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e Organizações
Internacionais
Prof. Diego Boehlke Vargas
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. Diego Boehlke Vargas
V297i
Vargas, Diego Boehlke
ISBN 978-65-5663-343-5
ISBN Digital 978-65-5663-344-2
CDD 327
Impresso por:
Apresentação
Olá, acadêmico! Seja muito bem-vindo aos estudos das Instituições,
Regimes e Organizações Internacionais. Esta disciplina envolve um grupo
bastante amplo de conceitos, contextos históricos e acordos em nível interna-
cional por meio das instituições, que atuam no espaço internacional.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para
diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institu-
cionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar
seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de De-
sempenho de Estudantes – ENADE.
Bons estudos!
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 206
UNIDADE 1 —
INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
1 INTRODUÇÃO
Ficou curioso? Para que estas perguntas sejam respondidas da forma mais
clara possível preparamos este livro com uma leitura fácil e dinâmica, embora seja
preciso atenção e dedicação para que os temas sejam perfeitamente assimilados.
As páginas que você lerá contam com ilustrações, informações adicionais e dicas
para aprofundar o seu estudo.
3
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
4
TÓPICO 1 — DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
deste modo, podemos perceber que muitos dos temas que estudaremos ao longo
das páginas deste livro têm origem no paradigma do liberalismo.
NOTA
5
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
Estas e muitas outras obras são, portanto, partes de um liberalismo que foi
sendo formado e pensado ao longo dos anos, as quais representam o contraponto
ao realismo. Assim, a idealização do liberalismo vinha sendo preenchida com
perspectivadas a partir da lógica da boa-fé, da cooperação, da interação normativa
e igualitária no campo político da esfera internacional, além de um arcabouço
jurídico capaz de articular a paz e a justiça mundiais por meio de partilha e
aceitação de valores universais (CASTRO, 2012).
6
TÓPICO 1 — DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
NOTA
Vejamos, por exemplo, como Immanuel Kant conduzia a discussão que lançou
as bases e consolidou o ideário liberal, em À Paz Perpétua (KANT, 2008, p. 52 apud CASTRO,
2012, p. 340), em que se percebe a preocupação com a autonomia de cada Estado: “a ideia
do direito internacional pressupõe a separação de muitos Estados vizinhos independentes
uns dos outros, embora uma tal situação seja em si já um estado de guerra [...]; é, contudo,
mesmo este estado, segundo a ideia da razão, melhor do que fusão deles por uma potência
que cresça uma sobre a outra e que se converta em uma monarquia universal”.
7
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
8
TÓPICO 1 — DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
Por sua vez, os ajustes positivos das balanças comerciais eram propiciados
pelo bimetalismo. Com a exploração de metais preciosos, como o ouro e a
prata, em colônias mundo a fora – a unilateralidade era uma marca evidente do
mercantilismo. Assim, o lastro das moedas nacionais de potências marítimas
como Espanha, Inglaterra, França e Portugal se dava em função da exploração e
da acumulação de metais preciosos de suas colônias.
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UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
10
TÓPICO 1 — DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
NOTA
E
IMPORTANT
11
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
12
TÓPICO 1 — DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
NOTA
Karl Heinrich Marx, nascido em 1818, na Alemanha, foi filósofo, cientista político
e social, com Friedrich Engels realizou amplos estudos sobre as relações econômicas e
sociais presentes na sociedade, os quais deram origem à escola de pensamento marxista.
Seus escritos influenciaram diversas áreas como o Direito, a Economia e a Sociologia.
A principal obra publicada por Marx foi “O Capital”, de 1867. Trata-se de um livro sobre
Economia Política, mas que realiza uma extensa análise crítica da sociedade capitalista.
Os conceitos de mais-valia, força de trabalho, acumulação primitiva foram introduzidos
por Marx e Engels na segunda metade do Século XIX, mas são extremamente úteis à
compreensão do mundo atual.
13
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
Desta forma, como o marxismo entende a existência dos papéis dos estados
nacionais? O que se sugere é que o Estado é nada mais do que a forma de organização
que os burgueses (ou as classes dominantes) adotam para fins internos e externos,
para a garantia mútua de suas propriedades e interesses (CASTRO, 2012).
E
IMPORTANT
Assim, podemos ver que a forma de atuação dos Estados novamente é co-
locada “contra a parede”. Será que existem Estados que procuram defender, atualmente,
os anseios de uma classe econômica específica? Estas são algumas das indagações que
o pensamento marxista poderia auxiliar também no âmbito das Relações Internacionais.
Além desses fatores, outros são privilegiados por uma leitura mais
desenvolvimentista. Os mais tradicionais para a macroeconomia são o capital
físico e a força de trabalho, mas alguns deles são determinantes para o crescimento
econômico, tais como: a importância das instituições, a relevância do comércio
exterior, a garantia de um nível de desigualdade reduzido para a distribuição de
renda, o papel da infraestrutura na geração de atividades produtivas, além do
papel dos gastos dos governos (CASTRO, 2012).
14
TÓPICO 1 — DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
FONTE: O autor
15
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
política e economia por meio de blocos regionais. Ao mesmo tempo que o Brasil
organiza suas pautas político-econômicas, também as faz unindo os interesses
dos países do Mercosul, por exemplo.
16
TÓPICO 1 — DO LIBERALISMO AO INSTITUCIONALISMO
NOTA
17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A globalização pode ser entendida como um processo que reúne os temas eco-
nômicos, comerciais e financeiros.
• Para a economia política internacional a globalização pode ser vista nas matri-
zes: globalização assimétrica; globalização especulativo-financeira; globaliza-
ção solidária; globalização produtiva.
18
AUTOATIVIDADE
19
20
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
TEORIA DA INTERDEPENDÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
21
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
FONTE: O autor
22
TÓPICO 2 — TEORIA DA INTERDEPENDÊNCIA
não são mais pensadas apenas para o interior de um país, e, assim, ultrapassam
fronteiras e nações. Sem mencionar que existe também uma diferenciação em
termos culturais das sociedades que é crescente e muito rápida.
A partir desta perspectiva, os atores que não são Estados também são
relevantes na hierarquia dos assuntos internacionais. Assim, a cooperação
e a integração entre os atores são uma forma alternativa ao uso da força e das
guerras para os custos da interdependência sejam extinguidos. Aí entra outro
conceito que iremos explorar mais adiante a respeito da vulnerabilidade de
cada Estado, definida a partir dos maiores ou menores custos consequentes da
interdependência (PAULA, 2011).
O fato é que muitas questões políticas que vivemos hoje exigem ações
que somente serão eficazes se as soluções forem organizadas com a participação
de vários Estados e dos atores internacionais envolvidos. Isto ocorre porque há
uma tensão entre a soberania ilimitada que é territorializada, ou seja, acontece
em cada território, e a lógica atual das políticas ao assumirem característica
desterritorializada e transnacional.
23
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
24
TÓPICO 2 — TEORIA DA INTERDEPENDÊNCIA
FONTE: O autor
25
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
A teoria realista é uma das mais importantes dentro das Relações Internacionais quando
se fala em política internacional. Inspirada em Maquiavel e Hobbes a teoria realista surge
em contraposição ao idealismo e explica as relações políticas entre os Estados conside-
rando válidas apenas as variáveis diplomáticas e militar-estratégicas. Por meio desta pers-
pectiva, os “indivíduos” são os Estados-nacionais, e considerados os únicos atores válidos
do sistema internacional (LACERDA, 2006).
26
TÓPICO 2 — TEORIA DA INTERDEPENDÊNCIA
27
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
Vamos trazer este tema mais abstrato para a realidade política e econômica?
Um exemplo prático da ideia de dependência mútua dos países, da assimetria
dos impactos gerados está na produção mundial de grãos na década de 1970.
28
Neste período, os Estados Unidos já tinham destaque no comércio mundial
de soja. Com o rápido aumento da demanda mundial, os preços internos dos
produtos norte-americanos também aumentavam. No intuito de reduzir os índices
de inflação, o governo dos Estados Unidos decide interromper a exportação de soja
para o Japão. Por consequência, o Brasil torna-se um dos grandes fornecedores de
soja ao Japão. Com o passar do tempo, a oferta e a demanda de soja dos Estados
Unidos se estabilizam, reduzindo os níveis de inflação. Quando o governo norte-
americano resolve cessar a política de bloqueio às exportações, o mercado japonês
já havia estabelecido novas estruturas de comércio internacional ao comprar o
produto de uma fonte mais barata no mercado brasileiro.
FONTE: O autor
29
3 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA INTERDEPENDÊNCIA COM-
PLEXA
Para cada uma das três premissas defendidas pela visão realista, a teoria
da interdependência complexa trouxe três contra premissas. Estas críticas servem
como respostas ao realismo e como contribuição à compreensão da organização
social internacional em cada país.
30
1) Múltiplos canais de contato – A primeira das premissas da visão realista
é a que os Estados seriam os únicos atores dominantes na política internacional.
Deste modo, demais atores internacionais não existiriam como uma força política
ou de poder, ou, se existissem, teriam pouca significância. Para este postulado, a
interdependência complexa entende que são os protagonistas transnacionais, os
quais possuem atuação através das fronteiras dos Estados, os maiores agentes da
política internacional.
NOTA
FONTE: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/03/economia/1509714366_037336.html>.
Acesso em: 26 maio 2020.
31
IMPORTÂNCIA DE GRANDES EMPRESAS PARA A ATUALIDADE DA ORGANIZAÇÃO DOS
ESTADOS
32
NOTA
DRONE MQ-9
Portanto, as ações militares com uso, de fato, de força são menos frequentes
dada a complexidade das relações sociais, econômicas e políticas da atualidade.
Basta olharmos para as múltiplas ações de preservação dos recursos naturais
realizadas entre Estados, ou para as parcerias na comercialização de recursos
naturais como o petróleo e gás, e os acordos comerciais internacionais de comércio.
É neste sentido que as instituições internacionais passam a ter bastante relevância
para que a força não seja empregada e os interesses econômicos atendidos.
33
NOTA
NOTA
EUA querem coalizão militar para proteger navegação perto de Irã e Iêmen
Washington e Teerã – Os Estados Unidos anunciaram que pretendem trabalhar com paí-
ses aliados na criação de uma coalizão militar internacional que proteja a navegação em
pontos chave do Oriente Médio, nas costas do Irã e do Iêmen. A medida é uma resposta
à escalada das tensões entre Washington e Teerã, que vêm se agravando desde que os
americanos deixaram o acordo nuclear de 2015 e voltaram a aplicar sanções no país persa.
34
NOTA
FONTE: O autor
35
Obviamente que os Estados, embora tenham dividido seu destaque na
política internacional com os demais atores que a compõem, não se tornaram,
devido a isso, os elos mais fracos de todo o processo (RODRIGUES, 2014).
Os Estados continuam exercendo forte influência sobre os demais atores
internacionais. A grande mudança houve no poder de participação de outros
agentes, também com interesses econômicos, sociais e políticos, nas decisões
internacionais orientadas pelos Estados.
36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
37
AUTOATIVIDADE
38
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Vamos seguir adiante neste último tópico? Tenha uma ótima leitura e um
bom aproveitamento em seu estudo!
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UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
40
TÓPICO 3 — COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
E
IMPORTANT
Vamos conhecer um pouco mais sobre estas experiências? Além da OIT, ou-
tros casos importantes ainda em operação são a União Internacional de Telecomunicações
(UIT) e a União Postal Universal (UPU), ambas com sede na Suíça.
NOTA
E
IMPORTANT
A União Postal Universal (UPU) foi criada em 1874 a partir do Tratado de Ber-
na. Esta organização intergovernamental é atualmente designada por União Geral dos
Correios e constituiu-se como instituição especializada das Nações Unidas em 1948. Seu
surgimento teve por objetivo incentivar a colaboração e o desenvolvimento no setor pos-
41
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
tal internacional. Junto à ONU, atualmente, coordena políticas e serviços postais entre as
nações e o sistema postal internacional, sendo o principal fórum de cooperação entre os
atores do setor postal, garantindo uma rede verdadeiramente universal de produtos e ser-
viços atualizados.
NOTA
42
TÓPICO 3 — COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
43
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
44
TÓPICO 3 — COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
NOTA
DICAS
Acesse a Carta das Nações Unidas em sua versão completa e em português di-
retamente no endereço das Nações Unidas Brasil: https://nacoesunidas.org/carta. Procure pelos
capítulos e artigos citados e veja na íntegra a importância do tema da cooperação internacional.
45
UNIDADE 1 — INSTITUIÇÕES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
Uma das reações contrárias partiu dos próprios países europeus, com
os primeiros movimentos para a integração de alguns Estados em um mercado
comum já na década de 1950. O objetivo era garantir maior autonomia política e
econômica aos territórios. Este foi o caso do “Mercado Comum Europeu”, mais
conhecido por União Europeia, constituído em 1957 como uma união aduaneira
entre Alemanha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Em
1993, a União Europeia atinge a qualidade de mercado comum. O mercado
47
comum permite a livre movimentação de mão de obra, capital e serviços entre as
nações que são membros, além de não permitir a cobrança qualquer tipo de tarifa
ou outros tipos de barreiras comerciais entre seus membros e harmonizar suas
políticas comerciais (SALVATORE, 2007; UE, 2019).
48
FIGURA 13 – DIVISÃO DO MUNDO EM HEMISFÉRIOS NORTE E SUL
NOTA
Uma das situações que escapa desta lógica mais antagônica diz respeito
às relações entre Brasil e Alemanha na área espacial. Em 1969 o primeiro acordo
de cooperação foi assinado pelos países para o desenvolvimento da Ciência &
Tecnologia. O acordo resultou no convênio estabelecido entre o Centro Técnico
Aeroespacial (CTA) do Brasil e a Agência Espacial Alemã (DRL), cujas operações
ocorrem até os dias de hoje.
49
Contudo, existem diferentes centros e diferentes periferias no sistema
mundial. Portanto, se Estados Unidos e Inglaterra são o centro, a Alemanha é a
periferia deste centro. Já o Brasil, é o centro da periferia ao Sul. Portanto, nenhum
dos países encontra-se na extremidade do sistema, tornando a distância entre os
países menor do que em outros casos. Assim, é possível que países desenvolvidos
e subdesenvolvidos estabeleçam algum tipo de cooperação (SILVA, 2011).
Por outro lado, a cooperação proposta pela ONU a partir de 1945 ainda se
restringia a uma ajuda financeira vinculada aos interesses políticos e estratégicos
das grandes potências. Assim, como forma de atender às reações de oposição a esta
dinâmica, na Assembleia Geral da ONU de 1959 o conceito de assistência técnica
foi revisto e substituído pelo de cooperação técnica. O objetivo era promover uma
fonte de trocas mais saudável entre os países envolvidos no sentido de garantir os
interesses mútuos dos Estados envolvidos (MACIEL, 2009).
50
Contudo, o mesmo sistema que garantia aos países subdesenvolvidos,
inclusive ao Brasil e aos demais países latino-americanos, acesso ao crédito a
partir das instituições financeiras internacionais, também promovia demasiada
dependência destas economias aos países desenvolvidos devido ao endividamento
externo. Os blocos de poder emergidos após a Segunda Guerra Mundial criam,
portanto, diversas barreiras à cooperação internacional pensada no interior da
ONU.
NOTA
51
A crise da década de 1980, seja a propiciada pelo preço internacional
do petróleo, seja pelo endividamento junto aos bancos internacionais, atingiu
fortemente os países da América Latina que já haviam entrado em um processo
de industrialização. A falta de acesso constante aos recursos monetários que
possibilitaram um acelerado ritmo de crescimento econômico desde a década de
1950 limitava os processos de cooperação internacional.
Percebeu que o tema dos regimes internacionais pode ser bem complexo,
não é mesmo? A Unidade 2 será dedicada a esta e outras compreensões. Até lá!
52
LEITURA COMPLEMENTAR
Ramon Blanco
53
passou-se a dar atenção a um distinto tipo de conflitualidade – os conflitos
intraestatais. Assim, as estruturas internas desses conflitos, antes invisíveis,
passaram a ser problematizadas. Mais do que isso, a construção da paz passou,
no pós-Guerra Fria, a ser a operacionalização da profunda reestruturação da
dimensão interna dos Estados onde tais conflitos violentos ocorrem.
Por outro lado, desde o início da Minustah, o Brasil lidera o que talvez seja
sua esfera mais expressiva – o componente militar. Esse é um marco importante
para o país enquanto participante de operações de paz e revelador do grau de
comprometimento e de aceitação por parte de seus pares, que ele passou a ter
nesta esfera. Não por acaso, o Brasil atualmente lidera o componente militar da
54
operação de paz enviada ao Congo (Monusco). Isso é bastante significativo, dado
que essa é a maior operação de paz em atividade.
55
Inserir-se principalmente por meio de envio de efetivos denota o óbvio
– um limitado entendimento de paz como o simples inverso da guerra. Assim,
dentro dessa lógica, atuar na paz internacional é meramente enviar tropas ao
terreno. Não é por acaso que quem conduz tal discussão no país é, sobretudo, o
Ministério da Defesa.
Para participar dessa discussão, o país deve, com urgência, alargar seu
entendimento de paz. Isso não quer dizer que deva abdicar de contribuir com
efetivos. Entretanto, uma inserção mais qualificada passa também por aglutinar,
de modo integrado e coordenado, diferentes tipos de atores e instituições em sua
atuação na construção da paz internacional. Para além da violência observável,
algo que o envio de tropas pode ajudar a minimizar, é preciso ter em conta outros
tipos de violência, menos visíveis e mais estruturais, formados por condições
políticas, econômicas e sociais injustas que com frequência estão nas raízes dos
conflitos violentos pelo globo. É nesse ponto que a construção da paz se liga, por
exemplo, à ideia de desenvolvimento e chega ao nível dos indivíduos.
56
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A cooperação Norte-Sul tende a ocorrer por meio de uma relação repleta de de-
sigualdades, contudo, é possível que países desenvolvidos e subdesenvolvidos
estabeleçam algum tipo de cooperação, como foi o caso de Alemanha e Brasil.
CHAMADA
57
AUTOATIVIDADE
58
UNIDADE 2 —
REGIMES INTERNACIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1
– PRINCÍPIOS E CONCEITOS DOS REGIMES
INTERNACIONAIS
CHAMADA
59
60
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O estudo dos regimes internacionais permite que você possa ter uma
compreensão mais aprofundada sobre a organização social internacional a partir
de diferentes temáticas, tais como a econômica, ambiental, de direitos humanos ou
de segurança. Embora estes e outros temas sejam frequentes nas análises políticas
dos países, a perspectiva das mudanças dos regimes ou interna aos regimes
facilita a leitura dos movimentos internacionais relacionados a temas específicos.
Além disso, as visões das teorias das Relações Internacionais divergem quanto ao
entendimento deste conceito, resultando em leituras também divergentes sobre
os regimes internacionais e os seus impactos no ambiente nacional e internacional.
61
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
62
TÓPICO 1 — PRINCÍPIOS E CONCEITOS DOS REGIMES INTERNACIONAIS
FONTE: O autor
63
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Mesmo que não foram poucos os casos em que tais regras foram
desobedecidas. Tal como em setembro de 2012, quando extremistas líbios do
grupo Ansar al-Shariah atacaram o consulado dos Estados Unidos na cidade de
Banhazi na Líbia, matando o embaixador Chris Stevens. Ou em 2004, em que
oito pessoas morreram após a denotação de um carro-bomba por militantes
muçulmanos do lado de fora da embaixada da Austrália, em Jacarta na Indonésia
(ESTADÃO, 2018).
64
TÓPICO 1 — PRINCÍPIOS E CONCEITOS DOS REGIMES INTERNACIONAIS
DICAS
Em Stanford, foi presidente do departamento de Ciência Política entre 1984 e 1991, atuou
como editor da importante revista científica International Organization de 1986 a 1992, foi
diretor adjunto do Freeman Spogli Institute (FSI) de 2008 a 2013 e decano associado sênior
de ciências sociais de 2010 a 2013. Antes de trabalhar em Stanford em 1981, lecionou na
Universidade de Harvard e na UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles).
65
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Por isso, é comum perceber uma demanda natural por regimes a partir
dos próprios atores internacionais, uma vez que por meio dos regimes são obtidas
informações sobre os seus próprios membros, tais como objetivos, interesses e o
cumprimento dos acordos estabelecidos, além de reduzir os custos de negociação
quando são implementados espaços próprios para uma negociação continuada
(SILVA; GONÇALVES, 2010).
E
IMPORTANT
66
TÓPICO 1 — PRINCÍPIOS E CONCEITOS DOS REGIMES INTERNACIONAIS
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
67
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
TUROS
ESTUDOS FU
FONTE: O autor
68
É possível dizer que um regime internacional enfraquece quando seus
princípios e normas, suas regras e procedimentos tornam-se menos coerentes
entre si. Ou, ainda, um regime enfraquece quando as ações praticadas pelos
atores que o compõem são crescentemente inconsistentes com os princípios e as
normas, bem como com as regras e os procedimentos (KRASNER, 2012).
E
IMPORTANT
Veja mais sobre o caso de Irã e Estados Unidos a partir da notícia a seguir:
NOTA
O comandante, o general Qassim Soleimani, era líder da poderosa Força Quds da Guarda
Revolucionária do Irã, responsável pelo serviço de inteligência e por conduzir operações
militares secretas no exterior. Ele foi morto – assim como vários membros de milícias ira-
quianas apoiadas por Teerã – quando um drone americano MQ-9 Reaper disparou mísseis
contra um comboio que deixava o aeroporto.
FONTE: <https://bit.ly/2YeKDZr>. Acesso em: 2 jun. 2020.
69
FIGURA – ENFRAQUECIMENTO DE REGIMES INTERNACIONAIS
TUROS
ESTUDOS FU
Fique atento, pois ao fim desta unidade do Livro, no Tópico 3, você estudará
com maior profundidade o tema dos regimes de segurança internacional.
Por meio dos conceitos vistos até aqui a respeito dos regimes
internacionais é possível perceber que os Estados e demais atores que operam no
cenário internacional amparam-se nos regimes de diferentes formas, tais como
(MACHADO; SANTOS, 2009):
70
Sejam regimes que promovam maior segurança aos Estados e atores
internacionais, sejam regimes relacionados a áreas de atuação específicas, o que
os regimes trazem em comum é a continuidade dos princípios e normas, das
regras e procedimentos de operação estabelecidos.
71
Reduzir as emissões de
Mudança
– Acordo de Paris gases do efeito estufa a
climática
partir de 2020
Delinear e proteger uni-
Direitos hu- Declaração Universal
DUDH versalmente os direitos
manos dos Direitos Humanos
humanos básicos
FONTE: Adaptado de Machado e Santos (2009, p. 179-180)
TUROS
ESTUDOS FU
Muitos destes regimes internacionais ainda serão estudados neste livro didáti-
co. Além dos regimes de segurança internacional, no Tópico 3 desta unidade, estudaremos
os regimes ligados à área econômica, dos Direitos Humanos, e do meio ambiente, ao longo
da Unidade 3.
DICAS
Para uma leitura bastante atual e menos teórica sobre os Regimes Internacio-
nais, leia esta entrevista (Theory Talk #21) com o próprio Stephen Krasner, em: https://bit.
ly/3gb6hE9. (Disponível apenas em inglês, mas facilmente traduzível pelo Google).
Leia uma das perguntas da entrevista: “Em 1982, você definiu regimes internacionais como
"princípios implícitos ou explícitos, normas, regras e procedimentos de tomada de decisão
em torno dos quais as expectativas dos atores convergem em uma determinada área das
relações internacionais". Desde então, o construtivismo incorporou o estudo de regimes de
normas internacionais. Os regimes internacionais são tão salientes como quando você o
definiu em 1982, e a dinâmica deles é compreensível sem o construtivismo social?
Krasner: O trabalho sobre regimes internacionais em 1982 foi um esforço coletivo, e devo
admitir que naquele momento não fazia ideia do que essa definição implicava. Se eu fosse
reescrever o capítulo agora, ofereceria três definições diferentes de regimes internacionais
72
– a definição construtivista que você mencionou; uma definição neoliberal, que é: “regi-
mes são princípios, normas, regras e procedimentos de tomada de decisão que resolvem
problemas de falha de mercado”; e há uma definição realista, que é: “regimes são princípios,
normas e procedimentos de tomada de decisão que refletem os interesses dos estados
mais poderosos do sistema”.
73
ESTAÇÃO ANTÁRTICA COMANDANTE FERRAZ (EACF), BRASILEIRA, EM OPERAÇÃO DESDE 1984
74
DICAS
Despertou curiosidade sobre o caso da Antártida? Veja fotos desde o seu des-
cobrimento em 1820 até o Tratado Antártico de 1959, assistindo ao vídeo Nerdologia de
história: quem descobriu e de quem é a Antártida? Disponível em: https://bit.ly/316qqH1.
TRATADO ANTÁRTICO
75
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
76
AUTOATIVIDADE
77
78
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
79
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
De maneira mais didática, podem ser distinguidas três visões das Relações
Internacionais sobre a ideia dos regimes internacionais: 1) visão estrutural
convencional, 2) visão estrutural modificada, 3) visão grociana.
Há, portanto, uma diferença clara entre essas três visões, uma vez que
entendem o impacto e as consequências das variáveis causais devido aos regimes
internacionais de forma distinta. Vamos analisar com mais profundidade este
tema? Nas páginas seguintes você entenderá as disparidades implícitas às três
visões dos regimes internacionais.
NOTA
80
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS EM TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
FONTE: O autor
81
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
[Susan Strange] acredita que o conceito de regime seja inútil ou, pelo
menos, seja uma interpretação errônea da realidade internacional e
se, por acaso, eles realmente existem, esses esconderiam a verdadeira
cena internacional, ou seja, as relações de poder e interesses nacionais
(MACHADO; SANTOS, 2009, p. 181, grifo nosso).
E
IMPORTANT
Um exemplo que pode nos ajudar a pensar sobre a visão estrutural con-
vencional é por meio da dinâmica do mercado. A característica fundamental do
mercado é a impessoalidade entre compradores e vendedores – ainda mais em
82
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS EM TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
83
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
FONTE: O autor
84
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS EM TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
Relembre essas situações anteriores da Teoria dos Jogos por meio das
informações a seguir.
E
IMPORTANT
O Dilema do Prisioneiro da Teoria dos Jogos traz uma situação em que dois suspeitos, A
e B, são presos pela polícia. A polícia não tem provas suficientes para os condenar, então
separa os prisioneiros em salas diferentes e oferece a ambos o mesmo acordo:
85
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
FONTE: <http://www.cienciadaestrategia.com.br/teoriadosjogos/capitulo.asp?cap=m6>.
O termo Jogo do Galinha vem do inglês “chicken game”, em que neste contexto, a palavra
chicken quer dizer “covarde”. Este jogo é mais conhecido por uma cena do filme “Nos tem-
pos da Brilhantina” com John Travolta e Olívia Newton-John. A cena mostra o protagonista
do filme, dentro de um carro acelerando contra um outro sujeito em linha reta. A aposta é
que quem desviar o carro primeiro perde o seu carro.
Na teoria, este jogo é pensado de duas formas: se os dois jogadores não podem ou po-
dem fazer acordos. Se eles não podem fazer acordos existem as opções de alguém des-
viar e perder o carro, ou os dois baterem e perderem os dois carros e as vidas. Já, se há a
possibilidade de fazer acordo, os dois podem acelerar e desviarem no mesmo momento,
acordando que cada um fica com o seu carro. Quando há acordo, chamamos de estratégia
colaborativa (configurando um “ótimo” de Pareto), quando não há, chamamos de confron-
to. Muitas vezes, de posse de todas as informações os agentes encontram um meio de
colaborarem, ainda que esta colaboração seja contra o melhor resultado individual possível.
É claro que se um jogador acelerar o carro e o fizer de forma a amedrontar o outro, ele
ganha, mas se o outro fizer a mesma coisa, os dois perdem.
86
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS EM TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
Por isso que os regimes na área de segurança foram mais escassos ao longo
do tempo, por se aproximarem mais de jogos de soma zero do que os regimes na área
econômica, por exemplo. A conclusão é que puras motivações de poder, com exclusivos
objetivos de ganhos de interesses, impedem a constituição de regimes internacionais
(KRASNER, 2012). A visão estruturalista modificada percebe os regimes internacionais
surgindo e tendo um impacto significativo, mas apenas em específicas condições.
87
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Neste caso temos um modelo misto em que, pelo caminho “a”, ocorre uma
ligação direta entre as variáveis causais básicas e o comportamento correspondente
e resultados, sem que os regimes sejam utilizados e/ou cumpridos. Já pelo caminho
“b” há uma conexão com os regimes internacionais, os quais configuram-se como
variáveis que interferem o comportamento correspondente e resultados oriundos
das relações de poder e de interesses.
88
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS EM TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
E
IMPORTANT
O termo grocianismo
O grocianismo tem inspiração nas análises de Hugo Grócio sobre as relações entre os
Estados, sobretudo na sua obra “O Direito da Paz e da Guerra”. Contudo, é a partir da deno-
minação do racionalismo de Martin Wight que o uso do termo começa a ser empregado.
Tal como Martin Wight estabeleceu, o racionalismo refere-se a uma perspectiva que rompe
com a divisão clássica entre realismo e idealismo, identificando um caminho intermediário
entre as duas tradições. Neste sentido, racionalismo é um sinônimo para o termo grocia-
nismo. Racionalismo ou grocianismo, significa uma possibilidade intermediária entre uma
interpretação hobbesiana, ou realista e outra kantiana ou revolucionista. O artigo “Interna-
tional theory: three traditions” publicado por Wight em 1987 inaugura a terminologia.
89
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
90
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS EM TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
Isto ocorre porque os regimes são vistos aqui como resultado das ações
dos indivíduos em sociedade. Ou seja, são produtos coletivos que não existem
fora das relações sociais humanas. Como também não são necessariamente
formalizados, pois podem resultar de simples interações sociais, os regimes
não podem ser modificados por um ator individual, apenas coletivamente
(MACHADO; SANTOS, 2009).
91
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
92
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
93
AUTOATIVIDADE
94
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
REGIMES DE SEGURANÇA
INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
95
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Uma das críticas à Liga das Nações foi quanto ao seu entendimento do
próprio conceito de segurança em si, o qual enfatizava quase exclusivamente os
aspectos militares da segurança internacional. Com a identificação das fraquezas
da Liga das Nações, já em 1934 a terminologia “segurança coletiva” começa a
ser utilizada com maior frequência pelos Estados e demais atores internacionais
(DIAS; MOTA; RANITO, 2011).
DICAS
Certamente você já ouviu falar nas siglas CIA e KGB. Assista ao vídeo a seguir
sobre a Guerra fria para saber a importância destas agências de espionagem para a dinâmi-
ca da bipolaridade mundial. Disponível em: https://bit.ly/2DYJLl2.
96
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
GUERRA FRIA
E
IMPORTANT
A segurança coletiva ganha amplo espaço de debate com o término dos grandes
conflitos mundiais, mas é revalorizada com a criação da OTAN e do Tratado de Varsóvia.
97
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
Contudo, ao promover o aparelhamento nacional com meios militares suficientes para ga-
rantir sua segurança própria, cada Estado promove, também, um desequilíbrio nas relações
de poder internacional. Se o Estado-membro de um sistema regional cresce militarmente
haverá uma percepção de insegurança entre os governantes dos Estados vizinhos.
Neste cenário, três fatores são essenciais ao dilema de segurança. O primeiro deles diz res-
peito à estrutura do próprio sistema internacional que dificulta a criação de mecanismos
coletivos de segurança, induzindo os Estados a preocuparem-se apenas com sua própria
segurança.
98
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
Por fim, o dilema de segurança é também promovido pela questão da comunicação im-
perfeita entre os Estados, já que a avaliação das reais intenções de cada Estado perpassa
pela lógica da geopolítica mundial. Se historicamente foram criados tensões e conflitos
que alimentaram desconfianças mútuas entre Estados, a corrida armamentista é constan-
te. Em casos de cooperação mútua, os interesses econômicos e políticos passam a ser
mais relevantes do que as disputas militares. Assim, o dilema de segurança poderia ser
superado a partir das relações firmemente estabelecidas pelas democracias de grandes
potências econômicas.
99
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
ATENCAO
100
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
Veja nos quadros da imagem a seguir os fatores pelos quais a segurança está
relacionada, independente do conceito de segurança que se considere mais relevante.
Desta forma, a partir da Liga das Nações entendia que a paz poderia ser
alcançada por meio da unanimidade das decisões a serem tomadas e acordadas
entre os membros, ou seja, a partir de um consenso global a respeito da democracia
em detrimento da guerra e anarquia. Quanto à ONU, as decisões para o pacto
entre as grandes potências ocorreriam por meio do Conselho de Segurança da
ONU e a unanimidade entre os membros permanentes. Além disso, há o poder
de veto dos membros permanentes para que nenhuma decisão seja tomada em
oposição a seus interesses (BACCARINI, 2009).
101
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
102
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
103
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
DICAS
104
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
Neste sentido foi criada, por exemplo, a Parceria para a Paz (PfP –
Partnership for Peace) de 1994, um programa mais amplo que aproximou países do
centro e do leste europeu e garantiu mais estabilidade entre os territórios (COSTA,
2006). Além do Diálogo Mediterrâneo (de 1994), envolvendo os sete países da
região mediterrânea (Argélia, Egito, Israel, Jordânia, Mauritânia, Marrocos,
Tunísia); da Iniciativa de Cooperação de Istanbul (de 2004), envolvendo, Barém,
Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos; e de outras parcerias com Estados que
não fazem parte dessas estruturas regionais, os chamados “Parceiros globais”
(criada em 2010) (NATO, 2020a).
Estado Entrada
Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos,
França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, 1949: membros originários
Noruega, Portugal, Reino Unido
Grécia e Turquia 1951: membros aderentes
Alemanha 1955: membro aderente
Espanha 1982: membro aderente
República Tcheca, Hungria, Polônia 1999: membros aderentes
Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia,
2004: membros aderentes
Eslováquia, Eslovênia
Albânia, Croácia 2009: membros aderentes
Montenegro 2017: membros aderentes
Armênia, Áustria, Azerbaijão, Bielo-Rússia,
Bósnia e Herzegovina, Cazaquistão, Finlândia,
Parceiros a partir do programa
Geórgia, Irlanda, Macedônia, Malta, Moldávia,
Parceira para a Paz
Quirguistão, Rússia, Sérvia, Suécia, Suíça, Taji-
quistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão
FONTE: Adaptado de Costa (2006) e Nato (2020b)
105
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
106
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
NOTA
107
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
108
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
109
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
110
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
111
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Os liberais entendem que com o fim da Guerra Fria, e com a OTAN assu-
mindo posição de dar prosseguimento à cooperação, a democratização soviética
contribuiu para uma segurança compartilhada, com interesses econômicos e po-
líticos que incluíam o arranjo anterior à Guerra Fria. Os incentivos do mercado e
a aproximação dos interesses, aumentam os ganhos relacionados à mútua coope-
ração (BACCARINI, 2009).
112
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
113
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Pois bem, acadêmico, ao longo da Unidade 2 deste livro didático, foi possível
trazer um grande conjunto conceitual a respeito dos regimes internacionais, bem
como o contexto das discussões deste tema no interior das Relações Internacionais.
Por fim, estudamos o primeiro dos regimes internacionais selecionados, relativos
à segurança internacional.
114
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
A emergência das novas potências do Sul, que tentam ter voz ativa e
aumentar sua influência internacional, é um dos sinais mais evidentes dos processos
de mudança. Neste contexto, o Brasil constitui um exemplo de particular interesse.
No presente ensaio, será analisado seu papel no sistema internacional de segurança,
marcado por sua identidade híbrida Norte-Sul, seus importantes – embora limitados
– recursos militares e seu interesse em apoiar a paz e a estabilidade no mundo.
Também serão considerados os fatores ideacionais subjacentes à participação do
Brasil em diferentes regimes e instituições internacionais.
115
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
116
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
117
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Mas, apesar de assumir um papel cada vez mais ativo como potência pa-
cificadora em sua região e no mundo, o Brasil enfrenta desafios internos que são
ainda mais complexos em um contexto de globalização e de dissolução entre o
externo e o interno. Nesse sentido, cabe ressaltar especialmente o tráfico de bens
ilícitos (drogas e armas) e a violência urbana e rural em espaços em que o Esta-
do está (quase) ausente. Essa ambiguidade entre desafios internos, intimamente
relacionados ao mundo globalizado, e a crescente participação no cenário inter-
nacional enfrentando problemas e ameaças transnacionais, reflete-se em sua já
mencionada identidade como potência emergente do Sul.
118
TÓPICO 3 — REGIMES DE SEGURANÇA INTERNACIONAL
O Brasil abandonou essa política durante a ditadura militar, quando foi ins-
tituída a Doutrina da Segurança Nacional – impulsionada pela Escola Superior de
Guerra e dirigida aos militares de alta patente. A última participação foi a do ano
1965, na República Dominicana: sob o mandato da OEA, o Brasil teve um papel de
destaque na Força Armada Interamericana com um total de 1.100 efetivos. Não have-
ria experiências semelhantes nos anos seguintes. De certo modo, o regime autoritário
interrompeu a emergência do Brasil como potência pacificadora regional e global.
119
UNIDADE 2 — REGIMES INTERNACIONAIS
Considerações finais
FONTE: SOUSA, S-L. J de. Entre o Norte e o Sul: o papel do Brasil no sistema internacional de
segurança. Nueva Sociedad especial em português, outubro de 2018, p. 123-132. Disponível
em: https://bit.ly/319L88Y. Acesso em: 3 mar. 2020.
120
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Com a Guerra Fria, a segurança coletiva passa a ser vista pelas iniciativas da
Otan, em 1949, e do Tratado de Varsóvia, em 1955.
121
CHAMADA
122
AUTOATIVIDADE
3 Escreva sobre a atuação da OTAN a partir dos exemplos citados no livro didático.
123
124
UNIDADE 3 —
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
125
126
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
MULTILATERALISMO E COMÉRCIO
INTERNACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Ademais, aqui no tópico teremos uma seção dedicada aos acordos multilaterais,
os quais envolvem outros atores internacionais. Deste modo, você entenderá a formação
e a dinâmica por trás do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), bem como o
processo de criação da Organização Mundial do Comércio (OMC).
128
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
129
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Da esquerda para a direita, em pé, estão: Presidente mexicano Carlos Salinas de Gorta-
ri; Presidente norte-americano George H. W. Bush; Primeiro-Ministro canadense Brian
Mulroney. Sentados: Secretário de Comércio e Desenvolvimento Industrial do México,
Jaime Serra Puche, Representante Comercial dos Estados Unidos Carla Hills; Ministro do
Comércio Internacional do Canadá Michael Wilson.
FONTE: <https://bit.ly/3h88AZU>. Acesso em: 22 jul. 2020.
União aduaneira. Entre seus países membros não é permitido nenhum tipo
de tarifa ou barreira comercial, assim como no caso das áreas de livre comércio.
Além disso, as uniões aduaneiras procuram harmonizar suas políticas comerciais
(SALVATORE, 2007). Um exemplo é quando uma união aduaneira estabelece
alíquotas comuns a todos os seus parceiros comerciais do resto do mundo.
130
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
131
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
132
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
FONTE: O autor
Até 1995, o número de países membros passou de seis para quinze, com a
entrada do Reino Unido, Dinamarca e Irlanda em 1973; a Grécia, em 1981; a Espanha
e Portugal, em 1986; e Áustria, Finlândia e Suécia, em 1995 (SALVATORE, 2007).
134
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
Legenda do mapa:
Países Na língua local Sigla
Alemanha Deutschland DE
Áustria Österreich AT
België / Belgique /
Bélgica BE
Belgien
Bulgária България BG
Chipre Κύπρος CY
Croácia Hrvatska HR
Dinamarca Danmark DK
Eslováquia Slovensko SK
Eslovênia Slovenija SI
Espanha España ES
Estónia Eesti EE
Finlândia Suomi / Finland FI
França France FR
Grécia Ελλάδα GR
Hungria Magyarország HU
Irlanda Éire IE
Itália Italia IT
Letônia Latvija LV
Lituânia Lietuva LT
Luxemburgo Luxembourg LU
135
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Malta Malta MT
Países Baixos Nederland NL
Polónia Polska PL
Portugal Portugal PT
República
Česká republika CZ
Checa
Roménia România RO
Suécia Sverige SE
Candidatos
Albânia Shqipëria AL
Macedônia
Македонија MK
do Norte
Montenegro Crna Gora / Црна Гора ME
Sérvia Србија RS
Turquia Türkiye TR
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3hcI5CH>. Acesso em: 23 jul. 2020.
NOTA
A saída do Reino Unido marcou a história da União Europeia, já que tem desde
sua criação, muitos países entraram na União Europeia, mas nenhum deles havia saído.
Esse movimento ficou conhecido como Brexit (British exit, saída britânica, em português).
Desde 2016, o tema vinha sendo debatido amplamente no país, cuja saída, que seria rea-
lizada em 2019, foi confirmada apenas em 31 de janeiro de 2020. Ao longo de todo o ano
de 2020 o Reino Unido passará por uma fase de implementação da saída, com a criação de
fronteiras e acordos de comércio entre o país e a União Europeia.
136
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
México, com objetivo de gerar livre comércio de bens e serviços na região dos
três países. O acordo foi uma expansão do “Tratado de livre comércio Canadá-
Estados Unidos” (Canada-US Free Trade Agreement) de 1989, ao incluir o México
(AGUILAR, 2020).
Quanto aos benefícios com a formação do bloco para o Estados Unidos cabe
destacar o aumento da concorrência nos mercados de bens e recursos produtivos,
bem como a diminuição dos preços de muitos produtos para os consumidores
norte-americanos.
137
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
TUROS
ESTUDOS FU
NOTA
“As empresas maquiladoras são aquelas que realizam a manufatura parcial, encaixe ou
empacotamento de um bem sem que sejam as fabricantes originais” (ARRIETA, 2019, s.p.).
Ou seja, são empresas estabelecidas no México criadas com o único fim de importar pro-
dutos intermediários dos Estados Unidos para montagem ou encaixe de produtos finais a
138
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
serem exportados de volta, utilizando mão de obra mexicana de baixíssimo salário com o
propósito de reduzir os custos de produção das empresas norte-americanas.
Uma vez que as maquiladoras possuem, normalmente, capital estadunidense, japonês, co-
reano, canadense e alemão, com reduzido capital de propriedade nacional, os investimen-
tos estrangeiros no setor foram amplamente beneficiados por cargas tarifárias quase nulas
promovidas pelo NAFTA, além do baixo custo de transporte devido à localização próxima à
fronteira entre México e Estados Unidos (local onde se se concentram as maquiladoras) e o
descumprimento de normas ambientais. Sem mencionar, ainda, no contexto de utilização
intensiva de segmentos trabalhistas nacionalmente mais explorados, como é o caso da
mão de obra feminina (ARRIETA, 2019).
Em 2004, somente a indústria maquiladora mexicana foi responsável por 46% das exporta-
ções nacionais totais do México, no valor de 86,95 bilhões de dólares. Para comparação, o
conjunto das exportações brasileiras em 2004 foi de 95 bilhões de dólares (ARRIETA, 2019).
139
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
140
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
141
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
Você pode conhecer a lista completa da NCM e respectivas TEC por meio do
site do próprio Mercosul, acessando: https://bit.ly/2Qcjima.
E
IMPORTANT
142
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
NOTA
143
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
144
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
Desde sua criação em 1947 até 1994 o GATT, oficialmente, era apenas o
agrupamento dos acordos multilaterais realizados, embora sua influência na
economia mundial fora muito mais ampla do que apenas um conjunto de leis
internacionais. Contudo, suas “partes contratantes”, os Estados, não faziam parte
de uma organização internacional.
NOTA
145
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
146
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
147
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
148
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
NOTA
amam odiar; ela tem sido acusada pela esquerda e pela direta de agir como
uma espécie de governo mundial, minando a soberania nacional” (KRUGMAN;
OBSTFELD, 2010, p. 174). É possível perceber, assim, o forte poder econômico
centralizado pela instituição.
150
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
151
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Número de Percentual
Ano Local/Nome países Matéria abordada de corte em
participantes tarifas
1947 Genebra 23 Tarifas 21
1949 Annecy 13 Tarifas 2
1951 Torquay 38 Tarifas 3
1956 Genebra 26 Tarifas 4
Genebra
1960-1961 26 Tarifas 2
(Rodada Dillon)
Genebra
Tarifas e medidas
1964-1967 (Rodada 62 35
antidumping
Kennedy)
Tarifas, medidas
Genebra
não tarifárias,
1973-1979 (Rodada 102 33
acordos
Tóquio)
multilaterais
Tarifas, medidas
não tarifárias,
agricultura,
Genebra
serviços, produtos
1986-1993 (Rodada 123 34
têxteis, propriedade
Uruguai)
intelectual, solução
de litígios, criação
da OMC
Liberalização do
comércio global na
2001 (não Doha Não
144 agricultura, bens
concluída) (Rodada Doha) acordado
industrializados e
serviços
FONTE: Adaptada de Salvatore (2007, p. 111)
152
TÓPICO 1 — MULTILATERALISMO E COMÉRCIO INTERNACIONAL
153
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A União Europeia (UE) foi fundada em 1957 como uma União Aduaneira,
mas em 1993 torna-se um Mercado Comum composto, atualmente, por 27
Estados-membros, após a saída do Reino Unido.
• Oficialmente, o NAFTA teve fim em 2018, mas nem todas as regras acordadas
foram extintas e um novo acordo vem sendo organizado entre os três países.
• O Mercosul foi criado em 1991 como uma área de livre comércio entre Argen-
tina e Brasil, mas torna-se em 1993 uma união aduaneira com a participação
de Paraguai e Uruguai.
154
AUTOATIVIDADE
155
156
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
REGIMES INTERNACIONAIS DE
DIREITOS HUMANOS
1 INTRODUÇÃO
157
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Aqui, cabe lembrar que dentre as definições mais utilizadas para compre-
endermos os regimes internacionais, duas delas se destacam e se complementam
a partir do ponto de vista de Oran Young e Stephen D. Krasner.
158
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
ATENCAO
O tema dos direitos humanos passa a receber forte atenção com os episódios
violentos propiciados pelas Grandes Guerras Mundiais e, principalmente,
devido às barbáries nazistas contra os seres humanos. O tratamento das pessoas
pelo Estado que estava implícito no conceito de Estado soberano não atingia o
reconhecimento de diferentes culturas e povos pelo mundo, levando à consciência
de que os direitos humanos não poderiam permanecer submetidos unicamente
às autoridades dos Estados (SILVA; GONÇALVES, 2010).
159
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
O Tribunal de Nuremberg
Sua criação ocorreu a partir de um acordo entre representantes da ex-URSS, dos Estados
Unidos, da Grã-Bretanha e da França. Dentre os réus julgados e condenados estava o
braço direito de Adolf Hitler, Hermann Göring, condenado à morte na forca, mas que co-
meteu suicídio na prisão com a utilização de uma cápsula de veneno.
Para o contexto dos Direitos Humanos a relevância está em abrir caminhos para a justi-
ça em nível internacional, levando à criação do Tribunal Peal Internacional em 2002 nos
Países Baixos, um tribunal permanente para o julgamento de crimes internacionais graves
160
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
cometidos por indivíduos, tais como genocídio, crimes de guerra, crimes de agressão e
crimes contra a humanidade (CARVALHO, 2017).
DICAS
161
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
162
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Com base no histórico dos Direitos Humanos que vimos até aqui foi possível
perceber que se trata de um regime internacional bastante amplo, uma vez que
se refere a um assunto que avança para diversas subáreas temáticas. Quais são os
regimes internacionais de Direitos Humanos existentes? Como podemos agrupá-los?
163
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Não existe, portanto, uma codificação única para o regime dos Direitos Hu-
manos, suas regras e princípios encontram-se em diversas fontes, como é o caso da
Declaração Universal da ONU, com abrangência espacial de validade universal.
164
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
Em outros casos, como os que serão vistos a seguir, o âmbito espacial é regio-
nalizado, pois tem validade somente em territórios especificamente determinados.
Convenção Americana
sobre Direitos Humanos
Convenção
Interamericana para
Prevenir e Punir a
Tortura
Protocolo Adicional à
Convenção Americana
em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e
Culturais, Protocolo de
“San Salvador”
Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência
contra a Mulher,
Convenção de “Belém do
Pará”
Convenção
Interamericana sobre
Desaparecimento
Forçado de Pessoas
Convenção
Interamericana para a
Eliminação de todas as
formas de Discriminação
contra as Pessoas com
Deficiência
FONTE: Adaptado de Muñoz (2017, p. 176)
165
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Protocolo à Carta
Africana sobre Direitos
Humanos e dos Povos
sobre os Direitos das
Mulheres na África
166
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
DICAS
DICAS
167
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
168
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
E
IMPORTANT
169
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
Direitos Civis
Primeira geração
Direitos Políticos
Direitos Econômicos
Segunda geração Direitos Sociais
Direitos Culturais
Direito ao Desenvolvimento
Terceira geração Direito ao Meio Ambiente
Direito à Paz
FONTE: Adaptado de Casado Filho (2012, p. 40)
170
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
171
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
NOTA
As greves que ocorreram no Brasil entre 1978 e 1980, principalmente a partir dos
trabalhadores do setor metalúrgico paulista, marcaram o ressurgimento das greves e das mani-
festações sindicais no Brasil, as quais eram fortemente reprimidas pela ditadura militar. O movi-
mento que procurava negociar reajustes de salários era considerado ilegal pelo governo.
E
IMPORTANT
Uma das manifestações da discussão sobre os direitos humanos está na criação de ins-
tituições para além dos Estados e das organizações mencionadas até aqui por meio de
Organizações não governamentais (ONGs), tal como a ONG Anistia Internacional. A ONG
foi criada pelo britânico Peter Benenson a partir da violação de liberdade civil de estudantes
em uma manifestação do início da década de 1960. Atualmente, a Anistia Internacional
atua em mais de 150 países e conta com um movimento global com mais de 7 milhões
de apoiadores. O objetivo é claramente lutar pelo cumprimento dos direitos humanos para
todos e todas, independente do país de origem ou condição política.
172
TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
A ONG tem relativa importância para o caso brasileiro: seu primeiro relatório global sobre
tortura foi sobre o Brasil, cujas violações brutais dos direitos humanos no período da dita-
dura militar, resultaram no primeiro documento a trazer uma lista de torturados e tortura-
dores em 1972. Em 1977 a Anistia Internacional recebe o Prêmio Nobel da Paz por todo o
trabalho desenvolvido até aquele momento.
Os direitos humanos dos refugiados é foco de campanhas desde 1997; a mortalidade das
populações que vivem em favelas, da população negra; a liberdade de expressão; a tortura
e as penas de morte; os direitos reprodutivos; a justiça internacional; os abusos corporati-
vos; as prisões deliberadas pelo mundo: são apenas alguns exemplos das frentes de atua-
ção dessa importante organização para o contexto mundial dos direitos humanos. Desde
2012 o Brasil conta com uma sede da Anistia Internacional na cidade do Rio de Janeiro
(ANISTIA INTERNACIONAL, 2020).
DICAS
Uma nova fase da discussão a respeito dos Direitos Humanos se refere à terceira
geração e coincide com o fim da Guerra Fria, que representa à queda do socialismo real
e a expansão do modo de produção capitalista no mundo, por sua vez, fomentada pela
dinâmica da globalização da ideologia centrada no capital (CADEMARTOR; SANTOS,
2016). Embora esta seja uma leitura bastante crítica da organização econômica mundial
após os acontecimentos do período, aqueles problemas econômicos e sociais de
segunda geração perduravam e se agravavam ano a ano.
173
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Uma das origens deste processo está nas formas diferenciadas de ação
social que já existiam desde a década de 1970, cujas agendas políticas eram
voltadas à ecologia, à paz, à educação. Pouco a pouco, tais debates assumiram
corpo de Organizações Não Governamentais (ONGs) transnacionais, dando
origem à Conferências internacionais e passando a publicar documentos jurídicos
de caráter global (CADEMARTOR; SANTOS, 2016).
TUROS
ESTUDOS FU
A terceira geração dos Direitos Humanos tem suas bases estendidas para
diversos atores sociais nacionais e internacionais que atuam fortemente na defesa
dos Direitos Humanos a partir delas ou de arenas distintas daquelas organizadas
pelos Estados nacionais.
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TÓPICO 2 — REGIMES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
175
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Pois bem, caro acadêmico, chegando ao final deste tópico, não deixe
de conferir os itens de revisão a seguir. Em seguida, realize as autoatividades
sugeridas. Vemo-nos no próximo e último tópico do livro. Até breve!
176
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
177
AUTOATIVIDADE
4 Escreva sobre a discussão proposta pela terceira geração dos direitos humanos.
178
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
REGIMES INTERNACIONAIS DE
MEIO AMBIENTE
1 INTRODUÇÃO
A ênfase deste último tópico estará no campo do meio ambiente, pelo qual
poderemos estudar a formação do regime internacional de Mudanças Climáticas.
Em um primeiro momento, entenderemos a evolução histórica do desenvolvimen-
to sustentável e sua relevância no contexto internacional, podendo, assim, analisar
as organizações internacionais criadas e os acordos internacionais firmados para
a consecução dos objetivos mais amplos de desenvolvimento para os indivíduos.
179
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
DICAS
Você sabia que a WWF (World Wide Fund for Nature) foi a primeira Organiza-
ção não Governamental (ONG) criada para debater a temática ambiental em nível mundial?
A WWF foi criada em 1961 na Suíça e vem contribuindo fortemente com o movimento
ambientalista mundial, embora críticas recentes apontem para a participação da ONG em
180
TÓPICO 3 — REGIMES INTERNACIONAIS DE MEIO AMBIENTE
181
UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
E
IMPORTANT
182
TÓPICO 3 — REGIMES INTERNACIONAIS DE MEIO AMBIENTE
DICAS
O que se pode perceber é que o tema vai ganhando cada vez mais espaço
na discussão internacional sobre o desenvolvimento. O Relatório de 1987 “[...] não
representa uma inovação quanto às formulações feitas em Estocolmo quinze anos
antes, mas reafirma sua necessidade e urgência, constituindo um fortalecimento
político do termo” (COSTA, 2008, p. 82).
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ESTUDOS FU
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UNIDADE 3 — ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
FONTE: O autor
Uma vez que a temática ambiental dialoga com a organização global das
sociedades a partir do uso dos recursos naturais, mas, também sobre suas relações
econômicas, sociais e políticas, o regime internacional de Mudanças Climáticas
tornou-se um dos mais complexos e relevantes regimes internacionais da atualidade.
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TÓPICO 3 — REGIMES INTERNACIONAIS DE MEIO AMBIENTE
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
191
mas substantivos, tal como a partir do famoso “Maio de 1968”, resultado de
diversas manifestações estudantis mundo a fora, mas que convergiu a revoltas de
operários, mulheres, negros, homossexuais, ambientalistas, além de todo o tipo
de embate quantos aos regimes militares e autoritários do período.
192
Os regimes internacionais de Mudanças Climáticas surgem justamente
do enfrentamento de problemas que são comuns à humanidade. Um exemplo está
no “uso” da atmosfera. Trata-se de um bem público global, mas sua utilização é
limitada a sua capacidade de absorver poluição ou gases de efeito estufa ao ponto
que não interfira na saúde humana ou no clima do planeta. As ações de um dos
atores não devem excluir a possibilidade de uso dos demais atores que compõem
o regime internacional de Mudanças Climáticas (VIOLA, 2002).
Existem atores que poderiam ficar ausentes dos limites impostos pelo regime
internacional? Obviamente que não. Daí advém a complexidade natural que esta
dimensão dos regimes internacionais impõe aos atores internacionais envolvidos.
193
DICAS
O mais recente Relatório do IPCC foi publicado em 2018 e possui uma versão
em português que pode ser visualizada na íntegra em: https://www.ipcc.ch/site/assets/uplo-
ads/2019/07/SPM-Portuguese-version.pdf. Este relatório mostra que as atividades humanas já
causaram 1,0 °C de aquecimento global, sendo provável que este aumento chegue a 1,5 °C
entre 2030 e 2052. O IPCC possui um endereço eletrônico repleto de informações atualiza-
das sobre as questões climáticas. Não perca! Conheça-o: https://www.ipcc.ch.
Contudo, desde o início dos anos 2000, o IPCC vem alertando sobre o
impacto do aquecimento global para a vida humana na Terra. Os prejuízos são
para os ecossistemas naturais, para a agricultura, para as estruturas urbanas,
para as regiões costeiras e a para a própria saúde humana. As evidências vêm
dos estudos sobre os fenômenos climáticos mais recentes, relativos a tormentas,
furacões, secas prolongadas, ondas de calor, inundações, entre outros episódios
mais ou menos localizados regionalmente (VIOLA, 2002).
194
NOTA
DICAS
195
reduções das emissões. Assim, a recusa dos Estados Unidos gerava um impasse
significativo, uma vez que a vigência do acordo estava vinculada a participação dos
países que representassem ao menos 55% das emissões totais de GEE.
196
As negociações posteriores junto às Conferências das Partes seguiram
com variados obstáculos relativos aos acordos sobre o regime internacional
de Mudanças Climáticas. A segunda fase da COP 6, que ocorreu em Bonn, na
Alemanha, em 2001, marcou a saída definitiva dos Estados Unidos do processo
de negociação em torno do Protocolo de Kyoto: “a diplomacia americana alegou
que as metas de redução seriam muito onerosas para sua economia, além de
ressaltar o fato de que não existiam limites de emissão de GEE para os países em
desenvolvimento” (CAPINZAIKI, 2015, p. 206).
197
QUADRO 8 – DATAS E LOCAIS DE REALIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS DAS PARTES DA CONVENÇÃO
DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (COP) E REUNIÕES DAS PARTES DO PROTOCOLO DE KYOTO (MOP)
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LEITURA COMPLEMENTAR
199
Neste mês, a ONU afirmou que limitar o aquecimento global a 1,5 ºC exi-
giria uma queda nas emissões globais de carbono de mais de 7% ao ano até 2030.
Enquanto isso, cientistas alertam que a janela para impedir que o clima da Terra
atinja pontos irreversíveis está se fechando rapidamente.
Após horas de negociações sobre um acordo político final, que atrasou em dois
dias o fim da cúpula em Madri, a presidente da COP25 e ministra do Meio Ambiente
do Chile, Carolina Schmidt, submeteu à votação neste domingo o documento.
200
"COP25 não deu em nada. Países ricos não querem abrir seus mercados de
créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem
cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem. Protecionismo e
hipocrisia andaram de mãos dadas o tempo todo", escreveu o brasileiro na postagem.
Críticas ao acordo
201
Carlos Fuller, representante da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, que
devem ser duramente atingidos pelas mudanças climáticas e o consequente aumento
do nível do mar, disse que tais nações apelaram por metas mais rígidas, mas acabaram
sendo deixadas de lado enquanto países maiores dominaram as negociações.
FONTE: WELLE, D. COP25 chega a acordo final com poucos avanços. 2019. Disponível em:
https://bit.ly/3hmAeTg. Acesso em: 2 jul. 2020.
202
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
203
CHAMADA
204
AUTOATIVIDADE
205
REFERÊNCIAS
AGUILAR, P. L. Tratado de livre-comércio da América do Norte – NAFTA. In:
JINKINGS, I. (Coord.). Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do
Caribe. 2020. Disponível em: https://bit.ly/2EoKcES. Acesso em: 14 mar. 2020.
206
BRASIL. Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992. Promulga o Pacto Internacional
sobre Direitos Civis e Políticos. 1992b. Disponível em: https://bit.ly/3j6vVMj. Ace-
so em: 21 abr. 2020.
207
ESCOBAR, A. Planejamento. In: SACHS, W. Dicionário do desenvolvimento:
guia para o conhecimento como poder. Petrópolis: Vozes, 2000.
FURTADO, C. A fantasia organizada. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. 232
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208
LIRA, L. Revalorización de la planificación del desarrollo. Santiago de Chile:
Instituto Latinoamericano y del Caribe de Planificación Económica y Social
(ILPES), 2006. Disponível em: https://bit.ly/3gizg9b. Acesso em: 26 maio 2020.
NATO. North Atlantic Treaty Organization. 2020. Peace support operations in Bosnia
and Herzegovina. Disponível em: https://bit.ly/34nHoCW. Acesso em: 28 fev. 2020b.
209
PINO, B. A. Evolução histórica da Cooperação Sul-Sul (CSS). In: SOUZA, A. de
M e. (Org.). Repensando a cooperação internacional para o desenvolvimento.
Brasília: Ipea, 2014. 277p.
210
STEINER, A. Q.; RODRIGUES, D. de F. Política ambiental internacional e
segurança coletiva: mudanças climáticas e Conselho de Segurança da ONU.
Relações Internacionais no Mundo Atual, Curitiba, n. 9, p. 57-76, 2009.
THE CHARTER of Punta del Este. Establishing an alliance for progress within
the framework of operation pan America. August 17, 1961. Compiled by Barry
Sklar and Virginia M. Hagen. Washington, U.S. Govt. Print. Off., 1972. Disponível
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VILLA, R. A. D. Atores não estatais e meio ambiente nas relações internacionais: Gre-
enpeace e a Antártida. Desenvolvimento e meio ambiente, n. 4, p. 45-57, jul./dez. 2001.
211