Marcas - Cecilia Consolo - Brandbooks

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Os brand books sao publicacSes mais focadas em transmitir 0 conceito e 0 posiciona- mento da marca. Foi desenvolvido como uma soluco para cortigir 0 problema de “en- gessamento” da comunicacao, como anteriormente ocorria nos projetos acompanha- dos por meio de manuais de identidade. Os brand books geralmente apresentam as possibilidades gréficas do projeto, e no os documentos finais como serao impressos dentro de um sistema predefinido. Demonstram a versatilidade da linguagem visual € verbal da marca, e passou a ser uma publica¢ao de cunho “inspiracional’” 0 brand book, que na traducao literal é o livro da marca, se tornou a ferramen- ta que apresenta a sua expressao, sendo um misto de manual de identidade com a inclusao da articulagao do “estilo” de comunicacao da marca, como ela se apresenta em seus pontos de contato, ambientes de compra, etc. extrapolando as limitacdes das explicagdes referentes aos materiais graficos. Osseu ponto positive e norteador é a orientacao sobre o comportamento da marca perante o posicionamento definido pela organizacao. © ponto negative é a abertura de possibilidades que a ferramenta apresenta, que diante da varias opcdes, os gestores desenvolvem outras terceiras. (Os brand books incorporaram dos manuais de Identidade a parte referente a0 “design” da marca, suas diretrizes quanto 20 desenho, as cores oficiais, es suas res- pectivas especificagdes e relagées cromiticas, (VER TABELA 2, p108).E, de certa forma aboliram todas as explicagdes técnicas, que eram referentes aos projetos executivos, o detalhamento dos materiais graficos. Foi um grande passo dado, pois a incorporacao do planejamento estratégico passou a estar documentado € pode ser consultado como base para as decisdes sobre as acdes presentes e futuras referentes & expressdo da marca, tanto para os gestores comrio'paliaias Geniate aleesmeelaboradores de criagao. Aresponsabilidade do exito do projeto passou a recair sobre 05 gestores da marca e nao exclusiva- mente aos escritorios de design e estratégia. [sso implica também a implementagao 107 de equipes internas de monitoramento da marca, $6 hé éxito quando se tem uma equipe dedicada brand book é uma tentativa de corrigir direcionamentos isolados assumidos por agéncias de publicidade e comunicacao contratadas, ou mesmo por equipes internas que trabalham setorizadas na gestao de determinado produto dentro do portfolio de marcas. Brilhantes planejamentos de marcas ja foram arruinados por causa de decisOes contra~ ditorias ao projeto quando tomadas na fase de producao dos materiais de comunicacao. Alguns gestores, por sua vez, tém a ambicao de registrar a sua passagem pela or- ganizacao. E por motivo de pura vaidade alteram e determinam intervencdes drasticas na comunica¢ao das marcas cujo resultado diverge da misao definida a priori. Marca s6 existe quando ha um sistema organizado, no qual todos os fios se en- trelacam e formam um “tecido”. Maleavel, ajustavel sim, mas que incorpore todo o re- pertério simbdlico, cultural, material, sensorial e econdmico que uma “marca” abrange € sobre o qual foi posicionada.€ isso leva tempo, a construcao de uma estratégia e do Universo simbélico leva anos, nao é possivel ser mudada a cada “verdo". A falta de uma “amarragao” no sistema esgarca o tecido. Como o grande manual da marca institucionalizado, 0 brand book contempla, além das diretrizes estratégicas, a proposta de valor, as tangibilidades do posiciona- mento, os pilates visuais, a linguagem verbal e 0 glossario de palavras que a marca deve se apropriar para delimitaro seu territ6rio de atuaco e conquistar um espaco na cabeca das pessoas. Outra mudanga € que parte da concepcao nao est exclusivamente nas maos do designer, foram incluidos 0 desenvolvimento dos brand books profissionais de varias ‘reas, trabalhando em conjunto para que a estratégia esteja expressa em todos os pontos de contato da marca. Seu contetido compreende as orientacdes que envolvem desde 0 uso do simbolo 4 comunicacao propriamente dita. Apresenta a voz da marca, taglines ou “grito de guerra’, qual o tom que as menssagens devem ser proferidas, Inclui o casting (critérios de selecao de modelos ete. para filmes ou outro tipo de produ- {a0), a ambientagao dos espacos corporativos e dos pontos de venda. A materialidade © a expressao tatil ja sao definidas e apresentadas como uma direcao para as agéncias de propaganda, escritorios de arquitetura e demais profissionais que desenvolverao as aplicacdes ao longo da vida da marca. Porém, brand books ainda apresentam lacunas. Os manuais eram instrucionais, ‘mas ofereciam Informagdes técnicas em excesso 20s seus usuarios, que nem sempre uascas ptsion eetranécico Brand books entendiam a linguagem, o jargao técnico, jé os brand books por seu cunho inspiracio- ye amputam informagses. Geralmente apresentam somente os codigos € nao a gra- matica que deve ser aprendida, permitindo assim a recomposicao dos elementos por aqueles que fardo uso do seu conteuido, Nesse ponto, abre-se uma questo sobre a validade de inspirar sobre a marca ou orientar a experiéncia da marca. £ funcao dos gestores gerar um reconhecimento natu- ral e gradual da marca e, consequentemente, a assimilacao de sua mensagem. Entretan- +o, €ilusdo acreditar que isso acontega somente pelo acesso do material disponibilizado, Marca leva tempo, e é preciso disciplina didria no processo de criar recursos para sua “aprendizagem”. Além disso, geralmente os brand hooks sao feitos para as equipes inter- nas de comunicacao, e s4o poucos os que dao conta realmente de apresentar 0 conceito @ 0s modos de expresso da marca para demais publicos em uma lingugem acessivel, para que o conceito seja internalizado por todos os colaboradores e funcionarios da or- ganizacdo que a marca representa. Muitas instituicoes acabam também desenvolendoo ‘manual de identidade em conjunto e os disponibiliza para as equipes de producao, ‘Apés a analise de mais de uma centena de brand books pode-se constatar que continuam sendo de uso exclusivo das equipes de marketing e publicidade. Nao sao distribuidos para outros departamentos. Na maioria dos exemplares analisados, a pu- blicagdo incorpora o universo visual da marca principalmente ao que se refere a0 lo- gotipo, cores, ¢ estilo fotografico com diretrizes de uso. Tais orientacdes impeder que a equipe de publicidade repense os conceitos a cada nova campanha, e deixam de ser uma fonte de inspiracao, que era 0 propésito original da publicacao, para mais uma vez convergirem para um cédigo orientativo, determinando um estilo a ser seguido. Nao existe um modelo ou uma estrutura definida para confeccao dos brand books, A Tabela 2 € uma estrutura proposta pela Consolo & Cardinali Design, fruto da experiéncia no desenvolvimento de projetos de identidade acumulada em déca- das. Apresenta as etapas de projeto e as orientacdes dos elementos que devem ser desenvolvidas em cada uma delas para que um brand book forneca subsidios para uma experiéncia de marca que envolva os sentidos e também os aspectos socials e culturais dela. E propost ecessarios que responderio as expectativas dos usuérios em qualquer ponto de contato, e mantendo-se a disciplina necessaria, gerard a identificacao e 0 reconheci- mento de uma marca. +to aqui como um roteiro para a elaboracao de todos itens 109 TABELA2 BRAND BOOK IDENTIDADE ESTRATEGICA DA MARCA ag elas ia Wane) oem co udacita vad a CC ae e hi on ‘Assinatura comercial URL Iuascas oesicn tsteatteico Brand books Perec ea ocd i BB 09 | IDENTIDADE Aifabeto institucional ‘TIPOGRAFICA Alfabetos auxilares Pictogramas especificos para comunicacio , ae aad Panic) Ea i owe we trtura de bonnes nsttucona Gartbescomercne Papel bien Envelopes dversos Paps dew intial Pastas outros mates Canoes comercas Envelopes diversas Papas de uso institucional Poplar expecapara presidndaecnseos O©|@©/©|@|@|@|@|o\o Pastas para propostas vuaseas osionEsreatécico Brand Books DETALHAMENTO 'BB 45 | AMBIENTES DE VAREIO | Uso do espaca fisico em unidades EPROMOCAO comerciais Conceto de mobiisio Estruturas fisicas diversas CConceito para feirase stands Embalagens. Uniformes~ equipe externa BB 17 | GRAVAGAODAMARCA |AS INCLUSOES DO BRAND BOOK - DETALHAMENTO TABELA 2 Considerar cassificagdo |& apresentada nap. 83 ena Tabela +(p. BH) BB 04. position statement Apresenta o posicionamento assumido pela marca, sintetizado em uma frase que retine 0 que a organizacao é, 0 que oferece, para quem e como oferece. Deve ser in- teriorizado por todos da organizacao, da telefonista ao presidente, um “mantra” que todos da organizacio, a0 serem questionados sobre o que a empresa faz, repitam em unissono. Essa prerrogativa tem uma implicacdo positiva nas microdecisoes didrias, como até mesmo a escolha do tipo de clipe usado no escritério. Pode ser uma escolha neutra ou em acordo ao posicionamento, nunca contrara. 1B 02. ESSENCIA DA MARCA MENSAGEM-CHAVE Ea mensagem que destila a esséncia da marca, deve ser usada pelo CEO, pelos gestores, promotores de venda etc. € a promessa ou os mandamentos que devemn ser repetidos em todas as atividades com o piiblico.£ 0 lema da empresa voz Ea linguagem verbal. A escolha das palavras, e quem fala, se é primeira ou terceira pessoa do singular, ou primeira do plural. Se é uma linguagem técnica, instrucional, ou aconselhadora, austera ou amigavel. A estrutura gramatical, como é dita a mensagem, causa uma diferenca enorme. Seu uso de forma consistente proporciona identificag3o e reconhecimento da marca. Por exemplo, a voz da marca Havaianas é sempre irreve- rente e amigavel. Nao € a fala do engenheiro apontando os beneficios da borracha, Tom Sao caracteristicas tonais extraidas da piramide de experiéncias do cliente. Sdo guias para producao de pesas graficas, catélogos de produtos, pecas audiovisuats, e para produgao de mensagens institucionais e de venda. a linguagem mais apropriada para reforcar a missao da marca. Exemplo: fale em um tom espirituoso mas demonstre confianga, EnrAse ‘A énfase € uma expresso que reforca 0 posicionamento da marca e reafirma a promessa, na linguagem e no tom que o usuario espera ouvir, 6 uarcas otsicn esrearécico Brand books 18 03. ATITUDE DE MARCA Sao as decisoes que precedem as definicGes dos pilares visuais, da materialidade dos substratos que farao parte do sistema, Por exemplo, po tras da comunicagao da marca Nike Football, tanto nas fotos como na énfase, as mensagens falam sobre o atle- tismo do esporte, tudo é permeado por uma atitude de “batalha’, de uma luta em um campo de guerra. 0 atleta é colocado como um herdi ‘Amarca e suas regras so correspondéncias de seus posicionamentos. Essas regras, devem estar totalmente alinhadas & proposta de valor das marcas e ao porque 0 con- sumidor deve prestar atenco nela. Qual é o seu propésito? Quando nao ¢ claro, pode comprometer e até impedir o proceso do consumidor perceber o beneficio oferecido € querer incorporar essa marca na sua vida. Ao invés do brand book ser desenvolvido para inspiragao de pecas graficas etc, deveria ser um guia que demonstra as possibi- lidades de levar os consumidores a vivenciar uma experiéncia de marca. A atitude de marca esta diretamente ligada ao item. Apresentar quais atitudes da marca so espe- radas e em quais situacdes ela ndo deveria se envolver. B 04, DETALMAMENTO DOS SIGNOS VISUAIS ~ SIMBOLO E OU LOGOTIPO Sao igualmente apresentados como acontece nos manuais de identidade, com as regras de posicdes entre seus elementos. 8 05. ASSINATURAS AAs URLs hoje ocupam o lugar que as razdes sociais dominavam no pasado. E 0 en-dereco em que se estabelece todos os niveis de interacao com a organizacao e seus produtos. As assinaturas sao importantes elementos de marca e podem ocupar o lugar do signo principal em determinadas situacbes. 8 06, PADRAO CROMATICO Um projeto eficiente de marca deve propor o universo cromatico, como ja foi am- plamente apresentado nesta edicao. A definicdo da cor é o mais importante no sis- tema, é 0 elemento de reconhecimento mais instantneo, e mals facil de memorizar. 'Além de evocar a memoria provocar associagGes com outros universos, tanto logicas ‘como emocionais, a cor expande a conotacio. Desde a herdldica medieval, 60 fator de maior reconhecimento e memorizagao dos sistemas de identidade. 19. IDENTIDADE TIPOGRAFICA fe ‘Quando nao ha nenhuma outra opsaoalém de confiar na informacao escrita, tan to a tipografia como os icones devem estar em conexao com a marca, sua Voz € Seu tom. As organizacdes devem fazer do seu conjunto tipografico um dos pilares de sua Identidade. A estrutura da tipografia, seus pesos, 0 corpo dos titulos e todas as rela- $Ges internas da composicao do texto expressam uma postura. A mensagem deve ser transmitida evitando outras interpretacdes, nao se limita somente a adocao de uma familia de fontes. Conforme a estrutura dos tipos, um titulo pode ser duro e incisivo, ‘ou ameno e descompromissado. Uma estrutura gréfica para titulos, com variacdes de estilo, deve ser de assim como a hierarquia visual entre todos os elementos textuais (titulos, subtitu- los, corpo do texto, citacdes etc) precisa estar claramente determinada. Por exem- plo, pode-se adotar uma diferenciacao de peso para o corpo ressaltar ou destacar © sujeito, 0 verbo e 0 predicado em uma composi¢ao de titulos e chamadas. Essa unidade e consisténcia fard o reconhecimento da marca, mesmo com a auséncia do signo grafico. A tipografia pode ter atitude e deve ser usada como um elemento que compée. 05 fundamentos da linguagem visual do projeto. O peso da tipografia e o desenho de cada um de seus caracteres devem ser compativeis aos demais itens do sistema e de- vem estabelecer relacdes com icones pictograficos, agora necessarios em um projeto. Nao é mais possivel conceber um sistema de comunicacao sem pensar nas interfaces digitals e consequentemente na identidade de seus icones de acesso. Sempre que pos- sivel, pictogramas devem ser usados, tornam a busca pela informaco mais eficiente, facilitando a visualizacao e a acesso mais rapido. ida BB 10. ARQUITETURA DE MARCA € projetar a hierarquia entre as submarcas, demons- trando vinculos comerciais e categorias de produtos ou marcas da organizacao. A sua ualizaco grafica deve corresponder a hierarquia em relac3o a marca principal eaos ativos da organizacao. Os consumidores devem entender visualmente as explicacSes formals e a que faixa da arquitetura de marcas aquela marca especifica corresponde. No caso de incorporacdes e co-branding, deve-se definir 0s critérios de convivio com a marca principal, para aconte¢a uma somat6ria de valores, tanto visuals como de valor agregado. uagcas sin esttrtcteo. Brand books Muitos elementos da Tabela 1 permanecem na Tabela 2, porém revisitados. Outros que demandam projetos especificos, com detalhamento técnico minucioso e de total interesse e seguranca da organizacdo, foram excluidos. A mudanca mais significativa «std nas possibilidades de edicao permitidas a partir do item 88 10. Embalagens requerem desenvolvimentos tecnicos préprios e sao de uso exclusivo da empresa, nao precisam estar no brand book para inspirar uma campanha public taria, De maneira diferente do manual, agora é prevista uma atualizacao da comu- nicaao e da materialidade do projeto com maior frequéncia, A dindmica do cenario econémico e a fluidez das mensagens influem nas relacBes das marcas com o perfil das organizacoes. A comunicacéo nao é um engessamento, mas sim um leque de opor- tunidades da marca se expressar onde ela deve figurar, e acompanhar as mudancas dos consumidores. As transformagdes sociais acontecem em uma velocidade jamais vista, ea tendéncia é s6 aumentar. Se uma marca se posiciona como prestativa, como um apoio para rotinas do dia a dia, éfato que essas rotinas se alteram muito rapido, en- +30 a marca teria um acompanhamento muito regular para manter seu propésito. Até mesmo adotando novos canais de comunicacao sistematicamente. E sofrer revises dos seu cédigos para acompanhar as mudancas geracionals dos seus consumidores. ‘As marcas no devem tentar acompanhar tais fenmenos exercendo alteragoes sobre elas proprias, Anteriormente era pratica, em casos que a marca perde pouco a pouco a ligagao com seu propésito, efetuarem alteracdes de desenho no simbolo € logotipo para “parecem” novamente atuais. A comunicacao da marca é que deveria so- frer atualizacao, e nos ambientes em que essa dinamica é mais percebida, como pon- tos de venda e promocao, nas mensagens publicitdrias e na comunicagao comercial BB 43, COMUNICACAO INSTITUCIONAL Deve ser elaborada dentro da esséncia da marca. £ uma oportunidade de expres- sao junto as equipes internas e stakeholders. Envolve as equipes na linguagem da mar- ca, Documentos, planilhas etc. devem ser dindmicos e acompanhar as necessidades diérias, podem ser todos digitais, mas qualquer documento fisico, qualquer memoran do, deve expressar sua esséncia. A organizacao que melhor faz isso é a Apple. O primor de suas embalagens, com faca de corte, vincos e encaixes precisos atéa cinta que prende um cabo de energia; nenhum detalhe 6 desprezado. Todos os materiais da empresa seguem uma diretriz tatil e ao mesmo tempo minimalista. Nenhuma necessidade € resolvida em uma loja de insumos para escritérios ™ BB 43. IDENTIDADE SONORA Atinge os usuarios mesmo que nao estejam envolvidos ou interessados no produ- to. Importante elemento de marca, pois amplia o processo cognitivo, atinge graus de Percepcao e reconhecimento em situacées de completa auséncia de signos visuals OU de qualquer referente da organizacao, O “plim-plim” da rede Globo é um sinalizador da programacao. O ronco de uma Harley-Davidson aciona todo o imaginario em torno das expectativas dos consumidores, mesmo havendo a possibilidade, pela tecnologia disponivel, de se fabricar um motor silencioso. BB 44. MATERIAIS ‘Materiais sao carregados de informacao e fazem parte do nosso repertério cogni- tivo. Tomando novamente a Nike Football como exemplo, para reforcar 0 conceito ea dimenso imagética da marca foram empregados nos pontos de venda e em felras € estandes, materiais e revestimentos que estdo presentes em vestiarios e estadios de futebol, tudo para levar os consumidores ao universo do esporte. Nao se trata somente de apelar aos sentidos, mas também de proporcionar uma experiéncia “segura e con- trolada” do imaginario do esporte profissional, ‘Materials transmitem conceitos, sensacGes tateis e contribuem para a construc3o do universo semantico, da nossa memoria, Pensar nos suportes é pensar na esséncia Para transmissao das informacdes, pois eles ja sao impregnados de significados. Quan- do adotados, essas caracteristicas e memorias sao incorporadas ao projeto. 415. AMBIENTES DE VAREJO E PROMO¢AO. Entre os itens revisitados, esto ambiente corporativo, que se subdividiaem sede, fillais e lojas, € passou a ser identificado como ambientes de varejo € promocao. 0 Projeto da sede ndo precisa estar contido no brand book, pois existe uma instancia es- pecfica para ess fim, Nao ha necessidade de colocé-lo como item “inspracional’, os ambientes de varejo e promocao sim so dinamicos e recebem intervencdes constan- tes. Seria ate uma estratégia mantersigito das especficaes técnicas e detalhamento arquiteténico dos postos de vendas. BB 36. COMUNICACAO PUBLICITARIA O branding incorporou o termo storytling para se referir 20 discurso e estilo for tografico/cenogréfico. 0 termo remonta a historias narrativas que retratam como os mac sarkcco Bond books ‘imagem acima edo centro apresentam Péginas do brand book desenvolvde para as marcas de futebol profisional da Nike, 2009, Aimagem abalxo demonstra uma das Nike Store Um trabalho conjunto de design, engenhariae modetagem 30 para produzirmanequins com produsdo fel dos movimentos isicos de lum atletaprofissional na ago de uma partide ou treino. Mais um componente para trazer a0 consumidora sensagdo préxima doesporte consumidores podem desfrutar experiéncias com 0s produtos, como eles ajudam na vida de cada um deles. Os profissionais de es- tratégia podem recortar a cena fotogrfice do largo especto do FAT ? segmento de atuacao da organi: ari, as o mas importante € AULAAQUILEL A demonstrar como os produtos po- INDE] dem trazer beneficios para a vide (Mall ta dos consumidores. O storytelling nao é para ser uma est6ria ficticia, uma invenco parailudir os consu- midores, como “o nosso produto € uma receita secreta trazida de outro continente pelo ave’, quan: do na realidade & um produto de ‘massa que usa tal recurso apenas para despertar vinculos emocionais com o consumidor. Marcas tem a obrigaco de ser verdadeiras. Toda ¢ qualquer organizacao tem uma 19 histéria, foi construida por alguém, gerou empregos, movimentou a economia, impac- tou na vida das pessoas, E56 valorizar isso e nao ter vergonha de uma origem comum. (© mercado mudou, e ndo ha mais espaco para marcas que enganam seus consumidores. ‘Ao identificar uma mentira, o consumidor desacredita na marca como um todo. ‘A comunicagao deve se concentrar em demonstrar a pertinéncia da marca, e per- mitir que consumidores, de qualquer extrato social e econdmico, as adotem porque isso tem relevancia para suas vidas. Para definir esse universo visual, deve-se ter em mente: a marca deve produzir suas préprias imagens, nada de usar banco de imagens no qual pode-se correr o risco de comprar uma fotografia que foi usada em varios outros contextos, de campanha Para vacinacao a liquida¢ao de shopping center. Deve-se definir um estilo, uma luz, uma atmosfera para que facam parte de um mesmo conjunto, pois a determinacao de pa- drBes cromaticos, com o tempo, faz com que todas as imagens sejam reconhecidas como um dos pilares visuais da marca, 37. #105 airam em desuso por alguns anos, mas deveriam ser incorporados novamente. ‘S30 versateis, mantém independéncia em relagao aos demais materiais de comunica~ ‘cdo e s30 uma ferramenta para pontuacao do tempo e de conquistas da empresa. Em resumo, para que o sistema da identidade da organizagao atue de forma con- sistente, suas estruturas sintdtica, semanticae pragmatica devem estar articuladas em Luma gramatica, S6 apresentar os pilaes visuais para uma livre construcao sintatica por terceiros no assegura unidade e nem éxito na aplicacao do sistema. A apresentaco dos cédigos semanticos para livre uso podem ficar sujltos a uma ressignificacao e conforme sio adotados etransformados no contexto cultural. ‘Um guia que apresenta as estruturas geométricas implicitas adotadas na constru- ‘sd0 dos materiais graficos nao faz mais sentido. Os arquivos podem ser transportveis de forma répida e eficiente e jé contém todas as informacdes embutidas, e devem ser enviados aos canais especificos para producdo. Informacao de menos causa prejuisos, € demais, causa confusao, erros Vimos também que um sistema aberto para lve interpretacdo e uso dos cédigos simbélicos pode facilitar o desuso de alguma das variantes oferecidas; ao contrario do previsto, pode-se assumir uma gramética mais conservadora e limitada, decorrente vanes ouion eta. Brand Books oco-cola Visual identity System design do escrito Turmer Duckworth Londres & San Fracisco, Recebeu um Leto de Ouro em Cannes na categoria identidade de marca, em 2008, peo design da garafa em alumi, © Copo da Coca-Cola usa imagem do shope originale Felorca 6 imaginéio da garrafae vnculosaftivos da repetigao das mesmas escolhas, tornando a solugio mais usada como a identidade oficial da marca, Uma ‘marca pode ter vozes e tons diferentes para grupos distintos de consumidores, entretanto deve-se manter integra a0 seu Propésito e valores, Diferenciais, tecnologias, comportamentos atitudes mudam ‘com 0 tempo. A marca deve buscar sempre uma sintonia com seus usuarios € se adiantar as expectativas que ainda sio latentes para eles. A comunicacao nao pode serestavel, a ldgica da sociedade nijo condiz mais com essa solide ‘A marca é 0 grande patrim®nio, &0 signo catalisador de uma meméria, de uma cultura acumuulada sobre a imagem daquilo que ela representa. a chave de ligacao, consolidada por melo de varias geracdes, com o repertério cognitivo referente a sua historia e meméria. E necessério revisitar o sistema com mais frequéncia para acom- panhar a dinamica da sociedade. O logotipo e o simbolo nao devem ser alterados a cada mudanca de gestio. Deve-se manté-los como um “monolito’, tanto a mar-

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