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“O sofrimento da profissional do sexo Travesti, que trabalham na rua e a falta de

reconhecimento quanto trabalhadores”.

OBJETIVO: Compreender o sentido da violência no cotidiano na vida da profissional


do sexo Travesti.

MÉTODO:  A pesquisa foi realizada nos pontos de prostituição de Contagem.

A primeira abordagem foi oferecer uma rosa, junto com uma carta que explicava o
projeto acadêmico, de compreender a situação da violência e os impactos psicológicos
do profissional do sexo travesti. Distribuímos 22 botões de rosas, nos pontos da Praça
da Cemig, Praça do Cigano e em dois pontos da Via Expressa. Tivemos um retorno com
sucesso e entrevista.

O segundo método foi ligar para os travestis que anunciam no jornal popular. Foram
feitas oito ligações e duas profissionais travestis se interessaram. A primeira retornou a
ligação, no jornal Laila, assim ela foi tratada, mas ela não trabalha na rua, assim, não
fazia parte do nosso grupo de pesquisa. A segunda, Dany nos ouviu e pediu para
adiciona-la na rede social Facebook. Ela falou sobre ela, e das dificuldades de trabalhar
na rua, marcou encontro na UNA, mas não apareceu, também nos bloqueou na rede
social.

O terceiro método foi a indicação feita pela profissional entrevistada. Os dados foram
produzidos por meio da entrevista semiaberta, conduzida por um roteiro com perguntas
acerca da vivência como profissional do sexo e sua relação com a violência.

RESULTADOS: Os relatos evidenciaram que ser um profissional do sexo é uma


atividade de risco, na qual a violência contra as travestis é um fenômeno presente. As
negociações estabelecidas são formalizadas às escuras, verbalmente, sem testemunhas e
cujo objeto de contrato é a própria Travesti, com a finalidade de proporcionar prazer
sexual ao contratante. Por meio da análise interpretativa, foi possível compreender que
apesar da violência, o que leva a travesti a permanecer nesse cotidiano no qual estão
presentes o risco constante de morte, agressões e todo tipo de violência psicológica, é a
necessidade de sobrevivência. Visto que, estar inserido no mercado formal do trabalho,
não é algo naturalizado na nossa cultura.
CONCLUSÕES: O preconceito, a desvalorização do profissional do sexo, se
manifestada por violência física, psicológica, moral e sexual. O estudo deve avançar
para disseminar o conhecimento quanto à condição inata de “ser” travesti, e da
necessidade social de haver profissional do sexo. Expressões como “aceitação social”
denota que algo foi ofertado, dando ao outro a possibilidade de aceitar ou não. Devemos
transformar este termo em “Compreensão social”, pois o que temos a oferecer ao outro
é conhecimento, para que eles compreendam, sem o direito de anular o sujeito com base
nos preconceito. Um estudo que devem ser desenvolvido é que, a profissional do sexo é
um produto necessário, visto que prazer é saudável e elas só atendem a quem de fato,
nas suas necessidades fisiológicas as procura. Por tanto, elas não precisam de piedade,
mas reconhecimento profissional.

Descritores: Prostituição; Violência; travestis.

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