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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................5
2. CONTROLO DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO.......................................................6
2.1. Enquadramento do controlo da execução orçamental.....................................6
2.2. Principal impacto do controlo da execução orçamental...................................6
2.3. Controlo interno e externo....................................................................................6
2.4. Infracções às regras de execução orçamental..................................................7
2.5. Infracções às regras de execução.......................................................................8
3. FISCALIZAÇÃO DA LEGALIDADE DAS FINANÇAS PÚBLICAS...........................8
3.1. Competência relativa à fiscalização preventiva.................................................9
3.2. Competência relativa à fiscalização sucessiva................................................10
3.3. Competência relativa à efectivação de responsabilidade financeira............10
4. CONSEQUÊNCIAS DAS INFRACÇÕES ÀS REGRAS DE EXECUÇÃO
ORÇAMENTAL.......................................................................................................................11
5. CONCLUSÃO..................................................................................................................12
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................13

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RESUMO: Este pequeno trabalho discorre sobre o controlo da execução
orçamental e financeira do Estado Angolano. E quando falamos de Controle da
Execução Orçamental e Financeira, estamos a nos referir de legalidade dos
atos de que resultem arrecadação da receita ou a realização da despesa e o
nascimento ou extinção de direitos e obrigações.

PALAVRAS-CHAVE: OGE, Execução do Orçamento, Finanças, Dinheiro


Público.

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1. INTRODUÇÃO
O Controlo da execução orçamental remonta a 14 Setembro de 1900, aquando
da aprovação do Decreto que estabeleceu as bases para regulamentar a
fiscalização local dos serviços da Administração da Fazenda das províncias
ultramarinas de que Angola fazia parte.
Constitui uma das atribuições do MINFIN preparar a proposta do OGE,
assegurar a execução e controle Orçamental (alínea b) do art.º 2.º do Decreto
Presidencial n.º 264/20 de 14 de Outubro – Estatuto Orgânico do Ministério das
Finanças), para além do envolvimento de outras entidades como a Assembleia
Nacional, Tribunal de Contas e as entidades inspectivas.
Só poderemos falar em disciplina orçamental quando tivermos um cumprimento
das normas e um funcionamento cabal das instituições que concorrem para a
execução orçamental.

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2. CONTROLO DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO

2.1. Enquadramento do controlo da execução orçamental


A promoção da responsabilidade nas finanças públicas confere especial
importância ao controlo da gestão financeira dos organismos públicos através
da prestação de contas.
O controlo da execução orçamental visa assegurar a boa gestão dos recursos
financeiros públicos, a fim de que esta respeite as normas e princípios que
regem a execução orçamental.
Este sistema de controlo da execução orçamental permite:
i) controlar o cumprimento das regras sobre a execução orçamental;
ii) garantir a conformidade legal das peças justificativas da execução de
despesas;
iii) identificar e alertar sobre as iniciativas com impacto financeiro e
orçamental; e
iv) identificar as tendências de risco orçamental.

2.2. Principal impacto do controlo da execução orçamental


O controlo da execução orçamental é um instrumento que permite a
prossecução do cumprimento das metas orçamentais, evitando desvios e
despesas acima do tecto orçamental, na medida em que:
o Evita a realização de despesas não previstas no orçamento ou que
ultrapassem o montante de crédito orçamental autorizado;
o Permite a detecção de desvios aos princípios da legalidade, da
eficiência e da eficácia da gestão financeira pública;
o Permite a racionalidade na utilização dos recursos do Estado tendente à
obtenção do máximo benefício social com o mínimo custo social;
o O controlo permite garantir a transparência na gestão dos recursos
públicos.

2.3. Controlo interno e externo


A fiscalização orçamental, financeira, patrimonial e operacional da
Administração do Estado e dos órgãos que dele dependem, é exercida pela
Assembleia Nacional e pelo Tribunal de Contas, ao nível do controlo externo, e
pelo presidente da República, através dos seus órgãos especializados, ao nível
do controlo interno.
O controlo externo é exercido pela Assembleia Nacional, a quem compete
aprovar a Conta Geral do Estado, podendo a mesma ser acompanhada do

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Relatório parecer do Tribunal de Contas e todos os elementos necessários à
sua análise, nos termos da lei. O presidente da República deve informar à
Assembleia Nacional, até 45 dias após o termo do trimestre a que se refere,
sobre a execução orçamental, financeira e patrimonial, através de balancetes e
relatórios trimestrais elaborados pelo órgão responsável pela contabilidade
nacional, a excepção do último trimestre do ano, sobre o que é apresentada a
Conta Geral do Estado, que acumula o movimento do exercício encerrado.
O presidente da República deve apresentar à Assembleia Nacional, até 30 de
Setembro do ano seguinte àquele a que diga respeito, o balanço geral relativo
aos resultados do exercício económico. Os relatórios e as contas dos órgãos
de soberania são submetidos directamente por estes ao Tribunal de Contas,
até 30 de Setembro do ano seguinte àquele a que digam respeito.
A Assembleia Nacional aprecia e vota a Conta Geral do Estado até 30 de
Junho do ano seguinte, ao previsto no n.º 4 do Artigo 63.º da Lei 15/10, de 14
de Julho.
2.4. Infracções às regras de execução orçamental
As infracções às regras de execução orçamental resultam do incumprimento do
Decreto Presidencial que todos os anos aprova as regras de execução do
Orçamento Geral do Estado (REOGE) – neste momento vigora o Decreto
Presidencial n.º 73/22, de 01 de Abril.
Tendo como substância os seguintes diplomas:
o CRA, 2010;
o Lei n.º 15/10 de 14 de Julho, Lei do Orçamento Geral do Estado (OGE);
o Lei n.º 3/10 de 29 de Março, da Probidade Pública;
o Lei 37/20, de 30 de Outubro, da Sustentabilidade
das Finanças Públicas;
o Lei n.º 38/20 de 11 de Novembro, que aprova o Código Penal Angolano;
o Lei n.º 13/10, de 09 de Julho (Lei Orgânica e do Processo do TC).

Estas Leis e demais diplomas legais são instrumentos necessários à acção


planeada e transparente dos gestores públicos, cujo incumprimento
desemboca em desequilíbrios das contas públicas e danos ao erário público.
Relevam-se os princípio da transparência da gestão e da responsabilidade dos
gestores na execução do Orçamento Geral do Estado.
Os titulares das Unidades Orçamentais (UO’s), funcionários e agentes são
responsabilizados política, financeira, civil e criminalmente pelos actos e
omissões que pratiquem no âmbito do exercício das suas funções, que
resultem da violação das regras de execução orçamental, nos termos da
Constituição e demais legislação aplicável.

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2.5. Infracções às regras de execução

1. Prática de actos que contrariem os encargos não permitidos por lei;


2. Autorização ou promoção de operações de tesouraria ou alterações
orçamentais proibidas por lei, tais como:
i. Falta de comprovativos de despesas (OS, Facturas, etc.);
ii. Falta de comprovativos da entrega dos bens adquiridos (Notas de
entregas, auto de medição, etc);
iii. Uso de facturas inconformes;
iv. Falta de contratos para as despesas contratuais;
v. Contratos irregulares;
vi. Subsídios de deslocação irregulares;
vii. Falta de geração de processo patrimonial para as despesas de
capital;
viii. Despesas não tipificadas.
3. Dar ao dinheiro público um destino diferente daquele a que esteja
legalmente afectado;
4. O não recolhimento das receitas na Conta Única do Tesouro
(CUT);
5. Contratação de dívida junto de fornecedores de bens e serviços sem a
cabimentação e liquidação da despesa, violando as REOGE e a Lei dos
Contratos Públicos;
6. Assumpção de despesas sem a devida cabimentação prévia;
7. Autorização de despesas não orçamentadas;
8. Cabimentação de despesas de bens duradouros, investimentos ou de
capital fixo sem ser precedida da geração do processo patrimonial.
9. Não apresentação de extractos das contas bancárias;
10. Admissão de agentes públicos, sem prévia autorização de vaga de
admissão;
11. Celebração de contrato de provimento sem a observância do
planeamento de efectivos;
12. Não apresentação da Necessidade de Recursos Financeiros e/ou
apresentação de necessidade de recursos financeiros que não atende
ao cronograma financeiro dos programas, projectos e actividades da
Unidade Orçamental.

3. FISCALIZAÇÃO DA LEGALIDADE DAS FINANÇAS PÚBLICAS

O Tribunal de Contas tem, como principal missão, a fiscalização da legalidade


financeira do Estado e demais instituições públicas e privadas que a Lei

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determinar. Estes objectivos são realizados, através de uma jurisdição própria
que abrange:
 No âmbito da competência em razão da matéria, o poder de controlo e
fiscalização financeira das Contas do Estado e demais pessoas
colectivas que a Lei determinar, em toda ordem jurídica angolana.
  No âmbito da competência em razão do território, o poder do Tribunal
de Contas estende-se a todo o território nacional e no estrangeiro no
âmbito de toda a ordem jurídica angolana.
  No âmbito pessoal, em geral são considerados sujeitos passivos, nas
relações jurídicas relevantes para efeito de aplicação da jurisdição do
Tribunal de Contas, todas as entidades que administram dinheiros
públicos, independentemente da sua natureza jurídica de Direito Público
ou Privado.
  Em especial, são sujeitos passivos os serviços, organismos que
integram a Administração Central e Local, Autarquias e Associações, os
Institutos e Empresas Públicas, as Empresas ou Sociedades Públicas de
capital maioritariamente público, ou ainda quaisquer outros entes
públicos ou privados que a Lei determinar.
  No âmbito nacional o Tribunal de Contas assegura a fiscalização e
controlo dos recursos financeiros ou de outro tipo, oriundos de
organismos internacionais.
Competências meramente instrumentais ou acessórias, onde a título
exemplificativo, encontramos as competências consultiva e regulamentar e.
Competências fundamentais, que tendo em conta o critério funcional, podem
distinguir-se em:

3.1. Competência relativa à fiscalização preventiva


Competência relativa à fiscalização preventiva, ou "a priori", de visto, Essa
competência é exercida mediante a concessão ou recusa do visto, de forma a
verificar se os actos ou contratos a ele sujeitos estão conforme às leis vigentes,
e se os encargos deles decorrentes têm cabimentação orçamental, Porém, a
própria lei exclui, do âmbito da fiscalização preventiva, os actos de nomeação
emanados pelo Presidente da República; os actos de nomeação do pessoal
afecto aos gabinetes dos titulares de Órgãos de Soberania; os diplomas
relativos a cargos electivos, de entre outros actos estipulados na própria lei.
Nenhum acto ou contrato sujeitos à fiscalização preventiva pode produzir
efeitos ou ser executado, sem que tenha sido visado pelo Tribunal de Contas

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A competência para a concessão ou recusa do visto, é exercida pela 1ª
Câmara através de sessões diárias de visto que são asseguradas por dois
juízes e realizar-se-ão, todos os dias úteis.
A Declaração de Conformidade: será feita pelos Serviços de Apoio do Tribunal
e terá lugar apenas nos casos em que não ocorram dúvidas sobre a legalidade
do acto ou contrato, gozando tal declaração dos requisitos de exequibilidade
referidos e exigidos para o visto.
3.2. Competência relativa à fiscalização sucessiva
Competência relativa à fiscalização sucessiva, ou "posteriori": consiste na
verificação interna e externa das contas e de auditorias à gestão financeira e é
exercida mediante a elaboração de relatório e parecer sobre a conta geral do
estado, bem como o relatório sobre as contas dos Órgãos de Soberania e
também a realização de acções que visam a efectivação da fiscalização
sucessiva dos serviços da Administração Central do Estado, de quaisquer
entidades públicas com funções de tesouraria, dentre outras competências
atribuídas por lei, A competência para o julgamento das contas sujeitas a
fiscalização sucessiva, é da 2ª Câmara
3.3. Competência relativa à efectivação de responsabilidade financeira
Competência relativa à efectivação de responsabilidade financeira;
reintegratória ou sancionatória, é de aplicação de multas. A responsabilidade
financeira é efectivada em processos tipicamente jurisdicionais e podem
assumir a forma de responsabilidade Financeira reintegratória e
responsabilidade sancionária ou punitiva.
A responsabilidade reintegratória é efectuada mediante instrução de processos
judiciais, e em caso de desvio de dinheiro ou ainda de pagamentos indevidos,
traduz-se na condenação dos responsáveis na reposição ao Cofre do Estado,
de tais importâncias e correspondem as infracções previstas nos, avaliando o
grau de culpa, tendo em consideração as competências do infractor, o volume
de valores e fundos movimentado e a índole das principais funções de cada
responsável. A responsabilidade sancionatória ou punitiva é efectivada
mediante instrução de processos judiciais, em que se traduzem na aplicação
de multas de natureza não criminal.
Porém, a efectivação de responsabilidade financeira, em qualquer das suas
formas, não obsta a efectivação das responsabilidades disciplinar e criminal, a
que igualmente haja lugar.
Portanto, o exercício da jurisdição do Tribunal de Contas, compreende a
fiscalização e o controlo financeiro e a efectivação de responsabilidade
financeira de todas as instituições, agentes e funcionários públicos que utilizem
dinheiro, valores ou património público.

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4. CONSEQUÊNCIAS DAS INFRACÇÕES ÀS REGRAS DE EXECUÇÃO
ORÇAMENTAL

1. Responsabilidade Penal (criminal) quando o facto consubstanciar um


crime, por exemplo, apropriação de recursos públicos (crime de
peculato);
2. Responsabilidade administrativa, podendo levar a invalidade do acto
praticado, por exemplo, celebração de contrato público sem que se
tenha competência para o efeito;
3. Responsabilidade disciplinar e política; ou ainda
4. O direito do Estado exigir a responsabilidade civil do agente.

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CONCLUSÃO
Concluímos assim, que o controlo da execução financeira e orçamental do
Estado é exercida por instituições credíveis do estado, tais como o Ministério
das Finanças que faz parte do poder executivo, Assembleia Nacional e pelos
Tribunais, que fazem parte do poder Judicial, isto é, os três poderes de
organização do nosso Estado trabalhando juntos no controlo da execução
orçamental e financeira do Estado com o fim na persecução e satisfação dos
interesses da colectividade. E esse controlo é feito respeitando as normas de
execução e fiscalização orçamental, podendo os seus infractores responder
civil e criminalmente por defraudar o erário, sendo por dolo ou mera culpa no
exercício da execução do OGE.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 CRA, 2010;
 Lei n.º 15/10 de 14 de Julho, Lei do Orçamento Geral do Estado (OGE);
 Lei n.º 3/10 de 29 de Março, da Probidade Pública;
 Lei 37/20, de 30 de Outubro, da Sustentabilidade
das Finanças Públicas;
 Lei n.º 38/20 de 11 de Novembro, que aprova o Código Penal Angolano;
 Lei n.º 13/10, de 09 de Julho (Lei Orgânica e do Processo do TC);
 Decreto Presidencial n.º 264/20, de 14 de Outubro, Estatuto Orgânico do
Ministério das Finanças.

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