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CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA


___VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE BELÉM, ESTADO DO
PARÁ, a quem couber por distribuição.

Hans Chucrutes, xxxxxxxxxx, xxxxxxxxxx, médico psiquiatra, CRM nº xxxxxx, com


inscrição no RG nº xxxxxxx, cpf xxxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua
xxxxxxxxxxxxxxx, nº xxxx, cep: xxxxxx, cidade xxxxx, Estado xxxxx, e-mail:
xxxxxxxx@xxxxxxxx, por meio de seu advogado e bastante procurador, que esta
subscreve, e-mail: xxxxxx@xxxxxxxxx (doc.____), vem à presença de Vossa
Excelência, com fundamento nos arts. 38 da Lei 6.830/1980 e 319 do CPC/2015,
propor:
AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL com Pedido de Tutela Antecipada

Em face da Fazenda Pública do Município de Belém-Pará, pessoa jurídica de


direito público interno, na pessoa de seu representante legal, com endereço referido
para citações xxxxxxxxxxxxxxxxx, nesta Capital – CEP xxxxxxxx, endereço
eletrônico desconhecido, em decorrência das justificativas de ordem fática e de
direito, abaixo aduzidas.

DOS FATOS

O autor compareceu na sede da Secretaria Municipal de Finanças – , do Município


de Belém-PA e lá tomou ciência de que existem débitos em aberto na Fazenda
Pública Municipal de Belém, relacionados a valores de ISSQN dos anos de 2014 a
2016, no total de R$ 9.000,00 (Nove mil reais). Foi informado ainda de que o
processo relativo a esses débitos teve CDA – Certidão de Dívida Ativa emitida em
05/04/2019 (Docs. xx).

Além disso, tal processo, já se encontra em iminente intenção de execução fiscal por
parte da municipalidade.

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Para constar que o autor tinha um consultório médico, porém, teve suas atividades
encerradas no ano de 2019.

DO DIREITO

O art. 2º, § 5º, da Lei nº 6.830/80 trata dos elementos do Termo de Inscrição em
Dívida Ativa, que são os mesmos da CDA. O art. 202 do CTN cuida do Termo de
Inscrição em Dívida Ativa de dívidas tributárias, trazendo também os mesmos
elementos.

Lei nº 6.830/80, art. 2º, § 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:

I - O nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio


ou residência de um e de outros;

II - O valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os


juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;

III - A origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;

IV - A indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem


como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;

V - A data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e

VI - O número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver


apurado o valor da dívida.

Diante disso, sabemos que a omissão de qualquer desses requisitos é causa de


nulidade da inscrição e do processo de cobrança da dívida tributária (art. 203 do
CTN).

Pois bem, o Autor ao analisar a Certidão de Dívida Ativa em questão, percebeu que
não estava presente a metodologia de cálculo, ou seja, a forma de calcular citada no
inciso II da referida Lei, dos juros e encargos resultantes no total do imposto devido.
(Docs. xx).

A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo citado anteriormente, ou o


erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança
dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira
instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo,
acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a
parte modificada.
A CDA é um título formal, cujos elementos devem estar muito bem caracterizados
para que se assegure a ampla defesa do executado. É nula, por violação à ampla
defesa, a CDA que mencione genericamente a origem do débito, sem que haja a

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descrição do fato gerador (ou do fato constitutivo da infração) – é a posição do STJ


(REsp 965.223, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon).

DA TUTELA ANTECIPADA

Segundo o art. 300 do CPC/15, são pressupostos autorizadores da tutela


antecipatória: a verossimilhança da alegação, em face da prova inequívoca da
alegação, e o fundado receio de dano irreparável.
A concessão da tutela antecipada justifica-se, pois o Autor teve violado seu direito à
ampla defesa e contraditório, quando não lhe foi apresentado a forma, cálculo, ou
metodologia utilizada para se chegar no total do tributo devido. É primordial que o
Autor acompanhe o caminho para se chegar nesse total, para que entenda e aceite
que a cobrança é certa e lícita.
Ademais, o Autor está com seu nome inscrito na dívida ativa, o que certamente lhe
causará transtornos, uma vez que na sua profissão e na vida pessoal é comum o
mesmo precisar apresentar para algum órgão ou instituição, a certidão negativa de
débitos e com sua inscrição na dívida ativa isso não será possível.
Posto isto, uma vez evidente a presença dos pressupostos autorizadores do
provimento emergencial a que visa o Autor no vertente caso, espera lograr a
suspensão do crédito tributário, consoante a inteligência do art. 151, V, do CTN,
evitando-se, com isso, arcar com o ônus tributacional relativo ao imposto sub
examine, até julgamento de mérito da presente Ação Anulatória.
DO PEDIDO
Em face do exposto, o Autor requer
a) A concessão de tutela provisória antecipada de urgência, nos termos do art. 300
do CPC/2015, suspendendo, assim, a exigência do crédito tributário, no que diz
respeito ao pagamento da cobrança do ISSQN dos anos de 2014 a 2016, até
julgamento da Ação Anulatória, pois a prova inequívoca da verossimilhança do
pedido e o receio de perda financeira foram demonstrados;
b) Procedência do pedido, para anular o lançamento tributário, nos termos da Lei nº
6.830/80, art. 2º, § 5º, II;
c) A citação do ente público, na pessoa de seu representante judicial, para
apresentar a contestação no prazo legal;
d) A condenação do ente público competente ao pagamento de custas processuais
e honorários advocatícios;
e) Ratifica-se a opção pela não realização de audiência de conciliação e mediação
(art. 319, VII, CPC/2015).
f) A produção de todos os meios de prova em Direito admitidos.

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Dá-se à causa o valor de R$ xxxxxxx,xx (valor por extenso).


Nesses termos,
Pede deferimento.
xxx de xxxxxxxxx de 20xx.
____________________________
Advogado
OAB/___ nº

ADVOGADO:
OAB/PA:

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