urbano
O microclima é a menor unidade de análise do clima, no, estudado há muitos anos, é observado, principal-
situado na baixa camada atmosférica, bem próxima ao mente, nas grandes cidades, onde as taxas de
solo e observado em pequena escala, tanto espacial urbanização são elevadas, como em São Paulo, Belo
quanto temporal. Pode-se observar microclimas em am- Horizonte, Rio de Janeiro, Londres (Inglaterra), Nova
bientes fechados, como em uma sala de aula, ou em áreas York (Estados Unidos), entre outras. Diferenças sensí-
de algumas dezenas de metros quadrados, como ruas ou veis de temperatura, que variam de 3 ºC a 10 ºC, são
bairros de uma cidade. medidas entre áreas centrais de concentração urbana
As ilhas de calor são fenômenos atmosféricos que e sua periferia ou imediações rurais. Veja o esquema
vêm interferindo no microclima urbano. Esse fenôme- abaixo.

Por causa da concentração das edificações, a radiação solar é absorvida pelo material das construções
e liberada por ele em forma de energia calorífera, que varia de acordo com as propriedades térmicas e
com o albedo (ver página 179) desse material, aquecendo o ar atmosférico. As edificações, além de
irrad iar ondas de calor, reduzem a circulação dos ventos, agindo como barreiras, o que dificulta as trocas
atmosféricas e permite a acumulação de poluentes no centro urbano.
Além disso, a incidência da radiação solar é alterada pela presença desses poluentes em suspensão na
atmosfera. Eles contribuem com o aumento da temperatura do ar e com a condensação do vapor de
água, provocando o aumento da precipitação, principalmente no verão, podendo desencadear as
chamadas tempestades urbanas, muitas vezes acompanhadas de granizo, raios e ventos fortes.

absorção
e
retenção
ZONA RURAL de calor
CIDADE
menor maior
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1

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:, das plantas e
.,•
e
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evaporação
3 da água do
solo

Ilustração produzida com base


em: PIVETTA, Marcos. Ilha de
calor na Amazônia. Revista
Fapesp online. São Paulo. out.
2012. Disponível em: <htlp://
revistapesquisa.fapesp.br/wp-
content/uploads/2012/10/078-081 _
ilhascalor_200.pdf>. Acesso em:
in filtração de água 30 set. 2015.

Nas áreas urbanas com vegetação preservada ou nas áreas rurais, onde há maior arborização e menor
impermeabilização do solo, assim como menos poluentes na atmosfera, as temperaturas são mais baixas.
A evapotranspiração das plantas e o albedo mais elevado mantêm as temperaturas amenas.
É, principalmente, ao anoitecer que se percebem os efeitos da ilha de calor urbana, uma vez que a energia
se acumula nas superfícies e vai sendo liberada lentamente para a atmosfera após o pôr do sol.

Os climas da Terra / 211


Contexto geográfico Estudo de cas~

São Paulo: da garoa à tempestade


A terra da garoa virou a megalópole da tempestade. Em cerca de 80 anos, a quan-
tidade de chuva anual que cai na Região Metropolitana de São Paulo, onde um em
cada 10 brasileiros vive numa área equivalente a quase 1% do território nacional,
aumentou 425 milímetros (mm), metade do que chove em boa parte do semiárido
brasileiro. Saltou de uma média anual de quase 1200 mm na década de 1930 para
algo em torno dos 1 600 nos anos 2 000. Fazendo uma soma linear, é como se todo ano
tivesse chovido 5,5 mm a mais do que nos 12 meses anteriores (veja gráfico na pró-
xima página). A pluviosidade não apenas se intensificou como alterou seu padrão de
ocorrência. Não está simplesmente chovendo um pouco mais a cada dia, um efeito
que seria pouco perceptível na prática e incapaz de ocasionar alagamentos constan-
tes na região. A quantidade de dias com chuva forte ou moderada cresceu, provocan-
do inclusive tempestades no inverno, época normalmente seca. Em contrapartida, o
número de dias com chuva fraca, menor do que 5 mm, diminuiu.
1. ]
De forma geral, dois fatores principais podem estar relacionados com a alteração
no regime de chuvas na região metropolitana: as mudanças climáticas globais, um
fenômeno de grande escala, e o efeito ilha de calor, de caráter localizado e típico das
megacidades. Os dois atuam em conjunto. Um potencializa os efeitos do outro e, em
geral, é difícil traçar uma linha divisória entre ambos. [. .. ]
A temperatura superficial do oceano Atlântico no litoral paulista aumentou cerca
de um grau entre os anos de 1950 e 2010. Passou de 21,5°C para 22,5°C. Pode parecer
pouco, mas uma das consequências desse aquecimento é aumentar a taxa de evapo-
ração da água do oceano, combustível que torna a brisa marinha ainda mais carre-
gada de umidade. Esse processo tem repercussões sobre o clima acima da serra do
Mar, no planalto onde fica a região metropolitana.
Por que boa parte das chuvas
Expansão da área urbana de São Paulo e região metropolitana na Grande São Paulo ocorre en-
.!!! / " \ A

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' - tre o meio e o final da tarde, de-
pois das 15 ou 16 horas? Essa é
a hora em que a brisa marinha,
quente e úmida, vinda da Bai-
xada Santista, termina de subir
a serra e atinge a megalópole
~ (figura na página seguinte). [...]
1
A estrutura interna das cida-
São•Pauto • des, com muitos prédios altos,
altera a direção dos ventos e
pode até provocar a ascensão
da brisa marinha em certos
pontos da região metropolitana
e favorecer localmente a forma-
ção de nuvens de chuvas. A po-
luição urbana. sobretudo os
aerossóis, pode tanto favorecer
como inibir a ocorrência de
10 km tempestades sobre as cidades,
Fonte: EMPRESA Paulistana de Planejamento Metropoitano (EMPLASA). Disponível em: dependendo de sua quantidade.
<www.emplasa.sp.gov.br/emplasa/RMSP/rmsp.pdl>. Acesso em: 10 ago. 2015.

212
1...l
Mitigar o efeito ilha de calor pode ser uma forma de reduzir os episódios de chuvas
extremas nos centros urbanos. [...] A medida mais eficaz seria aumentar a cobertura
~ õ-~--~~·;;d~--~;~··;· r
vegetal da cidade. Segundo as simulações, se 25% da área da região metropolitana fos- texto, a alteração !
se tomada por árvores, a temperatura média poderia ser reduzida entre 1,5 ºC e 2,5 °C.
no regime de !
chuvas na região !
Um clima mais ameno reduziria o efeito ilha de calor e talvez não atraísse tanta chuva metropolitana de !
para a região. Hoje as áreas verdes não representam nem 10% da Grande São Paulo. São Paulo pode !
Por tabela, se houvesse mais parques e menos áreas impermeabilizadas na maior estar relacionada i'
metrópole brasileira, o efeito mais perverso das tempestades também seria minimi- a dois fatores: !'
um de ordem
zado: as chuvas intensas produziriam menos enchentes e alagamentos. [. ..] '
global e outro de ''
PIVETTA. Marcos. Oa garoa à tempestade. Pesquisa Fapesp on-line. caráter ''
''
São Paulo, maio 2012. Oisponivel em: <http://revistapesquisaJapesp.br/
Brisa marinha e chuva em São Paulo wp-content/uploads/2012/05/Pesquisa_195-18.pdf?7d0101>.
localizado. ''
''
Acesso em: 30 set. 2015. Quais são, '
respectivamente, ''
esses fatores? ''
''
'
b) Segundo o texto, ''
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qual seria a
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Evolução do total anual de chuvas na Região Metropolitana de São Paulo


Precipitação (mm)
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------ População
(milhões de habilllntes)
2200

2000
20

1800

15
1600

1400
10

1200

5
1000

1930 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010


Anos

Fonte: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Disponível em: <www.ia9.usp.br/pos/meteorologia/portugues/biblio/


changes-extreme-daily-rainfall-s%C3%A3o-paulo-brazil>. Acesso em: 8 mar. 2016.

Os climas da Terra 213


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Atividades ..•••••• •..
•• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :
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Anote as respostas no caderno.

1. Observe novamente o mapa na página 4. Que característ icas influenciam a ocor-


202, que mostra a distribuição dos climas rência de climas quentes na maior parte
na superfície terrestre. Escolha um desses do território brasileiro?
climas e descreva as áreas onde ele atua.
5. Observe novamente os mapas na página
2. Dê exemplos de fatores climáticos (locais) 208, que mostram a at uação das mas-
e influências da dinâm ica atmosférica sas de ar sobre o território brasileiro.
global, nos seguintes tipos de c lima: Identifique e descreva as massas de ar
a) clima polar; que atuam sobre o estado em que você
b) clima temperado (continental e oceâ- mora durante o verão e também duran-
nico); te o inverno. Como essas massas de ar
c) clima frio de montanha. interferem nas condições do tempo me-
teorológico e do clima ao longo do ano?
3. Dê exemplos de tipos climáticos em que
ocorre: 6. Qual tipo climático atua no lugar onde
a) acentuada amplitude térmica ao longo você vive? Há diferenças entre as carac-
do ano; terísticas desse clima descritas nest a
b) baixa amplitude térmica ao longo do unidade e as que você observa d iaria-
ano· mente? A que você atribui isso?
'
c) acentuada amplitude térmica diária.

7. Analise os climogramas.

Mzuzu (Malauí, África) \ Atenas (Grécia, Europa)


P(mm) T('C) P(mm) T (°C)
:J00 ~--,,-~~~~~~~~~~~ 30 400 -,-,---,---,--,--.--,---,,-y--,--,---,--.--,- 40

250 ~ ---<f--l---!-+--+---!--+--l--l----+---+-+25

200

150 15

100 10

50 5

o jan fev mar abr maio )trl l" og,, set oot nov dez
o jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez
Meses Meses

Fonte: WORLO Meteorological Organization (WMO). Disponivel Fonle: WORLD Meteorological Organization (WMO).
em: <http://worldweather.wmo.int/en/city.html?cityld =262>. Disponível em: <http://worldweather.wmo.inVen/city.
Acesso em: 11 ago. 2015. html?cilyld=177>. Acesso em: 11 ago. 2015.

a) Quais são os meses mais quentes e os mais chuvosos em cada um dos c limas
representados nos gráficos? O período mais chuvoso de cada clima é também
o mais quente?
b) Qual dos climas apresenta maior amplitude térmica entre o mês com média mais
quente e o mês com média mais fria?
c) Que influências cada um desses tipos de clima pode exercer nas paisagens dos lu-
gares onde atua? Descreva algumas delas no caderno.
Veja sugestão de atividade complementar (construção e análise de climograma) nas Orientações para
o professor. Essa atividade explora as habilidades de elaboração, análise e interpretação de gráficos,
214 favorecendo a possibilidade de um trabalho interdisciplinar com os conteúdos da área de Matemática.
8. Leia atentamente o texto a seguir.

Desafios das cidades frente às mudanças climáticas globais


Segundo as estimativas do Fundo de Popu- O estilo de vida urbano é um dos principais
lação das Nações Unidas (UNFPA, 2007), em motores da mudança climática. A fragmenta-
2008 atingimos uma marca simbolicamente ção da paisagem, o uso intensivo de energia, a
expressiva do ponto de vista da população pressão sobre os ecossistemas, a expansão ur-
mundial. A partir dessa data, o mundo passou bana e do consumo são fatores que colocam as
a ser predominantemente urbano. Até 2030, o cidades no topo da lista de preocupações
número de pessoas vivendo em áreas urbanas quando se pensa em políticas de mitigação
deverá atingir o total de 5 bilhões de habitan- para os efeitos das mudanças no clima. [...]
tes, e a maior parte destes estará vivendo em Mudanças nos padrões de precipitação,
cidades de países em desenvolvimento. eventos de extremos climáticos mais frequen-
No caso brasileiro, tal qual grande parte da tes, ondas de calor ou agravamento nos perío-
América Latina, este processo de transição ur- dos de estiagem prolongada hão de trazer
bana ocorreu com particularidades importan- danos sérios à população mais vulnerável [. ..].
tes, pois se deu posteriormente aos países INSTITUTO Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Desafios das cidades
desenvolvidos, mas muito antes dos demais paí- frente às mudanças climáticas globais. Vulnerabilidade das megacidades
brasileiras âs mudanças climáticas. Disponível em: <http://megacidades.
ses em desenvolvimento. De fato, os dados do ccst.inpe.br/sao_paulo/home/desafios.php>. Acesso em: 30 set. 2015.

Censo Demográfico 2010 confirmam a tendên-


cia da urbanização precoce brasileira, com •
84,4% da população vivendo em áreas urbanas.
1...l
••
As mudanças climáticas entram nesse con-
texto como um elemento adicional de preocupa-

ção, sobretudo nas grandes cidades brasileiras.
Considerando os modos de vida, valores e práti- •

cas sociais, serão nas cidades onde os efeitos
dessas mudanças serão mais sentidos, principal-
mente pelo fato de que o acúmulo de problemas
e os conflitos ambientais ainda estão por ser su-
perados. Ao mesmo tempo, as cidades serão as
arenas das principais discussões, mudanças so-
ciais e superação dos desafios colocados pelos
novos cenários climáticos [...].

Em algumas cidades já se observam práticas voltadas para a


melhor ia do meio ambiente urbano. Exempl o disso são os
telhados verdes ou ecotelhados, construídos com a finalidade
de ampliar as áreas verdes, contribuir com a qualidade do ar,
reduzir o efeito das ilhas de calor urbano e melhorar a
sensação térmica reduzindo a temperatura nas construções.
Ao lado, prédios com telhados verdes em Mônaco, em 2014. ,.

Agora, com os colegas de sala, realize um debate tendo como orientação as seguintes
questões:
a) Que relação o texto estabelece entre o crescimento da população urbana e as alte-
rações climáticas?
b) Como o texto descreve o estilo de vida urbano? Você concorda com essa posição?
De acordo com sua resposta, acrescente ou critique essa colocação, dando exemplos.
e) A quais situações de vulnerabilidades e ri scos as populações podem estar expostas?
Existem medidas que surtam efeitos a médio e longo prazos e que possam prevenir
essas situações? Dê exemplos.
d) Registre as conclusões do debate na forma de um texto argumentativo, que exponha
a opinião de vocês .

Os climas da Terra I 215


•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

Geografia, ciência e cultura ~ Literatura de cordel

Descrições de paisagens e dos elementos que as compõem fazem parte de inúme-


Comente com os alunos
que a literatura de ras histórias narradas por diferentes textos literários. O relevo, a vegetação e o clima,
cord el tem raízes na por exemplo, são constantemente mencionados quando se procura caracterizar o ce-
tradição oral, ou seja,
na fala das pessoas e nário de um enredo.
não no texto escrito. O
cordel brasileiro tem A literatura de cordel, arte literária popular que está entre as mais importantes ex-
origem, sobretudo, na
Espanha e em Portugal. pressões culturais da região Nordeste do nosso país, é um exemplo de texto que
Essa arte literária descreve as paisagens e outros aspectos dessa região. Em muitas obras de cordel, o
chegou ao Brasil trazida
p ela cultura dos clima semiárido e suas repercussões nas paisagens e na vida dos nordestinos ocu-
colonizadores europeus. pam papel de destaque. As temperaturas elevadas e as chuvas escassas do Sertão
Ao abordar o tema
sobre a expressão são mencionadas em muitos poemas produzidos por cordelistas.
literária regional,
d estacada nesta página Antônio Gonçalves da Silva (1909-2002), conhecido como Patativa do Assaré, é um
com o exemplo da grande poeta brasileiro que, por meio do cordel, levou para todo o Brasil um pouco
literatura de cordel,
aproveite a op ortunidade das características do meio e da vida no Nordeste. Veja, a seguir, um dos poemas
oferecida pelo texto
para estabelecer um escritos por ele.
diálogo com a disciplina de Língua Portuguesa. O texto apresentado pode servir de inspiração para os alunos elaborarem
suas próprias produções literárias, tendo como tema central os aspectos geográficos do lugar onde vivem .

Sertão
Sertão, arguém te cantô E corre água em brobutão Conhecendo a hora certa
Eu sempre tenho cantado A mata com seu verdume Pelo canto do nambu
E ainda cantando tõ E as fulô com seu perfume (. ..) Sertão, minha terra amada
Pruquê, meu torrão amado Se enfeita de vaga-lume De bom e sadio crima
Munto te prezo, te quero Nas noite de iscuridão. Que me deu de mão beijada
E vejo qui os teus mistéro Um mundo cheio de rima
Ninguém sabe decifrá (. ..) Meu sertão das vaquejadas O teu só é tão ardente
A tua beleza é tanta Das festas de apartação Que treme a vista da gente
Que o poeta canta, canta Das alegres luaradas Nas parede de rebõco
E inda fica o qui cantá (...) Das debulhas de feijão Mas tem milagre e virtude
[ .) Das danças de São Gonçalo Que dá corage, saúde
(...) Depois que o podê celeste Das corridas de cavalo E alegria aos teus cabôco
Manda chuva no Nordeste Das caçadas de tatu 1...]
De verde a terra se veste Onde o caboclo desperta ASSAR~. Patativa do. Digo e não peço segredo.
São Paulo: Escrituras Editora. 2001. p. 21 ·24.
A Geografia no cinema ~ Na natureza selvagem
Buscando aventuras, Christopher McCandless, um jo- • Título: Na natureza
selvagem
vem aventureiro, parte para uma viagem por várias regiões
Diret or: Sean Penn
dos Estados Unidos. Porém, depois de conhecer vários At ores pr incipais:
lugares, o jovem decide enfrentar o maior de todos os Emile Hirsch, Mareia
seus desafios: viajar para o Alasca e enfrentar os rigores Gay Harden, William
Hurt, Catherine Keener,
do c lima polar. Vince Vaughn, Hal
Holbrook
Ano: 2008
Duração: 148 minutos
I
~
~~;gem: Estados
dos

9 Para assisti

• MAR de fogo. Direção: Joe Johnston. Walt Disney, 2004.


O filme retrata uma emocionante corrida de cavalos em meio ao deserto da Arábia,
conhecido como Mar de Fogo. Nesta aventura, o campeão de corridas de cavalos
Frank Hopkins enfrentará os obstáculos impostos pelo clima desértico.
• VIDAS secas. Direção: Nelson Pereira dos Santos. Manchete, 1963.
Uma adaptação do grande c lássico da literatura brasileira, escrito por Graciliano
Ramos. O fi lme retrata a saga de uma família que migra de uma região para outra do
Nordeste, fugindo da seca do sertão em busca de melhores condições de vida.

e Paral

• ANDRA DE, Joaquim Correia de; PORTELA, Fernando. Secas no Nordeste. São Paulo:
Ática, 1996.
,
• CALVINO, ltalo. Marcovaldo ou as est ações na cidade. Tradução Nilson Moulin. São
Paulo: Companhia das Letras, 1994.
• CONTI, José Bueno. Clima e meio a mbiente. 7. ed. São Paulo: Atual, 2011 .
• FLANNERY, Tim. Os senhores do clima. Tradução Jorge Calife. 2. ed. São Paulo: Re-
cord, 2008.
• MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções bá-
sicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Tex tos, 2007.
• MONTEIRO, Carlos Augusto Figueiredo; MENDONÇA, Francisco. O clima urbano. São
Paulo: Contexto, 2003.

e Para navegar

• MARINHA do Brasil (MAR). Disponível em: <http://tub.im/tp7m7f>. Acesso em: 15


set. 2015.
• REDE Clima. Disponível em: <http://tub.im/u8sfiq>. Acesso em: 15 set. 2015.
• DEPARTAMENTO de Ciências Atmosféricas do Instituto de Astronomia, Geofísica e
Ciências Atmosféricas da USP (DCA - IAG). Disponível em: <http://tub.im/rot8fr>. Acesso
em: 15 set. 2015.

Os climas da Terra 217


...
...........
..
Questões do Enem e Vestibular
_.:: " 1
.................................................................................... .Anote as respostas no caderno •

1. (UFSM-RS) A insolação é parâmetro básico para 3. (UFMS-MS) Caracteriza-se pelo pequeno índice
a configuração dos grandes conjuntos climá· de pluviosidade, abaixo de 250 mm anuais, e
ticos, observando-se que, no Brasil, predomi· pela sua irregularidade. Apresenta as maiores
nam climas quentes . Como consequência das amplitudes térmicas diárias, em geral superio-
características climáticas, é correto afirmar: o. res a 40 ºC, não possui médias mensais abai-
a) O território brasileiro caracteriza-se por uma xo de OºC. Seus rios são temporários. Essa
homogeneidade b io lógica nos domínios descrição se refere ao domínio climático: e.
florestais. a) dos desertos frios glaciais.
b) A instabilidade climática do Quaternário con- b) do Mediterrâneo.
tribuiu tanto para a pequena d iversidade e) dos desertos quentes.
biológica quanto para o baixo grau de ende- d) das altas montanhas.
mismo das formações florestais brasileiras.
e) das altas montanhas equatoriais.
e) Nos planaltos e chapadas da Bacia do Pa-
raná, as condições do c lima subtropical, 4. (UFMG-MG) Considerando-se a tropicalidade dos
principalmente a elevada amplitude térmica climas - e suas consequentes repercussões na
anual, funcionam como fatores estimulan- vida humana - em vastas extensões do territó-
t es; por isso, a biodiversidade é maior rio brasileiro, é INCORRETO afirmar que: s.
nesses locais do que nas florestas tropicais a) a alternância típica das estações chuvosa e
e equatoriais. seca - verão e inverno - ainda influencia o
d) Nos planaltos e depressões do Brasil cen- calendário agrícola de amplas regiões, mes-
t ral, o domínio dos cerrados apresenta mo daquelas em que já se utiliza a irrigação.
solos com baixa fertilidade, com acidez e b) a redução da intensidade da radiação solar
com alta concentração de ferro e alumínio, e da duração do dia no inverno, embora
condições agravadas pela característica do pouco significativa, torna o sol alternativa
clima tropical. energética inviável nessa estação do ano.
e) A homogeneidade fisionômica da cobertura e) a umidade relativa do ar apresenta variação
vegetal no domínio da caatinga ocorre de- estacionai semelhante à das chuvas, com ex-
vido à adaptação das p lant as a fatores pressiva redução durante os dias de inverno,
climáticos e pedológicos locais, fazendo o que implica efeitos sobre a saúde humana.
desse domínio uma região ecologicamente d) as diferenças de temperatura entre verão e
pouco vulnerável. inverno, embora reduzidas, aumentam com
a latitude, sem que o frio se torne fator limi-
2. (UEL-PR) Sobre o clima mundial, é correto afir·
tante para a agricultura em muitas regiões.
mar que: o.
a) O globo foi dividido em quatro grandes zonas: S. (FATEC-SP) Considere o texto a seguir para
tropical, temperada, supertropical e glacial. responder à questão.
b) As correntes marítimas e as massas de ar A Região Sudeste do Brasil entrou em 2008
interferem pouco na Circulação Genérica mantendo as características observadas no
da Atmosfera. fim de 2007: sol e calor em excesso, nuvens e
e) Os tipos climáticos existentes restringem -se chuva de menos. Para as festas de Ano-Novo
a: equatorial, tropical, subtropical e polar. e para quem tirou férias da escola ou t rabalho,
d) A movimentação de algumas massas de ar, o tempo foi perfeito.
no Oceano At lântico Norte, pode gerar Fonte: www.inferativo.climatempo.com.br

furacões. De acordo com os conhecimentos sobre o


e) A movimentação de algumas massas de ar, clima na região Sudeste do Brasil, assinale a
no Oceano Atlântico Sul, pode gerar fura- alternativa que interpreta corretamente as in-
cões como o Andrew. formações apresentadas. e.

218
a) As características destacadas no texto são e) Apresenta elevada evaporação e, devido à
típicas do clima Mediterrâneo, predominan- influência da massa equatorial continental,
te na região Sudeste, com muitos dias do é quente e úmido.
ano com poucas nuvens no céu. d) Apresenta estações do ano bem definidas
b) Nessa região, as características climáticas e temperaturas amenas, com verão chuvo-
são típicas do clima Tropical, com verões so e inverno seco.
quentes e secos e invernos frios e chuvosos.
8. (UFPI-PI) A dinâmica atmosférica sobre o espaço
e) Os ventos alísios, que sopram de leste para
brasileiro está representada no esboço gráfi co
oeste no verão, impedem a formação de chu-
a seguir, tendo as letras A, B e C como símbo-
vas nas áreas litorâneas da região Sudeste.
los indicativos das posições e trajetórias das
d) Observam-se alterações c limáticas, pois o principais massas de ar que atuam no Brasil. D.
clima Tropical predom inante em toda a
região Sudeste apresenta um período chu-
voso, de dezembro a março.
+
e) As férias de verão coincidem, justamente, ·~"
V

com o período mais seco na região Sudes-


te, fenômeno denominado veranico, típico
..=
~
,,
"'
do clima Subtropical.
6 . (PUC-RS) As massas de ar que atuam sobre o B
território brasileiro são um dos principais fato-
res determinantes do c lima em nosso país. B.
920km
Sobre esse fenômeno, é correto afirmar que a
Massa de Ar: Essas massas são denominadas, respectiva-
a) Polar provoca chuvas durante o verão no mente:
interior do Brasil, caracterizando o clima a) polar atlântica, polar pacífica e equatorial
Tropical. continental.
b) Polar, nos meses de inverno no Hemisfério b) t ropical atlântica, equatorial continental e
Sul, pode at uar na Amazônia, baixando as tropical cont inental.
temperaturas e provocando o fenômeno e) equatorial continental, polar atlântica e polar
conhecido como fri agem. ártica.
e) Equatorial Continental provoca chuvas no d) equatorial continental, tropical atlântica e
sul do Brasil, ocasionando o EI Nino. polar atlântica.
d) Tropical Marítima provoca geadas no Para- e) polar atlântica, tropical atlântica e polar
ná durante o inverno. continental.
e) Equatorial Marítima forma-se sobre o ocea- 9. (UFRR-RR) Observe atentamente o mapa a seguir:
no Atlântico e avança até o interior do E.
Brasil, provocando chuvas nos meses de
setembro e outubro na cidade de Brasília. '
7. (UNIFEI-MG) O município de ltajubá, em Minas 1
Gerais, situa-se numa região de Clima Tropical
de Altitude. É correto afirmar que esse tipo
climático: o.
a) Apresenta baixos índices pluviométricos asso-
li
ciados à falta de uma vegetação mais densa.
b) Possui chuvas regulares durante o ano todo
e temperat uras amenas, sob influência da
800km
massa polar atlântica.

Os climas da Terra 219


Com base no mapa da página anterior, assi- Analisando os climogramas I e 11, é correto
nale a opção que indica corretamente a clas- afirmar que representam, respectivamente, os
sificação de climas {que leva em consideração climas:
as massas de ar) de cada região numerada: a) tropical e polar.
a) 1- Tropical; li - Equatorial úmido; Ili - Sub- b) equatorial e desértico.
tropical úmido; IV - Tropical semiárido; e) temperado continental e mediterrâneo.
V - Litorâneo úmido. d) frio de montanha e temperado oceânico.
b) 1- Equatorial úmido; li - Tropical semiárido; e) subpolar e subtropical.
Ili - Tropical; IV - Subtropical úmido; V -
Litorâneo úmido. 11. (UFLA-MG) Em termos mundiais, considera-se
e) 1 - Tropical úmido; li - Tropical seco; Ili - a existência de 4 grandes grupos climáticos.
Tropical semiárido; IV - Tropical litorâneo; Com base nessa informação , relac ione
V - Subtropical frio. a 2ª coluna (Tipo climático) de acordo com a
d) 1- Tropical; li - Equatorial úmido; Ili - Tropi- 1ª {Grupo climático) e, em seguida, assinale
cal seco; IV - Tropical litorâneo; V - Sub- a alternativa CORRETA. B.
tropical frio.
Grupo climático Tipo climático
e) 1 - Equatorial úmido; li - Tropical; Ili - Tro -
pical semiárido; IV - Litorâne o úmido; 1. Climas quentes • Mediterrâneo e
V - Subtropical úmido. e úmidos subtropical

10. {PUC-RS) INSTRUÇÃO: Responder à questão 2. Climas quentes Equatorial, tropical


com base nas informações a seguir, referentes e secos -
e monçoes
aos diferentes tipos de clima. A. 3. Climas • De montanhas
temperados e polar
Climograma 1 \ 4. Climas frios • Desértico e semiárido
P (mm) T (ºC)
360 - , - - - - - - - - - - - - - - - , a) 1 - 2 - 3 - 4 e) 4 - 1 - 2 - 3
320 - + - - - - - - - - -
280 - 1 - - - - - - - - -
b) 3 - 1 - 4 - 2 d) 2 - 3 - 1 - 4
240 - + - - - - - - - -
200 - 1 - - - - - - - - 12. (UFG-GO) Observe os mapas a seguir. E.
160 - + - - - - - - -
\
120- 1 - - - - - - Atuação das massas de ar ,
no Brasil: inverno e verão
80 - --t- 40
- : ~ c t : 30
40 · 20
- + - 10 VERÃO INVERNO
O_.,_"-'=,._.,L ~IL.J..O
jan lev mar abr maio jun jul agO sei oul nov dez
Meses r

Climograma li \

P (mm) T (•C)
40 ~ - - - - - - - - - - - - ~ 20
-- -- --
mPa
!.
1 110 km
1170 km

o o
TUBEUS, A. : NASCIMENTO, F. L do. Meteorologia descritiva:
fundamentos e aplicações brasileiras. São Paulo: Nobel, 1980. [Adaptado].

o
·o
~
A dinâmica das massas de ar é um dos fatores
!!
t que explica a caracterização climática de uma
e
L.::~:___ _ _ _ _ _ __l _30
i5 área. A leitura e a interpretação dos mapas
ti
jan lev mar abr maio jun jul ago sei oot nov dez
!'S indicam que o clima do território goiano é in-
Meses
-----------------= fluenciado pela atuação da massa:

220
a) Equatorial continental durante o ano todo. continental com características de ar quente
b) Tropical atlântica no verão e Polar atlântica e geralmente úmido.
durante o inverno. Ili. O clima subtropical é influenciado pela massa
e ) Equatorial continental no verão e Equatorial polar atlântica, que determina temperatura
atlântica no inverno. média em torno de 18 ºC e chuvas bem d istri -
d) Tropical atlântica durante o ano todo. buídas anualmente.
e) Equatorial continental no verão e Tropical IV. O clima tropical caracteriza-se por elevadas
atlânt ica no inverno. temperaturas méd ias e chuvas irregu lares
e mal distribuídas durante o ano, com esta-
13. (EsPCEx-SP) Sobre domínios naturais e clima,
ções mal definidas.
leia as afirmativas abaixo: e.
a) 1, li e IV.
1. A vegetação mediterrânea apresenta espécies
xerófilas e se adapta ao clima caracterizado b) 11, Ili e IV.
por verões quentes e secos, sendo típica do e) 1, li e Ili.
norte da Europa e da África; d) lelll.
li. A tundra é uma vegetação típica das áreas e) lell.
polares, onde as temperaturas podem chegar
15. (UNIFESP-SP) Durante o inverno, pode ocorrer
a - 35 ºC. A reprodução rápida se limita aos
a chamada friagem, por meio da ação da: E.
meses da primavera e do verão;
a) Massa Tropical Atlântica, que diminu i as
Ili. As florestas equatoriais possuem vegetação
chuvas no Rio Grande do Sul.
perene e latifoliada adaptada ao clima de ele-
b) Massa Equatorial Atlântica, que abaixa as
vadas temperaturas e umidade e com pouca
amplitude térmica anual; temperaturas em São Paulo.
e) Massa Equatorial Continental, que aumenta
IV. A vegetação desértica, caracterizada pela gran-
a temperatura no Ceará.
de quantidade de herbáceas e de arbustos,
como nas savanas, é adaptada ao clima de- d) Massa Tropical Continental, que incremen-
sértico, que possui baixa amplitude térmica ta as chuvas em Brasília.
diária. e) Massa Polar Atlântica, que reduz a tempe-
Assinale a alternativa que apresenta todas as ratura no Amazonas.
afirmativas corretas.
16. (UEG-GO) A respeito dos grandes tipos c limá-
a) 1 e li. ticos do Brasil e suas características, é corre-
b) l e lll. to afirmar: s.
e) li e Ili. a) Equatorial: caracterizado por baixas tempe-
d) li e IV. raturas e chuvas abundantes o ano todo,
ocorrendo no Norte do país.
e) Ili e IV.
b) Subtropical: registra as maiores quedas de
14. (ULBRA-RS) Sobre o estudo dos c limas do temperat ura no inverno e apresenta verões
Brasil e suas características e ocorrências, quentes, proporcionando as maiores am-
quais afirmações são corretas? e. plitudes térmicas.
1. A ocorrência dos climas no território brasileiro e) Tropical: clima quente, com duas estações
está relacionada a variáveis como a fisionomia marcantes, sendo o inverno frio e chuvoso
geográfica, a extensão territorial, a altitude e e o verão quente e seco.
,
a dinâmica das correntes e as massas de ar. d) Tropical Umido: clima quente, apresent a
li. O clima equatorial ocorre na região amazônica chuvas menos frequentes no inverno, ocor-
e está sob a ação da massa de ar equatorial rendo em todo o litoral leste do Brasil.

Os climas da Terra 221


As grandes

QI
paisagens
"ti
Ili
"ti
·-e
::i
naturais da Terra


O planeta em que vivemos possui
uma imensa diversidade de paisagens
naturais. Cada uma delas é resultante de
uma complexa relação entre vários elemen-
tos, como localização geográfica (latitude e al-
titude), clima, tipo de solo etc. Essas paisagens
naturais abrigam biornas e múltiplos ecossiste-
mas, em que se destacam as formações vegetais.
As mais d iferentes formações vegetais têm
se mantido na dinâmica da biosfera terrestre,
ainda que passando por intensa interferência
humana, seja degradando, preservando ou re-
constituindo esses tão complexos e, ao mesmo
tempo, delicados sistemas.

@ De que maneira o ser humano tem interfe-


rido nas formações vegetais do Brasil e do
mundo?

@ Você sabe qual é a atual situação de conser-


vação das formações vegetais brasileiras?
( Natureza e biosfera
Nas unidades anteriores, estudamos separadamente cada uma das esferas que
constituem as bases físicas do nosso planeta:
• litosfera, que compreende a estru tura rochosa do planeta;
• hidrosfera, que reúne toda a água existente na Terra, seja na forma líquida
(rios, lagos, oceanos e mares), sólida (geleiras) ou gasosa (vapor de água);
• atmosfera, camada de gases que envolvem o nosso planeta e os sistemas
climáticos.
Todos os elementos naturais que compõem cada uma dessas esferas mantêm
ligações muito estreitas entre si, influenciando e sendo influenciados uns pelos ou-
tros. As águas oceânicas, por exemplo, interferem diretamente no comportamento
da atmosfera, influenciando o clima em todo o globo. Os fenômenos meteorológicos
(ventos, chuvas, nevascas etc.), por sua vez, agem continuamente sobre a superfície
da litosfera, esculpindo e criando novas
Esquema da biosfera HIDROSFERA formas de relevo.
Essas múltiplas e complexas interações
que ocorrem entre os elementos da litos-
fera, da hidrosfera e da atmosfera, aliadas
à energia solar, proporcionam as condi-
ções naturais necessárias para a existên-
cia da biosfera.
A biosfera, também chamada esfera da
vida (do grego, bios = vida + sphaira = es-
fera, porção), compreende a porção do
planeta que permite o desenvolvimento de
todos os seres vivos, de bactérias e fun-
gos microscópicos a plantas e animais,
incluindo o ser humano. As condições na-
turais que garantem o desenvolvimento de
todas essas formas de vida decorrem das
trocas de energia e matéria, que ocorrem
entre os elementos físicos, químicos e bio-
lógicos na interface litosfera-hidrosfera-at-
LITOSFERA • ATMOSFERA mosfera. Veja a figura ao lado.
Ilustração produzida com base em: .. G) Com a energia solar, a água e o gás carbônico contidos na atmosfera, as plantas são
SKINNER. 8rian J. et al. The b lue
planet: an introduction to E'arth . capazes de produzir seus alimentos, por meio do processo de fotossíntese. Ao se
system science. 2. ecl. New York:
John Wiley & Sons. 1999. p. 2.
. desenvolverem, as plantas (seres produtores) se tornam a base da cadeia alimentar
terrestre, fornecendo energia para o restante do sistema. Essa energia flui pela cadeia
.. alimentar à medida que os animais (seres consumidores) vão se alimentando uns dos
Fotosslntese:
processo físico- químico outros.
em que as células dos
seres clorof ilados utilizam @ Ao produzir seus alimentos por meio da fotossíntese, as plantas consomem gás carbô-
gás carbônico e água para : nico e liberam oxigênio para a atmosfera. Em sua respiração, os animais utilizam o
obter energia química
(gl icose) através da
· oxigênio produzido pelas plantas e devolvem gás carbônico à atmosfera. Assim, se
energia solar. liberando, ; estabelece uma intensa relação de interdependência entre os processos de fotossínte-
nesse processo. o oxigênio. se e respiração: enquanto as plantas absorvem o gás carbônico e liberam o oxigênio,
Quimicamente esse
processo é representado
j os animais consomem o oxigênio e devolvem o gás carbônico à atmosfera.
da seguinte maneira: · @ Bactérias, fungos e vermes (seres decompositores) transformam restos de animais

Luz
. e plantas mortos em nutrientes, que vão servir de alimentos para as plantas, fe -
chando, assim, o ciclo de interação e troca de matéria e energia entre os elementos
CO, + H20 • Glicose + 0 2
Clorofil a L do sistema.

224
Paisagens, ecossistemas e biamas
As intensas trocas de energia e matéria que os organismos vivos - componentes
bióticos - mantêm entre si, e a interação que esses seres mantêm com os compo-
nentes abióticos do ambiente em que vivem (solo, rochas, água, vento, energia
solar etc.). formam sistemas biológicos complexos denominados ecossistemas.
Como as relações entre componentes bióticos e abióticos ocorrem em diferen-
tes escalas espaciais, existem desde ecossistemas pequenos - como o de uma
árvore em meio à floresta, na qual a planta mantém relações com o solo e as
condições climáticas e ambientais locais, e também com as várias espécies de
animais (fungos, formigas, aranhas, pequenos répteis e roedores etc.) que abriga
em suas raízes, tronco, galhos e folhas - até ecossistemas gigantescos, como o
da própria floresta, onde essa mesma árvore está inserida.
Em uma escala global, toda a biosfera terrestre forma um único ecossistema,
composto pelo conjunto de todos os ecossistemas menores que existem em sua
superfície. Isso significa, portanto, que todos os ecossistemas terrestres estão
interligados entre si, e que, por isso, qualquer alteração que ocorra em um ecos-
sistema pode afetar, direta ou indiretamente, os demais ecossistemas ou até mes-
mo toda a biosfera. A poluição que é lançada em um rio, por exemplo, pode ser
levada por suas águas a outros cursos de água, afetando, consequentemente,
toda a bacia hidrográfica. Essa mesma poluição pode ainda chegar ao oceano e
comprometer de certa forma a própria biosfera.
Os grandes ecossistemas que existem na superfície terrestre formam o que os
especialistas denominam biornas, regiões de grande extensão geográfica que
apresentam grande homogeneidade em suas característ icas naturais (solo, c lima,
relevo, fauna etc.). A combinação entre esses elementos naturais dá origem a bio-
rnas com paisagens que se diferenciam quanto ao tipo e à fisionomia de sua ve-
getação (florestas, campos, pradarias, desertos etc.). O tipo de vegetação em
cada paisagem reflete, portanto, as características dos demais elementos naturais
(clima, relevo, solo etc.) existentes em cada região do globo. Veja o mapa abaixo.

Mundo: formações vegetais

Irº1Ji,fo_ d~ fâEc_er_ _ _ _ _
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OCCANO
PAÇIF/CO·,
Equador

OCCANO PACIFICO

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Cír.c:ulo Polar Aala.rüco __ _ _____ ~~ _ -~f.'.!1!q_ SLAfli\!:,ANTARTICO _ _ _ ____ _
2230 km Fonte: ATLAS
geográfico escolar.
6. ed. Rio de
• Tundra • Floresta temperada caducifólia • Estepe e pradaria Savana • Alta montanha Janeiro: IBGE, 2012.
• Floresta de coníferas • Vegetação mediterrânea - • eserto • Floresta tropical • Deserto gelado p. 61. 1 atlas
Escalas variam.

As grandes paisagens naturais da Terra 225


Florestas tropicais: são encontradas nas reg1oes
quentes e úmidas das baixas latitudes tropicais e ocu-
pam extensas áreas na América do Sul (Amazônia e
,
mata Atlântica) e Central, na Africa (floresta do Congo)
,
e no sudeste da Asia. Essas florestas abrigam a mais
rica biodiversidade do mundo, apresentando imensa
variedade de espécies animais (mamíferos, aves, inse-
tos, répteis, peixes etc.) e vegetais (árvores, samam-
baias, bromélias, trepadeiras, cipós etc.). Apresentam
vegetação exuberante e bastante densa, o que as tor-
na fechadas, com predomínio de espécies latifoliadas
(árvores e plantas de folhas largas e grandes). Essas
florestas t ambém se apresentam estratificadas verti-
calmente em camadas, com árvores e arbustos de
pequeno porte nos estratos mais baixos e outras que
chegam a atingir mais de 40 metros de altura nos
Floresta t ropical na Costa Rica, em 2015. estratos mais altos.

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Florestas temp eradas: típicas das zonas climá-


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da Asia e dos Estados Unidos.
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Fl oresta temperada no Quebec, Canadá, em 2013.

Florestas b oreais ou d e c o níferas: ocupam as


regiões frias e mais setentrionais do hemisfério
Norte (entre as latitudes de 45° N e 70° N), encon-
tradas no Alasca e no extremo nort e da Europa, do
Canadá e da Rússia, onde também são chamadas
Florest as de Taiga. Sua vegetação apresenta as-
pecto homogêneo, com reduzida diversidade de
w espécies e predomínio de coníferas, que também
J;
-
o dão nome a essas florest as. As coníferas são árvo-
res em forma de cone, como os pinheiros, espécies
que alcançam entre 90 e 100 metros de altura e
apresent am fo lhas finas e pontiagudas muito re-
sistent es ao int enso frio de inverno, quando per-
manecem cobertas de neve.

Floresta de Taiga no Canadá, em 2013.

226
Estepes e pradarias: formados basicamente por
vegetação herbácea (rasteira), com gramíneas e ca-
pins em abundância, arbustos isolados, e quase
sempre sem árvores. São formações também co-
nhecidas como campos, típicas das médias e altas
latitudes encontradas em áreas de clima temperado
e subtropical. Nas regiões onde o clima é mais frio e
mais seco, surgem os chamados campos de este-
pes, com vegetação mais baixa e esparsa. Em re-
giões onde os índices de precipitação são um pouco
mais elevados, temos os campos de pradarias, com
capins que podem chegar a dois metros de altura.
Por se desenvolverem em regiões de planícies, os
campos são excelentes pastagens naturais, muito
aproveitados para a criação de animais e também
para o desenvolvimento de lavouras. No Brasil, os Extensas pradarias nos Estados Unidos, em 2014.
campos são encontrados no extremo sul do país.

Savanas: formações típicas de regiões de clima


tropical, com uma estação bastante chuvosa e ou-
tra bem mais seca. As savanas são formações
complexas, compostas basicamente de gramíneas
e capins que recobrem o solo, além de árvores e
arbustos dispersos na paisagem. Muitas das espé-
cies arbustivas e arbóreas apresentam casca gros-
sa, tronco e galhos tortuosos. Abrigam uma fauna
variada, composta de herbívoros, mamíferos e aves.
No Brasil, as savanas recebem o nome de Cerrado,
biorna que domina grande parte da porção central
do país e que está seriamente ameaçado pelo avanço
da atividade agrícola e pecuária.

Savana localiza da na Tanzân ia, em 2014.

Altas montanhas: as grandes cadeias monta-


nhosas do globo se destacam pela existência de
diferentes tipos de vegetação conforme a maior
ou menor altitude. Nas partes mais baixas das
montanhas, a vegetação é semelhante à que exis-
te em seu entorno, como no caso de uma floresta
tropical, se a montanha estiver em uma região de
clima quente e chuvoso. À medida que a altitude
aumenta e a temperatura d iminui, aparecem su-
cessivamente a floresta temperada e a floresta de
coníferas (pinheiros). Conforme a altitude continua
aumentando, aparecem os chamados campos de
altitude, adaptados ao clima mais frio e mais
seco. Nas partes mais elevadas, o frio limita o de-
senvolvimento da vegetação e as geleiras cobrem
permanentemente o cume das montanhas.
Vegetação rala de alta montanha na Suíça, em 2015.

As grandes paisagens naturais da Terra 227


Tundras: se desenvolvem nas regiões domina-
das pelo clima polar, sobretudo no Alasca, e no
extremo norte do Canadá, da Europa e da Rússia.
Sua vegetação, formada por musgos, liquens, ca-
pins e outras plantas herbáceas, possui curto ci-
clo vegetativo e se desenvolve somente na curta
estação do verão polar, quando ocorre o degelo.
Nessa época, as plantas crescem e florescem ra-
pidamente, e lançam ao solo novas sementes,
que irão germinar apenas no verão seguinte.

Paisagem da tundra no
verão, no Alasca , em 2013.

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u
2~
Desertos: ocorrem em áreas marcadas por chu-
·"-•
~
vas muito escassas e umidade extremamente re -
2 duzida. Podem ser encontrados tanto em regiões de
2
~
~

~
climas áridos (desertos quentes) como nas zonas po-
"'E,.. lares (desertos gelados). Em geral, os desertos
~
~
~
quentes apresentam solos arenosos e pedregosos,
u
m com vegetação bastante reduzida, composta princi-
"• ~
~
~ palmente de plantas adaptadas à falta de água.
~
Temos, por exemplo, as cactáceas, que possuem
caules suculentos, raízes bem profundas que al-
cançam os lençóis subterrâneos e ausência de fo-
lhas para evitar a perda de água pela transpiração.
Os desertos gelados são ,
encontrados nas regiões
extremamente frias do Artico e da Antártica, áreas
que permanecem cobertas por extensas geleiras e
que apresentam fauna e flora adaptadas aos rigo-
res de tais condições climáticas.
Paisagem do deserto de Arizona, Estados Unidos, em 2014.

Veget ação mediterrânea: ocorre em reg1oes


de clima mediterrâneo, com verões quentes e se-
cos e invernos amenos (entre O ºC a 15 ºC) e chu-
vosos. Essas características climáticas favorecem a
formação de uma vegetação esparsa na paisagem,
tendo três estratos distintos: arbóreo, arbustivo e
herbáceo. As maiores ocorrências estão no sul da
Europa, onde grande parte da vegetação original
foi substituída por plantações de oliveira e videira,
e também no Norte da África.

Vegetação mediterrânea
na Franca, em 2014.
'

228
Contexto geográfico Ponto de vist~

Quão rara é a Terra?


Agora que temos a certeza de que existe um núme-
ro enorme de planetas com características físicas se-
melhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de
fato, a chance de abrigar formas de vida e, se tiverem,
que vida seria essa.
Antes, alguns números importantes. Os melhores
dados com relação à existência de outros planetas
vêm do satélite da NASA Kepler, que anda buscando
planetas como a Terra mapeando 100 mil estrelas na
nossa região cósmica. '
1...1
Como sabemos que o número de estrelas na nossa
galáxia é em torno de 200 bilhões, a estimativa da
missão Kepler implica que devem existir em torno de
10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes ...
às da Terra.
Nada mal, se supusermos que basta isso para que
exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e
depende das propriedades da vida e, em particular, da
história geológica do planeta.
Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproxima- ~-········. ·············· ......... ·1
.. a ) Procure, no ::
damente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres uni- texto, os .
celulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.
.
trechos que .
Apenas quando a atmosfera da Terra foi "oxigenada", e isso devido à "descoberta" mencionam a
da fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multice- contribuição e a
importância de
lulares surgiram. cada esfera da
Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmos- Terra na
férico sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba composição da
por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfí- vida em nosso
planeta.
cie seria inviável.
b) O que o autor do )
Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a texto quer dizer
Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa in- com "defendo
clinação de 23,5 graus. ainda a raridade
do nosso
Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da
planeta"? Você
Terra relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento concorda com a
caótico e a temperatura variaria de forma aleatória. opinião do
Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radia- autor?
i ..........................................-···
ção solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das
placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação * Marcelo Gleiser é
professor de Física e
de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o Astronomia do
nosso planeta especial. Dartmouth College, em
Hanover (Estados
Portanto, mesmo que existam outras "Terras" pela galáxia, defendo ainda a rarida- Unidos). Ê vencedor de
de do nosso planeta e da vida complexa que nele existe. dois prêmios Jabuti e
autor, mais
GLEISER, Marcelo·. Quão rara é a Terra? Folha de $.Paulo, São Paulo. 21 oul 2012. recentemente, de
Oisponivel em: <Www1.tolha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152- Criação imperfeita
quao-rara-e-a -terra.shtml> . Acesso em: 2 out. 2015. Folhapress.

As grandes paisagens naturais da Terra 229


Ação antrópica e degradação dos grandes biornas
A maior parte dos grandes biornas terrestres já se encontra alterada de alguma
forma pela interferência humana. Essa interferência, que tem se tornado cada vez
mais intensa, já reduziu drasticamente a área original ocupada por certas paisagens
naturais e também representa uma séria ameaça às áreas ainda preservadas. Mes-
mo preservados, também os lugares mais remotos e isolados do planeta, como as
regiões polares, os desertos, o interior das grandes florestas e as altas montanhas,
já receberam de alguma forma a interferência humana.
O planisfério a seguir mostra a extensão das paisagens já alteradas pela ação
humana. Compare-o com o mapa da página 225 e identifique as paisagens naturais
mais devastadas e as mais preservadas.

Mundo: áreas antropizadas \

OCEANO
• ATLÂNTICO
_T!_O/!.~O_d~ ~â,!IC_ei:_ ___ _ _ _
' OCEANO
PACT[ICO
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~ E at1or '
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'" OCEANO P,\Ctrrco ~
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tr6pjco de Capr,Corn/o ___________ _
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a
• t::
-~
Impacto das ~

atividades humanas
• Muito elevado
• Elevado OCEANO Cl.A.C AL ANTAl.:.1 ICO
. Médio
a Baixo
o• 2080km

Fonte: FERREIRA. Graça Maria lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna. 2013. p. 3 1. 1 atlas. Escalas variam.

As intensas alterações e transformações provocadas pelo ser humano nas


paisagens terrestres têm interferido diretamente na dinâmica natural da biosfera,
causando sérios danos ambientais nas mais d iversas partes do planeta.
A devastação de extensas áreas de florestas naturais pela urbanização cres-
cente ou para a formação de novas áreas de lavouras e pastagens, por exemplo,
provoca a redução desses ecossistemas, inclusive a perda irreparável de um
valioso patrimônio natural formado pela vida animal e vegetal (fauna e flora).
A substituição de florestas e de outras formações vegetais por lavouras e pas-
tagens, por sua vez, tem acelerado os processos erosivos dos solos que, sem a
proteção da vegetação nativa, ficam mais vulneráveis quando expostos à ação
das chuvas e demais intempéries at mosféricas. Em muitas regiões agricultáveis,
os solos e os lençóis freáticos também estão seriamente contaminados pelo uso
excessivo de produtos químicos (agrotóxicos, adubos, pesticidas etc.) lançados
em grande quantidade nas lavouras, para aumentar a sua produtividade.

230
A intensa exploração e degradação dos recursos hídricos, como estudamos na
unidade 6, também tem ocasionado sérios danos aos ecossistemas terrestres. A
poluição gerada pelo lançamento de esgotos domésticos e industriais diretamente
no curso dos rios e lagos, nos mares e oceanos, provoca a morte de muitas espé-
cies, afetando diretamente o equilíbrio biológico dos ambientes aquáticos.
A construção de grandes represas para a geração de energia e de canais de
água para a irrigação de extensos campos de cultivo também altera o curso e o
fluxo natural dos rios, causando impactos na dinâmica hídrica dos cursos de
água e comprometendo o equilíbrio dos
ecossistemas fluviais. A construção de
represas no leito dos rios, por exemplo,
o
impede que os peixes migrem para os
locais de desova na época da piracema,
o que compromete a reprodução e, con-
sequentemente, a sobrevivência de mui-
tas espécies.
A captação de água para fins de 1rn-
gação e abastecimento, por sua vez,
tende a diminuir o volume de água no
curso dos rios, com impactos diretos so-
bre o conjunto de todos os organismos
(fauna e flora) da cadeia alimentar aquá-
tica. Em certos casos, a exploração in-
tensa das águas provoca o rebaixamento
do nível de muitos rios, afetando o equi-
líbrio de bacias hidrográficas inteiras e
comprometendo seriamente as reservas
hídricas, a exemplo do que ocorreu no
mar de Aral, visto na unidade 7.
Os ecossistemas terrestres também
estão sendo afetados pela intensa polui-
ção atmosférica. A emissão de gases tó-
xicos, como o monóxido de carbono (CO),
o dióxido de carbono (COz) e o dióxido de
enxofre (S0 2), provenientes principalmen-
te da queima de combustíveis fósseis
(carvão e petróleo) e de florestas, reage
com a composição química da atmosfe-
ra, gerando uma série de problemas am-
bientais, tanto em escala local, formando
a chuva ácida, quanto em escala global,
como o efeito estufa, fenômeno que es-
tudaremos melhor no volume 3.

Nas imagens, vemos desmatamento da


Floresta Amazônica, em 2013 (foto A), rio
poluído e perda da vida aquática no Rio de
Janeiro, em 2015 (foto B), e poluição
atmosférica na Alemanha, em 2015 (foto C).

As grandes paisagens naturais da Terra 231


no alvo da preservação
Mico-leão-dourado,
nativo da Mata
Segundo a ONG Conservação Internacional,
o critério mais importante na determinação
dos hotspots é a existência de, no mínimo,
1 500 espécies de plantas endêmicas em um
determinado ecossistema que esteja com
mais de 75% de sua área original destruída.

"POntO QUente " é a tradução do


termo inglês hotspot. Podemos dizer que
Mata Atlântica: os hotspots da
,
biodiversidade são
Extensão original. 1233 875 km 2
Área restante: 8%
areas com alta concentração e
Plantas endêmicas: 8 000 espécies
diversidade de espécies.
Vertebrados endêmicos: 632 espécies

Conforme a classificação atual, existem 34 hotspots em nosso planeta. Veja


quais são e sua localização no mapa a seguir.

Fonte: CONSERVATION


r ---
Internacional do Brasil
(CI Brasil). Hotspots
revisitados. Oisponivel em:
<www.conservation.org/
globaVbrasiVpublicacoes/
Documents/
HotspotsRevisitados.pdf>.
Acesso em: 28 nov. 2015.
29
Equador
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33 12
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30 • 32 •
, Pootos de Hotspot
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1. Andes Tropicais 11. Província Florística do Cabo 22. Sunda (Indonésia. Malásia. Brunei} ,...
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-~·,
• • 1
2. Tumbes-Chocó-Magdalena (África do Sul) 23. Wallacea (Indonésia}
(Panamá, Colômbia, Equador, Peru) 12. Karoo das Plantas Suculentas 24. Filipinas
3. Mata Atlântica (África do Sul, Namíbia) 25. Regiões da Indo - Bir mânia
(Brasil, Argentina, Paraguai)
4. Cerrado (Brasil)
13. Madagascar e Ilhas do Oceano Índico
14. Montanhas do Arco Oriental
26. Himal aia
27. Região lrano-Anatólica \.
5. Florestas Valdívias (Chile) 15. Florestas de Afromontane 28. Montanhas da Ásia Central \
6. Mesoamérica (Costa Rica, Nicarágua, (África Oriental) 29. Japão
Honduras, El Salvador, Guatemala, 16. Maputaland-Pondoland-Albany 30. Sudoeste da Austrália
Belize, México) (África do Sul, Suazilândia, Moçambique} 31. Nova Cal edônia
7. Ilhas do Caribe 17. Chifre da África 32. Nova Zelândia
8. Província Florística da Califórnia (EUA) 18. Bacia do Mediterrâneo 33. Ilhas da Polinésia e Micronésia
9. Floresta de Pinho-Encino de Sierra 19. Cáucaso (incluindo o Hawaí)
Madre (México, EUA) 20. Ghats Ocidentais (Índia e Sri lanka} 34. Ilhas da Melanésia Or iental
10. Florestas da Guiné (África Ocidental) 21. Montanhas do Centro-Sul da China

232
Hotspots
mais ameaçados: o que restou

Mata Atlântica:
Montanhas do
~~~ Centro-Sul da China.

Filipinas;
Sunda.

Bacia do Mediterrâneo;
Nova Caledônia;
Regiões da Indo-Birmânia;
Chifre da África.

Baobá, espécie nativa


da ilha de Madagascar.
Espécies-bandeira
São espécies típicas de determinadas
regiões do planeta, como a onça-pinta-
da, no Cerrado e o baobá, em Madagas-
Madagascar e ll~as do
car. Essas espécies tornaram-se símbolos Oceano Indico:
Extensão original. 600 461 km 2
das campanhas de preservação dos Área restanle: 10%
ecossistemas em que vivem por repre - Plantas endémicas: 11600 espécies
sentarem sua vulnerabilidade e exerce- Vertebrados endêrn,cos: 1017 espécies
rem atratividade junto à população. Têm
papel importante na difusão da mensa-
gem conservacionista e no alerta sobre
a necessidade de proteger espécies me-
Montanhas do
nos conhecidas e seus hábitats.
Centro-Sul da China:
Extensao original 262446 km'
Área restante 8%
Planta, pndêrnica,: 3 500 espeoes
Onça-pintada, nativa Vertebrados endêmicos 84 espécies
das áreas de Cerrado.

Cerrado. Urso panda, nativo


Extensão original: das Montanhas do
2 031990 krn 2 Centro-Sul da China.
Área restante: 20%
/ os grandes domínios
naturais do Brasil
O Brasil se destaca como um dos países
Em nosso país já foram desco-
com maior biodiversidade, concentrando enor-
bertas e catalogadas cerca de:
me variedade de espécies animais e vegetais
• 713 espécies de mamíferos;
(veja os números no quadro ao lado}. Essa bio- • mais de 41 mil espécies de
diversidade tão rica se explica, em parte, pela plantas superiores;
variedade de paisagens naturais do nosso vas- • 100 mil espécies de inverte-
to território, cujas extensas áreas apresentam brados;
certa homogeneidade em suas características • 2 800 espécies de peixes de
fi siográficas, ou seja, nos tipos de clima e solo, água doce;
nas estruturas geológicas, nas formas de rele- • 1 826 espécies de aves.
vo, na rede hidrográfica etc. que, em cada con- BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Disponível em: <www.mma.gov.br/mma-em-
junto, dão origem a diferentes compartimentos numeros/biodiversidadefinkaqui>.
Acesso em: 17 ago. 2015. 1
ou tipos de vegetação.
Uma das classificações mais utilizadas para delimitar cada um desses grandes
compartimentos paisagísticos encontrados no território brasileiro foi proposta pelo
geógrafo Aziz Ab'Sáber. Levando em conta as formas do relevo e os tipos de cli-
ma, combinados com os aspectos fitogeográficos (tipos de vegetação), Ab'Sáber
delimitou a existência de seis grandes domínios morfoclimáticos (morfo, que se
refere às formas do relevo; climático, relativo ao clima). São eles: domínio Amazô-
nico, domínio do Cerrado, domínio da Caat inga, domínio dos Mares de Morros,
domínio das Araucárias e domínio das Pradarias.

Domínios morfoclimáticos brasileiros \ ' - - - - - - - - - - - - - Entre esses domínios, existem


!'? N as chamadas faixas de transição,
i
!il

!
ui
O
*L s
isto é, áreas que apresentam ca-
racterísticas naturais típicas de
Equador dois ou mais domínios morfoclimá-
OQ
ticos, como o Pantanal, por exem-
plo, que reúne trechos de florestas,
cerrados e campos naturais.

F,-,············................................................. !
: • Identifique no mapa os :
OC[ANO [ domínios naturais que ocorrem \
OCEANO
AT LÃNTTCO j no estado onde você mora. 1
PACÍFICO , Com base nos dados do ,
[ quadro acima podemos afirmar !
Domínios morfoclimâticos ' que o Brasil possui um grande 1
• Amazônico patrimônio ambiental? Isso :
• cerrado pode ser considerado uma
• Mares de Morros grande riqueza para o nosso
• caatinga país? Justifique sua resposta. ..•·
• Araucárias \, ......................... ' ..........................................
• Pradarias
• Faixa de transição 4201tm
50º0
Fonte: AB'SÁBER. Aziz. Os dominios de natureza no Brasil: potencialidades
paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. Anexo.

234
No entanto, grande parte da vegetação natural que recobria originalmente es-
ses domínios já foi bastante alterada pelo desordenado processo de ocupação do
nosso território, que ocorreu e ainda vem ocorrendo ao longo dos últimos séculos.
A seguir, vamos conhecer melhor as características de cada um desses domínios
morfoclimáticos e também as principais ameaças que têm sofrido.
Domínio Amazônico: destaca-se pela presença da floresta equatorial Amazôni-
ca, a maior do mundo, que também se estende para os países vizinhos. É uma
floresta bastante densa e heterogênea, com plantas de portes muito variados.
Suas características se devem ao clima equatorial: quente e úmido, com chuvas
abundantes o ano todo. A pluviosidade elevada abastece uma rede hidrográfica
riquíssima formada por rios extensos e volumosos, igarapés e lagos de várzea. O
relevo é formado principalmente por terras baixas, com predomínio de planícies e
depressões. Nas últimas décadas, esse domínio natural vem sendo desmatado
em ritmo acelerado devido ao avanço da ocupação na região, apoiada pela aber-
tura de novas fronteiras agrícolas (formação de lavouras e pastagens) e pelo avan-
Floresta Amazônica
ço da atividade madeireira, dos garimpas e das mineradoras. em Manaus,
Amazonas, em 2014.

-,

Domínio do Cerrado: segundo maior biorna do país em extensão, o Cerrado se


destaca pela vegetação composta de árvores e arbustos de pequeno e médio portes,
que podem aparecer dispersos na paisagem (campos cerrados) ou mais adensados -,

na forma de matas (cerradões), e grande quantidade de gramíneas e outras plantas


rasteiras que cobrem extensas áreas do solo. Suas árvores -ª,
apresentam troncos tortuosos, cascas grossas, galhos re- i$;
torcidos, folhas rígidas e raízes profundas, características ~
~
adaptadas ao clima tropical típico, marcado por duas esta- '!
ções: uma chuvosa (entre outubro e abril) e outra seca (en-
tre maio e setembro). As formas de relevo são variadas,
com predomínio de planaltos, chapadas, além de serras e
depressões. Ao longo das últimas décadas, o Cerrado
vem sendo devastado em ritmo acelerado, devido princi-
palmente ao avanço da pecuária bovina extensiva e à for-
mação de grandes lavouras monocultoras, sobretudo de
soja. O desmatamento já eliminou cerca de 50% da área
ocupada originalmente pelo Cerrado.
Paisagem de Cer rado em
Pirenópolis, Goiás, em 2015.

As grandes paisagens naturais da Terra / 235


li
-s
Domínio dos Mares de Morros: abrange as áreas do-
t
minadas pela presença de planaltos irregulares, com pre-
~

j domínio de serras e morros já bastante desgastados pela


.,~ erosão, apresentando formas arredondadas, daí sua deno-
.3 minação. Na porção litorânea, o clima é bastante chuvoso
devido aos ventos oceânicos que sopram carregados de
umidade. Mais para o interior, o clima apresenta uma es-
tação seca e outra chuvosa. Toda essa área era coberta,
originalmente, pela floresta tropical, também denominada
mata Atlântica, que cobria a faixa litorânea do país, do
Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Um dos bio-
rnas mais ricos em biodiversidade do país, com grande
número de espécies endêmicas, esse biorna é também o
mais devastado e mais ameaçado. Atualmente, restam
~
~ apenas cerca de 8% da área original de mata Atlântica,

Mares de Morros em Valença,


! em trechos remanescentes que ainda conservam impor-
Rio de Janeiro, em 2014. = tante patrimônio da nossa flora e fauna.
Espécies endêmicas: espécies de animais ou plantas cuja
1 distribuição geogr áfica está restrita a uma pequena área .
Domínio da Caatinga: região dominada pelo clima semiári-
do, o mais seco do país, marcado por chuvas escassas e
-
~ concentradas em poucos meses do ano e temperaturas cons-
tantemente elevadas (médias térmicas anuais entre 25 ºC e
29 ºC). Adaptada a essas condições climáticas, se desenvol-
ve uma vegetação de arbustos e árvores de pequeno porte,
além de variadas espécies de cactáceas. Devido aos baixos
índices pluviométricos (média de chuvas anual entre 268 mm
e 800 mm), a região apresenta uma rede hidrográfica incipien-
te, marcada pela presença de muitos rios temporários, que
secam completamente durante os meses de estiagens. No
relevo, se destacam depressões, em terrenos bastante anti-

- gos e intensamente erodidos, além de chapadas e planaltos.


Ocupada desde o período da colonização com a prática da
t pecuária extensiva, a vegetação da Caatinga já perdeu cerca
j de 46% de sua área original, sendo desmatada para a forma-
Caatinga no sertão da Paraíba,
:;; ção de lavouras, pastagens e extração da lenha.
em 2015.
-
~, Domínio das Araucárias: abrange as áreas dominadas pelo
~ clima subtropical, com verões quentes e invernos mais frios, e
.5
i chuvas regulares e bem distribuídas ao longo do ano. O relevo
.!I é formado principalmente por planaltos elevados, com altitu-
des médias que variam entre 800 e 1 300 metros. É o domínio
da mata das Araucárias (mata dos pinhais), vegetação aberta
e espaçada, formada pela araucária ou pinheiro-do-paraná,
árvore que chega a atingir 50 metros de altura, com galhos
que crescem no topo da copa em forma de taça. Em meio às
araucárias, também crescem outras espécies como ipês, im-
buias, cedros e erva-mate. A expansão das lavouras e a ex-

- ploração madeireira, destinada à fabricação de móveis e


construção civil, no entanto, devastaram quase totalmente as
matas de Araucárias. Atualmente, estão preservados apenas
~

~ cerca de 3% de sua área original, sobretudo nas encostas


Remanescentes de Mata de
v
? mais elevadas dos planaltos e das serras da regiao. -
Araucárias em São Joaquim, ,.;
Explique aos alunos que as plantas da Caat inga são adaptadas à
San ta Catarina, em 2015. escassez de água. Algumas espécies, p or exemplo, possuem raízes
p rofundas para captar água nas camadas mais úmidas do subsolo, próximo ao nível freático; outras acumulam água
em seus caules. Muit as espécies também perd em as folh as durante as secas, enquanto outras desenvolvem espinhos
236 (em vez de folhas) como forma d e reduzir a pe rda de água por tran spiração.
Domínio das Pradarias: também chamados campos naturais, ocorrem princi-
palmente no extremo sul do país como um prolongamento do biorna dos pampas,
que se estende pela Argentina e pelo Uruguai, nas áreas dominadas pelo clima
subtropical. Sua vegetação é composta basicamente de formações herbáceas
(gramíneas, capins e outras plantas rasteiras), que chegam a alcançar até 50 cen-
tímetros de altura. Nos vales fluviais mais úmidos ~
,
surgem as matas de galerias, que acompanham os ~
.E
cursos de água. O relevo apresenta topografia relati- ã
e
vamente suave, com o predomínio de colinas ondula- ~
~
das, denominadas coxilhas. Tradicionalmente utilizados
como pastagens naturais para a criação extensiva de - -
-- ;.T..

ovinos e bovinos, os campos também vêm sendo


ocupados e devastados pelas atividades agrícolas,
--
sobretudo pela expansão das lavouras de arroz, soja
e trigo. A int rodução dessas lavouras tem causado
problemas como a intensa degradação dos solos,
sobretudo pela ocorrência de processos erosivos.

Campos naturais em Jaquirana,


Rio Grande do Sul, em 2015.

Pantanal: faixa de transição que ocupa áreas do sudoeste do Mato Grosso e do E. Cavalcante

oeste do Mato Grosso do Sul, estendendo-se também pelos territórios da Bolívia e do


Paraguai, onde recebe o nome de chaco. Seu relevo plano, com altitudes que variam
entre 100 e 200 metros, forma uma imensa planície inundável, considerada o maior Explique aos alunos
complexo de terras úmidas do mundo. Apresenta clima tropical típico, com duas esta- que os campos naturais
também ocorrem na
ções distintas - uma seca e outra chuvosa. Na época das chuvas, entre novembro e forma de manchas
espalhadas em várias
abril, os rios que atravessam o Pantanal transbordam, inundando extensas áreas. A outras áreas do pais,
planície apresenta um mosaico de vegetação, com predomínio de formações herbá- como os campos
inundáveis na Amazônia
ceas (gramíneas campestres) nas áreas mais baixas e sujeitas às inundações; de matas (campos de várzea), e
os campos de altitude,
ciliares, que acompanham as margens dos rios; de florestas e cerrados nas partes mais que ocupam as porçôes
elevadas do relevo; e até mesmo de caatingas nas áreas mais secas. Ocupado tradicio- mais elevadas das
regiôes serranas do
nalmente pela criação extensiva de gado bovino, o domínio do Pantanal está ameaçado Sudeste (Serra da
pelo avanço da pecuária, pelas carvoarias que queimam a vegetação nativa para a fa- Mantiqueira) e do
Planalto das Guianas
bricação de carvão, e também pelo desenvolvimento de lavouras, principalmente de (campos de Roraima).
soja, cultivadas nos terrenos mais elevados. E. Cavatcante

~--------------------------------------
~
~
;; Area de Pantanal com
~ formação de baías no -
~u Mato Grosso, em 2010.
õ:
~
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'6
e
,:1
2
~
3

....,. -.:...· ~ .·
,.
/ Impactos nos grandes
domínios naturais do Brasil
Nas páginas anteriores, conhecemos as características dos grandes domínios
naturais do território brasileiro e também algumas das principais interferências que
levaram à devastação desses domínios e ainda hoje ameaçam a sua preservação.
Detentor de um dos maiores e mais importantes patrimônios ecológico-naturais da
Terra, historicamente o Brasil tem sido marcado pelo intenso processo de devasta-
ção de suas paisagens naturais. Basta lembrar que o início da ocupação portugue-
sa na América, ainda no século XVI, primeiro se apoiou na exploração predatória do
pau-brasil, árvore abundante nas florestas tropicais ao longo da costa atlântica bra-
sileira, mas que foi quase totalmente extinta em poucos séculos de exploração.
Desde aquela época, as paisagens naturais brasileiras vêm sofrendo intenso pro-
cesso de devastação decorrente, principalmente, do avanço da ocupação e do po-
voamento em direção ao interior do território, marcado pela exploração dos recursos
florestais, pelo surgimento e crescimento de cidades e pela expansão das áreas de
lavouras e pastagens para a criação de gado. Esse processo quase dizimou total-
mente a mata Atlântica e a mata de Araucárias, hoje restritas a pequenas áreas, e
continua avançando pelo interior do país, ameaçando extensas áreas do Cerrado e
da Floresta Amazônica, paisagens que até poucas décadas atrás ainda se encon-
travam bastante preservadas. Veja os mapas a seguir.

Brasil: vegetação natural \

,
Areas alteradas
(2010)

-. - --- - -
~./
- ---Trópicõ 'ili Capriêómiõ -

OCEA,'JO
ATLÂNTICO

4l5km
_.... - - ---- 50"0

!<
e
~

,._
• ___
kea devastada
kea com vegetação
.;_..;.....,
Fonte dos mapas: GIRARDI, Gisele: ROSA, Jussara Vaz.
Atlas g eográfico do estudante. São Paulo: FTO, 20 11.
p. 26. 1 atlas. Escalas variam.

1
V

"'
... 770km

238
• Perspectiva geográfico- espacial da questão
ambiental no Brasil
Ao observar os mapas anteriores, constatamos que a degradação ambiental em
nosso país é um problema que afeta indistintamente todos os nossos grandes do-
mínios naturais e suas respectivas paisagens, ainda que as causas e consequências
dessa degradação sejam muito distintas de uma região a outra do território. Por
isso, é necessário analisar a questão ambiental em nosso país como resultado dos
processos socioespaciais que marcaram a ocupação e a apropriação desse territó-
rio pela sociedade ao longo do tempo e as implicações daí decorrentes.

A industrialização, a urbanização e os problemas


ambientais urbanos
A partir das décadas de 1940 e 1950, por exemplo, teve início em nosso país um
intenso processo de industrialização, apoiado principalmente na instalação das indús-
trias de base (siderúrgicas e petroquímicas). Concentrado geograficamente no Sudes-
te, esse processo provocou grandes mudanças na organização do espaço brasileiro.
Com a instalação dessas e de muitas outras indústrias, as cidades passaram a
atrair um contingente cada vez maior de trabalhadores, levando a população urba-
na a crescer aceleradamente, sobretudo em decorrência da migração campo-ci-
dade. Em 1940, por exemplo, a população urbana do país somava algo em torno
de 12,8 milhões de pessoas, alcançando 52 milhões em 1970 e cerca de 11 O mi-
lhões no início da década de 1990. Ou seja, houve um aumento de quase 100
milhões de pessoas em apenas 50 anos.
Como resultado desse processo, as áreas que mais se industrializaram e se
urbanizaram também passaram a apresentar problemas ambientais típicos das
grandes aglomerações urbanas, que crescem sem planejamento urbano adequa-
do. Dentre esses problemas, estão a intensa poluição atmosférica causada pela
emissão de gases tóxicos lançados pelos escapamentos dos veículos e pelas
chaminés das fábricas, a poluição dos cursos de água pelo lançamento de esgo-
tos residenciais e industriais, a contaminação dos solos e das águas subterrâneas
pelo manejo inadequado do lixo urbano, a degradação dos espaços urbanos pela
ocupação desordenada das vertentes, várzeas e fundos de vale etc.

@ , ® 1,-
~ ~

'•E
e
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N

o
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~

,
.!!

~

Nas imagens ao lado


podemos observar
problemas ambientais
ocorridos no Brasil, como
poluição atmosférica na
Grande São Paulo, em
2011 (foto A) e poluição
de curso fluvia l por
esgoto em Ruy Barbosa,
Bahia, em 2014 (foto B).

As grandes paisagens naturais da Terra 239


A mecanização do campo e os problemas ambientais
A partir das décadas de 1960 e 1970, com a industrialização, houve também
Desertificação e
arenização são
uma mecanização no campo brasileiro com a introdução de máquinas, implemen-
processos distin- tos e insumos em muitas regiões agrícolas. o que transformou o nosso país em
tos. Considera-se um dos maiores exportadores mundiais de grãos. Mas isso também teve conse-
como d esertifi ca- quências ecológicas devastadoras.
ção o processo de O emprego de técnicas inadequadas de cultivo e o uso intensivo de máquinas
degradação das
pesadas, como tratores, arados mecânicos e colheitadeiras, por exemplo. causa-
terras, ocorrido
principalmente em
ram sérios problemas de degradação dos solos, sobretudo com a intensificação
áreas de climas dos processos erosivos. Em algumas regiões agrícolas, o agravamento desses pro-
semiáridos, decor- blemas está provocando inclusive processos de desertificação, o que já se verifica
rente da pressão em certas áreas da Caatinga nordestina, ou de arenização. como se observa nos
das atividades hu- domínios das pradarias no sudoeste do Rio Grande do Sul (veja quadro ao lado).
manas sobre os
Por sua vez. a aplicação indiscriminada de produtos químicos nas lavouras
recursos naturais.
(agrotóxicos, adubos, fertilizantes etc.) vem contaminando os solos e os manan-
O processo de
arenização, por ciais. comprometendo seriamente a qualidade dos recursos hídricos (rios, córre-
sua vez, consiste gos e lençóis subterrâneos) e o equilíbrio da fauna e flora desses ecossistemas.
na formação de
depósitos arenosos O avanço da fronteira agrícola e a degradação ambiental
superficiais que
dificultam a fixação A partir da década de 1970. o governo federal passou a incentivar a expansão
da cobertura vege- da fronteira agrícola e econômica em direção ao Centro-Oeste e à Amazônia, so-
tal devido à intensa bretudo por meio de grandes obras de infraestrutura (abertura de estradas, ferro-
ação das águas e vias, construção de usinas hidrelétricas) e de projetos agropecuários, apoiados
dos ventos, tam - tanto em pequenas propriedades como em grandes latifúndios. Com essa expansão.
bém provocado extensas áreas de cerrados e fl orestas passaram a ser largamente substituídas
pela degradação
por pastagens para a criação de gado bovino e por grandes lavouras monoculto-
I ambiental.
ras. como de soja e milho. Essa fronteira agrícola e econômica, que já devastou
grande parte dos cerrados brasileiros, continua avançando em direção aos esta-
dos da região Norte, causando a devastação progressiva da Floresta Amazônica
(veja mapa abaixo).

Amazônia: arco do desmatamento \


N

OCEANO o ~ L
ATLlNTICOTs
Equador
o•
$âQ Lt!ís

AM PA

BA Fonte: TH ÉAY. Hervê;


MELLO. Nelí
• Floresta Aparecida de. Atlas
a Cerrado ® ()llab6
do Brasil:

~
e
a Interferência humana GO
DF
MG
disparidades e
dinâmicas do

"•i OCEANO .
território. São Paulo:
Ed. USP. 2005. p. 70,
MS 330km 87. 1 atlas. Escalas
:;; rAC/f/CO 60" o variam.

240
1
Biopirataria: um problema ambiental no Brasil
A biopirataria, nome dado ao comércio ilegal, exploração, manipulação ou exportação
de animais e plantas silvestres, se tornou uma questão alarmante em nosso país, tanto
que é considerado um grave problema ambiental. O texto a seguir discute essa questão,
evidenciando o caso do tráfico de animais.
O país perde muitas divisas com o tráfico da fauna silvestre que, por ser urna
atividade ilegal, não gera empregos nem impostos. (... ) Além disso, são muitos os
riscos à saúde que o comprador pode submeter a si próprio e a sua familia, pois o
controle sanitário simplesmente não existe quando se trata do tráfico de animais.
São eles potenciais transmissores de doenças graves e até mesmo desconhecidas,
o que acarreta sérias consequências para a saúde pública no Brasil e para os paí-
ses que os adquirem ilegalmente.
Em termos econômicos, essa atividade clandestina é igualmente devastadora.
Primeiro, porque recruta pessoas carentes para trabalhar em uma atividade ilícita
como fonte alternativa de renda. Depois, é preciso lembrar a importância daqueles
animais que se a limentam de insetos e fazem o controle biológico de pragas que
prejudicam a lavoura. Além disso, a fauna também pode ser um grande atrativo
para o turismo ecológico.
Por fim, se 40% dos medicamentos do planeta são sintetizados ou produzidos a
partir de espécies naturais, incluindo a fauna, e somente o Brasil concentra 10% da
biodiversidade mundial, fica claro que a manutenção das florestas e das espécies
que nelas vivem não é apenas uma questão ética, mas estratégica também do
ponto de vista econômico.
[...1
FUNDAÇÃO SOS Mata Atlântica. União pela fauna da Mata Atlântica. São Caetano do Sul: Hawaii, 2005. p. 51.

Aves s ilvestres sendo vendidas ilegalmente em beira de lobo-guará sendo solto na Estação Ecológica Águas
estrada em Eunápolis, estado da Bahia, 2010. Emendadas Planaltina, Distrito Federal, ápos ter s ido
capturado para o tráfico, em 2011.

F ... . ........... . . ...................................... . . .............................. ......................................................................i


., a) Qual é o assunto principal do texto? .[
.
j b) Que nome é dado à exploração e ao comércio ilegal de espécies vegetais e .j
..,. animais? ..,.
...[ c) Explique a seguinte afirmação presente no texto: ...[
"[...) é preciso lembrar a importância daqueles animais que se alimentam de insetos .[
..:[ e fazem o controle biológico de pragas".
.
..
.
..,.
.[. Qual é a relação dessa informação com os ecossistemas? .[.
.l d) Que consequências negativas do tráfico de animais silvestres são descri tas pelo [.
: :
texto?
:......................................................................................................................................................................... ~..···••·

As grandes paisagens naturais da Terra 241


Contexto geográfico Estudo de cas~

Reservas da Biosfera: patrimônio natural- ecológico


Desde os primórdios de sua história, o ser humano busca na natureza recursos
necessários à sua sobrevivência. Graças ao aprimoramento e desenvolvimento de
instrumentos e ferramentas de trabalho, o ser humano foi ampliando sua capaci-
dade de intervir no meio natural e de explorar a natureza e seus recursos.
A exploração desses recursos, no entanto, tem ocorrido não apenas em ritmo
cada vez mais acelerado, mas também de maneira desordenada e insustentável,
com consequências ambientais extremamente danosas e prejudiciais. Tais conse-
quências vão de desequilíbrios ambientais no interior dos ecossistemas a pertur-
bações que colocam em risco a sobrevivência de muitas espécies e ameaçam a
biodiversidade do planeta. A cada dia, aumenta o número de espécies da fauna e
da flora extintas e de tantas outras que se encontram seriamente ameaçadas pelo
impacto das atividades humanas, muitas das quais ainda nem conhecidas ou es-
tudadas pela ciência.
Preocupada com a perda da biodiversidade terrestre e com a preservação do
Existem Reservas da patrimônio natural, a Organização das Nações Unidas para Cultura, Ciência e
Biosfera implantadas em
muitos pa!ses do mundo,
Educação - Unesco - , em conjunto com vários outros organismos internacionais,
inclusive no Brasil, que deu início na década de 1970 a um amplo programa de cooperação científica in-
tem cinco grandes ternacional denominado Programa o Homem e a Biosfera (The Man and the
reservas em seu
território: Amazônia Biosphere Programme - MaB).
Cen t ral, Cerrado, O objetivo central desse programa, voltado à conservação da biodiversidade,
Pantanal, Caatinga, Mata
Atlântica, incluindo o apoia-se principalmente na criação de uma rede mundial de áreas naturais prote-
Cinturâo Verde da cidade gidas: as chamadas Reservas da Biosfera. No presente, a prioridade dessas re-
de São Paulo. Abaixo, servas é criar mecanismos e oportunidades para que as populações que vivem no
paisagem da Reserva
Biológica da Serra do
seu interior ou nas suas imediações possam se relacionar de maneira mais equili-
Japi, parte do Cinturão brada com o meio natural e, assim, conciliar a relação sociedade-natureza de
Verde de São Paulo, em
modo que se apontem os rumos de um futuro sustentável no planeta.
Jundiaí, em 2014.

242
Explorando o tema ••
• •
Política ambiental
,-------------- ..................... .,,, ••

no Brasil
Ainda que o ritmo de devastação das paisagens naturais brasileiras tenha ocorri-
do de maneira intensa, gerando uma série de problemas ambientais, o Brasil possui
uma das legislações ambientais mais avançadas do mundo. Essa legislação, que
faz parte da Constituição Federal, estabelece o conjunto de direitos e deveres que
a sociedade (cidadãos, empresas e governos) tem em relação ao meio ambiente,
definindo normas para o uso e a exploração econômica dos recursos naturais.
Um grande avanço da legislação ambiental brasileira diz respeito ao estabeleci-
mento de mecanismos por meio dos quais todas as esferas do governo - federal,
estadual e municipal - possam criar novas Unidades de Conservação.
Essas unidades, demarcadas em áreas que apresentam características naturais
e ecológicas relevantes, são criadas pelo poder público com o objetivo de preser-
var a biodiversidade natural e reduzir ou mesmo evitar o impacto das atividades
humanas sobre ecossistemas ainda preservados. Conforme o tipo de manejo e
exploração definido para essas áreas, as Unidades de Conservação dividem -se
em dois grupos:
• Unidades de Proteção Integral: áreas de conservação que têm a finalidade
principal de preservar a natureza, com utilização restrita de seus recursos na-
turais. São exemplos: Parques Nacionais, Reservas Biológicas e Ecológicas e
Estações Ecológicas.
• Unidades de Uso Sustentável: áreas de conservação que conciliam a conser-
vação da natureza com o uso sustentável de parte dos recursos naturais,
mantendo sua biodiversidade e seus recursos renováveis. São exemplos: Flo-
restas Nacionais, Reservas Extrativistas, Áreas de Proteção Ambiental e Re-
servas Particulares do Patrimônio Natural (veja o mapa abaixo).

Principais Unidades de Conservação no Brasil


Veja sugestão de texto
sobre as unidades de
conservação ambiental
no Brasil nas
Orientações para o
professor.

..... O"


••
~ - J,.

• Florestas Nacionais
• Parques Nacklnais
• Reseivas Extrativistas
• Estações Ecológicas OCEANO
• ÁJeas de Proteção Ambiental AnÂNTICO
• Reseivas Biológicas
" ÁJeas de Relevante
interesse Ecológico
1,. Reseivas Ecológicas - - -1!$..~--t>ra-
- ~O
• Corredores Ecológicos

OCEANO
/>ACÍFICO
Fonte: GJRARDI, Gisele;
ROSA. Jussara Vaz.
Atlas geográfico do
estudante. São Paulo:
420 km
50'0
j Escalas
FTO. 2011. 1 atlas.
variam.

As grandes paisagens naturais da Terra I 243


.•.

Atividades ..•••••• •..
•• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • :
/: ~-1 •
('!:-
Anote as respostas no caderno.

-
D / Sistematizando o conhecimento

1. Ecossistema e biorna têm o mesmo sig- B. Copie o quadro a seguir no caderno e


nificado? Justifique sua resposta. complete-o com as informações que fal-
tam. Realize uma pesquisa, se necessário.
2. Com relação à cadeia alimentar, dê exem-
plos de elementos produtores, consumi-
Exemplo de
dores e decompositores.
uma reg1ao
Características
3. Qual é o papel da fotossín tese no com- Biorna . . . do mundo
pnnc1pa1s
com esse
plexo sistema de uma cadeia alimentar? biorna
4. Caracterize a interferência humana nos Áreas marcadas
por chuvas muito
grandes biornas terrestres. Dê exemplos
escassas e Gobi, na
das áreas intensamente devastadas e A
umidade China.
das áreas mais preservadas. extremamente
reduzida.
5. Quais são os domínios morfoclimáticos Estepes e
brasileiros definidos pelo geógrafo Aziz pradarias
B e
Ab'Sáber? Descreva as principais carac-
Vegetação
terísticas de um desses domínios. apresenta aspecto
Florestas
homogêneo, com
6. Qual é o objetivo central do programa da boreais ou D
reduzida
coníferas
Unesco denominado Programa o Ho- diversidade de
mem e a Biosfera (The Man and the espécies.
t
Biosphere Programme - MaB)? Indonésia,
Bornéu e
E F
7. Qual é o objetivo principal da criação das Papua Nova
áreas de Reservas da Biosfera? Guiné.

~
00 / Expandindo o conteúdo

9. Observe o gráfico Principais biornas da Terra \


e realize as ativi- ---------------
dades propostas.
400

- 300

-E
E

1
..,o 200
§'
Floresta
:ã- temperada
...Í!? Floresta
de espinho
100 Savana
Arbustos
Bosque
de espinho keaúmida
kea arbustiva

~
Fonte: ODUM. Eugene P.; BARRET.
Gary W. Fundamentos de Ecologia. 40 30 20 10 O - 10 - 20 <'
Tradução Pêgasus Sistemas e
Soluções. São Paulo: Cengage
Learning, 2008. p. 433.
Temperatura média (°C) i,.,
..;

244
a) O que representa a área do gráfico que cada biorna ocupa?
b) Relacione os biornas que ocorrem em uma faixa de maior variação da temperatura
média.
e) Com base em uma interpretação cuidadosa do gráfico, relacione a ocorrência de dois
biornas com as médias de temperatura e precipitação.

10. Leia os textos a seguir.

@ ( ..]
Historicamente, vários são os fatores responsáveis pela destruição desse biorna: a
chegada dos portugueses e a extração do pau-brasil. principal produto da exportação
da época e causa dos primeiros desmatamentos; depois vieram os ciclos da cana-de-
-açúcar e do café; a descoberta do ouro, assim, como outros ciclos econômicos que ti-
veram como característica a exploração predatória dos recursos n aturais e florestais.
1..]
FUNDAÇÃO SOS Mata Atlântica. União pela fauna da Mata Atlãntica.
São Caetano do Sul: Hawaii, 2005. p. 13.

@ [...] a maior planície alagável do mundo,


com seus mais de 200 mil km 2 (área quase
equivalente ao estado de Roraima), 70% deles localizados no Brasil e o restante dividi-
do entre Bolívia e o Paraguai Essa imensa região permanece inundada metade do ano,
em razão da dificuldade do escoamento da água das cheias dos rios por um relevo
muito pouco inclinado. Tamanha abundância de água cria um ambiente único no gran-
de leque de ecossistemas do território brasileiro: uma área com enorme variedade de
espécies vegetais e animais, ou seja, de alta biodiversidade. [.. ]
LEITE, Marcelo. Pantanal: mosaico das águas.
São Paulo: Âtica, 2006. p. 4.

© [.. ]
As feições do Biorna são muitas, a vegetação se adaptou a essas variedades [...) uma
das áreas mais importantes do mundo em relação à biodiversidade que abriga.
Na estação seca, os incêndios naturais alastram-se pela região, mas não alcançam
t odas as áreas. O problema é que o fogo também é usado pelo homem, para extirpar a
vegetação nativa, abrir campos e semear pastagens e culturas como a soja e o algodão
1. l
LEITE, Marcelo. Brasil: paisagens naturais.
São Paulo: Âtica. 2007. p. 55.

a) Identifique o biorna retratado em cada um dos textos e descreva os elementos que


você utilizou para chegar a essa conclusão.
b) Nos textos A e C, os autores chamam a atenção para os impactos das atividades
humanas nos referidos biornas. Reúna-se com mais um ou dois colegas da sala e
identifiquem os trechos que tratam desse assunto. Discutam a degradação do meio
ambiente provocada pela ação antrópica e escrevam suas conclusões no caderno,
concernentes às perspectivas fu turas desses biornas e à conservação desses ecos-
sistemas, assim como da fauna e da flora que abrigam.

As grandes paisagens naturais da Terra 245


•••

••

Ampliando seus conhecimentos .....
/ - ....................................................... •

Problemas ambientais em charges


Geografia, ciência e cultura
A ação humana vem cada vez mais alterando drasticamente extensas áreas dos
grandes biornas terrestres. Uma série de problemas ambientais decorrentes des-
A imagem abaixo destaca
a crítica humorística por sas alterações tem se tornado grave em diversos lugares do nosso planeta, como
meio da linguagem de o desmatamento e a poluição atmosférica.
cartum. Como esse
recurso permite ao leitor Nas últimas décadas, a preocupação crescente com a conservação do meio
um olhar apurado no
sentido do humor,
ambiente vem estimulando muitas pessoas a denunciarem e criticarem ações pre-
sugerimos que o datórias ao meio natural e, ao mesmo tempo, divulgarem movimentos em prol da
professor explore o papel
informativo e
conservação da natureza.
argumentativo dessa Uma das maneiras mais interessantes de manifestação em relação à questão
charge como forma de
estimular o conhecimento ambiental são as charges, publicadas em jornais, revistas e na internet. A charge
de mundo e a é um tipo de texto, algumas vezes verbal, outras vezes não verbal, que expressa
intertextualidade,
estabelecendo, assim, opiniões sobre diversos assuntos, sobretudo relacionadas a questões sociais, po-
um diálogo com a líticas e ambientais. Na maioria das vezes, as charges transmitem uma carga de
linguagem não verbal,
assunto abordado na humor e ironia.
disciplina de Língua
Portuguesa. Veja a charge a seguir, produzida pelo cartunista brasileiro Santiago.

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' 1
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-
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- ... -- - - - -t

SANTIAGO. A natureza se defende. Rio de Janeiro: Europa, 1992. p. 111.

246
Planeta Terra : a Terra como você nunca viu
A Geografia no cinema

Por meio de imagens espetaculares e grande riqueza de detalhes, esta


coleção de document ários aborda a natureza e a v ida selvagem existentes
no planeta Terra.
Temas como florestas, desertos e regiões polares são contemplados
nesta coleção formada por cinco DVDs.

e Para assisti

• O CINEASTA da selva. Direção: Aurélio Michiles. Brasil, 1997.


Documentário que conta a história de Silvino Santos, português que se es-
tabeleceu em Manaus no início do século XX e a partir de então produziu
vários documentários cinematográficos sobre a Floresta Amazônica. .. Título: Planet Eart h

• ANIMAIS unidos jamais serão vencidos. Direção: Reinhard Klooss e Holger


.. (Planet a Terr a): a
.. Terr a co mo você
Tappe, 2010. : nunca viu
O filme retrata os problemas enfrentados por um grupo de animais que se .:• Diretor: Au rélio
veem sem água em razão da construção de uma grande represa em meio à . Michiles
Ano: 2009
savana africana. ~ gem: Ingla t erra

• FURLAN , Sueli A.; NUCCI, João Carlos. A conservação das florestas tropicais. São
Paulo: Atual, 2004.
• NEIMAN, Zysman. Era verde? Ecossistemas brasileiros ameaçados. 21. ed. São
Paulo: Atual, 2002.
• YOUSSEF, Maria da Penha B. et ai. Atlas dos ambientes brasileiros. São Paulo:
Scipione, 2005.
• MYLLER JR.; G. Tyler. Ciência ambiental. Tradução AII Tasks. São Paulo: Cengage
Learning, 2008.
• SHIVA, Vandana. Biopirataria: a pilhagem da natureza e do conhecimento. Petrópo-
lis: Vozes, 2001 .

e Paranave

• CONSERVATION lnternational do Brasil (CI Brasil). Disponível em: <http://tub.im/


a6jjbd>. Acesso em: 16 set. 2015.
• INSTITUTO Socioambiental (ISA). Disponível em: <http://tub.im/u6iqgh>. Acesso
em: 16 set. 2015.
• WORLD Wildlife Fund (WWF). Disponível em: <http://tub.im/onq3m8>. Acesso em:
16 set. 2015.
• BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Disponível em: <http://tub.im/zk5ozi>.
Acesso em: 16 set. 2015.
• BIBLIOTECA Virtual do Amazonas. Disponível em: <http://tub.im/qn9b9f>. Acesso
em: 16 set. 2015.

As grandes paisagens naturais da Terra 247


...
...........
..
Questões do Enem e Vestibular
_.:: " 1
.................................................................................... .Anote as r espostas no caderno •

1. (PUC-RJ) 2010 - Ano Internacional da Biodiver- vadas temperaturas e umidade e com pouca
sidade. amplitude térmica anual;
Em relação ao termo Biodiversidade é correto IV. A vegetação desértica, caracterizada pela gran-
afirmar que: s. de quantidade de herbáceas e de arbustos,
a) relaciona-se somente à fauna e à flora da como nas savanas, é adaptada ao clima desér-
zona tropical do planeta, pois nas regiões tico, que possui baixa amplitude térmica diária.
temperadas não há diversidade. Assinale a alternativa que apresenta todas as
b) abrange toda a variedade das formas de afirmativas corretas.
v ida, espéc ies e ecossistemas em uma a) 1 e li d) li e IV
região ou em todo o planeta. b) 1 e Ili e) Ili e IV
e) é rest ringido às espécies uniformemente e) li e Ili
distribuídas por toda superfície da Terra, o 4. (UEL-PR) Nestas áreas os rios geralmente con-
que só ocorre com a fauna. gelam no inverno e com a primavera vem o
d) não se relaciona aos fungos e micro-orga- degelo. A vegetação perde suas folhas no
nismos do meio ambiente, limitando-se às inverno para retornarem na primavera. Quase
fauna das zonas tropicais. dois terços da população mundial ocupam
e) refere-se à fauna, à flora e a pessoas que estas regiões e com isso as alterações feitas
vivem em harmonia com o meio ambiente, no meio nat ural fo ram e continuam sendo
significativas. e .
como ameríndios e aborígines.
Com base nos conhecimentos sobre o tema As
2. (UFAM-AM) Quanto à taiga siberiana, podemos Grandes Paisagens Naturais, é correto afirmar
afirmar que: A. que o texto acima corresponde às regiões
1. Florest a relativamente homogênea, na qual a) tropicais. d) de tundra.
predominam pinheiros. b) intertropicais. e) equatoriais.
,
li. E a maior floresta do mundo. e) temperadas.
Ili. É denominada, também, de floresta boreal e 5. (UFPA-PA) Sobre as paisagens naturais do
possui folhas largas (latifoliadas) que regulam o mundo e a apropriação dos recursos naturais,
metabolismo da transpiração nos períodos frios. é correto afirmar: E.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) Os biornas tropicais, como a Amazônia
,
no
a) lell. d) l,llelll. Brasil e a região do Congo na Africa, são
caracterizados pelo clima equatorial quente
b) 1 e Ili. e) Apenas 1.
úmido, solos pobres, vegetação latifoliada e
e) li e Ili.
hidrografia complexa. Nesses biornas coe-
3. (EsPCEx-SP) Sobre domínios naturais e clima, xistem atividades predatórias, como a pe-
leia as afirmativas abaixo: e. cuária extensiva e o extrativismo madeireiro,
e atividades sustentáveis, como o extrativis-
1. A vegetação mediterrânea apresenta espécies
mo mineral e a pesca artesanal praticados
xerófilas e se adapta ao clima caracterizado
pelas chamadas populações tradicionais.
por verões quentes e secos, sendo típica do
, b) A savana representa um biorna subtropical
norte da Europa e da Africa;
caracterizado pela alternância de inverno
li. A tundra é uma veget ação típica das áreas seco e verão chuvoso, vegetação arbustiva
polares, onde as temperaturas podem chegar e relevo com pequenas ondulações. Essas
a - 35 ºC. A reprodução rápida se limita aos características têm facilitado a expansão da
meses da primavera e do verão; pecuária extensiva e o cultivo de grãos em
Ili. As florestas equatoriais possuem vegetação alguns países africanos e em regiões como
perene e latifoliada adaptada ao clima de ele· o cerrado brasileiro. O avanço da fronteira

248
agropecuária sobre esse tipo de biorna tem {16) A expansão planejada dos núcleos urba-
intensificado o desmatamento, o empobre- nos no litoral, associada à implantação de
cimento do solo e o assoreamento dos rios. sistemas de coleta e tratamento de esgo-
e) As regiões desérticas são caracterizadas pelo to, tem contribuído para a preservação
clima árido com baixo índice de chuvas, dos ambientes de mangue.
solos pobres, vegetação xerófita e rios in-
7. (UFT-TO) Observe os mapas abaixo: o.
termitentes. A lgumas dessas regiões, a
exemplo do Oriente Médio e Norte da África,
antes desvalorizadas, estão sendo apropria-
das em função das descobertas de enormes
reservas de petróleo, expansão da agrope-
cuária irrigada e indústria automobilística.
d) As regiões cober tas por florestas boreais,
como a Taiga siberiana, situadas nas baixas
latitudes do hemisfério norte, abrangem o
Norte da Europa e da Rússia. Estão sendo
exploradas pela indústria de papel e celu-
lose e mais recentemen te têm servido à
exploração de petróleo.
e) As regiões temperadas estão situadas nas
médias latitudes dos hemisférios norte e sul
2055 km
e são caracterizadas por baixas médias tér-
micas, estações de ano bem definidas e ve-
Analisando os mapas onde estão representa-
getação com pequena variedade de espécies.
dos os biornas brasileiros é CORRETO afirmar
Essas regiões foram exploradas desde a
que os conjuntos de biornas estão relaciona-
primeira revolução industrial para a produção
dos da seguinte forma:
de carvão vegetal e mais tarde cederam es-
paço para campos de cultivo e áreas urbanas. a) f loresta de araucária, amazônica, mata
atlântica, caat inga, pampas, costeiros.
6. (UEM-PR) Sobre a Serra do Mar e o litoral para- b) floresta amazônica, mata atlântica, agreste,
naense, assinale o que for correto. (0 2), (0 4) e
(08). Total: 14. zona cacaueira, costeiros, mangues.
(01) O Estado do Paraná abriga, no seu trecho
e) agreste, mata atlântica, Floresta amazônica,
da Serra do Mar, cerca de 80% de toda mangues, cerrado, pampas.
a área remanescente de Mat a Atlântica
d) floresta amazônica, de araucária, caatinga,
no Brasil.
zona dos cocais, cerrado, mata atlântica.
(02) Grande parte do litoral e da Serra do Mar,
no Estado do Paraná, é protegida pelo e) caatinga, zona dos cocais, cerrado, mata
atlântica, Floresta amazôn ica, zona ca-
Sistema Nacional de Unidades de Con - .
-
servaçao.
caueira.

(04) No período colonial, Paranaguá se desta- 8. (USP-SP) Conforme proposta do geógrafo Aziz
cou economicamente pela atividade por- Ab'Sáber, existem, no Brasil, seis domínios mor-
tuária e pela centralização de toda a ati- foclimáticos. Assinale a alternativa correta sobre
vidade referente ao ouro na Capitania. o Domínio Morfoclimático das Araucárias. A.
(08) A área de influência do Porto de Parana- a) A urbanização e a exploração madeireira
guá ultrapassa as fronteiras do Brasil. Ele pelas indústrias da construção civil e do
opera cargas que são oriundas ou desti- setor moveleiro tiveram papel cent ral na
nadas a outros países da América do Sul. redução de sua vegetação original.

As grandes paisagens naturais da Terra 249


b) O manejo sustentável permitiu a expansão 1. É uma floresta densa e int rincada, as plantas
de parreirais em associação com a mata de crescem muito próximas umas das outras, e
araucária remanescente, na faixa litorânea. é comum a ocorrência de plantas parasitas.
e) As araucárias recobriam as planícies da Desenvolve-se em região de clima quente e
Campanha Gaúcha no sul do país, tendo úmido.
sido dizimadas para dar lugar à avicultura li. Constitui-se basicamente por vegetação arbus-
e à ovinocultura. tiva e herbácea. Desenvolve-se em clima tro -
d) A prática da silvicultura possibilitou a expan- pical semiúmido.
são desse domínio morfoclimát ico para a Ili. Predominam as espécies lenhosas e herbáceas,
porção oeste do Planalto Ocidental Paulista. de pequeno porte, geralmente dotadas de
e) A expansão do processo de arenização no espinhos. Desenvolve-se em área de clima
sul do país provocou a devastação da co- semiárido.
bertura original de araucária. Assinale a única alternativa que contém todas
as formações vegetais descritas:
9. (UEL-PR) Atualmente é difícil falar em domínios
a) 1. Mata Atlântica, li. Caatinga e Ili. Mata de
morfoclimáticos sem perceber que eles vêm
Araucária.
sof rendo descaracterizações profundas ao
b) 1. Pantanal, li. Cerrado e Ili. Floresta Ama-
longo dos anos pela ação antrópica. O domí-
zônica.
nio que abrange os estados de SP, MG, ES e
RJ foi o mais atingido por essas transforma- e) 1. Floresta Amazônica, li. Caatinga e Ili. Mata
ções. É correto afirmar que esse domínio de Araucária.
abrange: c . d) 1. Floresta Amazônica, li. Cerrado e Ili. Caa-
a) Terras baixas com florestas equatoriais. tinga.
e) 1. Mata de Araucária, li. Pantanal e Ili. Mangue.
b) Planaltos subtropicais com araucárias.
e) Mares de Morros. 12. (CEFET-PB) Devido a sua grande extensão ter-
d) Chapadões com florestas de galerias. ritorial, o Brasil apresenta uma grande varie-
e) Coxilhas e florestas de araucárias. dade de paisagens.
Sobre as formações vegetais, suas caracterís-
10. (UEL-PR) No momento em que descreveu a
ticas e utilização econômica, é CORRETO
vegetação, Aimé viajava pelo Peru. Sobre os
afirmar que: B.
aspectos físico-naturais dessa região, é cor-
reto afirmar: o. a) o cerrado é uma formação vegetal que re -
cobre a planície do pantanal Mato-Gros -
a) O Peru não possui domínio morfoclimático
sense e constitui-se em importante área de
similar ao do Brasil.
criação de gado e extrativismo vegetal.
b) O domínio morfoclimático que ele descreve
é similar ao que conhecemos por cerrado. b) a Mata Atlântica é uma formação vegetal
exposta à umidade das massas de ar oceâ-
e) A área descrita é ficção, não podendo ser
nicas, que sofreu primeiramente, a extração
caracterizada como um domínio morfocli-
do Pau-Brasil e, posteriormente, a introdu -
mático.
ção da agroindústria da cana-de-açúcar.
d) O domínio morfoclimático que ele descreve
e) o complexo do Pantanal localiza-se na re -
é o mesmo que conhecemos por amazônico.
gião de clima semiárido e caracteriza-se
e) Buganvílias são espécies encontradas so-
pela vegetação arbórea.
mente na Europa.
d) a floresta equatorial, que recobre 40% do
11. (UFRJ-RJ) A vegetação natural de uma área é território brasileiro, caracteriza-se pela ve-
a expressão das características do solo, rele - getação quase campestre, o que facilita sua
vo e c lima, e das interações entre esses ele- utilização pela pecuária extensiva.
mentos ao longo do tempo. e) o domínio da caatinga possui espécies ve-
Leia as afirmativas 1, li e Ili, que descrevem os getais que apresentam adaptações a um
tipos de vegetação do Brasil. o. ambiente de alta unidade atmosférica.

250
13. (CEFET-SP) A caatinga é o domínio morfocli- 15. (UEM-PR) No que se refere à Mata das Arau-
mát ico brasileiro que apresenta, entre outras, cárias, formação vegetal t ípica do Paraná,
as seguintes características: e . assinale o que for correto. (02), (04), (08) e
(16). Total: 30.
a) extensa planície entrecortada por planaltos, (01) O pinheiro, árvore símbolo do domínio das
solos profundos e escassez de chuvas. Araucárias, só se desenvolve no Paraná, não
b) presença de serras e chapadas cristalinas, sendo encontrado em nenhum outro Estado.
solos humosos e rios de grande extensão. Altitude e característ icas físicas do solo
e ) existência de depressões e chapadas, solos justificam a sua adaptação ao território
rasos e pedregosos e rios intermitentes. paranaense.
d) predomínio de chapadas e chapadões,
(02) Os capões de araucárias, manchas fio -
solos ácidos e pouco férteis e rios intermi-
restadas que assumem a forma circular,
tentes.
são originados pela ação da gralha-azul,
e) presença de mares de morros entrecortados ave da família dos corvídeos que trans-
por rios perenes e solos rasos e argilosos. porta os pinhões, contribuindo com sua
14. (UPM-SP) semeadura nas áreas campestres.

íj"\ P(mm) T(ºC) (04) Na área onde ocorre a Mata das Araucárias,
\.!...f 700 35
as condições climáticas, principalmente a
600 30
amplitude térmica anual relativamente ele-
500 25
........... / vada, funcionam como fatores limitantes.
400 20
Por isso a biodiversidade nesse ecossiste-
300 15

200 -

100 -
-
~
10

5
ma é menor do que nas florestas tropicais
e equatoriais.
0 ,_. ltt -
" Meses nll
àllWO,- IJI ~;p wt o ; t - C Q (08) A devastação da Mata das Araucárias teve
início com a colonização alemã e italiana,
® P(mm)
700
T ("C)
35 ainda no século XIX. Os colonos utiliza-
600 30 vam a madeira para construção de casas
500 25 e móveis e também desmatavam peque-
400 20 nos trechos para a prática da policultura
300 15
de alimentos.
200 10

100 5
(16) Atualmente, a indústria madeireira instala-
o o da no Paraná, que dependia das Matas de
;.s • - •1MO,- j:d ~ wt «f -de:1
Meses Araucárias para seu suprimento de maté-
rias-primas, aliment a-se sobretudo de
@) P(mm)
700
T ('C)
35 fl orestas plantadas de pínus e eucalipto.
600 30

500 25
.2
u
16. (PUC-RS) Embora seja o segundo biorna mais
400- - 20:fi
~
ameaçado do planeta, grande parte da popu-
300 - -15 .!i
:, lação brasileira vive neste espaço. Alguns es-
200- - 10

100- - 5
·s."
• tudiosos apontam que resta hoje menos de 8%
~
;;; do biorna original, em cuja faixa de abrangência
O- - O ,:!
JWI 1"-DDOO, - t,11 a;o ~ <d-de'J"
Meses se formaram as primeiras aglomerações urba-
nas, os polos industriais e as metrópoles. A.
No Brasil, os climogramas, caracterizados
anteriormente, identificam, respectivamente, O biorna a que se refere o texto anterior é:
os domínios morfoclimáticos: o. a) a Mata Atlântica.
a) Amazônico, das Araucárias e das Pradarias. b) a Caatinga.
b) da Caatinga, das Araucárias e Amazônico.
e) o Pantanal.
e) do Cerrado, Amazônico e das Araucárias.
d) do Cerrado, das Araucárias e Amazônico. d) a Mata de Cocais.
e ) Amazônico, da Caatinga e das Pradarias. e) a Floresta Equatorial.

As grandes paisagens naturais da Terra 251


V,
t'U
Questões
... do Enem e Vestibular
~
V,

iYNoções espaciais i~Estruturas geológicas


\
o \

e.
V, e o relevo terrestre
QJ 1. 8. 9. A. 1. A.
o: 2. A. 10. E. 2. B.
3. A. 11. A. 3. (01) e (04). Total: 05.
4. (02), (04), (08) e (16). 12. 8. 4. (02), (08) e (16). Total: 26.
Total: 30.
13. 8. 5. a) As rochas metamórficas resultam da ação dos pro -
5. D. cessos diagenéticos, ou seja, elevadas pressões e
14. E. temperaturas, que ocorrem em grandes profundida-
6. E. des na crosta terrestre. As rochas ígneas e sedimen -
15. E.
7. D. tares podem dar origem às rochas metamórficas
16. D. quando soterradas ou cobertas, quando são subme -
8. e. tidas às elevadas pressões e temperatura.
b) É formado devido ao soterramento de restos orgânicos
(florestas) em àreas rebaixadas, que permitem a
i?,iA Cartografia e suas linguagens
\

lenta acumulação destes sedimentos. Após a acu -


mulação e soterramento, o material orgânico sofre
1. D. 10. E. processos diagenéticos (elevadas temperatura e
pressão). O carvão mineral pode ser classificado de
2. E. 11. 8. acordo com seu tempo de formação, do mais recente
3. e. 12. E. ao mais antigo: turfa, linhito, hulha e antracito.

4. e. 13. E. 6. (02), (08) e (16). Total: 26.


5. E. 14. e. 7. C.
6. 8. 15. e. 8. a) A classificação do relevo brasileiro segundo Jurandyr
Ross considera três t ipos de relevo: os p lanaltos, que
1. e. 16. D. são formas residuais do intenso processo erosivo
8. 8. 11. e. sobre o território e recobrem a maior parte da estru -
tu ra geológica do país; as depressões, que se cons-
9. A. tituem como bordas dos p lanaltos e, portanto, mais
rebaixadas que estes; e as planícies, constituídas de
rochas diferentes das outras unidades e cujo proces -
i}1_A_e_v_o_l_u_ç_ã_o_d_a_C_a_rt_o_g_r_a_f-ia_ _ ___,, so de sedimentação supera o de erosão.
b) O relevo determina a ocupação e a organização do
espaço urbano, permit indo que seu planejamento
1. 8. 4. E.
otimize a vida urbana. Sua análise deve ser conside-
2. D. 5. e. rada para a ocupação de fundos de vale, sujeitos às
inundações, como as ocorridas recentemente em
3. D. 6. e. Santa Catarina; na ocupação das áreas de encostas,
que estão sujeitas ao processo de desmoronamento,

1o/A litosfera e a dinâmica do relevo


\ como no caso do Rio de Janeiro.

9. e.
1. e. 11. 8. 10. B.
2. A. (01), (04) e (08). 12. A. 11. A.
Total: 13.
13. E. 12. A.
3. 8.
14. E. 13. e.
4. D.
15. 8. 14. D.
5. A.
16. A. 15. e.
6. D.
17. A. 16. A.
7. 8.
18. A.
8. D.
19. D.
9. D.
20. e.
10. e.

252
1~ -H-id_r_o_s_f_e_r_a_e_a_d_i_n_â_m_i_c_a_d_a_s- - - - ~, 1~ -0-s_c_l-im
_ a_s _d_a_li_e_r_r_a_______~ ,
águas continentais
1. D.
1. D. 10. A.
2. D.
2. e. 11. A.
3. e.
3. e. 12. B.
4 . B.
4 . E. 13. e.
5. e.
5. A. 14. E.
6. 8.
6 . D. 15. B.
7. D.
7. A. 16. B.
8. D.
8 . e. 17. A.
9. E.
9 . A.
10. A.
11. B.
f7!As águas oceânicas
\

12. E.

1. 05. 13. e.

2. 8. 14. e.

3 . E. 15. E.

4 . (01), (02), (04), (08) e (16). Total: 31. 16. B.

5. A.

i1Q/As grandes paisagens


\
6 . A.
7. A. naturais da Terra
8 . e. 1. 8.
9. E. 2. A.
10. e. 3. e.
11. D. 4 . e.
12. A. 5. E.
13. (01), (02), (04) e (08). Total: 15. 6. (02), (04) e (08). Total: 14.
14. e. 7. D.
8. A.

fE}IAtmosfera, tempo e clima


\
9. e.
10. D.
1. (04) e (08). Total: 12. 10. D.
11. D.
2. 8. TI. (01), (04) e (16). Total: 21.
12. B.
3. A. 12. E.
13. e.
4 . A. 13. B.
14. D.
5. 8. 14. A.
15. (02), (04), (08) e (16). Total: 30.
6 . (01), (02) e (16). Total: 19. 15. A.
16. A .
7. A. 16. A.
8 . e. 17. A.
9. D.

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Bibliografia consultada •

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Lista de siglas ••


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CEFET-BA Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia UESC-BA Universidade Estadual de Santa Cruz

CEFET-GO Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás UESPI-PI • Universidade Estadual do Piauí

CEFET-MG t Centro Federal de Educação Tecnológica de UFAL-AL Universidade Federal de Alagoas


Minas Gerais
UFAM-AM Universidade Federal do Amazonas
CEFET-PB Centro Federal de Educação Tecnológica da
Paraíba UFBA-BA Universidade Federal da Bahia

CEFET-SP Centro Federal de Educação Tecnológica de UFC-CE Universidade Federal do Ceará

São Paulo UFF-RJ Universidade Federal Fluminense

Cesgranrio-RJ Centro de Seleção de Candidatos ao Ensino UFG-GO Universidade Federal de Goiás


Superior do Grande Rio
UFJF-MG Universidade Federal de Juiz de Fora
ENEM-MEC Exame Nacional do Ensino Médio
UFLA-MG Universidade Federal de Lavras
EsPCEx-SP Escola Preparató ria de Cadetes do Exército
UFMG-MG Universidade Federal de Minas Gerais
FATEC-SP Faculdade de Tecnologia de São Paulo
UFMS-MS Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
FEJAL-AL Fundação Educacional Jayme de Altavila
UFPA-PA Universidade Federal do Pará
FGV-RJ Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro
UFPB-PB Universidade Federal da Paraíba
FGV-SP Fundação Getulio Vargas de São Paulo
UFPE-PE Universidade Federal de Pernambuco
FURG-RS Fundação Universidade Federal do Rio
Grande do Sul UFPEL-RS Universidade Federal de Pelotas

Fuvest-SP Fundação Universitária para o Vestibular UFPI-PI Universidade Federal do Piauí

IFBA-BA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnolo- UFPR-PR Universidade Federal do Paraná
gia da Bahia
UFRGS-RS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
IFCE-CE Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnolo-
UFRJ-RJ • Universidade Federal do Rio de Janeiro
gia do Ceará
UFRR-RR Universidade Federal de Roraima
PUC-CAMPINAS Pontifícia Universidade Católica de Campinas
UFSM-RS Universidade Federal de Santa Maria
PUC-MG Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

PUC-RJ Pontifíc ia Universidade Católica do Rio de Janeiro UFSJ-MG Universidade Federal de São João dei-Rei

PUC-RS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul UFT-TO Universidade Federal de Tocantins

PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo UFU-MG Universidade Federal de Uberlândia

UCS-RS Universidade de Caxias do Sul ULBRA-RS Universidade Luterana do Brasil

UDESC-SC Universidade do Estado de Santa Catarina UNEMAT-MT Universidade do Estado do Mato Grosso

UEAL-AL Universidade Estadual de Alagoas Unicamp-SP Universidade Estadual de Campinas

UECE-CE Universidade Estadual do Ceará UNIFEI-MG Universidade Federal de ltajubá

UEG-GO Universidade Estadual de Goiás UNIFESP-SP Universidade Federal de São Paulo

UEL-PR Universidade Estadual de Londrina Unioeste-PR Universidade Estadual do Oeste do Paraná

UEM-PR • Universidade Estadual de Maringá UNIRIO-RJ Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

UEPG-PR Universidade Estadual de Ponta Grossa UPM-SP Universidade Presbiteriana Mackenzie


UERJ-RJ k Universidade do Estado do Rio de Janeiro USP-SP Universidade de São Paulo
UESB-BA Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UTFPR-PR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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