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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA-

GO.

ROBERTO JÚNIOR, solteiro, comerciante, inscrito no CPF


sob nº 123.456.789-00, roberto.comercio@email.com, residente
e domiciliado na Rua 1 , N.2, LT.03, Q.04, , Setor Central ,
Goiânia-GO , 74000000 , vem à presença de Vossa Excelência,
por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar

AÇÃO DE COBRANÇA

em face de FÁBIO CERRADO, casado, arquiteto, inscrito no


CPF sob nº 171.190.191-00, fabio.gyn2008@hotmail.com,
residente e domiciliado na Rua 10 , n.41, LT.15, Edifício Boa
Morada, ap.171 , Setor Marista , na Cidade de Goiânia , GO
74000000 , pelos motivos e fatos que passa a expor.

DO NEGÓCIO JURÍDICO

No dia 15/10/2020 o Autor firmou com o Réu um negócio jurídico para


fins a venda de um conjunto de panelas, “Tramontinga”, conforme nota fiscal, no valor
de R$ 2.000,00, sendo que o Réu pagou apenas a entrada no valor de R$500, restando
pagar o saldo devedor de R$ 1.500.

O pagamento foi ajustado da seguinte forma R$ 2.000,00 (dois mil reais),


sendo: entrada de R$ 500,00 (quinhentos reais), de entrada, e o restante no decorrer da
ação, sendo de R$ 750,00 (setecentos e cinqüenta reais), mensais 15/11/2020 (1°
parcela), e 10/12/2020 (2° parcela), conforme contrato em anexo.

O Autor cumpriu com sua obrigação, conforme Nota Fiscal que junta em
anexo.

Todavia, os pagamentos deveriam ser realizados em 15/11/2020 (1°


parcela), e 15/12/2020 (2° parcela) o que não foi cumprido pelo Réu. Anteriormente à
proposição da presente ação, o Autor buscou o adimplemento junto ao Réu, mas sem
êxito, conforme notificação e mensagens que junta em anexo, motivando a presente
ação.

DO DIREITO DO CREDOR

A legislação brasileira, em especial o Código Civil, prevê a possibilidade


de o credor buscar a satisfação de seu crédito mediante a oposição de ação pertinente.

No presente caso, tem-se em tela um ato ilícito pelo descumprimento de


obrigação pactuada por parte do Réu, o que se enquadra no Código Civil nos seguintes
termos:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por


perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo
índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.

No presente caso, tem-se a demonstração inequívoca da ilicitude do ato


do Réu ao deixar de pagar R$ 1.612,12 (mil seiscentos e doze reais, e doze centavos),
nos termos do Art. 186 do Código civil, sendo inexigível qualquer outra prova,
conforme precedentes sobre o tema:

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATOS AGRÁRIOS. AÇÃO DE


COBRANÇA. ARRENDAMENTO AGRÍCOLA. AUSÊNCIA
DE PROVA DE FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU
EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR. APLICAÇÃO DA
REGRA DO ARTIGO 373 DO CPC/15. NÃO
CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. SENTENÇA
MANTIDA. Cobrança referente aos contratos de arrendamento
inadimplido parcialmente pelo arrendatário. O ônus de
comprovar o pagamento de uma obrigação é do devedor,
cabendo ao credor apenas a prova da existência da dívida,
instrumentalizada por documento particular, consoante
estabelece o artigo 320 do Código Civil. Isto porque, nas ações
de cobrança a prova do adimplemento da obrigação constitui
fato impeditivo, modificativo e extintivo do direito do autor,
que, por sua vez, deverá amparar a lide com prova escorreita da
contratação, ex vi legis, do artigo 373, incisos I e II, do CPC/15.
Precedentes do colendo Superior Tribunal de Justiça e desta
egrégia Corte. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO.
UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70080145311, Décima Sétima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Giovanni
Conti, Julgado em 21/02/2019).
#3016221

Trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que demonstrado o


compromisso firmado e a ocorrência do descumprimento, outra solução não resta se não
o imediato pagamento do débito, conforme amplamente protegido pelo direito.

DO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Não reconhecer o direito aqui pleiteado, configura grave privilégio ao


ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA, uma vez que ficou perfeitamente demonstrado
enriquecimento indevido do devedor em detrimento ao direito do credor, devendo ser
ressarcido, nos termos do Código Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa


de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente
auferido, feita a atualização dos valores monetários.

Ampla doutrina reforça a importância da censura ao enriquecimento sem


causa, para fins da efetiva preservação da boa fé nas relações jurídicas:

"O repúdio ao enriquecimento indevido estriba-se no princípio


maior da equidade, que não permite o ganho de um, em
detrimento de outro, sem uma causa que o justifique. (...) A
tese, hoje, preferida pela doutrina brasileira é a da admissão do
princípio genérico de repulsa ao enriquecimento sem causa
indevido. Essa a opinião de que participo."(RODRIGUES,
Silvio. Direito civil: parte geral das obrigações. 24 ed. São
Paulo: Saraiva, p. 159.)

Afinal, a total ausência de motivação pelo inadimplemento deve


configurar o dever de pagar, sob pena de enriquecimento ilícito:

AÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO - COBRANÇA


DE CHEQUE DEVOLVIDO POR INSUFICIÊNCIA DE
FUNDOS - APELAÇÃO - ALEGAÇÕES GENÉRICAS DE
QUE O CHEQUE FOI EMPRESTADO PARA
AQUISIÇÃO DE MATERIAIS QUE NÃO AFASTAM A
PRESUNÇÃO DO DÉBITO - SENTENÇA MANTIDA -
RECURSO DESPROVIDO. (TJSP; Apelação 1019804-
49.2015.8.26.0506; Relator (a): Maria Salete Corrêa Dias;
Órgão Julgador: 20ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Ribeirão Preto - 8ª Vara Cível; Data do Julgamento: 05/03/2018;
Data de Registro: 07/03/2018)

Assim, considerando-se a tentativa infrutífera de recebimento dos valores


devidos, bem como os prejuízos que tal atraso no cumprimento das obrigações gerou ao
credor , requer-se desde logo o pagamento integral no valor de 1.1612,12 (mil
seiscentos e doze reais, e doze centavos).

DOS PEDIDOS

1. Que seja condenado o Réu no pagamento atualizado do valor de R$


1.612,12 (mil seiscentos e doze reais, e doze centavos).

2. Requerimentos padrões: Citação do Réu para responder a demanda


no prazo legal sob pena dos efeitos da revelia.

3. Condenação do Réu em honorárias sucumbências de 20% sobre o


valor da condenação.

4. A condenação da parte Ré no pagamento das custas e despesas


processuais.
5. VALOR DA CAUSA: R$ 1.612,12 (mil seiscentos e doze reais, e
doze centavos).

6. Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, inclusive


depoimento pessoal do Réu e provas testemunhais.

7. A parte autora não se opõe a realização de audiência de


conciliação/mediação.

Nestes termos, pede deferimento.

Goiânia, 05 de Março de 2022.

MICHEL PINHEIRO
OAB/GO 50.581

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